Die Psalmen (BAV) 85

Prece do fiel no dia da tribulação

85 1 Oração de Davi. Inclinai, Senhor, vossos ouvidos e atendei-me, porque sou pobre e miserável.
2
Protegei minha alma, pois vos sou fiel; salvai o servidor que em vós confia. Vós sois meu Deus;
3
tende compaixão de mim, Senhor, pois a vós eu clamo sem cessar.
4
Consolai o coração de vosso servo, porque é para vós, Senhor, que eu elevo minha alma.
5
Porquanto vós sois, Senhor, clemente e bom, cheio de misericórdia para quantos vos invocam.
6
Escutai, Senhor, a minha oração; atendei à minha suplicante voz.
7
Neste dia de angústia é para vós que eu clamo, porque vós me atendereis.
8
Não há entre os deuses um que se vos compare, Senhor; não existe obra semelhante à vossa.
9
Todas as nações que criastes virão adorar-vos, e glorificar o vosso nome, ó Senhor.
10
Porque vós sois grande e operais maravilhas, só vós sois Deus.
11
Ensinai-me vosso caminho, Senhor, para que eu ande na vossa verdade. Dirigi meu coração para que eu tema o vosso nome.
12
De todo o coração eu vos louvarei, ó Senhor, meu Deus, e glorificarei o vosso nome eternamente.
13
Porque vossa misericórdia foi grande para comigo, arrancastes minha alma das profundezas da região dos mortos.
14
Ó Deus, os soberbos se levantaram contra mim, uma turba de prepotentes odeia a minha vida, eles que nem vos têm presente antes os olhos.
15
Mas vós, Senhor, sois um Deus bondoso e compassivo; lento para a ira, cheio de clemência e fidelidade.
16
Olhai-me e tende piedade de mim, dai ao vosso servo a vossa força, salvai o filho de vossa escrava.
17
Dai-me uma prova de vosso favor, a fim de que verifiquem meus inimigos, para sua confusão, que sois vós, Senhor, meu sustento e meu consolo.

Glória da Cidade Santa

86 1 Salmo dos filhos de Coré. Cântico.
2
O Senhor ama a cidade que fundou nos montes santos; ele prefere as portas de Sião às tendas de Jacó.
3
De ti se anuncia um glorioso destino, ó cidade de Deus.
4
Ajuntarei Raab e Babilônia aos que me honram; eis a Filistéia e Tiro com a Etiópia, lá todos nasceram.
5
Dir-se-á de Sião: Um por um, todos esses homens nela nasceram; foi o próprio Altíssimo quem a fundou.
6
O Senhor inscreverá então no registro dos povos: Aquele também nasceu em Sião.
7
E cantarão entre danças: Todas as minhas fontes se acham em ti.

Desolada lamentação

87 1 Cântico. Salmo dos filhos de Coré. Ao mestre de canto. Em melodia triste. Poema de Hemã, ezraíta.
2
Senhor, meu Deus, de dia clamo a vós, e de noite vos dirijo o meu lamento.
3
Chegue até vós a minha prece, inclinai vossos ouvidos à minha súplica.
4
Minha alma está saturada de males, e próxima da região dos mortos a minha vida.
5
Já sou contado entre os que descem à tumba, tal qual um homem inválido e sem forças.
6
Meu leito se encontra entre os cadáveres, como o dos mortos que jazem no sepulcro, dos quais vós já não vos lembrais, e não vos causam mais cuidados.
7
Vós me lançastes em profunda fossa, nas trevas de um abismo.
8
Sobre mim pesa a vossa indignação, vós me oprimis com o peso das vossas ondas.
9
Afastastes de mim os meus amigos, objeto de horror me tornastes para eles; estou aprisionado sem poder sair,
10
meus olhos se consomem de aflição. Todos os dias eu clamo para vós, Senhor; estendo para vós as minhas mãos.
11
Será que fareis milagres pelos mortos? Ressurgirão eles para vos louvar?
12
Acaso vossa bondade é exaltada no sepulcro, ou vossa fidelidade na região dos mortos?
13
Serão nas trevas manifestadas as vossas maravilhas, e vossa bondade na terra do esquecimento?
14
Eu, porém, Senhor, vos rogo, desde a aurora a vós se eleva a minha prece.
15
Por que, Senhor, repelis a minha alma? Por que me ocultais a vossa face?
16
Sou miserável e desde jovem agonizo, o peso de vossos castigos me abateu.
17
Sobre mim tombaram vossas iras, vossos temores me aniquilaram.
18
Circundam-me como vagas que se renovam sempre, e todas, juntas, me assaltam.
19
Afastastes de mim amigo e companheiro; só as trevas me fazem companhia...

As promessas messiânicas feitas a Davi

88 1 Hino de Etã, ezraíta.
2
Cantarei, eternamente, as bondades do Senhor; minha boca publicará sua fidelidade de geração em geração.
3
Com efeito, vós dissestes: A bondade é um edifício eterno. Vossa fidelidade firmastes no céu.
4
Concluí, dizeis vós, uma aliança com o meu eleito; liguei-me por juramento a Davi, meu servo.
5
Conservarei tua linhagem para sempre, manterei teu trono em todas as gerações.
6
Senhor, os céus celebram as vossas maravilhosas obras, e na assembléia dos anjos a vossas fidelidade.
7
Quem poderá, nas nuvens, igualar-se a Deus? Quem é semelhante ao Senhor entre os filhos de Deus?
8
Terrível é Deus na assembléia dos santos, maior e mais tremendo que todos os que o cercam.
9
Quem se compara a vós, Senhor, Deus dos exércitos? Sois forte, Senhor, e cheio de fidelidade.
10
Dominais o orgulho do mar, amainais suas ondas revoltas.
11
Calcastes Raab e o transportastes; com poderoso braço dispersastes vossos inimigos.
12
Vossos são os céus e também a terra, vós que criastes o globo e tudo o que ele contém.
13
O norte e o sul vós os fizestes; Tabor e Hermon em vosso nome exultam.
14
Tendes o poder em vosso braço, a firmeza na mão, a autoridade em vossa destra.
15
A justiça e o direito são o fundamento de vosso trono, a bondade e a fidelidade vos precedem.
16
Feliz o povo que vos sabe louvar: caminha na luz de vossa face, Senhor.
17
Vosso nome lhe é causa de contínua alegria, pela vossa justiça ele se glorifica,
18
porque sois o esplendor de sua força, e é vosso favor que nos faz erguer a cabeça,
19
pois no Senhor está o nosso escudo, e nosso rei no Santo de Israel.
20
Outrora, em visão, falastes aos vossos santos e dissestes-lhes: Impus a coroa a um herói, escolhi meu eleito dentre o povo.
21
Encontrei Davi, meu servidor, e o sagrei com a minha santa unção.
22
Assistir-lhe-á sempre a minha mão, e meu braço o fortalecerá.
23
Não o há de surpreender o inimigo, nem ousará oprimi-lo o malvado.
24
Sob seus olhos esmagarei os seus contrários, serão feridos aqueles que o odeiam.
25
Com ele ficarão minha fidelidade e bondade, pelo meu nome crescerá o seu poder.
26
Estenderei a sua mão por sobre o mar, e a sua destra acima dos rios.
27
Ele me invocará: Vós sois meu Pai, vós sois meu Deus e meu rochedo protetor.
28
Por isso eu o constituirei meu primogênito, o mais excelso dentre todos os reis da terra.
29
Assegurado lhe estará o favor eterno, e indissolúvel será meu pacto com ele.
30
Dar-lhe-ei uma perpétua descendência, seu trono terá a duração dos céus.
31
Se, porém, seus filhos abandonarem minha lei, se não observarem os meus preceitos,
32
se violarem as minhas prescrições e não obedecerem às minhas ordens,
33
eu punirei com vara a sua transgressão, e a sua falta castigarei com açoite.
34
Mas não lhe retirarei o meu favor e não trairei minha promessa.
35
não violarei minha aliança, não mudarei minha palavra dada.
36
Jurei uma vez por todas pela minha santidade: a Davi não faltarei jamais.
37
Sua posteridade permanecerá eternamente, e seu trono, como o sol, subsistirá diante de mim,
38
como a lua que existirá sem fim, e o arco-íris, fiel testemunha nos céus.
39
E, contudo, vós o repelistes e rejeitastes, gravemente vos irritastes contra aquele que vos é consagrado.
40
Rompestes a aliança feita com o vosso servidor, lançastes por terra sua coroa,
41
derrubastes todos os seus muros, arruinastes as suas fortalezas.
42
Saquearam-no todos os transeuntes, e o escarneceram os seus vizinhos.
43
A mão de seus inimigos exaltastes, de gozo enchestes todos os seus contrários.
44
Embotastes o fio de sua espada, não o sustentastes na batalha.
45
Fizestes terminar seu esplendor, por terra derrubastes o seu trono.
46
Abreviastes a sua adolescência, e de ignomínia o cobristes.
47
Até quando, Senhor? Até quando continuareis escondido? Até quando estará acesa a vossa cólera?
48
Lembrai-vos como é curta a nossa vida, quão efêmeros os homens que criastes.
49
Qual é o vivo que se livra da morte, ou pode subtrair a sua alma ao poder da morada dos mortos?
50
Vossas bondades de outrora, ó Senhor, onde estão? E os juramentos que a Davi fizestes de fidelidade?
51
Considerai, Senhor, a vergonha imposta aos vossos servidores. Levo em meu seio ultrajes das nações pagãs,
52
insultos de vossos inimigos, Senhor, injúrias que lançam até nos passos daquele que vos é consagrado.
53
Bendito seja o Senhor eternamente! Amém! Amém!

QUARTO LIVRO (Salmos 89-105)

Brevidade da vida

89 1 Prece de Moisés, homem de Deus. Senhor, fostes nosso refúgio de geração em geração.
2
Antes que se formassem as montanhas, a terra e o universo, desde toda a eternidade vós sois Deus.
3
Reduzis o homem à poeira, e dizeis: Filhos dos homens, retornai ao pó,
4
porque mil anos, diante de vós, são como o dia de ontem que já passou, como uma só vigília da noite.
5
Vós os arrebatais: eles são como um sonho da manhã, como a erva virente,
6
que viceja e floresce de manhã, mas que à tarde é cortada e seca.
7
Sim, somos consumidos pela vossa severidade, e acabrunhados pela vossa cólera.
8
Colocastes diante de vós as nossas culpas, e nossos pecados ocultos à vista de vossos olhos.
9
Ante a vossa ira, passaram todos os nossos dias. Nossos anos se dissiparam como um sopro.
10
Setenta anos é o total de nossa vida, os mais fortes chegam aos oitenta. A maior parte deles, sofrimento e vaidade, porque o tempo passa depressa e desaparecemos.
11
Quem avalia a força de vossa cólera, e mede a vossa ira com o temor que vos é devido?
12
Ensinai-nos a bem contar os nossos dias, para alcançarmos o saber do coração.
13
Voltai-vos, Senhor - quanto tempo tardareis? E sede propício a vossos servos.
14
Cumulai-vos desde a manhã com as vossas misericórdias, para exultarmos alegres em toda a nossa vida.
15
Consolai-nos tantos dias quantos nos afligistes, tantos anos quantos nós sofremos.
16
Manifestai vossa obra aos vossos servidores, e a vossa glória aos seus filhos.
17
Que o beneplácito do Senhor, nosso Deus, repouse sobre nós. Favorecei as obras de nossas mãos. Sim, fazei prosperar o trabalho de nossas mãos.

Confiança

90 1 Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente,
2
dize ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que eu confio.
3
É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa.
4
Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção.
5
Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia,
6
nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia.
7
Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido.
8
Porém verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores,
9
porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.
10
Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda,
11
porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos.
12
Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.
13
Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão.
14
Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome.
15
Quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de glória.
16
Será favorecido de longos dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação.

Poder e justiça de Deus

91 1 Salmo. Cântico para o dia de sábado.
2
É bom louvar ao Senhor e cantar salmos ao vosso nome, ó Altíssimo;
3
proclamar, de manhã, a vossa misericórdia, e, durante a noite, a vossa fidelidade,
4
com a harpa de dez cordas e com a lira, com cânticos ao som da cítara,
5
pois vós me alegrais, Senhor, com vossos feitos; exulto com as obras de vossas mãos.
6
Senhor, estupendas são as vossas obras! E quão profundos os vossos desígnios!
7
Não compreende estas coisas o insensato, nem as percebe o néscio.
8
Ainda que floresçam os ímpios como a relva, e floresçam os que praticam a maldade, eles estão à perda eterna destinados.
9
Vós, porém, Senhor, sois o Altíssimo por toda a eternidade.
10
Eis que vossos inimigos, Senhor, vossos inimigos hão de perecer, serão dispersados todos os artesãos do mal.
11
Exaltastes a minha cabeça como a do búfalo, e com óleo puríssimo me ungistes.
12
Meus olhos vêem os inimigos com desprezo, e meus ouvidos ouvem com prazer o que aconteceu aos que praticam o mal.
13
Como a palmeira, florescerão os justos, elevar-se-ão como o cedro do Líbano.
14
Plantados na casa do Senhor, nos átrios de nosso Deus hão de florir.
15
Até na velhice eles darão frutos, continuarão cheios de seiva e verdejantes,
16
para anunciarem quão justo é o Senhor, meu rochedo, e como não há nele injustiça.

Realeza de Deus

92 1 O Senhor é rei e se revestiu de majestade, ele se cingiu com um cinto de poder. A terra, que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada.
2
Desde toda a eternidade vosso trono é firme e vós, vós desde sempre existis.
3
Elevam os rios, Senhor, elevam os rios a sua voz, e fazem eclodir o fragor de suas ondas.
4
Porém, mais poderoso que a voz das grandes águas, mais poderoso que os vagalhões do mar, mais poderoso é o Senhor nas alturas do céu.
5
Vossas promessas são sempre dignas de fé, e a vossa casa, Senhor, é santa na duração dos séculos.

Admoestação aos juìzes iníquos

93 1 Senhor, Deus justiceiro, Deus das vinganças, aparecei em vosso esplendor.
2
Levantai-vos, juiz da terra, castigai os soberbos como eles merecem.
3
Até quando, Senhor, triunfarão os ímpios?
4
Até quando se desmandarão em discursos arrogantes, e jactanciosos estarão esses obreiros do mal?
5
Eles esmagam o povo, Senhor, e oprimem vossa herança.
6
Trucidam a viúva e o estrangeiro, tiram a vida aos órfãos.
7
E dizem: O Senhor não vê, o Deus de Jacó não presta atenção nisso!
8
Tratai de compreender, ó gente estulta. Insensatos, quando cobrareis juízo?
9
Pois não ouvirá quem fez o ouvido? O que formou o olho não verá?
10
Aquele que dá lições aos povos não há de punir, ele que ensina ao homem o saber...
11
O Senhor conhece os pensamentos dos homens, e sabe que são vãos.
12
Feliz o homem a quem ensinais, Senhor, e instruís em vossa lei,
13
para lhe dar a paz no dia do infortúnio, enquanto uma cova se abre para o ímpio,
14
porque o Senhor não rejeitará o seu povo, e não há de abandonar a sua herança.
15
Mas o julgamento com justiça se fará, e a seguirão os retos de coração.
16
Quem se erguerá por mim contra os malfeitores? Quem será meu defensor contra os artesãos do mal?
17
Se o Senhor não me socorresse, em breve a minha alma habitaria a região do silêncio.
18
Quando penso: Vacilam-me os pés, sustenta-me, Senhor, a vossa graça.
19
Quando em meu coração se multiplicam as angústias, vossas consolações alegram a minha alma.
20
Acaso poderá aliar-se a vós um tribunal iníquo, que pratica vexames sob a aparência de lei?
21
Atentam contra a alma do justo, e condenam o sangue inocente.
22
Mas o Senhor certamente será o meu refúgio, e meu Deus o rochedo em que me abrigo.
23
Ele fará recair sobre eles suas próprias maldades, ele os fará perecer por sua própria malícia. O Senhor, nosso Deus, os destruirá.

Invitatório

94 1 Vinde, manifestemos nossa alegria ao Senhor, aclamemos o Rochedo de nossa salvação;
2
apresentemo-nos diante dele com louvores, e cantemos-lhe alegres cânticos,
3
porque o Senhor é um Deus imenso, um rei que ultrapassa todos os deuses;
4
nas suas mãos estão as profundezas da terra, e os cumes das montanhas lhe pertencem.
5
Dele é o mar, ele o criou; assim como a terra firme, obra de suas mãos.
6
Vinde, inclinemo-nos em adoração, de joelhos diante do Senhor que nos criou.
7
Ele é nosso Deus; nós somos o povo de que ele é o pastor, as ovelhas que as suas mãos conduzem. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:
8
Não vos torneis endurecidos como em Meribá, como no dia de Massá no deserto,
9
onde vossos pais me provocaram e me tentaram, apesar de terem visto as minhas obras.
10
Durante quarenta anos desgostou-me aquela geração, e eu disse: É um povo de coração desviado, que não conhece os meus desígnios.
11
Por isso, jurei na minha cólera: Não hão de entrar no lugar do meu repouso.

A glória de Deus entre todos os povos

95 1 Cantai ao Senhor um cântico novo. Cantai ao Senhor, terra inteira.
2
Cantai ao Senhor e bendizei o seu nome, anunciai cada dia a salvação que ele nos trouxe.
3
Proclamai às nações a sua glória, a todos os povos as suas maravilhas.
4
Porque o Senhor é grande e digno de todo o louvor, o único temível de todos os deuses.
5
Porque os deuses dos pagãos, sejam quais forem, não passam de ídolos. Mas foi o Senhor quem criou os céus.
6
Em seu semblante, a majestade e a beleza; em seu santuário, o poder e o esplendor.
7
Tributai ao Senhor, famílias dos povos, tributai ao Senhor a glória e a honra,
8
tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome. Trazei oferendas e entrai nos seus átrios.
9
Adorai o Senhor, com ornamentos sagrados. Diante dele estremece a terra inteira.
10
Dizei às nações: O Senhor é rei. E (a terra) não vacila, porque ele a sustém. Governa os povos com justiça.
11
Alegrem-se os céus e exulte a terra, retumbe o oceano e o que ele contém,
12
regozijem-se os campos e tudo o que existe neles. Jubilem todas as árvores das florestas
13
com a presença do Senhor, que vem, pois ele vem para governar a terra: julgará o mundo com justiça, e os povos segundo a sua verdade.

Triunfo de Deus sobre os ídolos

96 1 O Senhor reina! Que a terra exulte de alegria, que se rejubile a multidão das ilhas.
2
Está envolvido em escura nuvem, seu trono tem por fundamento a justiça e o direito.
3
Ele é precedido por um fogo que devora em redor os inimigos.
4
Seus relâmpagos iluminam o mundo, a terra estremece ao vê-los.
5
Na presença do Senhor, fundem-se as montanhas como a cera, em presença do Senhor de toda a terra.
6
Os céus anunciam a sua justiça e todos os povos contemplam a sua glória.
7
São confundidos os que adoram estátuas e se gloriam em seus ídolos; pois os deuses se prostram diante do Senhor.
8
Ouve e se alegra Sião, exultam as cidades de Judá por causa de vossos juízos, Senhor.
9
Porque vós, Senhor, sois o soberano de toda a terra, vós sois o Altíssimo entre todos os deuses.
10
O Senhor ama os que detestam o mal, ele vela pelas almas de seus servos e os livra das mãos dos ímpios.
11
A luz resplandece para o justo, e a alegria é concedida ao homem de coração reto.
12
Alegrai-vos, ó justo, no Senhor, e dai glória ao seu santo nome.

A vinda messiânica

97 1 Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele operou maravilhas. Sua mão e seu santo braço lhe deram a vitória.
2
O Senhor fez conhecer a sua salvação. Manifestou sua justiça à face dos povos.
3
Lembrou-se de sua bondade e de sua fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra puderam ver a salvação de nosso Deus.
4
Aclamai o Senhor, povos todos da terra; regozijai-vos, alegrai-vos e cantai.
5
Salmodiai ao Senhor com a cítara, ao som do saltério e com a lira.
6
Com a tuba e a trombeta elevai aclamações na presença do Senhor rei.
7
Estruja o mar e tudo o que contém, o globo inteiro e os que nele habitam.
8
Que os rios aplaudam, que as montanhas exultem em brados de alegria
9
diante do Senhor que chega, porque ele vem para governar a terra. Ele governará a terra com justiça, e os povos com eqüidade.

Louvor ao Rei do universo

98 1 O Senhor reina, tremem os povos; seu trono está sobre os querubins: vacila a terra.
2
Grande é o Senhor em Sião, elevado acima de todos os povos.
3
Seja celebrado vosso grande e temível nome, porque ele é Santo.
4
Reina o Rei poderoso que ama a justiça; sois vós que estabeleceis o que é reto, sois vos que exerceis em Jacó o direito e a justiça.
5
Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos ante o escabelo de seus pés, porque ele é Santo.
6
Entre seus sacerdotes estavam Moisés e Aarão, e Samuel um dos que invocaram o seu nome: clamavam ao Senhor, que os atendia.
7
Falava-lhes na coluna de nuvem, eles guardavam os seus preceitos e a lei que lhes havia dado.
8
Senhor, nosso Deus, vós os ouvistes, fostes para eles um Deus propício, ainda quando puníeis as suas injustiças.
9
Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos ante sua montanha santa, porque santo é o Senhor, nosso Deus.

Louvor universal

99 1 Salmo de ação de graças. Aclamai o Senhor, por toda a terra.
2
Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença.
3
Sabei que o Senhor é Deus: ele nos fez, e a ele pertencemos. Somos o seu povo e as ovelhas de seu rebanho.
4
Entrai cantando sob seus pórticos, vinde aos seus átrios com cânticos; glorificai-o e bendizei o seu nome,
5
porque o Senhor é bom, sua misericórdia é eterna e sua fidelidade se estende de geração em geração.

Oração de um rei

100 1 Salmo de Davi. Cantarei a bondade e a justiça. A vós, Senhor, salmodiarei.
2
Pelo caminho reto quero seguir. Oh, quando vireis a mim? Caminharei na inocência de coração, no seio de minha família.
3
Não proporei ante meus olhos nenhum pensamento culpável. Terei horror àquele que pratica o mal, não será ele meu amigo.
4
Estará sempre longe de mim o coração perverso, não quero conhecer o mal.
5
Exterminarei o que em segredo caluniar seu próximo. Não suportarei homem arrogante e de coração vaidoso.
6
Meus olhos se voltarão para os fiéis da terra, para fazê-los habitar comigo. Será meu servo o homem que segue o caminho reto.
7
O fraudulento não há de morar jamais em minha casa. Não subsistirá o mentiroso ante meus olhos.
8
Todos os dias extirparei da terra os ímpios, banindo da cidade do Senhor os que praticam o mal.

O cativo na aflição

101 1 Prece de um aflito que desabafa sua angústia diante do Senhor.
2
Senhor, ouvi a minha oração, e chegue até vós o meu clamor.
3
Não oculteis de mim a vossa face no dia de minha angústia. Inclinai para mim o vosso ouvido. Quando vos invocar, acudi-me prontamente,
4
porque meus dias se dissipam como a fumaça, e como um tição consomem-se os meus ossos.
5
Queimando como erva, meu coração murcha, até me esqueço de comer meu pão.
6
A violência de meus gemidos faz com que se me peguem à pele os ossos.
7
Assemelho-me ao pelicano do deserto, sou como a coruja nas ruínas.
8
Perdi o sono e gemo, como pássaro solitário no telhado.
9
Insultam-me continuamente os inimigos, em seu furor me atiram imprecações.
10
Como cinza do mesmo modo que pão, lágrimas se misturam à minha bebida,
11
devido à vossa cólera indignada, pois me tomastes para me lançar ao longe.
12
Os meus dias se esvaecem como a sombra da noite e me vou murchando como a relva.
13
Vós, porém, Senhor, sois eterno, e vosso nome subsiste em todas as gerações.
14
Levantai-vos, pois, e sede propício a Sião; é tempo de compadecer-vos dela, chegou a hora...
15
porque vossos servos têm amor aos seus escombros e se condoem de suas ruínas.
16
E as nações pagãs reverenciarão o vosso nome, Senhor, e os reis da terra prestarão homenagens à vossa glória.
17
Quando o Senhor tiver reconstruído Sião, e aparecido em sua glória,
18
quando ele aceitar a oração dos desvalidos e não mais rejeitar as suas súplicas,
19
escrevam-se estes fatos para a geração futura, e louve o Senhor o povo que há de vir,
20
porque o Senhor olhou do alto de seu santuário, do céu ele contemplou a terra;
21
para escutar os gemidos dos cativos, para livrar da morte os condenados;
22
para que seja aclamado em Sião o nome do Senhor, e em Jerusalém o seu louvor,
23
no dia em que se hão de reunir os povos, e os reinos para servir o Senhor.
24
Deus esgotou-me as forças no meio do caminho, abreviou-me os dias.
25
Meu Deus, peço, não me leveis no meio da minha vida, vós cujos anos são eternos.
26
No começo criastes a terra, e o céu é obra de vossas mãos.
27
Um e outro passarão, enquanto vós ficareis. Tudo se acaba pelo uso como um traje. Como uma veste, vós os substituís e eles hão de sumir.
28
Mas vós permaneceis o mesmo e vossos anos não têm fim.
29
Os filhos de vossos servos habitarão seguros, e sua posteridade se perpetuará diante de vós.

Cântico das misericórdias divinas

102 1 Salmo de Davi. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome.
2
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios.
3
É ele que perdoa as tuas faltas, e sara as tuas enfermidades.
4
É ele que salva tua vida da morte, e te coroa de bondade e de misericórdia.
5
É ele que cumula de benefícios a tua vida, e renova a tua juventude como a da águia.
6
O Senhor faz justiça, dá o direito aos oprimidos.
7
Revelou seus caminhos a Moisés, e suas obras aos filhos de Israel.
8
O Senhor é bom e misericordioso, lento para a cólera e cheio de clemência.
9
Ele não está sempre a repreender, nem eterno é o seu ressentimento.
10
Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção de nossas faltas,
11
porque tanto os céus distam da terra quanto sua misericórdia é grande para os que o temem;
12
tanto o oriente dista do ocidente quanto ele afasta de nós nossos pecados.
13
Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem,
14
porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó.
15
Os dias do homem são semelhantes à erva, ele floresce como a flor dos campos.
16
Apenas sopra o vento, já não existe, e nem se conhece mais o seu lugar.
17
É eterna, porém, a misericórdia do Senhor para com os que o temem. E sua justiça se estende aos filhos de seus filhos,
18
sobre os que guardam a sua aliança, e, lembrando, cumprem seus mandamentos.
19
Nos céus estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu império se estende sobre o universo.
20
Bendizei ao Senhor todos os seus anjos, valentes heróis que cumpris suas ordens, sempre dóceis à sua palavra.
21
Bendizei ao Senhor todos os seus exércitos, ministros que executais sua vontade.
22
Bendizei ao Senhor todas as suas obras, em todos os lugares onde ele domina. Bendize, ó minha alma, ao Senhor.

Hino ao Criador

103 1 Bendize, ó minha alma, o Senhor! Senhor, meu Deus, vós sois imensamente grande! De majestade e esplendor vos revestis,
2
envolvido de luz como de um manto. Vós estendestes o céu qual pavilhão,
3
acima das águas fixastes vossa morada. De nuvens fazeis vosso carro, andais nas asas do vento;
4
fazeis dos ventos os vossos mensageiros, e dos flamejantes relâmpagos vossos ministros.
5
Fundastes a terra em bases sólidas que são eternamente inabaláveis.
6
Vós a tínheis coberto com o manto do oceano, as águas ultrapassavam as montanhas.
7
Mas à vossa ameaça elas se afastaram, ao estrondo de vosso trovão estremeceram.
8
Elevaram-se as montanhas, sulcaram-se os vales nos lugares que vós lhes destinastes.
9
Estabelecestes os limites, que elas não hão de ultrapassar, para que não mais tornem a cobrir a terra.
10
Mandastes as fontes correr em riachos, que serpeiam por entre os montes.
11
Ali vão beber os animais dos campos, neles matam a sede os asnos selvagens.
12
Os pássaros do céu vêm aninhar em suas margens, e cantam entre as folhagens.
13
Do alto de vossas moradas derramais a chuva nas montanhas, do fruto de vossas obras se farta a terra.
14
Fazeis brotar a relva para o gado, e plantas úteis ao homem, para que da terra possa extrair o pão
15
e o vinho que alegra o coração do homem, o óleo que lhe faz brilhar o rosto e o pão que lhe sustenta as forças.
16
As árvores do Senhor são cheias de seiva, assim como os cedros do Líbano que ele plantou.
17
Lá constroem as aves os seus ninhos, nos ciprestes a cegonha tem sua casa.
18
Os altos montes dão abrigo às cabras, e os rochedos aos arganazes.
19
Fizestes a lua para indicar os tempos; o sol conhece a hora de se pôr.
20
Mal estendeis as trevas e já se faz noite, entram a rondar os animais das selvas.
21
Rugem os leõezinhos por sua presa, e pedem a Deus o seu sustento.
22
Mas se retiram ao raiar do sol, e vão se deitar em seus covis.
23
É então que o homem sai para o trabalho, e moureja até o entardecer.
24
Ó Senhor, quão variadas são as vossas obras! Feitas, todas, com sabedoria, a terra está cheia das coisas que criastes.
25
Eis o mar, imenso e vasto, onde, sem conta, se agitam animais grandes e pequenos.
26
Nele navegam as naus e o Leviatã que criastes para brincar nas ondas.
27
Todos esses seres esperam de vós que lhes deis de comer em seu tempo.
28
Vós lhes dais e eles o recolhem; abris a mão, e se fartam de bens.
29
Se desviais o rosto, eles se perturbam; se lhes retirais o sopro, expiram e voltam ao pó donde saíram.
30
Se enviais, porém, o vosso sopro, eles revivem e renovais a face da terra.
31
Ao Senhor, glória eterna; alegre-se o Senhor em suas obras!
32
Ele, cujo olhar basta para fazer tremer a terra, e cujo contato inflama as montanhas.
33
Enquanto viver, cantarei à glória do Senhor, salmodiarei ao meu Deus enquanto existir.
34
Possam minhas palavras lhe ser agradáveis! Minha única alegria se encontra no Senhor.
35
Sejam tirados da terra os pecadores e doravante desapareçam os ímpios. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Aleluia.

Os benefícios de Deus ao seu povo

104 1 Aleluia. Celebrai o Senhor, aclamai o seu nome, apregoai entre as nações as suas obras.
2
Cantai-lhe hinos e cânticos, anunciai todas as suas maravilhas.
3
Gloriai-vos do seu santo nome; rejubile o coração dos que procuram o Senhor.
4
Recorrei ao Senhor e ao seu poder, procurai continuamente sua face.
5
Recordai as maravilhas que operou, seus prodígios e julgamentos por seus lábios proferidos,
6
ó descendência de Abraão, seu servidor, ó filhos de Jacó, seus escolhidos!
7
É ele o Senhor, nosso Deus; suas sentenças comandam a terra inteira.
8
Ele se lembra eternamente de sua aliança, da palavra que empenhou a mil gerações,
9
que garantiu a Abraão, e jurou a Isaac,
10
e confirmou a Jacó irrevogavelmente, e a Israel como aliança eterna,
11
quando disse: Dar-te-ei a terra de Canaã, como parte de vossa herança.
12
Quando não passavam de um reduzido número, minoria insignificante e estrangeiros na terra,
13
e andavam errantes de nação em nação, de reino em reino,
14
não permitiu que os oprimissem, e castigou a reis por causa deles.
15
Não ouseis tocar nos que me são consagrados, nem maltratar os meus profetas.
16
E chamou a fome sobre a terra, e os privou do pão que os sustentava.
17
Diante deles enviara um homem: José, que fora vendido como escravo.
18
Apertaram-lhe os pés entre grilhões, com cadeias cingiram-lhe o pescoço,
19
até que se cumpriu a profecia, e o justificou a palavra de Deus.
20
Então o rei ordenou que o soltassem, o soberano de povos o livrou,
21
e o nomeou senhor de sua casa e governador de seus domínios,
22
para, a seu bel-prazer, dar ordens a seus príncipes, e a seus anciãos, lições de sabedoria.
23
Então Israel penetrou no Egito, Jacó foi viver na terra de Cam.
24
Deus multiplicou grandemente o seu povo, e o tornou mais forte que seus inimigos.
25
Depois, de tal modo lhes mudou os corações, que com aversão trataram o seu povo, e com perfídia, os seus servidores.
26
Mas Deus lhes suscitou Moisés, seu servo, e Aarão, seu escolhido.
27
Ambos operaram entre eles prodígios e milagres na terra de Cam.
28
Mandou trevas e se fez noite, resistiram, porém, às suas palavras.
29
Converteu-lhes as águas em sangue, matando-lhes todos os seus peixes.
30
Infestou-lhes a terra de rãs, até nos aposentos reais.
31
A uma palavra sua vieram nuvens de moscas, mosquitos em todo o seu território.
32
Em vez de chuva lhes mandou granizo e chamas devorantes sobre a terra.
33
Devastou-lhes as vinhas e figueiras, e partiu-lhes as árvores de seus campos.
34
A seu mandado vieram os gafanhotos, e lagartas em quantidade enorme,
35
que devoraram toda a erva de suas terras e comeram os frutos de seus campos.
36
Depois matou os primogênitos do seu povo, primícias de sua virilidade.
37
E Deus tirou os hebreus carregados de ouro e prata; não houve, nas tribos, nenhum enfermo.
38
Alegraram-se os egípcios com sua partida, pelo temor que os hebreus lhes tinham causado.
39
Para os abrigar Deus estendeu uma nuvem, e para lhes iluminar a noite uma coluna de fogo.
40
A seu pedido, mandou-lhes codornizes, e os fartou com pão vindo do céu.
41
Abriu o rochedo e jorrou água como um rio a correr pelo deserto,
42
pois se lembrava da palavra sagrada, empenhada a seu servo Abraão.
43
E fez sair, com júbilo, o seu povo, e seus eleitos com grande exultação.
44
Deu-lhes a terra dos pagãos e desfrutaram das riquezas desses povos,
45
sob a condição de guardarem seus mandamentos e observarem fielmente suas lei


Die Psalmen (BAV) 85