2Kings (BAV) 9

9 1 O profeta Eliseu chamou um dos filhos dos profetas e disse-lhe: Põe o teu cinto e parte para Ramot de Galaad com este frasco de óleo.
2
Ali chegando, procurarás Jeú, filho de Josafá, filho de Namsi. Aproximar-te-ás dele, fá-lo-ás levantar-se do meio de seus irmãos e o conduzirás a um aposento retirado.
3
Tomarás então o frasco de óleo e lho derramarás na cabeça, dizendo: Isto diz o Senhor: Sagro-te rei de Israel. Depois abrirás a porta e fugirás sem demora.
4
O jovem servo do profeta partiu para Ramot de Galaad.
5
Quando lá chegou, os chefes do exército estavam sentados em reunião. E disse: General, tenho uma palavra a dizer-te. Jeú perguntou: A qual de nós? A ti, general, respondeu ele.
6
E Jeú, levantando-se, entrou na casa. O jovem derramou-lhe então o óleo na cabeça, dizendo: Isto diz o Senhor: Sagro-te rei de Israel, o povo do Senhor.
7
Ferirás a casa de Acab, teu soberano, e vingarás o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor, derramado por Jezabel.
8
Toda a casa de Acab perecerá: cortarei da casa de Acab em Israel todo varão, seja escravo ou livre.
9
Farei da casa de Acab o que fiz da de Jeroboão, filho de Nabat, e da de Baasa, filho de Aía.
10
E Jezabel será devorada pelos cães no solo de Jezrael: Não haverá ninguém que a sepulte. Dizendo isso, o jovem abriu a porta e fugiu.
11
Quando Jeú voltou para junto dos oficiais de seu soberano, estes perguntaram-lhe: Tudo vai bem? Por que te veio ver esse louco? Ele respondeu-lhes: Vós bem conheceis esse homem, e a sua maneira de falar.
12
Mentira!, exclamaram eles; conta-nos a verdade. Pois bem, disse ele, ele disse-me isto e isto, e acrescentou: Eis o que diz o Senhor: Sagro-te rei de Israel.
13
Levantaram-se então imediatamente e, tomando cada qual o seu manto, estenderam-no aos seus pés, em cima dos degraus, e tocaram a trombeta, gritando: Jeú é rei!

Massacres de Jeú

14 Jeú, filho de Josafá, filho de Namsi, conspirou contra Jorão, no tempo em que Jorão, com todo o Israel, defendia Ramot de Galaad contra Hazael, rei da Síria.
15
Jorão tinha voltado a Jezrael para se curar dos ferimentos recebidos dos sírios, quando combatia contra Hazael, rei da Síria. Se esta é a vossa vontade, disse Jeú, ninguém fuja da cidade para ir dar a notícia a Jezrael.
16
E Jeú subiu para o seu carro, partiu para Jezrael, onde Jorão, que estava de cama, recebia a visita de Ocozias, rei de Judá.
17
A sentinela que estava no alto da torre de Jezrael, viu aproximar-se a tropa de Jeú e anunciou: Vejo aproximar-se uma tropa. Jorão disse: Toma um carro e manda alguém ao seu encontro para perguntar se tudo vai bem.
18
Chegando o cavaleiro junto de Jeú, disse: O rei manda perguntar se tudo vai bem. Que te importa se tudo vai bem?, respondeu Jeú. Passa para trás de mim. A sentinela anunciou: O mensageiro chegou a ele, mas não volta.
19
O rei mandou um segundo cavaleiro, que se apresentou a Jeú, dizendo: O rei manda saber se tudo vai bem. Que te importa se tudo vai bem?, respondeu Jeú. Passa para trás de mim.
20
A sentinela anunciou: Também este chegou até eles, mas não volta. Pela maneira de conduzir o carro, parece que é Jeú, filho de Namsi: ele corre como um louco.
21
Preparai o meu carro, disse Jorão. Atrelaram os cavalos ao carro de Jorão, rei de Israel, e este partiu com Ocozias, rei de Judá, cada um em seu carro, para se encontrarem com Jeú, e o encontraram no campo de Nabot de Jezrael.
22
Ao vê-lo, Jorão perguntou-lhe. Tudo vai bem, Jeú? Como poderá ir tudo bem, enquanto durar a prostituição e a magia de Jezabel, tua mãe?
23
Então Jorão voltou as rédeas e fugiu, gritando a Ocozias: Traição, Ocozias!
24
Mas Jeú, retesando o arco, atingiu Jorão entre as espáduas, de modo que a flecha atravessou-lhe o coração e ele caiu morto no seu carro.
25
Jeú disse ao seu oficial Badacer: Toma-o e joga-o no campo de Nabot de Jezrael; pois deves estar lembrado do oráculo que pronunciou o Senhor contra ele, quando tu e eu, montados, seguíamos o seu pai Acab:
26
Tão certo como ontem vi correr o sangue de Nabot e o sangue de seus filhos - palavra do Senhor! - pagar-te-ei com a mesma moeda, neste mesmo campo - palavra do Senhor! Assim, pois, toma-o e joga-o neste campo, como o disse o Senhor.
27
Vendo isso, Ocozias, rei de Judá, fugiu para as banda de Betgã. Jeú lançou-se a persegui-lo, gritando: Também ele! Feriram-no em seu carro na subida de Gur, perto de Jeblaão. Ele fugiu para Magedo, e morreu ali.
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Seus servos transportaram-no para Jerusalém em seu carro e sepultaram-no em seu túmulo com seus irmãos, na cidade de Davi.
29
Ocozias tornara-se rei de Judá no décimo primeiro ano de Jorão, filho de Acab.
30
Jeú fez a sua entrada em Jezrael. Jezabel, ao sabê-lo, pintou os olhos, adornou a cabeça e pôs-se a olhar, à janela.
31
Quando Jeú entrou pela porta, ela disse-lhe: Como vais, Zamri, assassino de seu amo?
32
Jeú levantou os olhos para a janela e disse: Quem está do meu lado? Quem? Dois ou três eunucos (inclinaram-se) e olharam para ele.
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Atirai-a, daí abaixo, disse ele. Jogaram-na, e seu sangue salpicou as paredes e os cavalos; estes esmagaram-na aos pés.
34
Jeú entrou. Depois de ter comido e bebido, disse: Ide ver aquela mulher maldita, e sepultai-a, porque ela é de sangue real.
35
Foram para sepultá-la, mas só encontraram dela o crânio, os pés e as palmas das mãos.
36
Quando voltaram para dizê-lo a Jeú, este disse: Foi justamente este o oráculo que o Senhor pronunciou pela boca de seu servo Elias, o tesbita: no solo de Jesrael os cães devorarão a carne de Jezabel,
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e seu cadáver estará sobre a terra como esterco derramado, de sorte que não se poderá dizer que era ela.

Massacre dos filhos de Acab

10 1 Havia em Samaria setenta filhos de Acab. Jeú escreveu uma carta e mandou-a à Samaria aos magistrados da cidade, aos anciãos e aos preceptores dos filhos de Acab.
2
Dizia na carta: Logo que receberdes esta carta, vós que tendes convosco os filhos de vosso soberano, como também carros, cavalos, uma cidade fortificada e armas,
3
escolhei o melhor e o mais qualificado dos filhos de vosso soberano e ponde-o no trono de seu pai. Em seguida, começai a luta pela casa de vosso soberano.
4
Eles, porém, muito atemorizados, disseram: Dois reis não o puderam enfrentar; como poderíamos nós resistir-lhe?
5
O prefeito do palácio, o comandante da cidade, os anciãos e os preceptores dos filhos de Acab mandaram a Jeú a resposta seguinte: Nós somos teus servos. Faremos tudo o que nos disseres; não elegeremos rei sobre nós. Faze como melhor te parecer.
6
Escreveu-lhes Jeú uma segunda carta, na qual dizia: Se estais do meu lado, se quereis obedecer às minhas ordens, tomai as cabeças dos filhos de vosso soberano e trazei-mas amanhã, a esta hora, a Jezrael. Os filhos do rei, que eram em número de setenta, encontravam-se na casa dos grandes da cidade, que os educavam.
7
Logo que lhes chegou a carta de Jeú, tomaram os setenta príncipes e massacraram-nos. Puseram em seguida as suas cabeças em cestos e mandaram-nas a Jeú, em Jezrael.
8
Um mensageiro viera anunciar que tinham trazido as cabeças dos filhos do rei. Jeú disse: Metei-as em dois montes, à porta da cidade, até amanhã cedo.
9
Chegando a manhã, saiu e, diante de todo o povo, disse: Vós sois justos. Eu conspirei contra o meu soberano e o matei. Mas, estes aqui, quem os feriu?
10
Ficai, pois, sabendo que não se perde nenhuma das palavras pronunciadas pelo Senhor contra a casa de Acab. O Senhor realizou o que ele havia predito pelo seu servo Elias.
11
Jeú feriu também todos os que restavam da casa de Acab em Jezrael, todos os seus principais oficiais, seus servos e seus sacerdotes, sem deixar sobreviver um sequer dentre eles.
12
Depois encaminhou-se para a Samaria. Chegando a Bet-Equed-Haroim, que está junto do caminho,
13
encontrou os irmãos de Ocozias, rei de Judá, e perguntou-lhes: Quem sois vós? Nós somos irmãos de Ocozias, responderam eles. Descemos para fazer uma visita aos filhos do rei e aos filhos da rainha.
14
Jeú ordenou: Tomai-os vivos! Tomaram-nos vivos e massacraram-nos junto da cisterna de Bet-Equed. De quarenta e dois que eram, Jeú não deixou sobreviver sequer um.
15
Deixando aquele lugar, Jeú encontrou Jonadab, filho de Recab, que vinha ao seu encontro. E saudou-o, dizendo: Teu coração é leal para comigo, como o é o meu para contigo? Sim, respondeu Jonadab. Então, dá-me tua mão. Ele deu-lha e Jeú fê-lo montar no seu carro junto dele.
16
Disse-lhe: Vem comigo: verás o zelo que tenho pelo Senhor.
17
E levou-o em seu carro. Tendo entrado em Samaria, exterminou todos os que restavam da casa de Acab. E destruiu-a completamente, como o Senhor tinha dito a Elias.

Massacre dos adoradores de Baal

18 Jeú convocou todo o povo, e dirigiu-lhe a palavra nestes termos: Acab serviu um pouco a Baal: Jeú o servirá muito mais.
19
Convocai junto de mim todos os profetas de Baal, todos os seus fiéis, todos os seus sacerdotes. Não falte um só deles, pois quero oferecer a Baal um grande sacrifício. Todo aquele que faltar, perderá a vida. Mas isso era simplesmente um laço, para destruir todos os adoradores de Baal.
20
Depois dessa publicação, Jeú deu esta ordem: Publicai uma assembléia solene em honra de Baal.
21
Depois mandou mensageiros por todo o Israel para chamá-los e os adoradores de Baal compareceram todos; não faltou nenhum. Reuniram-se no templo de Baal, que ficou cheio de uma extremidade à outra.
22
Jeú disse ao guarda do vestiário: Dá vestes a todos os adoradores de Baal. O guarda distribuiu vestes a todos eles.
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Jeú entrou no templo com Jonadab, filho de Recab, e disse aos adoradores de Baal: Vede bem que não haja convosco nenhum dos que servem ao Senhor, mas somente os adoradores de Baal.
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Eles entraram, pois, para oferecer sacrifícios e holocaustos. Ora, Jeú postara oitenta homens do lado de fora, e dissera-lhes: Aquele dentre vós que deixar escapar um só destes homens que entrego nas vossas mãos, responderá com a própria vida pela do outro.
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Terminados os holocaustos, ordenou Jeú aos guardas e aos oficiais: Entrai e feri-os! Não deixeis escapar nenhum deles! E assim caíram todos ao fio da espada. Depois disso, os guardas e oficiais lançaram fora (os cadáveres), entraram no santuário do templo de Baal,
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tiraram dali o ídolo e o queimaram.
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Derrubaram a estela de Baal e demoliram o templo, transformando-o em privadas, que ainda hoje existem.
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Foi assim que Jeú exterminou Baal de Israel.
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Todavia, não se desviou dos pecados de Joroboão, filho de Nabat, que levara Israel ao pecado, pois deixou subsistir os bezerros de ouro de Betel e de Dã.
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O Senhor disse-lhe: Pois que fizeste o que é agradável aos meus olhos, tratando a casa de Acab como eu o queria, teus filhos ocuparão o trono de Israel durante quatro gerações.
31
Entretanto, Jeú não se aplicou a seguir, de todo o coração, a lei do Senhor, Deus de Israel. Não se desviou dos pecados que Jeroboão levara a cometer Israel.
32
Por aquele tempo, o Senhor começou a diminuir o território de Israel. Hazael derrotou-o em toda a fronteira,
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desde o Jordão até o oriente. Submeteu toda a terra de Galaad, os gaditas, os rubenitas e os manasseítas, desde Aroer, que estava sobre a torrente do Arnon, isto é, a terra de Galaad e Basã.
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O resto da história de Jeú, tudo o que ele fez, todos os seus feitos, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
35
Jeú adormeceu com seus pais e foi sepultado em Samaria. Seu filho Joacaz sucedeu-lhe no trono.
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Jeú reinou vinte e oito anos em Samaria.

Atalia, rainha de Judá (841-835)

11 1 Quando Atalia, mãe de Ocozias, viu morto o seu filho, decidiu exterminar toda a descendência real.
2
Josebá, porém, filha do rei Jorão e irmã de Ocozias, tomou Joás, filho de Ocozias, e fê-lo escapar do massacre dos filhos do rei, escondendo-o com sua ama de leite no quarto de dormir. Esconderam-no assim, de Atalia, de maneira que pôde escapar à morte.
3
Ele esteve seis anos oculto com Josebá no templo do Senhor, enquanto Atalia reinava sobre a terra.
4
No sétimo ano, Jojada convocou junto de si, no templo do Senhor, os centuriões dos cários e dos cursores. Fez com eles um pacto, e, depois de tê-los feito jurar no templo do Senhor, mostrou-lhes o filho do rei.

Conspiração de Jojada

5 Eis o que haveis de fazer, ordenou-lhes ele: um terço dentre vós fará o serviço do sábado, montando guarda ao palácio real; um terço guardará a porta de Sur;
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e um terço a porta que está por detrás dos guardas. Vigiai o palácio, de modo que ninguém possa entrar.
7
As duas companhias que terminarem sua semana, farão a guarda do templo do Senhor, junto do rei.
8
Estareis, de mãos armadas, à volta do rei, de maneira que, se alguém entrar em vossas fileiras, seja morto. Estareis sempre com o rei, onde quer que ele for.


9 Os centuriões executaram fielmente as ordens do sacerdote Jojada. Tomando cada um os seus homens, tanto os que começavam o serviço no sábado, como os que o terminavam, foram ter com o sacerdote Jojada.
10
Jojada deu-lhes as lanças e os escudos do rei Davi, que se encontravam no templo do Senhor.
11
Os guardas postaram-se, de mãos armadas, ao longo do altar e do templo, desde a extremidade sul até a extremidade norte do templo, à volta do rei.
12
Então Jojada fez sair o menino-rei, pôs-lhe a coroa na cabeça e entregou-lhe a Lei. Proclamaram-no rei, ungiram-no e todos o aplaudiram, gritando: Viva o rei!
13
Ouvindo Atalia o clamor que faziam os guardas e o povo, entrou no templo do Senhor, pelo meio da multidão.
14
E eis que espetáculo se ofereceu aos seus olhos: lá estava o rei, de pé no estrado, segundo o costume, tendo ao seu lado os chefes e as trombetas, enquanto o povo se alegrava, tocando as trombetas. Então ela rasgou as suas vestes, gritando: Traição, traição!
15
Mas o sacerdote Jojada ordenou aos centuriões que comandavam as tropas: Levai-a para fora, entre vossas fileiras, e se alguém quiser segui-la, feri-o com a espada. Porque o pontífice proibira que a matassem no templo do Senhor.
16
Lançaram-lhe as mãos e, ao chegarem ao palácio real pelo caminho da entrada dos cavalos, mataram-na ali.
17
Jojada fez entre o Senhor, o rei e o povo, uma aliança, segundo a qual o povo devia pertencer ao Senhor. Fez também uma aliança entre o rei e o povo.
18
Todo o povo entrou então no templo de Baal e o devastou; destruíram os altares, as imagens, e mataram o sacerdote de Baal, Matã, diante dos altares. O pontífice Jojada pôs guardas no templo do Senhor.


19 Tomou consigo os centuriões, os caritas, os guardas e todo o povo, e, levando o rei do templo do Senhor, entraram no palácio real pela porta das guardas, e Joás sentou-se no trono dos reis.


20 Todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz. No palácio real, porém, Atalia era passada ao fio da espada.

Joás, rei de Judá (835-796)

12 1 Joás tinha sete anos quando subiu ao trono. Começou a reinar no sétimo ano de Jeú e reinou durante quarenta anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Sébia, e era natural de Bersabéia.
2
Joás fez o que era bom aos olhos do Senhor, durante todo o tempo em que esteve sob a direção do sacerdote Jojada.
3
Todavia, não destruiu os lugares altos, e ali o povo continuava sacrificando e queimando incenso.

Reparação do templo

4 Joás disse aos sacerdotes: Todo o dinheiro consagrado, que for trazido ao templo do Senhor, assim como o dinheiro que for entregue por todo israelita recenseado, e o que provir do resgate das pessoas, após avaliação, como também os dons espontâneos oferecidos ao templo do Senhor,
5
recebam-no os sacerdotes, cada um receba-o dos seus clientes, e empreguem-no na reparação do edifício, onde quer que se encontre qualquer estrago.
6
Ora, no vigésimo terceiro ano do reinado de Joás, os sacerdotes não tinham ainda feito restauração alguma no templo.
7
O rei chamou o sacerdote Jojada e os outros sacerdotes, e disse-lhes: Por que não fazeis vós a reparação do templo? Doravante não recebereis mais o dinheiro de vossos clientes, mas o entregareis para os reparos do templo.
8
Os sacerdotes consentiram em não mais receber o dinheiro do povo, e declinaram do cargo das reparações do edifício.
9
O sacerdote Jojada tomou um cofre, fez-lhe um buraco na tampa e colocou-o junto do altar, à direita da entrada do templo do Senhor. Os sacerdotes que guardavam a entrada do templo ali depositavam todo o dinheiro que era levado ao templo do Senhor.
10
Quando viam que havia muito dinheiro no cofre, vinha um escriba do rei com o sumo sacerdote, que recolhia e contava todo o dinheiro que se encontrava no templo do Senhor.
11
E uma vez pesado o dinheiro, era o mesmo entregue nas mãos dos que presidiam as obras do templo do Senhor. Estes empregavam-no pagando os carpinteiros e operários que trabalhavam nas reparações,
12
os pedreiros e canteiros, comprando a madeira e as pedras de cantaria necessárias às reparações, e cobrindo todas as despesas decorrentes dos trabalhos.
13
Não se faziam, porém, com esse dinheiro que era trazido ao templo do Senhor, taças, nem facas, nem bacias, nem trombetas, nem utensílio algum de ouro ou de prata;
14
mas era dado aos empreiteiros, que o empregavam nas reparações do templo do Senhor.
15
Não se pediam contas àqueles que recebiam o dinheiro destinado à paga dos operários, porque eram homens honestos.
16
Quanto ao dinheiro dos sacrifícios pelos delitos ou pelos pecados, não era levado à casa do Senhor, mas era dos sacerdotes.

Compromisso com Hazael

17 Naquele tempo, Hazael, rei da Síria, sitiou Get e apoderou-se dela. Depois foi atacar Jerusalém.
18
Joás, porém, rei de Judá, tomando os objetos sagrados oferecidos pelos seus pais, Josafá, Jorão e Ocozias, reis de Judá, e os que ele mesmo tinha oferecido, assim como todo o ouro que se achava nas reservas do templo do Senhor e do palácio real, mandou tudo isso a Hazael, rei da Síria, o qual desistiu de sua campanha contra Jerusalém.

Morte de Joãs

19 O resto da história de Joás, seus atos e seus grandes feitos, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Judá.
20
Seus servos levantaram-se, fizeram uma conspiração e assassinaram o rei em Bet-Milo, no declive de Sela.
21
Josacar, filho de Semaat, e Josabad, filho de Somer, seus criados, feriram-no, e ele morreu. Joás foi sepultado com seus pais na cidade de Davi. Seu filho Amasias sucedeu-lhe no trono.

Joacaz, rei de Israel (813-797)

13 1 No vigésimo terceiro ano do reinado de Joás, filho de Ocozias, rei de Judá, Joacaz, filho de Jeú, tornou-se rei de Israel em Samaria. Seu reinado durou dezessete anos.
2
Fez o mal aos olhos do Senhor, imitando os pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel; e não se desviou deles.
3
Por isso a cólera do Senhor acendeu-se contra Israel, e ele entregou-o nas mãos de Hazael, rei da Síria, e de Ben-Hadad, filho de Hazael, durante todo esse período.
4
Mas Joacaz rogou ao Senhor; e o Senhor, vendo como os filhos de Israel eram oprimidos pelo rei da Síria, ouviu-o,
5
e mandou aos israelitas um libertador. Libertados do poder do rei da Síria, puderam de novo habitar nas suas tendas.
6
Entretanto, não se apartaram dos pecados aos quais a casa de Jeroboão arrastara Israel, mas continuaram a cometê-los. E até mesmo o ídolo de asserá ficou de pé em Samaria.
7
Com efeito, o Senhor só deixou a Joacaz, como exército, cinqüenta cavaleiros, dez carros e dez mil soldados de infantaria; o rei da Síria lhe tinha aniquilado o resto e reduzido ao estado de pó, que se calça aos pés.
8
O resto da história de Joacaz, seus atos e grandes feitos, tudo está consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
9
Joacaz adormeceu com seus pais e foi sepultado em Samaria. Joás, seu filho, sucedeu-lhe no trono.

Joás, rei de Israel (797-782)

10 No trigésimo sétimo ano do reinado de Joás, rei de Judá, Joás, filho de Joacaz, tornou-se rei de Israel em Samaria. Seu reino durou dezesseis anos.
11
Fez o mal aos olhos do Senhor, e não se afastou dos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel, mas continuou a cometê-los.
12
O resto da história de Joás, seus atos e grandes feitos, a guerra que ele fez a Amasias, rei de Judá, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
13
Joás adormeceu com seus pais e Jeroboão sucedeu-lhe no trono. Joás foi sepultado em Samaria com os reis de Israel.

Morte de Eliseu

14 Eliseu fora atingido pela enfermidade de que devia morrer. Joás, rei de Israel, desceu para visitá-lo. (Inclinado) sobre o rosto do profeta, disse-lhe, chorando: Meu pai! Meu pai! Carro e cavalaria de Israel!
15
Eliseu disse-lhe: Traze-me um arco e flechas. Joás trouxe-lhe um arco e flechas.
16
Põe a tua mão no arco. Tendo-o ele feito, Eliseu pôs suas mãos nas do rei,
17
dizendo: Abre a janela do lado do oriente. Joás abriu-a. Lança uma flecha, disse Eliseu. Ele lançou. Flecha de vitória para o Senhor, disse o profeta; flecha de vitória contra os sírios. Baterás os sírios em Afec até exterminá-los.
18
E ajuntou: Toma as flechas. Joás tomou-as. Fere a terra. O rei desfechou três golpes e parou.
19
O homem de Deus encolerizou-se contra ele, e disse: Seria preciso dar cinco ou seis golpes. Terias então batido os sírios até exterminá-los. Agora, porém, só os baterás três vezes!
20
Eliseu morreu e foi sepultado. Guerrilheiros moabitas faziam cada ano incursões na terra.
21
Ora, aconteceu que um grupo de pessoas, estando a enterrar um homem, viu uma turma desses guerrilheiros e jogou o cadáver no túmulo de Eliseu. O morto, ao tocar os ossos de Eliseu, voltou à vida, e pôs-se de pé.

Vitórias de Joás

22 Hazael, rei da Síria, tinha oprimido os filhos de Israel durante toda a vida de Joacaz.
23
Mas o Senhor compadeceu-se deles e usou de misericórdia para com eles; e deu-lhes de novo a sua graça, por causa de sua aliança com Abraão, Isaac e Jacó. O Senhor não os quis aniquilar, nem rejeitá-los de sua face.
24
Hazael, rei da Síria, morreu, e seu filho Ben-Hadad sucedeu-lhe no trono.
25
Joás, filho de Joacaz, retomou das mãos de Ben-Hadad, filho de Hazael, as cidades que este havia arrebatado ao seu pai. Joás bateu-o três vezes, e reconquistou as cidades de Israel.

Amasias, rei de Judá (796-767)

14 1 No segundo ano do reinado de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel, Amasias, filho de Joás, rei de Judá, tornou-se rei.
2
Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou durante vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Joadã, e era natural de Jerusalém.
3
Fez o que é bom aos olhos do Senhor; mas não tanto como o seu antepassado Davi. Seguiu todas as pisadas de seu pai Joás.
4
Os lugares altos, porém, não desapareceram, e o povo continuava sacrificando e oferecendo incenso nos mesmos.
5
Logo que se firmou o seu reinado, mandou matar todos os seus servos que tinham assassinado o rei, seu pai.
6
Mas não matou os filhos dos assassinos, conforme está escrito no livro da lei de Moisés, onde o Senhor deu este mandamento: Não morrerão os pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada um morrerá pelo seu próprio pecado.
7
Amasias derrotou os edomitas no vale do Sal, matando-lhes dez mil homens. Tomou de assalto a cidade de Sela, e deu-lhe o nome de Jecteel, nome que conserva até o dia de hoje.
8
Amasias mandou mensageiros a Joás, filho de Joacaz, filho de Jeú, rei de Israel, para dizer-lhe: Vem, e nos veremos face a face!
9
Joás, rei de Israel, respondeu a Amasias, rei de Judá: O espinho do Líbano mandou dizer ao cedro do Líbano: Dá a tua filha por mulher ao meu filho. Mas os animais selvagens do Líbano passaram e esmagaram o espinho.
10
Porque bateste os edomitas, o teu coração inchou-se de orgulho. Contenta-te com essa glória e fica em tua casa. Por que queres ir ao encontro do mal, e arriscar perder-te, tu, e Judá contigo?
11
Mas Amasias de nada quis saber. Então o rei de Israel pôs-se a caminho, e encontraram-se ele e Amasias, rei de Judá, em Betsames, cidade de Judá.
12
Judá foi derrotado por Israel e cada um fugiu para a sua tenda.
13
Joás, rei de Israel, capturou em Betsames Amasias, rei de Judá, filho de Joás, filho de Ocozias. Foi a Jerusalém e abriu uma brecha de quatrocentos côvados nos muros da cidade, desde a porta de Efraim até a porta do ângulo.
14
Tomou todo o ouro e prata, e todos os utensílios que se encontravam no templo do Senhor e nas reservas do palácio real, e voltou para Samaria, levando reféns consigo.
15
O resto da história de Joás, seus atos e grandes feitos, a guerra que fez a Amasias, rei de Judá, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
16
Joás adormeceu com seus pais e foi sepultado em Samaria com os reis de Israel. Seu filho Jeroboão sucedeu-lhe no trono.
17
Amasias, filho de Joás, rei de Judá, viveu ainda quinze anos depois da morte de Joás, filho de Joacaz, rei de Israel.
18
O resto da história de Amasias está consignado no livro das Crônicas dos reis de Judá.
19
Tendo sido tramada contra ele uma conspiração em Jerusalém, Amasias fugiu para Laquis. Mas perseguiram-no até ali e ele foi morto.
20
Transportaram depois o seu corpo a Jerusalém, em cima de cavalos, e sepultaram-no com seus pais na cidade de Davi.
21
Então todo o povo de Judá tomou Azarias, que tinha a idade de dezesseis anos, e pô-lo como rei em lugar de seu pai Amasias.
22
Ele reconstruiu Elat e restituiu-a ao domínio de Judá, depois que o rei adormecera com seus pais.

Jeroboão II, rei de Israel (782-753)

23 No décimo quinto ano do reinado de Amasias, filho de Joás, rei de Judá, Jeroboão, filho de Joás, tornou-se rei de Israel, em Samaria.
24
Seu reino durou quarenta e um anos. Fez o mal aos olhos do Senhor, e não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel.
25
Restabeleceu as fronteiras de Israel desde a entrada de Emat até o mar da Planície, conforme tinha o Senhor anunciado pela boca de seu servo Jonas, filho de Amati, que era natural de Get-Hefer.
26
O Senhor vira, com efeito, a amargosíssima aflição de Israel, que a todos tinha consumido, pequenos e grandes, e não havia ninguém para socorrer Israel.
27
O Senhor não tinha ainda resolvido apagar o nome de Israel de sob os céus, e por isso libertou-o pelas mãos de Jeroboão, filho de Joás.
28
O resto da história de Jeroboão, seus atos e façanhas guerreiras, o modo como reconquistou Damasco e Emat de Judá para Israel, tudo isso se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
29
Jeroboão adormeceu com seus pais, os reis de Israel. Seu filho Zacarias sucedeu-lhe no trono.

Azarias (Ozias), rei de Judá (767-739)

15 1 No vigésimo sétimo ano de Jeroboão, rei de Israel, Azarias, filho de Amasias, rei de Judá, tornou-se rei.
2
Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou durante cinqüenta e dois anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Jequelia, e era natural de Jerusalém.
3
Fez o que era bom aos olhos do Senhor, seguindo fielmente as pisadas de seu pai Amasias.
4
Todavia, os lugares altos não desapareceram. O povo continuava sacrificando e oferecendo perfumes nos mesmos.
5
O Senhor feriu de lepra o rei, e ele ficou leproso até o dia de sua morte, vivendo numa casa afastada. Joatão, filho do rei, administrava o palácio e governava a terra.
6
O resto da história de Azarias, seus atos e grandes feitos, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Judá.
7
Azarias adormeceu com seus pais e foi sepultado com eles na cidade de Davi. Seu filho, Joatão, sucedeu-lhe no trono.

Zacarias e Selum, reis de Israel (753-752)

8 No trigésimo oitavo ano do reinado de Azarias, rei de Judá, Zacarias, filho de Jeroboão, tornou-se rei de Israel em Samaria. Seu reinado durou seis meses.
9
Fez o mal aos olhos do Senhor, como tinham feito seus pais, e não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel.
10
Selum, filho de Jabes, conspirou contra ele e assassinou-o à vista do povo, sucedendo-lhe no trono.
11
O resto da história de Zacarias acha-se consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
12
Assim se cumpria o que o Senhor dissera a Jeú: Teus descendentes ocuparão o trono de Israel durante quatro gerações. E realmente assim sucedeu.
13
No trigésimo nono ano do reinado de Ozias, rei de Judá, Selum, filho de Jabes, tornou-se rei em Samaria. Seu reinado durou um mês.
14
Manaém, filho de Gadi, subiu de Tersa, foi à Samaria, e assassinou Selum, filho de Jabes, sucedendo-lhe no trono.
15
O resto da história de Selum e a conspiração que tramou, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.

Manaém, rei de Israel (752-741)

16 Manaém, que subira de Tersa, devastou Tapsa e seu território, e matou todos os seus habitantes, porque não lhe tinham franqueado as portas; arrasou a cidade e rasgou pelo meio o ventre de todas as mulheres grávidas.
17
No trigésimo nono ano do reinado de Azarias, rei de Judá, Manaém, filho de Gadi, tornou-se rei de Israel em Samaria. Seu reino durou dez anos.
18
Fez o mal aos olhos do Senhor, e não se afastou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel.
19
Ful, rei da Assíria, veio então contra Israel. Manaém deu-lhe mil talentos de prata para que o ajudasse a consolidar seu poder.
20
Manaém requereu essa contribuição para o rei da Assíria de todos os grandes proprietários de Israel, à razão de cinqüenta siclos de prata por pessoa. Então o rei da Assíria retirou-se sem demora da terra.
21
O resto da história de Manaém, seus atos e grandes feitos, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
22
Manaém adormeceu com seus pais, e seu filho, Pecaia, sucedeu-lhe no trono.

Pecaia, rei de Israel (741-740)

23 No qüinquagésimo ano do reinado de Azarias, rei de Judá, Pecaia, filho de Manaém, tornou-se rei de Israel em Samaria. Seu reinado durou dois anos.
24
Fez o mal aos olhos do Senhor, e não se apartou dos pecados de Joroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel.
25
Pecá, filho de Romelia, um de seus oficiais, conspirou contra ele e assassinou-o em Samaria na torre do palácio real, juntamente com Argob e Arié, tendo com ele cinqüenta galaaditas. Matou-o e ficou reinando em seu lugar.
26
O resto da história de Pecaia, seus atos e grandes feitos, tudo se acha, consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.

Pecá, rei de Israel (740-731)

27 No qüinquagésimo segundo ano do reinado de Azaria, rei de Judá, Pecá, filho de Romelia, tornou-se rei de Israel em Samaria.
28
Fez o mal aos olhos do Senhor, e não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fizera pecar Israel.
29
No tempo de Pecá, rei de Israel, Teglat-Falasar, rei da Assíria, veio e apoderou-se de Ajon, tomando também Abel-Bet-Macaa, Janoé, Cedes, Asor, Galaad, Galiléia e toda a terra de Neftali, e deportou todos os seus habitantes para a Assíria.
30
Oséias, filho de Ela, conspirou contra Pecá, filho de Romelia, e assassinou-o, sucedendo-lhe no trono, no vigésimo ano do reinado de Joatão, filho de Ozias.
31
O resto da história de Pecá, seus atos e grandes feitos, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.

Joatão, rei de Judá (739-733)

32 No segundo ano do reinado de Pecá, filho de Romelia, rei de Israel, Joatão, filho de Ozias, rei de Judá, tornou-se rei.
33
Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Jerusa, filha de Sadoc.
34
Ele fez o que era bom aos olhos do Senhor e seguiu em tudo as pisadas de seu pai Ozias.
35
Todavia, não desapareceram os lugares altos. O povo continuava sacrificando e queimando incenso ali. Joatão edificou a porta superior do templo do Senhor.
36
O resto da história de Joatão, seus atos e grandes feitos, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Judá.
37
Foi nesse tempo que o Senhor começou a excitar contra Judá o rei da Síria, Rasin, e Pecá, filho de Romelia.
38
Joatão adormeceu com seus pais e foi sepultado com eles na cidade de Davi, seu pai. Seu filho Acaz sucedeu-lhe no trono.


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