1 der Könige (BAV) 14

14 1 Por aquele tempo, Abias, filho de Jeroboão, caiu doente. Jeroboão disse à sua mulher:
2
Disfarça-te, para que não conheçam que és minha mulher, e vai a Silo, onde está o profeta Aías, o qual me predisse que eu reinaria sobre este povo.
3
Toma contigo dez pães, bolos e um pote de mel, e vai ter com ele. Ele te dirá o que vai acontecer com o menino.
4
Assim fez a mulher de Jeroboão: pôs-se a caminho para Silo, e foi à casa de Aías. Este já não podia ver, porque a velhice lhe tinha obscurecido os olhos.
5
Mas o Senhor disse-lhe: Eis que aí vem a mulher de Jeroboão para consultar-te a respeito de seu filho doente. Dir-lhe-ás isto e isto. Ao chegar, ela se fará passar por outra.
6
Ouvindo o ruído dos seus passos, ao entrar pela porta, Aías disse-lhe: Entra, mulher de Jeroboão; por que te queres fazer passar por outra? Tenho uma triste mensagem para ti.
7
Vai e dize a Jeroboão: Eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: Elevei-te do meio do povo, para fazer de ti o príncipe de meu povo de Israel.
8
Dividi o reino da casa de Davi para dar-te uma parte. Tu, porém, não seguiste o exemplo de meu servo Davi, que guardava os meus mandamentos e me seguia de todo o seu coração, fazendo sempre o que me era agradável.
9
Fizeste maiores males que todos os que te precederam, e chegaste até a fazer para ti deuses estranhos e figuras fundidas, provocando a minha ira; lançaste-me para trás das costas!
10
Por isso farei vir males maiores sobre a casa de Jeroboão; exterminarei de Israel toda a sua família, até o último dos varões, escravo ou livre; varrerei a casa de Jeroboão como se varre o lixo, até que não fique mais nada.
11
Todo membro da casa de Jeroboão que morrer na cidade será devorado pelos cães; e os que morrerem no campo serão comidos pelas aves do céu. É o Senhor quem o diz.
12
Volta, pois, para a tua casa. Logo que puseres os pés na cidade, o menino morrerá.
13
Todo o Israel o chorará e o sepultará, porque este será o único da família de Jeroboão que terá uma sepultura, visto ter sido o único desta família em quem o Senhor, Deus de Israel, encontrou algo de bom.
14
O Senhor suscitará em Israel um rei que exterminará a casa de Jeroboão. Mas que digo? Isto já acontece!
15
O Senhor vai ferir Israel. Como o caniço é levado pelas águas, assim o Senhor os tirará dessa boa terra que ele deu aos seus pais e os dispersará para além do Eufrates, porque fabricaram para si ídolos que provocam a cólera do Senhor.
16
O Senhor abandonará Israel, por causa dos pecados de Jeroboão, que pecou e arrastou também Israel ao seu pecado.
17
A mulher de Jeroboão levantou-se e partiu. Ao entrar em Tersa, no momento em que entrava pela porta da casa, o menino morreu.
18
Sepultaram-no e todo o Israel o pranteou, assim como o Senhor o predisse pelo seu servo, o profeta Aías.
19
O resto das ações de Jeroboão, a história de suas campanhas e de seu governo, tudo isto está consignado no livro das crônicas dos reis de Israel.
20
O seu reinado durou vinte e dois anos. Depois disso, adormeceu com seus pais, e seu filho Nadab sucedeu-lhe no trono.

Reinado de Roboão de Judá

21 Roboão, filho de Salomão, reinou sobre Judá. Tinha quarenta e um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o Senhor escolheu entre todas as tribos de Israel para ali estabelecer o seu nome. Sua mãe chamava-se Naama, a amonita.
22
O povo de Judá fez o mal diante do Senhor, e com os seus pecados excitaram-lhe o zelo mais do que tinham feito os seus pais.
23
Edificaram para si lugares altos, estelas e ídolos asserás sobre todas as colinas e debaixo de tudo que fosse árvore verde.
24
Até prostitutas (sagradas) houve na terra. Imitaram todas as abominações dos povos que o Senhor tinha expulsado de diante dos israelitas.
25
No quinto ano do reinado de Roboão, Sesac, rei do Egito, atacou Jerusalém
26
e tomou os tesouros do templo do Senhor, os do palácio real, roubou tudo, até mesmo os escudos de ouro que Salomão tinha mandado fazer.
27
Em sua substituição, o rei Roboão mandou fazer escudos de bronze, e os entregou aos chefes da guarda da porta do palácio real.
28
Cada vez que o rei se dirigia ao templo do Senhor, os guardas levavam esses escudos; depois tornavam a colocá-los no corpo da guarda.
29
O resto da história de Roboão e seus atos, tudo está consignado no livro das Crônicas dos reis de Judá.
30
Jeroboão e Roboão estiveram continuamente em hostilidades.
31
Roboão adormeceu com os seus pais e foi sepultado com eles na cidade de Davi. Sua mãe chamava-se Naama, a amonita. Seu filho Abião sucedeu-lhe no trono.

Abião, rei de Judá

15 1 No décimo oitavo ano do reinado de Jeroboão, filho de Nabat, Abião tornou-se rei de Judá.
2
Reinou três anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Maaca, filha de Absalão.
3
Abião entregou-se a todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele. Seu coração não era inteiramente fiel ao Senhor, como o de seu pai Davi.
4
Todavia, o Senhor, seu Deus, em atenção a Davi, conservou-lhe uma lâmpada em Jerusalém: deu-lhe um filho que lhe sucedeu, e deixou subsistir Jerusalém.
5
Porque Davi tinha feito o que era reto aos olhos do Senhor, e não se tinha jamais desviado em toda a sua vida de um só dos mandamentos que recebera, exceto o que se passou com Urias, o hiteu.
6
Houve hostilidades contínuas entre Roboão e Jeroboão durante toda a sua vida.
7
O resto da história de Abião e seus atos, tudo se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Judá. Abião e Jeroboão guerrearam também entre si.
8
Depois disso, Abião adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi. Seu filho Asa sucedeu-lhe no trono.

Asa, rei de Judá (911-870)

9 No vigésimo ano de Jeroboão, rei de Israel, Asa tornou-se rei de Judá, e reinou quarenta e um anos em Jerusalém.
10
Sua mãe chamava-se Maaca, filha de Absalão.
11
Asa fez o que é reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai.
12
Expulsou da terra as prostitutas (sagradas) e acabou com todos os ídolos que seus pais tinham feito.
13
Além disso, destituiu da dignidade de rainha sua própria mãe Maaca, por ter feito essa vergonha de asserá. Asa despedaçou esse ídolo e queimou-o no vale de Cedron.
14
Embora não tenham desaparecido os lugares altos, o coração de Asa foi inteiramente devotado ao Senhor durante toda a sua vida.
15
Pôs no templo do Senhor todos os objetos consagrados por seu pai e por ele mesmo, a prata, o ouro e os utensílios.
16
Asa e Baasa, rei de Israel, guerrearam-se mutuamente durante toda a sua vida.
17
Baasa, rei de Israel, atacou Judá e fortificou Ramá, a fim de bloquear todas as suas comunicações com Asa, rei de Judá.
18
Asa, porém, tomando toda a prata e o ouro que restavam nas reservas do templo do Senhor e do palácio real, pô-los nas mãos de seus servos que enviou a Ben-Hadad, filho de Tabremon, filho de Hezion, rei da Síria, que residia em Damasco, com esta mensagem:
19
Façamos aliança, assim como foram aliados o teu pai e o meu. Mando-te um presente de prata e ouro, e peço-te que rompas tua aliança com Baasa, rei de Israel, para que ele cesse de me importunar.
20
Ben-Hadad acedeu ao desejo do rei Asa; mandou seus generais contra as cidades de Israel, e devastou Aion, Dã, Abel, Bet-Maaca, todo o Cenerot com a terra de Neftali.
21
Ao saber disso, Baasa abandonou a fortificação de Ramá e retirou-se para Tersa.
22
Então o rei Asa convocou toda a tribo de Judá, sem exceção de ninguém, para tirar as pedras e a madeira de que Baasa se tinha servido para as fortificações de Ramá. Com esse material, Asa fortificou Gabaa de Benjamim e Masfa.
23
O resto da história de Asa, seus grandes feitos, seus atos e as cidades que construiu, tudo isso se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Judá. Com a velhice sobreveio-lhe a gota nos pés.
24
Adormeceu com seus pais e foi sepultado com eles na cidade de Davi, seu pai. Seu filho Josafá sucedeu-lhe no trono.

Nadab, rei de Israel (910-908)

25 No segundo ano de Asa, rei de Judá, Nadab, filho de Jeroboão, tornou-se rei de Israel. Reinou dois anos em Israel.
26
Ele fez o mal aos olhos do Senhor, imitou o seu pai, entregando-se ao pecado ao qual Jeroboão havia arrastado Israel.
27
Baasa, filho de Aías, da casa de Issacar, conspirou contra ele, e assassinou-o diante de Gebeton dos filisteus, no tempo em que Nadab e todo o Israel sitiavam essa cidade.
28
Baasa, no terceiro ano de Asa, rei de Judá, cometeu esse crime e sucedeu-lhe no trono.
29
Logo que subiu ao trono, exterminou toda a casa de Jeroboão, não deixando alma viva. Exterminou-os completamente, como havia predito o Senhor pelo seu servo Aías, de Silo,
30
por causa dos pecados que Jeroboão cometeu e levou Israel a cometer, provocando assim a cólera do Senhor, Deus de Israel.
31
O resto da história de Nadab e suas ações, tudo está consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
32
Asa e Baasa, rei de Israel, guerrearam-se mutuamente durante todo o tempo de sua vida.

Baasa, rei de Israel (908-885)

33 No terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de Aías, tornou-se rei de Israel. Residia em Tersa, e reinou vinte e quatro anos.
34
Baasa fez o mal diante do Senhor; andou no caminho de Jeroboão, e entregou-se ao pecado ao qual Jeroboão arrastara Israel.


16 1 A palavra do Senhor foi dirigida a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa, nestes termos:
2
Levantei-te do pó e estabeleci-te príncipe do meu povo de Israel; tu, porém, andaste pelo caminho de Jeroboão, e levaste meu povo de Israel a cometer pecados que excitam a minha cólera.
3
Por isso vou varrer Baasa e sua casa, e farei da sua casa o que fiz da casa de Jeroboão, filho de Nabat.
4
Todo membro da família de Baasa que morrer na cidade, será comido pelos cães; o que morrer no campo, comê-lo-ão as aves do céu.
5
O resto da história de Baasa, suas ações e seus grandes feitos, tudo isso se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
6
Baasa adormeceu com seus pais e foi enterrado em Tersa. Seu filho Ela sucedeu-lhe no trono.
7
O oráculo do Senhor, transmitido pelo profeta Jeú, filho de Hanani, fora pronunciado contra Baasa e sua casa, não só por causa de todo o mal que ele tinha feito aos olhos do Senhor, irritando-o com o seu proceder e imitando a casa de Jeroboão, mas também porque Baasa tinha destruído essa casa.

Ela, rei de Israel (885-884)

8 No vigésimo sexto ano de Asa, rei de Judá, Ela, filho de Baasa, tornou-se rei de Israel. Residia em Tersa e reinou dois anos.
9
Seu servo Zambri, que comandava a metade de sua cavalaria, conspirou contra ele. Numa ocasião em que ele bebia e se embriagava em Tersa, na casa de Arsa, intendente de seu palácio nessa cidade,
10
entrou Zambri e o assassinou, sucedendo-lhe no trono, no vigésimo sétimo ano de Asa, rei de Judá.
11
Logo que ficou rei e sentou-se no trono, mandou exterminar toda a casa de Baasa, não deixando vivo nenhum filho varão, nenhum parente, nenhum amigo.
12
Desse modo, exterminou toda a casa de Baasa, assim como o Senhor o predissera contra Baasa pela boca do profeta Jeú.
13
Tal foi o castigo de todos os pecados que Baasa e seu filho Ela tinham cometido e levado Israel a cometer, provocando com o culto dos ídolos a cólera do Senhor, Deus de Israel.
14
resto da história de Ela e suas ações, tudo está consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.

Zambri, rei de Israel (884)

15 No vigésimo sétimo ano de Asa, rei de Judá, Zambri reinou em Tersa durante sete dias. O exército sitiava Gebeton dos filisteus.
16
Quando o exército, que estava acampado ali, ouviu dizer que Zambri tinha conspirado contra o rei e o assassinara, todo o Israel constituiu imediatamente como seu rei o general Amri.
17
Este partiu de Gebeton com todo o Israel e veio sitiar Tersa.
18
Zambri, vendo a cidade tomada, retirou-se para o fortim do palácio real e incendiou o palácio. Morreu assim
19
pelos pecados que tinha cometido, fazendo o mal aos olhos do Senhor, imitando o proceder de Jeroboão e entregando-se ao pecado ao qual Jeroboão arrastara Israel.
20
O resto da história de Zambri e sua conjuração, tudo está consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
21
Então se dividiu o povo de Israel em duas facções: metade era por Tebni, filho de Ginet, e queria fazê-lo rei, e metade por Amri.
22
O partido de Amri prevaleceu contra o de Tebni, filho de Ginet. Tebni morreu, e reinou Amri.

Amri, rei de Israel (884-873)

23 No trigésimo primeiro ano de Asa, rei de Judá, Amri tornou-se rei de Israel e reinou durante doze anos. Depois de ter reinado seis anos em Tersa,
24
comprou o monte de Samaria a Somer por duzentos talentos de prata. Construiu uma cidade nesse monte e chamou-a Samaria, do nome de Somer, a quem pertencera o monte.
25
Amri fez o mal aos olhos do Senhor, mais ainda que todos os seus predecessores.
26
Andou por todo o caminho de Jeroboão, filho de Nabat, e nos pecados com que este fizera pecar Israel, provocando com seus ídolos a cólera do Senhor, Deus de Israel.
27
O resto da história de Amri, suas ações e seus grandes feitos, tudo isso se acha consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.
28
Amri adormeceu com seus pais e foi sepultado em Samaria. Seu filho Acab sucedeu-lhe no trono.

Acab, rei de Israel (873-853)

29 No trigésimo oitavo ano de Asa, rei de Judá, Acab, filho de Amri, tornou-se rei de Israel e reinou vinte e dois anos sobre Israel em Samaria.
30
Acab, filho de Amri, fez o mal aos olhos do Senhor, e mais ainda que todos os seus predecessores.
31
Como se lhe não bastasse o andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, desposou ainda Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e chegou até a render culto a Baal, prostrando-se diante dele.
32
Erigiu um altar a Baal no templo que lhe edificou em Samaria.
33
Acab fez também a asserá, irritando assim o Senhor, Deus de Israel, mais ainda que todos os seus predecessores no trono de Israel.
34
No tempo de Acab, Hiel de Betel reconstruiu Jericó. Lançou-lhe os alicerces ao preço de Abirão, seu primogênito, e pôs-lhe as portas ao preço de Segub, seu último filho, assim como o Senhor o predissera pela boca de Josué, filho de Num.

O profeta Elias

17 1 Elias, o tesbita, um habitante de Galaad, veio dizer a Acab: Pela vida do Senhor, Deus de Israel, a quem sirvo, não haverá nestes anos orvalho nem chuva, senão quando eu o disser.
2
Em seguida, a palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos:
3
Vai-te daqui; retira-te para as bandas do oriente e vai esconder-te na torrente de Carit, que está defronte do Jordão.
4
Beberás da torrente, e ordenei aos corvos que te alimentem.
5
Elias partiu, pois, segundo a palavra do Senhor, e estabeleceu-se junto à torrente de Carit, defronte do Jordão.
6
Os corvos traziam-lhe pão e carne, pela manhã e pela tarde, e ele bebia a água da torrente.

Elias em casa da viúva de Sarepta

7 Passado algum tempo, secou-se a torrente, porque não chovia mais na terra.
8
Então o Senhor disse-lhe:
9
Vai para Sarepta de Sidon e fixa-te ali: ordenei a uma viúva desse lugar que te sustente.


10 Elias pôs-se a caminho para Sarepta. Chegando à porta da cidade, viu uma viúva que ajuntava lenha. Chamou-a e disse-lhe: Por favor, vai buscar-me um pouco de água numa vasilha para que eu beba.
11
E indo ela buscar-lhe a água, gritou-lhe Elias: Traze-me também um pedaço de pão.
12
Pela vida de Deus, respondeu a mulher, não tenho pão cozido: só tenho um punhado de farinha na panela e um pouco de óleo na ânfora; estava justamente apanhando dois pedaços de lenha para preparar esse resto para mim e meu filho, a fim de o comermos, e depois morrermos.
13
Elias replicou: Não temas; volta e faze como disseste; mas prepara-me antes com isso um pãozinho, e traze-mo; depois prepararás o resto para ti e teu filho.
14
Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha que está na panela não se acabará, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra.
15
A mulher foi e fez o que disse Elias. Durante muito tempo ela teve o que comer, e a sua casa, e Elias.
16
A farinha não se acabou na panela nem se esgotou o óleo da ânfora, como o Senhor o tinha dito pela boca de Elias.


17 Algum tempo depois, o filho desta mulher, dona da casa, adoeceu, e seu mal era tão grave que já não respirava.
18
A mulher disse a Elias: Que há entre nós dois, homem de Deus? Vieste, pois, à minha casa para lembrar-me os meus pecados e matar o meu filho?
19
Dá-me o teu filho, respondeu-lhe Elias. Ele tomou-o dos braços de sua mãe e levou-o ao quarto de cima onde dormia e deitou-o em seu leito.
20
Em seguida, orou ao Senhor, dizendo: Senhor, meu Deus, até a uma viúva, que me hospeda, quereis afligir, matando-lhe o filho?
21
Estendeu-se em seguida sobre o menino por três vezes, invocando de novo o Senhor: Senhor, meu Deus, rogo-vos que a alma deste menino volte a ele.
22
O Senhor ouviu a oração de Elias: a alma do menino voltou a ele, e ele recuperou a vida.
23
Elias tomou o menino, desceu do quarto superior ao interior da casa e entregou-o à mãe, dizendo: Vê: teu filho vive.
24
A mulher exclamou: Agora vejo que és um homem de Deus e que a palavra de Deus está verdadeiramente em teus lábios.

Elias e Acab

18 1 Passado muito tempo, foi a palavra de Deus dirigida a Elias no terceiro ano, nestes termos: Vai apresentar-te diante de Acab, eu vou fazer chover sobre a terra.
2
Elias partiu e foi apresentar-se a Acab. A fome devastava violentamente a Samaria.
3
Acab mandou chamar Abdias, seu intendente. Abdias era um homem fervoroso adorador do Senhor.
4
Quando Jezabel massacrou os profetas do Senhor, Abdias tomou cem profetas e escondeu-os em duas cavernas, cinqüenta numa e cinqüenta noutra, onde lhes tinha providenciado o que comer e beber.
5
Acab disse-lhe: Percorre a terra; vai a todas as fontes e a todas as torrentes; talvez encontremos erva para conservar a vida aos cavalos e aos burros, evitando assim abater uma parte de nossos animais.
6
E repartiram entre si a terra para percorrê-la. Acab foi por um lado, sozinho, e Abdias tomou uma direção contrária.
7
Enquanto Abdias caminhava, eis que veio Elias ao seu encontro. Abdias reconheceu-o e prostrou-se com o rosto por terra, dizendo: És tu, meu senhor Elias?
8
Sim, sou eu. Vai dizer ao teu amo: Elias está aí.
9
Abdias replicou: Que pecado cometi eu, para que entregues assim o teu servo nas mãos de Acab, para ele me matar?
10
Pela vida de Deus, não há nação, nem reino aonde meu amo não te tenha mandado buscar. E diziam: Elias não está aqui; e ele fazia jurar reino e povo que não te haviam achado.
11
E agora tu me dizes: Vai dizer ao teu amo: Elias está aí.
12
Mas quando eu me apartar de ti, o Espírito do Senhor te levará para não sei onde, e Acab, informado por mim, não te encontrando, matar-me-á. Ora, o teu servo teme o Senhor desde a sua juventude.
13
Porventura não foi dito ao meu senhor o que eu fiz quando Jezabel massacrava os profetas do Senhor? Escondi cem deles, cinqüenta numa caverna e cinqüenta noutra, e os sustentei ali.
14
E agora tu me dizes: Vai dizer ao teu amo: Elias está aí! Ele me matará!
15
Elias respondeu-lhe: Pela vida do Senhor dos Exércitos a quem sirvo, hoje mesmo me apresentarei diante de Acab.
16
Abdias correu para junto de Acab e deu-lhe a nova. Acab saiu ao encontro de Elias.
17
Ao vê-lo, Acab lhe disse: Eis-te aqui, o perturbador de Israel!
18
Não sou eu o perturbador de Israel, respondeu Elias, mas tu, sim, e a casa de teu pai, porque abandonastes os preceitos do Senhor e tu seguiste aos Baal.
19
Convoca, pois, à montanha do Carmelo, junto de mim, todo o Israel com os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de asserá, que comem à mesa de Jezabel.

Elias e os profetas de Baal

20 Mandou Acab avisar a todos os israelitas e reuniu os profetas no monte Carmelo.
21
Elias, aproximando-se de todo o povo, disse: Até quando claudicareis dos dois pés? Se o Senhor é Deus, segui-o, mas se é Baal, segui a Baal! O povo nada respondeu.
22
Elias continuou: Eu sou o único dos profetas do Senhor que fiquei, enquanto os de Baal são quatrocentos e cinqüenta.
23
Dê-se-nos, portanto, um par de novilhos: eles escolherão um, fá-lo-ão em pedaços, e o colocarão sobre a lenha, mas sem meter fogo por baixo; eu tomarei o outro novilho e pô-lo-ei sobre a lenha, sem meter fogo por baixo.
24
Depois disso, invocareis o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor. Aquele que responder pelo fogo, esse será reconhecido como o (verdadeiro) Deus. Todo o povo respondeu: É boa a proposta.
25
Então disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei vós primeiro um novilho e preparai-o, porque sois mais numerosos, e invocai o vosso deus, mas não ponhais fogo.
26
Eles tomaram o novilho que lhes foi dado e fizeram-no em pedaços. Em seguida, puseram-se a invocar o nome de Baal desde a manhã até o meio-dia, gritando: Baal, responde-nos! Mas não houve voz, nem resposta. E dançavam ao redor do altar que tinham levantado.
27
Sendo já meio-dia, Elias escarnecia-os, dizendo: Gritai com mais força, pois (seguramente!) ele é deus; mas estará entretido em alguma conversa, ou ocupado, ou em viagem, ou estará dormindo... e isso o acordará.
28
Eles gritavam, com efeito, em alta voz, e retalhavam-se segundo o seu costume, com espadas e lanças, até se cobrirem de sangue.
29
Passado o meio-dia, enquanto continuavam em seus transes proféticos, chegou a hora da oblação. Mas não houve voz, nem resposta, nem sinal algum de atenção.
30
Então Elias disse ao povo: Aproximai-vos de mim, e todos se aproximaram. Elias reparou o altar demolido do Senhor.
31
Tomou doze pedras, segundo o número das doze tribos saídas dos filhos de Jacó, a quem o Senhor dissera: Tu te chamarás Israel.
32
E erigiu com essas pedras um altar ao Senhor. Fez em volta do altar uma valeta, com a capacidade de duas medidas de semente.
33
Dispôs a lenha e colocou sobre ela o boi feito em pedaços.
34
E disse: Enchei quatro talhas de água e derramai-a em cima do holocausto e da lenha. Depois disse: Fazei isso segunda vez. Tendo-o eles feito, disse: Ainda uma terceira vez. Eles obedeceram.
35
A água correu em volta do altar e a valeta ficou cheia.
36
Chegou a hora da oblação. O profeta Elias adiantou-se e disse: Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, saibam todos hoje que sois o Deus de Israel, que eu sou vosso servo e que por vossa ordem fiz todas estas coisas.
37
Ouvi-me, Senhor, ouvi-me: que este povo reconheça que vós, Senhor, sois Deus, e que sois vós que converteis os seus corações!
38
Então, subitamente, o fogo do Senhor baixou do céu e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, a poeira e até mesmo a água da valeta.
39
Vendo isso, o povo prostrou-se com o rosto por terra, e exclamou: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!


40 Elias disse-lhes: Tomai agora os profetas de Baal; não deixeis escapar um só deles! Tendo-os o povo agarrado, Elias levou-os ao vale de Cison e ali os matou.


41 Então Elias disse a Acab: Vai, come e bebe, porque já ouço o ruído de uma grande chuva.
42
Voltou Acab para comer e beber, enquanto Elias subiu ao cimo do monte Carmelo, onde se encurvou por terra, pondo a cabeça entre os joelhos.
43
Disse ao seu servo: Sobe um pouco, e olha para as bandas do mar. Ele subiu, olhou (o horizonte) e disse: Nada. Por sete vezes, Elias disse-lhe: Volta e (olha).
44
Na sétima vez o servo respondeu: Eis que, sobe do mar uma pequena nuvem, do tamanho da palma da mão. Elias disse-lhe: Vai dizer a Acab que prepare o seu carro e desça, para que a chuva não o detenha.
45
Num instante, o céu se cobriu de nuvens negras, soprou o vento e a chuva caiu torrencialmente. Acab subiu ao seu carro e partiu para Jezrael.
46
A mão do Senhor veio sobre Elias, o qual, tendo cingido os rins, passou adiante de Acab e chegou à entrada de Jezrael.

Elias no monte Horeb

19 1 Quando Acab contou a Jezabel tudo o que fizera Elias, e como ele passara ao fio da espada todos os profetas de Baal,
2
a rainha mandou um mensageiro a Elias para dizer-lhe: Que os deuses me tratem com o último rigor, se amanhã, a esta mesma hora, eu não fizer de tua vida o que fizeste da deles.
3
Elias teve medo, e partiu para salvar a sua vida. Chegando a Bersabéia, em Judá, deixou ali o seu servo,


4 e andou pelo deserto um dia de caminho. Sentou-se debaixo de um junípero e desejou a morte: Basta, Senhor, disse ele; tirai-me a vida, porque não sou melhor do que meus pais.
5
Deitou-se por terra, e adormeceu debaixo do junípero. Mas eis que um anjo tocou-o, e disse: Levanta-te e come.
6
Elias olhou e viu junto à sua cabeça um pão cozido debaixo da cinza, e um vaso de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir.
7
Veio o anjo do Senhor uma segunda. vez, tocou-o e disse: Levanta-te e come, porque tens um longo caminho a percorrer.
8
Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com o vigor daquela comida, andou quarenta dias e quarenta noites, até Horeb, a montanha de Deus.


9 Chegando ali, passou a noite numa caverna. Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida: Que fazes aqui, Elias?


10 Ele respondeu: Estou devorado de zelo pelo Senhor, o Deus dos exércitos. Porque os israelitas abandonaram a vossa aliança, derrubaram os vossos altares e passaram os vossos profetas ao fio da espada. Só eu fiquei, e querem tirar-me a vida.


11 O Senhor desse-lhe: Sai e conserva-te em cima do monte na presença do Senhor: ele vai passar. Nesse momento passou diante do Senhor um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos; mas o Senhor não estava naquele vento. Depois do vento, a terra tremeu; mas o Senhor não estava no tremor de terra.
12
Passado o tremor de terra, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma brisa ligeira.
13
Tendo Elias ouvido isso, cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna. Uma voz disse-lhe: Que fazes aqui, Elias?


14 Ele respondeu: Consumo-me de zelo pelo Senhor, Deus dos exércitos. Porque os israelitas abandonaram a vossa aliança, derrubaram os vossos altares e passaram os vossos profetas ao fio da espada. Só eu fiquei, e agora querem tirar-me a vida.
15
O Senhor disse-lhe: Retoma o caminho do deserto, na direção de Damasco. Ali chegando, ungirás Hazael como rei da Síria,


16 Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel, e Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar.


17 Todo o que escapar à espada de Hazael, será morto por Jeú, e o que escapar à de Jeú, será morto por Eliseu.
18
Mas reservarei em Israel sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal, e cujos lábios não o beijaram.

Vocação de Eliseu

19 Elias, partindo dali, encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando com doze juntas de bois diante dele; ele mesmo conduzia a duodécima junta. Elias aproximou-se e jogou o seu manto sobre ele.
20
Eliseu, deixando imediatamente os seus bois, correu atrás de Elias, e disse: Deixa-me ir beijar meu pai e minha mãe, depois te seguirei. Vai, disse-lhe Elias, mas volta, porque sabes o que te fiz.
21
Eliseu, deixando Elias, tomou uma junta de bois e imolou-os. Com a lenha do arado cozeu as carnes e deu-as a comer à sua gente. Em seguida partiu e seguiu Elias, para servi-lo.

Samaría é sitiada

20 1 Ben-Hadad, rei da Síria, mobilizou todo o seu exército. Tinha com ele trinta e dois reis, cavalos e carros. Subiu, pôs o cerco diante de Samaria e atacou-a.
2
Mandou mensageiros a Acab, rei de Israel, na cidade, com esta mensagem:
3
Eis o que diz Ben-Hadad: Tua prata e teu ouro são meus. São minhas as tuas mulheres e os mais belos de teus filhos.
4
Como tu dizes, meu senhor e rei, respondeu Acab, eu sou teu com tudo o que me pertence.
5
Mas os mensageiros voltaram e disseram: Isto diz Ben-Hadad: Mandou-te dizer: dá-me tua prata e teu ouro, tuas mulheres e teus filhos.
6
Amanhã, pois, a esta mesma hora, mandarei os meus servos à tua casa; eles a revistarão, assim como as casas de teus servos; tomarão com as suas mãos tudo o que lhes aprouver.
7
Então o rei de Israel convocou todos os anciãos da terra e disse-lhes: Considerai e vede que esse homem quer a nossa perda. Quando me mandou pedir minhas mulheres, meus filhos, minha prata e meu ouro, nada lhe recusei.
8
Os anciãos e todo o povo disseram-lhe: Não lhe dês ouvidos, nem o atendas em nada.
9
Acab respondeu aos mensageiros de Ben-Hadad: Dizei ao rei, meu senhor: estou pronto a fazer o que pediste ao teu servo da primeira vez; mas o que agora exiges, não o posso consentir. Os mensageiros foram-se e deram tal resposta ao rei.
10
Ben-Hadad mandou dizer a Acab: Que os deuses me tratem com o mais extremo rigor, se o pó da Samaria bastar para encher o côncavo da mão dos guerreiros que me seguem!
11
O rei de Israel, respondendo, disse: Dizei-lhe que aquele que põe o seu cinturão não deve gloriar-se como aquele que o tira.
12
Recebendo esta resposta, Ben-Hadad, que estava bebendo nas suas tendas com os reis, disse à sua gente: Aos vossos postos! E eles ordenaram as tropas para o ataque à cidade.
13
Nesse momento, um profeta aproximou-se de Acab, rei de Israel, e disse-lhe: Eis o que diz o Senhor: Vês esta imensa multidão? Pois declaro-te que hoje te entrego nas mãos, para que saibas que eu sou o Senhor.
14
Acab perguntou: Por quem será ela entregue? O profeta respondeu: Assim fala o Senhor: Por meio dos servos dos chefes de províncias. Quem começará o combate? Tu mesmo.
15
Acab passou em revista os servos dos chefes de províncias, e encontrou duzentos e trinta e dois. Depois contou todo o povo dos israelitas, e viu que eram sete mil.
16
Saíram ao meio-dia, quando Ben-Hadad bebia e se embriagava nas tendas com os trinta e dois reis, seus auxiliares.
17
Os servos dos chefes de províncias tinham saído em primeiro lugar. Ben-Hadad mandou ver o que se passava. Disseram-lhe: São alguns homens que saem de Samaria.
18
O rei disse: Venham eles para tratar de paz, ou venham para combater, capturai-os vivos.
19
Os servos dos chefes de províncias saíram, pois, da cidade, seguidos do exército.
20
Cada um deles feriu o seu homem. Os sírios fugiram, perseguidos por Israel; Ben-Hadad, rei da Síria, fugiu a cavalo com alguns cavaleiros.
21
Então o rei de Israel saiu e feriu cavalos e carros, causando uma grande ruína aos sírios.

Segunda vitória de Acab contra os sírios

22 O profeta foi ter com o rei de Israel e disse-lhe: Vai, cobra ânimo e examina o que te é preciso fazer, porque no próximo ano voltará o rei da Síria para atacar-te.
23
Os servos do rei da Síria disseram ao seu soberano: O seu deus é um deus dos montes; por isso foram mais fortes do que nós. Se os atacarmos na planície, veremos se não somos os mais fortes.
24
Eis o que tens de fazer: Destitui todos os reis e substitui-os por governadores.
25
Levanta um exército semelhante ao que perdeste, uma cavalaria equivalente e outro tanto de carros. Combateremos na planície e com toda a certeza seremos mais fortes do que eles. O rei ouviu e seguiu o seu conselho.
26
No ano seguinte, Ben-Hadad, depois de ter passado em revista os sírios, avançou até Afec para combater Israel.
27
Os israelitas recenseados e providos de víveres foram contra os sírios e acamparam diante deles. Eram como dois pequenos rebanhos de cabras, enquanto os sírios cobriam toda a terra.
28
Então o homem de Deus aproximou-se do rei de Israel e disse-lhe: Isto diz o Senhor: Porque os sírios disseram: O Senhor é um deus dos montes e não das planícies - vou entregar-te nas mãos essa imensa multidão, a fim de que saibas que eu sou o Senhor.
29
Durante sete dias ficaram acampados um em face do outro. No sétimo dia deu-se a batalha; os israelitas mataram num só dia cem mil sírios.
30
O resto fugiu para a cidade de Afec, mas as muralhas caíram sobre os vinte e sete mil sobreviventes. Ben-Hadad, que se refugiara na cidade, escondia-se de quarto em quarto.
31
Seus servos disseram-lhe: Ouve: nós temos ouvido dizer que os reis de Israel são clementes. Ponhamos sacos sobre nossos rins e cordas ao nosso pescoço, e vamos ter com o rei de Israel; talvez ele te poupe a vida.
32
Cingiram-se, pois, com sacos pelos rins, puseram cordas em volta do pescoço, e apresentaram-se ao rei de Israel, dizendo: Teu servo Ben-Hadad roga-te: Concede-me a vida! Ele está ainda vivo?, perguntou Acab; mas ele é meu irmão!
33
Tomando bom augúrio dessas palavras, os sírios tomaram logo a palavra de sua boca e disseram-lhe: Ben-Hadad é teu irmão! Trazei-mo, disse o rei. Veio Ben-Hadad à presença de Acab, e este mandou-o subir ao seu carro.
34
Vou restituir-te, disse Ben-Hadad, as cidades que meu pai tomou do teu. Terás um quarteirão em Damasco, como meu pai o tinha em Samaria. Eu, disse Acab, feita esta aliança, te deixarei partir. Acab fez um tratado com Ben-Hadad e deixou-o ir livre.
35
Então um dos filhos dos profetas disse ao seu companheiro, por ordem do Senhor: Fere-me. Mas o outro recusou.
36
Porque não ouviste a voz do Senhor, disse-lhe o primeiro, logo que me tiveres deixado, serás morto por um leão. Mal se havia afastado, um leão o encontrou e o matou.
37
O profeta, encontrando depois outro homem, disse-lhe: Fere-me. Este homem lançou-se contra ele e o feriu.
38
Então postou-se o profeta no caminho por onde devia passar o rei, pondo nos olhos uma faixa que o tornava irreconhecível.
39
Tendo o rei passado, ele pôs-se a gritar-lhe: Teu servo estava em pleno combate, quando alguém lhe trouxe um homem, dizendo: Guarda este homem! Se ele desaparecer, a tua vida responderá pela sua, ou então pagarás um talento de prata.
40
Mas andando o teu servo ocupado daqui e dali, o prisioneiro desapareceu. O rei de Israel disse-lhe: Esta é a tua sentença; tu mesmo a pronunciaste.
41
Então o outro tirou subitamente a faixa que lhe cobria os olhos, e o rei viu que ele era um dos profetas.
42
Ele disse ao rei: Eis o que diz o Senhor: Pois que deixaste escapar de tuas mãos o homem que eu tinha votado ao interdito, tua vida responderá pela sua, e teu povo pelo seu povo.
43
O rei de Israel voltou para a sua casa sombrio e irritado, e chegou a Samaria.


1 der Könige (BAV) 14