Juan (BAV) 8

A mulher adúltera

8 1 Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras.
2
Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar.
3
Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério.
4
Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério.
5
Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?
6
Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra.
7
Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra.
8
Inclinando-se novamente, escrevia na terra.
9
A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele.
10
Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?
11
Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.

Discussão entre Jesus e os fariseus

12 Falou-lhes outra vez Jesus: Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
13
A isso, os fariseus lhe disseram: Tu dás testemunho de ti mesmo; teu testemunho não é digno de fé.
14
Respondeu-lhes Jesus: Embora eu dê testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é digno de fé, porque sei de onde vim e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho nem para onde vou.
15
Vós julgais segundo a aparência; eu não julgo ninguém.
16
E, se julgo, o meu julgamento é conforme a verdade, porque não estou sozinho, mas comigo está o Pai que me enviou.
17
Ora, na vossa lei está escrito: O testemunho de duas pessoas é digno de fé (Dt 19,15).
18 Eu dou testemunho de mim mesmo; e meu Pai, que me enviou, o dá também.
19
Perguntaram-lhe: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não conheceis nem a mim nem a meu Pai; se me conhecêsseis, certamente conheceríeis também a meu Pai.
20
Estas palavras proferiu Jesus ensinando no templo, junto aos cofres de esmola. Mas ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora.


21 Jesus disse-lhes: Eu me vou, e procurar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir.
22
Perguntavam os judeus: Será que ele se vai matar, pois diz: Para onde eu vou, vós não podeis ir?
23
Ele lhes disse: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.
24
Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado.
25
Quem és tu?, perguntaram-lhe eles então. Jesus respondeu: Exatamente o que eu vos declaro.
26
Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu o digo ao mundo.
27
Eles, porém, não compreenderam que ele lhes falava do Pai.
28
Jesus então lhes disse: Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis quem sou e que nada faço de mim mesmo, mas falo do modo como o Pai me ensinou.
29
Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, porque faço sempre o que é do seu agrado.
30
Tendo proferido essas palavras, muitos creram nele.


31 E Jesus dizia aos judeus que nele creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos;
32
conhecereis a verdade e a verdade vos livrará.
33
Replicaram-lhe: Somos descendentes de Abraão e jamais fomos escravos de alguém. Como dizes tu: Sereis livres?
34
Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo.
35
Ora, o escravo não fica na casa para sempre, mas o filho sim, fica para sempre.
36
Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.
37
Bem sei que sois a raça de Abraão; mas quereis matar-me, porque a minha palavra não penetra em vós.
38
Eu falo o que vi junto de meu Pai; e vós fazeis o que aprendestes de vosso pai.
39
Nosso pai, replicaram eles, é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.
40
Mas, agora, procurais tirar-me a vida, a mim que vos falei a verdade que ouvi de Deus! Isso Abraão não o fez.
41
Vós fazeis as obras de vosso pai. Retrucaram-lhe eles: Nós não somos filhos da fornicação; temos um só pai: Deus.
42
Jesus replicou: Se Deus fosse vosso pai, vós me amaríeis, porque eu saí de Deus. É dele que eu provenho, porque não vim de mim mesmo, mas foi ele quem me enviou.


43 Por que não compreendeis a minha linguagem? É porque não podeis ouvir a minha palavra.
44
Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.
45
Mas eu, porque vos digo a verdade, não me credes.
46
Quem de vós me acusará de pecado? Se vos falo a verdade, por que me não credes?
47
Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, e se vós não as ouvis é porque não sois de Deus.
48
Responderam então os judeus: Não dizemos com razão que és samaritano, e que estás possesso de um demônio?
49
Respondeu-lhes Jesus: Eu não estou possesso de demônio, mas honro a meu Pai. Vós, porém, me ultrajais!
50
Não busco a minha glória. Há quem a busque e ele fará justiça.


51 Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte.
52
Disseram-lhe os judeus: Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte...
53
És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu... e os profetas também. Quem pretendes ser?
54
Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus
55
e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra.
56
Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria.
57
Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!...
58
Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou.
59
A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.

O cego de nascença

9 1 Caminhando, viu Jesus um cego de nascença.
2
Os seus discípulos indagaram dele: Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego?
3
Jesus respondeu: Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus.
4
Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar.
5
Por isso, enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
6
Dito isso, cuspiu no chão, fez um pouco de lodo com a saliva e com o lodo ungiu os olhos do cego.
7
Depois lhe disse: Vai, lava-te na piscina de Siloé (esta palavra significa emissário). O cego foi, lavou-se e voltou vendo.


8 Então os vizinhos e aqueles que antes o tinham visto mendigar perguntavam: Não é este aquele que, sentado, mendigava?
9
Respondiam alguns: É ele. Outros contestavam: De nenhum modo, é um parecido com ele. Ele, porém, dizia: Sou eu mesmo.
10
Perguntaram-lhe, então: Como te foram abertos os olhos?
11
Respondeu ele: Aquele homem que se chama Jesus fez lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo.
12
Interrogaram-no: Onde está esse homem? Respondeu: Não o sei.
13
Levaram então o que fora cego aos fariseus.
14
Ora, era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.
15
Os fariseus indagaram dele novamente de que modo ficara vendo. Respondeu-lhes: Pôs-me lodo nos olhos, lavei-me e vejo.
16
Diziam alguns dos fariseus: Este homem não é o enviado de Deus, pois não guarda sábado. Outros replicavam: Como pode um pecador fazer tais prodígios? E havia desacordo entre eles.
17
Perguntaram ainda ao cego: Que dizes tu daquele que te abriu os olhos? É um profeta, respondeu ele.
18
Mas os judeus não quiseram admitir que aquele homem tivesse sido cego e que tivesse recobrado a vista, até que chamaram seus pais.
19
E os interrogaram: É este o vosso filho? Afirmais que ele nasceu cego? Pois como é que agora vê?
20
Seus pais responderam: Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego.
21
Mas não sabemos como agora ficou vendo, nem quem lhe abriu os olhos. Perguntai-o a ele. Tem idade. Que ele mesmo explique.
22
Seus pais disseram isso porque temiam os judeus, pois os judeus tinham ameaçado expulsar da sinagoga todo aquele que reconhecesse Jesus como o Cristo.
23
Por isso é que seus pais responderam: Ele tem idade, perguntai-lho.
24
Tornaram a chamar o homem que fora cego, dizendo-lhe: Dá glória a Deus! Nós sabemos que este homem é pecador.
25
Disse-lhes ele: Se esse homem é pecador, não o sei... Sei apenas isto: sendo eu antes cego, agora vejo.
26
Perguntaram-lhe ainda uma vez: Que foi que ele te fez? Como te abriu os olhos?
27
Respondeu-lhes: Eu já vo-lo disse e não me destes ouvidos. Por que quereis tornar a ouvir? Quereis vós, porventura, tornar-vos também seus discípulos?...
28
Então eles o cobriram de injúrias e lhe disseram: Tu que és discípulo dele! Nós somos discípulos de Moisés.
29
Sabemos que Deus falou a Moisés, mas deste não sabemos de onde ele é.
30
Respondeu aquele homem: O que é de admirar em tudo isso é que não saibais de onde ele é, e entretanto ele me abriu os olhos.
31
Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem lhe presta culto e faz a sua vontade.
32
Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença.
33
Se esse homem não fosse de Deus, não poderia fazer nada.
34
Responderam-lhe eles: Tu nasceste todo em pecado e nos ensinas?... E expulsaram-no.
35
Jesus soube que o tinham expulsado e, havendo-o encontrado, perguntou-lhe: Crês no Filho do Homem?
36
Respondeu ele: Quem é ele, Senhor, para que eu creia nele?
37
Disse-lhe Jesus: Tu o vês, é o mesmo que fala contigo!
38
Creio, Senhor, disse ele. E, prostrando-se, o adorou.
39
Jesus então disse: Vim a este mundo para fazer uma discriminação: os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos.
40
Alguns dos fariseus, que estavam com ele, ouviram-no e perguntaram-lhe: Também nós somos, acaso, cegos?...
41
Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado, mas agora pretendeis ver, e o vosso pecado subsiste.

O bom pastor

10 1 Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2
Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3
A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem.
4
Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz.
5
Mas não seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
6
Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar.
7
Jesus tornou a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.
8
Todos quantos vieram antes de mim foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.
9
Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem.
10
O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.


11 Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.
12
O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas.
13
O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas.
14
Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim,
15
como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas.
16
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.


17 O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar.
18
Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai.


19 A propósito dessas palavras, originou-se nova divisão entre os judeus.
20
Muitos deles diziam: Ele está possuído do demônio. Ele delira. Por que o escutais vós?
21
Outros diziam: Estas palavras não são de quem está endemoninhado. Acaso pode o demônio abrir os olhos a um cego?

Festa da Dedicação

22 Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. Era inverno.
23
Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão.
24
Os judeus rodearam-no e perguntaram-lhe: Até quando nos deixarás na incerteza? Se tu és o Cristo, dize-nos claramente.
25
Jesus respondeu-lhes : Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim.
26
Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas.
27
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem.
28
Eu llhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão.
29
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai.
30
Eu e o Pai somos um.

Os judeus querem apedrejar Jesus

31 Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedejar.
32
Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais?
33
Os judeus responderam-lhe: Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus.
34
Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses (Ps 81,6)?
35 Se a lei chama deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (ora, a Escritura não pode ser desprezada),
36
como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Sou o Filho de Deus?
37
Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creiais.
38
Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai.
39
Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos.
40
Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu.
41
Muitos foram a ele e diziam: João não fez milagre algum,
42
mas tudo o que João falou deste homem era verdade. E muitos acreditaram nele.

Ressurreição de Lázaro

11 1 Lázaro caiu doente em Betânia, onde estavam Maria e sua irmã Marta.
2
Maria era quem ungira o Senhor com o óleo perfumado e lhe enxugara os pés com os seus cabelos. E Lázaro, que estava enfermo, era seu irmão.
3
Suas irmãs mandaram, pois, dizer a Jesus: Senhor, aquele que tu amas está enfermo.
4
A estas palavras, disse-lhes Jesus: Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus.
5
Ora, Jesus amava Marta, Maria, sua irmã, e Lázaro.
6
Mas, embora tivesse ouvido que ele estava enfermo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar.
7
Depois, disse a seus discípulos: Voltemos para a Judéia.
8
Mestre, responderam eles, há pouco os judeus te queriam apedrejar, e voltas para lá?
9
Jesus respondeu: Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo.
10
Mas quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz.
11
Depois destas palavras, ele acrescentou: Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo.
12
Disseram-lhe os seus discípulos: Senhor, se ele dorme, há de sarar.
13
Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal.
14
Então Jesus lhes declarou abertamente: Lázaro morreu.
15
Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele.
16
A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: Vamos também nós, para morrermos com ele.


17 À chegada de Jesus, já havia quatro dias que Lázaro estava no sepulcro.
18
Ora, Betânia distava de Jerusalém cerca de quinze estádios.


19 Muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão.
20
Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa.
21
Marta disse a Jesus: Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!
22
Mas sei também, agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus to concederá.
23
Disse-lhe Jesus: Teu irmão ressurgirá.
24
Respondeu-lhe Marta: Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia.
25
Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.
26
E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?
27
Respondeu ela: Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo.


28 A essas palavras, ela foi chamar sua irmã Maria, dizendo-lhe baixinho: O Mestre está aí e te chama.
29
Apenas ela o ouviu, levantou-se imediatamente e foi ao encontro dele.
30
(Pois Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava ainda naquele lugar onde Marta o tinha encontrado.)
31
Os judeus que estavam com ela em casa, em visita de pêsames, ao verem Maria levantar-se depressa e sair, seguiram-na, crendo que ela ia ao sepulcro para ali chorar.


32 Quando, porém, Maria chegou onde Jesus estava e o viu, lançou-se aos seus pés e disse-lhe: Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!
33
Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção,
34
perguntou: Onde o pusestes? Responderam-lhe: Senhor, vinde ver.
35
Jesus pôs-se a chorar.
36
Observaram por isso os judeus: Vede como ele o amava!
37
Mas alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos do cego de nascença, fazer com que este não morresse?
38
Tomado, novamente, de profunda emoção, Jesus foi ao sepulcro. Era uma gruta, coberta por uma pedra.


39 Jesus ordenou: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, pois há quatro dias que ele está aí...


40 Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu: Se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, pois, a pedra.


41 Levantando Jesus os olhos ao alto, disse: Pai, rendo-te graças, porque me ouviste.
42
Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está em roda, para que creiam que tu me enviaste.
43
Depois destas palavras, exclamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!
44
E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.

Conspiração contra Jesus

45 Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.


46 Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara.
47
Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: Que faremos? Esse homem multiplica os milagres.
48
Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação.
49
Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: Vós não entendeis nada!
50
Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação.
51
E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação,
52
e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos.


53 E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida.
54
Em conseqüência disso, Jesus já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos.
55
Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar.
56
Procuravam Jesus e falavam uns com os outros no templo: Que vos parece? Achais que ele não virá à festa?


57 Mas os sumos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que todo aquele que soubesse onde ele estava o denunciasse, para o prenderem.

Jantar em Betânia

12 1 Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara.
2
Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas.
3
Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo.
4
Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse:
5
Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?
6
Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam.
7
Jesus disse: Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura.
8
Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis.
9
Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara.
10
Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro,
11
porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.

Entrada de Jesus em Jerusalém

12 No dia seguinte, uma grande multidão que tinha vindo à festa em Jerusalém ouviu dizer que Jesus se ia aproximando.
13
Saíram-lhe ao encontro com ramos de palmas, exclamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel!
14
Tendo Jesus encontrado um jumentinho, montou nele, segundo o que está escrito:
15
Não temas, filha de Sião, eis que vem o teu rei montado num filho de jumenta (Za 9,9).
16 Os seus discípulos a princípio não compreendiam essas coisas, mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito a seu respeito e de que assim lho fizeram.


17 A multidão, pois, que se achava com ele, quando chamara Lázaro do sepulcro e o ressuscitara, aclamava-o.
18
Por isso o povo lhe saía ao encontro, porque tinha ouvido que Jesus fizera aquele milagre.
19
Mas os fariseus disseram entre si: Vede! Nada adiantamos! Reparai que todo mundo corre após ele!


20 Havia alguns gregos entre os que subiram para adorar durante a festa.
21
Estes se aproximaram de Filipe (aquele de Betsaida da Galiléia) e rogaram-lhe: Senhor, quiséramos ver Jesus.
22
Filipe foi e falou com André. Então André e Filipe o disseram ao Senhor.


23 Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora para o Filho do Homem ser glorificado.


24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto.
25
Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna.
26
Se alguém me quer servir, siga-me; e, onde eu estiver, estará ali também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará.


27 Presentemente, a minha alma está perturbada. Mas que direi?... Pai, salva-me desta hora... Mas é exatamente para isso que vim a esta hora.
28
Pai, glorifica o teu nome! Nisto veio do céu uma voz: Já o glorifiquei e tornarei a glorificá-lo.


29 Ora, a multidão que ali estava, ao ouvir isso, dizia ter havido um trovão. Outros replicavam: Um anjo falou-lhe.
30
Jesus disse: Essa voz não veio por mim, mas sim por vossa causa.


31 Agora é o juízo deste mundo; agora será lançado fora o príncipe deste mundo.
32
E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim.
33
Dizia, porém, isto, significando de que morte havia de morrer.


34 A multidão respondeu-lhe: Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre. Como dizes tu: Importa que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem?
35
Respondeu-lhes Jesus: Ainda por pouco tempo a luz estará em vosso meio. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos surpreendam; e quem caminha nas trevas não sabe para onde vai.
36
Enquanto tendes a luz, crede na luz, e assim vos tornareis filhos da luz. Jesus disse essas coisas, retirou-se e ocultou-se longe deles.

Obstinação dos judeus

37 Embora tivesse feito tantos milagres na presença deles, não acreditavam nele.
38
Assim se cumpria o oráculo do profeta Isaías: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor (Is 53,1)?
39 Aliás, não podiam crer, porque outra vez disse Isaías:
40
Ele cegou-lhes os olhos, endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração e se convertam e eu os sare (Is 6,10).
41 Assim se exprimiu Isaías, quando teve a visão de sua glória e dele falou.
42
Não obstante, também muitos dos chefes creram nele, mas por causa dos fariseus não o manifestavam, para não serem expulsos da sinagoga.
43
Assim preferiram a glória dos homens àquela que vem de Deus.


44 Entretanto, Jesus exclamou em voz alta: Aquele que crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou;
45
e aquele que me vê, vê aquele que me enviou.
46
Eu vim como luz ao mundo; assim, todo aquele que crer em mim não ficará nas trevas.
47
Se alguém ouve as minhas palavras e não as guarda, eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo.
48
Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a palavra que anunciei julgá-lo-á no último dia.
49
Em verdade, não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele mesmo me prescreveu o que devo dizer e o que devo ensinar.
50
E sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que digo, digo-o segundo me falou o Pai.

III ; JESUS MANIFESTA SUA MISSÃO E DIVINDADE EM SUA PAIXÃO E RESSURREIÇÃO

Jesus lava os pés de seus discípulos

13 1 Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.
2
Durante a ceia, - quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo -,
3
sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava,
4
levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela.
5
Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.
6
Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: Senhor, queres lavar-me os pés!...
7
Respondeu-lhe Jesus: O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve.
8
Disse-lhe Pedro: Jamais me lavarás os pés!... Respondeu-lhe Jesus: Se eu não tos lavar, não terás parte comigo.
9
Exclamou então Simão Pedro: Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.
10
Disse-lhe Jesus: Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!...
11
Pois sabia quem o havia de trair; por isso, disse: Nem todos estais puros.
12
Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz?
13
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.
14
Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros.
15
Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.


16 Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.
17
Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.
18
Não digo isso de vós todos; conheço os que escolhi, mas é preciso que se cumpra esta palavra da Escritura: Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar (Ps 40,10).
19 Desde já vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais e reconheçais quem sou eu.
20
Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.

Jesus anuncia a traição de Judas

21 Dito isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!...
22
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem falava.
23
Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus.
24
Simão Pedro acenou-lhe para dizer-lhe: Dize-nos, de quem é que ele fala.
25
Reclinando-se este mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou-o: Senhor, quem é?
26
Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o pão embebido. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
27
Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: O que queres fazer, faze-o depressa.
28
Mas ninguém dos que estavam à mesa soube por que motivo lho dissera.
29
Pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava: Compra aquilo de que temos necessidade para a festa. Ou: Dá alguma coisa aos pobres.
30
Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite...

Adeudes. Despedidas

31 Logo que Judas saiu, Jesus disse: Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele.
32
Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará em breve.
33
Filhinhos meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas como disse aos judeus, também vos digo agora a vós: para onde eu vou, vós não podeis ir.


34 Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.


36 Perguntou-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus respondeu-lhe: Para onde vou, não podes seguir-me agora, mas seguir-me-ás mais tarde.
37
Pedro tornou a perguntar: Senhor, por que te não posso seguir agora? Darei a minha vida por ti!
38
Respondeu-lhe Jesus: Darás a tua vida por mim!... Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo até que me negues três vezes.


14 1 Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim.
2
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar.
3
Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais.
4
E vós conheceis o caminho para ir aonde vou.
5
Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?


6 Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.


7 Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto.
8
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta.
9
Respondeu Jesus: Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai...
10
Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras.
11
Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras.
12
Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai.


13 E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
14
Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei.


15 Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
16
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco.


17 É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.


18 Não vos deixarei órfãos. Voltarei a vós.
19
Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, me tornareis a ver, porque eu vivo e vós vivereis.
20
Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós.


21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele.


22 Pergunta-lhe Judas, não o Iscariotes: Senhor, por que razão hás de manifestar-te a nós e não ao mundo?


23 Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada.


24 Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou.
25
Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco.


26 Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.


27 Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!


28 Ouvistes que eu vos disse: Vou e volto a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, porque o Pai é maior do que eu.
29
E disse-vos agora estas coisas, antes que aconteçam, para que creiais quando acontecerem.


30 Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo; mas ele não tem nada em mim.
31
O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui.

A videira e os ramos

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Juan (BAV) 8