Ezéchiel (SAV) 1





Ezequiel


I - INTRODUÇÃO (1-3)

1 1 No trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, quando me encontrava entre os deportados, às margens do rio Cobar, abriram-se os céus e contemplei visões divinas.

Visão do carro divino

2 No quinto dia do mês - era o quinto ano de cativeiro do rei Joaquin -
3
foi a palavra do Senhor dirigida ao sacerdote Ezequiel, filho de Buzi, na Caldéia, às margens do rio Cobar. Nesse lugar veio a mão do Senhor sobre mim.
4
Tive então uma visão: soprava do lado norte um vento impetuoso, uma espessa nuvem com um feixe de fogo resplandecente, e, no centro, saído do meio do fogo, algo que possuía um brilho vermelho.
5
Distinguia-se no centro a imagem de quatro seres que aparentavam possuir forma humana.


6 Cada um tinha quatro faces e quatro asas.
7
Suas pernas eram direitas e as plantas de seus pés se assemelhavam às do touro, e cintilavam como bronze polido.
8
De seus quatro lados mãos humanas saíam por debaixo de suas asas. Todos os quatro possuíam rostos, e asas.
9
Suas asas tocavam uma na outra. Quando se locomoviam, não se voltavam: cada um andava para a frente.
10
Quanto ao aspecto de seus rostos tinham todos eles figura humana, todos os quatro uma face de leão pela direita, todos os quatro uma face de touro pela esquerda, e todos os quatro uma face de águia.
11
Eis o que havia no tocante as suas faces. Suas asas estendiam-se para o alto; cada qual tinha duas asas que tocavam às dos outros, e duas que lhe cobriam o corpo.
12
Cada qual caminhava para a frente: iam para o lado aonde os impelia o espírito; não se voltavam quando iam andando.
13
No meio desses seres, divisava-se algo parecido com brasas incandescentes, como tochas que circulavam entre eles; e desse fogo que projetava uma luz deslumbrante, saíam relâmpagos.
14
Os seres ziguezagueavam como o raio.
15
Ora, enquanto contemplava esses seres vivos, divisei uma roda sobre a terra ao lado de cada um dos quatro.
16
O aspecto e a estrutura dessas rodas eram os de uma gema de Társis. Todas as quatro se assemelhavam, e pareciam construídas uma dentro da outra.
17
Podiam deslocar-se em quatro direções, sem retornar em seus movimentos.
18
Seus aros eram de uma altura assombrosa, guarnecidos de olhos em toda a circunferência.
19
Quando os seres vivos se deslocavam ou se erguiam da terra, locomoviam-se as rodas e se elevavam com eles.
20
Para onde os impulsionava o espírito. iam eles, e as rodas com eles se erguiam, pois o espírito do ser vivo (de igual modo) animava as rodas.
21
Quando caminhavam, elas se moviam; quando paravam, também elas interrompiam o curso; se se erguiam da terra, as rodas do mesmo modo se suspendiam, pois o espírito desses seres vivos estava (também) nas rodas.
22
Pairando acima desses seres, havia algo que se assemelhava a uma abóbada, límpida como cristal, estendida sobre suas cabeças.
23
Sob essa abóbada, alongavam-se as suas asas até se tocarem, tendo cada um (sempre) duas que lhe cobriam o corpo.


24 Eu escutava, quando eles caminhavam, o ruído de suas asas, semelhante ao barulho das grandes águas, à voz do Onipotente, um vozerio igual ao de um campo (de batalha).
25
Quando paravam, abaixavam as asas, e fazia-se um ruído acima da abóbada que ficava sobre as cabeças.
26
Acima dessa abóbada havia uma espécie de trono, semelhante a uma pedra de safira; e, bem no alto dessa espécie de trono, uma silhueta humana.
27
Vi que ela possuía um fulgor vermelho, como se houvesse sido banhada no fogo, desde o que parecia ser a sua cintura, para cima; enquanto que, para baixo, vi algo como fogo que esparzia clarões por todos os lados.
28
Como o arco-íris que aparece nas nuvens em dias de chuva, assim era o resplendor que a envolvia. Era esta visão a imagem da glória do Senhor.

Visão do rolo

2 1 Filho do homem, dizia-me, fica de pé, porque eu te falo!


2 Enquanto ela me falava, entrou o espírito em mim, e me fez ficar de pé; então ouvi aquele que me falava.
3
Filho do homem, dizia-me, envio-te aos israelitas, a essa nação de rebeldes, revoltada contra mim, a qual, do mesmo modo que seus pais, vem pecando contra mim até este dia.
4
É a esses filhos de testa dura e de coração insensível que te envio, para lhes dizer: oráculo do Senhor Javé.
5
Quer te ouçam ou não (pois é uma raça indomável), hão de ficar sabendo que há um profeta no meio deles!


6 Quanto a ti, filho do homem, não os temas, nem te arreceies dos seus intentos, conquanto estejas entre moitas de abrolhos e de espinhos e vivas entre escorpiões; não te deixes intimidar por suas palavras, nem te espantes com sua atitude, porque é uma raça rebelde.
7
Tu lhes transmitirás os meus oráculos, quer te dêem ouvidos ou não; é uma raça pertinaz.


8 E tu, filho do homem, escuta o que eu te digo: não sejas rebelde, como essa raça de rebelados. Abre a boca e come o que te vou dar.
9
Olhei e vi avançando para mim uma mão, que segurava um manuscrito enrolado,
10
que foi desdobrado diante de mim: estava coberto com escrita de um e de outro lado: eram cânticos de luto, de queixumes e de gemidos.

3 1 Filho do homem, falou-me, come o rolo que aqui está, e, em seguida, vai falar à casa de Israel.
2
Abri a boca, e ele mo fez engolir.
3
Filho do homem, falou-me, nutre o teu corpo, enche o teu estômago com o rolo que te dou. Então o comi, e era doce na boca, como o mel.
4
Em seguida, acrescentou: Filho do homem, vai até a casa de Israel para lhe transmitir as minhas palavras.


5 Não é a um povo de linguagem incompreensível, de linguagem bárbara que te envio, e sim aos israelitas;
6
não é a populações inumeráveis, de idioma incompreensível, de linguajar selvagem, cuja língua não compreenderias: eles te ouviriam, se eu te enviasse a eles;
7
mas a casa de Israel recusará escutar-te, porque eles não querem atender a mim! Pois, toda a casa de Israel nada mais é do que gente teimosa, de coração insensível.
8
Pois bem!, tornarei o teu semblante tão endurecido quanto o deles;
9
vou dar a teu rosto a rigidez do diamante, que é mais resistente que a rocha. Não os temas, pois, e não te deixes amedrontrar por causa deles, pois são uma raça de recalcitrantes.
10
Filho do homem, ajuntou ele, acolhe em teu coração, escuta com toda a atenção tudo quanto eu te disser.
11
Depois dirigir-te-ás a teus compatriotas exilados, para lhes falar. Dir-lhes-ás: oráculo do Senhor Javé - quer te escutem ou não.
12
Então o espírito se apoderou de mim e ouvi atrás de mim um vozerio de violento rumor. Bendita seja a glória do Senhor, onde ela repousar!
13
Ouvi o rumor do bater das asas dos seres vivos e o ruído de suas rodas ao lado deles, um barulho portentoso.
14
O espírito, a seguir, me transportou e me levou. Eu ia, com o coração repleto de amargura e furor, desde que a mão do Senhor havia pesado sobre mim.
15
Cheguei a Tel Abib, junto dos deportados que se haviam instalado às margens do Cobar, e ali fiquei sete dias no meio deles, em sombria estupefação.

Missão do profeta

16 Passados esses sete dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
17
filho do homem, estabeleço-te como sentinela na casa de Israel. Logo que escutares um oráculo saindo de minha boca, tu lho transmitirás de minha parte.
18
Se digo ao malévolo que ele vai morrer, e tu não o prevines e não lhe falas para pô-lo de sobreaviso devido ao seu péssimo proceder, de modo que ele possa viver, ele há de perecer por causa de seu delito, mas é a ti que pedirei conta do seu sangue.
19
Contudo, se depois de advertido por ti, não se corrigir da malícia e perversidade, ele perecerá por causa de seu pecado, enquanto tu hás de salvar a tua vida.
20
E, quando um justo abandonar a sua justiça para praticar o mal, e eu permitir diante dele algum tropeço, ele perecerá. Se não o advertires, ele morrerá por causa do seu delito, sem que sejam tomadas em conta as boas obras que anteriormente praticou, e é a ti que pedirei conta do seu sangue.
21
Ao contrário, se advertires ao justo que se abstenha do pecado, e ele não pecar, então ele viverá, graças à tua advertência, e tu, assim, terás salvo a tua vida.


22 A mão do Senhor veio ali sobre mim. Vamos, disse-me ele, vai à planície, onde te vou falar.
23
Pus-me então a caminho para a planície; e eis que a glória do Senhor lá estava, tal qual eu a havia contemplado às margens do Cobar. E caí com a face em terra.
24
Mas o espírito do Senhor entrou em mim para me pôr em pé, enquanto me falava o Senhor: Vai encerrar-te em tua casa.
25
Filho do homem, vão amarrar-te com cordas para que não possas mais ir ao meio deles.
26
Prenderei tua língua a teu paladar, de modo que o teu mutismo te impeça de repreendê-los, pois é uma raça de recalcitrantes.
27
Quando eu, porém, te falar, abrir-te-ei a boca, e lhes dirás: oráculo do Senhor Javé. Que escute então aquele que quiser escutar, e que não escute aquele que não o quiser, pois é uma raça de recalcitrantes.

II - PROFECIAS RELATIVAS À QUEDA DE JERUSALÉM (4-24)

4 1 Filho do homem, toma um tijolo, põe-no diante de ti, e desenha nele a cidade de Jerusalém.
2
Farás contra ela trabalhos de assédio, contra ela construirás terraços e trincheiras, estabelecerás campos e prepararás aríetes.
3
Tomarás em seguida uma frigideira de ferro, e a colocarás como uma muralha de ferro entre ti e a cidade. Em seguida voltarás contra ela a tua face; ela será atacada e farás então o assédio. Será isto um símbolo para a casa de Israel.
4
Deita-te sobre o lado esquerdo e toma sobre ti a iniqüidade da casa de Israel; todo o tempo em que ficares assim deitado levarás sua iniqüidade.
5
E eu fixo o número dos anos do seu pecado, segundo o número de dias que te concedo, trezentos e noventa dias, durante os quais carregarás a iniqüidade da casa de Israel.
6
Quando esse período estiver terminado, tu te deitarás sobre o lado direito, para de novo levar a iniqüidade da casa de Judá durante quarenta dias; cada dia que te concedo corresponde a um ano.
7
Voltarás a tua face e estenderás o teu braço nu para Jerusalém sitiada, profetizando contra ela.
8
Ligar-te-ei com cordas, para que não possas volver-te de um lado para o outro, até que tenhas chegado ao termo dos dias de tua reclusão.
9
Tomarás trigo, cevada, favas, lentilhas, milho e aveia, que guardarás num mesmo recipiente para fazeres o teu pão. É isso que comerás durante todo o tempo que estiveres deitado, ou seja, por trezentos e noventa dias.
10
O peso desse alimento que comerás por dia de vinte e quatro horas será de vinte siclos.
11
A ração de água que irás beber será reduzida a um sexto de hin por vinte e quatro horas.
12
Tomarás esse alimento sob a forma de torta de cevada, cozida em fogo de excrementos humanos, e à sua vista.
13
É assim, falou-me o Senhor, que comerão os israelitas os alimentos impuros por entre as nações onde eu os dispersar.
14
Ah! Senhor Javé, respondi, nunca estive manchado. Desde minha infância até hoje, jamais comi animal morto ou despedaçado; nenhuma carne impura entrou em minha boca.
15
Pois bem, me disse, eu te permito trocar os excrementos humanos por esterco de vaca, sobre o qual farás cozer o teu pão.
16
Em seguida ajuntou: Filho do homem, vou desesperar Jerusalém de fome. Aí se comerá, na angústia, um pão rigorosamente pesado, beber-se-á, no meio do assombro, uma água racionada,
17
e, na penúria de pão e água, virão a esmorecer uns e outros e perecerão por causa da sua iniqüidade.


5 1 E tu, filho do homem, toma uma navalha afiada, à maneira de navalha de barbeiro, e passa-a sobre a cabeça e na barba; em seguida colocarás numa balança os cabelos que houveres cortado.
2
Queimarás um terço no meio da cidade, logo que tiver decorrido o tempo do assédio; tomarás outro terço, e o cortarás com a espada, em derredor da cidade; o último terço, dispersá-lo-ás ao vento, e sacarei da espada contra eles.
3
Reservarás, entretanto, pequena quantidade que guardarás na dobra do teu manto,
4
mas guardarás ainda uma parte para arremessá-la ao fogo e queimá-la. É de lá que sairá a chama.
5
E dirás a toda a casa de Israel: oráculo do Senhor Javé. Trata-se de Jerusalém, que eu tinha situado em meio às nações, tendo em derredor os povos pagãos.
6
Ela porém se rebelou contra as minhas leis, com mais perversidade que as outras nações, e contra as minhas ordens com maior (violência) que os países vizinhos, pois rejeitaram os meus decretos e não seguiram as minhas prescrições.
7
Portanto, oráculo do Senhor Javé: já que vos mostrastes mais turbulentos que os pagãos, vossos vizinhos; já que não tendes observado as minhas leis, nem executado os meus preceitos, e nem seguido os costumes dos povos que vos circundam,
8
pois bem! - oráculo do Senhor - irei apoderar-me de ti à vista das nações, e com rigor procederei contra ti,
9
e, devido a tuas abominações, vou executar no meio de ti coisas como não fiz e como não hei jamais de fazer.
10
No teu meio, os pais devorarão os filhos e os filhos devorarão os pais. Contra ti hei de proceder com rigor, e a todo vento dispersarei o que de ti restar.
11
Por minha vida! - oráculo do Senhor Javé - já que manchaste o meu santuário com todas as tuas infâmias e todas as tuas abominações, eu também te arrasarei sem um gesto de consideração e piedade.
12
Um terço de tua população morrerá de peste ou perecerá de fome no interior dos muros, um terço tombará sob a espada ao teu redor; e o outro terço, que dispersarei por todos os ventos, desembainharei a espada contra ele.
13
Darei livre curso à minha cólera, saciarei o meu furor contra eles, e me vingarei. E cairão na conta, quando eu tiver saciado o meu furor contra eles, de que foi por zelo e afeição que o falei, eu, o Senhor.
14
Farei de ti uma desolação, uma infâmia entre as nações que te cercam, aos olhos de todos os transeuntes.
15
Serás presa dos opróbrios, objeto de vergonha, um exemplo e horror para os povos que te rodeiam, quando eu saciar contra ti a minha cólera ardente, com os castigos da minha ira (sou eu, o Senhor, que o digo),
16
quando eu dardejar contra vós as flechas funestas e mortais da fome (porque tornarei a fome cada vez mais rude, e vos privarei do pão),
17
quando contra ti enviar a fome e as feras que farão perecer teus filhos, quando passar a ti a peste sangrenta, e quando invocar sobre ti o gládio. Sou eu, o Senhor, que o digo.

Discurso contro a idolatria

6 1 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
2
Filho do homem, volta-te para as montanhas de Israel, e contra elas profere o oráculo
3
seguinte: montes de Israel, escutai a palavra do Senhor Javé. Eis o que diz o Senhor Javé às colinas, aos outeiros, aos ribeiros e aos vales: vou enviar contra vós a espada para destruir os vossos lugares altos.
4
Vossos altares serão demolidos, quebrados os vossos obeliscos; farei cair os vossos homens, transpassados a golpes diante dos vossos ídolos.
5
Sim, perante eles estenderei os cadáveres dos israelitas, espalharei todas as vossas ossadas em torno dos vossos altares.
6
Em todo lugar onde vos fixardes, hão de ser as vossas cidades despovoadas, e devastados os lugares altos, de sorte que os vossos altares serão saqueados, demolidos os vossos ídolos, quebrados, suprimidos; os vossos obeliscos, despedaçados, as vossas obras, aniquiladas.
7
No vosso meio tombarão homens traspassados de golpes, e sabereis que sou eu o Senhor.
8
Todavia, eu vos deixarei um resto quando vos tiver dispersado entre as nações. Os sobreviventes que escaparem ao massacre
9
se recordarão de mim em meio dos gentios, para onde tiverem sido deportados; quebrantarei o seu coração que se prostituiu longe de mim, e seus olhos, que se prostituíram com os ídolos. Eles cairão em si, desgostosos de suas práticas abomináveis;
10
compreenderão que sou eu o Senhor e não é em vão que os tenho ameaçado com essas calamidades.
11
Eis o que diz o Senhor Deus: bate palmas, tripudia, e dize: Ah! Ah! sobre todas as abominações perversas da casa de Israel, que irá perecer pela espada, fome e peste.
12
Aquele que se achar longe morrerá de peste, o que se achar próximo tombará pela espada; os sobreviventes sitiados perecerão de fome, porque contra eles saciarei o meu furor.
13
E saberão que sou eu o Senhor, quando os seus mortos estiverem estirados em meio aos seus ídolos, em torno dos seus altares, em todas as colinas elevadas, debaixo de todas as árvores verdejantes, debaixo de todos os terebintos frondosos, em todos os lugares onde ofereceram aos dolos o incenso de agradável odor.
14
Estenderei a mão contra eles e, por toda parte onde habitam, desolarei e devastarei a terra, desde o deserto até Ribla. E saberão que eu sou o Senhor.

Proximidade do fim

7 1 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
2
filho do homem, oráculo do Senhor à terra de Israel: eis o fim. O fim vem para todos os quatro cantos da terra.
3
Chegou o fim para ti, vou desencadear contra ti a minha cólera, vou julgar-te de acordo com o teu procedimento e fazer cair sobre ti o peso de todas as tuas práticas abomináveis.
4
Não te tomarei em consideração, serei sem complacência, pedirei conta de teu proceder, e todos os teus horrores serão manifestos no teu meio. Então sabereis que sou eu o Senhor.
5
Eis o que diz o Senhor Javé: uma desgraça única! Eis que irá suceder: uma desgraça!
6
O fim se avizinha, o fim se aproxima, ele desperta para cair sobre ti; ei-lo!
7
Tua vez é chegada, habitante da terra! É vindo o momento, o dia está próximo; não há mais alegria sobre as montanhas; é o pânico.
8
Vou em breve desencadear o meu furor contra ti, fartar a minha cólera, julgar-te segundo o teu proceder; farei cair sobre ti o peso das tuas abominações.
9
Não te tomarei em consideração, serei implacável, pedirei conta de teu proceder, e todos os teus horrores serão manifestos no teu meio. Então sabereis que sou eu o Senhor que fere.
10
Eis o dia! Ei-lo que chega. Tua vez chegou. A vara floriu o orgulho produziu seus frutos!
11
a violência levantou-se com um cetro de impiedade: isso não vem deles, nem da multidão, nem da sua tropa, nem da sua magnificência.
12
Chegou o tempo o dia se aproxima! Que não se alegre o comprador, que não se aflija o vendedor, pois a cólera vai pesar sobre toda a multidão.
13
O vendedor não recuperará o que houver vendido, mesmo que esteja vivo, porque a visão contra toda a multidão não será revogada, e ninguém terá força de proteger a si mesmo, devido a seu pecado.
14
Soa a trombeta; está tudo pronto; mas ninguém marcha para o combate, porque o meu furor se desencadeia sobre toda a multidão.
15
Fora, a espada; dentro, a peste e a fome. Quem estiver no campo perecerá pela espada; o que se encontrar na cidade será devorado pela peste e pela fome.
16
Se alguns chegarem a se refugiar nas montanhas, gemerão como as pombas dos vales, cada qual por causa do seu pecado.
17
Todas as mãos cairão (desalentadas), todos os joelhos tremerão.
18
Revestir-se-ão de saco e tremerão como varas verdes! A vergonha transparecerá em todos os rostos e todas as cabeças serão raspadas.
19
Deitarão o dinheiro às ruas, seu ouro será como imundície; sua prata e seu ouro não poderão salvá-los no dia da cólera do Senhor. Não saberão eles nem comer à vontade nem encher o ventre, porque é lá que os farei cair no pecado.
20
Punham seu orgulho na beleza das suas jóias; fabricavam seus ídolos abomináveis; por isso farei deles objetos de repugnância.
21
Abandoná-los-ei à pilhagem, às mãos de estranhos e, devido à profanação, farei deles o espólio dos ímpios da terra.
22
Desviarei os olhos e será profanado o meu tesouro; bárbaros penetrarão aí para profaná-lo.
23
Prepara-te uma cadeia; pois a terra está repleta de crimes, e a cidade cheia de violências.
24
Farei vir também os mais bárbaros pagãos, que se apoderarão de todas as casas; porei termo ao orgulho dos poderosos, e os lugares santos serão profanados.
25
É a ruína que está chegando. Procurar-se-á salvação, sem que se possa encontrá-la.
26
Sobrevirão desastres sobre desastres, má nova sobre má nova. Pedir-se-ão oráculos ao profeta, faltará a lei para o sacerdote, e o conselho para os anciãos.
27
O rei há de pôr luto, ficará o príncipe cheio de consternação, tremerão as mãos dos homens do povo. Tratá-los-ei de conformidade com o proceder que levaram, julgá-los-ei conforme houverem merecido. Então saberão que sou o Senhor.

Visão da idolatria de Jerusalém

8 1 No sexto ano, no quinto dia do sexto mês, estava eu sentado em minha casa, com os anciãos de Judá, quando a mão do Senhor baixou sobre mim.
2
Olhei: enxerguei algo como uma silhueta humana. Abaixo do que parecia serem seus rins, era fogo e, desde os rins até o alto, havia um clarão vermelho.
3
Estendeu uma espécie de mão, e me agarrou pelos cachos dos cabelos. O espírito levantou-me entre o céu e a terra, e me levou a Jerusalém, em visões divinas, à entrada da porta interior que olha para o norte, lá onde se erige o ídolo que provoca o ciúme (do Senhor).
4
Lá se me manifestou a glória do Deus de Israel, tal como a visão que tive no vale.
5
E ele me disse: filho do homem, ergue os olhos para o norte. Levantei os olhos para o norte, e vi ao norte da porta do altar, à entrada, o ídolo que provoca o ciúme (do Senhor).
6
Filho do homem, disse-me, vês tu a abominação que praticam, como eles procedem na casa de Israel, para que eu me afaste do meu santuário? Verás, todavia, coisas muito mais graves.
7
Conduziu-me até a entrada do adro e, reparando, vi que havia um rombo no muro.
8
Filho do homem, disse-me ele, fura a muralha. Quando a furei, divisei uma porta.
9
Aproxima-te, diz ele, e contempla as horríveis abominações a que se entregam aqui.
10
Fui até ali para olhar: enxerguei aí toda espécie de imagens de répteis e de animais imundos e, pintados em volta da parede, todos os ídolos da casa de Israel.
11
Setenta anciãos da casa de Israel, entre os quais Jazanias, filho de Safã, se achavam de pé diante deles, segurando cada qual o seu turíbulo, do qual se elevava espessa nuvem de fumaça.
12
Filho do homem, disse-me ele, vês tu o que fazem os anciãos de Israel na obscuridade, cada um deles em sua câmara, guarnecida de ídolos, pensando que o Senhor não os vê, e que ele abandonou a terra?
13
E ajuntou: Verás ainda abominações mais graves que eles estão cometendo.
14
Conduziu-me, então, para a entrada da porta setentrional da casa do Senhor: mulheres estavam assentadas, chorando Tamuz.
15
Filho do homem, falou-me, tu viste? Verás ainda abominações piores do que estas.
16
Levou-me então ao interior do templo. À entrada do santuário do Senhor, entre o vestíbulo e o altar, avistei cerca de vinte e cinco homens, que, de costas para o santuário do Senhor, com a face voltada para o oriente, se prosternavam diante do sol.
17
Filho do homem, disse-me ele, vês isto? Não basta à casa de Judá entregar-se a esses ritos abomináveis que aqui se praticam? Haverá ainda ela de encher a terra de violência, e não cessará de me irritar? Ei-los que trazem o ramo ao nariz.
18
Está bem! Eu, de minha parte, procederei com furor, não terei condescendência, serei impiedoso. Inutilmente clamarão a meus ouvidos, não os ouvirei.

Castigo de Jerusalém

9 1 Depois ouvi gritar com voz forte: Aproximai-vos, vós, os guardas da cidade, trazendo cada um de vós o instrumento de destruição.
2
Surgiram então, do pórtico superior que olha para o norte, seis homens trazendo cada um na mão o instrumento de destruição. Encontrava-se no meio deles um personagem vestido de linho, trazendo à cintura um tinteiro de escriba. Entraram para se colocar de pé ao lado do altar de bronze.
3
Então a glória do Deus de Israel se elevou de cima do querubim, onde repousava, até a soleira do templo. Chamou o Senhor o homem vestido de linho, que trazia à cintura os instrumentos de escriba,
4
e lhe disse: Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com uma cruz na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem.
5
Depois, dirigindo-se aos outros em minha presença, disse-lhes: Percorrei a cidade, logo em seguida, e feri! Não tenhais consideração, nem piedade.
6
Velhos, jovens, moços, moças, crianças e mulheres, matai todos até o total extermínio; precavei-vos, todavia, de tocar em quem estiver assinalado por uma cruz. Começai por meu santuário. Começaram pelos anciãos que encontraram defronte ao templo,
7
Manchai o templo, disse-lhes, e enchei de cadáveres os adros; em seguida saí! E foram-se eles para prosseguir o morticínio na cidade.


8 Permanecendo só durante esse massacre, prostrei-me de face contra a terra, e gritei: Ah! Senhor Javé, ides exterminar o que resta de Israel, desencadeando vosso furor contra Jerusalém.
9
A falta de Israel e de Judá é grande, muito grande, respondeu-me: a terra transborda de sangue e a cidade extravasa de perversão, porque dizem entre eles: o Senhor abandonou a terra! O Senhor não enxerga mais nada!
10
Está bem! Eu, de minha parte, não terei complacência, mostrar-me-ei impiedoso, farei recair sobre a sua cabeça o peso de seu proceder.
11
Depois disso reapareceu o personagem vestido de linho, que trazia à cintura os instrumentos de escriba. Vinha prestar contas. Fiz o que me ordenastes.

10 1 Olhei. Na abóbada estendida acima da cabeça dos querubins, havia como que uma pedra de safira, uma espécie de trono, que aparecia sobre eles.
2
(O Senhor) disse então ao homem vestido de linho: Passa no meio das rodas, debaixo do querubim; enche a mão de carvões ardentes que tomarás entre os querubins, e espalha essas brasas sobre a cidade. E ele se foi sob as minhas vistas.
3
Quando o homem acabou de fazer isso, estavam os querubins à direita do templo, e a nuvem enchia o átrio interior.
4
A glória do Senhor elevou-se acima dos querubins até a soleira do templo, e enquanto o esplendor da glória do Senhor enchia o átrio, a nuvem invadia o templo.
5
O ruflar das asas dos querubins fazia-se ouvir até no pátio exterior, e assemelhava-se à voz do Deus onipotente quando fala.
6
Apenas havia ordenado ao homem de linho tomar o fogo no intervalo das rodas, entre os querubins, este veio postar-se junto de uma roda,
7
e (um dos) querubins estendeu a mão para o fogo que se encontrava em meio dos querubins. Daí ele retirou brasas, que colocou na mão do homem vestido de linho, o qual as tomou, e saiu.
8
Notei que os querubins pareciam ter mãos humanas sob as asas.
9
Eu olhei ainda. Havia ao lado dos querubins quatro rodas, uma junto a cada um deles. Possuíam o clarão da gema de Társis.
10
Todas as quatro pareciam ter a mesma forma, e cada uma parecia estar no meio da outra.
11
Deslocando-se nas quatro direções, avançavam sem se voltarem, porque iam sempre na direção tomada pela que ia à frente, sem se voltar em seu movimento.
12
Todo o seu corpo, suas costas, suas mãos e suas asas, assim como as rodas, achavam-se guarnecidas de olhos em derredor: cada um dos quatro possuía uma roda.
13
Ouvi que se dava a essas rodas o nome de turbilhão.
14
Cada um (dos querubins) tinha quatro faces: o primeiro, a de um querubim; o segundo, um aspecto humano; o terceiro, o de um touro, e o quarto o de uma águia.
15
Os querubins se elevaram (eram os seres vivos que eu tinha visto às margens do Cobar).
16
Quando os querubins se deslocavam, as rodas se deslocavam com eles; quando desdobravam as asas para elevar-se da terra, as rodas não se desprendiam deles.
17
Quando paravam, as rodas paravam; se se elevavam no espaço, elas de igual modo se elevavam, porque o espírito desses seres vivos estava (também) nelas.


18 De repente, a glória do Senhor deixou a soleira do templo e pousou sobre os querubins.
19
Estes desdobraram as asas, e eu os vi alçarem-se da terra com as rodas ao lado, para partirem. Eles pararam à entrada da porta oriental do templo, dominados pela glória do Senhor.
20
Estavam lá os seres vivos que eu tinha visto debaixo do Deus de Israel, às margens do Cobar, e reconheci os querubins:
21
cada um tinha quatro figuras e quatro asas, e sob as asas algo parecido com mãos humanas.
22
Suas figuras assemelhavam-se àquelas que eu tinha visto às margens do Cobar. Cada um deles ia para a frente diante de si.

Castigo dos chefes

11 1 O espírito arrebatou-me e transportou-me à porta oriental do templo do Senhor, a que olha para o Levante. Havia à entrada dessa porta vinte e cinco homens, entre os quais distingui Jazanias, filho de Azur, e Feltias, filho de Banaías, chefes do povo.
2
Filho do homem, falou-me o Senhor, são estes os maquinadores de perversidades, os difusores de maus conselhos nesta cidade,
3
que dizem: Não é agora o momento de reconstruir as nossas casas? Eis a panela e nós somos a carne.
4
Por causa disso, filho do homem, profetiza contra eles!
5
Então o espírito do Senhor apoderou-se de mim e disse-me: Fala: oráculo do Senhor: eis como falais, casa de Israel; mas eu conheço os pensamentos que vos sobem ao espírito.
6
Tendes feito crime sobre crime nesta cidade, tendes juncado suas ruas de cadáveres.
7
Eis por que diz o Senhor Javé: os mortos, cujos cadáveres tendes ocultado na cidade, são a carne e a cidade é a panela. Mas a vós eu vos farei sair.
8
Receais a espada; farei com que a espada venha sobre vós, oráculo do Senhor Javé.
9
Eu vos farei sair da cidade, atirar-vos-ei às mãos dos estrangeiros, e com rigor procederei contra vós.
10
Tombareis sob a espada, procederei com rigor contra vós, até os confins de Israel, e sabereis que sou eu, o Senhor.
11
Esta cidade não será para vós a panela, e dentro dela não estareis como carne: até os confins de Israel vos hei de julgar.
12
E conhecereis que sou eu o Senhor, cujas leis não observais, nem praticais as minhas ordens, pois imitais os costumes dos povos que vos cercam.
13
Ora, enquanto eu profetizava, Feltias, filho de Banaías, caiu morto. Então, prostrado com a face em terra, clamei: Ah! Senhor Javé, ides aniquilar o que resta de Israel?

Promessas feitas aos deportados

14 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
15
filho do homem: é dos teus irmãos, dos teus parentes, da casa de Israel toda que os habitantes de Jerusalém dizem: ei-los longe do Senhor! É a nós efetivamente que pertence esta terra.
16
Dize-lhes então: eis o que diz o Senhor Javé: eu os tenho lançado para longe entre as nações, e os dispersei em diversos países, e lhes tenho sido, por pouco tempo, um santuário nos países para onde foram.
17
Por isso lhes digo: eis o que diz o Senhor Javé: eu vos reunirei dentre as nações e vos recolherei dos países onde vos achais dispersos, para vos fazer retornar à terra de Israel.
18
Quando houverem reentrado e extirpado os ídolos e objetos abomináveis,
19
eu lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne,
20
a fim de que observem as minhas leis, guardem e pratiquem os meus mandamentos, sejam o meu povo e eu o seu Deus.
21
Quanto àqueles que têm o coração apegado aos ídolos e às suas práticas abomináveis, farei pesar sobre suas cabeças o peso de seu proceder - oráculo do Senhor Javé.

Afastamento definitivo da glória do Senhor

22 Nesse momento, os querubins desdobraram as asas, e as rodas se puseram em movimento com eles, enquanto a glória do Deus de Israel sobre eles repousava.
23
A glória do Senhor, elevando-se então no interior da cidade foi parar sobre a montanha que está do lado oriental da cidade.
24
Em seguida o espírito arrebatou-me e conduziu-me à Caldéia, em visão, pelo espírito de Deus, junto dos exilados. Então se esvaiu a visão que eu havia contemplado;
25
e eu contei aos exilados tudo quanto o Senhor me tinha feito ver.

Bagagem do emigrante

12 1 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
2
filho do homem, habitas em meio de uma casta de recalcitrantes, de gente que tem olhos para ver e não vê nada, ouvidos para escutar, a nada ouve; é uma raça de recalcitrantes.
3
Pois bem, filho do homem, prepara-te uma bagagem de emigrante, e parte, em pleno dia, sob os seus olhos. Parte sob os olhos deles, do lugar onde habitas para outro local. Talvez reconheçam que são eles um bando de recalcitrantes.
4
Prepararás os teus petrechos em pleno dia, sob os seus olhares, como um fardo de emigrante. E depois, à noite, sob os seus olhares, seguirás como um homem que parte para o exílio.
5
Ante as vistas deles, farás um buraco no muro, pelo qual farás passar o teu fardo.
6
À vista deles, o carregarás aos ombros e sairás, quando escurecer, a fronte velada, de modo que não vejas a pátria! Faço assim de ti um símbolo para a casa de Israel.
7
Fiz como me ordenara. Em pleno dia deixei os meus afazeres e preparei uma espécie de bagagem de emigrante; em seguida, à noite, furei a muralha, com minha própria mão; após isso, quando se fez noite, pus minha bagagem nos ombros, e saí à vista deles.
8
Logo ao amanhecer, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
9
filho do homem, a casa de Israel, esse bando de recalcitrantes, não te perguntou o que fazias lá?
10
Dize-lhes: eis o que diz o Senhor Javé: isto é um oráculo relativo ao príncipe que se acha em Jerusalém e a toda a casa de Israel, que ali se encontra.
11
Dirás: sou para vós um símbolo; assim como tenho feito, assim lhes há de suceder: irão para o exílio, deportados.
12
O príncipe, que está no meio deles, porá a bagagem às costas e sairá ao anoitecer; fará um buraco no muro para poder sair dele: cobrirá a face para não ver a pátria.


13 Mas eu lançarei sobre ele o meu laço e ele será apanhado em minhas redes. Eu o conduzirei à Babilônia, à terra dos caldeus; ele, porém, não a verá. É lá que terá de morrer.
14
Todo o seu séquito, sua guarda, suas tropas, eu os semearei aos (quatro) ventos e tirarei a espada contra eles.
15
Quando eu os tiver disseminado por entre as nações, e dispersado por todos os países, saberão que sou eu o Senhor.
16
Mas hei de poupar um resto deles; alguns hão de escapar ao gládio, à fome e à peste, para que venham a contar aos povos, entre os quais se estabelecerem, as abominações (de Israel). E conhecerão eles que sou eu o Senhor.

Assombro durante a refeição

17 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
18
filho do homem, come o teu pão com tremor, bebe a tua água com (sinais de) inquietação e receio.
19
E dirás às gentes desta terra: eis o que diz o Senhor Javé para os habitantes de Jerusalém, e da terra de Israel. É na aflição que hão de comer o seu pão e no terror que beberão a sua água, porque a terra será despojada de tudo quanto nela se encontra, devido às violências dos seus habitantes.
20
As cidades habitadas serão despovoadas e a terra há de ser devastada. Sabereis assim que sou eu o Senhor.

Aproximação do castigo

21 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
22
filho do homem, que ditado é esse que corre em Israel: passam os dias, mas as visões ficam sem efeito?
23
Pois bem, dize-lhes: eis o que diz o Senhor: farei cessar esse provérbio, não se repetirá mais isso em Israel. Dize-lhes, pois: aproximam-se os dias em que todas essas visões se hão de cumprir.
24
Nenhuma visão daqui por diante será vã e nenhum oráculo, ineficaz em Israel,
25
porque sou eu, o Senhor, que falo: o que eu digo sucederá sem mais delongas. É em vosso tempo, raça de rebeldes, que proferirei o oráculo e o executarei - oráculo do Senhor Javé.
26
A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
27
filho do homem, dizem os israelitas: a visão do profeta não diz respeito senão a um longínquo futuro. Pois bem, dize-lhes: eis o que diz o Senhor Javé: não há mais delongas para meus oráculos. O que eu digo vai acontecer, - oráculo do Senhor Javé.


Ezéchiel (SAV) 1