1Reis (CNB) 1




Salomão sucessor de Davi

 A velhice do rei Davi

1 1 O rei Davi, quando ficou velho e de idade avançada, por mais que o cobrissem com roupas, não mais se aquecia. 2 Seus servos­ lhe disseram: “Vamos procurar para nosso se­nhor?e rei uma jovem virgem, que fique a serviço do?rei e o atenda, que durma em seus bra­ços e que aqueça o senhor o rei”. 3 Procuraram então por to­das as regiões de Israel uma linda jovem?e en­contraram Abisag, de Sunam, que levaram?ao rei. 4 A jovem era ex­trema­mente linda; atendia ao rei e cuidava dele, mas o rei não se uniu a?ela.

 Adonias articula sua proclamação como rei

5 Adonias filho de Hagit encheu-se de am­bição e andava declarando: “Eu vou ser rei!”?Providenciou para si um carro, cavalos e cin­qüenta homens para o escoltar. 6 Enquanto vi­via, seu pai nunca o repreendeu, nem pergun­tava: “Por que fazes isto?” O jovem se apresentava muito bem, e tinha nascido logo depois de Absalão. 7 Ele entrou em entendimentos com Joab filho de Sárvia e com o sa­cer­dote Abiatar, os quais deram seu apoio a Ado­nias. 8 Já o sacerdote Sadoc, Banaías filho­ de Joiada,­ o profeta Natã, Semei, Reí e os valen­tes do exér­cito de Davi não estavam do lado de Ado­nias.
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Adonias imolou ovelhas, vitelos e bezerros­ cevados junto à pedra Escorregadiça, pró­xima à fonte do Pisoeiro. Convidou to­dos?os seus ir­mãos, os filhos do rei, e todos os ho­mens de Judá que estavam a serviço do rei. 10 Mas não cha­mou o profeta Natã, nem Ba­naías, nem os valentes, nem seu irmão Salomão.

 Betsabéia quer a sucessão para seu filho Salomão 

11 Natã disse a Betsabéia, mãe de Salomão: “Não ficaste sabendo que Adonias filho de Hagit se proclamou rei, sem que nosso se­nhor­ Davi o saiba? 12 Vou dar-te um conselho,­ para salvares a tua própria vida e a do teu filho?Salomão. 13 Vai apresentar-te ao rei Davi e dize-lhe: ‘Meu senhor e rei, não juraste à mim, tua serva: Teu filho Salomão será rei depois de mim, será ele que se sentará no meu trono?­ Co­mo é, então, que Adonias se tornou rei?’ 14 E, enquanto estiveres falando com o rei, en­trarei eu e confirmarei as tuas palavras”.
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Betsabéia entrou, pois, no quarto do rei. Ele já estava muito velho e Abisag, a suna­mi­ta, cuidava dele. 16 Betsabéia inclinou-se e prostrou-se diante do rei Davi. Este perguntou-lhe: “Que desejas?” 17 Ela respondeu: “Meu se­nhor, tu juraste pelo Senhor, teu Deus, à tua serva: ‘Teu filho Salomão será rei depois de mim. Será ele que se sentará?no meu trono’.­ 18 Agora, porém, Adonias pro­cla­mou-se rei e tu, meu senhor o rei, não o sa­bes. 19 Imolou bois, bezerros cevados e gran­de número de ovelhas, e convidou todos­ os filhos do rei, o sa­cerdote Abiatar e o gene­ral Joab; mas não convidou o teu servo Salomão. 20 Contudo, meu senhor o rei, todo o Israel tem os olhos postos em ti, esperando que lhe declares quem se há de sentar no?tro­no em teu lugar, depois de ti. 21 Assim, logo que meu senhor o rei ador­mecer junto de seus pais, eu e meu filho Salomão seremos tratados como criminosos”.
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Ela ainda estava falando com o rei, quando­ apareceu o profeta Natã. 23 Anunciaram a Davi: “O profeta Natã está aí”. Ele apresentou-se?ao rei, prostrou-se por terra 24 e disse: “Meu senhor o rei, por acaso declaraste: ‘Adonias rei­nará depois de mim e se sentará no meu trono’? 25 Pois ele desceu hoje para imo­lar bois, bezerros cevados e grande quantidade de ove­lhas, e convidou todos os filhos­ do rei, os ge­nerais e o sacerdote Abiatar. Eles estão comendo e bebendo com ele e gritam: ‘Vi­va o?rei Adonias!’ 26 Mas a mim que sou teu servo, ao sacerdote Sadoc, a Banaías filho­ de Joiada e ao teu servo Salomão eles não convidaram. 27 Se­rá que esta ordem partiu de meu senhor o rei, sem ter indicado a seu servo quem se sen­tará no trono de meu senhor o rei depois de?si?”
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O rei Davi respondeu: “Mandai vir Betsabéia”. Quando ela se apresentou e se pôs de pé diante dele, 29 o rei jurou: “Pelo Deus vi­vo, que livrou minha alma de toda angústia!­ 30 Eu te jurei pelo Senhor, Deus de Israel: ‘Salomão, teu filho, reinará depois de mim?e se sentará no meu trono em meu lugar’. Hoje mesmo, assim o cumprirei”. 31 Então Betsabéia inclinou-se até o chão diante do rei, pros­trou-se e disse: “Viva para sempre meu senhor, o rei Davi!”

 Salomão sagrado rei em Gion

32 Em seguida, o rei Davi ordenou: “Chamai-me o sacerdote Sadoc, o profeta Natã e Ba­naías filho de Joiada”. Quando compareceram­ diante dele, 33 o rei lhes disse: “Tomai convosco os servos do vosso amo, fazei montar na mi­nha mula o meu filho Salomão e descei com ele a Gion. 34 Lá, o sacerdote Sadoc e o pro­feta Natã o ungirão como rei de Israel. To­careis, então, a trombeta e proclamareis: ‘Viva o rei Salomão!’ 35 Subireis então atrás dele, e ele virá sentar-se no meu trono para reinar em meu lugar. É ele que eu nomeio como chefe de Israel e Judá”. 36 Banaías filho de Joia­da respondeu ao rei: “Amém! Seja essa a de­claração do Senhor, Deus do meu senhor o?rei. 37 Como o Senhor esteve com meu senhor o rei, assim esteja com Salomão, e que exalte seu trono mais do que o trono do meu senhor o rei Davi”.
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O sacerdote Sadoc, o profeta Natã, Ba­naías filho de Joiada, os cereteus e os feleteus desceram e, fazendo Salomão montar na mu­la do rei Davi, escoltaram-no a Gion. 39 O sa­cer­dote Sadoc tomou o chifre com óleo da Ten­da \do santuário e ungiu Salomão. Tocaram a trombeta, e todo o povo disse: “Viva o rei Salomão!” 40 A povo inteiro subiu atrás dele. A população tocava flautas e alegrava-se com grande júbilo, e a terra retumbou com seus clamores.

 Asilo e agraciamento de Adonias

41 Adonias e todos os seus convidados, tendo terminado o banquete, ouviram os clamo­res. Ao ouvir o som da trombeta, Joab disse: “Que significa esse barulho que tumultua a cidade?” 42 Ainda estava falando, quando che­gou Jônatas, filho do sacerdote Abiatar. Disse-lhe Adonias: “Entra, pois é um homem ho­nesto e trazes boas notícias”. 43 Jônatas res­pondeu a Adonias: “Não! O senhor nosso?rei constituiu Salomão rei 44 e enviou com ele o sa­cerdote Sadoc, o profeta Natã, Banaías fi­lho de Joiada, os cereteus e os feleteus, e fi­ze­ram-no montar a mula do rei. 45 O sacerdote Sadoc e o profeta Natã ungiram-no rei, em Gion. Subiram jubilosos e a cidade retumbou em clamores. É esse o barulho que ou­vistes. 46 Salomão está sentado no trono real. 47 Os servos do rei, entrando, bendisseram ao nosso senhor o rei, dizendo: ‘Que Deus engrandeça o nome de Salomão acima de teu nome e eleve seu trono acima de teu trono’. E o rei prostrou-se sobre seu leito. 48 E ainda falou assim: ‘Bendito seja o Senhor­ Deus de Israel, que concedeu aos meus olhos ver hoje aquele que está sentado no meu trono’”.
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Ficaram aterrorizados. Todos os que tinham sido convidados por Adonias se levantaram e partiram, cada qual por seu caminho. 50 Adonias, temendo Salomão, levantou-se e procurou asilo junto do altar.
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Levaram a Salomão esta notícia: “Temendo o rei Salomão, Adonias procurou asilo junto do altar, com este pedido: ‘Prometa-me hoje o rei Salomão que não matará seu servo com a espada’”. 52 Salomão respondeu: “Se for um homem bom, nem um de seus cabelos cairá por terra. Se for encontrada maldade nele, morrerá”. 53 Salomão mandou tirá-lo do altar. Entrando, prostrou-se diante do rei Salo­mão. Disse-lhe Salomão: “Vai para tua casa!”

 Testamento e morte de Davi. Ascensão de Salomão

2 1 Quando se aproximou o fim de sua vida, Davi deu estas instruções a seu filho Salomão: 2 “Vou seguir o caminho de todos os mortais. Sê corajoso e porta-te como um homem. 3 Observa os preceitos do Senhor, teu Deus, anda em seus caminhos, guarda seus estatutos e mandamentos, normas e decretos, como estão escritos na lei de Moisés. Assim serás bem sucedido em tudo que fizeres e em todos os teus projetos. 4 Então o Senhor cumprirá a promessa que ele me fez: ‘Se teus filhos cuidarem de seu caminho e caminharem com lealdade na minha presença, com todo o seu coração e com toda a sua alma, jamais te faltará um sucessor no trono de Israel’.
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Tu sabes também o que me fez Joab filho de Sárvia: o que fez aos dois chefes do exército de Israel, Abner filho de Ner e Amasa filho de Jeter, que ele matou. Ele vingou, em tempo de paz, sangue derramado na guerra. Manchou com o sangue da guerra o cinturão de seu torso e o calçado dos seus pés. 6 Age, pois, de acordo com tua sabedoria: não permitas que os cabelos brancos de Joab desçam em paz à morada dos mortos. 7 Mas sê generoso para com os filhos de Berzelai, o galaa­dita. Eles comerão da tua mesa, pois correram a meu encontro quando estava fugindo diante de Absalão, teu irmão. 8 Tens aí também­ Semei filho de Gera, o benjaminita de Baurim, que me maldisse com terríveis maldições quando estava indo a Maanaim. Como ele des­ceu a meu encontro no Jordão, prometi-lhe, pelo Senhor, que não o mataria com a espada.­ 9 Tu, porém, não o deixes impune. És um homem sábio e saberás como tratá-lo. Faze descer seus cabelos brancos com sangue à morada dos mortos”.
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Davi adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi. 11 O tempo que Davi reinou em Israel foi de quarenta anos: sete anos em Hebron e trinta e três em Jerusalém. 12 Salomão sentou-se no trono de seu pai Davi, e seu reinado ficou solidamente estabelecido.­

 Adonias provoca Salomão e morre 

13 Adonias filho de Hagit foi ter com Betsabéia, mãe de Salomão, a qual lhe disse: “É de paz a tua visita?” – “Sim, é de paz”, 14 respondeu ele. E acrescentou: “Tenho algo a dizer-te”. Disse ela: “Fala!” Ele falou: 15 “Tu ficaste sabendo que a realeza me pertencia e que todo o Israel me tinha escolhido para seu rei, mas a realeza foi transferida e dada a meu irmão, porque o Senhor a destinou para ele. 16 Agora, pois, te faço um único pedido. Não me?de­cepciones”. – “Fala!”, disse ela. 17 Ele falou: “Peço-te que digas ao rei Salomão, já que ele nada te pode negar, que me dê Abisag, a su­na­mita, por esposa”. 18 Disse Betsabéia: “Está bem. Falarei por ti ao rei”.
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Betsabéia foi até o rei Salomão para falar a respeito de Adonias. O rei levantou-se e veio a seu encontro, prostrou-se diante dela e, depois, sentou-se no trono. Puseram também um trono para a mãe do rei, a qual sentou-se à sua direita. 20 Disse-lhe : “Tenho um pequeno pedido a fazer-te. Não me decepcio­nes”. Disse-lhe o rei: “Pede, mãe. Não é justo que eu te decepcione”. 21 Ela disse: “Dá Abisag, a sunamita, como esposa a Adonias, teu irmão”. 22 O rei Salomão respondeu à sua mãe: “Por que pedes Abisag, a sunamita, para Adonias? Só falta pedir a realeza para ele! Ele é meu irmão mais velho, e tem a seu lado o sacerdote Abiatar e Joab filho de Sár­via”. 23 E Salomão jurou pelo Senhor: “Que Deus me cumule de castigos, se Adonias não pagar esse pedido com a própria vida! 24 E agora, pela vida do Senhor, que me confirmou e me pôs no trono de Davi, meu pai, dan­do-me, como prometera, uma casa \real: hoje mesmo Adonias será morto”. 25 O rei Salomão encarregou Banaías filho de Joiada de matá-lo, e ele foi morto.

 Expulsão de Abiatar

26 O rei disse ao sacerdote Abiatar: “Vai para teu campo em Anatot. És um homem morto, mas não te mato hoje, porque carregaste a arca do Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e acompanhaste meu pai em tudo que teve de enfrentar”. 27 E Salomão afastou Abiatar, para que não fosse mais sacerdote do Senhor e assim se realizasse a palavra que o Senhor pronunciara sobre a casa de Eli em Silo.

 Morte de Joab

28 Chegou um mensageiro a Joab, que fora partidário de Adonias, embora sem ter apoiado Absalão. Joab fugiu então para a Tenda do Senhor e procurou asilo junto do altar. 29 Avisaram ao rei Salomão que Joab tinha fugido para a Tenda do Senhor e procurara asilo junto do altar. Salomão mandou Banaías filho de Joiada, dizendo: “Vai e mata-o!” 30 Banaías chegou à Tenda do Senhor e disse a Joab: “O rei te mandou sair!” – “Não sairei”, disse ele, “morrerei aqui”. Banaías relatou ao rei: “Joab falou assim e eu assim lhe respondi”. 31 O rei respondeu: “Faz como ele disse. Mata-o e en­terra-o. Assim retirarás de mim e da casa de meu pai o sangue inocente que Joab derramou.­ 32 E o Senhor fará recair seu sangue sobre sua cabeça, porque atacou e matou à espada dois homens justos e melhores do que ele, sem que meu pai Davi o soubesse: Abner filho de Ner, chefe do exército de Israel, e Amasa filho­ de Jeter, chefe do exército de Judá. 33 O sangue­ deles recairá para sempre sobre a cabeça de Joab e de sua descendência. Mas Davi e sua des­cendência, sua casa e seu trono tenham a paz do Senhor para sempre”. 34 Banaías filho de Joiada subiu, feriu Joab e o matou. Ele foi se­pultado em sua casa, no deserto.
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O rei nomeou Banaías filho de Joiada che­fe do exército e pôs o sacerdote Sadoc?no lugar de Abiatar.

 Morte de Semei

36 O rei mandou chamar Semei e disse-lhe: “Constrói para ti uma casa em Jerusalém e fica morando ali, sem sair dali para lugar ne­nhum. 37 No dia em que saíres, e atravessares a torrente do Cedron, saibas que tua morte está marcada. Teu sangue cairá sobre tua cabe­ça”. 38 Semei disse ao rei: “O que disseste está bom. O teu servo agirá de acordo com o que disse meu senhor o rei”. E Semei viveu por muito tempo em Jerusalém. 39 Passados, porém, três anos, dois servos de Semei fugiram para Aquis filho de Maaca, rei de Gat. Avisaram a Semei que seus servos estavam em Gat. 40 Semei levantou-se, aparelhou seu jumento e foi ter com Aquis, em Gat, para requerer?seus servos e trazê-los dali. 41 Salomão foi informado de que Semei tinha ido de Jerusalém a Gat e voltara. 42 Mandou chamá-lo e disse-lhe: “Não te conjurei pelo Senhor e avisei: saibas que no dia em que saíres para qualquer lugar, tua morte estará marcada? E me respondeste: ‘O que disseste está bom. Ouvi’. 43 Por que então não guardaste o juramento ao Senhor e a ordem que te dei?” 44 O rei falou a Semei: “Tu conheces, na consciência de teu coração, todo o mal que fizeste contra meu pai Davi. Que o Senhor faça tua maldade cair sobre tua cabeça. 45 Mas o rei Salomão será abençoa­do, e o trono de Davi estará firme na presença do Senhor para sempre”. 46 O rei ordenou a Banaías filho de Joiada que avançasse para feri-lo, e ele morreu. A realeza, pois, confirmou-se na mão de Salomão.


O reinado de Salomão

 Salomão na cidade de Davi

3 1 Salomão ligou-se por parentesco ao faraó do Egito: recebeu a filha dele como?es­posa e trouxe-a para a cidade de Davi, enquanto se concluía a construção de sua casa, da Casa do Senhor e do muro ao redor de Jerusalém.

 O sonho em Gabaon. Pedido de sabedoria

2 Entretanto, o povo oferecia sacrifícios nos lugares altos, pois até aquele dia ainda não havia sido construído um templo para o nome do Senhor. 3 Salomão aderiu ao Senhor e andava segundo os preceitos de seu pai Davi, exceto que oferecia sacrifícios e queimava incenso nos lugares altos. 4 Assim, ele foi a Gabaon para oferecer um sacrifício, porque esse era o lugar alto mais importante. Salomão ofereceu mil holocaustos naquele altar.
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Em Gabaon, o Senhor apareceu a Salo­mão,­ num sonho noturno, e lhe disse: “Pede o que desejas e eu to darei”. 6 Salomão respondeu: “Tu mostraste grande benevolência para com teu servo Davi, meu pai, porque ele andou na tua presença com fidelidade, justiça e retidão de coração para contigo. Tu lhe conservaste esta grande benevolência e lhe deste um filho para se sentar no seu trono, como é o caso hoje. 7 Agora, Senhor, meu Deus, fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sa­be ainda como governar. 8 Teu servo está no meio do teu povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. 9 Dá, pois, a teu servo, um coração obediente, capaz de governar teu povo e de discernir entre o bem e o mal. Do contrário, quem poderá governar este teu povo tão numeroso?”
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Este pedido de Salomão agradou ao Senhor. 11 Deus disse a Salomão: “Já que pedis­te estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, 12 vou satisfazer o teu pedido. Dou-te um coração sábio e inteligente, de modo que não houve teu igual antes de ti, nem haverá de­pois de ti. 13 E dou-te também o que não pe­diste: as riquezas e a glória, de tal modo que não haverá teu igual entre os reis durante­ toda a tua vida. 14 E se andares nos meus ca­minhos e observares os meus preceitos e man­damentos, a exemplo de Davi, teu pai, eu te da­rei uma longa vida”. 15 Então Salomão­ despertou e compreendeu que era um sonho. Che­gando a Jerusalém, pôs-se diante da arca da Aliança, ofereceu holocaustos e sa­crifícios de comunhão, e ofereceu um banquete a todos os seus servos.

 O “juízo salomônico” 

16 Vieram então duas meretrizes ao rei e apresentaram-se diante dele. 17 Uma delas disse: “Por favor, meu rei! Eu e esta mulher mo­rávamos na mesma casa, e eu dei à luz estando­ com ela na casa. 18 No terceiro dia depois de eu ter dado à luz, também ela deu à luz. Está­vamos juntas, não havia outra pessoa na casa a não ser nós duas. 19 Certa noite, morreu o filho desta mulher, pois ela dormiu sobre ele e o sufocou. 20 Então levantou-se, durante a noite, e , enquanto tua serva dormia, tirou silenciosamente meu filho do meu lado e colocou-o em seu seio. E a seu filho, que es­ta­va morto, colocou-o em meu seio. 21 Quando, de manhã, me levantei para amamentar meu filho, encontrei-o morto, mas examinando-o com mais atenção na claridade, percebi que não era meu filho, o que eu tinha dado à luz”. 22 A outra mulher respondeu: “Não é assim. Meu filho é que está vivo, o teu está morto”. A primeira retrucou: “Não é verdade! O teu filho é que está morto. O meu está vivo”. E assim discutiam na presença do rei.
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Disse então o rei: “Esta diz: ‘Meu filho está vivo, teu filho está morto’, e aquela responde: ‘Não, teu filho está morto, o que está vi­vo é o meu’”. 24 E mandou trazer uma espada.­ Quando lhe apresentaram a espada, o rei declarou: 25 “Cortai o menino vivo em dois, e?dai metade a uma e metade à outra”. 26 A mulher cujo filho estava vivo sentiu nas entranhas tal compaixão por seu filho que disse ao rei: “Por favor, senhor, dai a ela o menino vivo. Não o mateis!” A outra, ao contrário, dizia: “Não será nem teu, nem meu. Podeis cortá-lo”. 27 O rei respondeu: “Dai o menino vivo àquela primeira, e não o mateis. Essa é sua mãe”.
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Todo o Israel ficou sabendo da sentença que o rei tinha dado, e temeram-no, vendo que a sabedoria de Deus estava nele para fazer justiça.

 A administração do reino 

4 1 Salomão exercia o reinado sobre todo o Israel. 2 E estes eram os chefes a seu serviço: Azarias filho de Sadoc, sacerdote; 3 Elioref e Aías, filhos de Sisa, escribas, Jo­sa­fá filho de Ailud, porta-voz, 4 Banaías filho­ de Joiada, chefe do exército, Sadoc e Abiatar, sacerdotes, 5 Azarias filho de Natã, chefe dos prefeitos, Zabud filho de Natã, sacerdote e ami­go do rei, 6 Aisar, chefe do palácio, e Ado­niram filho de Abda, chefe dos trabalhos impostos.
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Salomão tinha também doze intendentes para todo o Israel, os quais proviam o rei e sua casa; cada um providenciava o necessário­ durante um mês por ano. 8 Estes são os seus nomes: Ben-Hur, no monte Efraim; 9 Ben-De­car em Maces, em Salebim, em Betsames, em Elon e em Bet-Hanã; 10 Ben-Hesed em Arubot, ao qual pertencia Soco e toda a terra de Hefer; 11 Ben-Abinadab, ao qual pertencia toda a região de Dor, e que tinha Tafé, filha de Salomão, por esposa; 12 Baana filho de Ailud, governando sobre Tanac e Meguido e toda Betsã, próxima de Sartã, abaixo de Jezrael – desde Betsã até Abelmeula e até além de Jecmaam; 13 Ben-Gaber, em Ramot de Galaad, governando as aldeias de Jair filho de Manassés, em Galaad, e toda a região de Argob, no Basã: ses­senta cidades grandes e fortificadas; 14 Ai­nadab filho de Ado, em Manaim; 15 Aquimaas, em Neftali, que também tinha por esposa filha de Salomão, Basmat; 16 Baana filho de Hu­si, em Aser e em Baalot; 17 Josafá filho
de Farué, em Issacar; 18
Semei filho de Ela, em Benjamim; 19 Gaber filho de Uri, na terra de Galaad – terra de Seon, rei dos amorreus, e de Og, rei de Basã – como intendente úni­co­ da região.

 Prosperidade e poderio militar

20 Judá e Israel eram inumeráveis como a areia \na praia do mar. Havia o que comer e beber, e viviam alegres.

5 1 21Salomão tinha sob seu domínio todos os reinos desde o rio \Eufrates até a terra dos filisteus e a fronteira do Egito. Ofereciam-lhe tributos e serviam-no durante todos­ os dias de sua vida. 2 22A alimentação diária para Salomão comportava trinta cargas de farinha fina e sessenta de farinha, 3 23dez bois cevados e vinte bois de pasto, cem ovelhas, além de caça de veado, cabras, búfalos e aves de engorda. 4 25Ele dominava todo o Além-Eu­frates, desde Tafsa até Gaza, e todos­ os reis da­quelas regiões, e estava em paz com todas as terras circunvizinhas. 5 26Judá e Israel­ viviam­ sem medo, cada um debaixo de sua videira e debaixo de sua figueira, desde Dã até Bersabéia, durante toda a vida de Salomão. 6 27Salo­mão tinha quatro mil estábulos para os cavalos de seus carros e doze mil cavaleiros. 7 28Os intendentes acima mencionados proviam do necessário o rei Salomão e os que com ele vi­viam, com grande cuidado, cada qual no?seu mês. 8 29Eles levavam também cevada e palha para os cavalos e jumentos, cada um no lugar que lhe fosse designado.

 Sabedoria renomada

9 29Deus deu sabedoria e prudência extraordinárias a Salomão. Seu coração era magnânimo como a areia das praias do mar. 10 30A sabedoria de Salomão superava a de todos os orientais e egípcios. 11 31Era mais sábio que todos os homens, mais sábio que Etã, o ezraí­ta, Hemã, Calcol e Dorda, filhos de Maol, e era famoso em todas as terras circunvizinhas. 12 32Salomão pronunciou três mil provérbios, e seus cânticos foram cinco mil. 13 33Falou so­bre as árvores, desde o cedro do Líbano até o hissopo que cresce na parede. Falou dos quadrúpedes, das aves, dos bichinhos do chão e dos peixes. 14 34De todos os povos vinha gen­te para ouvir a sabedoria de Salomão, súditos­ de todos os reis da terra que tinham ouvido falar de sua sabedoria.

 Salomão e Hiram

15 5,1Quando Hiram, rei de Tiro, ouviu que Sa­lomão tinha sido ungido rei no lugar de seu pai, enviou-lhe uma embaixada, porque sempre tinha sido amigo de Davi. 16 2Salomão en­viou mensageiros a Hiram, dizendo: 17 3“Tu sabes que meu pai Davi não pôde construir um templo para o nome do Senhor, seu Deus, por causa das guerras que o cercavam – até que o Senhor pôs seus inimigos debaixo de seus pés. 18 4Agora, porém, o Senhor, meu Deus, deu-me tranqüilidade em redor, não há inimigos nem adversários. 19 5Por isso, penso em edificar um templo para o nome do Senhor, meu Deus, assim como o Senhor falou a Davi, meu pai: ‘Teu filho, que farei sentar-se no teu trono em teu lugar, ele edificará uma casa para meu nome’. 20 6Manda, pois, cortar para mim cedros do Líbano. Meus servos estarão com os teus. Pelo trabalho de teus servos pagarei o quanto me pedires. Sabes que não há no meu povo quem saiba cortar a madeira como os sidônios”.
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7Quando Hiram ouviu as palavras de Salomão, ficou muito feliz e disse: “Bendito seja hoje o Senhor, que estabeleceu sobre este povo tão numeroso um filho de Davi tão sábio”. 22 8E Hiram enviou mensageiros a Salomão, dizendo: “Ouvi o que me mandaste dizer. Farei tudo que desejas quanto à madeira de cedro e cipreste. 23 9Meus servos a transportarão do Líbano até o mar, eu a farei rebocar em balsas pelo mar até o lugar que me indicares, e a deixarei ali para que a recebas. De tua parte desejaria que me fornecesses víveres para a minha casa”.
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10Hiram forneceu a Salomão madeira de ce­dro e madeira de cipreste tanto quanto queria. 25 11Salomão fornecia a Hiram vinte mil car­gas de trigo como alimento para sua corte e vinte cargas de óleo puríssimo. Isso era o?que Salomão, anualmente, pagava a Hiram. 26 12O Senhor deu sabedoria a Salomão, conforme lhe tinha prometido. Havia paz entre Hiram e Salomão, e selaram-na por uma aliança.­
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13O rei Salomão recrutou mão-de-obra obrigatória de todo o Israel, trinta mil homens. 28 14Cada mês enviava dez mil ao Líbano, por turnos de um mês, e \depois ficavam dois me­ses em casa. O encarregado dessa mão-de-obra era Adoniram. 29 15Além desses, Salomão dispunha de setenta mil para carregar materiais e de oitenta mil que cortavam pedras no monte, 30 16sem contar os três mil e trezentos capatazes postos a sua disposição para dirigir o povo que trabalhava no projeto. 31 17O rei or­denou que trouxessem pedras grandes, de boa qualidade e esquadriadas, para os alicerces do templo. 32 18Os construtores de Salomão e os de Hiram, juntamente com o povo de Gue­bal, cortavam a madeira e as pedras e preparavam-nas para a construção do templo.

 A construção do Templo 

6 1 Aos quatrocentos e oitenta anos da saída dos israelitas da terra do Egito, no quarto ano do reinado de Salomão em Israel, no mês de Ziv (o segundo mês), começou a construção da Casa do Senhor.
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O templo construído pelo rei Salomão para o Senhor tinha trinta metros de comprimento,­ dez de largura e quinze de altura.3 O pórtico diante da nave do templo tinha uma extensão de dez metros, acompanhando a largura do tem­plo, e avançava cinco metros no sentido do comprimento. 4 Salomão mandou fazer no templo janelas com parapeitos e grades. 5 Construiu um anexo encostado na parede do templo em redor, em volta das paredes da nave e do Santíssimo; fez assim uma galeria lateral­ ao redor. 6 O andar de baixo tinha dois metros e meio de largura, o do meio, três e o terceiro, três e meio, pois do lado de fora a parede pos­suía como degraus, para evitar que os muros do templo fossem feridos com as traves. 7 E ao construir o templo usaram-se pedras de talhe totalmente prontas, de modo que não se ouvia barulho de martelo, de machado ou de qualquer ferramenta no templo durante a construção. 8 A porta da galeria lateral inferior­ estava no lado direito da casa. Por uma escada em caracol subia-se ao andar do meio e daí ao terceiro.
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Ao concluir a construção do templo, Salomão o cobriu com um teto de cedro. 10 O anexo em volta de todo o templo recebeu uma altura de dois metros e meio \por andar e era unido ao templo com traves de cedro.
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Então o Senhor falou a Salomão: 12 “Por esta casa que tu edificaste – se andares segundo meus preceitos, observares minhas normas e guardares todos os meus mandamentos no teu proceder –, cumprirei a promessa que fiz a Davi, teu pai, 13 habitarei no meio dos israelitas e não abandonarei meu povo Israel”.
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Tendo concluído a construção do templo, 15 Salomão mandou revestir as paredes por dentro com tábuas de cedro. Cobriu-o por dentro com madeira, desde o pavimento até as traves do teto, e fez o pavimento com tábuas de cipreste. 16 Revestiu também com tábuas de cedro, do pavimento até o teto, os últimos dez metros do Templo, onde ele fez o lugar Santíssimo, o Santo dos Santos. 17 A parte na frente do Santíssimo, a nave do Templo, tinha vinte metros. 18 O revestimento de cedro no interior do templo estava entalhado de frutos e cálices de flores abertos. Tudo estava revestido de tábuas de cedro, e nenhuma pedra aparecia na parede.
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O Santíssimo que construiu no fundo do interior do templo era destinado para ali instalar a arca da Aliança. 20 Tinha vinte côvados­ de comprimento, vinte côvados de largu­ra e vinte côvados de altura, e era revestido de ouro puríssimo. O altar diante do San­tíssimo, revestiu-o de cedro.
21
Salomão revestiu o templo por dentro com ouro puríssimo e pôs correntes de ouro na?fren­te do Santíssimo, ao qual revestiu igual­mente de ouro. 22 Nada havia no templo que não estivesse coberto de ouro. Também o altar­ diante do Santíssimo era todo revestido de ouro.
23
No Santíssimo, Salomão mandou instalar dois querubins de madeira de oliveira de dez côvados de altura. 24 Uma asa de um que­rubim media dois metros e meio, e a outra asa também, de modo que eram cinco metros­ da ponta de uma asa à ponta da outra. 25 O se­gundo que­rubim media igualmente cinco metros de altura. Os dois tinham igual tamanho e forma. 26 O primeiro querubim tinha cinco metros de altura e da mesma forma o segundo. 27 Colocou os querubins no meio da parte interior do templo, com as asas estendidas, de modo que a asa exterior de um querubim tocava uma pa­rede, e a do segundo, a outra parede. As asas interiores tocavam-se no centro. 28 Salomão revestiu os querubins de ouro. 29 Mandou também esculpir, nas paredes em redor do templo, figuras variadas: querubins, palmas, cálices de flores abertos, por dentro e por fora. 30 Também recobriu com ouro o pavimento do templo por dentro e por fora.
31
Para a entrada do Santíssimo, fez portas de madeira de oliveira, com marcos de cinco quinas. 32 Nas duas portas de madeira de oliveira mandou esculpir querubins, palmas e cálices de flores abertos; e revestiu de ouro os querubins e as palmas. 33 Da mesma maneira fez para a entrada da nave marcos de quatro quinas de madeira de oliveira 34 e duas portas de madeira de cipreste, ambas de duas folhas giratórias. 35 Mandou esculpir nelas querubins, palmas e cálices de flores abertos, e revestiu tudo com lâminas de ouro.
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Construiu ainda o pátio interior, com três fileiras de pedras talhadas e uma fileira de madeira de cedro.
37
No quarto ano \de Salomão, no mês de?Ziv, 38 tinham sido lançados os alicerces da Casa do Senhor. No décimo primeiro ano, no mês de Bul – que é o oitavo mês – estava acabada a obra conforme o projeto inteiro e todos os pormenores. A construção levara sete anos.

 O palácio de Salomão 

7 1 Salomão construiu também seu palácio, que levou treze anos para ser concluí­do. 2 Construiu assim a casa chamada “Flores­ta do Líbano”, com cinqüenta metros de comprimento, vinte e cinco de largura e quinze de al­tura, com quatro galerias de colunas de cedro­ sobre as quais se apoiavam vigas de cedro. 3 O teto era de madeira de cedro, com quarenta­ e cinco traves apoiadas sobre as colunas, quinze por fileira. 4 Havia três fileiras de janelas emol­duradas, cada três janelas se correspondendo. 5 Os marcos da porta tinham quatro qui­nas. 6 Salomão fez um pórtico com colunas, de vinte e cinco metros sobre quinze, e na frente daquele pórtico maior fez outro, com colunas e telhado na frente. 7 Fez o pórtico do trono, no qual se encontrava o tribunal, e revestiu-o de madeira de cedro desde o pavimento até o teto. 8 Sua residência se encontrava em outro pátio, do outro lado do pórtico, e era feita de ma­neira semelhante. Para a filha do Faraó que trouxera como esposa, Salomão fez uma casa semelhante a esse pórtico.
9
Da rua até o átrio maior, tudo, desde o pavi­mento até o alto das paredes, era feito com pe­dras escolhidas, serradas na mesma forma e medida do lado interior e exterior. 10 Os fundamentos também eram de pedras escolhidas, grandes pedras de cinco ou quatro metros. 11 Daí para cima foram usadas pedras escolhidas, cortadas sob medida, e madeira de cedro. 12 O átrio maior tinha ao redor três fileiras de pedras­ cortadas por uma fileira de cedro lavrado, da mesma forma como o átrio interior da Casa do Senhor e o pórtico do palácio.

 Os objetos de metal do Templo

13 O rei Salomão mandou trazer Hiram de Tiro, 14 filho de uma mulher viúva da tribo de Neftali, cujo pai era de Tiro e trabalhava em bronze. Ele tinha muita habilidade, inteligência e ciência para fazer qualquer trabalho em bronze. Ele apresentou-se ao rei Salo­mão e executou todos os seus encargos.
15
Fundiu as duas colunas de bronze. Uma co­luna tinha nove metros de altura por seis de circunferência; era oca por dentro e o metal ti­nha quatro polegadas de espessura. Assim era também a outra. 16 Fez dois capitéis fundidos em bronze para serem postos no alto das colunas. Cada capitel tinha dois metros e meio de altura. 17 Fez uma coroa de flores entre­te­ci­das e trançadas em forma de correntes, com admirável arte entrelaçadas nos capitéis que coroavam as colunas. Enfeitou cada capitel com sete desses trançados. 18 Fez duas fileiras de romãs ao redor da armação que cobria o capitel no alto da coluna. Da mesma maneira fez com o outro capitel. 19 Os capitéis em cima das colunas do pórtico eram como lírios e me­diam dois metros. 20 Nos capitéis em cima das duas colunas, em torno do globo que sobressaía aos trançados, foram fixadas duas fileiras­ de romãs, duzentas ao todo, tanto no primeiro­ como no segundo capitel. 21 Ergueu as duas colunas junto ao pórtico do templo. Quando ergueu a coluna do lado direito, chamou-a com o nome de “Jaquin”. Da mesma forma, erigiu a coluna do lado esquerdo e chamou-a com o nome de “Booz”. 22 Concluiu a obra das colunas armando-lhes no topo um enfeite em forma de lírios.
23
Fez também, de metal fundido, \um depósi­to de água, chamado “o Mar”. Era redondo e tinha cinco metros de diâmetro por dois e meio de altura e quinze de circunferência. 24 Sob a borda que o circundava fez ornamentos de flores, em duas fileiras, fundidas numa só peça com o depósito. 25 O Mar repousava sobre doze touros, dos quais três olhavam para o norte, três para o oeste, três para o sul e três para?o leste; com as costas viradas para dentro consti­tuíam o apoio do depósito. 26 O metal tinha?um palmo de espessura. A borda era semelhante a uma borda de cálice em for­ma de lírio aberto. A capacidade era de oitenta mil litros .
27
Hiram fez também de bronze dez suportes \rolantes. Cada qual tinha quatro côvados de comprimento, quatro de largura e três de altura. 28 Os suportes eram feitos com painéis presos entre travessas. 29 Sobre os painéis entre­ as travessas havia leões, touros e querubins; da mesma forma, sobre as travessas, acima e abaixo dos leões e bois, havia guirlandas em relevo. 30 Cada suporte tinha quatro rodas com eixos de bronze, quatro pés e como que pequenas espaldas fundidas contra as guirlandas para suportar a bacia. 31 A boca \da bacia era redonda e sua base tinha setenta e cinco centímetros de altura. Na boca havia várias esculturas. Os painéis eram quadrados, não redondos. 32 Sob os painéis havia as quatro rodas, cujos eixos estavam integrados no suporte. Cada roda media setenta e cinco centímetros. 33 As rodas eram como as que se costuma fazer para carros. Seus eixos, aros, raios e cubos eram todos fundidos. 34 As quatro pequenas espaldas ficavam nos ângulos de cada suporte, fundidas com ele numa só peça. 35 Na parte superior do suporte havia um cilindro de vinte e cinco centímetros de altura. Nessa parte superior havia apoios e os painéis integrados ao suporte. 36 Também esculpiu querubins, leões e palmas na superfície das armações e dos painéis, de acordo com o espaço disponível em cada um, e grinaldas ao redor. 37 Desta maneira fez dez suportes do mesmo molde, com as mesmas medidas e figuras. 38 Fez ainda dez bacias de bronze, de dois metros, cada qual com capacidade para mil e quinhentos litros: uma bacia para cada um dos dez suportes. 39 Ele instalou cinco suportes no lado direito do templo e cinco no lado esquerdo. O mar, ele o colocou no lado direito do templo, para o sudeste.
40
Enfim, Hiram fez também caldeirões, pás e taças. Assim, terminou todos os encargos?do rei Salomão na Casa do Senhor: 41 as duas co­lunas e os dois globos dos capitéis no alto das colunas, os dois enfeites para cobrir os glo­bos­ que estavam no alto das colunas, 42 as quatrocentas romãs dos dois enfeites – duas filei­ras de romãs em cada enfeite, para cobrir os globos que estavam no alto das colunas –, 43 os dez suportes com suas respectivas bacias, 44 o único “Mar” e os doze touros embaixo dele, 45 e caldeirões, pás e taças. Todos os uten­sílios que Hiram fez para o rei Salomão na Casa do Senhor eram de bronze polido. 46 O rei mandou fundir todos na região dos cam­pos do Jordão, na terra argilosa entre Su­cot e Sartã. 47 Salomão mandou instalar todos os utensílios.­ Como eram muitos, não foi possível avaliar o peso do bronze.
48
Salomão mandou fazer todos os \demais utensílios na Casa do Senhor: o altar de ouro e a mesa de ouro para os pães da proposição;­ 49 os candelabros de ouro puro, cinco à direita e cinco à esquerda diante do Santíssimo, as flores e as lâmpadas que ficavam em cima, tudo dourado; as tenazes douradas; 50 as tige­las, as facas, as taças, as vasilhas, os turí­bu­los,­ de ouro maciço; e os gonzos dourados das portas do Santíssimo, no interior, e das portas da nave do templo.
51
Salomão concluiu todos os trabalhos na Casa do Senhor, trouxe a prata, o ouro e os utensílios que seu pai Davi consagrara e colocou tudo no tesouro da Casa do Senhor.


1Reis (CNB) 1