1Reis (CNB) 8

 Traslado da arca. A glória de Deus

8 1 Salomão convocou junto de si em Jerusalém todos os anciãos de Israel, todos os chefes das tribos e os chefes das famílias israelitas, a fim de transferir da cidade de Davi, isto é, Sião, a arca da aliança do Senhor. 2 Todos os homens de Israel reuniram-se em torno do rei Salomão, durante a festa do mês de Eta­nim, o sétimo mês. 3 Vieram todos os anciãos de Israel, e os sacerdotes tomaram a arca 4 e levaram-na, como também a tenda da reunião, com todos os objetos sagrados que nela se encontravam; quem os levavam eram os?sa­cerdotes e os levitas. 5 O rei Salomão e toda a comunidade de Israel, reunida em torno dele, imolavam diante da arca ovelhas e bois em?tal quantidade, que não se podia contar nem calcular. 6 E os sacerdotes conduziram a arca da aliança do Senhor a seu lugar, no Santíssimo do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins, 7 pois os querubins estendiam suas asas sobre o lugar da arca, em forma­ de dossel sobre a arca e seus varais. 8 Estes varais eram tão compridos que suas extremidades se podiam ver desde o santuário à frente do Santo dos Santos, porém não de fora. E ali ficaram até ao dia de hoje. 9 Dentro da arca só havia as duas tábuas de pedra, que Moisés ali havia deposto no monte Horeb, quando o Senhor concluíra a aliança com os filhos de Israel, logo que saíram da terra do Egito.
10
Ora, quando os sacerdotes deixaram o san­tuário, uma nuvem encheu a Casa do Senhor, 11 e os sacerdotes não puderam continuar as funções por causa da nuvem: a glória do Senhor tinha enchido a Casa do Senhor. 12 Então­ Salomão disse:
“O Senhor disse que habitaria em densa nuvem!
13
Sim, foi para ti que eu edifiquei uma casa esplendorosa
uma morada em que habitarás para sempre”.

 Salomão bendiz ao Senhor

14 O rei voltou sua face e bendisse toda a assembléia de Israel. Toda a assembléia de Israel mantinha-se de pé. 15 Ele disse:
“Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que realizou por sua mão o que pela boca havia declarado a Davi, meu pai, dizendo: 16
‘Desde o dia em que fiz sair do Egito meu povo Israel,­ não escolhi nenhuma cidade dentre todas as tribos de Israel para construir minha casa e?pa­ra que meu nome ali estivesse. Mas escolhi Da­vi para governar meu povo, Israel’. 17 Ora, Davi, meu pai, quis construir uma casa para o nome do Senhor, Deus de Israel, 18 e o Senhor disse a Davi, meu pai: ‘Planejaste construir uma casa para meu nome, e fizeste bem ao ponderar isso em teu coração. 19 Contudo,?tu­ não construirás a casa, mas teu filho, que ge­ra­rás de tua carne, esse construirá a casa para meu nome’. 20 O Senhor confirmou a palavra que havia pronunciado. Eu sucedi a Davi, meu pai, e estou sentado no trono de Israel, confor­me falou o Senhor, e construí a casa para o nome do Senhor, Deus de Israel. 21 E nela des­tinei um lugar para a arca que contém a Aliança que o Senhor estabeleceu com nossos pais, quando os fez sair da terra do Egito”.

 Súplica de Salomão

22 Salomão pôs-se de pé diante do altar do Senhor, na presença de toda a assembléia de Israel, estendeu as mãos para o céu e orou:
21
“Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus igual a ti, nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo na terra; tu guardas a aliança e a misericórdia para com teus servos que, de todo o coração, andam na tua presença. 24 Guardaste a promessa que fizeste a teu ser­vo Davi, meu pai: aquilo que tua boca pronunciou, tua mão o realizou, como hoje se vê. 25 Agora, Senhor, Deus de Israel, mantém­ em favor de teu servo Davi, meu pai, a promessa que lhe fizeste, dizendo: ‘Jamais te fal­tará diante de mim um sucessor no trono de Israel, desde que teus filhos cumpram seus deveres e andem na minha presença do modo como tu o fizeste’. 26 E agora, Senhor, Deus de Israel, verifiquem-se as palavras que falas­te a teu servo Davi, meu pai.
27
Mas será possível que Deus habita na ter­ra? Se os mais altos céus não te podem conter, muito menos esta casa que eu construí! 28 Todavia, Senhor meu Deus, atende à oração­ de súplica do teu servo, e ouve o clamor, a prece que ele faz hoje em tua presença. 29 Teus olhos repousem atentos noite e dia sobre esta casa, sobre o lugar do qual disseste: ‘Aqui?es­tará o meu nome!’ Ouve a oração que o teu servo te faz neste lugar. 30 Ouve as súplicas?de teu servo e de teu povo Israel, quando aqui orarem. Escuta-os desde tua morada no céu, escuta-os e perdoa!
31
Se alguém for acusado de pecado contra seu próximo e lhe impuserem um juramento,­ e se ele vier proferir o juramento diante do?al­tar nesta tua casa, 32 ouve desde o céu e exerce­ a justiça entre teus servos: condena o ímpio, fazendo cair sua injustiça sobre sua cabeça, e justifica o justo, retribuindo-lhe segundo sua justiça.
33
Se teu povo Israel for vencido por um ini­migo por ter pecado contra ti, se fizerem pe­ni­tência, louvarem teu nome e, orando, su­plica­rem a ti nesta casa, 34 ouve-os desde o céu, per­doa os pecados do teu povo Israel e os re­conduz à terra que deste a seus pais.
35
Se por causa dos seus pecados o céu se fechar e não chover, e se rezarem voltados para este lugar,­ louvando teu nome e convertendo-se de seus pecados por causa da aflição que lhes en­viares, 36 ouve-os desde o céu e perdoa os pe­cados dos teus servos e de teu povo Israel, e mostra-lhes o bom caminho para caminharem nele, e dá-lhes a chuva sobre tua terra, que deste em herança a teu povo.
37
Se vier fome sobre o país, peste, praga ou ferrugem, gafanhotos ou lagartas, se os ini­migos montarem o cerco diante das portas,­ seja qual for o flagelo ou a doença – 38 toda oração e súplica de qualquer um do teu povo Israel, se alguém reconhecer o que fere seu coração e abrir seus braços nesta casa, 39 ou­ve-o desde o céu, do lugar de tua morada, per­doa-lhes e trata-os segundo seu proceder – pois somente tu conheces o coração de to­dos os humanos. 40 Assim hão de temer-te por todos os dias de sua vida na face da terra que deste aos nossos pais.
41
Mesmo se um estrangeiro, alguém que não pertence a teu povo Israel, vier de longe por causa de teu nome – 42 pois ouvirão falar de teu grande nome, de tua mão poderosa e do poder de teu braço –, se, portanto, ele vier para orar neste templo, 43 escuta desde o céu onde moras e atende a todos os pedidos desse estrangeiro, para que todos os povos da terra conheçam o teu nome e te temam, como faz o teu povo Israel, e para que saibam­ que o teu nome é invocado sobre este templo que eu construí.
44
Se teu povo sair para a guerra contra seus inimigos, indo pelo caminho pelo qual o tiveres mandado; se te suplicarem, voltados para?a cidade que escolheste e para o templo que eu construí para teu nome, 45 ouve desde o céu as suas orações e suas preces, e faz-lhes justiça.
46
Se pecarem contra ti, já que não há quem não peque, e tu, irado, os entregares aos inimigos, e forem levados cativos para a terra dos inimigos, longe ou perto; 47 se, então, no lugar de seu cativeiro mudarem o seu coração e arrependidos suplicarem a ti, no seu cativeiro, dizendo: ‘Pecamos, agimos iniquamente, procedemos impiamente’; 48 se então voltarem a ti de todo seu coração e de toda sua alma, na terra de seus inimigos, por quem foram levados cativos, e rezarem a ti voltados para sua terra, que deste a seus pais, e para a cidade que escolheste, e para o templo que construí para teu nome; 49 – então, ouve desde o céu, onde está tua morada, suas orações e suas preces e faz-lhes justiça; 50 sê propício ao teu povo, que pecou contra ti, perdoa todas as iniqüidades que praticaram contra ti e inspira misericórdia naqueles que os retêm cativos, para que tenham compaixão deles. 51 Pois eles são teu povo e tua herança, que fizeste sair do Egito, do meio da­quela fornalha de ferro. 52 Teus olhos estejam­ abertos à súplica do teu servo e de Israel,­ teu povo, para ouvires todos os apelos que dirigirem a ti. 53 Pois tu os separaste para ti co­mo herança dentre todos os povos da terra,­ como falaste por meio do teu servo Moisés, quando fizeste sair nossos pais do Egito, Senhor Deus”.

 Bênção do povo 

54 Ao terminar toda essa oração de súplica ao Senhor, Salomão levantou-se da frente do altar do Senhor, onde caíra de joelhos, as mãos erguidas ao céu. 55 Pôs-se de pé e abençoou toda a assembléia de Israel em alta voz, dizen­do: 56 “Bendito seja o Senhor, que deu repouso­ a seu povo Israel, conforme tudo que prometera. Não falhou nenhuma palavra de todas as promessas favoráveis que pronunciou por meio de Moisés, seu servo. 57 Que o Senhor, nosso Deus, esteja conosco como esteve com nossos pais. Não nos abandone nem rejeite, 58 mas incline para si o nosso co­ração, para que andemos em todos os seus caminhos e obser­vemos seus mandamentos, decretos e normas que ordenou a nossos pais. 59 E que es­tas minhas palavras, que proferi su­plicante diante do Senhor, cheguem ao Se­nhor, nosso­ Deus, dia e noite, para que faça justiça ao seu servo e a seu povo Israel, segundo a necessida­de de cada dia. 60 Assim, to­dos os povos da?ter­ra saberão que o Senhor­ é Deus e que não existe outro a não ser ele. 61 Que vosso coração­ pertença perfeitamente ao Senhor, nosso Deus, para que caminheis em seus decretos e observeis seus mandamentos, como hoje o fazeis”.

 Sacrifícios da dedicação do templo

62 Então o rei e todo o Israel com ele imola­ram vítimas diante do Senhor. 63 Salomão ofereceu vítimas para o sacrifício de comunhão e as imolou para o Senhor: vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. E o rei e todos os israelitas realizaram a dedicação do templo ao Senhor. 64 Naquele dia o rei con­sagrou o pátio interior situado na frente da Casa do Senhor, oferecendo ali o holocausto, a oferenda e a gordura dos sacrifícios de comunhão, pois o altar de bronze que estava na frente do Senhor era pequeno, e não cabiam nele o holocausto, a oferenda e a gordu­ra dos sacrifícios de comunhão.
65
Naquele tempo, Salomão fez uma grande festa, e todo o Israel com ele, por sete dias. Uma grande assembléia compareceu diante do Senhor, nosso Deus, vinda desde a entrada de Hamat até do rio do Egito. 66 No oitavo dia, despediu o povo. Bendizendo o rei, retor­naram às suas tendas, alegres e de coração contente por tudo de bom que o Senhor fizera­ a Davi, seu servo, e a Israel, seu povo.

 Segunda aparição de Deus a Salomão

9 1 Depois que Salomão tinha concluído a construção da Casa do Senhor e da casa do rei e realizado tudo quanto desejara fazer, 2 apareceu-lhe o Senhor outra vez, como aparecera em Gabaon. 3 E o Senhor lhe disse: “Ou­vi tua oração e tua súplica, que apresentaste diante de mim. Santifiquei esta casa que construíste para que nela eu ponha meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão ali todos os dias. 4 Tu também, se andares na minha presença assim como andava Davi, teu pai, com o coração íntegro e em eqüidade,­ se fizeres tudo que te ordenar e observares meus estatutos e normas, 5 manterei teu trono para sempre em Israel, assim como falei a Davi, teu pai, dizendo: ‘Não deixarei faltar um homem de tua descendência no trono de Israel’. 6 Mas se vos obstinardes, vós e vossos filhos, em não seguir-me e em não observar meus mandamentos e decretos, que vos ordenei, se vos afastardes para servir deuses alheios e adorá-los, 7 tirarei Israel da face da terra que lhe dei e afastarei de minha presença­ o templo que consagrei ao meu nome. Israel será motivo de chacotas e piadas para todos os povos. 8 Esta casa cairá em ruínas; todo aquele que passar por ela ficará espantado e, suspirando, dirá: ‘Por que o Senhor fez isto a esta terra e a esta casa?’ 9 E responderão: ‘Por­que abandonaram o Senhor, seu Deus, que fez sair seus pais da terra do Egito, e se­guiram deuses alheios, os adoraram e lhes ser­viram, por isso o Senhor enviou sobre eles todo esse mal’”.

 Ajuste com Hiram 

10 Passaram-se os vinte anos durante os quais Salomão construiu as duas casas – a Ca­sa do Senhor e a casa do rei. 11 Como Hi­ram, rei de Tiro, tinha fornecido a Salomão madeira de cedro e de cipreste e ouro quanto­ precisava, Salomão retribuiu a Hiram vinte ci­dades na terra da Galiléia. 12 Hiram saiu de Ti­ro para ver as cidades que Salomão lhe?ha­via­ dado, e não lhe agradaram. Ele disse: 13 “Que cidades são essas que me deste, irmão!” E chamou-as “terra de Cabul”, como se chamam até hoje.
14
Hiram tinha enviado ao rei cento e vinte ta­lentos, \quatro toneladas, de ouro.

 Obras públicas

15 Eis a relação dos trabalhos que o rei Salo­mão impôs para a construção da Casa do Se­nhor, a sua casa, o aterro, o muro de Jerusalém, Hasor, Magedo e Gazer. 16 Faraó, rei do Egito, tinha numa expedição tomado Gazer, queimando-a e matando os cananeus que mo­ravam na cidade, e a dera como dote à sua filha, esposa de Salomão. 17 Salomão reconstruiu Gazer, Bet-Horon inferior, 18 Baalat e Tamar, no deserto \de Judá. 19 Edificou todas as cidades de entreposto que lhe pertenciam, e as cidades de guarnição para os carros e pa­ra os cavalos. Construiu tudo que lhe agradava em Jerusalém, no Líbano e em todas as terras sob seu domínio.
20
Salomão fez tributários seus, até hoje, toda a gente que restou dos amorreus, dos he­teus, dos ferezeus, dos heveus, dos jebu­seus, os quais não eram israelitas. 21 Foi essa também a situação dos seus descendentes, que ficaram­ no país depois deles, sem que os israelitas os pudessem exterminar. 22 Salo­mão não obrigou ao serviço nenhum israelita,­ mas determinou que fossem guerreiros e mi­nistros seus, oficiais, escudeiros, comandantes de carros e ca­valos. 23 Havia quinhentos e cin­qüenta chefes que conduziam todas as obras de Salomão. Eles tinham o povo sob suas ordens e conduziam a execução de todas as obras.
24
Depois que a filha do Faraó tinha vindo à cidade de Davi, para morar na casa que Salomão lhe tinha construído, ele construiu o aterro.­
25
Três vezes por ano, Salomão oferecia ho­locaustos e sacrifícios de comunhão sobre o altar que tinha construído para o Senhor, e queimava incenso diante do Senhor. Ele com­pletou também o templo.

 A frota de Salomão

26 Salomão montou também uma frota em Asiongaber, perto de Eilat, no litoral do mar Vermelho, na região de Edom. 27 Hiram pôs à disposição alguns de seus servos, entendidos em navegação, para acompanharem nos navios os servos de Salomão. 28 Eles foram até Ofir, onde colheram quatrocentos e vinte talentos de ouro, \umas quinze toneladas, que levaram ao rei Salomão. 

 A rainha de Sabá e as importações de Salomão

10 1 Quando ouviu falar da fama de Salomão, para honra do nome do Senhor, a rainha de Sabá veio desafiá-lo com enigmas.­ 2 Chegou a Jerusalém com numerosa comitiva,­ com camelos carregados de aromas e enorme quantidade de ouro e pedras preciosas. Apresentou-se ao rei Salomão e expôs-lhe todos os seus assuntos. 3 Salomão soube responder a todas as suas perguntas: para ele, nada era tão obscuro que não o pudesse resolver. 4 A rainha de Sabá, quando viu toda a sabedoria de Salomão, o palácio que tinha construído, 5 os manjares de sua mesa, os cortesãos sentados em ordem à mesa, a organização de seus oficiais e as suas vestes, os copeiros, os holocaustos que ele oferecia na Casa do Senhor, ficou pasmada e disse ao rei: 6 “Realmente era verdade o que eu ouvi na minha terra a respeito de tuas palavras e de tua sabedoria! 7 Eu não queria acreditar no que diziam, até que vim e vi com os meus próprios olhos, e reconheci que não me contaram nem a metade. Tua sabedoria e teus bens superam de longe a fama que chegara aos meus ouvidos. 8 Feliz a tua gente, felizes os teus servos que gozam sempre da tua presença e que ouvem a tua sabedoria! 9 Bendito seja o Senhor, teu Deus, a quem agradaste, e que te colocou no trono de Israel. Foi porque amou Israel para sempre que o Senhor te constituiu rei para governares com justiça e eqüidade”. 10 Depois, ela deu ao rei cento e vinte talentos de ouro e grande quantidade de aromas e pedras preciosas. Nunca mais foi trazida tal quantia de aromas como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão. 
11
A frota de Hiram que transportava o ouro de Ofir, trouxe de lá uma enorme quantidade­ de madeira de sândalo e pedras preciosas. 12 Com essa madeira de sândalo, o rei fez ar­ma­ções para a Casa do Senhor e o palácio real,?e cítaras e harpas para os cantores. Nun­ca mais foi trazida tal madeira, nem mais se viu até hoje.
13
O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo que ela quis e dele pediu, além daquilo que ele lhe ofereceu como presente régio. Então ela com os seus servos voltou à sua terra.

 As riquezas de Salomão

14 A quantidade de ouro que anualmente chegava a Salomão era de seiscentos e sessen­ta e seis talentos – \vinte toneladas – de ouro 15 além das taxas pagas por mercadores e comerciantes, por todos os reis da Arábia e pelos governadores do território.
16
O rei Salomão mandou fazer duzentos es­cudos de ouro batido, cada qual com uns seis quilos de ouro, 17 e trezentos escudos pequenos de ouro batido, com um quilo e meio de ouro para cada um. O rei os depositou na casa da Floresta do Líbano.
18
O rei Salomão fez também um grande trono de marfim e o revestiu de ouro fino. 19 O trono tinha seis degraus. O espaldar era arredondado e de cada lado havia um braço sustentando o assento. Junto aos braços havia dois leões 20 e sobre os seis degraus, distribuídos pelos dois lados, doze leõezinhos. Nunca se fez algo semelhante em todo o reino.
21
Todas as taças nas quais o rei Salomão bebia eram de ouro e todas as baixelas da casa da Floresta do Líbano, de ouro puríssimo. Não se usava prata, nem era apreciada nos dias de Salomão, 22 pois a frota de Társis, que era do rei, ia por mar com a frota de Hiram uma vez a cada três anos e voltava carregada de ouro, prata, marfim, macacos e pavões. 23 O rei Salomão chegou a superar todos os reis da terra em riqueza e sabedoria. 24 Todo o mundo desejava chegar à presença de Salomão e ouvir a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. 25 E, cada ano, todos lhe traziam presentes: va­sos de ouro e prata, vestes, armas de guerra, perfumes e também cavalos e mulas.
26
Salomão se proveu de carros e cavaleiros, mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros ao todo. Colocou-os nas cidades de guarnição dos carros e em Jerusalém, na proximidade do rei. 27 Tornou a prata em Jerusalém tão abundante como as pedras, os cedros tão comuns quanto os sicômoros que nascem na planícia costal. 28 Traziam para Salomão cavalos do Egito e de Coa. Os negociantes do rei compravam-nos em Coa por determinado preço. 29 (Um carro do Egito custava uns seis quilos de prata, e um cavalo, um quilo e meio.) Depois, por intermédio deles, eram vendidos a todos os reis dos heteus e de Aram. 

 O pecado de Salomão

11 1 Além da filha do Faraó, o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, moabitas, amonitas, iduméias, sidônias, he­téias, 2 mulheres das nações a respeito das quais o Senhor dissera aos israelitas: “Não arrumeis casamento com elas, nem elas com vossa gente.­ Com certeza perverterão os vossos corações pa­ra que sigais os seus deuses”. Mas Salomão apaixonou-se por elas. 3 Teve setecentas esposas, no grau de rainhas, e trezentas concubinas;­ e elas desviaram seu coração.
4
Quando Salomão ficou velho, suas mulhe­res desviaram-lhe o coração para outros deuses; seu coração já não pertencia integral­men­te ao Senhor, seu Deus, como o do seu pai Davi. 5 Salomão prestou culto a Astarte, deusa dos sidônios, e a Melcom, ídolo dos amonitas. 6 Ele fez o que desagrada ao Senhor­ e não lhe foi inteiramente fiel como seu pai Davi. 7 Foi assim que Salomão construiu um santuário para Camos, ídolo de Moab, no monte que está defronte de Jerusalém, e para Melcom, ídolo dos amonitas. 8 Fez o mesmo para todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a seus deuses.
9
Então o Senhor irritou-se contra Salomão, porque seu coração se tinha desviado do Senhor, Deus de Israel, embora este lhe havia aparecido duas vezes, 10 proibindo-lhe expressamente seguir a outros deuses – mas ele não obedeceu à ordem do Senhor. 11 O Senhor disse, pois, a Salomão: “Já que procedeste as­sim e não guardaste a minha aliança, nem as leis que te prescrevi, vou tirar de ti o reino e dá-lo a um de teus servos. 12 Mas, por amor de teu pai Davi, não o farei durante a tua vida; é da mão de teu filho que o arrebatarei. 13 Não?te tirarei o reino todo, mas deixarei ao teu fi­lho uma tribo, por consideração a meu servo­ Davi e a Jerusalém, que escolhi”.

 Os inimigos externos

14 O Senhor suscitou um adversário contra Salomão, Adad, o edomita, da família real de Edom. 15 Quando da conquista de Edom por Davi, Joab, chefe das tropas, tinha entrado?pa­ra sepultar os mortos, matando todos os va­rões de Edom. 16 (Joab permanecera ali seis me­ses, com todo o Israel, até exterminar todo varão em Edom.) 17 Adad conseguira escapar com alguns homens de Edom, servos de seu pai, e assim chegara ao Egito, sendo ainda?me­nino. 18 Partindo de Madiã, chegaram a Farã, tomaram consigo homens de Farã e entraram no Egito. Foram até o Faraó, rei do Egito, que lhes deu casa, alimento e terra. 19 Adad encon­trou ampla graça diante do Faraó, tanto que este lhe deu como esposa sua cunhada, a irmã da rainha Táfnis. 20 A irmã de Táfnis deu-lhe um filho, Genubat, e Táfnis o amamentou na casa do Faraó. Genubat ficou morando junto ao Faraó na companhia de seus filhos. 21 No Egito, Adad soube que Davi adormecera com seus pais e que Joab, chefe das tropas, tinha morrido. Disse então ao Faraó: “Permita-me que eu vá à minha terra”. 22 O Faraó respondeu: “O que te falta aqui junto de mim, para quereres ir à tua terra?” – “Nada”, respondeu Adad, “mas peço que me deixes ir”.
23
O Senhor suscitou contra Salomão também um outro inimigo, Razon filho de Eliada, que buscara refúgio junto a Adadezer, rei de Soba, seu senhor. 24 Reuniu homens ao seu redor e fez-se chefe de um bando, enquanto Davi buscou matá-los. Fugiram para Damasco, moraram ali e tomaram conta do reinado em Damasco. 25 Era inimigo de Israel durante toda a vida de Salomão, além do mal que era Adad. Ele odiava Israel, e era rei de Aram.

 A revolta de Jeroboão 

26 Também Jeroboão filho de Nabat levantou a mão contra rei. Ele era de Sareda, em Efraim, e oficial de Salomão; sua mãe se cha­mava Sarva e era viúva. 27 A ocasião da sua revolta foi a seguinte:

 Ao construir o aterro, Salomão mandou terraplenar a voragem que havia na cidade de Davi, seu pai. ~28 Ora, Jeroboão era forte e valente, e vendo como o moço era esforçado, Salomão designou-o para di

40 Salomão quis então matar Jeroboão, mas este sumiu e fugiu para o Egito, para Sesac, rei do Egito, e ficou no Egito até a morte de Salomão.

 Resumo

41 Os demais feitos de Salomão, tudo que fez, sua sabedoria, está tudo escrito no livro dos Atos de Salomão. 42 Salomão exerceu o reinado sobre todo o Israel durante quarenta anos, em Jerusalém. 43 Salomão adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai. Seu filho Roboão tornou-se rei em seu lugar.


A divisão do reino

 Roboão e Jeroboão. A assembléia de Siquém 

12 1 Roboão dirigiu-se a Siquém. Ali tinha-se reunido todo o Israel para cons­tituí-lo rei. 2 Jeroboão filho de Nabat, ainda refugiado no Egito por causa do rei Salomão, soube desse acontecimento e voltou do Egi­to. 3 Mandaram chamá-lo, e Jeroboão e to­da a assembléia de Israel foram falar com Roboão, dizendo: 4 “Teu pai impôs sobre nós um jugo muito pesado. Tu, agora, alivia a opressão de teu pai e o jugo tão pesado que nos impôs, e te serviremos”. 5 Ele respondeu: “Podeis ir; voltai a mim daqui três dias”.
Depois que o povo saiu, 6
o rei Roboão foi aconselhar-se com os anciãos que assistiam Salomão, seu pai, quando ainda estava vivo. Per­guntou: “Que conselho me dais, para que eu responda a esse povo?” 7 Disseram-lhe: “Se hoje deres ouvido a esse povo e te puseres a seu serviço, se acatares seu pedido e falares com diplomacia, eles serão teus servos para sempre”. 8 Mas ele desprezou o conselho que os anciãos lhe deram e foi aos jovens que fo­ram criados com ele e agora eram seus assessores. 9 Perguntou: “Que me aconselhais que responda a esse povo que me disse: ‘Alivia o jugo que teu pai impôs sobre nós!’?” 10 Os jo­vens que tinham sido criados com ele responderam: “A esse povo, que te disse: ‘Teu pai aumentou nosso jugo; tu, alivia-o!’, falarás assim: ‘Meu dedo menor é mais grosso que o lombo de meu pai. 11 Meu pai vos impôs um jugo pesado, eu aumentarei vosso jugo. Meu pai vos castigou com açoites, eu vos açoitarei com escorpiões”.
12
No terceiro dia, Jeroboão e todo o povo vieram ter com Roboão, conforme o rei dissera: “Voltai no terceiro dia”. 13 Desprezando­ o conselho que os anciãos lhe tinham dado, o rei respondeu ao povo com dureza; 14 falou­-lhes conforme o conselho dos jovens:
“Meu pai aumentou o vosso jugo;
eu o aumentarei ainda mais.
Meu pai vos castigou com açoites;
eu vos açoitarei com escorpiões”.
15
O rei não deu ouvidos ao povo. Foi assim­ que o Senhor havia disposto para confirmar a palavra que tinha falado por meio de Aías, de Silo, a Jeroboão filho de Nabat. 16 Quando­ todo o Israel viu que o rei não os queria ouvir, responderam-lhe:
“Qual é nossa parte com Davi?
Qual nossa herança com o filho de Jessé?
Para tuas tendas, Israel!
Agora vê a tua casa, Davi!”
E Israel voltou às suas tendas, 17
mas os israe­litas que moravam nas cidades de Judá eram go­vernados por Roboão. 18 Quando o rei Ro­boão enviou o chefe do trabalho imposto,?Ado­niram, o grupo dos israelitas o apedrejou até?a morte. O rei Roboão subiu rapidamente em?seu carro e conseguiu fugir para Jerusalém. 19 E Is­rael rebelou-se contra a casa de Davi até hoje.
20
Depois que todo o Israel soube que Je­ro­boão tinha voltado, mandaram chamá-lo. Reu­niram o conselho e constituíram-no rei so­bre todo o Israel. E não houve ninguém que seguisse a casa de Davi, a não ser a tribo de?Ju­dá. 21 Roboão chegou a Jerusalém e reuniu toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim, cento?e oitenta mil guerreiros escolhidos, para lutar contra a casa de Israel e devol­ver o reinado a Roboão filho de Salomão. 22 Então a palavra?do Senhor foi dirigida a Se­mei, homem de Deus, dizendo: 23 “Fala a Roboão filho de Salomão, rei de Judá, a toda a casa de Judá e Benjamim e ao resto do?po­vo: 24 Assim fala o Senhor: Não subais nem luteis contra vossos irmãos, os filhos de Israel. Volte cada um para sua casa. Fui eu quem fiz o que hoje aconteceu”. Eles deram ou­vido à palavra do Senhor e voltaram para casa, como o Senhor ordenara.

 Os santuários de Betel e Dã

25 Jeroboão fortificou Siquém, na montanha de Efraim, e lá se estabeleceu. Depois saiu dali e fortificou Fanuel.
26
Jeroboão refletiu consigo mesmo: “Como estão as coisas, o reinado pode voltar à casa?de Davi. 27 Se esse povo continuar a subir à Casa do Senhor em Jerusalém, para oferecer sacri­fícios, seu coração se voltará para o seu soberano, Roboão, rei de Judá; eles me matarão, e voltarão para Roboão, rei de Judá”. 28 Depois de ter refletido bem, o rei fez dois bezerros de ouro e disse ao povo: “Basta de subir a?Je­rusalém! Eis aqui, Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito”. 29 Instalou um?be­zerro em Betel e outro em Dã. 30 Isto foi oca­sião de pecado, pois o povo ia em procissão até Dã para adorar um dos bezerros. 31 Je­ro­boão construiu também santuários nos lugares altos e designou como sacerdotes homens tirados do povo, sem serem levitas. 32 E instituiu uma festa no dia quinze do oitavo mês, à semelhança da que era celebrada em Judá, e subiu ao altar. Fez a mesma coisa em Betel, oferecendo sacrifícios aos bezerros que mandara fazer. E estabeleceu em Betel sacerdotes dos lugares altos que tinha fundado.
33
Ele subiu ao altar que tinha construído em Betel, no décimo quinto dia do oitavo mês, data marcada por ele arbitrariamente. Ce­lebrou assim a festa para os israelitas e?su­biu ao altar para queimar incenso.

 Condenação do altar de Betel 

13 1 Eis que um homem de Deus veio de Judá e chegou a Betel, por ordem do Senhor, enquanto Jeroboão estava no altar, queimando incenso. 2 O homem gritou em di­reção ao altar por ordem do Senhor: “Altar, altar! Assim diz o Senhor: Na casa de Davi nas­cerá um filho, cujo nome será Josias, e so­bre ti sacrificará os sacerdotes dos lugares altos, que agora sobre ti oferecem sacrifícios. Ossos humanos serão queimados sobre ti”. 3 No mesmo dia deu um sinal, dizendo: “Este é o sinal de que o Senhor falou: o altar se par­tirá e a cinza que está sobre ele será espalhada”. 4 Quando o rei ouviu as palavras que homem de Deus gritava em direção ao altar em Betel, estendeu sua mão desde o altar e or­denou: “Prendei esse homem!” Mas a mão que estendera contra ele enrijeceu, e ele não po­de dobrá-la de volta. 5 O altar se partiu e as cinzas do altar se espalharam, conforme o sinal que o homem de Deus tinha dado em nome do Senhor. 6 Disse o rei ao homem de Deus: “Aplaca o Senhor, teu Deus, e pede por mim, para que me seja restituída a mão”. O homem de Deus aplacou o Senhor e o rei teve a mão restituída como era antes.
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O rei falou então ao homem de Deus: “Vem comigo à minha casa para te alimentares, e eu te darei um presente”. 8 O homem de Deus respondeu ao rei: “Ainda que me desses a me­tade de tua casa, não iria contigo, nem comeria pão, nem beberia água naquele lugar. 9 Assim me foi ordenado pela palavra do Senhor: ‘Não comerás pão, nem beberás água, nem vol­tarás pelo caminho pelo qual fores”. 10 Ele vol­tou, então, por outro caminho, não por aquele pelo qual viera a Betel.

 A desobediência do profeta 

11 Ora, morava em Betel um profeta já velho. Seus filhos foram contar-lhe tudo que o homem de Deus havia feito aquele dia em Betel, e contaram a seu pai também as palavras que ele dissera ao rei. 12 Seu pai disse-lhes: “Por qual caminho ele foi?” Seus filhos mostraram-lhe o caminho que o homem de Deus de Judá tinha tomado. 13 Então ele disse aos filhos: “Preparai-me o jumento”. Prepara­do o jumento, o profeta montou, 14 foi atrás do homem de Deus e, ao encontrá-lo sentado debaixo de um terebinto, disse-lhe: “Não és tu o homem de Deus que veio de Judá?” Ele respondeu: “Sou eu”. 15 Disse-lhe: “Vem comi­go à minha casa para comer o pão”. 16 Ele disse:­ “Não posso voltar e ir contigo, nem comer pão, nem beber água naquele lugar, 17 pois assim me foi dito pelo Senhor: ‘Não comerás­ pão e não beberás água lá, nem voltarás pelo caminho pelo qual fores’”. 18 Ele retrucou: “Eu sou um profeta semelhante a ti. Um anjo do Senhor falou-me, dizendo: ‘Leva-o contigo à tua casa, e que ele coma pão e beba água’”. En­ganou-o 19 e levou-o consigo. Na casa, o ho­mem comeu pão e bebeu água.
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Ora, enquanto estavam à mesa, a palavra do Senhor veio ao profeta que convidara o homem de Deus vindo de Judá. 21 Ele gritou para este: “Assim fala o Senhor: Porque de­so­bedeceste à palavra do Senhor, porque não observaste a ordem que te deu o Senhor teu Deus, 22 mas voltaste e comeste pão e bebeste­ água no lugar em que te proibiu comer pão ou beber água, por isso, teu cadáver não en­trará no sepulcro de teus pais”.
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Depois que ele comeu e bebeu, o profeta que o tinha levado preparou-lhe o jumento, 24 e ele partiu. No caminho, um leão o atacou e matou. Seu cadáver ficou jogado no caminho, e o jumento ficou parado de um lado do cadáver e o leão do outro. 25 Alguns homens de passagem viram o cadáver jogado no caminho e o leão ao lado dele. Foram con­tá-lo na cidade em que morava o velho profeta. 26 Ao ouvir isso, o profeta que o tinha desviado do caminho disse: “É o homem de Deus que desobedeceu à palavra do Senhor! O Senhor o entregou a um leão, que o dilace­rou e matou, de acordo com a palavra do?Se­nhor que este mandou anunciar-lhe”. 27 Disse­ a seus filhos: “Preparai-me um jumento!” Tendo eles preparado o jumento, 28 ele partiu e encontrou o cadáver jogado no caminho, e o jumento e o leão ao lado do cadáver. O leão não havia devorado o cadáver, nem atacado o jumento.
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O profeta tomou o cadáver do homem de Deus e colocou-o sobre o jumento, e levou-o de volta à cidade para pranteá-lo e sepultá-lo. 30 Depositou o cadáver em seu sepulcro, e prantearam-no, dizendo: “Ai, ai, meu irmão!” 31 Tendo-o sepultado, disse a seus filhos: “Quando eu morrer, sepultai-me no sepulcro no qual está o homem de Deus. Depositai meus ossos junto aos seus. 32 Com certeza se cumprirá a palavra que ele anunciou da parte do Senhor contra o altar que está em Betel e contra todos os santuários dos lugares altos das cidades da Samaria”.

 Morte do filho e fim do reinado de Jeroboão

33 Depois disso, Jeroboão não se converteu de seu péssimo caminho, mas continuava de­signando homens tirados do povo como sacerdotes para os lugares altos; a quem a de­sejasse, ele dava a investidura para se tornar sacerdote nos lugares altos. 34 Por esta?cau­sa a casa de Jeroboão incorreu em pecado e foi destruída e extinta da face da terra.


1Reis (CNB) 8