1Reis (CNB) 14

14 1 Naquele tempo, Abias filho de Jeroboão adoeceu. 2 Jeroboão disse a sua mulher: “Levanta-te e troca de roupa, para que não reconheçam que és a mulher de Je­roboão, e vai a Silo, onde está Aías, o profeta­ que me disse que eu reinaria sobre este povo. 3 Leva contigo dez pães, uma torta e um vaso de mel, e vai até ele. Ele te dirá o que irá acon­tecer a este menino”. 4 A mulher de Jero­boão fez como ele lhe dissera. Pôs-se a cami­nho, foi a Silo e chegou à casa de Aías. Ele não podia ver, pois seus olhos se esclero­sa­ram por causa da velhice.
5
O Senhor tinha dito a Aías: “Logo vai che­gar a mulher de Jeroboão para te consultar­ acerca de seu filho, que está doente. Falarás­ a ela tal e tal coisa. Ao entrar estará disfar­çada de peregrina”. 6 Quando Aías ouviu o ruído de seus pés entrando pela porta, disse: “Entra, mulher de Jeroboão. Por que te disfarças de outra pessoa? Fui enviado para dar-te uma notícia dura. 7 Vai e diz a Jeroboão: ‘Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu te alcei do meio do povo e te constituí príncipe sobre meu povo Israel, 8 separei o reino da casa de Davi e o dei a ti, mas não foste como meu servo Davi, que guardou meus mandamentos e me seguiu de todo o coração, fazendo o que era agradável aos meus olhos. 9 Pelo contrário, fizeste coisas piores que teus predecessores e fizeste para ti deuses estranhos, de metal fundido, a ponto de me irritar. Tu me jogaste às tuas costas. 10 Por isso farei cair males sobre a casa de Jeroboão e eliminarei da casa de Je­roboão todo macho de qualquer categoria em Israel. Vou varrer os restos da casa de Jeroboão como se varre o lixo, até tudo ficar limpo. 11 Da casa de Jeroboão, os que morrerem na ci­dade serão comidos pelos cães, os que mor­rerem no campo serão devorados pelas aves, porque o Senhor falou. 12 Tu, levanta-te e vai para tua casa. Assim que puseres os pés na cidade, o menino morrerá. 13 Todo o Israel há de pranteá-lo e o sepultará. Da casa de Jero­boão, só este será enterrado num sepulcro, pois somente neste o Senhor, Deus de Israel, encontrou algo de bom, na casa de Jeroboão. 14 O Senhor estabelecerá em Israel um rei que eliminará a casa de Jeroboão. 15 O Senhor vai ferir Israel, o qual se agitará como um caniço na água. Arrancará Israel desta boa terra que foi dada aos seus pais e os sacudirá para o?ou­tro lado do rio, porque ergueram para si postes idolátricos, irritando o Senhor. 16 O Senhor abandonou Israel, por causa dos pecados de Jeroboão, porque pecou e fez Israel pecar”.
17
A mulher de Jeroboão levantou-se, partiu e foi a Tersa. Quando ela estava entrando no limiar da porta, o menino morreu. 18 Todo o Israel enterrou-o e o pranteou, conforme a pa­lavra do Senhor anunciada por seu servo, o profeta Aías. 19 Os demais feitos de Jeroboão, co­mo guerreou e como reinou, está escrito no livro dos anais dos reis de Israel. 20 Jeroboão reinou sobre Israel durante vinte e dois anos. Depois, adormeceu junto de seus pais. Seu fi­lho Nadab se tornou rei em seu lugar.

 O reinado de Roboão e o pecado de Judá

21 Roboão filho de Salomão exercia o reinado em Judá. Roboão tinha quarenta e um anos quando se tornou rei. Reinou dezessete anos na cidade de Jerusalém, cidade escolhi­da pelo Senhor dentre todas as tribos de Israel para lá estabelecer o seu nome. Sua mãe se chamava Naama e era amonita.
22
Judá fez o que é mau aos olhos do Senhor.­ Pelos pecados que cometeram excitaram seu ciúme mais do que por tudo que fizeram os seus pais. 23 Também eles construíram para si lugares altos, com colunas e postes idolátricos sobre todas as colinas elevadas e sob todas as árvores frondosas. 24 Existia prostituição sagra­da no país. Imitaram todas as abominações das nações que o Senhor tinha expulsado de diante de Israel.
25
No quinto ano do reinado de Roboão, o rei Sesac do Egito atacou Jerusalém 26 e levou­ os tesouros da Casa do Senhor e os tesouros do palácio real. Levou tudo, também todos os escudos de ouro que Salomão tinha feito. 27 Para substituí-los, o rei Roboão fez escudos­ de bronze e os confiou aos chefes dos guardas que vigiavam a porta do palácio real. 28 Quan­do o rei entrava na Casa do Senhor, os guardas os levavam e depois os guardavam­ na sala de armas da guarda.
29
Os demais feitos de Roboão e tudo que fez está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 30 Houve guerra entre Roboão e Jero­boão o tempo todo. 31 Roboão adormeceu jun­to de seus pais e foi sepultado com eles na?ci­dade de Davi. O nome da sua mãe era Naa­ma, a amonita. Seu filho Abiam se tornou rei no seu lugar.

 Abiam, rei de Judá

15 1 No décimo oitavo ano do reinado de Jeroboão filho de Nabat, Abiam se tornou rei de Judá. 2 Reinou três anos em Je­rusalém. O nome de sua mãe era Maaca, filha de Abissalão. 3 Cometeu todos os pecados que seu pai fizera antes dele. Seu coração não era íntegro para com o Senhor como o fora o de Davi, seu pai. 4 Mas por causa de Davi, o Senhor, seu Deus, deu-lhe uma lâmpada em Jerusalém, suscitando-lhe um filho sucessor para a preservação de Jerusalém. 5 Pois Davi havia feito o que era reto aos olhos do Se­nhor e não se afastara de tudo que lhe or­de­nara durante toda a sua vida, exceto no caso de Urias, o heteu.  [6 ]
7
Os demais feitos de Abiam e tudo que fez está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 8 Abiam adormeceu junto de seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi. Seu filho Asa tornou-se rei em seu lugar.

 Asa, rei de Judá 

9 No ano vigésimo de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Asa, rei de Judá. 10 Ele reinou quarenta e um anos em Jerusalém. Sua avó se chamava Maaca filha de Abissalão.
11
Asa fez o que era reto diante do Senhor, como fizera Davi, seu pai. 12 Eliminou do país a prostituição sagrada e limpou toda a imundície, \os ídolos que seus pais tinham feito. 13 Além disso, destituiu sua mãe, Maaca, da dignidade de rainha-mãe, porque ela fez o ído­lo de Astarte. Asa quebrou o ídolo e o quei­mou na torrente do Cedron. 14 Mas não destruiu os lugares altos. Todavia, o coração de Asa era íntegro para com o Senhor duran­te toda a vida. 15 Depositou na Casa do Senhor os objetos que seu pai tinha consagrado,­ e o que ele mesmo tinha oferecido como vo­to: prata, ouro e utensílios.
16
Houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Is­rael, durante toda a vida. 17 Baasa, rei de Is­rael, atacou Judá e fortificou Ramá, para que ninguém pudesse sair ou entrar na região de Asa, rei de Judá. 18 Asa tomou toda a prata e todo o ouro que restaram no tesouro da Casa do Senhor e no tesouro da casa real, entregou-o nas mãos de seus servos e enviou-os a Ben-Adad filho de Hezion, rei de Aram, que mo­rava em Damasco. Mandou dizer-lhe: 19 “Há uma aliança entre mim e ti e entre meu pai e teu pai. Vê que te enviei presentes, prata e ouro, e te peço que quebres a aliança que tens com Baasa, rei de Israel, para que ele se retire de minhas terras”. 20 Ben-Adad concordou com o rei Asa. Enviou às cidades de Israel­ os chefes de suas tropas, e tomaram Aion, Dã, Abel-Bet-Maaca e toda a região de Genesaré,­ com toda a terra de Neftali. 21 Ouvindo isto, Baa­sa parou as construções em Ramá e voltou­ a Tersa. 22 O rei Asa convocou todo Judá, não excetuando ninguém. Tomaram em Ramá as pedras e a madeira que Baasa estava usando para suas construções e, com elas, Asa fortifi­cou Gaba de Benjamim e Masfa.
23
Os demais feitos de Asa, toda sua valentia e tudo que fez, as cidades que construiu, tudo isso está escrito no livro dos anais dos reis de Ju­dá. Todavia, no tempo de sua velhice uma doença atingiu-lhe os pés. 24 Ele adormeceu junto de seus pais e foi sepultado com eles na cidade de Davi, seu pai. Seu filho Josafá tornou-se rei em seu lugar.

 Nadab, rei de Israel

25 Nadab filho de Jeroboão começou a reinar sobre Israel no segundo ano do rei Asa, de Judá. Reinou durante dois anos sobre Israel. 26 Fez o que é mau diante do Senhor e andou nos caminhos de seu pai e no pecado ao qual este induziu Israel. 27 Baasa filho de Aías, da casa de Issacar, armou-lhe uma cila­da e matou-o em Guibeton, cidade dos filisteus que estava sendo sitiada por Nadab e?por todo o Israel. 28 Baasa matou-o no terceiro ano de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar. 29 Uma vez rei, matou toda a casa de Jero­boão, não lhe deixando um único descendente; destruiu-o de acordo com a palavra que o Senhor falara, por seu servo Aías, de Silo, 30 a respeito dos pecados que Jeroboão cometera e que induzira todo o Israel a cometer, provocando a ira do Senhor, Deus de Israel. 31 Os demais feitos de Nadab e todas as suas façanhas, tudo isso está escrito no li­vro dos anais dos reis de Israel. 32 Houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, duran­te toda a sua vida.

 Baasa, rei de Israel. Profecia de Jeú

33 No terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa filho de Aías tornou-se rei sobre todo o Israel em Tersa, e reinou durante vinte e quatro anos. 34 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor e andou no caminho de Jeroboão, imitando-lhe o pecado e induzindo Israel a pecar.

16 1A palavra do Senhor veio a Jeú filho de Ha­nani, contra Baasa, dizendo: 2 “Eu te elevei do pó e te firmei como chefe sobre meu povo Is­rael. Tu, porém, andaste no caminho de Je­ro­boão e induziste meu povo Israel a pecar, a ponto de me irritar com seus pecados. 3 Por isso vou ceifar a posteridade de Baasa e a posteridade de sua casa. Farei com tua casa como fiz como fiz com a casa de Je­roboão filho de Nabat. 4 Da casa de Baasa, quem morrer na cidade, será comido pelos cães, e quem morrer no campo, será devorado pelas aves”.
5
Os demais feitos de Baasa, as suas façanhas e tudo que fez, está escrito no livro dos anais dos reis de Israel. 6 Baasa adormeceu junto de seus pais e foi sepultado em Tersa. Seu filho Ela tornou-se rei em seu lugar.
7
Assim, por meio do profeta Jeú filho de Hanani, a palavra do Senhor foi efetiva para Baasa e sua casa, por causa de todo o mal que tinha feito aos olhos do Senhor. Irritou-o com as obras de suas mãos, e aconteceu o mesmo que à casa de Jeroboão: foi destruída.

 Ela, rei de Israel

8 No vigésimo sexto ano de Asa, rei de Judá, Ela filho de Baasa tornou-se rei sobre Israel em Tersa, durante dois anos. 9 Seu oficial Zambri, chefe da metade dos carros, rebelou-se contra Ela, que estava em Tersa, bebendo e embriagando-se em casa de Arsa, mordomo da casa em Tersa. 10 Zambri atacou-o, feriu-o e matou-o – no ano vinte e sete do reinado de Asa, rei de Judá – e tornou-se rei em seu lugar.­ 11 Logo que se tornara rei e ocupara o trono, matou toda a casa de Baasa, sem deixar ninguém do sexo masculino, nem parentes nem amigos. 12 Zambri destruiu a casa de Baasa con­forme a palavra que o Senhor falara a Baasa por Jeú, o profeta, 13 por causa de todos os pe­cados de Baasa e dos pecados de Ela, seu fi­lho. Pois eles pecaram e induziram Israel ao pecado, a ponto de irritar o Senhor, Deus de Israel, com seus ídolos vãos.
14
Os demais feitos de Ela e tudo que fez está escrito no livro dos anais dos reis de Israel.

 Zambri, rei de Israel 

15 No ano vinte e sete do reinado de Asa, rei de Judá, Zambri tornou-se rei, em Tersa, duran­te sete dias. Ora, o exército sitiava Gui­be­ton, cidade dos filisteus. 16 Tendo ouvido que Zambri se tinha rebelado e matado o rei, todo o Israel constituiu rei a Amri, que então comandava o acampamento do exército de Israel. 17 Amri, e todo o Israel com ele, subiu de Guibeton para sitiar Tersa. 18 Quando viu que a cidade estava sendo tomada, Zambri entrou na residência do palácio real, ateou fogo em si e no palácio, e morreu. 19 Isto foi pelos peca­dos que cometera: fez o que é mau aos olhos do Senhor, andando no caminho de Jeroboão, imitando-lhe o pecado e induzindo Israel a pecar.
20
Os demais feitos de Zambri e a rebelião que provocou estão escritos no livro dos anais dos reis de Israel.
21
Por aquela ocasião, o povo de Israel dividiu-se em dois partidos: metade do povo seguia Tebni filho de Guinet para constituí-lo rei, e metade seguia Amri. 22 Os partidários de Amri prevaleceram sobre os de Tebni filho­ de Guinet. Quando Tebni morreu, Amri se tornou rei.

 Amri, rei de Israel 

23 No ano trinta e um do reinado de Asa em Judá, Amri se tornou rei sobre todo o Israel, durante doze anos, dos quais seis em Tersa. 24 Comprou então, de Somer, a montanha de Samaria, por dois talentos, \uns sessenta quilos, de prata. Fez ali construções e chamou a cidade que construíra de Samaria, do nome de Somer, proprietário da montanha. 25 Amri, porém, fez o que era mau aos olhos do Senhor,­ mais ainda que seus antecessores. 26 Andou em todos os caminhos de Jeroboão filho de Nabat, imitando-lhe o pecado e induzindo Israel a?pe­car, a ponto de irritar o Senhor, Deus de Is­rael, com seus ídolos vãos. 27 Os demais feitos de Amri e suas batalhas, em que lutou com valentia, estão escritos no livro dos anais dos reis de Israel. 28 Amri adormeceu junto de seus pais e foi sepultado em Samaria. Acab, seu filho se tornou rei em seu lugar.

 Acab, rei de Israel. A rainha Jezabel

29 Acab filho de Amri tornou-se rei sobre Israel no ano trinta e oito do reinado de Asa em Judá. Acab reinou sobre Israel na Samaria­ durante vinte e dois anos. 30 Acab filho de Amri fez o que é mau aos olhos do Senhor, mais ainda que seus antecessores. 31 Não lhe bastou imitar os pecados de Jeroboão filho de Nabat. Além disso, trouxe uma mulher, Jezabel, filha­ de Etbaal, rei dos sidônios, e ele foi prestar culto a Baal, adorando-o. 32 Pôs um altar de Baal no templo de Baal que tinha construído em Samaria, 33 ergueu um poste idolátrico e co­meteu ainda outros pecados, a ponto de irri­tar o Senhor, Deus de Israel, mais do que to­dos os reis de Israel que o antecederam. 34 Em seu tempo, Hiel de Betel fortificou Jericó. So­bre Abiram, seu primogênito, pôs os fundamentos, e sobre Segub, o mais novo, colocou suas portas, conforme o Senhor anunciara por meio de Josué filho de Nun.


Samaria: Acab e Elias

 Os inícios de Elias

17 1 O profeta Elias, o tesbita, oriundo de Tesbi de Galaad, anunciou a Acab: “\Juro pela vida do Senhor, Deus de Israel, a quem sirvo: nestes anos não haverá nem orvalho nem chuva, senão quando eu disser!”
2
E a palavra do Senhor veio a Elias, dizendo: 3 “Parte daqui e toma a direção do oriente.­ Vai esconder-te junto à torrente de Carit, a les­te do Jordão. 4 Lá beberás da torrente, e eu ordenei aos corvos que lá te dêem alimento”. 5 Elias partiu e fez como o Senhor lhe tinha or­denado. Foi morar junto à torrente de Carit, a leste do Jordão. 6 Os corvos traziam-lhe pão e carne, tanto de manhã como de tarde, e ele bebia da torrente.
7
Passados alguns dias, porém, a torrente secou, pois não chovia mais na região.

 Em Sarepta, o milagre da farinha e do óleo

8 Depois, a palavra do Senhor veio a ele,?di­zendo: 9 “Põe-te a caminho, vai para Sarepta, na Sidônia, e fica morando ali, pois ordenei a uma viúva desse lugar que te dê sustento”. 10 Elias pôs-se a caminho e foi para Sarepta. Ao chegar à porta da cidade, viu uma viúva apa­nhando lenha. Ele chamou-a e disse: “Por favor, traze-me um pouco de água numa vasi­lha, para eu beber”. 11 Quando ela ia buscar água, Elias gritou-lhe: “Por favor, traze-me tam­bém um pedaço de pão em tua mão!” 12 Ela respondeu: “\Juro, pela vida do Senhor teu Deus, não tenho pão. Só tenho um punhado de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra. Eu estava apanhando dois pedaços de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho, para comermos e depois?es­perarmos a morte”.
13
Elias replicou-lhe: “Não te preocupes! Vai e faze como disseste. Mas, primeiro, prepara-me com isso um pãozinho e traze-o. Depois farás o mesmo para ti e teu filho. 14 Pois assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘A vasilha­ de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até ao dia em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra’”. 15 A mulher foi e fez como Elias lhe tinha ordenado. E?co­meram, ele, ela e sua casa, durante muito tempo. 16 A farinha da vasilha não acabou, nem diminuiu o óleo da jarra, conforme o que o Senhor tinha dito por meio de Elias.

 Ressurreição do filho da viúva 

17 Depois disso, sucedeu que o filho da dona da casa caiu doente. Tão grave era seu estado,­ que já não respirava. 18 Então a mulher disse a Elias: “O que há entre mim e ti, homem de Deus? Porventura vieste à minha casa para me lembrares os meus pecados e fazeres mor­rer o meu filho?” 19 Elias respondeu-lhe: “Dá-me teu filho!” Tomando o menino do regaço, levou-o ao quarto de cima, onde ele pernoitava, e o deitou sobre o leito. 20 Depois, clamou ao Senhor: “Senhor, meu Deus, queres afligir­ até a viúva que me hospeda em sua casa, ma­tando-lhe o filho?” 21 Depois, por três vezes, estendeu-se sobre o menino e suplicou ao Se­nhor: “Senhor, meu Deus, te rogo, faz a alma deste menino voltar às suas entranhas”. 22 O Senhor ouviu a voz de Elias: a alma do menino lhe voltou e ele recuperou a vida. 23 Elias tomou o menino, desceu com ele do quarto de cima para o interior da casa e o entregou à sua mãe, dizendo: “Eis aqui teu filho vivo”. 24 A mulher exclamou: “Agora vejo que és um homem de Deus e que a palavra do Senhor em tua boca é verdade”. 

 Elias e Abdias, servo de Acab 

18 1 Passou-se muito tempo. No terceiro ano, a palavra do Senhor veio a Elias, dizendo: “Apresenta-te a Acab, que eu vou man­dar chuva sobre a terra”. 2 E Elias foi apresentar-se a Acab.
Era grande a fome em Samaria. 3
Acab chamou Abdias, o administrador de sua casa. Abdias era um fervoroso temente do Senhor. 4 Quando Jezabel matara os profetas do Senhor, ele tinha acolhido cem profetas para es­condê-los em cavernas, em grupos de cinqüenta, sustentando-os com água e pão. 5 Disse Acab a Abdias: “Vai pelo país a todas as fontes de água e a todas as torrentes, para ver se talvez encontremos pasto para salvar os ca­valos e as mulas, sem precisar matar nenhum dos jumentos”. 6 Dividiram entre si as regiões para percorrê-las. Acab ia por um caminho e Abdias por outro. 7 Estando Abdias a caminho,­ Elias veio em sua direção. Como o conhecesse, Abdias prostrou-se com o rosto por terra e disse: “És tu Elias, meu senhor?” 8 Ele respondeu: “Sou eu. Vai dizer a teu senhor: ‘Elias está aqui!’”. 9 E ele disse: “Qual é meu pecado,­ para que entregues a mim, teu servo, nas mãos de Acab, que me vai matar? 10 Pela vida do Senhor, teu Deus, \juro, não há nação ou reino­ aonde meu senhor não me tenha mandado pro­curar-te, e todos respondiam: ‘Não está aqui’. Eu fiz nações e reinos jurarem que não sabiam onde estavas. 11 E agora me dizes: ‘Vai dizer a teu senhor: Elias está aqui’. 12 E quando­ eu me afastar de ti, o Espírito do Senhor te levará a um lugar que eu ignoro, e eu vou ter de enfrentar Acab, que me matará se ele não te encontrar. O teu servo teme o Senhor desde a infância. 13 Não te contaram, meu senhor, o que fiz quando Jezabel matou os profetas do Senhor: escondi cem dos profetas do Senhor em cavernas, em grupos de cinqüenta, e sustentei-os com pão e água? 14 E agora me dizes: ‘Vai dizer a teu senhor: Elias está aqui’, para que ele me mate”. 15 Disse Elias: “Pela vida do Senhor dos exércitos, a cujo serviço estou, \juro que hoje vou me apresentar a ele”.
16
Abdias partiu para junto de Acab e avisou-o. Acab saiu ao encontro de Elias 17 e, quando o viu, exclamou: “Porventura és tu que arruinas Israel?” 18 Elias respondeu: “Não sou eu que arruinei Israel, mas tu e a casa de teu pai, por terdes abandonado os mandamentos do Senhor e seguido os ídolos de Baal. 19 Convoca, pois, junto de mim, na mon­tanha do Carmelo, todo o Israel com os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Asera, que são man­tidos por Jezabel”.

 O sacrifício no monte Carmelo 

20 Acab convocou todos os israelitas e reuniu os profetas no monte Carmelo. 21 Então Elias, aproximando-se de todo o povo, disse:­ “Até quando andareis mancando de um lado e de outro? Se o Senhor é o verdadeiro Deus, segui-o; mas, se é Baal, segui a ele”. O povo não respondeu uma palavra. 22 Então Elias disse ao povo: “Eu sou o único profeta do Senhor que resta, ao passo que os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta. 23 Que nos dêem dois novilhos. Eles escolham um novilho e, depois de cortá-lo em pedaços, o co­loquem sobre a lenha, sem pôr fogo por bai­xo. Eu prepararei depois o outro novilho e o colocarei sobre a lenha, e tampouco lhe porei­ fogo. 24 Em seguida, invocareis o nome de vosso deus e eu invocarei o nome do Senhor. O deus que ouvir, enviando fogo, este é o Deus verdadeiro”. Todo o povo respondeu, di­zendo: “Ótima proposta!”
25
Elias disse então aos profetas de Baal: “Es­colhei um novilho e começai, pois sois maioria. E invocai o nome de vosso deus, mas não acendais o fogo”. 26 Eles tomaram o novilho que lhes foi dado e prepararam-no. E invocavam o nome de Baal desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: “Baal, ouve-nos!” Mas não se ouvia voz alguma e ninguém que respondesse. E dançavam ao redor do altar que tinham levantado. 27 Ao meio-dia, Elias zombou deles, dizendo: “Gritai mais alto, pois sendo deus, pode estar ocupado. Porven­tura ausentou-se ou está de viagem; ou talvez­ esteja dormindo e seja preciso acordá-lo”. 28 Então eles gritavam ainda mais forte e reta­lhavam-se, segundo o seu costume, com espadas e lanças, até o sangue escorrer.
29
Passado o meio-dia, entraram em transe até a hora do sacrifício vespertino. Mas não?se ouviu voz nenhuma, nem resposta nem sinal de atenção. 30 Então Elias disse a todo o povo: “Aproximai-vos de mim”. Todo o povo veio para perto dele. E ele refez o altar do Senhor que tinha sido demolido. 31 Tomou doze pedras, segundo o número das doze tribos dos filhos de Jacó, a quem Deus tinha dito: “Teu nome será Israel”, 32 e edificou com as pedras um altar ao nome do Senhor. Fez em torno do altar um rego como para semear uns vinte litros de grãos. 33 Empilhou a lenha, esquar­te­jou o novilho, colocou-o sobre a lenha 34 e dis­se: “Enchei quatro talhas de água e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha”. Depois, disse: “Outra vez”. E eles assim fizeram uma segunda vez. E acrescentou: “Ainda uma terceira vez”. E assim fizeram pela terceira vez. 35 A água correu em volta do altar e o rego fi­cou completamente cheio.
36
Chegada a hora do sacrifício, o profeta Elias aproximou-se e disse: “Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, mostra hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu?ser­vo e que é por ordem tua que fiz estas coisas. 37 Ouve-me, Senhor, ouve-me, para que este povo reconheça que tu, Senhor, és Deus, e que és tu que convertes o seu coração!” 38 Então caiu o fogo do Senhor, que devorou o ho­locausto, a lenha, as pedras e a poeira, e secou­ a água que estava no rego. 39 Vendo isto, o povo todo prostrou-se com o rosto em terra, exclamando: “É o Senhor que é Deus, é o Senhor que é Deus!” 40 Elias disse-lhes: “Prendei os profetas de Baal e que nenhum deles escape!”­ Eles os prenderam, e Elias levou-os à torrente do Quison, onde os matou.
41
Então Elias disse a Acab: “Sobe, come e bebe, porque já ouço o ruído de muita chuva”.­ 42 Enquanto Acab subia para comer e beber, Elias subiu ao cume do Carmelo, prostrou-se por terra com o rosto entre os joelhos. 43 E disse ao seu servo: “Sobe e observa na direção do mar”. Ele subiu, observou e disse: “Não há nada”. Elias disse-lhe de novo: “Volta a olhar”, e assim sete vezes. 44 Na sétima vez o servo dis­se: “Eis que sobe do mar uma nuvem, pequena como a mão de um homem”. Então Elias disse-lhe: “Vai dizer a Acab que prepare­ o carro e desça, para que a chuva não o detenha”. 45 Nesse meio tempo, o céu cobriu-se de nuvens escuras, o vento começou a soprar e a chuva caiu torrencialmente. Acab subiu para o seu carro e partiu para Jezrael. 46 A mão do Senhor esteve sobre Elias; e ele arregaçou a veste e correu adiante de Acab até a entrada de Jezrael.

 Elias a caminho do Horeb 

19 1 Acab contou a Jezabel tudo que Elias tinha feito e como tinha passado ao fio da espada todos os profetas \de Baal. 2 Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias pa­ra lhe dizer: “Os deuses me cumulem de cas­tigos, se amanhã, a esta hora, eu não tiver feito contigo o mesmo que fizeste com a vida des­ses profetas”. 3 Elias ficou com medo e, para salvar sua vida, partiu. Chegou a Bersabéia de Judá e ali deixou o seu servo. 4 Depois,­ adentrou o deserto e caminhou o dia todo. Sen­tou-se, finalmente, debaixo de um juní­pe­ro e pediu para si a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”. 5 E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: “Levanta-te e come!” 6 Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado na pedra e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. 7 Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. 8 Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.

 A manifestação de Deus

9 Chegando ali, entrou numa gruta, onde pas­sou a noite. Então a palavra do Senhor veio a ele, dizendo: “Que fazes aqui, Elias?” 10 Ele res­pondeu: “Estou ardendo de zelo pelo Senhor, Deus dos exércitos, porque os israelitas­ abandonaram tua aliança, demoliram teus al­tares, mataram à espada teus profetas. Só eu escapei;­ mas agora querem matar-me também”. 11 O Se­nhor disse-lhe: “Sai e permanece­ sobre o monte diante do Senhor”. Então o?Se­nhor passou. An­tes do Senhor, porém, veio um vento impetuo­so e forte, que desfazia as montanhas e quebra­va os rochedos, mas o Se­nhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava­ no terremoto. 12 Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E?de­pois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa. 13 Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto­ com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta.­ Ouviu, então, uma voz que dizia: “Que fazes aqui, Elias?” 14 Ele respondeu: “Estou ardendo­ de zelo pelo Senhor, Deus dos exércitos, por­que os israelitas abandonaram tua aliança, demoliram teus altares e mataram à espada teus profetas. Só eu escapei.­ Mas, agora, querem matar-me também”.
15
O Senhor disse-lhe: “Vai e volta por teu caminho, rumo ao deserto de Damasco. Che­gando lá, ungirás Hazael como rei de Aram. 16 Unge também a Jeú filho de Namsi como rei de Israel e a Eliseu filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar. 17 Quem es­capar da espada de Hazael, será morto por Jeú, e quem escapar da espada de Jeú, será mor­to por Eliseu. 18 Guardarei em Israel um resto de sete mil homens, todos aqueles que não dobraram os joelhos diante de Baal nem o veneraram com o beijo”.

 Vocação de Eliseu

19 Elias partiu dali e encontrou Eliseu filho de Safat, lavrando a terra com doze juntas?de bois; ele mesmo conduzia a última. Ao passar­ perto de Eliseu, Elias lançou sobre ele o seu manto. 20 Então Eliseu deixou os bois e correu­ atrás de Elias, dizendo: “Deixa-me primeiro ir beijar meu pai e minha mãe, depois te se­guirei”. Elias respondeu: “Vai e volta! Lembra o que te fiz”.
21
Ele retirou-se, tomou a junta de bois e os imolou. Com a madeira do arado e da canga as­sou a carne e deu de comer à sua gente. Depois levantou-se, seguiu Elias e pôs-se ao seu serviço. 

 Samaria sitiada pelos arameus 

20 1Então Ben-Adad, rei de Aram, reuniu todo seu exército e trinta e dois reis consigo, e cavalos e carros, e subiu para lutar con­tra Samaria, sitiando-a. 2 Enviou mensageiros a Acab, rei de Israel, na cidade, 3 dizendo: “Assim fala Ben-Adad: Tua prata e teu ouro são meus, e tuas mulheres e teus mais belos?fi­lhos são meus”. 4 O rei de Israel mandou respon­der: “Como dizes, senhor meu rei: eu sou teu, com tudo que possuo”. 5 Na volta, os mensagei­ros comunicaram-lhe: “Assim fala Ben-Adad: Mandei dizer-te: ‘Dar-me-ás tua prata e teu ou­ro, tuas mulheres e teus filhos’. 6 Pois bem, ama­nhã a esta hora mandarei meus servos a ti; revi­sarão tua casa e a casa de teus servos e porão a mão em tudo que é precioso a teus olhos pa­ra o entregar a mim”. 7 O rei de Israel chamou­ todos os anciãos do país e disse: “Prestai atenção, vede: ele quer nossa ruína. Quando \da pri­meira vez me enviou mensageiros para requerer minhas esposas, meus filhos, minha pra­ta e meu ouro, não recusei”. 8 Disseram-lhe to­dos os mais velhos e todo o povo: “Não lhe?dês ouvidos nem consintas”. 9 Respondeu então aos mensageiros de Ben-Adad: “Dizei a meu senhor o rei: Farei tudo que da primeira vez man­daste dizer a mim, teu servo, mas o que pedes agora não posso fazer”. Os mensageiros voltaram e comunicaram a resposta a Ben-Adad. 10 Ele os enviou novamente, dizendo: “Os deuses me cumulem de castigos, se o pó da Samaria for suficiente para dar um punhado a toda a gente que me segue!” 11 O rei de Israel respondeu: “Dizei-lhe: Aquele que põe o cinturão para a guerra não se glorie como se já o estivesse tirando!” 12 Quando ouviu essa resposta, Ben-Adad, que estava bebendo com os reis em sua tenda, ordenou aos seus oficiais: “Cercai a cidade!” E eles a cercaram.

 A vitória sobre Ben-Adad

13 Então um profeta acercou-se de Acab, rei de Israel, e disse: “Assim fala o Senhor: Com certeza viste toda a imensa multidão. Hoje eu a entregarei em tuas mãos, para que saibas que eu sou o Senhor”. 14 Disse Acab: “Por quem?” Disse-lhe ele: “Assim fala o Senhor: Pelos soldados de elite dos chefes das províncias”. Ele então disse: “Quem começará o combate?” Ele respondeu: “Tu”. 15 Então ele contou os soldados de elite dos chefes das províncias e chegou ao número de duzentos e trinta e dois. Depois contou o povo, os israelitas todos, e eram sete mil. 16 E saiu em direção­ ao sul. Ben-Adad, porém, bebia e se embriaga­va em sua tenda, e com ele os trinta e dois?reis que tinham vindo em seu auxílio. 17 Os soldados de elite dos chefes das províncias saíram na primeira fileira. Ben-Adad foi informado de que homens saíram de Samaria. 18 Disse ele: “Se vêm em paz, prendei-os; se para com­bater, capturai-os vivos”. 19 Os soldados de elite dos chefes das províncias tinham saí­do da cidade e o resto do exército os seguia, 20 e cada um matava aquele que viesse contra ele. Os arameus fugiram e Israel os perseguiu. Fugiu também Ben-Adad, rei de Aram, a cava­lo com seus cavaleiros. 21 E o rei de Israel, tendo também saído, abateu cavalos e carros, infligindo uma grande derrota a Aram.

 A batalha de Afec

22 O profeta aproximou-se do rei de Israel e disse-lhe: “Vai, recobra ânimo, considera e vê o que tens de fazer, pois na virada do ano o rei de Aram subirá contra ti”. 23 Entretanto o rei de Aram foi aconselhado por seus oficiais: “O Deus deles é um Deus das montanhas. Por isto é que nos venceram. Lutemos contra eles na planície, e os venceremos. 24 Faze o seguinte: destitui os reis, cada qual de seu lugar, e substitui-os por governadores. 25 Restabelece o número dos teus soldados que foram mortos, e os cavalos e os carros, tudo conforme tinhas antes, e lutaremos contra eles no campo. Verás como os venceremos”. O rei confiou no seu conselho, e assim fez.
26
Na virada do ano, Ben-Adad passou em revista os arameus e subiu a Afec, para combater contra Israel. 27 Os israelitas também foram passados em revista e, providos de víveres, marcharam contra eles. Acampados diante deles pareciam dois pequenos rebanhos de cabras, ao passo que os arameus enchiam toda a região. 28 O homem de Deus acercou-se do rei de Israel e disse: “Assim fala o Senhor: Porque os arameus disseram: ‘O Senhor é um Deus das montanhas, mas não das planícies’, entregarei essa grande multidão em tuas mãos, e sabereis que eu sou o Senhor”. 29 Por sete dias os exércitos postavam suas fileiras frente a frente, até que no sétimo dia se travou a batalha. Os israelitas abateram num só dia cem mil soldados de Aram. 30 Os que restaram fu­giram para a cidade de Afec, mas os muros caíram sobre os vinte e sete mil sobreviventes.
Ben-Adad fugiu na cidade de esconderijo em esconderijo. 31
Disseram-lhe seus oficiais: “Ouvimos dizer que os reis da casa de Israel são clementes. Vamos apresentar-nos ao rei de Israel com um pano de saco na cintura e uma corda na cabeça. Talvez te poupe a vida”. 32 Assim, com um pano de saco na cintura e uma corda na cabeça, apresentaram-se ao rei de Israel e disseram: “Teu servo Ben-Adad diz: Peço-te que me deixes viver”. E ele disse: “Ele ainda vive? É meu irmão!” 33 Os homens consideraram isso como bom presságio e tomaram logo a palavra de sua boca; disseram: “Ben-Adad é teu irmão”. Ele acrescentou: “Ide e trazei-o a mim!” Então Ben-Adad veio até Acab, que o levou consigo no carro. 34 Ben-Adad disse: “Devolverei as cidades que meu pai tomou de teu pai, e tu podes abrir bazares para ti em Damasco, assim como meu pai fez em Samaria”. Disse Acab: “Depois de feito um pacto eu te deixarei”. E fez um pacto com ele e deixou-o ir.
35
Então um do grupo dos profetas, por ordem do Senhor, disse a um seu companheiro:­ “Fere-me!” Mas ele não quis feri-lo. 36 “Porque não quiseste ouvir a voz do Senhor”, disse o primeiro, “um leão te matará quando te afas­tares de mim”. Afastando-se ele um pouco, um leão veio-lhe ao encontro e o matou. 37 O profeta encontrou outro homem e disse-lhe: “Fere-me!” Este deu-lhe um golpe e o feriu. 38 O profeta partiu e foi ao encontro do rei pelo caminho e se disfarçou, pondo uma faixa so­bre seus olhos. 39 Enquanto o rei passava, gritou para ele: “Teu servo estava no coração da batalha, mas alguém trouxe-me um desertor e disse: ‘Guarda este homem. Se ele fugir, pa­garás sua vida com a tua ou com um talento de prata’. 40 Ora, como eu estava ocupado aqui e ali, de repente ele desapareceu”. Disse-lhe o rei de Israel: “Eis a tua sentença: tu mesmo a pronunciaste!” 41 Ele, então, pôs-se de pé e tirou a faixa dos olhos, e o rei reconhe­ceu que era um dos profetas. 42 Este lhe disse: “Assim fala o Senhor: Porque deixaste escapar­ de tua mão um homem que deveria ser morto,­ tua vida pagará pela sua, e teu povo, pelo seu povo”. 43 O rei de Israel voltou para sua casa em Samaria triste e indignado.


1Reis (CNB) 14