1Samuel (CNB) 11

 Vitória sobre Amon. Saul proclamado rei 

11 1 Então Naás, o amonita, iniciou uma campanha contra Jabes de Galaad. Todos os habitantes de Jabes disseram a Naás: “Faze uma aliança conosco, e nós te ser­viremos”. 2 Respondeu-lhes Naás, o amo­nita: “Farei aliança convosco com esta condição: todos vós tereis vazado o olho direito,­ pois assim farei uma afronta a todo o Israel”. 3 Os anciãos de Jabes disseram-lhe: “Espera sete dias; vamos enviar mensageiros a todo o território de Israel; se não houver quem nos defenda, sairemos para render-nos a ti”. 4 Os mensageiros chegaram a Gabaá de Saul e contaram tudo ao povo, e todo o povo se pôs a gritar e a chorar.
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Naquele momento Saul chegava do campo conduzindo os bois. Perguntou: “Que há com o povo, que chora tanto?” Contaram-lhe então o que haviam dito os homens de Jabes. 6 Ao ouvir essas palavras, Saul foi tomado pelo Espírito de Deus e encheu-se de indignação. 7 Tomou uma junta de bois e os fez em pedaços, que mandou a todo o território de Israel por mensageiros que diziam: “Assim se fará aos bois de todo aquele que não seguir a Saul e a Samuel”. O temor de Deus abateu-se sobre o povo, e eles partiram como se fossem um só homem. 8 Em Besec, Saul os contou: eram trezentos mil de Israel e trinta mil de Judá. 9 Disse então aos mensageiros que tinham chegado \de Galaad: “Assim falareis aos homens que estão em Jabes de Galaad: Amanhã, quando o sol se aquecer, virá o vosso socorro”. Os mensageiros foram então dar a notícia aos homens de Jabes, os quais se alegraram, 10 enquanto disseram \a Naás: “Amanhã sairemos até vós, e então fareis conosco tudo o que quiserdes”.
11
Ora, no dia seguinte, Saul dispôs o povo em três partes. Ao raiar do dia invadiram o acampamento, e atacaram os amonitas até à hora mais quente do dia. Os sobreviventes se dispersaram; não houve dois que ficaram juntos. 12 O povo disse então a Samuel: “Quem é que disse: ‘Saul não reinará sobre nós’? Dá-nos esses homens, vamos matá-los”. 13 Mas Saul disse: “Ninguém será morto hoje, porque hoje o Senhor realizou a salvação de Israel”. 14 Depois, Saul disse ao povo: “Vinde, vamos a Guilgal e renovemos ali o reinado”.
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Todo o povo se reuniu em Guilgal, e proclamaram Saul rei na presença do Senhor em Guilgal. Imolaram sacrifícios de paz na presença do Senhor, e Saul alegrou-se muito ali com todos os homens de Israel.

 Renúncia de Samuel como juiz

12 1 Então Samuel disse a todo o Israel: “Eis que vos atendi em tudo o que me pedistes e constituí um rei sobre vós. 2 Agora será o rei que marchará à vossa frente. Eu já envelheci, meus cabelos estão brancos, meus filhos estão no meio de vós. Tenho caminhado à vossa frente desde a minha adolescência até hoje. 3 Aqui estou. Testemunhai contra mim diante do Senhor e do seu ungido. A quem tomei um boi? A quem tomei um jumento? A quem defraudei e a quem oprimi? De quem tenho recebido presentes para fechar os meus olhos em seu favor? Eu vos restituirei”. 4 Disseram eles: “Tu não nos prejudicaste nem nos oprimiste, nem tiraste coisa alguma de ninguém”. 5 E ele lhes disse: “O Senhor é testemunha contra vós, e seu ungido é hoje testemunha de que nada achaste em minhas mãos”. E o povo disse: “Ele é testemunha”.
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Então Samuel disse ao povo: “O Senhor é testemunha, ele que suscitou a Moisés e a Aarão e fez sair nossos pais da terra do Egito­. 7 Agora, pois, ponde-vos de pé, e contenderei em juízo contra vós diante do Senhor sobre todos os benefícios que o Senhor fez por vós e por vossos pais. 8 Quando Jacó foi para o Egito, os egípcios o oprimiram. Vossos pais clamaram ao Senhor, e ele enviou Moisés e Aarão, fez sair vossos pais do Egito e os instalou neste lugar. 9 Eles, porém, esqueceram-se do Senhor, seu Deus, e ele os entregou às mãos de Sísara, general do exército de Hasor, às mãos dos filisteus e do rei de Moab, e tiveram de lutar contra eles. 10 Depois disso, clamaram ao Senhor, dizendo: “Pecamos, porque abandonamos o Senhor e servimos aos ídolos de Baal e de Astarte. Agora, livra-nos das mãos dos nossos inimigos, e te serviremos”. 11 E o Senhor enviou Jerobaal, Badã, Jefté e Samuel, que vos livraram das mãos dos inimigos que vos cercavam, e assim pudestes habitar com segurança.
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Quando, porém, vistes que Naás, rei dos amonitas, vinha contra vós, dissestes-me: ‘Não! É preciso que um rei impere sobre nós!’ – embora vosso rei seja o Senhor, vosso Deus. 13 Eis agora o rei que escolhestes e pedistes: Deus vos deu um rei. 14 Se temerdes a Deus e o servirdes, se lhe obedecerdes e não vos opuserdes ao que ele vos disser, vós e o vosso rei seguireis ao Senhor, vosso Deus. 15 Se, porém, não lhe obedecerdes, mas vos revoltardes contra sua vontade, então a mão do Senhor pesará sobre vós e sobre o vosso rei, e vos esmagará. 16 Também agora, assisti ao grande prodígio que o Senhor realiza diante de vós. 17 Não é agora a colheita do trigo? Pois bem, invocarei o Senhor, e ele fará trovejar e chover. Reconhecei claramente como foi grave o pecado que cometestes para com o Senhor, ao pedir um rei para vós”.
18
Então Samuel invocou o Senhor, que mandou trovoadas e chuvas naquele mesmo dia, 19 e todo o povo se encheu de medo do Senhor e de Samuel. Suplicou-lhe todo o povo: “Intercede por nós, teus servos, ao Senhor, teu Deus, para que não morramos, pois a todos os nossos pecados acrescentamos o mal de ter pedido um rei para nós”.
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Samuel disse então ao povo: “Não tenhais medo! É verdade que cometestes um grande erro. Somente não vos afasteis do Senhor, mas servi-o de todo o coração. 21 E não vos desvieis para entregar-vos a ídolos de nada, sem utilidade e incapazes de salvar, pois nada são. 22 Certamente o Senhor não se esquecerá do seu povo, em consideração a seu grande nome, pois o Senhor decidiu fazer de vós o seu povo. 23 Quanto a mim, longe de mim que eu venha a pecar contra o Senhor deixando de orar por vós e de vos mostrar o caminho bom e reto. 24 Temei somente ao Senhor e servi-o na verdade e de todo o coração, pois vistes as coisas grandiosas que realizou entre vós. 25 Mas se perseverardes no mal, vós e o vosso rei perecereis”.

 Primeiros feitos de Saul  como rei de Israel 

13 1 Saul subiu ao trono e reinou dois anos sobre Israel.
2
Saul escolheu para si três mil homens de Israel: dois mil estavam com Saul em Mac­mas e na montanha de Betel, e mil com Jônatas em Gabaá de Benjamim. Depois, Saul despediu o resto do povo, cada um para sua tenda. 3 Jônatas matou o prefeito dos filisteus que estava em Gabaá, e os filisteus souberam disso. Saul fez então soar a trombeta por toda a terra, dizendo: “Que o saibam os hebreus!” 4 Todo o Israel soube da notícia: “Saul matou o prefeito dos filisteus e Israel se tornou odioso aos filisteus”. O povo foi convocado para seguir Saul, em Guilgal.
5
Os filisteus se concentraram para combater Israel: três mil carros, seis mil cavaleiros e uma multidão de soldados tão numerosa quanto a areia na beira do mar. Eles vieram acampar em Macmas, a leste de Bet-Áven. 6 Os homens de Israel se viram em apuros, pois o exército ficara encurralado. Por isso esconderam-se em grutas, cavernas, penhascos, covas e cisternas. 7 Alguns hebreus atravessaram também o Jordão, para o território de Gad e de Galaad.

 Saul reprovado por Samuel 

Saul estava ainda em Guilgal e todo o povo que o seguia estava apavorado. 8 Saul esperou sete dias, de acordo com o que Samuel havia combinado. Mas Samuel não veio a Guilgal, e o povo começou a abandonar Saul e a se dispersar. 9 Disse então Saul: “Trazei-me o holocausto e os sacrifícios de comunhão”, e ofereceu o holocausto.
10
Quando ele acabava de oferecer o holo­causto, chegou Samuel. Saul saiu ao seu?en­contro para saudá-lo. 11 Samuel disse: “O que fizeste?” Saul respondeu: “O povo come­çava a me abandonar e a se dispersar, e tu não chegavas conforme fora combinado, en­quanto os filisteus estavam concentra­dos em Macmas. 12 Por isso, eu disse a mim mesmo: ‘Agora os filisteus vão descer e atacar­-me em Guilgal, sem que eu tenha aplaca­do o Senhor’. Então, vi-me forçado a oferecer­ o holocausto”.
13
Samuel disse a Saul: “Agiste como um insensato! Não guardaste o mandamento que o Senhor, teu Deus, te havia prescrito! O Se­nhor teria confirmado tua realeza sobre Israel para sempre, 14 mas agora o teu reino não subsistirá. O Senhor procurou para si um homem conforme seu coração e o constituiu como chefe sobre o seu povo, porque tu não observaste o que o Senhor prescrevera”.
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Samuel levantou-se e partiu de Guilgal, seguindo seu caminho; o que restava do povo de Israel subiu atrás de Saul ao encontro dos guerreiros. Quando chegaram de Guilgal a Gabaá de Benjamim, Saul passou em revista­ as tropas que estavam com ele: eram cerca de seiscentos homens.

 Jônatas e o combate de Macmas

16 Saul, seu filho Jônatas e o exército que estava com ele ficaram em Gabaá de Benjamim. Os filisteus estavam acampados em Macmas. 17 O comando de ataque saiu do acampamento dos filisteus em três grupos. O primeiro tomou a direção de Efra, na terra de Sual. 18 O segundo tomou a direção de Bet-Horon. O terceiro se dirigiu para a fronteira que domina o vale das Hienas, para o lado do deserto. 19 (Não havia ferreiro em parte alguma da terra de Israel, porque os filisteus cuidaram para que os hebreus não fabricassem espadas ou lanças. 20 Por isso, todos os israelitas desciam aos filisteus para amolar cada qual sua relha, enxada, machado ou foice. 21 Pagava-se uma diária de lavrador para amolar as relhas e os machados e meia diária para amolar as enxadas e endireitar os aguilhões. 22 Por isso, no dia do combate, a tropa de Saul e de Jônatas estava desprovida de espadas e de lanças, exceto Saul e Jônatas, seu filho.) 23 Uma tropa de filisteus saiu em direção ao passo de Macmas.

14 1 Num desses dias, Jônatas, filho de Saul, disse a seu escudeiro: “Vamos passar até o posto avançado dos filisteus que está do outro lado”; mas não o comunicou a seu pai, 2 Saul, que se encontrava na extremidade de Gabaá, debaixo da romãzeira que fica perto de Magron, com uma tropa de aproximadamente seiscentos homens. 3 Quem levava o efod era Aías, filho de Aquitob, irmão de Icabod, filho de Finéias, filho de Eli, o sacerdote do Senhor em Silo. A tropa não sabia que Jônatas havia saído.
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O desfiladeiro que Jônatas procurava atravessar para atingir o posto avançado dos filisteus, passava entre dois picos de rochedo, de um lado e de outro; um se chamava Boses e o outro, Sene. 5 Um deles se elevava ao norte, em direção a Macmas, e o outro, ao sul, voltado para Gabaá. 6 Jônatas disse, pois, a seu escudeiro: “Vamos avançar até o lugar onde estão aqueles incircuncisos. Talvez o Senhor faça alguma coisa por nós, porque nada impede ao Senhor dar a vitória, sejamos muitos ou poucos”. 7 Respondeu-lhe seu escudeiro: “Faz o que achares melhor. Estarei contigo aonde quer que vás”. 8 Disse então Jônatas: “Vamos fazer o seguinte: iremos na direção desses homens e nos mostraremos a eles. 9 Se nos disserem: ‘Não vos movais até que cheguemos perto’, ficaremos parados e não avançaremos sobre eles. 10 Mas se nos disserem: ‘Subi até nós’, então subiremos, porque o Senhor os entregará em nossas mãos. Esse será o sinal”.
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Assim, os dois apareceram diante do posto avançado dos filisteus, os quais disseram: “Eis que os hebreus saíram das cavernas onde estavam escondidos”. 12 Os que estavam no posto avançado dirigiram-se a Jônatas e a seu escudeiro, dizendo: “Subi até aqui. Queremos mostrar-vos algo”. Então Jônatas disse ao seu escudeiro: “Subamos. Segue-me, porque o Senhor os entregou nas mãos de Israel”. 13 Jônatas subiu, arrastando-se com os pés e as mãos, e seu escudeiro o seguia. Os filisteus caíam diante de Jônatas, e seu escudeiro, vindo atrás, os matava. 14 Essa foi a primeira matança, realizada por Jônatas e seu escudeiro. Mataram quase vinte homens, no espaço que se lavra em meio dia. 15 O terror se espalhou no acampamento, nos campos e entre todo o povo. O posto avançado e os próprios comandos de ataque se encheram de medo. Até a terra tremeu, e Deus causou pânico.
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As sentinelas de Saul, espreitando desde Gabaá de Benjamim, viram a multidão fugir \do acampamento, cada um numa direção. 17 Saul disse então às tropas que estavam com ele: “Fazei a chamada e verificai quem falta entre vós”. Feita a chamada, viu-se que Jônatas e seu escudeiro estavam ausentes. 18 Então Saul disse a Aías: “Traz o efod”, pois era ele quem naquele dia levava o efod diante dos israelitas. 19 Enquanto Saul falava com o sacerdote, o tumulto no acampamento dos filisteus aumentava sempre mais. Então Saul disse ao sacerdote: “Podes retirar tua mão”.
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Saul e toda a tropa que estava com ele se reuniram e foram ao local do combate. Havia ali uma grande confusão: brandiam as espadas uns contra os outros. 21 Entre os filisteus havia hebreus que estavam a seu serviço e que tinham subido com eles ao acampamento; eles voltaram e se puseram ao lado dos israelitas que estavam com Saul e Jônatas. 22 Também todos os homens de Israel que se haviam escondido nas montanhas de Efraim, ouvindo que os filisteus estavam fugindo, puseram-se a persegui-los, combatendo-os. 23 Naquele dia, o Senhor salvou Israel. O combate se estendeu até além de Bet-Áven.

 Transgressão involuntária de Jônatas

24 Os homens de Israel se achavam exaustos, naquele dia, pois Saul tinha jurado diante das tropas: “Maldito quem comer alguma coisa antes do anoitecer, antes que eu me tenha vingado dos meus inimigos”. Nenhum deles tinha tomado qualquer alimento. 25 Ora, todo o mundo entrava no bosque, onde havia mel à flor do chão. 26 As tropas entraram no bosque, onde o mel escorria, mas ninguém o tocava com a mão para levar à boca; estavam com medo por causa do juramento.
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Jônatas, porém, não tinha ouvido o juramento feito por seu pai diante das tropas. Ergueu a vara que tinha na mão, espetou-a num favo e, com a mão, levou o mel à boca, e logo seus olhos brilharam. 28 Um soldado disse: “Teu pai jurou diante das tropas: ‘Maldito seja quem tomar alimento hoje!’, embora as tropas estivessem exaustas”. 29 Jô­natas respondeu: “Meu pai prejudicou o país! Vejam como se iluminaram meus olhos por eu ter provado um pouco deste mel! 30 Quanto mais se as tropas tivessem comido hoje dos despojos que tomaram dos seus inimigos! Não teria sido muito maior a desgraça dos filisteus?”

 Falta ritual do povo. O altar de Saul

31 Naquele dia, os filisteus foram perseguidos desde Macmas até Aialon, e as tropas estavam exaustas. 32 Lançaram-se, então, sobre os despojos e tomaram as ovelhas, os bois e os bezerros, degolando-os sobre a terra mesmo e comendo-os com o sangue. 33 Deram a notícia a Saul: “Eis que as tropas pecam contra o Senhor, comendo com sangue”. Então ele disse: “Fostes infiéis! Rolai para cá uma grande pedra!” 34 E acrescentou: “Es­palhai-vos em meio ao povo e dizei-lhes que cada um traga a mim seu boi ou sua ovelha para imolar aqui. Assim poderão comer sem pecar contra Deus comendo com sangue”. Naquela noite, todos trouxeram o que tinham em suas mãos e degolaram naquele lugar. 35 Saul edificou um altar ao Senhor; foi este o primeiro altar que levantou.

 Juramento leviano de Saul e intervenção do povo

36 Saul falou: “Durante a noite vamos descer sobre os filisteus e devastá-los até o romper do dia, não vamos deixar vivo nenhum deles”. Responderam: “Faz o que te parecer bom”. Mas o sacerdote disse: “Vamos consultar Deus aqui”. 37 Saul consultou a Deus: “Devo perseguir os filisteus? Vais entregá-los às mãos de Israel?” Mas naquele dia não recebeu resposta \de Deus.38 Então Saul disse: “Vinde aqui, todos os chefes do povo, para investigar qual foi o pecado que hoje se cometeu. 39 Pela vida do Senhor, salvador de Israel, eu juro: ainda que o culpado seja meu filho Jônatas, ele tem de morrer”. E ninguém de todo o povo o contradisse.
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Falou então a todo o Israel: “Separemo-nos, vós de um lado, meu filho Jônatas e eu do outro”, e o povo respondeu a Saul: “Faz o que parecer bom”. 41 Disse então Saul ao Senhor, Deus de Israel: “Por que não respondeste hoje ao teu servo? Se a iniqüidade está em mim ou em meu filho Jônatas, ó Senhor, Deus de Israel, então dá Urim; mas se a iniqüidade está em teu povo de Israel, dá Tumim”. As sortes apontaram Saul e Jônatas, e o povo ficou livre. 42 Saul disse: “Lançai a sorte entre mim e o meu filho Jônatas”; e as sortes apontaram Jônatas.
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Então Saul disse a Jônatas: “Conta-me o que fizeste”. Jônatas respondeu: “Só provei um pouco de mel com a ponta da vara que tinha na mão, e agora terei de morrer”. 44 Saul replicou: “Que Deus me faça o mesmo e ainda mais, se tu não morreres, Jônatas!” 45 O povo, porém, disse a Saul: “Morrerá Jônatas, aquele que alcançou tão grande vitória para Israel? De modo algum! Pela vida do Senhor, não cairá um só cabelo de sua cabeça, porque foi com Deus que ele fez hoje o que fez!” Assim o povo resgatou Jônatas para que não morresse.
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Então Saul seguiu caminho, desistindo da perseguição aos filisteus, os quais voltaram à sua terra.

 Resumo do reinado de Saul

47 Depois que firmou sua realeza sobre Israel, Saul fez guerra contra todos os seus inimigos, contra Moab, contra os amonitas, contra Edom, contra os reis de Soba e os fi­listeus. Para onde quer que se voltasse, vencia. 48 Mostrou sua valentia abatendo Ama­lec e livrando Israel das mãos dos que o devastavam.
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Os filhos de Saul foram Jônatas, Jessuí e Melquisua. O nome de sua primogênita era Merob e o da mais nova, Micol. 50 O nome da esposa de Saul era Aquinoam, filha de Aquimaas. O nome do chefe do exército era Abner filho de Ner, tio de Saul. 51 Cis, pai de Saul, e Ner, pai de Abner, eram filhos de Abiel.
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Durante o reinado de Saul era encarni­çada a guerra contra os filisteus. O rei, logo que via algum homem forte e apto para a batalha, requisitava-o para si.

 Guerra contra Amalec 

15 1 Samuel disse a Saul: “Foi a mim que o Senhor enviou para ungir-te rei sobre seu povo Israel. Ouve, agora, a voz do Senhor. 2 Assim fala o Senhor dos exércitos: Vou pedir contas a Amalec daquilo que fez a Israel, barrando-lhe o caminho quando estava subindo do Egito. 3 Vai, pois, investe contra Amalec e vota ao interdito tudo o que lhe pertence, sem nada poupar. Matarás homens e mulheres, crianças e recém-nascidos, e também bois, ovelhas, camelos e jumentos”.
4
Saul convocou e contou o povo em Telem. Eram duzentos mil infanteristas, mais dez mil homens de Judá. 5 Saul avançou até a cidade de Amalec e se emboscou no vale. 6 Então ordenou aos quenitas \da região: “Retirai-vos. Separai-vos dos amalecitas, para que não aconteça perecerdes com eles. Tivestes misericórdia para com todos os israelitas quando subiram do Egito”. E os quenitas se apartaram dos amalecitas.

 Desrespeito ao interdito

7 Saul bateu os amalecitas desde Hévila até Sur, que está a oriente do Egito. 8 Capturou vivo Agag, rei de Amalec, e passou o restante do povo ao fio da espada. 9 Mas Saul e seus homens pouparam Agag, assim como o melhor do rebanho miúdo e do graúdo, os animais cevados e os cordeiros, enfim, tudo o que havia de melhor. Não quiseram votá-lo ao interdito. Só aniquilaram o que era ordinário e sem valor.
10
A palavra do Senhor veio então a Samuel: 11 “Arrependo-me de ter feito a Saul rei. Ele afastou-se de mim e não executou as minhas ordens”. Samuel entristeceu-se e clamou ao Senhor durante toda a noite.
12
Cedo pela manhã, Samuel levantou-se para ir aonde estava Saul. Disseram-lhe que Saul tinha erigido um monumento para si em Carmel e daí descera de volta para Guilgal. 13 Quando Samuel se encontrou com Saul, disse-lhe este: “Bendito sejas da parte do Senhor. Cumpri as ordens do Senhor”. 14 Observou, porém, Samuel: “Mas que balidos e mugidos são estes que ressoam em meus ouvidos?” 15 Saul explicou: “É o que foi trazido de Amalec. O povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois para imolar ao Senhor, teu Deus. O resto foi votado ao interdito”.
16
Samuel falou então a Saul: “Basta! Deixa-me dizer-te o que o Senhor me revelou esta noite”. – “Fala!” disse Saul. 17 Então Samuel começou: “Por menor que sejas aos teus próprios olhos, acaso não és o chefe das tribos de Israel? O Senhor ungiu-te rei sobre Israel 18 e te enviou em expedição com a ordem de votar ao interdito os amalecitas, esses malfeitores, combatendo-os até que fossem exterminados. 19 Por que não obedeceste à voz do Senhor e te precipitaste sobre os despojos, fazendo o que desagrada ao Senhor?” 20 Saul respondeu a Samuel: “Mas eu obedeci ao Senhor! Realizei a expedição a que ele me enviou. Trouxe Agag, rei de Amalec, para cá e apliquei o interdito aos amalecitas. 21 Quanto aos despojos, o povo reteve, das ovelhas e dos bois, o melhor do que devia ser aniquilado, para sacrificar ao Senhor, teu Deus, em Guilgal”.
22
Samuel, porém, replicou: “O Senhor, o que quer? Holocaustos e sacrifícios, ou obediência à sua palavra? A obediência vale mais que o sacrifício, a docilidade mais que oferecer gordura de carneiros. 23 A rebelião eqüivale a um pecado de magia, e a desobediência, a um crime de idolatria. Assim, porque rejeitaste a palavra do Senhor, ele te rejeitou: tu não és mais rei”.
24
Saul disse a Samuel: “Pequei, pois transgredi a ordem do Senhor e as tuas palavras; foi porque temia o povo e obedeci a sua voz. 25 Peço-te, pois, que perdoes meu pecado e voltes comigo, para que eu me prostre em adoração ao Senhor”. 26 Disse Samuel a Saul: “Não voltarei contigo, pois rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou, para que não sejas mais rei sobre Israel”. 27 Samuel­ voltou-se para ir embora, mas Saul segurou-o pela orla do manto, que se rasgou. 28 Disse-lhe Samuel: “Assim o Senhor arrancou de ti hoje o reinado sobre Israel e o deu a um teu próximo, que é melhor do que tu. 29 Entretan­to, aquele que é a ‘Glória de Israel’ não men­te e nem se arrepende, pois não é um homem­ para arrepender-se”.
30
Saul disse então: “Pequei, mas honra-me agora diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel. Volta comigo para que eu me prostre em adoração ao Senhor, teu Deus”. 31 Samuel, pois, voltou com Saul, e este adorou o Senhor.
32
Samuel ordenou: “Trazei-me Agag, rei de Amalec!” Agag chegou a ele, ainda a tremer. Agag pensou: “Com certeza, dispersou-se a amargura da morte”. 33 Mas Samuel disse: “Assim como a tua espada arrancou das mu­lheres os seus filhos, assim ficará entre as mulheres a tua mãe sem o seu filho”. E Sa­muel fez Agag em pedaços na presença do Senhor, em Guilgal.
34
Então Samuel partiu para Ramá. Saul foi para sua casa em Gabaá de Saul. 35 E Samuel não viu Saul até o dia de sua morte. Samuel, de fato, afligia-se por Saul, porque o Senhor se arrependera de tê-lo feito rei de Israel.


Saul, Davi e Jônatas

 Davi ungido por Samuel

16 1 O Senhor disse a Samuel: “Até quando ficarás chorando por causa de Saul, se eu mesmo o rejeitei para que não seja mais rei de Israel? Enche o chifre de azeite. Vem , eu vou te enviar à casa de Jessé de Belém, pois escolhi um rei para mim dentre os filhos dele”. 2 Samuel ponderou: “Como irei? Se Saul o souber, vai matar-me”. O Senhor respondeu: “Leva contigo uma novilha, e dize: ‘Vim para oferecer um sacri­fí­cio ao Senhor’. 3 Convida Jessé para o sacrifício. Eu te mostrarei o que deves fazer, e assim ungirás a quem eu te designar”.
4
Samuel fez o que o Senhor lhe disse, e foi a Belém. Os anciãos da cidade, apavorados, vieram-lhe ao encontro e perguntaram: “É de paz a tua vinda?” – 5 “Sim, é de paz”, respondeu Samuel. “Vim para fazer um sacrifício ao Senhor. Purificai-vos e vinde comigo, para o sacrifício”. Ele purificou então Jessé e seus filhos e convidou-os para o sacrifício.
6
Assim que chegaram, Samuel viu a Eliab, e disse consigo: “Certamente é este o ungido do Senhor!” 7 Mas o Senhor disse-lhe: “Não te impressiones com a sua aparência, nem com a sua grande estatura; não é este que eu quero. .Meu olhar não é o dos homens:­ o homem vê a aparência, o Senhor vê o coração”. 8 Então Jessé chamou Abinadab e apresentou-o a Samuel, que disse: “Também não é este que o Senhor escolheu”. 9 Jessé trouxe-lhe depois Sama, e Samuel disse: “A este tampouco o Senhor escolheu”. 10 Jessé fez vir seus sete filhos à presença de Samuel, mas Samuel disse: “O Senhor não escolheu a nenhum deles”.
11
Samuel perguntou a Jessé: “Todos os teus filhos estão aqui?” Jessé respondeu: “Resta ainda o mais novo, que está cuidando do rebanho”. E Samuel ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos para comer enquanto ele não chegar”. 12 Jessé mandou buscá-lo. Era ruivo, de belos olhos e de aparência formosa. E o Senhor dis­se: “Levanta-te, unge-o: é este!” 13 Samuel to­mou o chifre com azeite e ungiu Davi na presença de seus irmãos. E a partir daquele dia, o espírito do Senhor começou a ser enviado a Davi. Samuel se pôs a caminho e partiu para Ramá.

 Saul depressivo. Davi na corte de Saul

14 O espírito do Senhor retirou-se de Saul. Entretanto veio sobre ele, da parte do Senhor, um espírito deprimente. 15 Os oficiais de Saul disseram-lhe: “Estás sofrendo de um espírito deprimente enviado por Deus. 16 É só falar, nosso senhor, que teus servos, prontos a teu serviço, procurarão alguém que saiba tocar cítara. Assim, quando te acometer o espírito deprimente enviado por Deus, o músico se porá a tocar, e tu ficarás melhor”.­ 17 Disse Saul a seus servos: “Providenciai-me alguém que saiba tocar bem cítara e tra­-
zei-o a mim”. 18
Alguém do pessoal disse: “Eu vi o filho de Jessé de Belém, que sabe tocar muito bem: é um homem valente, hábil no combate, fala bem, de bela aparência, e o Senhor está com ele”. 19 Então Saul mandou dizer a Jessé: “Envia-me Davi, teu filho, que cuida do rebanho”. 20 Jessé tomou um jumento, pão, um odre de vinho e um cabrito e man­dou entregar a Saul por seu filho Davi. 21 Davi chegou à casa de Saul e se pôs a seu serviço. Saul afeiçoou-se dele e o fez seu escudeiro. 22 Saul mandou dizer a Jessé: “Que Davi permaneça a meu serviço, pois ele me agrada”. 23 E sempre que o espírito \deprimente de Deus acometia Saul, Davi tomava a cíta­ra e tocava. Saul se acalmava, sentia-se melhor e o espírito deprimente o deixava.

 Davi e Golias

17 1 Os filisteus mobilizaram suas tropas para a guerra, reuniram-se em Soco de Judá, e acamparam entre Soco e Azeca, em Efes-Domim. 2 Saul e os homens de Israel reuniram-se e assentaram acampamento no vale do Terebinto, pondo-se em linha de combate contra os filisteus. 3 Separados por um vale, os filisteus tomaram posição sobre um monte de um lado, e Israel sobre outro monte, do lado oposto.
4
Saiu então das fileiras dos filisteus um campeão, chamado Golias, natural de Gat, com uns três metros de altura. 5 Trazia na cabeça um capacete de bronze e vestia uma couraça de escamas de bronze, que pesava mais de cinqüenta quilos. 6 Usava perneiras de bronze e um dardo de bronze pendurado entre os ombros. 7 A haste de sua lança era grossa como um cilindro de tear e a ponta de ferro pesava seis quilos. À sua frente andava seu escudeiro. 8 Ele tomou posição e gritou para as fileiras de Israel: “Por que viestes dispostos para a batalha? Não sou eu filisteu e vós os escravos de Saul? Escolhei um dentre vós para me enfrentar numa luta a dois! 9 Se ele conseguir lutar comigo até matar-me, seremos vossos escravos. Mas se eu o vencer e matar, então sereis vós os nossos escravos e nos servireis”. 10 E o filisteu acrescentou: “Lanço hoje este desafio ao exército de Israel: Dai-me um homem para lutarmos juntos!”
11
Quando Saul e todos os israelitas ouviram as palavras dos filisteus, ficaram consternados e cheios de medo.
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Havia, pois, Davi, filho do acima mencio­nado efraimita de Belém de Judá, chamado Jessé, que tinha oito filhos e que era já, nos dias de Saul, ancião de idade avançada. 13 Seus três filhos mais velhos tinham seguido­ Saul para a guerra; o primogênito chamava-se Eliab, o segundo, Abinadab, e o terceiro, Sama. 14 Davi era o mais novo. Como os três mais velhos tinham seguido Saul, 15 Davi ia e vinha, \visitando o acampamento de Saul e voltando para cuidar do rebanho de seu pai, em Belém. 16 Entretanto, cada manhã e cada tarde, o filisteu fazia sua apresentação, e isso, durante quarenta dias.
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Disse Jessé a seu filho Davi: “Toma para teus irmãos uma vasilha de grãos torrados e estes dez pães, e leva-os correndo aos teus irmãos no acampamento. 18 E estes dez queijos, entrega-os ao chefe de mil. Informa-te se teus irmãos vão bem e traz um sinal de que cumpriste tua missão”. 19 Eles estavam com Saul e todos os israelitas no vale do Terebinto, a lutar contra os filisteus.
20
No dia seguinte, Davi se levantou de ma­drugada, confiou o rebanho a um guarda, tomou sua carga e partiu, como Jessé tinha ordenado. Chegou ao acampamento quando as tropas estavam saindo para a batalha, bradando o grito de guerra. 21 Os israelitas e os filisteus puseram-se em linha de combate frente a frente. 22 Davi descarregou sua carga e deixou-a com o guarda da bagagem, correu­ para o lugar da batalha e foi perguntar a seus irmãos se estavam bem.
23
Enquanto lhes falava, veio saindo das fileiras dos filisteus aquele campeão chamado Golias, filisteu de Gat. Davi ouviu-o proferir as provocações de sempre. 24 Todos os israelitas, ao ver o homem, fugiram dele, pois tinham muito medo dele. 25 Um dos israelitas disse: “Não vistes este homem que sai das fileiras? Ele vem insultar Israel. Aquele que o matar, o rei o cumulará de muitas riquezas, lhe dará sua filha e deixará a casa de seu pai livre de impostos em Israel”. 26 Davi perguntou aos homens que estavam com ele: “Que recompensa terá aquele que matar aquele filisteu e tirar essa afronta de Israel? Quem é esse filisteu incircunciso para insultar as fileiras do Deus vivo?” 27 Os soldados deram a mesma resposta: “A quem o matar se dará tudo isso”. 28 Eliab, seu irmão mais velho, ouvindo como falava com os outros, irritou-se contra Davi e disse: “Para que vieste aqui? Com quem deixaste aquele punhado de ovelhas no deserto? Eu conheço tua presunção e tua malícia. Foi para ver a batalha que vieste”. 29 Davi disse: “Que fiz eu? Fiz apenas uma pergunta!” 30 Desviou-se dele para outro, para fazer a mesma pergunta, e as pessoas deram-lhe a mesma resposta de antes.
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Quando ouviram as palavras de Davi, comunicaram-nas a Saul, e ele mandou bus­cá-lo. 32 Davi disse a Saul: “Ninguém deve desanimar por causa desse filisteu! Eu, teu servo, vou lutar contra ele”. 33 Mas Saul ponderou: “Não és capaz de enfrentar esse fi­listeu. Tu és ainda um menino, e ele, um homem de guerra desde a sua juventude”. 34 Davi disse a Saul: “Teu servo cuidava do rebanho do pai. Quando vinha um leão ou um urso e tomava um carneiro do rebanho, 35 eu os perseguia e matava, tirando-lhes a presa da boca. E se eles me atacavam, agarrava-os pela goela e os matava a golpes. 36 Assim como teu servo matou leão e urso, assim fará a esse filisteu incircunciso, como se fosse um desses animais, pois atreveu-se a insultar as fileiras do Deus vivo”. 37 Davi acrescentou: “O Senhor me livrou das garras do leão e do urso. Ele me salvará também das mãos desse filisteu”. Então Saul disse a Davi: “Vai, e que o Senhor esteja contigo”.
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Saul revestiu Davi com sua própria armadura, pôs-lhe na cabeça um capacete de bronze e armou-o com uma couraça. 39 Davi cingiu a espada de Saul sobre a armadura e tentou caminhar armado, pois não estava acostumado. E disse a Saul: “Assim não posso andar, não estou acostumado a isso”. E tirou a armadura. 40 Tomou então seu cajado na mão, escolheu no riacho cinco pedras bem lisas e guardou-as no seu bornal de pastor, que lhe servia de bolsa. Depois, com sua funda na mão, avançou contra o filisteu.
41
O filisteu, precedido do seu escudeiro, vinha aproximando-se mais e mais de Davi. 42 Quando pôde ver bem Davi, desprezou-o, porque era muito jovem, ruivo e de bela aparência. 43 Disse-lhe: “Sou por acaso um cão, para vires a mim com um cajado?”, e amaldiçoou Davi em nome de seus deuses. 44 E acrescentou: “Vem, eu vou dar tuas carnes às aves do céu e às feras da terra!” 45 Mas Davi respondeu: “Tu vens a mim com espada, lança e dardo; eu, porém, vou a ti em nome do Senhor dos exércitos, o Deus das fileiras de Israel, que tu insultaste! 46 Hoje mesmo, o Senhor te entregará em minhas mãos, e eu te abaterei e te cortarei a cabeça, e darei o teu cadáver e os do exército dos filisteus às aves do céu e às feras da terra, para que toda a terra saiba que há um Deus em Israel. 47 E toda esta assembléia aqui vai saber que não é pela espada nem pela lança que o Senhor concede a vitória; pois a guerra pertence ao Senhor, e ele vos entregará em nossas mãos”.
48
Logo que o filisteu se ergueu e marchou em direção a Davi, este saiu prontamente correndo para enfrentar o filisteu. 49 Davi meteu a mão no bornal, apanhou uma pedra e arremessou-a com a funda, atingindo o filisteu na fronte com tanta força, que a pedra se encravou na sua testa e o gigante tombou com o rosto em terra. 50 E assim Davi venceu o filisteu com uma funda e uma pedra. Feriu o filisteu e matou-o, sem ter espada na mão. 51 Em seguida, correu para o filisteu, parou perto dele, arrancou-lhe a espada da bainha e arrematou-o, cortando-lhe a cabeça­.
Vendo morto o seu guerreiro mais valente, os filisteus fugiram. 52
Os homens de Israel e de Judá levantaram-se e, bradando gritos de guerra, perseguiram os filisteus até a entrada de Gat e até as portas de Acaron. Os cadáveres­ dos filisteus juncavam o caminho desde Saa­rim até Gat e até Acaron. 53 Voltando da perse­guição aos filisteus, os israelitas saquea­ram seu acampamento. 54 Davi apanhou a cabeça do filisteu e levou-a a Jerusalém, mas as armas­ dele, guardou-as na sua tenda.
55
Quando Saul viu Davi partir ao encontro do filisteu, disse a Abner, o chefe do exército: “Esse jovem é filho de quem, Abner?” E Abner disse: “Por tua vida, ó rei, \eu juro: não sei”. 56 O rei disse: “Informa-te, pois, de quem ele é filho”. 57 Quando Davi voltou da vitoria sobre o filisteu, Abner levou-o à presença de Saul. Ele tinha ainda na mão a cabeça de Golias. 58 Saul perguntou-lhe: “Quem é o teu pai, moço?” Davi respondeu: “Eu sou filho de Jessé de Belém, teu servo”.


1Samuel (CNB) 11