Audiências 2005-2013 20126

20 de Dezembro 2006: A proximidade do Santo Natal 2006

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Queridos irmãos e irmãs!

"O Senhor está próximo: vinde, adoremo-lo". Com esta invocação a liturgia convida-nos, nestes últimos dias do Advento, a aproximar-nos, quase em ponta de pés, da gruta de Belém, onde se realizou o acontecimento extraordinário, que mudou o curso da história: o nascimento do Redentor.

Na Noite de Natal deter-nos-emos, mais uma vez, diante do presépio, para contemplar estupefactos o "Verbo feito carne". Sentimentos de alegria e de gratidão, como todos os anos, renovar-se-ão no nosso coração ao ouvir as melodias do Natal, que cantam em tantas línguas o mesmo extraordinário prodígio. O Criador do universo veio por amor habitar entre os homens.

Na Carta aos Filipenses, São Paulo afirma que Cristo "que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus: no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo e tornando-se igual aos homens" (cf.
Ph 2,6-7). Manifestou-se de forma humana, acrescenta o Apóstolo, rebaixando-se a si mesmo. No Santo Natal reviveremos a realização deste sublime mistério de graça e de misericórdia.

Diz ainda São Paulo: "Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adopção de Filhos" (Ga 4,4-5). Na verdade, havia muitos séculos que o povo eleito aguardava o Messias, mas imaginava-o como um chefe poderoso e vitorioso que teria libertado da opressão dos estrangeiros.

Ao contrário, o Salvador nasceu no silêncio e na pobreza mais extrema. Veio como luz que ilumina cada homem observa o Evangelista "mas o mundo não o reconheceu" (Jn 1,8 Jn 1,11). O Apóstolo acrescenta: "Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhe o poder de se tornarem filhos de Deus" (ibid., 1, 12). A luz prometida iluminou os corações de quantos perseveraram na expectativa vigilante e laboriosa.

A liturgia do Advento exorta também a nós a sermos sóbrios e vigilantes, para não nos deixarmos sobrecarregar pelo pecado e pelas preocupações excessivas do mundo. De facto, é vigiando e rezando que poderemos reconhecer e acolher o esplendor do Natal de Cristo. São Máximo de Turim, Bispo dos séculos IV-V, numa das suas homilias, afirma: "O tempo adverte-nos que o Natal de Cristo Senhor está próximo.

O mundo com as suas angústias diz a iminência de algo que o renovará, e deseja com uma expectativa impaciente que o esplendor de um sol mais resplandecente ilumine as suas trevas... Esta expectativa da criação persuade-nos também a nós a esperar o nascimento de Cristo, novo Sol" (Disc. 61a, 1-3). Portanto, a mesma criação nos leva a descobrir e a reconhecer Aquele que há-de vir.

Mas a pergunta é: a humanidade do nosso tempo espera ainda um Salvador? Tem-se a impressão de que muitos consideram Deus fora dos seus interesses. Aparentemente não precisam d'Ele; vivem como se Ele não existisse e, ainda pior, como se fosse um "obstáculo" a superar para se realizarem a si mesmos. Também entre os crentes temos a certeza há quem se deixa atrair por quimeras aliciantes e distrair por doutrinas desviantes que propõem atalhos ilusórios para obter a felicidade.

Contudo, mesmo com as suas contradições, angústias e dramas, e talvez precisamente para eles, hoje a humanidade procura um caminho de renovação, de salvação, procura um Salvador e aguarda, por vezes inconscientemente, o advento do Salvador que renova o mundo e a nossa vida, o advento de Cristo, o único verdadeiro Redentor do homem e do homem todo. Sem dúvida, falsos profetas continuam a propor uma salvação a "baixo preço", que termina sempre por gerar violentas desilusões.

Precisamente a história dos últimos cinquenta anos demonstra esta busca de um Salvador a "baixo preço" e evidencia todas as desilusões a que elas deram origem. É tarefa dos cristãos difundir, com o testemunho da vida, a verdade do Natal, que Cristo traz a cada homem e mulher de boa vontade. Nascendo na pobreza do presépio, Jesus vem oferecer a todos aquela alegria e paz, as únicas que podem colmar a expectativa do ânimo humano.

Mas como devemos preparar-nos para abrir o coração ao Senhor que vem? A atitude espiritual da expectativa vigilante e orante permanece a característica fundamental do cristão neste tempo de Advento. É a atitude que distingue os protagonistas de então: Zacarias e Isabel, os pastores, os Magos, o povo simples e humilde. Sobretudo a expectativa de Maria e de José! Eles, mais do que outrém, viveram em primeira pessoa os afãs e a trepidação pelo Menino que devia nascer.

Não é difícil imaginar como transcorreram os últimos dias, na expectativa de abraçar o recém-nascido. A sua atitude seja a nossa, queridos irmãos e irmãs! A este propósito, ouvimos a exortação do já citado São Máximo, Bispo de Turim: "Enquanto estamos para acolher o Natal do Senhor, revistamo-nos com vestes nítidas, sem mancha. Falo da veste da alma, não da do corpo. Vistamo-nos não com vestes de seda, mas com obras santas! As vestes vistosas podem cobrir os membros mas não embelezam a consciência" (ibid.).

Nascendo entre nós, que o Menino Jesus não nos encontre distraídos ou comprometidos simplesmente a embelezar com iluminações as nossas casas. Ao contrário, preparemos na nossa alma e nas nossas famílias uma habitação digna onde Ele se sinta acolhido com fé e amor.

Ajudem-nos a Virgem e São José a viver o Mistério do Natal com renovada admiração e serenidade pacífica. Com estes sentimentos desejo formular os votos mais fervorosos para um santo e feliz Natal a todos vós, aqui presentes, e aos vossos familiares, com uma recordação particular para quantos estão em dificuldade ou sofrem no corpo e no espírito. Bom Natal a todos vós!

Saudações

Amados Irmãos e Irmãs

Saúdo com particular afeto os visitantes e ouvintes de língua portuguesa. Faço votos que esta vossa visita a Roma vos encoraje a participar ativamente da vida da Igreja, e vos convido a acolher, no próximo Natal, o Filho de Deus feito homem, que se fez pobre para que nos tornássemos ricos pela Sua pobreza. Que o Senhor abençoe vossas famílias e comunidades e, de modo especial, os que sofrem no corpo e no espírito. Feliz Natal e um Ano Novo repleto de alegrias!

Na alegria da próxima solenidade do Nascimento de Cristo saúdo todos os peregrinos dos países de língua alemã. Jesus Cristo vem ao mundo para que nos tornemos filhos de Deus. Preparemos ao Menino Divino uma morada de amor e de fé no nosso coração e na nossa família. Desejo a vós e aos vossos queridos um Santo Natal e a paz do Filho de Deus recém-nascido!

Desejo saudar por fim, os jovens, os doentes e os jovens casais. Queridos amigos, agradeço-vos a vossa participação neste encontro. Daqui a alguns dias será Natal e imagino que nas vossas casas estais a preparar o presépio, que constitui uma representação muito sugestiva da Natividade. Aupicio que um elemento tão importante, não só da nossa espiritualidade, mas também da nossa cultura e da arte, continue a ser um simples e eloquente modo para recordar Aquele que veio "habitar entre nós".




27 de Dezembro 2006: O mistério do Natal

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Queridos irmãos e irmãs!

O encontro de hoje realiza-se no clima do Natal repleto de profunda alegria pelo nascimento do Salvador. Celebrámos há pouco, anteontem, este mistério, cujo eco se expande na liturgia de todos estes dias. É um mistério de luz que os homens de todas as épocas podem reviver na fé. Ressoam nos nossos corações as palavras do Evangelista João, do qual precisamente hoje celebramos a festa: "Et Verbum caro factum est E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco" (
Jn 1,14).

Portanto, no Natal Deus veio habitar entre nós; veio por nós, para permanecer connosco. Uma pergunta atravessa estes dois mil anos de história cristã: "Mas por que o fez, por que se fez homem?".

Ajuda-nos a responder a esta pergunta o cântico que os anjos entoaram sobre a gruta de Belém: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado" (Lc 2,14). O cântico da noite de Natal, entoado no Glória, já faz parte da liturgia como os outros três cânticos do Novo Testamento, que se referem ao nascimento e à infância de Jesus: o Benedictur, o Magnificat e o Nunc dimittis.Enquanto estes últimos estão inseridos respectivamente nas Laudes matutinas, na oração da tarde das Vésperas, e na nocturna das Completas, o Glória encontrou a sua colocação precisamente na Santa Missa.

Às palavras dos anjos, desde o segundo século foram acrescentadas algumas aclamações: "Nós te louvamos, te bendizemos, te adoramos, te glorificamos, te damos graças pela tua imensa glória"; e mais tarde, outras invocações: "Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho do Pai, que tiras o pecado do mundo...", até formular um suave hino de louvor que foi cantado pela primeira vez na Missa de Natal e depois em todos os dias de festa. Inserido no início da Celebração eucarística, o Glória ressalta a continuidade existente entre o nascimento e a morte de Cristo, entre o Natal e a Páscoa, aspectos inseparáveis do único e mesmo mistério de salvação.

O Evangelho narra que a multidão angélica cantava: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado". Os anjos anunciam aos pastores que o nascimento de Jesus "é" glória para Deus nas alturas; e "é" paz na terra aos homens do seu agrado.

Portanto, oportunamente é costume colocar sobre a gruta estas palavras angélicas como explicação do mistério do Natal, que se realizou no presépio. A palavra "glória" (doxa) indica o esplendor de Deus que suscita o louvor agradecido das criaturas. São Paulo dirá: "o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo" (2Co 4,6). "Paz" (eirene) sintetiza a plenitude dos dons messiânicos, isto é, a salvação que, como anota sempre o Apóstolo, se identifica com o próprio Cristo: "Com efeito, Ele é a nossa paz" (Ep 2,14). Por fim, encontra-se a referência aos "homens do seu agrado". "Seu agrado" (eudokia), na linguagem comum faz pensar na "boa vontade" dos homens, mas estas palavras indicam ao contrário o "querer bem" de Deus em relação aos homens, que não conhece limites. E eis então a mensagem do Natal: com o nascimento de Jesus, Deus manifestou a sua benevolência por todos.

Voltemos à pergunta: "Por que Deus se fez homem?". Santo Ireneu escreve: "O Verbo fez-se dispensador da glória do Pai para utilidade dos homens... Glória de Deus é o homem que vive vivens homo e a sua vida consiste na visão de Deus" (Adv. Haer. IV, 20, 5.7). A glória de Deus manifesta-se, portanto, na salvação do homem, que Deus tanto amou "que lhe entregou como afirma o evangelista João o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crer não pereça mas tenha a vida eterna" (Jn 3,16). Portanto, é o amor a razão derradeira da encarnação de Cristo. Em relação a isto é eloquente a reflexão do teólogo H. U. von Balthasar, o qual escreveu: Deus "não é, em primeiro lugar, poder absoluto, mas amor absoluto cuja soberania não se manifesta em ter para si o que pertence, mas no seu abandono" (Mysterium paschale I, 4). O Deus que contemplamos no presépio é Deus-Amor.

A este ponto o anúncio dos anjos ressoa para nós também como um convite: "seja" [dada] glória a Deus nas alturas, "seja" paz na terra aos homens do seu agrado. O único modo para glorificar a Deus e construir a paz no mundo consiste no humilde e confiante acolhimento do dom do Natal: o amor. O canto dos anjos então pode tornar-se uma oração a ser repetida com frequência, não só neste tempo de Natal. Um hino de louvor a Deus nas alturas e uma fervorosa invocação de paz na terra, que se traduza num compromisso concreto em construí-la com a nossa vida. É este o compromisso que o Natal nos confia.






3 de Janeiro 2007: Mistério do Natal

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Queridos irmãos e irmãs!

Obrigado pelo vosso afecto. Desejo Bom Ano a todos vós! Esta primeira Audiência geral do novo ano ainda se realiza no clima de Natal, numa atmosfera que nos convida à alegria pelo nascimento do Redentor. Ao vir ao mundo, Jesus distribuiu com abundância entre os homens dons de bondade, de misericórdia e de amor. Quase interpretando os sentimentos dos homens de todos os tempos, o apóstolo João observa: "Vede que amor tão grande o Pai nos concedeu, a ponto de nos podermos chamar filhos de Deus" (
1Jn 3,1). Quem se detém a meditar diante do Filho de Deus que jaz inerme no presépio não pode deixar de se sentir surpreendido por este acontecimento humanamente incrível; não pode não partilhar a admiração e o abandono humilde da Virgem Maria, que Deus escolheu como Mãe do Redentor precisamente pela sua humildade. No Menino de Belém cada homem descobre que é gratuitamente amado por Deus; na luz do Natal manifesta-se a cada um de nós a bondade infinita de Deus. Em Jesus Pai celeste inaugurou uma nova relação connosco; tornou-nos "filhos no mesmo Filho". É precisamente sobre esta realidade que, durante estes dias, São João nos convida a meditar com a riqueza e a profundidade da sua palavra, da qual ouvimos um trecho.

O Apóstolo predilecto do Senhor ressalta que nós "somos realmente" (1Jn 3,1) filhos: não somos apenas criaturas, mas filhos; deste modo Deus está próximo de nós; desta forma atrai-nos para si no momento da sua encarnação, no seu fazer-se um de nós. Por conseguinte pertencemos verdadeiramente à família que tem Deus como Pai, porque Jesus, o Filho Unigénito, veio armar a sua tenda no meio de nós, a tenda da sua carne, para reunir todos os povos numa única família, família de Deus, pertencente realmente ao Ser divino, unidos num só povo, numa só família. Veio para nos revelar o verdadeiro rosto do Pai. E se nós agora usamos a palavra de Deus, já não se trata de uma realidade conhecida apenas de longe. Nós conhecemos o rosto de Deus: é o do Filho, que veio para tornar mais próximas de nós, da terra, as realidades celestes. Anota São João: "É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou" (1Jn 4,10). No Natal ressoa no mundo inteiro o anúncio simples e perturbador: "Deus ama-nos".

"Nós amamos diz São João porque Ele nos amou primeiro" (1Jn 4,19). Este mistério está-nos confiado para que, experimentando o amor divino, vivamos propensos para as realidades do céu. E isto, digamos, é também a prática destes dias: viver realmente propensos para Deus, procurando antes de tudo o Reino e a sua justiça, na certeza de que o resto, tudo o mais nos será dado por acréscimo (cf. Mt 6,33). A crescer nesta consciência ajuda-nos o clima espiritual do tempo do Natal.

A alegria do Natal não nos faz esquecer o mistério do mal (mysterium iniquitatis), o poder das trevas que tenta obscurecer o esplendor da luz divina: e, infelizmente, conhecemos todos os dias este poder das trevas. No prólogo do seu Evangelho, várias vezes proclamado nestes dias, o evangelista João escreve: "A luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam" (Jn 1,5). É o drama da recusa de Cristo que, como no passado, se manifesta e se expressa, infelizmente, também hoje de tantas formas diversas. Talvez mais súbdulas e perigosas sejam as formas de recusa de Deus na era contemporânea: da total rejeição à indiferença, do ateísmo cientista à apresentação de um Jesus considerado modernizado e pós-modernizado. Um Jesus homem, limitado de modos diversos a um simples homem do seu tempo, privado da sua divindade; ou então um Jesus tão idealizado que parece a personagem de uma fábula.

Mas Jesus, o verdadeiro Jesus da história, é o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e não se cansa de propor o seu Evangelho a todos, sabendo que é "sinal de contradição para que sejam revelados os pensamentos de muitos corações", como profetizou o velho Simeão (cf. Lc 2,32-33).

Na realidade, só o Menino que jaz no presépio possui o verdadeiro segredo da vida. Por isso pede para ser acolhido, que se lhe conceda um espaço em nós, nos nossos corações, nas nossas casas, nas nossas cidades e nas nossas sociedades. Ressoam no coração e na mente as palavras do prólogo de João: "A quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus" (Jn 1,12). Procuremos estar entre quantos o recebem. Diante dele não se pode permanecer indiferente. Também nós, queridos amigos, devemos tomar continuamente posição.

Qual será então a nossa resposta? Com que atitude o acolhemos? Vêm em nossa ajuda a simplicidade dos pastores e a busca dos Magos que, através da estrela, perscrutam os sinais de Deus; servem-nos de exemplo a docilidade de Maria e a sábia prudência de José. Os mais de dois mil anos de história cristã estão cheios de exemplos de homens e mulheres, de jovens e adultos, de crianças e idosos que acreditaram no Mistério do Natal, abriram os braços ao Emanuel tornando-se com a sua vida faróis de luz e de esperança. O amor que Jesus, nascendo em Belém, trouxe ao mundo, liga a si quantos o acolhem numa relação duradoura de amizade e de fraternidade. São João da Cruz afirma: "Deus, ao dar-nos tudo, isto é, o seu Filho, n'Ele disse tudo. Fixa o olhar unicamente n'Ele... e encontrarás também mais de quanto pedes e desejas" (Subida ao monte Carmelo, Livro I, Ep. 22, 4-5).

Queridos irmãos e irmãs, no início deste novo ano reavivemos em nós o compromisso de abrir a Cristo a mente e o coração, manifestando-lhe sinceramente a vontade de viver como seus verdadeiros amigos. Assim tornar-nos-emos colaboradores do seu projecto de salvação e testemunhas daquela alegria que Ele nos doa para que a difundamos em abundância à nossa volta.

Ajude-nos Maria a abrir o coração ao Emanuel, que assumiu a nossa pobre e frágil carne para partilhar juntamente connosco o cansativo caminho da vida terrena. Contudo, em companhia de Jesus, neste caminho de alegria. Vamos juntamente com Jesus, caminhemos com Ele, e assim o ano novo será um ano feliz e bom.

Saudações

Saúdo os peregrinos e visitantes de língua inglesa, incluindo as peregrinações provenientes de Singapura e da América do Norte, de modo especial os seminaristas de Saint Meinrad School of Theology. Dou especiais boas-vindas ao grupo proveniente do Colégio Americano de Louvain, que vieram celebrar o 150º aniversário da sua fundação. Que a paz do Rei recém-nascido encha os vossos corações, fazendo de vós suas testemunhas no mundo, que Deus vos abençoe abundantemente ao longo de 2007.

Saúdo com alegria todos os peregrinos e visitantes de língua alemã. No seu Filho Deus deu-nos tudo. Percorramos juntamente com ele este ano deixando que a sua amizade e orientação guiem a nossa vida! Desejo a todos vós bom Ano Novo e boa permanência na cidade de Roma.

Na jubilosa atmosfera de Natal, saúdo cordialmente todos os Polacos aqui presentes. Com a minha oração abraço o Novo Ano, pedindo a Deus que seja um tempo de salvação para a Igreja e para o mundo. Maria, Mãe de Deus, nos ensine a abrir os corações a Jesus, a unir-nos a Ele e a amá-lo todos os dias sempre mais. Neste Novo Ano abençoo-vos de coração, assim como a todos os vossos familiares.

Dirijo cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Em particular, saúdo as Capitulares da União Santa Catarina de Sena das Missionárias da Escola, que celebram nestes dias o seu capítulo geral. Queridas irmãs, o mistério da Encarnação, que meditámos neste tempo litúrgico, vos conduza a uma fidelidade cada vez mais sólida à vossa missão na Igreja.

Por fim, dirijo-me aos jovens, aos doentes e aos novos casais. A vós, queridos jovens, desejo que saibais considerar cada dia como um precioso dom de Deus. O novo ano traga a vós, queridos doentes, conforto e alívio no corpo e no espírito. E vós, queridos novos casais, imitando a Sagrada Família de Nazaré, esforçai-vos por construir todos os dias uma autêntica comunhão de amor.



10 de Janeiro 2007: Estêvão, o Protomártir

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Queridos irmãos e irmãs!

Depois do tempo das festas voltamos às nossas catequeses. Eu tinha meditado convosco sobre as figuras dos doze Apóstolos e de São Paulo. Depois começámos a reflectir sobre as outras figuras da Igreja nascente e assim hoje desejamos reflectir sobre a pessoa de Santo Estêvão, festejado pela Igreja no dia seguinte ao Natal. Santo Estêvão é o mais representativo de um grupo de sete companheiros. A tradição vê neste grupo o germe do futuro ministério dos "diáconos", mesmo se é preciso ressaltar que não se encontra esta denominação no Livro dos Actos. A importância de Estêvão resulta contudo do facto que Lucas, neste seu livro importante, lhe dedica dois capítulos inteiros.

A narração de Lucas parte da constatação de uma subdivisão no interior da Igreja primitiva de Jerusalém; ela era, sem dúvida, totalmente composta por cristãos de origem hebraica, mas alguns deles eram originários da terra de Israel e eram chamados "hebreus", enquanto outros de fé hebraica veterotestamentária provinham da diáspora de língua grega e eram chamados "helenistas".

Eis o problema que se estava a delinear: os mais necessitados dos helenistas, especialmente as viúvas privadas de qualquer apoio social, corriam o risco de serem descuidadas na assistência para o sustentamento quotidiano. Para resolver esta dificuldade os Apóstolos, reservando para si a oração e o ministério da Palavra como sua tarefa principal, decidiram encarregar "sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria" para que desempenhassem a tarefa da assistência (
Ac 6,2-4), ou seja, do serviço social caritativo. Para esta finalidade, como escreve Lucas, a convite dos Apóstolos os discípulos elegeram sete homens. Deles conhecemos também os nomes. Eles são: "Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau de Antioquia. Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos" (Ac 6,5-6).

O gesto da imposição das mãos pode ter vários significados. No Antigo Testamento o gesto tem sobretudo o significado de transmitir um cargo importante, como fez Moisés com Josué (cf. Nb 27,18-23), designando assim o seu sucessor. Nesta continuidade também a Igreja de Antioquia utilizará este gesto para enviar Paulo e Barnabé em missão aos povos do mundo (cf. Ac 13,3). A uma análoga imposição sobre Timóteo, para lhe transmitir um cargo oficial, fazem referência as duas Cartas paulinas a ele dirigidas (cf. 1Tm 4,14 2Tm 1,6). Que se tratava de uma acção importante, a ser realizada depois do discernimento, deduz-se de quanto se lê na Primeira Carta a Timóteo: "Não imponhas as mãos a ninguém precipitadamente, nem te tornes cúmplice de pecados alheios" (1Tm 5,22). Por conseguinte vemos que o gesto da imposição das mãos se desenvolve no seguimento de um sinal sacramental. No caso de Estêvão e companheiros trata-se certamente da transmissão oficial, da parte dos Apóstolos, de um cargo e ao mesmo tempo da imploração de uma graça para o exercer.

O mais importante que se deve fazer notar é que, além dos serviços caritativos, Estêvão desempenha também uma tarefa de evangelização em relação aos concidadãos, dos chamados "helenistas"; com efeito, Lucas insiste sobre o facto de que ele, "cheio de graça e de fortaleza" (Ac 6,8), apresenta em nome de Jesus uma nova interpretação de Moisés e da própria Lei de Deus, relê o Antigo Testamento à luz do anúncio da morte e da ressurreição de Jesus. Esta releitura do Antigo Testamento, releitura cristológica, provoca as reacções dos Judeus que compreendem as suas palavras como uma blasfémia (cf. Ac 6,11-14). Por esta razão ele é condenado à lapidação.

E São Lucas transmite-nos o último discurso do santo, uma síntese da sua pregação. Dado que Jesus tinha mostrado aos discípulos de Emaús que todo o Antigo Testamento fala dele, assim Santo Estêvão, seguindo o ensinamento de Jesus, lê todo o Antigo Testamento em chave cristológica.

Demonstra que o mistério da Cruz está no centro da história da salvação narrada no Antigo Testamento, mostra que Jesus, o crucificado e ressuscitado, é realmente o ponto de chegada de toda esta história. Portanto, mostra também que o culto do templo terminou e que Jesus, o ressuscitado, é o novo e verdadeiro "templo". Precisamente este "não" ao templo e ao seu culto provoca a condenação de Santo Estêvão, o qual, neste momento diz-nos São Lucas fixando o olhar no céu viu a glória de Deus e Jesus que estava à sua direita. E vendo o céu, Deus e Jesus, Santo Estêvão disse: "Olhai... eu vejo os Céus abertos e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus" (Ac 7,56). Segue-se o seu martírio, que de facto é modelado sobre a paixão do próprio Jesus, enquanto ele entrega ao "Senhor Jesus" o próprio espírito e reza para que o pecado dos seus algozes não lhes seja atribuído (cf. Ac 7,59-60).

O lugar do martírio de Estêvão em Jerusalém é tradicionalmente colocado um pouco fora da Porta de Damasco, a norte, onde surge agora precisamente a Igreja de Saint-Étienne ao lado da famosa École Biblique dos Dominicanos. O assassínio de Estêvão, primeiro mártir de Cristo, foi seguido por uma perseguição local contra os discípulos de Jesus (cf. Ac 8,1), a primeira que se verificou na história da Igreja. Ela constituiu a ocasião concreta que levou o grupo dos cristãos judaico-helenistas a fugir de Jerusalém e a dispersar-se. Expulsos de Jerusalém, eles transformaram-se em missionários itinerantes: "Os que tinham sido dispersos foram de aldeia em aldeia, anunciando a palavra da Boa Nova" (Ac 8,4). A perseguição e a consequente dispersão tornam-se missão. O Evangelho propagou-se assim na Samaria, na Fenícia e na Síria até à grande cidade de Antioquia, onde segundo Lucas ele foi anunciado pela primeira vez também aos pagãos (cf. Ac 11,19-20) e onde se ouviu pela primeira vez o nome de "cristãos" (Ac 11,26).

Em particular, Lucas anota que os apedrejadores de Estêvão "depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo" (Ac 7,58), o mesmo que, sendo perseguidor, se tornará apóstolo insigne do Evangelho. Isto significa que o jovem Saulo certamente ouviu a pregação de Estêvão, e portanto conhecia os conteúdos principais. E São Paulo estava provavelmente entre os que, seguindo e ouvindo este discurso, "se encheram intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão" (Ac 7,54). A este ponto podemos ver as maravilhas da Providência divina. Saulo, adversário obstinado da visão de Estêvão, depois do encontro com Cristo ressuscitado no caminho de Damasco, retoma a leitura cristológica do Antigo Testamento feita pelo Protomártir, aprofunda-a e completa-a, e assim torna-se o "Apóstolo das Nações". A Lei cumpre-se, como ele ensina, na cruz de Cristo. E a fé em Cristo, a comunhão com o amor de Cristo é o verdadeiro cumprimento de toda a Lei. É este o conteúdo da pregação de Paulo. Ele demonstra assim que o Deus de Abraão se torna o Deus de todos. E todos os crentes em Jesus Cristo, como filhos de Abraão, se tornam partícipes das promessas. Na missão de São Paulo cumpre-se a visão de Estêvão.

A história de Estêvão diz-nos muitas coisas. Por exemplo, ensina-nos que nunca se deve separar o compromisso social da caridade do anúncio corajoso da fé. Era um dos sete encarregados sobretudo da caridade. Mas não era possível separar caridade e anúncio. Assim, com a caridade, anuncia Cristo crucificado, até ao ponto de aceitar também o martírio. Esta é a primeira lição que podemos aprender da figura de Santo Estêvão: caridade e anúncio caminham sempre juntos.

Sobretudo, Santo Estêvão fala-nos de Cristo, do Cristo crucificado e ressuscitado como centro da história e da nossa vida. Podemos compreender que a Cruz permanece sempre central na vida da Igreja e também na nossa vida pessoal. Na história da Igreja nunca faltarão a paixão, a perseguição. E precisamente a perseguição torna-se, segundo a célebre frase de Tertuliano, fonte de missão para os novos cristãos. Cito as suas palavras: "Nós multiplicamo-nos todas as vezes que somos ceifados por vós: o sangue dos cristãos é semente" (Apologetico 50, 13: Plures efficimur quoties metimur a vobis: semen est sanguis christianorum). Mas também na nossa vida a cruz, que jamais faltará, se torna bênção. E aceitando a cruz, sabendo que ela se torna e é bênção, aprendemos a alegria do cristão também nos momentos de dificuldade. O valor do testemunho é insubstituível, porque a ela conduz o Evangelho e dela se alimenta a Igreja. Santo Estêvão ensina-nos a valorizar esta lição, ensina-nos a amar a Cruz, porque ela é o caminho pelo qual Cristo vem sempre de novo entre nós.

Saudações

Sinto-me feliz por dar as boas-vindas a esta audiência aos peregrinos de língua francesa. Saúdo particularmente os diáconos do seminário de Lille. Faço votos por que sejais, a exemplo de Santo Estêvão, testemunhas fervorosas do Evangelho mediante o vosso compromisso concreto ao serviço dos vossos irmãos e mediante o anúncio corajoso da fé em Jesus Cristo. Deus vos abençoe!

Dou as boas-vindas aos visitantes de língua inglesa presentes hoje na Audiência, incluindo os membros do Movimento dos Focolares. Que a vossa visita a Roma seja fonte de inspiração para renovar o vosso compromisso a compartilhar a Boa Nova de Jesus Cristo. Invoco de Deus sobre todos a abundância das bênçãos da alegria e da paz.

Saúdo os peregrinos provenientes da Polónia. Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir da Igreja, dá o exemplo da fé, do amor total ao serviço dos irmãos, da sabedoria evangélica e da coragem de testemunhar Cristo. A fé, o amor e a sabedoria unam todos os crentes da Polónia. Deus vos abençoe.

Por fim o meu pensamento dirige-se aos jovens, aos doentes e aos novos casais. A festa do Baptismo do Senhor, que celebrámos no domingo passado, desperte em todos a graça e a recordação do nosso Baptismo. Ele constitua para vós, queridos jovens, um estímulo a testemunhar sempre a alegria da adesão a Cristo. Seja para vós, queridos doentes, motivo de conforto, pensando que mediante esse Sacramento estais unidos ao Cordeiro de Deus que, com a sua paixão e morte, salva o mundo. Vos ampare a vós, estimados novos casais, a fazer com que a vossa família seja um autêntico lar de fé e de amor.



17 de Janeiro 2007: Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (1)

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Queridos irmãos e irmãs!

Tem início amanhã a Semana de oração pela unidade dos cristãos, que concluirei pessoalmente na Basílica de São Paulo fora dos Muros, no próximo dia 25 de Janeiro, com a celebração as Vésperas, para as quais estão convidados também os representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma. De 18 a 25 de Janeiro, e noutras partes do mundo, a semana perto do Pentecostes são um tempo forte de compromisso e de oração da parte de todos os cristãos, os quais podem servir-se dos subsídios elaborados conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão "Fé e Constituição" do Conselho Ecuménico das Igrejas. Pude aperceber-me como é sentido o desejo da unidade nos encontros que tive com vários representantes de Igrejas e Comunidades eclesiais ao longo destes anos e, de modo muito comovedor, na recente visita ao Patriarca Ecuménico Bartolomeu I, em Istambul na Turquia. Sobre estas e outras experiências, que dilataram o meu coração à esperança, voltarei a reflectir mais longamente na próxima quarta-feira. O caminho da unidade permanece certamente longo e não fácil; mas é necessário não desanimar e continuar a percorrê-lo contando em primeiro lugar com o apoio certo d'Aquele que, antes de se elevar ao céu, prometeu aos seus: "E eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" (
Mt 28,20). A unidade é dom de Deus e fruto da acção do seu Espírito. Por isso é importante rezar. Quanto mais nos aproximamos de Cristo convertendo-nos ao seu amor, tanto mais nos aproximamos também uns dos outros.

Nalguns Países, entre os quais a Itália, a Semana de oração pela unidade dos cristãos é precedida pelo Dia de reflexão judaico-cristã, que se celebra precisamente hoje, 17 de Janeiro. Desde há quase dois decénios a Conferência Episcopal italiana dedica este Dia ao judaísmo com a finalidade de promover o seu conhecimento e estima e para incrementar a relação de amizade recíproca entre a comunidade cristã e a judaica, relação que se desenvolveu positivamente depois do Concílio Vaticano II e depois da histórica visita do Servo de Deus João Paulo II à Sinagoga Maior de Roma. Também a amizade judaico-cristã, para que cresça e seja frutuosa, deve fundar-se na oração. Convido portanto todos a dirigir hoje uma invocação insistente ao Senhor para que judeus e cristãos se respeitem, se estimem e colaborem juntos para a justiça e a paz no mundo.

Este ano o tema bíblico proposto à reflexão e oração comuns nesta "Semana" é: "Faz ouvir os surdos e falar os mudos" (Mc 7,31-37). São palavras tiradas do Evangelho de Marcos e referem-se à cura de um surdo-mudo por parte de Jesus. Nesta breve perícope, o evangelista narra que o Senhor, depois de ter colocado os dedos nos ouvidos e depois de ter tocado com a saliva a língua do surdo-mudo, realizou o milagre dizendo: "Effatà", que significa "Abre-te!". Tendo readquirido o ouvido e o dom da palavra, aquele homem suscitou a admiração dos outros contando o que lhe tinha acontecido. Cada cristão, espiritualmente surdo e mudo devido ao pecado original, recebe com o Baptismo o dom do Senhor que coloca os seus dedos no seu rosto, e assim, através da graça do Baptismo, se torna capaz de ouvir a palavra de Deus e de a proclamar aos irmãos. Aliás, a partir daquele momento é sua tarefa amadurecer no conhecimento e no amor de Cristo de modo que possa anunciar e testemunhar eficazmente o Evangelho.

Este tema, pondo em relevo dois aspectos da missão de cada comunidade cristã o anúncio do Evangelho e o testemunho da caridade ressalta também como é importante traduzir a mensagem de Cristo em iniciativas concretas de solidariedade. Isto favorece o caminho da unidade, porque se pode dizer que qualquer alívio, mesmo se pequeno, que os cristãos dão juntos ao sofrimento do próximo, contribui para tornar mais visível também a sua comunhão e a sua fidelidade ao mandamento do Senhor. A oração pela unidade dos cristãos não pode contudo limitar-se a uma semana por ano. A invocação coral ao Senhor para que seja Ele quem realiza, nos tempos e nos modos que só Ele conhece, a plena unidade de todos os seus discípulos deve prolongar-se todos os dias do ano. Além disso, a harmonia de intenções na diaconia para aliviar os sofrimentos do homem, a busca da verdade da mensagem de Cristo, a conversão e a plenitude, são etapas obrigatórias através das quais cada cristão digno deste nome se deve unir ao irmão para implorar o dom da unidade e da comunhão. Exorto-vos, portanto, a transcorrer estes dias num clima de escuta orante do Espírito de Deus, para que se realizem passos significativos pelo caminho da comunhão plena e perfeita entre todos os discípulos de Cristo. Obtenha-nos isto a Virgem Maria, que invocamos como Mãe da Igreja e amparo de todos os cristãos, apoio do nosso caminho para Cristo.

Saudações

Saúdo com alegria os peregrinos de língua francesa aqui presentes esta manhã, em particular os responsáveis pela família Cor Unum. Sede todos testemunhas da Boa Nova da qual o nosso mundo tem necessidade!

É-me grato hoje apresentar as cordiais boas-vindas aos Cónegos do Cabido da Catedral de Leeds. Faço as minhas calorosas saudações extensivas aos membros do Coro "Cantinovum" da Finlândia. Sobre todos os visitantes de língua inglesa presentes na Audiência de hoje, especialmente da Irlanda, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos da América, invoco cordialmente as bênçãos divinas da alegria e da paz.

Com profunda alegria dou as boas-vindas a todos os peregrinos e visitantes de língua alemã. A unidade é um dom de Deus. Devemos rezar por ela com insistência. Quanto mais nos aproximamos de Cristo na oração, tanto mais se torna estreita a nossa relação com os orantes. O Espírito Santo fortaleça a nossa comunhão na oração e nas obras de bem.

Dou cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Em particular, saúdo com afecto os Bispos da Conferência Episcopal da Campânia, que vieram a Roma para a visita ad limina Apostolorum. Além disso, saúdo os representantes das Polícias Locais, garantindo a recordação orante por todos eles, chamados a servir generosamente as respectivas comunidades da cidade.


A minha saudação deferente dirige-se agora aos Funcionários do Cerimonial Diplomático da República Italiana, acompanhados do Secretário do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Queridos amigos, agradeço-vos a vossa presença e exorto-vos a prosseguir com renovado espírito de serviço a vossa tarefa delicada, que vos põe em contacto com eminentes personalidades de todo o mundo. Desejo manifestar a cada um o meu profundo reconhecimento pela constante e cordial colaboração com os competentes Órgãos da Santa Sé. Penso, com especial gratidão, no generoso e diligente empenho por vós feito por ocasião do funeral do saudoso Papa João Paulo II, assim como no contexto do início do meu Ministério nesta Sede Apostólica. Invoco sobre todos abundantes dons e recompensas celestes.

Por fim, dirijo-me aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Celebramos hoje a memória litúrgica de Santo António Abade, insigne pai do monaquismo, mestre de vida espiritual e modelo sublime de vida cristã. O seu exemplo ajude todos vós, queridos jovens, a seguir Cristo sem hesitações; vos ampare a vós, queridos doentes, nos momentos de desconforto e de prova; e vos estimule a vós, estimados recém-casados, a não descuidar a oração na vida de todos os dias.



Audiências 2005-2013 20126