Audiências 2005-2013 6096

6 de Setembro de 2006: Filipe

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Queridos irmãos e irmãs!

Prosseguindo no delineamento das fisionomias dos vários Apóstolos, como fazemos há algumas semanas, hoje encontramos Filipe. Nas listas dos Doze, ele é sempre colocado no quinto lugar (assim em
Mt 10,3 Mc 3,18 Lc 6,14 Ac 1,13), portanto substancialmente entre os primeiros.

Apesar de Filipe ter origens hebraicas, o seu nome é grego, como o de André, e isto é um pequeno sinal de abertura cultural que não se deve subestimar. As notícias que temos sobre ele são-nos fornecidas pelo Evangelho de João. Ele provinha do mesmo lugar de origem de Pedro e de André, isto é, de Batsaida (cf. Jn 1,44), uma pequena cidade pertencente à tetrarquia de um dos filhos de Herodes, o Grande, também ele chamado Filipe (cf. Lc 3,1).

O Quarto Evangelho narra que, depois de ter sido chamado por Jesus, Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Encontrámos aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José de Nazaré" (Jn 1,45). Natanael dá uma resposta bastante céptica ("De Nazaré pode vir alguma coisa boa?"), perante a qual Filipe não se desencoraja e responde com determinação: "Vem e verás!" (Jn 1,46). Nesta resposta, breve mas clara, Filipe manifesta as características da verdadeira testemunha: não se contenta em propor o anúncio, como uma teoria, mas interpela directamente o interlocutor sugerindo-lhe que faça ele mesmo uma experiência pessoal do que foi anunciado. Os mesmos dois verbos são usados pelo próprio Jesus quando dois discípulos de João Baptista se aproximam dele para lhe perguntar onde mora. Jesus responde: "Vinde ver" (cf. Jn 1,38-39).

Podemos pensar que Filipe se dirija também a nós com aqueles dois verbos que exigem um envolvimento pessoal. Também a nós diz o que dissera a Natanael: "Vem e verás". O Apóstolo convida-nos a conhecer Jesus de perto. De facto, a amizade, o verdadeiro conhecer o outro, precisa da proximidade, aliás, de certa forma vive dela. De resto, não se deve esquecer que, segundo o que escreve Marcos, Jesus escolheu os Doze com a finalidade primária que "andassem com Ele" (Mc 3,14), ou seja, que partilhassem a sua vida e aprendessem directamente dele não só o estilo do seu comportamento, mas sobretudo quem era Ele realmente. Com efeito, só assim, participando na sua vida, o podiam conhecer e depois anunciar. Mais tarde, na Carta de Paulo aos Efésios, ler-se-á que o importante é "aprender de Cristo" (Ep 4,20), portanto, não só e não tanto ouvir os seus ensinamentos, as suas palavras, mas ainda mais conhecê-lo pessoalmente, a sua humanidade e divindade, o seu mistério, a sua beleza. De facto, Ele não é só um Mestre, mas um Amigo, ou melhor, um Irmão. Como poderíamos conhecê-lo profundamente permanecendo distantes? A intimidade, a familiariedade, o habitual fazem-nos descobrir a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Portanto: é precisamente isto que nos recorda o apóstolo Filipe. E convida-nos a "vir", a "ver", isto é, a entrar num contacto de escuta, de resposta e de comunhão de vida com Jesus dia após dia.

Depois, por ocasião da multiplicação dos pães, ele recebeu de Jesus um pedido específico e surpreendente: onde era possível comprar o pão para saciar a fome de todo o povo que o seguia (cf. Jn 6,5). Então Filipe respondeu com muito realismo: "Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho" (Jn 6,7). Vêem-se aqui a praticidade e o realismo do Apóstolo, que sabe julgar as reais consequências de uma situação. Depois, como correram as coisas nós sabemo-lo. Sabemos que Jesus tomou os pães e, depois de ter rezado, distribuiu-os.

Assim realizou-se a multiplicação dos pães. Mas é interessante que Jesus se tenha dirigido precisamente a Filipe para obter uma primeira indicação sobre o modo de resolver o problema: sinal evidente de que ele fazia parte do grupo limitado que o circundava. Noutro momento, muito importante para a história futura, antes da Paixão, alguns Gregos que se encontravam em Jerusalém para a Páscoa "foram ter com Filipe... e pediram-lhe: "Senhor, nós queremos ver Jesus!". Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus" (Jn 12,20-22). Mais uma vez, temos a indicação de um seu prestígio especial no âmbito do colégio apostólico. Sobretudo, neste caso, ele serve de intermediário entre o pedido de alguns Gregos — provavelmente falava o grego e pôde disponibilizar-se como intérprete — e Jesus; Mesmo se ele se une a André, o outro Apóstolo com um nome grego, é contudo a ele que aquelas pessoas desconhecidas se dirigem. Isto ensina-nos a estar também nós sempre prontos, tanto a ouvir pedidos e invocações, de onde quer que venham, como a orientá-los para o Senhor, o único que os pode satisfazer plenamente. Com efeito, é importante saber que nós não somos os destinatários últimos das orações de quem nos aproxima, mas é o Senhor: para ele devemos orientar todo aquele que se encontre em necessidade. Então: cada um de nós deve ser um caminho aberto para ele!

Há depois outra ocasião completamente particular, na qual Filipe entra em cena. Durante a Última Ceia, tendo Jesus afirmado que conhecê-lo significa também conhecer o Pai (cf. Jn 14,7), Filipe pede quase ingenuamente: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!" (Jn 14,8). Jesus responde-lhe com um tom de indulgente reprovação: "Há tanto tempo que estou convosco, e não me ficaste a conhecer, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, "mostra-nos o Pai"? Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim?... Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim" (Jn 14,9-11). Estas palavras são as mais nobres do Evangelho de João. Elas contêm uma profunda revelação. No final do Prólogo do seu Evangelho, João afirma: "A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer" (Jn 1,18). Pois bem, aquela afirmação, que é do evangelista, é retomada e confirmada pelo próprio Jesus. Mas com uma nova característica. De facto, enquanto o Prólogo de João fala de uma intervenção esclarecedora de Jesus mediante as palavras do seu ensinamento, na resposta a Filipe Jesus faz referência à própria pessoa como tal, dando a entender que é possível compreendê-lo não só mediante o que diz, mas ainda mais mediante o que ele simplesmente é.

Para nos expressarmos segundo o paradoxo da Encarnação, podemos dizer que Deus se conferiu um rosto humano, o de Jesus, e por conseguinte de agora em diante, se verdadeiramente queremos conhecer o rosto de Deus, devemos contemplar o rosto de Jesus! No seu semblante vemos realmente quem é e como é Deus!

O evangelista não nos diz se Filipe compreendeu plenamente a frase de Jesus. Sem dúvida, ele dedicou-lhe totalmente a própria vida. Segundo algumas narrações posteriores (Actos de Filipe e outros), o nosso Apóstolo teria evangelizado primeiro na Grécia e depois na Frígia onde enfrentou a morte, em Herápoles, com um suplício descrito diversamente como crucifixão ou lapidação.

Desejamos concluir a nossa reflexão recordando a finalidade para a qual deve tender a nossa vida: encontrar Jesus como o encontrou Filipe, procurando ver nele o próprio Deus, o Pai celeste. Se este compromisso viesse a faltar, seríamos remetidos sempre e só para nós como num espelho, e estaríamos cada vez mais sós! Ao contrário, Filipe ensina-nos a deixar-nos conquistar por Jesus, a estar com Ele e a convidar também outros a partilhar esta companhia indispensável. E vendo-o, encontrando Deus, encontrar a verdadeira vida.

Saudações

Saúdo com afecto os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes. De modo especial desejo mencionar a presença do Seminário Maior de São José da Diocese de Bragança-Miranda, e um grupo de visitantes de Portugal e do Brasil.Rogo a Deus que este encontro com o Sucessor de Pedro os leve a um sempre maior compromisso com a Igreja reunida na caridade, ao conceder-vos a propiciadora Bênção para vossas famílias e comunidades.

Saúdo cordialmente os peregrinos franceses presentes aqui esta manhã. Faço votos de que, a exemplo do Apóstolo Filipe, sejais cada vez mais atentos às necessidades dos vossos irmãos e façais com que encontrem Cristo, que é fonte de todas as alegrias!

Saúdo calorosamente todos os peregrinos de língua inglesa que participam nesta audiência, incluindo os membros do serviço dos Irmãos da Caridade de County Cork, Irlanda, assim como o pessoal e os estudantes do Instituto de São José em Copenhaga. Que a vossa estadia em Roma fortaleça o amor a Cristo e à sua Igreja. Invoco sobre todos vós abundantes bênçãos!

Saúdo os polacos aqui presentes. O Apóstolo Filipe, que reconheceu em Jesus o Messias anunciado pelos profetas, convida também a nós para o encontro com Ele. Diz: "Vinde ver!" (Jn 1,46). Esta é uma chamada ao seguimento e à contemplação, a conhecer Cristo e a responder ao Seu amor com a vida fiel no amor. Aceitemos este convite. Deus vos abençoe.

Por fim, saúdo os jovens, os doentes e os novos casais. Queridos jovens, voltando depois das férias às normais actividades, retomai também o ritmo regular do vosso diálogo com Deus, difundindo à vossa volta a sua luz e a sua paz. Vós, queridos doentes, encontrai conforto no Senhor Jesus, que continua a sua obra de redenção na vida de cada homem. E vós, queridos novos casais, esforçai-vos por manter um contacto constante com Deus, para que o vosso amor seja sempre verdadeiro, fecundo e duradouro.

Gostaria ainda de confiar à oração de todos vós a Viagem Apostólica que realizarei à Alemanha a partir de sábado próximo. Agradeço ao Senhor a oportunidade que me proporciona de ir, pela primeira vez depois da minha eleição como Bispo de Roma, à Baviera, minha terra de origem.

Queridos amigos, acompanhai-me nesta minha visita, que confio à Virgem Santa. Que ela guie os meus passos: que ela obtenha para o povo alemão uma renovada primavera de fé e de progresso civil.



20 de Setembro de 2006: Viagem Apostólica à Baviera

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Queridos irmãos e irmãs!

Gostaria hoje de voltar com o pensamento aos vários momentos da viagem pastoral que o Senhor me concedeu realizar, na semana passada, na Baviera. Ao partilhar convosco as emoções e os sentimentos vividos ao visitar de novo os lugares que me são queridos, sinto antes de tudo a necessidade de agradecer a Deus por ter tornado possível esta segunda visita à Alemanha e pela primeira vez à Baviera, minha terra de origem. Estou sinceramente grato também a quantos Pastores, sacerdotes, agentes pastorais, autoridades públicas, organizadores, forças da ordem e voluntários trabalharam com dedicação e paciência para que todos os acontecimentos se desenvolvessem no melhor dos modos. Como disse na chegada ao aeroporto de München, no sábado 9 de Setembro, a finalidade da minha viagem era, na recordação de quantos contribuíram para formar a minha personalidade, reafirmar e confirmar, como Sucessor do apóstolo Pedro, os vínculos estreitos que unem a Sé de Roma com a Igreja na Alemanha. Portanto, a Viagem não foi um simples "regresso" ao passado, mas também uma ocasião providencial para olhar com esperança para o futuro. "Quem acredita nunca está sozinho": O tema da visita queria ser um convite a reflectir sobre a pertença de cada baptizado à única Igreja de Cristo, no interior da qual nunca se está a sós, mas em constante comunhão com Deus e com todos os irmãos.

A primeira etapa foi a cidade de München, chamada "a Metrópole com o coração" (Weltstadt mit Hertz). No seu centro histórico encontra-se a Marienplatz, a praça de Maria, na qual se eleva a "Mariensäule". A Coluna de Nossa Senhora, que tem no cimo a imagem da Virgem Maria, em bronze dourado. Quis iniciar a minha permanência bávara com a homenagem à Padroeira da Baviera, que para mim tem um valor altamente significativo: ali, naquela praça diante daquele imagem mariana, fui acolhido há cerca de trinta anos como Arcebispo e iniciei a minha missão episcopal com uma oração a Maria; voltei lá no final do meu mandato, antes de partir para Roma.

Agora eu quis deter-me mais uma vez aos pés da Mariensäule para implorar a intercessão e a bênção da Mãe de Deus não só para a cidade de München e para a Baviera, mas para toda a Igreja e para o mundo inteiro. No dia seguinte, domingo, celebrei a Eucaristia na esplanada da "Neue Messe" (Feira Nova) de München, entre os fiéis provenientes em grande número de várias partes: com base no trecho evangélico do dia, recordei a todos que existe uma "debilidade de ouvido" em relação a Deus da qual sofremos sobretudo hoje. É tarefa nossa, dos cristãos, num mundo secularizado, proclamar e testemunhar a todos a mensagem de esperança que a fé nos oferece: em Jesus crucificado, Deus, Pai misericordioso, chama-nos a ser seus filhos e a superar qualquer forma de ódio e de violência, a fim de contribuir para o triunfo definitivo do amor.

"Fortalece-nos na fé": foi o tema do encontro da tarde de domingo com as crianças da primeira comunhão e com as suas jovens famílias, com os catequistas, os demais agentes pastorais e quantos cooperam na evangelização da diocese de München. Celebrámos juntos as Vésperas na histórica Catedral, conhecida como "Catedral de Nossa Senhora", onde se encontram conservadas as relíquias de São Beno, padroeiro da Cidade, e onde em 1977 fui ordenado Bispo. Recordei aos pequeninos e aos adultos que Deus não está distante de nós, num lugar inalcançável do universo; ao contrário, em Jesus, Ele aproximou-se de nós para estabelecer com cada um uma relação de amizade. Cada comunidade crista, e em particular a paróquia, graças ao compromisso constante de cada um dos seus membros, está chamada a tornar-se uma grande família, capaz de proceder unida pelo caminho da vida verdadeira.

A segunda-feira, 11 de Setembro, foi em grande parte ocupada pela visita a Altötting, na diocese de Passau. Esta pequena cidade é conhecida como "Hertz Beyerns" (coração da Baviera), e nela está conservada "Nossa Senhora Negra", venerada na Gnadenkapelle (Capela das Graças), meta de numerosos peregrinos provenientes da Alemanha e das nações da Europa central. Nas proximidades encontra-se o convento capuchinho de Santa Ana, onde viveu São Konrad Birndorfer, canonizado pelo meu venerado predecessor, o Papa Pio XI, no ano de 1934. Com os numerosos fiéis presentes na Santa Missa, celebrada na praça diante do Santuário, reflectimos juntos sobre o papel de Maria na obra da salvação, para aprender dela a bondade serviçal, a humildade e a aceitação generosa da vontade divina. Maria conduz-nos para Jesus: esta verdade tornou-se ainda mais visível, no final do sacrifício Divino, da devota procissão na qual, levando connosco a imagem de Nossa Senhora, fomos à nova capela da Adoração eucarística (Anbetungskapelle), inaugurada para a ocasião. O dia foi encerrado com as solenes Vésperas marianas na Basílica de Santa Ana de Altötting, na presença de religiosos e seminaristas da Baviera juntamente com os membros da Obra das Vocações.

No dia seguinte, terça-feira, em Regensburg, diocese erigida por São Bonifácio em 739 e que tem como padroeiro o Bispo São Wolfgang, foram realizados três encontros importantes. De manhã, a Santa Missa no Islinger Feld, durante a qual, retomando o tema da visita pastoral "Quem acredita nunca está sozinho", reflectimos sobre o conteúdo do Símbolo da fé. Deus, que é Pai, deseja reunir, mediante Jesus Cristo, toda a humanidade numa única família, a Igreja. Por isso, quem acredita nunca está sozinho; quem crê não deve temer de terminar num beco sem saída.

Depois, à tarde, estive na Catedral de Regensburg, conhecida também pelo seu coro de vozes brancas, os "Domspatzen" (passarinhos da Catedral), que se orgulha pelos seus mil anos de actividade e que durante trinta anos foi dirigido pelo meu irmão Georg. Ali foi realizada a celebração ecuménica das Vésperas, na qual participaram numerosos representantes de várias Igrejas e Comunidades eclesiais na Baviera e os membros da Comissão ecuménica da Conferência Episcopal Alemã. Foi uma ocasião providencial para rezar juntos, para que se apresse a plena unidade entre todos os discípulos de Cristo e para reafirmar o dever de proclamar a nossa fé em Jesus Cristo sem atenuações, mas de maneira integral e clara, e sobretudo para o nosso comportamento de amor sincero.

Uma experiência particularmente bela naquele dia foi para mim poder pronunciar um discurso perante um grande auditório de professores e de estudantes da Universidade de Regensburg, onde durante muitos anos fui professor. Pude encontrar-me com alegria mais uma vez com o mundo universitário que, durante um longo período da minha vida, foi a minha pátria espiritual. Como tema tinha escolhido a questão da relação entre fé e razão. Para introduzir o auditório na dramaticidade e na actualidade do tema, citei algumas palavras de um diálogo cristão-islâmico do século XIV, com as quais o interlocutor cristão o imperador bizantino Manuel II Paleólogo de maneira para nós incompreensivelmente brusca apresentou ao interlocutor islâmico o problema da relação entre religião e violência. Esta citação, infelizmente, pude prestar-se a ser equivocada. Mas, ao leitor atento do meu texto, é claro que eu não pretendi de modo algum fazer minhas as palavras negativas pronunciadas pelo imperador medieval neste diálogo e que o seu conteúdo polémico não expressava a minha convicção pessoal. A minha intenção era muito diferente: partindo de quanto Manuel II diz sucessivamente de modo positivo, com uma palavra muito bela, sobre a racionalidade que deve guiar na transmissão da fé, eu quis explicar que não é a religião e a violência que caminham juntas, mas sim, religião e razão. O tema da minha conferência respondendo à missão da Universidade foi portanto a relação entre fé e razão: pretendia convidar ao diálogo da fé cristã com o mundo moderno e ao diálogo de todas as culturas e religiões. Espero que nas diversas ocasiões da minha visita por exemplo, quando em München frisei como é importante respeitar aquilo que para os outros é sacro tenha sobressaído com clareza o profundo respeito que sinto pelas grandes religiões e, sobretudo, pelos muçulmanos, que "adoram o único Deus" e com os quais estamos comprometidos a "defender e promover juntos, para todos os homens, a justiça social, os valores morais, a paz e a liberdade" (Nostra Aetate
NAE 3). Por conseguinte, tenho esperança em que, depois das reacções do primeiro momento, as minhas palavras na Universidade de Regensburg possam constituir um estímulo e um encorajamento para um diálogo positivo, também autocrítico, quer entre as religiões quer entre a razão moderna e a fé dos cristãos.

Na manhã do dia seguinte, 13 de Setembro, na "Alte Kapelle" (Capela Antiga) de Regensburg, na qual se encontra conservada uma imagem milagrosa de Maria, pintada segundo a tradição local pelo evangelista Lucas, presidi a uma breve liturgia para a bênção do novo órgão. Inspirando-me na estrutura deste instrumento musical formado por muitos tubos de dimensões diferentes, mas todos bem harmonizados entre si, recordei aos presentes a necessidade de que os vários ministérios, dons e carismas activos na Comunidade eclesial convirjam todos, sob a guia do Espírito Santo, para formar a única harmonia do louvor a Deus e ao amor pelos irmãos.

Na quinta-feira, 14 de Setembro, a cidade de Freising constituiu a última etapa. Sinto-me particularmente ligado a ela porque fui ordenado sacerdote precisamente na sua catedral, dedicada a Maria Santíssima e a São Corbiniano, o evangelizador da Baviera. E precisamente na Catedral foi realizada a última parte em programa, o encontro com os sacerdotes e com os diáconos permanentes. Ao reviver as emoções da minha Ordenação sacerdotal, recordei aos presentes o dever de colaborar com o Senhor para suscitar novas vocações ao serviço da "messe" que também hoje é "grande", e exortei-os a cultivar a vida interior como prioridade pastoral, para não perder o contacto com Cristo, fonte de alegria no labor quotidiano do ministério.

Na cerimónia de despedida, ao agradecer mais uma vez a quantos colaboraram para a realização da visita, recordei de novo a sua finalidade principal: repropor aos meus concidadãos as verdades eternas do Evangelho e confirmar os crentes na adesão a Cristo, Filho de Deus encarnado, morto e ressuscitado por nós. Ajude-nos Maria, Mãe da Igreja, a abrir o coração e a mente Àquele que é "o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jn 14,16). Por isto rezei e para isto convido todos vós, amados irmãos e irmãs, a continuar a rezar, agradecendo-vos cordialmente pelo afecto com que me acompanhais no meu ministério pastoral quotidiano. Obrigado a todos vós.




27 de Setembro de 2006: Tomé

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Queridos irmãos e irmãs!

Prosseguindo os nossos encontros com os doze Apóstolos escolhidos directamente por Jesus, hoje dedicamos a nossa atenção a Tomé. Sempre presente nas quatro listas contempladas pelo Novo Testamento, ele, nos primeiros três Evangelhos, é colocado ao lado de Mateus (cf.
Mt 10,3 Mc 3,18 Lc 6,15), enquanto nos Actos está próximo de Filipe (cf. Ac 1,13). O seu nome deriva de uma raiz hebraica, ta'am, que significa "junto", "gémeo". De facto, o Evangelho chama-o várias vezes com o sobrenome de "Dídimo" (cf. Jn 11,16 Jn 20,24 Jn 21,2), que em grego significa precisamente "gémeo". Não é claro o porquê deste apelativo.

Sobretudo o Quarto Evangelho oferece-nos informações que reproduzem alguns traços significativos da sua personalidade. O primeiro refere-se à exortação, que ele fez aos outros Apóstolos, quando Jesus, num momento crítico da sua vida, decidiu ir a Betânia para ressuscitar Lázaro, aproximando-se assim perigosamente de Jerusalém (cf. Mc 10,32). Naquela ocasião Tomé disse aos seus condiscípulos: "Vamos nós também, para morrermos com Ele" (Jn 11,16).

Esta sua determinação em seguir o Mestre é deveras exemplar e oferece-nos um precioso ensinamento: revela a disponibilidade total a aderir a Jesus, até identificar o próprio destino com o d'Ele e querer partilhar com Ele a prova suprema da morte. De facto, o mais importante é nunca separar-se de Jesus. Por outro lado, quando os Evangelhos usam o verbo "seguir" é para significar que para onde Ele se dirige, para lá deve ir também o seu discípulo. Deste modo, a vida cristã define-se como uma vida com Jesus Cristo, uma vida a ser transcorrida juntamente com Ele. São Paulo escreve algo semelhante, quando tranquiliza os cristãos de Corinto com estas palavras: "estais no nosso coração para a vida e para a morte" (2Co 7,3). O que se verifica entre o Apóstolo e os seus cristãos deve, obviamente, valer antes de tudo para a relação entre os cristãos e o próprio Jesus: morrer juntos, viver juntos, estar no seu coração como Ele está no nosso.

Uma segunda intervenção de Tomé está registada na Última Ceia. Naquela ocasião Jesus, predizendo a sua partida iminente, anuncia que vai preparar um lugar para os discípulos para que também eles estejam onde Ele estiver; e esclarece: "E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho" (Jn 14,4). É então que Tomé intervém e diz: "Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?" (Jn 14,5). Na realidade, com esta expressão ele coloca-se a um nível de compreensão bastante baixo; mas estas suas palavras fornecem a Jesus a ocasião para pronunciar a célebre definição: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jn 14,6). Portanto, Tomé é o primeiro a quem é feita esta revelação, mas ela é válida também para todos nós e para sempre. Todas as vezes que ouvimos ou lemos estas palavras, podemos colocar-nos com o pensamento ao lado de Tomé e imaginar que o Senhor fala também connosco como falou com ele.

Ao mesmo tempo, a sua pergunta confere também a nós o direito, por assim dizer, de pedir explicações a Jesus. Com frequência nós não o compreendemos. Temos a coragem para dizer: não te compreendo, Senhor, ouve-me, ajuda-me a compreender. Desta forma, com esta franqueza que é o verdadeiro modo de rezar, de falar com Jesus, exprimimos a insuficiência da nossa capacidade de compreender, ao mesmo tempo colocamo-nos na atitude confiante de quem espera luz e força de quem é capaz de as doar.

Depois, muito conhecida e até proverbial é a cena de Tomé incrédulo, que aconteceu oito dias depois da Páscoa. Num primeiro momento, ele não tinha acreditado em Jesus que apareceu na sua ausência, e dissera: "Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito" (Jn 20,25). No fundo, destas palavras sobressai a convicção de que Jesus já é reconhecível não tanto pelo rosto quanto pelas chagas. Tomé considera que os sinais qualificadores da identidade de Jesus são agora sobretudo as chagas, nas quais se revela até que ponto Ele nos amou. Nisto o Apóstolo não se engana. Como sabemos, oito dias depois Jesus aparece no meio dos seus discípulos, e desta vez Tomé está presente. E Jesus interpela-o: "Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!" (Jn 20,27). Tomé reage com a profissão de fé mais maravilhosa de todo o Novo Testamento: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jn 20,28). A este propósito, Santo Agostinho comenta: Tomé via e tocava o homem, mas confessava a sua fé em Deus, que não via nem tocava. Mas o que via e tocava levava-o a crer naquilo de que até àquele momento tinha duvidado" (In Iohann. 121, 5). O evangelista prossegue com uma última palavra de Jesus a Tomé: "Porque me viste, acreditaste. Felizes os que, sem terem visto, crerão" (cf. Jn 20,29). Esta frase também se pode conjugar no presente; "Bem-aventurados os que crêem sem terem visto".

Contudo, aqui Jesus enuncia um princípio fundamental para os cristãos que virão depois de Tomé, portanto para todos nós. É interessante observar como o grande teólogo medieval Tomás de Aquino, compara com esta fórmula de bem-aventurança aquela aparentemente oposta citada por Lucas: "Felizes os olhos que vêem o que estais a ver" (Lc 10,23). Mas o Aquinate comenta: "Merece muito mais quem crê sem ver do que quem crê porque vê" (In Johann. XX lectio VI 2566). De facto, a Carta aos Hebreus, recordando toda a série dos antigos Patriarcas bíblicos, que acreditaram em Deus sem ver o cumprimento das suas promessas, define a fé como "fundamento das coisas que se esperam e comprovação das que não se vêem" (He 11,1). O caso do Apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir, apesar das dificuldades, pelo nosso caminho de adesão a Ele.

Uma última anotação sobre Tomé é-nos conservada no Quarto Evangelho, que o apresenta como testemunha do Ressuscitado no momento seguinte à pesca milagrosa no Lago de Tiberíades (cf. Jn 21,2). Naquela ocasião ele é mencionado inclusivamente logo depois de Simão Pedro: sinal evidente da grande importância de que gozava no âmbito das primeiras comunidades cristãs. Com efeito, em seu nome foram escritos depois os Actos e o Evangelho de Tomé, ambos apócrifos mas contudo importantes para o estudo das origens cristãs. Por fim recordamos que segundo uma antiga tradição, Tomé evangelizou primeiro a Síria e a Pérsia (assim refere já Orígenes, citado por Eusébio de Cesareia, Hist. eccl. 3, 1) depois foi até à Índia ocidental (cf. Actos de Tomé 1-2 e 17ss.), de onde enfim alcançou também a Índia meridional. Nesta perspectiva missionária terminamos a nossa reflexão, expressando votos de que o exemplo de Tomé corrobore cada vez mais a nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso Deus.

Saudações

Amados Irmãos e Irmãs!

Prosseguindo estes nossos encontros, narrando a vida dos Doze Apóstolos, dedicamos nossa Catequese de hoje ao apóstolo Tomé. Pela sua determinação em seguir o Mestre e à luz dos seus ensinamentos, Tomé evangelizou o Oriente Médio e a Índia. Que o seu exemplo nos ajude a reforçar sempre mais a nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso Deus.
Saúdo os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, nomeadamente os brasileiros de Patos de Minas, Santo André, Marília e Fortaleza. Que Deus vos de paz e alegria em união com Maria Santíssima, Mãe do Redentor.

Como de costume, o meu pensamento dirige-se por fim aos jovens, aos doentes e aos novos casais. O exemplo de caridade de São Vicente de Paulo, cuja memória se celebra hoje, vos estimule, queridos jovens, a concretizar os projectos do vosso futuro num serviço ao próximo jubiloso e abnegado; vos ajude, queridos doentes, a enfrentar o sofrimento como vocação particular de amor, e vos solicite, queridos novos casais, a construir uma família sempre aberta ao dom da vida e aos pobres.



4 de Outubro de 2006: Bartolomeu

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Queridos irmãos e irmãs!

Na série dos Apóstolos chamados por Jesus durante a sua vida terrena, hoje quem atrai a nossa atenção é o apóstolo Bartolomeu. Nos antigos elencos dos Doze ele é sempre colocado antes de Mateus, enquanto varia o nome daquele que o precede e que pode ser Filipe (cf.
Mt 10,3 Mc 3,18 Lc 6,14) ou Tomé (cf. Ac 1,13). O seu nome é claramente um patronímico, porque é formulado com uma referência explícita ao nome do pai. De facto, trata-se de um nome provavelmente com uma marca aramaica, Bar Talmay, que significa precisamente "filho de Talmay".

Não temos notícias de relevo acerca de Bartolomeu; com efeito, o seu nome recorre sempre e apenas no âmbito dos elencos dos Doze acima citados e, por conseguinte, nunca está no centro de narração alguma. Mas, tradicionalmente ele é identificado com Natanael: um nome que significa "Deus deu". Este Natanael provinha de Caná (cf. Jn 21,2), e portanto é possível que tenha sido testemunha do grande "sinal" realizado por Jesus naquele lugar (cf. Jn 2,1-11). A identificação das duas personagens provavelmente é motivada pelo facto que este Natanael, no episódio de vocação narrada pelo Evangelho de João, é colocado ao lado de Filipe, isto é, no lugar que Bartolomeu ocupa nos elencos dos Apóstolos narrados pelos outros Evangelhos. Filipe tinha comunicado a este Natanael que encontrara "aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas: Jesus, filho de José de Nazaré" (Jn 1,45). Como sabemos, Natanael atribuiu-lhe um preconceito bastante pesado: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?" (Jn 1,46a). Esta espécie de contestação é, à sua maneira, importante para nós. De facto, ela mostra-nos que segundo as expectativas judaicas, o Messias não podia provir de uma aldeia tanto obscura como era precisamente Nazaré (veja também Jn 7,42). Mas, ao mesmo tempo realça a liberdade de Deus, que surpreende as nossas expectativas fazendo-se encontrar precisamente onde não o esperávamos. Por outro lado, sabemos que Jesus na realidade não era exclusivamente "de Nazaré", pois tinha nascido em Belém (cf. Mt 2,1 Lc 2,4) e que por fim provinha do céu, do Pai que está no céu.

Outra reflexão sugere-nos a vicissitude de Natanael: na nossa relação com Jesus não devemos contentar-nos unicamente com as palavras. Filipe, na sua resposta, faz um convite significativo: "Vem e verás!" (Jn 1,46b). O nosso conhecimento de Jesus precisa sobretudo de uma experiência viva: o testemunho de outrem é certamente importante, porque normalmente toda a nossa vida cristã começa com o anúncio que chega até nós por obra de uma ou de várias testemunhas. Mas depois devemos ser nós próprios a deixar-nos envolver pessoalmente numa relação íntima e profunda com Jesus; de maneira análoga os Samaritanos, depois de terem ouvido o testemunho da sua concidadã que Jesus tinha encontrado ao lado do poço de Jacob, quiseram falar directamente com Ele e, depois deste colóquio, disseram à mulher: "Já não é pelas tuas palavras que acreditamos, nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo" (Jn 4,42).

Voltando ao cenário de vocação, o evangelista refere-nos que, quando Jesus vê Natanael aproximar-se exclama: "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jn 1,47). Trata-se de um elogio que recorda o texto de um Salmo: "Feliz o homem a quem Iahweh não atribui iniquidade" (Ps 32,2), mas que suscita a curiosidade de Natanael, o qual responde com admiração: "Como me conheces?" (Jn 1,48). A resposta de Jesus não é imediatamente compreensível. Ele diz: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira" (Jn 1,48b). Não sabemos o que aconteceu sob esta figueira. É evidente que se trata de um momento decisivo na vida de Natanael. Ele sente-se comovido com estas palavras de Jesus, sente-se compreendido e compreende: este homem sabe tudo de mim, Ele sabe e conhece o caminho da vida, a este homem posso realmente confiar-me. E assim responde com uma confissão de fé límpida e bela, dizendo: "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel" (Jn 1,49). Nela é dado um primeiro e importante passo no percurso de adesão a Jesus. As palavras de Natanael ressaltam um aspecto duplo e complementar da identidade de Jesus: Ele é reconhecido quer na sua relação especial com Deus Pai, do qual é Filho unigénito, quer na relação com o povo de Israel, do qual é proclamado rei, qualificação própria do Messias esperado. Nunca devemos perder de vista nenhuma destas duas componentes, porque se proclamamos apenas a dimensão celeste de Jesus, corremos o risco de o transformar num ser sublime e evanescente, e se ao contrário reconhecemos apenas a sua colocação concreta na história, acabamos por descuidar a dimensão divina que propriamente o qualifica.

Da sucessiva actividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras. Segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu (cf. Hist. eccl., V 10, 3). Na tradição posterior, a partir da Idade Média, impôs-se a narração da sua morte por esfolamento, que se tornou muito popular. Pense-se na conhecidíssima cena do Juízo Universal na Capela Sistina, na qual Michelangelo pintou São Bartolomeu que segura com a mão esquerda a sua pele, sobre a qual o artista deixou o seu auto-retrato. As suas relíquias são veneradas aqui em Roma na Igreja a ele dedicada na Ilha Tiberina, aonde teriam sido levadas pelo Imperador alemão Otão III no ano de 983. Para concluir, podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós está chamado a consagrar a própria vida e a própria morte.

Saudações

Dirijo uma saudação particular de boas-vindas aos peregrinos do Brasil e de Portugal, nomeadamente aos grupos lisboetas de Carnide e dos Anjos, com votos de que esta romagem fortaleça a vossa adesão a Jesus Cristo e o desejo de O fazer amar na própria casa e na sociedade. O Pai do Céu derrame os seus dons sobre vós e vossas famílias, que de coração abençoo.

Saúdo cordialmente os peregrinos franceses aqui presentes esta manhã. Que a figura do Apóstolo Bartolomeu vos convide, na vossa vida quotidiana, a testemunhar Cristo, que vos chama a consagrar-lhe toda a vossa existência!

Saúdo de coração os peregrinos e visitantes dos países de língua alemã, presentes nesta audiência, e os que nos seguem através da Rádio e da Televisão. Dirijo uma calorosa saudação à Delegação oficial da Gemeinde Aschau, cuja escola frequentei, e o grupo de peregrinos católicos de Ermländischen com o seu Visitador. Saúdo também o grupo "Brücke-Krücke" de Bonn que desde há 25 anos se ocupa de jovens, também portadores de deficiência. Alegro-me de igual modo pela visita da Landesjagdverbandes Bayern com os seus numerosos tocadores de corno. Que a vossa proximidade à natureza esteja ao serviço da maravilhosa criação de Deus. Saúdo todos os outros grupos de peregrinos e convido-vos a seguir o Apóstolo Bartolomeu. Na vossa vida procurai sempre o encontro pessoal com o Senhor. Que o Senhor vos conceda a sua graça e a sua Bênção!

Saúdo cordialmente todos os Polacos aqui presentes. De modo particular, os peregrinos da diocese de Siedlce. Viestes aqui com o vosso Bispo para agradecer de novo a Deus por ocasião do décimo aniversário da beatificação dos mártires de Podlasie, feita por João Paulo II. Estes mártires dão-nos o exemplo particular do seu grande amor pela Igreja e pelo Papa. Eles sejam para todos um exemplo de fé consciente e madura. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo com afecto os fiéis aqui presentes, especialmente os estudantes do Liceu franciscano de Esztergom. Pedindo a intercessão de São Francisco de Assis, do qual recordamos hoje a memória litúrgica, concedo de bom grado a todos vós a Bênção Apostólica.

Por fim saúdo os jovens, os doentes e os novos casais. O exemplo luminoso de São Francisco de Assis, do qual celebramos hoje a festa, vos solicite queridos jovens, a projectar o vosso futuro em plena fidelidade ao Evangelho. Ajude-vos, queridos doentes, a enfrentar o sofrimento com coragem, encontrando em Cristo crucificado luz e conforto. Conduza-vos, queridos novos casais, a um amor exemplar cada vez mais generoso.




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