Audiências 2005-2013 9099

9 de Setembro de 2009: São Pedro Damião

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Queridos irmãos e irmãs!

Durante a catequese destas quartas-feiras estou a falar sobre algumas figuras da vida da Igreja, desde as suas origens. Hoje gostaria de reflectir sobre uma das personalidades mais significativas do século xi, São Pedro Damião, monge, amante da solidão e, ao mesmo tempo, intrépido homem de Igreja, comprometido em primeira pessoa na obra de reforma iniciada pelos Papas do tempo. Nasceu em Ravena em 1007 numa família nobre, mas em dificuldade. Tendo permanecido órfão de ambos os pais, viveu uma infância com privações e sofrimentos, mesmo se a irmã Rosalinda se comprometeu a fazer-lhe de mãe e o irmão maior, Damião, o adoptou como filho. Precisamente por isto será depois chamado Pedro de Damião, Pedro Damião. A formação foi-lhe ministrada primeiro em Faenza e depois em Parma, onde, já com 25 anos, o encontramos comprometido no ensino. Ao lado de uma boa competência no campo do direito, adquiriu uma requintada perícia na arte de compor — a ars scribendi — e, graças ao seu conhecimento dos grandes clássicos latinos, tornou-se "um dos melhores latinistas do seu tempo, um dos maiores escritores da idade média latina" (J. Leclercq, Pierre Damien, ermite et homme d'Eglise, Roma 1960, p. 172).

Distinguiu-se nos géneros literários mais diversos: das letras aos sermões, das hagiografias às orações, dos poemas aos epigramas. A sua sensibilidade pela beleza levava-o à contemplação poética do mundo. Pedro Damião concebia o universo como uma inexaurível "parábola" e uma extensão de símbolos, da qual partir para interpretar a vida interior e a realidade divina e sobrenatural. Nesta perspectiva, por volta do ano 1034, a contemplação do absoluto de Deus levou-o a desapegar-se progresivamente do mundo e das suas realidades efémeras, para se retirar no mosteiro de Fonte Avellana, fundado apenas alguns decénios antes, mas já famoso pela sua austeridade. Para a edificação dos monges ele escreveu a Vida do fundador, São Romualdo de Ravena, e ao mesmo tempo empenhou-se a aprofundar a espiritualidade, expondo o seu ideal do monaquismo eremita.

Deve ser imediatamente ressaltado um pormenor: a ermida de Fonte Avellana estava dedicada à Santa Cruz, e a Cruz será o mistério cristão que mais do que todos os outros fascinará Pedro Damião. "Não ama Cristo, quem não ama a cruz de Cristo", afirma (Sermo XVIII, II p. 117) e qualifica-se como: "Petrus crucis Christi servorum famulus Pedro, servo dos servos da cruz de Cristo" (
Ep 9,1). Pedro Damião dirige à Cruz lindíssimas orações, nas quais revela uma visão deste mistério que tem dimensões cósmicas, porque abraça toda a história da salvação: "Ó Cruz bem-aventurada — exclama — ele veneram-te, pregam-te, honram-te a fé dos patriarcas, os vaticínios dos profetas, o senado julgador dos apóstolos, o exército vitorioso dos mártires e as multidões de todos os santos" (Sermo XLVIII, 14, p. 304). Queridos irmãos e irmãs, o exemplo de São Pedro Damião estimule também a nós a olhar sempre para a Cruz como para o supremo acto de amor de Deus em relação ao homem, que nos doou a salvação.

Para o desenvolvimento da vida eremítica, este grande monge redige uma Regra na qual ressalta fortemente o "rigor da ermida": no silêncio do claustro, o monge está chamado a transcorrer uma vida de oração, diurna e nocturna, com jejuns prolongados e austeros; deve exercitar-se numa generosa caridade fraterna e numa obediência ao prior sempre pronta e disponível. No estudo e na meditação quotidiana da Sagrada Escritura, Pedro Damião descobre os significados místicos da palavra de Deus, encontrando nela alimento para a sua vida espiritual. Neste sentido ele qualifica a cela da ermida como "locutório no qual Deus conversa com os homens". A vida eremítica é para ele o vértice da vida cristã, está no "ápice dos estados de vida", porque o monge, agora livre dos vínculos do mundo e do próprio eu, recebe "a antecipação do Espírito Santo e a sua alma une-se feliz ao Esposo celeste" (ep. 18,17; cf. Ep 28, 43ss. ). Isto é importante também para nós hoje, mesmo se não somos monges: saber fazer silêncio em nós para ouvir a voz de Deus, procurar, por assim dizer um "locutório" no qual Deus fala connosco: aprender a Palavra de Deus na oração e na meditação é o caminho da vida.

São Pedro Damião, que substancialmente foi um homem de oração, de meditação, de contemplação, foi também um teólogo requintado: a sua reflexão sobre os diversos temas doutrinais leva-o a conclusões importantes para a vida. Assim, por exemplo, expõe com clareza e vivacidade a doutrina trinitária utilizando já, na esteira dos textos bíblicos e patrísticos, os três termos fundamentais, que se tornaram depois determinantes também para a filosofia do Ocidente, processio, relatio e persona (cf. Opusc. XXXVIII: PL CXLV, 633-642; e Opusc.II e III: ibid., 41ss. e 58ss.). Contudo, dado que a análise teológica do mistério o leva a contemplar a vida íntima de Deus e o diálogo de amor inefável entre as três Pessoas divinas, ele tira conclusões ascéticas para a vida em comunidade e para as próprias relações entre cristãos latinos e gregos, divididos sobre este tema. Também a meditação sobre a figura de Cristo tem reflexos patrísticos significativos, estando toda a Escritura centrada sobre Ele. O próprio "povo judeu, — escreve São Pedro Damião — através das páginas da Sagrada Escritura, quase carregou Cristo sobre os ombros" (Sermo XLVI, 15). Portanto Cristo, acrescenta ele, deve estar no centro da vida do monge: "Cristo seja ouvido na nossa língua, Cristo seja visto na nossa vida e sentido no nosso coração" (Sermo VIII, 5). A união íntima com Cristo compromete não só os monges, mas todos os baptizados. Encontramos aqui uma forte chamada também para nós a não nos deixarmos absorver totalmente pelas actividades, problemas e preocupações de todos os dias, esquecendo-nos que Jesus deve estar verdadeiramente no centro da nossa vida.

A comunhão com Cristo gera unidade de amor entre os cristãos. Na carta 28, que é um genial tratado de eclesiologia, Pedro Damião desenvolve uma profunda teologia da Igreja como comunhão. "A Igreja de Cristo — escreve ele — está unida pelo vínculo da caridade a ponto que, dado que é uma em muitos membros, assim é toda misticamente em cada membro; desta forma toda a Igreja universal se denominava justamente única Esposa de Cristo no singular, e cada alma eleita, pelo mistério sacramental, é considerada plenamente Igreja". É importante isto: não só que a inteira Igreja universal esteja unida, mas em cada um de nós deveria estar presente a Igreja na sua totalidade. Assim o serviço do indivíduo torna-se "expressão da universalidade" (Ep 28,9-23).

Contudo, a imagem ideal da "santa Igreja" ilustrada por Pedro Damião não corresponde — sabia-o bem — à realidade do seu tempo. Por isso, não teme denunciar o estado de corrupção existente nos mosteiros e entre o clero, devido, sobretudo, à prática da concessão, da parte das Autoridades laicas, da investidura dos cargos eclesiásticos: vários bispos e abades comportavam-se como governantes dos próprios súbditos e não como pastores de almas. Com frequência a sua vida moral deixava muito a desejar. Por isso, com grande dor e tristeza, em 1057 Pedro Damião deixa o mosteiro e aceita, mesmo se com dificuldades, a nomeação para Cardeal Bispo de Óstia, entrando assim plenamente em colaboração com os Papas no não fácil empreendimento da reforma da Igreja. Viu que não era suficiente contemplar e teve que renunciar à beleza da contemplação para dar a própria contribuição à obra de renovação da Igreja. Renunciou assim à beleza da ermida e com coragem empreendeu numerosas viagens e missões.

Devido ao seu amor à vida monástica, dez anos mais tarde, em 1067, obtém a autorização para voltar para Fonte Avellana, renunciando à diocese de Óstia. Mas a tranquilidade desejada dura pouco: só dois anos mais tarde é enviado a Frankfurt para tentar evitar o divórcio de Henrique IV da esposa Berta; e de novo dois anos mais tarde, em 1071, vai a Montecassino para a consagração da igreja abacial e no início de 1072 vai a Ravena para restabelecer a paz com o Arcebispo local, que tinha apoiado o antipapa provocando o interdito sobre a cidade. Durante a viagem de regresso à sua ermida, uma doença imprevista obriga-o a permanecer em Faenza no mosteiro beneditino de Santa Maria "Vecchia" fora das portas, e ali falece na noite entre 22 e 23 de Fevereiro de 1072.

Queridos irmãos e irmãs, é uma grande graça que na vida da Igreja o Senhor tenha suscitado uma personalidade tão exuberante, rica e complexa, como a de São Pedro Damião e não é comum encontrar obras de teologia e de espiritualidade tão perspicazes e vivas como as do eremita de Fonte Avellana. Foi monge de modo profundo, com formas de austeridade, que hoje poderiam parecer-nos até excessivas. Deste modo, contudo, ele fez da vida monástica um testemunho eloquente da primazia de Deus e uma chamada para todos a caminhar rumo à santidade, livres de qualquer compromisso com o mal. Consumou-se, com coerência lúcida e grande severidade, pela reforma da Igreja do seu tempo. Dedicou todas as suas energias espirituais e físicas a Cristo e à Igreja, permanecendo contudo sempre, como gostava de se definir, Petrus ultimus monachorum servus, Pedro, último servo dos monges.

Saudação

Dirijo uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, particularmente aos grupos vindos de Portugal e do Brasil, de Ribeirão Pires e Rio de Janeiro, e à Comunidade Palavra Viva, convidando a todos vós que viestes a Roma a renovar o propósito de ter Jesus Cristo como o verdadeiro centro de vossas vidas. Obrigado pela visita! Que Deus vos guarde e abençoe!



16 de Setembro de 2009: Simeão, o Novo Teólogo

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Queridos irmãos e irmãs!

Detemo-nos hoje a falar sobre a figura de um monge oriental, Simeão, o Novo Teólogo, cujos escritos exerceram uma notável influência sobre a teologia e sobre a espiritualidade do Oriente, em particular no que se refere à experiência da união mística com Deus. Simeão, o Novo Teólogo, nasceu em 949 em Galácia, na Paflagónia (Ásia Menor), de uma nobre família de província. Ainda jovem, transferiu-se para Constantinopla a fim de empreender os estudos e entrar ao serviço do imperador. Mas sentiu-se pouco atraído pela carreira civil que se lhe perspectivava e, sob a influência das iluminações interiores que ia experimentando, pôs-se em busca de uma pessoa que o orientasse no momento cheio de dúvidas e de perplexidades que estava a viver, e que o ajudasse a progredir no caminho da união com Deus. Encontrou este guia espiritual em Simeão, o Piedoso, (Eulabes), um monge simples do mosteiro de Studios, em Constantinopla, que lhe deu para ler o tratado A lei espiritual de Marcos, o Monge. Neste texto Simeão, o Novo Teólogo, encontrou um ensinamento que o impressionou muito: "Se procuras a cura espiritual — leu nele — está atento à tua consciência. Faz tudo o que ela te diz e encontrarás tudo o que te é útil". A partir daquele momento — refere ele mesmo — nunca adormeceu sem se perguntar se a consciência não tinha algo para lhe reprovar.

Simeão entrou no mosteiro dos Estuditas onde, contudo, as suas experiências místicas e a sua extraordinária devoção ao Padre espiritual lhe causaram dificuldades. Transferiu-se para o pequeno convento de São Mamede, também em Constantinopla, do qual, depois de três anos, se tornou o director, o hegúmeno. Ali conduziu uma intensa busca de união espiritual com Cristo, que lhe conferiu grande autoridade. É interessante observar que lhe foi dado o apelativo de "Novo Teólogo", não obstante a tradição reservasse o título de "Teólogo" a duas personalidades: ao evangelista João e a Gregório de Nazianzo. Sofreu incompreensões e o exílio, mas foi reabilitado pelo Patriarca de Constantinopla, Sérgio II.

Simeão, o Novo Teólogo, passou a última fase da sua existência no mosteiro de Santa Marina, onde escreveu grande parte das suas obras, tornando-se cada vez mais célebre devido aos seus ensinamentos e milagres. Faleceu a 12 de Março de 1022.

O mais conhecido dos seus discípulos, Nicetas Estetatos, que recolheu e copiou os escritos de Simeão, cuidou uma edição póstuma, redigindo em seguida a sua biografia. A obra de Simeão compõe-se de nove volumes, que se dividem em Capítulos teológicos, gnósticos práticos, três volumes de Catequeses dirigidas a monges, dois volumes de Tratados teológicos e éticos e um volume de Hinos. Não se devem esquecer depois as numerosas Cartas. Todas estas obras encontraram um lugar de relevo na tradição monástica oriental até aos nossos dias.

Simeão concentra a sua reflexão sobre a presença do Espírito Santo nos baptizados e sobre a consciência que eles devem ter desta realidade espiritual. A vida cristã — ressalta ele — é comunhão íntima e pessoal com Deus, a graça divina ilumina o coração do crente e condu-lo à visão mística do Senhor. Nesta linha, Simeão, o Novo Teólogo, insiste sobre o facto de que o verdadeiro conhecimento de Deus não provém dos livros, mas da experiência espiritual, da vida espiritual. O conhecimento de Deus nasce de um caminho de purificação interior, que tem início com a conversão do coração, graças à força da fé e do amor; passa através de um arrependimento profundo e contrição sincera pelos próprios pecados, para chegar à união com Cristo, fonte de alegria e de paz, banhados pela luz da sua presença em nós. Para Simeão esta experiência da graça divina não constitui um dom excepcional para alguns místicos, mas é o fruto do Baptismo na existência de cada fiel seriamente comprometido.

Um aspecto sobre o qual reflectir, queridos irmãos e irmãs! Este santo monge oriental chama-nos a todos a uma atenção à vida espiritual, à presença escondida de Deus em nós, à sinceridade da consciência e à purificação, à conversão do coração, de modo que o Espírito Santo se torne realmente presente em nós e nos guie. De facto, se justamente nos preocupamos em cuidar o nosso crescimento físico, humano e intelectual, é ainda mais importante não descuidar o crescimento interior, que consiste no conhecimento de Deus, no verdadeiro saber, não só aprendido dos livros, mas interior, e na comunhão com Deus, para experimentar a sua ajuda em cada momento e circunstância. No fundo, é quanto Simeão descreve quando narra a própria experiência mística. Já quando era jovem, antes de entrar no mosteiro, quando, uma certa noite em casa prolongava as suas orações, invocando a ajuda de Deus para lutar contra as tentações, tinha visto o quarto inundado de luz. Depois, quando entrou no mosteiro, foram-lhe oferecidos livros espirituais para se instruir, mas a sua leitura não lhe fazia adquirir a paz que procurava. Sentia-se — narra ele — como um pobre passarinho sem asas. Aceitou com humildade esta situação, sem se revoltar, e então começaram a multiplicar-se de novo as visões de luz. Querendo certificar-se da sua autenticidade, Simeão pediu directamente a Cristo: "Senhor, és tu quem estás aqui?". Ouviu ressoar no coração a resposta afirmativa e sentiu-se extremamente confortado. "Foi aquela, Senhor — escreve em seguida — a primeira vez que me julgaste, a mim filho pródigo, digno de ouvir a tua voz". Contudo, nem sequer esta revelação o deixou totalmente tranquilo. Interrogava-se antes se também aquela experiência não devia ser considerada uma ilusão. Um dia, finalmente, aconteceu um facto fundamental para a sua experiência mística. Começou a sentir-se como "um pobre que ama os irmãos" (ptochós philádelphos). Via em seu redor muitos inimigos que queriam tramar-lhe insídias e causavam-lhe males, mas não obstante isto sentia em si mesmo um intenso arrebatamento de amor por eles. Como explicar isto? Evidentemente tal amor não podia vir dele, mas devia brotar de outra fonte. Simeão compreendeu que provinha de Cristo presente nele e tudo se lhe tornou claro: tive a prova certa de que a fonte do amor nele era a presença de Cristo e de que ter em mim um amor que vai além das minhas intenções pessoais indica que a fonte do amor está em mim. Assim, por um lado, podemos dizer que sem uma certa abertura ao amor Cristo não entra em nós, mas, por outro, Cristo torna-se fonte de amor e transforma-nos. Queridos amigos, esta experiência permanece importante como nunca para nós, hoje, para encontrar os critérios que nos indicam se estamos realmente próximos de Deus, se Deus existe e vive em nós. O amor de Deus cresce em nós se permanecermos unidos a Ele com a oração e a escuta da sua palavra, com a abertura do coração. Só o amor divino nos faz abrir o coração aos outros e nos torna sensíveis às suas necessidades, fazendo-nos considerar todos como irmãos e irmãs e convidando-nos a responder com o amor ao ódio e com o perdão à ofensa.

Reflectindo sobre esta figura de Simeão, o Novo Teólogo, podemos relevar ainda um ulterior elemento da sua espiritualidade. No caminho de vida ascética por ele proposto e percorrido, a grande atenção e concentração do monge sobre a experiência interior confere ao Padre espiritual do mosteiro uma importância essencial. O mesmo jovem Simeão, como se disse, tinha encontrado um director espiritual, que muito o ajudou e do qual conservou grandíssima estima, a ponto de lhe reservar, depois da morte, uma veneração também pública. E gostaria de dizer que permanece válido para todos — sacerdotes, pessoas consagradas e leigos, e sobretudo para os jovens — o convite a recorrer aos conselhos de um bom padre espiritual, capaz de acompanhar cada um no conhecimento profundo de si mesmo, e conduzi-lo à união com o Senhor, para que a sua existência se conforme cada vez mais com o Evangelho. Para caminhar rumo ao Senhor temos sempre necessidade de um guia, de um diálogo. Não o podemos fazer apenas com as nossas reflexões. É também este o sentido da eclesialidade da nossa fé, de encontrar este guia.

Concluindo, podemos resumir assim o ensinamento e a experiência mística de Simeão, o Novo Teólogo: na sua incessante busca de Deus, mesmo nas dificuldades que encontrou e nas críticas de que foi objecto ele, no fim de contas, deixou-se guiar pelo amor. Soube viver ele próprio e ensinar aos seus monges que o essencial para cada discípulo de Jesus é crescer no amor e assim crescemos no conhecimento do próprio Cristo, para poder afirmar com São Paulo: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (
Ga 2,20).

Saudação

Saúdo também os grupos vindos de Portugal e do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta visita aos lugares santificados pela pregação dos Apóstolos Pedro e Paulo a todos fortaleça na fé e consolide, no amor divino, os vínculos de cada um com sua família e comunidade eclesial, que de coração abençoo. A Virgem Mãe vos acompanhe e proteja!



23 de Setembro de 2009: Santo Anselmo de Aosta

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Prezados irmãos e irmãs

Em Roma, na colina do Aventino, encontra-se a Abadia beneditina de Santo Anselmo. Como sede de um Instituto de estudos superiores e do Abade Primaz dos Beneditinos Confederados, ela é um lugar que une em si a oração, o estudo e o governo, precisamente as três actividades que caracterizam a vida do Santo ao qual é dedicada: Anselmo de Aosta, de quem se recorda este ano o ix centenário da morte. As múltiplas iniciativas, promovidas especialmente pela diocese de Aosta para esta fausta celebração, puseram em evidência o interesse que continua a suscitar este pensador medieval. Ele é conhecido também como Anselmo de Bec e Anselmo de Cantuária, devido às cidades com as quais esteve em contacto. Quem é esta figura à qual três localidades distantes entre si e situadas em três nações diferentes — Itália, França e Inglaterra — se sentem particularmente ligadas? Monge de intensa vida espiritual, excelente educador de jovens, teólogo com uma extraordinária capacidade especulativa, sábio homem de governo e defensor intransigente da libertas Ecclesiae, da liberdade da Igreja, Anselmo é uma das personalidades eminentes da Idade Média, que soube harmonizar todas estas qualidades graças a uma profunda experiência mística, que sempre orientou o seu pensamento e a sua acção.

Santo Anselmo nasceu em 1033 (ou no início de 1034) em Aosta, primogénito de uma família nobre. O pai era homem rude, dedicado aos prazeres da vida e dissipador dos seus bens; a mãe, ao contrário, era mulher de costumes excelsos e de profunda religiosidade (cf. Eadmero, Vita s. Anselmi, pl 159,
Col 49). Foi ela que se ocupou da primeira formação humana e religiosa do filho, que depois confiou aos Beneditinos de um priorado de Aosta. Anselmo, que quando era criança — como narra o seu biógrafo — imaginava a morada do bom Deus entre os cumes altos e nevados dos Alpes, uma noite sonhou que tinha sido convidado para esta mansão maravilhosa pelo próprio Deus, que se entreteve prolongada e afavelmente com ele e, no final ofereceu-lhe de comer "um pão extremamente cândido" (Ibid. , col. Col 51). Este sonho deixou-lhe a convicção de ser chamado a cumprir uma alta missão. Com quinze anos de idade, pediu para ser admitido na Ordem beneditina, mas o pai opôs-se com toda a sua autoridade e não cedeu sequer quando o filho, gravemente enfermo e sentido-se próximo da morte, implorou o hábito religioso como conforto supremo. Depois da sua cura e da morte prematura da mãe, Anselmo atravessou um período de dissipação moral: descuidou os estudos e, dominado pelas paixões terrenas, tornou-se surdo ao chamamento de Deus. Saiu de casa e começou a viajar pela França em busca de novas experiências. Depois de três anos, tendo chegado à Normandia, foi à Abadia beneditina de Bec, atraído pela fama de Lanfranco de Pavia, prior do mosteiro. Para ele foi um encontro providencial e decisivo para o resto da sua vida. Com efeito, sob a guia de Lanfranco, Anselmo retomou vigorosamente os estudos e, em breve tempo, tornou-se não apenas o pupilo predilecto, mas também o confidente do mestre. A sua vocação monástica reacendeu-se e, depois de uma avaliação atenta, com 27 anos de idade, entrou na Ordem monástica e foi ordenado sacerdote. A ascese e o estudo abriram-lhe novos horizontes, fazendo-lhe reencontrar, a nível muito mais elevado, aquela familiaridade com Deus, que ele tivera quando era criança.

Quando, em 1063, Lanfranco se tornou abade de Caen, Anselmo, após apenas três anos de vida monástica, foi nomeado prior do mosteiro de Bec e mestre da escola claustral, revelando dotes de educador requintado. Não gostava dos métodos autoritários; comparava os jovens com plantas pequenas que se desenvolvem melhor se não permanecem fechadas na estufa, e concedia-lhes uma liberdade "sadia". Era muito exigente consigo mesmo e com os outros na observância monástica, mas em vez de impor a disciplina, empenhava-se a fazê-la seguir com a persuasão. Quando faleceu o abade Herluino, fundador da Abadia de Bec, Anselmo foi eleito unanimemente seu sucessor: corria o mês de Fevereiro de 1079. Entretanto, numerosos monges tinham sido chamados para Cantuária, a fim de levar aos irmãos da outra margem do canal da Mancha a renovação em curso no continente. A sua obra foi bem aceite, a tal ponto que Lanfranco de Pavia, abade de Caen, se tornou o novo Arcebispo de Cantuária e pediu a Anselmo que transcorresse um certo período com ele para instruir os monges e para o ajudar na difícil situação em que se encontrava a sua comunidade eclesial, depois da invasão dos Normandos. A permanência de Anselmo revelou-se muito fecunda; ele conquistou simpatia e estima, a tal ponto que, com a morte de Lanfranco, foi escolhido para lhe suceder na sede arquiepiscopal de Cantuária. Recebeu a solene consagração episcopal em Dezembro de 1093.

Anselmo comprometeu-se imediatamente numa luta enérgica pela liberdade da Igreja, apoiando com coragem a independência do poder espiritual em relação ao temporal. Defendeu a Igreja contra as ingerências indevidas das autoridades políticas, sobretudo dos reis Guilherme, o Vermelho, e Henrique i, encontrando encorajamento e apoio no Romano Pontífice, a quem Anselmo demonstrou sempre uma adesão intrépida e cordial. Esta fidelidade custou-lhe, em 1103, também a amargura do exílio da sua sede de Cantuária. E somente quanto, em 1106, o rei Henrique i renunciou à pretensão de conferir as investiduras eclesiásticas, assim como à cobrança dos impostos e à confiscação dos bens da Igreja, Anselmo pôde regressar à Inglaterra, onde foi recebido festivamente pelo clero e pelo povo. Assim, concluiu-se felizmente a longa luta por ele empreendida com as armas da perseverança, da determinação e da bondade. Este santo Arcebispo, que suscitava tanta admiração ao seu redor onde quer que fosse, dedicou os últimos anos da sua vida principalmente à formação moral do clero e à pesquisa intelectual a respeito de temas teológicos. Faleceu no dia 21 de Abril de 1109, acompanhado pelas palavras do Evangelho proclamado na Santa Missa daquele dia: "Vós estivestes sempre junto de mim nas minhas provações, e Eu disponho a vosso favor do Reino, como meu Pai dispõe dele, a fim de que comais e bebais à minha mesa..." (Lc 22,28-30). O sonho daquele banquete misterioso, que quando era criança tivera precisamente no início do seu caminho espiritual, encontrava assim a sua realização. Jesus, que o tinha convidado para se sentar à sua mesa, acolheu Santo Anselmo, na sua morte, no reino eterno do Pai.

"Deus, rogo-vos, desejo conhecer-vos, quero amar-vos e poder regozijar-me em Vós. E se nesta vida não sou capaz disto na medida plena, que eu possa pelo menos progredir cada dia, até alcançar a plenitude" (Proslogion, cap. 14). Esta oração permite compreender a alma mística deste grande santo da época medieval, fundador da teologia escolástica, a quem a tradição cristã atribuiu o título de "Doutor Magnífico", porque cultivou um desejo intenso de aprofundar os Mistérios divinos, porém na plena consciência de que o caminho de busca de Deus nunca termina, pelo menos nesta terra. A clareza e o rigor lógico do seu pensamento tiveram sempre como finalidade "elevar a mente à contemplação de Deus" (Ibid., Proemium). Ele afirma claramente que quem tem a intenção de fazer teologia não pode contar somente com a sua inteligência, mas deve cultivar ao mesmo tempo uma profunda experiência de fé. A actividade do teólogo, segundo Santo Anselmo, desenvolve-se assim em três fases: a fé, dom gratuito de Deus, a acolher com humildade; a experiência, que consiste em encarnar a palavra de Deus na própria existência quotidiana; e portanto o verdadeiro conhecimento, que jamais é fruto de raciocínios assépticos, mas sim de uma intuição contemplativa. A este propósito, parecem mais úteis do que nunca também hoje, para uma investigação teológica sadia e para quem quer que deseje aprofundar as verdades da fé, as suas célebres palavras: "Não tento, Senhor, penetrar a vossa profundidade, porque não posso sequer de longe comparar com ela o meu intelecto; mas desejo entender, pelo menos até um certo ponto, a vossa verdade, em que o meu coração crê e ama. Com efeito, não procuro compreender para crer, mas creio para compreender" (Ibid., 1).

Caros irmãos e irmãs, o amor pela verdade e a sede constante de Deus, que assinalaram toda a existência de Santo Anselmo, sejam um estímulo para cada cristão a procurar, sem nunca se cansar, uma união cada vez mais íntima com Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Além disso, o zelo repleto de coragem que distinguiu a sua obra pastoral, e que às vezes lhe causou incompreensões, amarguras e até o exílio, seja um encorajamento para os Pastores, para as pessoas consagradas e para todos os fiéis, a amar a Igreja de Cristo, a rezar, a trabalhar e a sofrer por ela, sem nunca a abandonar nem atraiçoar. Conceda-nos esta graça a Virgem Mãe de Deus, por quem Santo Anselmo nutriu devoção terna e filial. "Maria, o meu coração quer amar-te — escreve Santo Anselmo — e os meus lábios desejam ardentemente louvar-te".

Saudação

Ao grupo de visitantes do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa, agradeço a presença e quanto a mesma significa de confissão de fé e de amor a Jesus Cristo. Que o exemplo de Santo Anselmo seja um estímulo para que todos vós procureis incessantemente uma união sempre mais íntima com Ele. De coração, a todos abençôo. Ide com Deus!




Praça de São Pedro

30 de Setembro de 2009: Viagem Apostólica à República Tcheca

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Queridos irmãos e irmãs!

Como é tradicional depois das viagens apostólicas internacionais, aproveito a hodierna audiência geral para falar da peregrinação que realizei nos dias passados à República Checa. Faço-o sobretudo como acto de acção de graças a Deus, que me concedeu realizar esta visita e que a abençoou abundantemente. Foi uma verdadeira peregrinação e, ao mesmo tempo, uma missão no coração da Europa: peregrinação, porque a Boémia e a Morávia são há mais de um milénio terra de fé e de santidade; missão, porque a Europa tem necessidade de voltar a encontrar em Deus e no seu amor o fundamento sólido da esperança. Não é por acaso que os Santos evangelizadores daquelas populações, Cirilo e Metódio, são Padroeiros da Europa, juntamente com São Bento. "O amor de Cristo é a nossa força": este foi o mote da viagem, uma afirmação que faz ressoar a fé de muitas testemunhas heróicas do passado remoto e recente, penso em particular no século passado, mas que sobretudo quer interpretar a certeza dos cristãos de hoje. Sim, a nossa força é o amor de Cristo! Uma força que inspira e anima as verdadeiras revoluções pacíficas e libertadoras, e que nos sustém nos momentos de crise, permitindo animar-nos quando a liberdade, recuperada com dificuldade, corre o risco de se perder a si mesma, a própria verdade.

A hospitalidade que recebi foi cordial. O Presidente da República, a quem renovo a expressão do meu reconhecimento, quis estar presente em diversos momentos e recebeu-me juntamente com os meus colaboradores na sua residência, o histórico Castelo da Capital, com grande cordialidade. Toda a Conferência Episcopal, em particular o Cardeal Arcebispo de Praga e o Bispo de Brno, fizeram-me sentir, com grande entusiasmo, o profundo vínculo que une a Comunidade católica checa ao Sucessor de São Pedro. Agradeço-lhes também por terem preparado atentamente as celebrações litúrgicas. Estou grato inclusive a todas as Autoridades civis e militares, e a quantos, de várias maneiras, cooperaram para o bom êxito da minha visita.

O amor de Cristo começou a revelar-se no rosto de um Menino. Com efeito, quando cheguei a Praga, dediquei a primeira etapa à igreja de Santa Maria da Vitória, onde se venera o Menino Jesus, conhecido precisamente como "Menino de Praga". Esta efígie remete ao mistério de Deus que se fez Homem, ao "Deus próximo", fundamento da nossa esperança. Diante do "Menino de Praga", rezei por todas as crianças, pelos pais e pelo futuro da família. A verdadeira "vitória", que hoje pedimos a Maria, é a vitória do amor e da vida na família e na sociedade!

O Castelo de Praga, extraordinário sob o perfil histórico e arquitectónico, sugere uma ulterior reflexão mais geral: ele encerra no seu vastíssimo espaço, numerosos monumentos, ambientes e instituições, como que a representar uma polis, na qual convivem em harmonia a Catedral e o Palácio, a praça e o jardim. Assim, naquele mesmo contexto, a minha visita pôde tocar os âmbitos civil e religioso, não justapostos, mas em harmoniosa proximidade na distinção. Portanto, dirigindo-me às Autoridades políticas e civis e ao Corpo Diplomático, desejei evocar o vínculo indissolúvel que sempre deve existir entre liberdade e verdade. Não precisamos ter medo da verdade, porque ela é amiga do homem e da sua liberdade; aliás, somente na busca sincera da verdade, do bem e da beleza é possível realmente oferecer um futuro aos jovens de hoje e às gerações vindouras. De resto, o que atrai tantas pessoas a Praga, a não ser a sua beleza, uma beleza que não é apenas estética, mas histórica, religiosa e, em sentido amplo, humana? Quem exerce responsabilidades nos campos político e educativo deve saber haurir da luz daquela verdade que é o reflexo da Sabedoria eterna do Criador; e é chamado a dar testemunha da mesma pessoalmente, com a própria vida. Só um sério compromisso de rectidão intelectual e moral é digno do sacrifício de quantos pagaram o caro preço da liberdade!

Símbolo desta síntese entre verdade e beleza é a maravilhosa Catedral de Praga, dedicada aos Santos Vito, Venceslau e Adalberto, onde teve lugar a celebração das Vésperas com os sacerdotes, os religiosos, os seminaristas e uma representação dos leigos comprometidos nas associações e nos movimentos eclesiais. Para as Comunidades da Europa centro-oriental, trata-se de um momento difícil: às consequências do longo Inverno do totalitarismo ateu, estão a somar-se os efeitos nocivos de um certo secularismo e consumismo ocidental. Por isso, encorajei todos a haurir energias sempre novas do Senhor ressuscitado, para poder ser fermento evangélico na sociedade e empenhar-se, como já acontece, em actividades caritativas, e ainda mais nas educativas e escolares.

Esta mensagem de esperança, fundada na fé em Cristo, dirigi-a a todo o Povo de Deus nas duas grandes Celebrações eucarísticas realizadas respectivamente em Brno, capital da Morávia, e em Stará Boleslav, lugar do martírio de São Venceslau, Padroeiro principal da Nação. A Morávia faz pensar imediatamente nos Santos Cirilo e Metódio, evangelizadores dos povos eslavos, e portanto na força inesgotável do Evangelho que, como um rio de águas purificadoras, atravessa a história e os continentes, levando vida e salvação a toda a parte. Sobre a porta da Catedral de Brno estão gravadas as palavras de Cristo: "Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e aliviar-vos-ei" (
Mt 11,28). Estas mesmas palavras ressoaram no domingo passado na liturgia, fazendo ecoar a voz perene do Salvador, Esperança dos povos ontem, hoje e sempre. Do Senhorio de Cristo, senhorio de graça e de misericórdia, é um sinal eloquente a existência dos Santos Padroeiros das várias nações cristãs, como precisamente Venceslau, jovem rei da Boémia no século x, que se distinguiu pelo seu exemplar testemunho cristão e foi assassinado pelo irmão. Venceslau antepôs o reino dos céus à fascinação do poder terreno e permaneceu para sempre no coração do povo checo, como modelo e protector nas diversificadas vicissitudes da história. Aos numerosos jovens presentes na Missa de São Venceslau, provenientes também das nações vizinhas, dirigi o convite a reconhecer em Cristo o amigo mais autêntico, que satisfaz as aspirações mais profundas do coração humano.

Enfim tenho que mencionar, entre outros, dois encontros: o ecuménico e aquele com a comunidade académica. O primeiro, realizado no Paço arquiepiscopal de Praga, viu reunidos os representantes das diversas Comunidades cristãs da República Checa e o responsável pela Comunidade judaica. Pensando na história daquele país, que infelizmente conheceu conflitos ásperos entre os cristãos, é motivo de profunda acção de graças a Deus pelo facto de se terem encontrado em conjunto, como discípulos do único Senhor, para compartilhar a alegria da fé e a responsabilidade histórica diante dos desafios contemporâneos. O esforço de progredir para uma unidade cada vez mais completa e visível entre nós, crentes em Cristo, torna mais forte e eficaz o compromisso comum pela redescoberta das raízes cristãs da Europa. Este último aspecto, que estava muito a peito do meu amado Predecessor, João Paulo II, sobressaiu também no encontro com os Reitores das Universidades, os representes dos docentes e dos estudantes, e com outras personalidades de relevo no âmbito cultural. Nesse contexto, desejei insistir sobre o papel da instituição universitária, uma das estruturas principais da Europa, que em Praga tem um Ateneu entre os mais antigos e prestigiosos do continente, a Universidade Carlos, segundo o nome do imperador Carlos IV que a fundou, juntamente com o Papa Clemente VI. A universidade dos estudos é um ambiente vital para a sociedade, garantia de liberdade e de desenvolvimento, como demonstra o facto de que precisamente a partir dos círculos universitários começou em Praga a chamada "Revolução de Veludo". A vinte anos daquela acontecimento histórico, voltei a propor a ideia da formação humana integral, fundamentada na unidade do conhecimento arraigado na verdade, para contrastar uma nova ditadura, a do relativismo aliado ao predomínio da técnica. As culturas humanística e científica não podem ser separadas mas, ao contrário, são os dois lados de uma mesma medalha: recorda-no-lo mais uma vez a terra checa, pátria de grandes escritores como Kafka, e do abade Mendel, pioneiro da genética moderna.

Queridos amigos, dou graças ao Senhor porque, com esta viagem, me permitiu encontrar um povo e uma Igreja de profundas raízes históricas e religiosas, que este ano comemorava vários aniversários de elevado valor espiritual e social. Aos irmãos e irmãs da República Checa, renovo uma mensagem de esperança e um convite à coragem do bem, para construir o presente e o futuro da Europa. Confio os frutos da minha visita pastoral à intercessão de Maria Santíssima e de todos os Santos e Santas da Boémia e da Morávia.

Obrigado!

Saudação

Queridos peregrinos vindos do Brasil e de Portugal, com menção especial dos sacerdotes licenciados em direito pela Universidade Católica Portuguesa! Quis hoje partilhar convosco a experiência da minha recente visita à República Checa, na esperança de contar com a vossa oração e solidariedade por aqueles nossos irmãos. Assim me ajudareis a levar o peso da missão que o Senhor me confiou. De todo o coração vos agradeço e formulo votos das maiores bênçãos de Deus para cada um de vós, juntamente com vossas famílias e comunidades cristãs.




Praça de São Pedro

7 de Outubro de 2009: São João Leonardo


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