Audiências 2005-2013 29087

29 de Agosto de 2007: São Gregório de Nissa (1)

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Queridos irmãos e irmãs!

Nas últimas catequeses falei de dois grandes Doutores da Igreja do século IV, Basílio e Gregório Nazianzeno, Bispo na Capadócia, na actual Turquia. Hoje acrescento um terceiro, o irmão de Basílio, São Gregório de Nissa, que mostrou ser homem de carácter meditativo, com grandes capacidades de reflexão, e com uma inteligência vivaz, aberta à cultura do seu tempo. Revelou-se assim um pensador original e profundo na história do cristianismo.

Nasceu por volta de 335; a sua formação cristã foi cuidada particularmente pelo irmão Basílio por ele definido "pai e mestre" (
Ep 13,4 SC 363,198) e pela irmã Macrina. Realizou os estudos, apreciando particularmente a filosofia e a rectórica. Num primeiro tempo dedicou-se ao ensino e casou-se. Depois também ele, como o irmão e a irmã, se dedicou totalmente à vida ascética. Mais tarde foi eleito Bispo de Nissa, e demonstrou-se um pastor zeloso, a ponto de atrair a estima da comunidade. Acusado de má administração económica pelos adversários heréticos, teve que abandonar por um período breve a sua sede episcopal, mas regressou depois em triunfo (cf. Ep. 6, SC 363, 164-170), e continuou a empenhar-se na luta para defender a verdadeira fé.

Sobretudo depois da morte de Basílio, quase recebendo a sua herança espiritual, cooperou no triunfo da ortodoxia. Participou em vários sínodos; procurou resolver os contrastes entre as Igrejas; participou activamente na reorganização eclesiástica e, como "coluna da ortodoxia", foi um protagonista do Concílio de Constantinopla de 381, que definiu a divindade do Espírito Santo.

Desempenhou vários cargos oficiais que lhe foram confiados pelo imperador Teodósio, pronunciou importantes homilias e discursos fúnebres, dedicou-se a compor várias obras teológicas. Em 394 participou ainda num sínodo realizado em Constantinopla. Não se conhece a data da sua morte.

Gregório expressa com clareza a finalidade dos seus estudos, a finalidade suprema que se propunha no seu trabalho de teólogo: não empregar a vida em coisas vãs, mas encontrar a luz que permita discernir o que é verdadeiramente útil (cf. In Ecclesiasten hom. 1: SC 416,106-146). Encontrou este bem supremo, no cristianismo, graças ao qual é possível "a imitação da natureza divina" (De professione christiana: PG 46, 244C). Com a sua inteligência perspicaz e com os seus vastos conhecimentos filosóficos e teológicos, defendeu a fé cristã contra os hereges, que negavam a divindade do Filho e do Espírito Santo (como Eunómio e os macedónios), ou comprometiam a humanidade perfeita de Cristo (como Apolinário). Comentou a Sagrada Escritura, detendo-se sobre a criação do homem. Este era para ele um tema central: a criação. Via na criatura o reflexo do Criador e encontrava aqui o caminho para Deus. Mas escreveu também um importante livro sobre a vida de Moisés, que apresenta como homem a caminho para Deus: esta subida ao Monte Sinai torna-se para ele uma imagem da nossa subida da vida humana para a vida verdadeira, para o encontro com Deus. Ele interpretou também a oração do Senhor, o Pai-Nosso, e as Bem-Aventuranças. No seu "Grande discurso catequético" (Oratio catechetica magna) expôs as linhas fundamentais da teologia, não para uma teologia académica fechada em si mesma, mas para oferecer aos catequistas um sistema de referência a ter presente nas suas instruções, quase o quadro no qual se move depois a interpretação pedagógica da fé.

Além disso, Gregório é insigne pela sua doutrina espiritual. Toda a sua teologia não era uma reflexão académica, mas expressão de uma vida espiritual, de uma vida de fé vivida. Como grande "pai da mística" perspectivou em vários tratados como o De professione christiana e o De perfectione christiana o caminho que os cristãos devem empreender para alcançar a vida verdadeira, a perfeição. Exaltou a virgindade consagrada (De virginitate), e propôs um seu modelo insigne na vida da irmã Macrina, que para ele permaneceu sempre uma guia, um exemplo (cf. Vita Macrinae). Proferiu vários discursos e homilias e escreveu numerosas cartas.

Comentando a criação do homem, Gregório ressaltou que Deus, "o melhor dos artistas, forja a nossa natureza de modo a torná-la apta para a prática da realeza. Através da superioridade estabelecida pela alma, e através da própria conformação do corpo, Ele dispõe as coisas de maneira que o homem seja realmente adequado para o poder real" (De hominis opificio 4: PG 44, 136B). Mas vemos como o homem, na rede dos pecados, muitas vezes abusa da criação e não exerce uma verdadeira realeza. Por isso, de facto, para realizar uma verdadeira responsabilidade para com as criaturas, deve estar imbuído de Deus e viver na sua luz. De facto, o homem é um reflexo daquela beleza originária que é Deus: "Tudo o que Deus criou era muito bom", escreve o santo Bispo. E acrescenta: "Disto dá testemunho a narração da criação (cf. Gn 1,31). Entre as coisas muito boas estava também o homem, ornamentado com uma beleza muito superior a todas as coisas belas. Com efeito, o que mais poderia ser belo na mesma medida de quem era semelhante à beleza pura e incorruptível?... Reflexo e imagem da vida eterna, ele era verdadeiramente belo, aliás muito belo, com o sinal radiante da vida sobre o seu rosto" (Homilia in Canticum 12: PG 44, 1020C).

O homem foi honrado por Deus e colocado acima de todas as outras criaturas: "Não foi o céu a ser feito à imagem de Deus, nem a lua, nem o sol, nem a beleza das estrelas, nem qualquer uma das outras coisas que existem na criação. Só tu (a alma humana) foste tornada imagem da natureza que domina qualquer intelecto, semelhança da beleza incorruptível, sinal da verdadeira divindade, receptáculo da vida feliz, imagem da verdadeira luz, na qual, olhando para ela, te tornas aquilo que Ele é, porque por meio do raio reflectido proveniente da tua pureza imitas Aquele que brilha em ti.

Nenhuma outra coisa que existe é tão grande que se possa comparar com a tua grandeza" (Homilia in Canticum 2: PG 44, 805D). Meditemos este elogio do homem. Vemos também como o homem é degradado pelo pecado. E procuremos voltar à grandeza originária: só se Deus estiver presente, o homem alcança esta sua verdadeira grandeza.

Portanto, o homem reconhece dentro de si o reflexo da luz divina: purificando o seu coração, ele volta a ser, como era no princípio, uma imagem límpida de Deus, Beleza exemplar (cf. Oratio catechetica 6: SC 453,174). Assim o homem, purificando-se, pode ver Deus, como os puros de coração (cf. Mt 5,8): "Se, com um nível de vida diligente e atento, lavares as impurezas que se depositaram no teu coração, resplandecerá em ti a beleza divina... Contemplando a ti mesmo, verás em ti Aquele que é o desejo do teu coração, e serás feliz" (De beatitudinibus, 6: PG 44, 1272AB). Portanto: lavar as impurezas que se depositaram no nosso coração e reencontrar em nós mesmos a luz de Deus.

Portanto o homem tem como finalidade a contemplação de Deus. Só nela poderá encontrar a sua satisfação. Para antecipar em certa medida este objectivo já nesta vida, ele deve progredir incessantemente para uma vida espiritual, uma vida de diálogo com Deus. Por outras palavras e é esta a lição mais importante que São Gregório de Nissa nos dá a realização plena do homem consiste na santidade, numa vida vivida no encontro com Deus, que assim se torna luminosa também para os outros, também para o mundo.
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Saudações

Amados irmãos e irmãs

Saúdo cordialmente quantos me ouvem de língua portuguesa: em particular o grupo de portugueses da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo de Lisboa. Sejam todos bem-vindos!

Grato pela vossa presença, desejo-vos todo o bem; e que Roma vos confirme na fé e nos propósitos de vida e de testemunho cristão. É o que imploro para todos, por Nossa Senhora, com a Bênção Apostólica.
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Apelo

Nestes dias, algumas regiões geográficas foram devastadas por graves calamidades: refiro-me às inundações nalguns Países orientais, assim como aos desastrosos incêndios na Grécia, na Itália e noutras Nações europeias. Perante tão dramáticas emergências, que causaram numerosas vítimas e ingentes danos materiais, não se pode deixar de estar preocupados pelo comportamento irresponsável de alguns que põem em perigo a incolumidade das pessoas e destróem o património ambiental, bem precioso de toda a humanidade. Uno-me a quantos justamente estigmatizam tais acções criminosas e convido todos a rezar pelas vítimas destas tragédias.



5 de Setembro de 2007: São Gregório de Nissa (2)

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Queridos irmãos e irmãs!

Proponho-vos alguns aspectos da doutrina de São Gregório de Nissa, do qual já falámos na quarta-feira passada. Antes de tudo, Gregório de Nissa manifesta uma concepção muito elevada da dignidade do homem. O fim do homem, diz o santo Bispo, é tornar-se semelhante a Deus, e este fim alcança-o sobretudo através do amor, do conhecimento e da prática das virtudes, "raios luminosos que provêm da natureza divina" (De beatitudinibus 6: PG 44, 1272C), num movimento perpétuo de adesão ao bem, como o corredor está inclinado para a frente. Gregório usa, a este propósito, uma imagem eficaz, já presente na Carta de Paulo aos Filipenses: épekteinómenos (3, 13), isto é "inclinando-me" para o que é maior, para a verdade e o amor. Esta expressão icástica indica uma realidade profunda: a perfeição que desejamos encontrar não é uma coisa conquistada para sempre; perfeição é este permanecer a caminho, é uma contínua disponibilidade a ir em frente, porque nunca se alcança a semelhança plena com Deus; estamos sempre a caminho (cf. Homilia in Canticum 12: PG 44, 1025d). A história de cada alma é a de um amor sempre colmado, e ao mesmo tempo aberto a novos horizontes, porque Deus dilata continuamente as possibilidades da alma, para a tornar capaz de bens sempre maiores. O próprio Deus, que depôs em nós os germes de bem, e do qual parte qualquer inciativa de santidade, "modela o bloco...

Limando e limpando o nosso espírito, forma em nós o Cristo" (In Psalmos 2, 11; PG 44, 544B).
Gregório preocupa-se por esclarecer: "De facto, não é obra nossa, nem sequer o êxito de um poder humano tornar-se semelhantes à Divindade, mas é o resultado da munificência de Deus, que desde a sua primeira origem ofereceu à nossa natureza a graça da semelhança com Ele" (De virginitate 12, 2:
SC 119,152-154). Portanto, para a alma "não se trata de conhecer algo de Deus, mas de ter em si Deus" (De beatitudinibus 6: PG 44, 1269c). De resto, observa perspicazmente Gregório, "a divindade é pureza, é libertação das paixões e eliminação de qualquer mal: se todas estas coisas estão em ti, Deus está realmente em ti" (De beatitudinibus 6: PG 44, 1272C).

Quando temos Deus em nós, quando o homem ama Deus, por aquela reciprocidade que é própria da lei do amor, ele deseja aquilo que o próprio Deus deseja (cf. Homilia in Canticum 9: PG 44, 956ac), e por conseguinte coopera com Deus para modelar em si a imagem divina, de modo que "o nosso nascimento espiritual é o resultado de uma livre opção, e nós somos de certa forma os genitores de nós próprios, criando-nos como nós mesmos queremos ser, e por nossa vontade formando-nos segundo o modelo que escolhemos" (Vita Moysis 2, 3: SC 1bis, 108). A fim de ascender para Deus, o homem deve purificar-se: "A vida, que conduz à natureza humana para o céu, mais não é do que o afastamento dos males deste mundo... Tornar-se semelhante a Deus significa tornar-se justo, santo e bom... Portanto, se segundo Eclesiastes (Qo 5,1), "Deus está no céu" e se, segundo o profeta (Ps 72,28), vós "aderis a Deus", isso obriga-vos necessariamente a estar onde está Deus, porque estais unidos a Ele. Visto que Ele vos deu o mandamento de que, quando rezais, chameis Deus Pai, diz-vos que vos torneis sem dúvida semelhantes ao vosso Pai celeste, com uma vida digna de Deus, como o Senhor nos ordena mais claramente noutra parte, dizendo: "Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste!" (Mt 5,48)" (De oratione dominica 2: PG 44, 1145ac).

Neste caminho de ascensão espiritual, Cristo é o modelo e o mestre, que nos mostra a bela imagem de Deus (cf. De perfectione christiana: PG 46, 272a). Cada um de nós, olhando para Ele, se torna "o pintor da própria vida", que tem a vontade como executora do trabalho e as virtudes como cores das quais se servir (ibid.: PG 46, 272b). Portanto, se o homem é considerado digno do nome de Cristo, como se deve comportar? Gregório responde assim: "[Deve] examinar sempre no seu íntimo os próprios pensamentos, as próprias palavras e acções, para ver se estão orientadas para o Senhor ou se se afastam dele" (ibid.: PG 46, 284c). E este ponto é importante para o valor que dá à palavra cristão. Cristão é alguém que tem o nome de Cristo e portanto deve parecer-se com Ele também na vida. Nós, cristãos, com o Baptismo assumimos uma grande responsabilidade.
Mas Cristo recorda Gregório está presente também nos pobres, razão pela qual eles nunca devem ser ultrajados: "Não desprezar aqueles que jazem deitados, como se por isso nada valessem.

Considera quem são, e descobrirás qual é a sua dignidade: eles representam a Pessoa do Salvador. E é assim: porque o Senhor, na sua bondade, lhes emprestou a sua própria Pessoa, para que, por meio dela, se sintam compadecidos todos os que têm os corações endurecidos e são inimigos dos pobres" (De pauperibus amandis: PG 46, 460bc). Gregório, como dissemos, fala de subida: subida para Deus na oração mediante a pureza do coração; mas subida para Deus também mediante o amor ao próximo. O amor é a escada que guia para Deus. Por conseguinte, o Nisseno exorta vivazmente cada um dos seus ouvintes: "Sê generoso com estes irmãos, vítimas da desventura. Dá ao faminto aquilo de que te privas" (ibid.: PG 46, 457c).

Com muita clareza Gregório recorda que todos dependemos de Deus, e por isso exclama: "Não penseis que tudo é vosso! Deve haver também uma parte para os pobres, os amigos de Deus. De facto, a verdade é que tudo provém de Deus, Pai universal, e que nós somos irmãos, e pertencemos à mesma raça" (ibid.: PG 46, 465b). E então o cristão examine-se, insiste ainda Gregório: "Mas para que te serve jejuar e fazer abstinência da carne, se depois com a tua malvadez agrides o teu irmão? Que vantagem tiras, perante Deus, do facto de não comeres do teu, se depois, agindo como injusto, arrancas das mãos dos pobres o que é seu?" (ibid.: PG 46,456a).

Concluamos estas nossas catequeses sobre os três grandes Padres Capadócios recordando mais uma vez este aspecto importante da doutrina espiritual de Gregório de Nissa, que é a oração. Para progredir no caminho rumo à perfeição e acolher Deus em si, levar em si o Espírito Santo, o amor de Deus, o homem deve dirigir-se a Ele com confiança na oração: "Através da oração conseguimos estar com Deus. Mas quem está com Deus está longe do inimigo. A oração é apoio e defesa da castidade, impedimento para a ira, apaziguamento e domínio da soberba. A oração é guarda da virgindade, protecção da fidelidade no matrimónio, esperança para quantos vigiam, abundância de frutos para os agricultores, segurança para os navegantes" (De oratione dominica 1: PG 44, 1124A-B). O cristão reza inspirando-se sempre na oração do Senhor: "Se queremos portanto rezar para que desça sobre nós o Reino de Deus, peçamos-lhe isto com o poder da Palavra: que eu seja afastado da corrupção, libertado da morte, libertado das correntes do erro; nunca reine a morte sobre mim, nunca tenha poder sobre nós a tirania do mal, nunca me domine o adversário nem me faça prisioneiro através do pecado, mas desça sobre mim o teu Reino, para que se afastem de mim ou, ainda melhor, se anulem as paixões que agora me dominam e comandam" (ibid., 3: PG 44, 1156d-1157a).

Tendo terminado a sua vida terrena, o cristão poderá assim dirigir-se com serenidade para Deus. Falando disto São Gregório pensa na morte da irmã Macrina e escreve que ela no momento da morte assim rezava a Deus: "Tu que na terra tens o poder de perdoar os pecados "perdoa-me, para que eu possa ter repouso" (Ps 38,14), e para que, diante de ti, eu seja sem mancha, no momento em que for despojada do meu corpo (cf. Col 2,11), de forma que o meu espírito, santo e imaculado (cf. Ep 5,27), seja recebido nas tuas mãos, "como incenso diante de ti" (Ps 140,2)" (Vita Macrinae 24: SC 178,224). Este ensinamento de São Gregório permanece válido sempre: não só falar de Deus, mas levar Deus em si. Façamo-lo com o compromisso da oração e vivendo no espírito do amor por todos os nossos irmãos.
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Apelo

Amanhã, na costa ocidental da Groenlândia, Sua Santidade Bartolomeu I, Patriarca Ecuménico de Constantinopla, inaugurará um simpósio intitulado: "O Árctico: Espelho de vida". Desejo saudar todos os participantes, vários responsáveis religiosos, cientistas, jornalistas e outras partes interessadas, e garantir o meu apoio aos seus esforços. A tutela dos recursos hídricos e a atenção ao clima são questões de extrema importância para toda a família humana. Encorajado pelo crescente reconhecimento da necessidade de tutelar o ambiente, convido todos vós a unir-vos a mim na oração e na obra de maior respeito pelas maravilhas da Criação de Deus!
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Saudação

Saúdo os Missionários e as Missionárias da Caridade com os colaboradores aqui presentes no décimo aniversário da morte da Beata Teresa de Calcutá. Queridos amigos, a vida e o testemunho desta autêntica discípula de Cristo, da qual precisamente hoje celebramos a memória litúrgica, são um convite a vós e a toda a Igreja para servir sempre fielmente Deus nos mais pobres e necessitados. Continuai a seguir o seu exemplo e sede em toda a parte instrumentos da misericórdia divina.




12 de Setembro de 2007: Viagem Apostólica à Áustria

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Queridos irmãos e irmãs

Pretendo hoje deter-me a reflectir sobre a visita pastoral que tive a alegria de realizar nos dias passados na Áustria, País que me é particularmente familiar, quer porque é confinante com a minha terra natal, quer pelos numerosos contactos que com ele sempre tive. Motivo específico desta visita era o 850º aniversário do Santuário de Mariazell, o mais importante da Áustria, predilecto também das outras Nações limítrofes. Tratou-se portanto antes de tudo de uma peregrinação, que teve como lema "Contemplar Cristo": ir ao encontro de Maria que nos mostra Jesus. Agradeço de coração ao Cardeal Schönborn, Arcebispo de Viena, e a todo o Episcopado do País pelo grande empenho com que prepararam e seguiram a minha visita. Agradeço ao Governo austríaco e a todas as Autoridades civis e militares que prestaram a sua válida colaboração; em particular, agradeço ao Senhor Presidente Federal pela cordialidade com que me acolheu e acompanhou nos vários momentos da visita. A primeira etapa foi na Mariensäule, histórica coluna sobre a qual está colocada a imagem da Virgem Imaculada: ali encontrei milhares de jovens e iniciei a minha peregrinação. Depois fui também à Judenplatz para prestar homenagem ao monumento que recorda o Shoah.

Tendo em consideração a história da Áustria e das suas relações estreitas com a Santa Sé, assim como a importância de Viena na política internacional, o programa desta minha viagem pastoral previu encontros com o Presidente da República e com o Corpo Diplomático. Trata-se de ocasiões preciosas, nas quais o Sucessor de Pedro tem a possibilidade de exortar os responsáveis das nações a favorecer sempre a causa da paz e do autêntico desenvolvimento económico e social.

Olhando especialmente para a Europa, renovei o meu encorajamento a prosseguir o actual processo de unificação com base nos valores inspirados no património cristão comum. Mariazell, de resto, é um dos símbolos do encontro dos povos europeus ao redor da fé cristã. Como esquecer que a Europa é portadora de uma tradição de pensamento que mantém unidos fé, razão e sentimento? Filósofos ilustres, também independentemente da fé, reconheceram o papel central desempenhado pelo cristianismo para preservar a consciência moderna de derivas niilistas ou fundamentalistas. O encontro com as Autoridades políticas e diplomáticas em Viena foi portanto muito propício para inserir a minha viagem apostólica no contexto actual do continente europeu.

A peregrinação verdadeira realizei-a no dia de sábado, 8 de Setembro, festa da Natividade de Maria, à qual se intitula o Santuário de Mariazell. Ele teve origem em 1157, quando um monge beneditino da vizinha Abadia de São Lambrecht, enviado a pregar naquele lugar, experimentou o socorro prodigioso de Maria, da qual levava consigo uma pequena imagem de madeira. O nicho (Zell) onde o monge colocou a imagem, tornou-se em seguida meta de peregrinações e, ao longo de dois séculos, foi edificado um importante santuário, onde ainda hoje se venera Nossa Senhora das Graças, chamada Magna Mater Austriae. Foi para mim uma grande alegria voltar como Sucessor de Pedro àquele lugar santo e tão querido ao povo da Europa centro-oriental. Ali admirei a coragem exemplar de milhares de peregrinos que, não obstante a chuva e o frio, quiseram estar presentes nesta circunstância celebrativa, com grande alegria e fé, e onde lhes apresentei o tema central da minha visita: "Contemplar Cristo", tema que os Bispos da Áustria tinham sabiamente aprofundado no itinerário de preparação que durou nove meses. Mas só quando chegamos ao Santuário compreendemos plenamente o sentido daquele lema: contemplar Jesus. Apresentavam-se diante de nós a imagem de Nossa Senhora que com uma mão indica Jesus Menino, e no alto, em cima do altar da Basílica, o Crucifixo. Ali a nossa peregrinação alcançou a sua meta: contemplamos o rosto de Deus naquele Menino nos braços da Mãe e naquele Homem com os braços abertos. Contemplar Jesus com os olhos de Maria significa encontrar Deus-Amor, que por nós se fez homem e morreu na cruz.

No final da Missa em Mariazell, conferi o "mandato" aos componentes dos Conselhos pastorais paroquiais, que foram recentemente renovados em toda a Áustria. Um eloquente gesto eclesial, com o qual coloquei sob a protecção de Maria a grande "rede" das paróquias ao serviço da comunhão e da missão. Vivi depois no Santuário momentos de fraternidade jubilosa com os Bispos do País e com a Comunidade beneditina. Encontrei-me com os sacerdotes, os religiosos, os diáconos e os seminaristas e com eles celebrei as Vésperas. Espiritualmente unidos a Maria, louvamos ao Senhor pela humilde dedicação de tantos homens e mulheres que confiam na sua misericórdia e se consagram ao serviço de Deus. Estas pessoas, apesar dos seus limites humanos, aliás, precisamente na simplicidade e na humildade da sua humanidade, esforçam-se por oferecer a todos um reflexo da bondade e da beleza de Deus, seguindo Jesus no caminho da pobreza, da castidade e da obediência, três votos que devem ser bem compreendidos no seu autêntico significado cristológico, não individualista mas relacional e eclesial.

Depois, na manhã de domingo, celebrei a solene Eucaristia na Catedral de Santo Estêvão em Viena. Na homilia, eu quis aprofundar de modo particular o significado e o valor do Domingo, em apoio ao movimento "Aliança em defesa do domingo livre". A este movimento aderem também pessoas e grupos não cristãos. Como crentes, naturalmente, temos profundas motivações para viver o Dia do Senhor, do modo como a Igreja nos ensinou. "Sine dominico non possumus!": sem o Senhor e sem o seu Dia não podemos viver, declararam os mártires de Abitínia (actual Tunísia) no ano de 304. Também nós, cristãos dos anos dois mil, não podemos viver sem o Domingo: um dia "que dá sentido ao trabalho e ao repouso, actualiza o significado da criação e da redenção, expressa o valor da liberdade e do serviço ao próximo... tudo isto é o domingo: muito mais que um preceito! Se as populações de antiga civilização cristã abandonam este significado e deixam que o domingo se limite a um fim-de-semana ou uma ocasião para interesses mundanos e comerciais, significa que decidiram renunciar à própria cultura.

Não distante de Viena encontra-se a Abadia de Heiligenkreuz, da Santa Cruz, e foi para mim uma alegria visitar aquela comunidade florescente de monges cistercienses, que existe ininterruptamente desde há 874 anos! Anexada à Abadia está a Escola Superior de Filosofia e Teologia, que adquiriu há pouco o título de "Pontifícia". Dirigindo-me em particular aos monges, recordei o grande ensinamento de São Bento sobre o Ofício divino, ressaltando o valor da oração como serviço de louvor e de adoração devido a Deus pela sua infinita beleza e bondade. Nada se deve antepor a este serviço sagrado diz a Regra beneditina (43, 3) de modo que toda a vida, com os tempos do trabalho e do repouso, seja recapitulada na liturgia orientada para Deus. Também o estudo teológico não pode ser separado da vida espiritual e da oração, como defendeu com vigor precisamente São Bernardo de Claraval, pai da Ordem cisterciense. A presença da Academia de Teologia ao lado da Abadia confirma esta ligação entre fé e razão, entre coração e mente.

O último encontro da minha viagem foi com o mundo do voluntariado. Assim, eu quis manifestar o meu apreço às numerosas pessoas, de idades diversas, que se comprometem gratuitamente ao serviço do próximo, quer na comunidade eclesial quer na civil. O voluntariado não é apenas um "fazer": é antes de tudo um modo de ser, que parte do coração, de uma atitude de gratidão em relação à vida, e estimula a "restituir" e partilhar com o próximo os dons recebidos. Nesta perspectiva, quis encorajar de novo a cultura do voluntariado. A acção do voluntariado não deve ser vista como uma intervenção "para encher" em relação ao Estado e às instituições públicas, mas antes como uma presença complementar e sempre necessária para manter viva a atenção para com os últimos e promover um estilo pessoal nas intervenções. Portanto, não há ninguém que não possa ser um voluntário: também a pessoa mais indigente e desvantajada, tem certamente muito para partilhar com os outros oferecendo a própria contribuição para construir a civilização do amor.

Para concluir, renovo a minha acção de graças ao Senhor por esta visita-peregrinação na Áustria.

Meta principal foi mais uma vez um Santuário mariano, em volta do qual se pôde viver uma forte experiência eclesial, como tinha acontecido uma semana antes em Loreto com os jovens italianos. Além disso, em Mariazell sobressaiu em particular a realidade viva, fiel e diversificada da Igreja católica presente em tão grande número nos encontros previstos. Tratou-se de uma presença jubilosa e envolvedora, de uma Igreja que, como Maria, está sempre chamada a "contemplar Cristo" para o poder mostrar e oferecer a todos; uma Igreja mestra e testemunha de um "sim" generoso à vida em todas as suas dimensões; uma Igreja que actualiza a sua bimilenária tradição ao serviço de um futuro de paz e de verdadeiro progresso social para toda a família humana.
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Saudação

A minha saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, com uma bênção particular para os alunos e formadores do Seminário Maior do Patriarcado de Lisboa, que celebram com esta romagem os setenta e cinco anos da sua abertura. Pedro disse um dia: "Vou pescar!" e aqueles que estavam com ele responderam: "Nós também vamos contigo!".

Queridos amigos, subi para a barca, saiamos para a pesca! Às ordens de Cristo-Rei... Este tempo do Seminário gera uma maturação particularmente significativa na vossa consciência: deixais de olhar para a Igreja "de fora", para vos sentirdes dentro dela como se fosse vossa casa. Ganhais assim aquele "sentire cum Ecclesia" que fará de vós humildes e fiéis servidores da Verdade, pastores segundo o Coração de Deus.



19 de Setembro de 2007: São João Crisóstomo (1)

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Queridos irmãos e irmãs!

Celebra-se este ano o 16º centenário da morte de São João Crisóstomo (407-2007). Pode-se dizer que João de Antioquia, chamado Crisóstomo, isto é "Boca de ouro", ainda hoje está vivo devido à sua eloquência e também às suas obras. Um copista anónimo deixou escrito que elas "atravessam toda a terra como relâmpagos buliçosos". Os seus escritos permitem também a nós, como aos fiéis do seu tempo, que foram repetidamente privados dele por causa dos seus exílios, de viver com os seus livros, apesar da sua ausência. Foi quanto ele próprio sugeriu do exílio numa sua carta (cf. A Olimpiade, Carta 8, 45).

Nascido por volta de 349 em Antioquia da Síria (hoje Antakaya, no sul da Turquia), ali desempenhou o ministério presbiteral durante onze anos, até 397, quando, nomeado Bispo de Constantinopla, exerceu na capital do Império o ministério episcopal antes dos dois exílios, que foram um a pouco tempo do outro, entre 403 e 407. Limitamo-nos hoje a considerar os anos antioquenos de Crisóstomo.

Tendo ficado órfão de pai em tenra idade, viveu com a mãe, Antusa, que lhe transmitiu uma requintada sensibilidade humana e uma profunda fé cristã. Tendo frequentado os estudos primários e superiores, coroados pelos cursos de filosofia e retórica, teve como mestre Libânio, pagão, o mais célebre mestre de retórica da época. Na sua escola, João tornou-se o maior orador da antiguidade grega tardia. Baptizado em 368 e formado na vida eclesiástica pelo Bispo Melézio, foi por ele instituído leitor em 371. Este acontecimento marcou a entrada oficial de Crisóstomo no cursus eclesiástico. Frequentou, de 367 a 372, o asceterio, uma espécie de siminário de Antioquia, juntamente com um grupo de jovens, alguns dos quais se tornaram depois Bispos, sob a guia do famoso exegeta Diodoro de Tarso, que iniciou João na exegese histórico-literária, característica da tradição antioquena.

Retirou-se depois durante quatro anos entre os eremitas no vizinho monte Silpio. Prosseguiu aquele retiro por outros dois anos, que viveu sozinho numa gruta sob a orientação de um "idoso". Naquele período dedicou-se totalmente à meditação "das leis de Cristo", dos Evangelhos e especialmente das Cartas de Paulo. Tendo adoecido, encontrou-se impossibilitado de se curar sozinho, e por isso teve que regressar à comunidade cristã de Antioquia (cf. Palladio, Vita 5). O Senhor explica o biógrafo interveio com a enfermidade no momento justo para permitir que João seguisse a sua verdadeira vocação. De facto, escreverá ele mesmo que, colocado na alternativa de escolher entre as adversidades do governo da Igreja e a tranquilidade da vida monástica, teria preferido mil vezes o serviço pastoral (cf. Sul sacerdocio, 6, 7): precisamente para isto Crisóstomo se sentia chamado. E realiza-se aqui a mudança decisiva da sua história vocacional: pastor de almas a tempo inteiro! A intimidade com a Palavra de Deus, cultivada durante os anos da eremitério, tinha amadurecido nele a urgência irresistível de pregar o Evangelho, de doar aos outros o que tinha recebido nos anos da meditação. O ideal missionário lançou-o assim, alma de fogo, no cuidado pastoral.

Entre 378 e 379 regressou à cidade. Diácono em 381 e presbítero em 386, tornou-se célebre pregador nas igrejas da sua cidade. Pronunciou homilias contra os arianos, seguidas pelas comemorativas dos mártires antioquenos e por outras sobre as principais festas litúrgicas: trata-se de um grande ensinamento da fé em Cristo, também à luz dos seus Santos. O ano de 387 foi "o ano heróico" de João, o da chamada "revolta das estátuas". O povo derrubou as estátuas imperiais, em sinal de protesto contra o aumento das taxas. Naqueles dias de Quaresma e de angústia por causa das punições infligidas por parte do imperador, ele pronunciou as suas 22 vibrantes homilias sobre as estátuas, finalizadas à penitência e à conversão. Seguiu-se o período da serena actividade pastoral (387-397).

Crisóstomo coloca-se entre os Padres mais fecundos: dele chegaram até nós 17 tratados, mais de 700 homilias autênticas, os comentários a Mateus e a Paulo (Cartas aos Romanos, aos Coríntios, aos aos Hebreus), e 241 cartas. Não foi um teólogo especulativo. Mas transmitiu a doutrina tradicional e segura da Igreja numa época de controvérsias teológicas suscitadas sobretudo pelo arianismo, isto é, pela negação da divindade de Cristo. Portanto, ele é uma testemunha credível do desenvolvimento dogmático alcançado pela Igreja nos séculos IV-V. A sua é uma teologia requintadamente pastoral, na qual é constante a preocupação da coerência entre o pensamento expresso pela palavra e a vivência existencial. É este, em particular, o fio condutor das maravilhosas catequeses, com as quais preparava os catecúmenos para receber o Baptismo.

Próximo da morte, escreveu que o valor do homem consiste no "conhecimento exacto da verdadeira doutrina e na rectidão da vida" (Carta do exílio). As duas coisas, conhecimento da verdade e rectidão na vida, caminham juntas: o conhecimento deve traduzir-se em vida. Cada uma das suas intervenções tinha sempre por finalidade desenvolver nos fiéis o exercício da inteligência, da verdadeira razão, para compreender e traduzir em prática as exigências morais e espirituais da fé.

João Crisóstomo preocupa-se por acompanhar com os seus escritos o desenvolvimento integral da pessoa, nas dimensões física, intelectual e religiosa. As várias fases do crescimento são comparadas a outros tantos mares de um oceano imenso: "O primeiro destes mares é a infância" (Homilia 81, 5 sobre o Evangelho de Mateus). De facto "precisamente nesta primeira idade se manifestam as inclinações para o vício e para a virtude". Por isso a lei de Deus deve ser desde o início impressa na alma "como numa tábua de cera" (Homilia 3, 1 sobre o Evangelho de João): de facto esta é a idade mais importante. Devemos ter presente como é fundamental que nesta primeira fase da vida entrem realmente no homem as grandes orientações que dão perspectiva justa à existência. Por isso Crisóstomo recomenda: "Precavei as crianças desde a mais tenra idade com armas espirituais, e ensinai-lhes a persignar a fronte com a mão" (Homilia 12, 7 sobre a primeira Carta aos Coríntios). Vêm depois a adolescência e a juventude: "à infância segue-se o mar da adolescência, onde os ventos sopram violentos..., porque cresce em nós... a concupiscência" (Homilia 81, 5 sobre o Evangelho de Mateus). Por fim, chegam o noivado e o matrimónio: "À juventude segue-se a idade da pessoa madura, na qual chegam os compromissos de família: é o tempo de procurar esposa" (ibid.). Do matrimónio, ele recorda as finalidades, enriquecendo-as com a referência à virtude da temperança de uma rica trama de relações personalizadas. Os esposos bem preparados impedem o caminho do divórcio: tudo se desenvolve com alegria e podem-se educar os filhos para a virtude. Depois, quando nasce o primeiro filho, ele é "como uma ponte; os três tornam-se uma só carne, porque o filho une as duas partes" (Homilia 12, 5 sobre a Carta aos Colossences), e os três constituem "uma família, pequena Igreja" (Homilia 20, 6 sobre a Carta aos Efésios).

A pregação de Crisóstomo realizava-se habitualmente durante a liturgia, "lugar" no qual a comunidade se constrói com a Palavra e com a Eucaristia. Nela, a assembleia reunida expressa a única Igreja (Homilia 8, 7 sobre a Carta aos Romanos), a mesma palavra dirige-se em qualquer lugar a todos (Homilia 24, 2 sobre a primeira Carta aos Coríntios), e a comunhão eucarística torna-se sinal eficaz de unidade (Homilia 32, 7 sobre o Evangelho de Mateus). O seu projecto pastoral estava inserido na vida da Igreja, na qual os fiéis leigos com o Baptismo assumem o ofício sacerdotal, real e profético. Ele diz ao fiel leigo: "Também a ti o Baptismo torna rei, sacerdote e profeta" (Homilia 3, 5 sobre a segunda Carta aos Coríntios).Provém daqui o dever fundamental da missão, porque cada um de certa forma é responsável da salvação dos outros: "Este é o princípio da nossa vida social... não nos interessarmos apenas de nós!" (Homilia 9, 2 sobre o Génesis). Tudo isto se desenvolve entre dois pólos: a grande Igreja e a "pequena Igreja", a família, em relação recíproca.

Como podeis ver, queridos irmãos e irmãs, esta lição de Crisóstomo sobre a presença autenticamente cristã dos fiéis na família e na sociedade, permanece ainda hoje actual como nunca. Rezemos ao Senhor para que nos torne dóceis aos ensinamentos deste grande Mestre da fé.
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Saudação

Amados irmãos e irmãs!

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os visitantes vindos de Lisboa, e os brasileiros do Governo do Estado do Rio de Janeiro, juntamente com o Bispo de Petrópolis, e os paroquianos de São Bernardo do Campo, de São Paulo e de Maceió. Sejam bem-vindos! Faço votos de que a vossa passagem por Roma possa servir de estímulo para um compromisso com Cristo pelo Baptismo, e proclamar, com renovado ardor missionário, a grandeza do amor de Deus pelos homens. Que Deus vos abençoe!



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