Audiências 2005-2013 24107

24 de Outubro de 2007: Santo Ambrósio

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Queridos irmãos e irmãs!

O Santo Bispo Ambrósio do qual vos falo hoje faleceu em Milão na noite de 3 para 4 de Abril de 397. Era a alvorada do Sábado Santo. No dia anterior, por volta das cinco da tarde, tinha rezado, deitado na cama, com os braços abertos em forma de cruz. Participava assim, no solene tríduo pascal, da morte e ressurreição do Senhor. "Nós víamos os seus lábios mover-se", testemunha Paulino, o diácono fiel que a convite de Agostinho escreveu a sua Vida, "mas não ouvíamos a sua voz". Improvisamente parecia que a situação precipitava. Onorato, Bispo de Vercelli, que assistia Ambrósio e dormia no andar de cima, foi acordado por uma voz que repetia: "Levanta-te, depressa! Ambrósio está prestes a morrer...". Onorato desceu depressa prossegue Paulino "e deu ao Santo o Corpo do Senhor. Logo que o tomou e engoliu, Ambrósio rendeu o espírito, levando consigo o bom viático. Assim a sua alma, fortalecida pela virtude daquele alimento, goza agora da companhia dos anjos" (Vida 47). Naquela Sexta-Feira Santa de 397 os braços abertos de Ambrósio moribundo expressavam a sua mística participação na morte e na ressurreição do Senhor. Era esta a sua última catequese: no silêncio das palavras, ele falava ainda com o testemunho da vida.

Quando morreu, Ambrósio não era idoso. Ainda não tinha 60 anos, tendo nascido por volta de 340 em Tréveros, onde o pai era prefeito das Gálias. A família era cristã. Quando o pai faleceu, a mãe levou-o a Roma quando ainda era adolescente, e preparou-o para a carreira civil, garantindo-lhe uma sólida instrução rectórica e jurídica. Por volta de 370 foi enviado a governar as províncias da Emília e da Ligúria, com sede em Milão. Precisamente ali fermentava a luta entre ortodoxos e arianos, sobretudo depois da morte do Bispo ariano Auxêncio. Ambrósio interveio para pacificar os ânimos das duas facções adversas, e a sua autoridade foi tal que ele, sendo simples catecúmeno, foi aclamado pelo povo Bispo de Milão.

Até àquele momento Ambrósio era o mais alto magistrado do Império na Itália setentrional. Culturalmente muito preparado, mas de igual modo despreparado na abordagem às Escrituras, o novo Bispo pôs-se a estudá-las alacremente. Aprendeu a conhecer e a comentar a Bíblia pelas obras de Orígenes, o mestre indiscutível da "escola alexandrina". Deste modo Ambrósio transferiu para o ambiente latino a meditação das Escrituras iniciada por Orígenes, começando no Ocidente a prática da lectio divina. O método da lectio chegou a guiar toda a pregação e os escritos de Ambrósio, que surgiram precisamente da escuta orante da Palavra de Deus.

Um célebre exórdio de uma catequese ambrosiana mostra distintamente como o Santo Bispo aplicava o Antigo Testamento à vida cristã: "Quando se liam as histórias dos Patriarcas e as máximas dos Provérbios, falávamos todos os dias de moral diz o Bispo de Milão aos seus catecúmenos e aos neófitos para que, por eles formados e instruídos, vos habituásseis a entrar na vida dos Padres e a seguir o caminho da obediência aos preceitos divinos" (Os mistérios 1, 1). Por outras palavras, os neófitos e os catecúmenos, segundo o parecer do Bispo, depois de terem aprendido a arte do viver bem, já podiam considerar-se preparados para os grandes mistérios de Cristo. Assim a pregação de Ambrósio que representa o núcleo da sua enorme obra literária parte da leitura dos Livros sagrados ("os Patriarcas, isto é, Livros históricos, e "os Provérbios", ou seja, os Livros sapienciais), para viver em conformidade com a divina Revelação.

É evidente que o testemunho pessoal do pregador e o nível de exemplaridade da comunidade cristã condicionaram a eficiência da pregação. Sob este ponto de vista é significativo um trecho das Confissões de Santo Agostinho. Ele tinha vindo de Milão como professor de rectórica; era céptico, não cristão. Estava procurando, mas não era capaz de encontrar realmente a verdade cristã. A comover o coração do jovem reitor africano, céptico e desesperado, e a estimulá-lo à conversão definitivamente, não foram antes de tudo as belas homilias (mesmo se por ele muito apreciadas) de Ambrósio. Mas sim o testemunho do Bispo e da sua Igreja milanesa, que rezava e cantava, compacta como um só corpo.

Uma Igreja capaz de resistir às prepotências do imperador e de sua mãe, que nos primeiros dias de 368 tinham voltado para pretender a requisição de um edifício de culto para as cerimónias dos arianos. No edifício que devia ser exigido narra Agostinho "o povo devoto vigiava, pronto a morrer com o próprio Bispo". Este testemunho das Confissões é precioso, porque assinala que algo se movia no íntimo de Agostinho, o qual prossegue: "Também nós participávamos da exaltação de todo o povo" (Confissões, 9, 7).

Da vida e do exemplo do Bispo Ambrósio, Agostinho aprendeu a crer e a pregar. Podemos referir-nos a um célebre sermão do Africano, que mereceu ser citado muitos séculos depois na Constituição conciliar Dei Verbum: "É necessário admoesta de facto no
DV 25 que todos os clérigos, sobretudo os sacerdotes e todos os que, como os diáconos e catequistas, se dedicam legitimamente ao ministério da palavra, se impregnem das Sagradas Escrituras, pela leitura assídua e o estudo diligente, para que não se torne e esta é a citação agostiniana "pregador vão e exterior da palavra de Deus quem no seu íntimo não o ouve"". Tinha aprendido precisamente de Ambrósio este "no seu íntimo", esta assiduidade na leitura da Sagrada Escritura em atitude orante, de modo a acolher realmente no próprio coração e assimilar a Palavra de Deus.

Queridos irmãos e irmãs, gostaria de vos voltar a propor uma espécie de "ícone patrístico", que, interpretado à luz de quanto dissemos, representa eficazmente "o coração" da doutrina ambrosiana. No sexto livro das Confissões Agostinho narra o seu encontro com Ambrósio, um encontro certamente de grande importância na história da Igreja. Ele escreve textualmente que, quando se encontrava com o Bispo de Milão, o achava regularmente empenhado com catervae de pessoas cheias de problemas, por cujas necessidades ele se prodigalizava. Havia sempre uma longa fila que esperava para falar com Ambrósio para dele obter conforto e esperança.

Quando Ambrósio não estava com elas, com o povo (e isto acontecia no espaço de pouquíssimo tempo), restabelecia o corpo com o alimento necessário, ou alimentava o espírito com as leituras. Aqui Ambrósio faz as suas maravilhas, porque Ambrósio lia as Escrituras sem pronunciar palavra, só com os olhos (cf. Conf. 6, 3). De facto, nos primeiros séculos cristãos, a leitura era estritamente concebida para a proclamação, e ler em voz alta facilitava a compreensão também de quem lia. Que Ambrósio pudesse ler as páginas só com os olhos, assinala a Agostinho admirado uma capacidade singular de leitura e de familiaridade com as Escrituras. Pois bem, naquela "leitura com os lábios", onde o coração se empenha a alcançar a inteligência da Palavra de Deus eis "o ícone" do qual estamos a falar pode-se entrever o método da catequese ambrosiana: é a própria Escritura, intimamente assimilada, que sugere os conteúdos a serem anunciados para levar à conversão dos corações.

Assim, segundo o magistério de Ambrósio e de Agostinho, a catequese é inseparável do testemunho de vida. Pode servir também para o catequista o que escrevi na Introdução ao cristianismo, a propósito do teólogo. Quem educa para a fé não pode arriscar de parecer uma espécie de clown, que recita uma parte "por profissão". Aliás usando uma imagem querida a Orígenes, escritor particularmente apreciado por Ambrósio ele deve ser como o discípulo amado, que reclinou a cabeça no coração do Mestre, e ali aprendeu o modo de pensar, de falar, de agir.

No final de tudo, o verdadeiro discípulo é aquele que anuncia o Evangelho do modo mais credível e eficaz.

Como o apóstolo João, o Bispo Ambrósio que nunca se cansava de repetir: "Omnia Christus est nobis!; Cristo é tudo para nós!" permanece uma testemunha autêntica do Senhor. Com as suas próprias palavras, cheias de amor a Jesus, concluímos assim a nossa catequese: "Omnia Christus est nobis! Se queres curar uma ferida, ele é o médico; se estás a arder de febre, ele é a fonte; se estás oprimido pela iniquidade, ele é a justiça; se precisas de ajuda, ele é a força; se temes a morte, ele é a vida; se desejas o céu, ele é o caminho; se estás nas trevas, ele é a luz... Saboreai e vede como o Senhor é bom: bem-aventurado é o homem que n'Ele depõe a sua esperança" (De virginitate 16, 99). Confiemos também nós em Cristo. Seremos assim bem-aventurados e viveremos em paz.

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, hoje representados por um grupo de visitantes de Portugal e pelos brasileiros com o Comandante, Oficiais e tripulantes do Navio-Escola Brasil.

Desejo a todos felicidades; e que crescendo na fé e na consciência da vocação cristã, honreis sempre a dignidade a que vos levou o Batismo: sois templos do Espírito Santo e novo Povo de Deus. E olhando para o grupo de jovens cadetes, digo: sede arautos da esperança! E, pela cultivada nobreza da vossa escolha de vida para servir a Pátria na Marinha, sede homens construtores de fraternidade, paz e solidariedade com todos sem exceção, para um mundo e para um Brasil melhor! Com estes votos, vos abençôo, assim como às vossas famílias e amigos.




31 de Outubro de 2007: São Máximo, Bispo de Turim

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Queridos irmãos e irmãs!

Entre o final do quarto século e o início do quinto, outro Padre da Igreja, depois de Santo Ambrósio, contribuiu decididamente para a difusão e o consolidamento do cristianismo na Itália setentrional: São Máximo, que vemos Bispo de Turim em 398, um ano depois da morte de Ambrósio. São muito poucas as notícias sobre ele; em compensação chegou até aos nossos dias uma colectânea de cerca de noventa Sermões. Deles sobressai aquele vínculo profundo e vital do Bispo com a sua cidade, que afirma um ponto de contacto evidente entre o ministério episcopal de Ambrósio e o de Máximo.

Naquela época graves tensões perturbavam a convivência civil ordenada. Máximo, neste contexto, conseguiu reunir o povo cristão em volta da sua pessoa de pastor e de mestre. A cidade estava ameaçada por grupos espalhados de bárbaros que, tendo entrado pelas portas orientais, se adentraram até aos Alpes ocidentais. Por isso Turim era estavelmente presidiada por guarnições militares, e tornava-se, nos momentos críticos, o refúgio das populações em fuga dos campos e dos centros urbanos privados de protecção. As intervenções de Máximo, perante esta situação, testemunham o compromisso de reagir à degradação civil e à desagregação. Mesmo se permanece difícil determinar a composição social dos destinatários dos Sermões, parece que a pregação de Máximo para superar o risco da generalidade se dirigisse de modo específico a um núcleo seleccionado da comunidade cristã de Turim, constituído por ricos proprietários de terras, que tinham as suas posses no campo em volta de Turim e a casa na cidade. Foi uma lúcida escolha pastoral do Bispo, que entreviu neste tipo de pregação o caminho mais eficaz para manter e fortalecer o próprio vínculo com o povo.

Nesta perspectiva, para ilustrar o ministério de Máximo na sua cidade, gostaria de expor por exemplo os Sermões 17 e 18, dedicados a um tema sempre actual, o da riqueza e da pobreza nas comunidades cristãs. Também neste âmbito a cidade estava invadida de graves tensões. As riquezas eram acumuladas e ocultadas. "Ninguém pensa nas necessidades dos outros", constata amargamente o Bispo no seu décimo sétimo Sermão. "De facto, muitos cristãos não só não distribuem os próprios bens, mas subtraem também os dos outros. Não só, digo, recolhendo o seu dinheiro não o levam aos pés dos apóstolos, mas também afastam dos pés dos sacerdotes os seus irmãos que procuram ajuda". E conclui: "Encontram-se na nossa cidade muitos hóspedes e peregrinos. Fazei quanto prometestes" aderindo à fé, "para que não se diga também a vós quanto foi dito a Ananias: "Não foi aos homens que mentistes, mas a Deus"" (Sermão 17, 2-3).

No Sermão sucessivo, o dezoito, Máximo estigmatiza formas recorrentes de crueldades sobre as desgraças do próximo. "Diz-me, cristão", assim apostrofa o Bispo os seus fiéis, "diz-me: porque te apoderaste da vítima abandonada pelos salteadores? Por que introduziste na tua casa um "proveito", como tu mesmo consideras, dilacerado e contaminado?". "Mas talvez", continua, "tu digas que o compraste e por isso pensas que evitas a acusação de avarento. Mas não é deste modo que se pode fazer corresponder a compra à venda. É uma boa coisa comprar, mas em tempo de paz e o que se vende livremente, não o que foi roubado durante um saque... Portanto, comporta-se como cristão e como cidadão aquele que compra para restituir" (Sermão 18, 3). Sem o evidenciar demasiado, Máximo chega assim a pregar uma relação profunda entre os deveres do cristão e os do cidadão. Aos seus olhos, viver a vida cristã significa também assumir os compromissos civis. Ao contrário, cada cristão que, "mesmo podendo viver com o seu trabalho, captura a vítima do próximo com a fúria das feras"; quem "insidia o seu vizinho, que todos os dias procura corroer os confins do outro, apoderar-se dos produtos", não é sequer semelhante à raposa que degola as galinhas, mas ao lobo que se lança contra os porcos" (Sermão 41, 4).

Em relação à atitude prudente de defesa assumida por Ambrósio para justificar a sua famosa iniciativa para resgatar os presos de guerra, sobressaem claramente as mudanças históricas que intervieram na relação entre o Bispo e as instituições da cidade. Apoiado por uma legislação que solicitava os cristãos a redimir os presos, Máximo, com a queda das autoridades civis do Império romano, sentia-se plenamente autorizado a exercer neste sentido um verdadeiro poder de controle sobre a cidade. Este poder tornou-se depois cada vez mais amplo e eficaz, chegando a suprir a ausência dos magistrados e das instituições civis. Neste contexto, Máximo não só se empenha por reacender nos fiéis o amor tradicional pela cidade pátria, mas proclama também o dever precioso de enfrentar as despesas fiscais, mesmo se podem parecer muito onerosas e desagradáveis (Sermão 26, 2). Em síntese, a tonalidade e o conteúdo dos Sermões deixam supor uma aumentada consciência da responsabilidade política do Bispo nas específicas circunstâncias históricas. Ele é "a sentinela" posta na cidade. Quem são estas sentinelas, pergunta de facto Máximo no Sermão 92, "a não ser os beatíssimos Bispos que, por assim dizer, são postos sobre uma fortaleza de sabedoria para a defesa dos povos, vêem de longe os males que chegam inesperadamente?". E no Sermão 89 o Bispo de Turim ilustra aos fiéis as suas tarefas, servindo-se de uma comparação singular entre a função episcopal e a das abelhas: "Como a abelha", diz ele, os Bispos "observam a castidade do corpo, concedem o alimento da vida celeste, usam o aguilhão da lei. São puros para santificar, meigos para restaurar, severos para punir". Assim São Máximo descreve a tarefa do Bispo no seu tempo.

Em conclusão, a análise histórica e literária demonstra uma crescente consciência da responsabilidade política da autoridade eclesiástica, num contexto no qual ela se ia substituindo à civil. De facto, esta é a orientação de desenvolvimento do ministério do Bispo na Itália norte-ocidental, a partir de Eusébio, que "como um monge" habitava na sua cidade de Vercelli, até Máximo de Turim, colocado "como sentinela" na fortaleza mais alta da cidade. É evidente que o contexto histórico, cultural e social é hoje profundamente diferente. O actual contexto é antes como foi descrito pelo meu venerado Predecessor, Papa João Paulo II, na Exortação pós-sinodal Ecclesia in Europa, onde oferece uma pormenorizada análise dos desafios e dos sinais de esperança para a Igreja na Europa hoje (6-22). Neste caso, excepto as mudadas condições, permanecem sempre válidos os deveres do crente para com a sua cidade e a sua pátria. O entrelaçamento dos compromissos do "cidadão honesto" com os do "bom cristão" não está minimamente superado.

Em conclusão, gostaria de recordar quanto diz a Constituição pastoral Gaudium et spes para iluminar um dos aspectos mais importantes da unidade de vida do cristão: a coerência entre fé e comportamento, entre Evangelho e cultura. O Concílio exorta os fiéis a "cumprir fielmente os próprios deveres terrenos, fazendo-se guiar pelo espírito do Evangelho. Erram aqueles que, sabendo que nós não temos neste mundo uma cidadania estável, mas que procuramos a futura, pensam poder por isso descuidar os próprios deveres terrenos, e não reflectem sobre o facto de que, ao contrário, precisamente a fé os obriga ainda mais a realizá-los, segundo a vocação de cada um" (
GS 43). Seguindo o magistério de São Máximo e de muitos outros Padres, façamos nossos os votos do Concílio, que os fiéis se sintam cada vez mais desejosos de "desempenhar todas as suas actividades terrenas, unindo os esforços humanos, domésticos, profissionais, científicos e técnicos numa única síntese vital juntamente com os bens religiosos, sob cuja altíssima direcção tudo é coordenado para glória de Deus" (ibid.), e assim para o bem da humanidade.
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Saudação

Saúdo com amizade todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os grupos das paróquias de Jaboticabal, São Paulo e Tambaú, que vieram junto do túmulo do Apóstolo São Pedro renovar a profissão de fé e a promessa de maior coerência entre a fé e a vida. Para os presentes e seus familiares, vão meus votos de graça e paz divina, com a minha Bênção Apostólica.



7 de Novembro de 2007: São Jerónimo (1)

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Queridos irmãos e irmãs!

Detemos hoje a nossa atenção sobre São Jerónimo, um Padre da Igreja que colocou no centro da sua vida a Bíblia: traduziu-a em língua latina, comentou-a nas suas obras, e sobretudo empenhou-se em vivê-la concretamente na sua longa existência terrena, não obstante o conhecido carácter difícil e impetuoso que recebeu da natureza.

Jerónimo nasceu em Strídon por volta de 347 de uma família cristã, que lhe garantiu uma cuidadosa formação, enviando-o também a Roma para aperfeiçoar os seus estudos. Desde jovem sentiu atracção pela vida mundana (cf. Ep 22,7), mas prevaleceram nele o desejo e a intercessão pela religião cristã. Tendo recebido o baptismo por volta de 336, orientou-se para a vida ascética e, tendo ido a Aquileia, inseriu-se num grupo de cristãos fervorosos por ele definido quase "um coro de beatos" (Chron. ad ann. 374) reunido em volta do Bispo Valeriano. Partiu depois para o Oriente e viveu como eremita no deserto de Calcide, a sul de Alepo (cf. Ep 14,10), dedicando-se seriamente aos estudos. Aperfeiçoou o seu conhecimento do grego, iniciou o estudo do hebraico (cf. Ap. 125,12), transcreveu códices e obras patrísticas (cf. Ep. 5,2). A meditação, a solidão, o contacto com a Palavra de Deus fizeram amadurecer a sua sensibilidade cristã. Sentiu mais incómodo o peso dos anos juvenis (cf. Ep 22,7), e advertiu vivamente o contraste entre mentalidade pagã e vida cristã: um contraste que se tornou célebre pela "visão" dramática e vivaz, da qual nos deixou uma narração. Nela pareceu-lhe ser flagelado diante de Deus, porque "ciceroniano e não-cristão" (cf. Ep 22,30).

Em 382 transferiu-se para Roma: aqui o Papa Dâmaso, conhecendo a sua fama de asceta e a sua competência de estudioso, assumiu-o como secretário e conselheiro; encorajou-o a empreender uma nova tradução latina dos textos bíblicos por motivos pastorais e culturais. Algumas pessoas da aristocracia romana, sobretudo fidalgas como Paula, Marcela, Asella, Lea e outras, desejosas de se empenharem no caminho da perfeição cristã e de aprofundarem o seu conhecimento da Palavra de Deus, escolheram-no como sua guia espiritual e mestre na abordagem metódica aos textos sagrados. Estas fidalgas aprenderam também grego e hebraico.

Depois da morte do Papa Dâmaso, Jerónimo deixou Roma em 385, e empreendeu uma peregrinação, primeiro à Terra Santa, testemunha silenciosa da vida terrena de Cristo, depois ao Egipto, terra de eleição de muitos monges (cf. Contra Rufinum 3, 22; EP 108,6-14). Em 386 permaneceu em Belém onde, por generosidade da fidalga Paula, foram construídos um mosteiro masculino, um feminino e uma estalagem para os peregrinos que iam à Terra Santa, "pensando que Maria e José não tinham encontrado onde repousar" (EP 108,14). Permaneceu em Belém até à morte, continuando a desempenhar uma intensa actividade: comentou a Palavra de Deus; defendeu a fé, opondo-se vigorosamente a várias heresias; exortou os monges à perfeição; ensinou a cultura clássica e cristã a jovens alunos; acolheu com alma pastoral os peregrinos que visitavam a Terra Santa. Faleceu na sua cela, perto da gruta da Natividade, a 30 de Setembro de 419/420.

A preparação literária e a ampla erudição permitiram que Jerónimo fizesse a revisão e a tradução de muitos textos bíblicos: um precioso trabalho para a Igreja latina e para a cultura ocidental. Com base nos textos originais em grego e em hebraico e graças ao confronto com versões anteriores, ele realizou a revisão dos quatro Evangelhos em língua latina, depois o Saltério e grande parte do Antigo Testamento. Tendo em conta o original hebraico e grego, dos Setenta, a versão grega clássica do Antigo Testamento que remontava ao tempo pré-cristão, e as precedentes versões latinas, Jerónimo, com a ajuda de outros colaboradores, pôde oferecer uma tradução melhor: ela constitui a chamada "Vulgata", o texto "oficial" da Igreja latina, que foi reconhecido como tal pelo Concílio de Trento e que, depois da recente revisão, permanece o texto "oficial" da Igreja de língua latina. É interessante ressaltar os critérios aos quais o grande biblista se ateve na sua obra de tradutor. Revela-o ele mesmo quando afirma respeitar até a ordem das palavras das Sagradas Escrituras, porque nelas, diz, "até a ordem das palavras é um mistério" (EP 57,5), isto é, uma revelação. Reafirma ainda a necessidade de recorrer aos textos originários: "Quando surge um debate entre os Latinos sobre o Novo Testamento, para as relações discordantes dos manuscritos, recorremos ao original, isto é, ao texto grego, no qual foi escrito o Novo Pacto. Do mesmo modo para o Antigo Testamento, se existem divergências entre os textos gregos e latinos, apelamos ao texto original, o hebraico; assim tudo o que brota da nascente, podemo-lo encontrar nos ribeiros" (EP 106,2). Além disso, Jerónimo comentou também muitos textos bíblicos. Para ele os comentários devem oferecer numerosas opiniões, "de modo que o leitor cauteloso, depois de ter lido as diversas explicações e conhecido numerosas opiniões para aceitar ou rejeitar julgue qual seja a mais fidedigna e, como um perito de câmbios, rejeite a moeda falsa" (Contra Rufinum 1, 16).

Contestou enérgica e vivazmente os hereges que recusavam a tradição e a fé da Igreja. Demonstrou também a importância e a validade da literatura cristã, que se tornou uma verdadeira cultura já digna de ser posta em confronto com a clássica: fê-lo compondo o De viris illustribus, uma obra na qual Jerónimo apresenta as biografias de mais de uma centena de autores cristãos. Escreveu também biografias de monges, ilustrando ao lado de outros percursos espirituais também o ideal monástico; traduziu também várias obras de autores gregos. Por fim, no importante Epistolário, uma obra-prima da literatura latina, Jerónimo sobressai com as suas características de homem culto, de asceta e de guia das almas.

Que podemos nós aprender de São Jerónimo? Sobretudo, penso, o seguinte: amar a Palavra de Deus na Sagrada Escritura. Diz São Jerónimo: "Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo". Por isso é importante que cada cristão viva em contacto e em diálogo pessoal com a palavra de Deus, que nos é dada na Sagrada Escritura. Este nosso diálogo com ela deve ter sempre duas dimensões: por um lado, deve ser um diálogo realmente pessoal, porque Deus fala com cada um de nós através da Sagrada Escritura e cada um tem uma mensagem. Devemos ler a Sagrada Escritura não como palavra do passado, mas como Palavra de Deus que se dirige também a nós e procurar compreender o que o Senhor nos quer dizer. Mas para não cair no individualismo devemos ter presente que a Palavra de Deus nos é dada precisamente para construir comunhão, para nos unir na verdade no nosso caminho para Deus. Portanto, ela, mesmo sendo sempre uma palavra pessoal, é também uma Palavra que constrói comunidade, que constrói a Igreja. Por isso, devemos lê-la em comunhão com a Igreja viva. O lugar privilegiado da leitura e da escuta da Palavra de Deus é a liturgia, na qual, celebrando a Palavra e tornando presente no Sacramento o Corpo de Cristo, actualizamos a Palavra na nossa vida e tornámo-la presente entre nós. Nunca devemos esquecer que a Palavra de Deus transcende os tempos. As opiniões humanas vão e voltam. O que hoje é muito moderno, amanhã será velho. A Palavra de Deus, ao contrário, é Palavra de vida eterna, tem em si a eternidade, ou seja, é válida para sempre. Trazendo em nós a Palavra de Deus, trazemos também em nós o eterno, a vida eterna.

E concluo com uma palavra de São Jerónimo a São Paulino de Nola. Nela o grande exegeta expressa precisamente esta realidade, isto é, que na Palavra de Deus recebemos a eternidade, a vida eterna. Diz São Jerónimo: "Procuremos aprender na terra aquelas verdades cuja consistência persistirá também no céu" (EP 53,10).
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Saudação

Com fraterna amizade saúdo os Bispos de Portugal aqui presentes em visita ad limina Apostolorum, com o seu povo no coração para a vida e para a morte. Compartilho a tristeza que vos vai na alma pelo desastre rodoviário de anteontem, com numerosas vítimas e dezenas de feridos; o braço forte do Pai celeste a todos guarde e console. Às famílias atingidas por esta tragédia e a quantos trabalham por remediar as suas consequências, levai a certeza da minha particular solidariedade orante. Sobre todos eles, vós e demais peregrinos aqui presentes de língua portuguesa, com menção especial para o grupo vindo do Brasil, desça a minha Bênção.



14 de Novembro de 2007: São Jerónimo (2)

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Queridos irmãos e irmãs!

Continuemos hoje a apresentação da figura de São Jerónimo. Como dissemos na quarta-feira passada, ele dedicou a sua vida ao estudo da Bíblia, a ponto de ser reconhecido por um meu Predecessor, o Papa Bento XV, como "doutor eminente na interpretação das Sagradas Escrituras".

Jerónimo ressaltava a alegria e a importância de se familiarizar com os textos bíblicos: "Não te parece habitar já aqui na terra no reino dos céus, quando se vive entre estes textos, quando os meditamos, quando não se conhece e não se procura nada mais?" (EP 53,10). Na realidade, dialogar com Deus, com a sua Palavra, é num certo sentido presença do Céu, isto é, presença de Deus. Aproximar-se dos textos bíblicos, sobretudo do Novo Testamento, é essencial para o crente, porque "ignorar a Escritura é ignorar Cristo". É sua esta célebre frase, citada também pelo Concílio Vaticano II na Constituição Dei Verbum (
DV 25).

Verdadeiramente "apaixonado" pela Palavra de Deus, ele perguntava: "Como se poderia viver sem a ciência das Escrituras, através das quais se aprende a conhecer o próprio Cristo, que é a vida dos crentes?" (Ep 30,7).A Bíblia, instrumento "com o qual todos os dias Deus fala aos fiéis" (EP 133,13), torna-se assim estímulo e fonte da vida cristã para todas as situações e para cada pessoa. Ler a Escritura é conversar com Deus: "Se rezas escreve ele a uma jovem nobre de Roma falas com o Esposo; se lês, é Ele quem te fala" (EP 22,25). O estudo e a meditação da Escritura tornam o homem sábio e sereno (cf. In Eph., prol.). Sem dúvida, para compreender cada vez mais profundamente a palavra de Deus é necessária uma dedicação constante e progressiva. Assim Jerónimo recomendava ao sacerdote Nepociano: "Lê com muita frequência as divinas Escrituras; aliás, que o Livro sagrado nunca seja deposto das tuas mãos. Aprende aqui o que tu deves ensinar (EP 52,7). Dava estes conselhos à matrona romana Leta para a educação cristã da filha: "Certifica-te que ela estude todos os dias alguns trechos da Escritura... Que depois da oração se dedique à leitura, e depois da leitura à oração... Que em vez das jóias e dos vestidos de seda, ela aprecie os Livros divinos" (EP 107,9 EP 107,12). Com a meditação e a ciência das Escrituras "mantém-se o equilíbrio da alma" (Ad Eph., prol.). Só um profundo espírito de oração e a ajuda do Espírito Santo nos podem introduzir na compreensão da Bíblia: "Na interpretação da Sagrada Escritura nós temos sempre necessidade do socorro do Espírito Santo" (In Mich., 1, 1, 10, 15).

Toda a vida de Jerónimo se distingue por um amor apaixonado pelas Escrituras, um amor que ele sempre procurou despertar nos fiéis: "Ama a Sagrada Escritura e a sabedoria amar-te-á; ama-a ternamente e ela guardar-te-á; honra-a e receberás as suas carícias. Que ela seja para ti como os teus colares e brincos" (EP 130,20). E ainda: "Ama a ciência da Escritura, e não amarás os vícios da carne" (EP 125,11).

Para Jerónimo um critério fundamental de método na interpretação das Escrituras era a sintonia com o magistério da Igreja. Nunca podemos sozinhos ler a Escritura. Encontramos demasiadas portas fechadas e facilmente caímos no erro. A Bíblia foi escrita pelo Povo de Deus e para o Povo de Deus, sob a inspiração do Espírito Santo. Só nesta comunhão com o Povo de Deus podemos realmente entrar com o "nós" no núcleo da verdade que o próprio Deus nos quer dizer. Para ele uma interpretação autêntica da Bíblia devia estar sempre em concordância harmoniosa com a fé da Igreja católica. Não se trata de uma exigência imposta a este Livro a partir de fora; o Livro é precisamente a voz do Povo de Deus peregrino e só na fé deste Povo temos, por assim dizer, a tonalidade justa para compreender a Sagrada Escritura. Por isso Jerónimo admoestava: "Permanece firmemente apegado à doutrina tradicional que te foi ensinada, para que tu possas exortar segundo a tua sã doutrina e contrastar quantos a contradizem" (EP 52,7). Em particular, dado que Jesus Cristo fundou a sua Igreja sobre Pedro, cada cristão concluía ele deve estar em comunhão "com a Cátedra de São Pedro. Eu sei que sobre esta pedra está edificada a Igreja" (EP 15,2). Consequentemente, sem meios-termos, declarava: "Eu estou com todo aquele que estiver na Cátedra de São Pedro" (EP 16).

Obviamente Jerónimo não descuida o aspecto ético. Com frequência ele recorda o dever de conciliar a vida com a Palavra divina e só vivendo-a encontramos também a capacidade de a compreender. Esta coerência é indispensável para cada cristão, e particularmente para o pregador, para que as suas acções, se forem discordantes em relação aos discursos, não o ponham em dificuldade. Assim exorta o sacerdote Nepociano: "Que as tuas acções não desmintam as tuas palavras, para que não aconteça que, quando pregas na igreja, haja quem no seu íntimo comente: "Por que precisamente tu não te comportas assim?". Verdadeiramente simpático aquele mestre que, de barriga cheia, disserta sobre o jejum; também um ladrão pode censurar a avareza; mas no sacerdote de Cristo a mente e a palavra devem estar em sintonia" (EP 52,7). Noutra carta Jerónimo recorda: "Também se possui uma doutrina maravilhosa, não tem vergonha a pessoa que se sente condenar pela própria consciência" (EP 127,4). Sempre em tema de coerência, ele observa: o Evangelho deve traduzir-se em atitudes de caridade verdadeira, porque em cada ser humano está presente a própria Pessoa de Cristo. Dirigindo-se, por exemplo, ao presbítero Paulino (que depois foi Bispo de Nola e Santo), Jerónimo assim o aconselha: "O verdadeiro templo de Cristo é a alma do fiel: ornamenta este santuário, embeleza-o, coloca nele as tuas ofertas e recebe Cristo. Para que revestir as paredes de pedras preciosas, se Cristo morre de fome na pessoa de um pobre?" (EP 58,7). Jerónimo concretiza: é preciso "vestir Cristo nos pobres, visitá-lo em quem sofre, alimentá-lo nos famintos, dar-lhe abrigo nos desalojados" (EP 130,14). O amor a Cristo, alimentado com o estudo e a meditação, faz-nos superar qualquer dificuldade: "Amemos também nós Jesus Cristo, procuremos sempre a união com ele: então parecer-nos-á fácil também o que é difícil" (EP 22,40).

Jerónimo, definido por Próspero de Aquitânia "modelo de comportamento e mestre do género humano" (Carmen de ingratis, 57), deixou-nos também um ensinamento rico e variado sobre o ascetismo cristão. Ele recorda que um compromisso corajoso em relação à perfeição exige uma vigilância constante, mortificações frequentes, mesmo se com moderação e prudência, um trabalho intelectual ou manual assíduo para evitar o ócio (cf. Epp. 125, 11 e 130, 15), e sobretudo a obediência a Deus: "Nada... apraz tanto a Deus como a obediência... que é a virtude mais excelsa e única" (Hom. de Oboedientia: CCL 78, 552). No caminho ascético pode estar incluída também a prática das peregrinações. Em particular, Jerónimo estimulou as peregrinações à Terra Santa, onde os peregrinos eram acolhidos e hospedados nos edifícios ao lado do mosteiro de Belém, graças à generosidade da fidalga Paula, filha espiritual de Jerónimo (cf. Ep. 108,14).

Por fim, não podemos deixar de mencionar o contributo dado por Jerónimo em matéria de pedagogia cristã (cf. Epp. 107 e 128). Ele propõe-se formar "uma alma que deve tornar-se o templo do Senhor" (EP 107,4), uma "gema preciosíssima" aos olhos de Deus (Ep 107,13). Com profunda intuição ele aconselha a sua preservação do mal e das ocasiões pecaminosas, a exclusão de amizades equívocas ou dissipantes (cf. Ep. 107,4e 8-9 cf. também EP 128,3-4). Sobretudo exorta os pais para que criem um ambiente de tranquilidade e de alegria em volta dos filhos, os estimulem ao estudo e ao trabalho, também com o louvor e a emulação (cf. Epp. 107, 4 e 128, 1), os encoragem a superar as dificuldades, favoreçam neles os bons hábitos e os preservem dos maus costumes porque e cita uma frase de Públio Sírio que ouviu na escola "dificilmente conseguirás corrigir-te daquelas coisas às quais te vais tranquilamente habituando" (EP 107,8). Os pais são os principais educadores dos filhos, os primeiros mestres de vida. Com muita clareza Jerónimo, dirigindo-se à mãe de uma jovem e mencionando depois o pai, admoesta, quase expressando uma exigência fundamental de cada criatura humana que empreende a existência: "Que ela encontre em ti a sua mestra, e olhe para ti com admiração na sua inexperiente juventude. Que nunca veja em ti nem em seu pai atitudes que a levem a pecar, se forem imitadas. Recordai-vos de que... a podeis educar mais com o exemplo do que com a palavra" (EP 107,9). Entre as principais intuições de Jerónimo como pedagogo devem ser ressaltadas a importância atribuída a uma educação sadia e completa desde a infância, a responsabilidade peculiar reconhecida aos pais, a urgência de uma séria formação moral e religiosa, a exigência do estudo para uma formação humana mais completa.

Além disso, um aspecto bastante esquecido nos tempos antigos, mas considerado vital pelo nosso autor, é a promoção da mulher, à qual reconhece o direito a uma formação completa: humana, escolar, religiosa, profissional. E vemos precisamente hoje como a educação da personalidade na sua totalidade, a educação para a responsabilidade diante de Deus e do homem, seja a verdadeira condição para qualquer progresso, paz, reconciliação e exclusão da violência. Educação diante de Deus e do homem: é a Sagrada Escritura que nos oferece a guia para a educação e assim para o verdadeiro humanismo.

Não podemos concluir estas rápidas anotações sobre o grande Padre da Igreja sem mencionar a contribuição eficaz por ela dada à salvaguarda dos elementos positivos e válidos das antigas culturas judaica, grega e romana na nascente civilização cristã. Jerónimo reconheceu e assimilou os valores artísticos, a riqueza dos sentimentos e a harmonia das imagens presentes nos clássicos, que educam o coração e a fantasia para sentimentos nobres. Sobretudo, ele pôs no centro da sua vida e da sua actividade a Palavra de Deus, que indica ao homem os caminhos da vida, e revela-lhe os segredos da santidade. Por tudo isto devemos estar-lhe profundamente gratos, precisamente no nosso hoje.
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Saudações

Caríssimos irmãos e irmãs de língua portuguesa!

Saúdo os que me ouvem, desejando-lhes todo o bem, com as graças divinas, na sua caminhada como novo Povo de Deus. Em particular, sejam bem-vindos os grupos de peregrinos do Brasil e de Portugal: abençoando-vos, penso em vossos entes queridos. Que sejais felizes!




Praça de São Pedro

21 de Novembro de 2007: Afrates, o Sábio persa


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