Audiências 2005-2013 21117

21 de Novembro de 2007: Afrates, o Sábio persa

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Queridos irmãos e irmãs!

Na nossa excursão pelo mundo dos Padres da Igreja, gostaria hoje de vos guiar a uma parte pouco conhecida deste universo da fé, isto é, aos territórios nos quais floresceram as Igrejas de língua semítica, ainda não influenciadas pelo pensamento grego. Estas Igrejas, ao longo do século IV, desenvolvem-se no Próximo Oriente, da Terra Santa ao Líbano e à Mesopotâmia. Naquele século, que é um período de formação a nível eclesial e literário, estas comunidades conhecem o afirmar-se do fenómeno ascético-monástico com características autóctones, que não sofrem a influência do monaquismo egípcio. Portanto, as comunidades sírias do século IV representam o mundo semítico do qual saiu a própria Bíblia, e são expressão de um cristianismo cuja formulação teológica ainda não entrou em contacto com correntes culturais diversas, mas vive em formas próprias de pensamento. São Igrejas nas quais o ascetismo sob várias formas eremíticas (eremitas no deserto, nas cavernas, isolados, estilitas), e o monaquismo sob formas de vida comunitária, exercem um papel de vital importância no desenvolvimento do pensamento teológico espiritual.

Gostaria de apresentar este mundo através da grande figura de Afrates, conhecido também com o apelido de "Sábio", uma das personagens mais importantes e ao mesmo tempo mais enigmáticas do cristianismo sírio do século IV.

Originário da região de Nínive-Mossul, hoje no Iraque, viveu na primeira metade do século IV. Temos poucas notícias sobre a sua vida; manteve contudo estreitos relacionamentos com os ambientes ascético-monásticos da Igreja síria, da qual nos conservou notícias na sua obra e à qual dedica parte da sua reflexão. Segundo algumas fontes chefiou um mosteiro, e por fim foi também consagrado Bispo. Escreveu 23 discursos com o nome de Exposições ou Demonstrações, nos quais trata diversos temas de vida cristã, como a fé, o amor, o jejum, a humildade, a oração, a própria vida ascética e também a relação entre judaísmo e cristianismo, entre Antigo e Novo Testamento. Escreveu num estilo simples, com frases breves e paralelismos por vezes contrastantes; conseguiu contudo estabelecer um discurso coerente com um desenvolvimento bem articulado dos vários temas que tratou.

Afrates era originário de uma comunidade eclesial que se encontra na fronteira entre o judaísmo e o cristianismo. Era uma comunidade muito ligada à Igreja-mãe de Jerusalém, e os seus Bispos eram tradicionalmente escolhidos entre os chamados "familiares" de Tiago, o "irmão do Senhor" (cf.
Mc 6,3): isto é, eram pessoas relacionadas por vínculos de sangue e pela fé à Igreja hierosolimitana. A língua de Afrates é a síria, portanto uma língua semítica como o hebraico do Antigo Testamento e como o aramaico falado pelo próprio Jesus. A comunidade eclesial na qual viveu Afrates era uma comunidade que procurava permanecer fiel à tradição judaico-cristã, da qual se sentia filha. Significativamente Afrates definiu-se "discípulo da Sagrada Escritura" do Antigo e do Novo Testamento (Exposição 22, 26), que considerava sua única fonte de inspiração, recorrendo a eles de modo tão abundante que fez deles o centro da sua reflexão.

São diversos os argumentos que Afrates desenvolve nas suas Exposições. Fiel à tradição síria, com frequência apresenta a salvação realizada por Cristo como uma cura e, portanto, o próprio Cristo como médico. O pecado, ao contrário, é visto como uma ferida, que só a penitência pode curar: "Um homem que foi ferido na guerra, diz Afrates, não sente vergonha de se entregar nas mãos de um sábio médico...; do mesmo modo, quem foi ferido por Satanás não se deve envergonhar de reconhecer a sua culpa e de se afastar dela, pedindo a medicina da penitência" (Exposição 7, 3). Outro aspecto importante na obra de Afrates é o seu ensinamento sobre a oração, e de modo especial sobre Cristo como mestre de oração. O cristão reza seguindo o ensinamento de Jesus e o seu exemplo de orante: "O nosso Salvador ensinou-nos a rezar assim, dizendo: "Reza em segredo Aquele que está escondido, mas que tudo vê"; e ainda: "Entra no teu quarto e reza ao teu Pai em segredo, e o Pai que vê em segredo recompensar-te-á" (Mt 6,6)... O que o nosso Salvador quer mostrar é que Deus conhece os desejos e os pensamentos do coração" (Exposição 4, 10).

Para Afrates a vida cristã centra-se na imitação de Cristo, em carregar o seu jugo e em segui-lo pelos caminhos do Evangelho. Uma das virtudes que mais convém ao discípulo de Cristo é a humildade. Ela não é um aspecto secundário na vida espiritual do cristão: a natureza do homem é humilde, e é Deus que a exalta na sua própria glória. A humildade, observa Afrates, não é um valor negativo: "Se a raiz do homem está plantada na terra, os seus frutos elevam-se diante do Senhor da grandeza" (Exposição 9, 14). Permanecendo humilde, também na realidade terrena em que vive, o cristão pode entrar em relação com o Senhor: "O humilde é humilde, mas o seu coração eleva-se a alturas excelsas. Os olhos do seu rosto observam a terra e os olhos da mente a altura excelsa" (Exposição 9, 2).

A visão que Afrates tem do homem e da sua realidade corporal é muito positiva: o corpo humano, a exemplo de Cristo humilde, está chamado à beleza, à alegria, à luz: "Deus aproxima-se do homem que ama, e é justo amar a humildade e permanecer na condição de humildade. Os homens são simples, pacientes, amados, íntegros, rectos, peritos no bem, prudentes, serenos, sábios, mansos, pacíficos, misericordiosos, prontos a converter-se, benévolos, profundos, ponderados, belos e desejáveis" (Exposição 9, 14). Com frequência em Afrates a vida cristã é apresentada numa clara dimensão ascética e espiritual: a fé é a sua base, o fundamento; ela faz do homem um templo no qual habita o próprio Cristo. Portanto a fé torna possível uma caridade sincera, que se exprime no amor a Deus e ao próximo. Outro aspecto importante em Afrates é o jejum, que por ele é entendido em sentido amplo. Ele fala do jejum dos alimentos como de uma prática necessária para ser caritativo e casto, do jejum constituído pela continência em vista da santidade, do jejum das palavras vãs ou detestáveis, do jejum da cólera, do jejum da propriedade de bens em vista do ministério, do jejum do sono para se dedicar à oração.

Queridos irmãos e irmãs, voltemos ainda para concluir ao ensinamento de Afrates sobre a oração. Segundo este antigo "Sábio", a oração realiza-se quando Cristo habita no coração do cristão, e o convida a um compromisso coerente de caridade para com o próximo. De facto, escreve:

"Dá alívio aos oprimidos, visita os doentes, sê solícito para com os pobres: esta é a oração.
A oração é boa, e as suas obras são belas.
A oração é aceite quando dá alívio ao próximo.
A oração é ouvida quando nela se encontra também o perdão das ofensas.
A oração é forte quando está repleta da força de Deus" (Exposição 4, 14-16).

Com estas palavras Afrates convida-nos a uma oração que se torna vida cristã, vida realizada, vida imbuída de fé, da abertura a Deus e, assim, do amor ao próximo.

Saudações

Saúdo o grupo de visitantes do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa, a quem agradeço a presença e quanto a mesma significa de confissão de fé e amor a Jesus Cristo vivo na sua Igreja. Que Deus vos guarde e abençoe!

Apelo

Chegam notícias dolorosas sobre a precária situação humanitária a Somália, especialmente em Mogadíscio, cada vez mais atormentada pela insegurança social e pela pobreza. Acompanho com trepidação a evolução dos acontecimentos e faço apelo a quantos têm responsabilidades políticas, a nível local e internacional, para que se encontrem soluções pacíficas e se dê alívio àquela querida população. Encorajo, de igual modo, os esforços de quantos, mesmo na insegurança e na dificuldade, permanecem naquela região para levar ajuda e alívio aos habitantes.



28 de Novembro de 2007: Santo Efrém, o Sírio

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Queridos irmãos e irmãs!

Segundo a opinião comum de hoje, o cristianismo seria uma religião europeia, que teria exportado depois a cultura deste Continente para outros Países. Mas a realidade é muito mais complexa, porque a raiz da religião cristã se encontra no Antigo Testamento e portanto em Jerusalém e no mundo semítico. O cristianismo alimenta-se sempre desta raiz do Antigo Testamento. Também a sua expansão nos primeiros séculos se verificou quer a Ocidente no mundo greco-latino, onde inspirou depois a cultura europeia quer a Oriente, até à Pérsia, à Índia, contribuindo assim para suscitar uma cultura específica, em línguas semíticas, com uma identidade própria. Para mostrar esta pluriformidade da única fé cristã dos inícios, na catequese de quarta-feira passada falei de um representante deste outro cristianismo, Afrates, o sábio persa, por nós quase desconhecido. Na mesma linha desejaria falar hoje sobre Santo Efrém, nascido em Nisibi por volta de 306 numa família cristã. Ele foi o mais importante representante do cristianismo de língua síria e conseguiu conciliar de modo único a vocação do teólogo com a do poeta. Formou-se e cresceu ao lado de Tiago, Bispo de Nisibi (303-338), e juntamente com ele fundou a escola teológica da sua cidade. Ordenado diácono, viveu intensamente a vida da comunidade cristã local até 363, ano em que em Nisibi caiu nas mãos dos Persas. Efrém então emigrou para Edessa, onde prosseguiu a sua actividade de pregador. Faleceu nesta cidade no ano de 373, vítima do contágio contraído no cuidado dos doentes de peste. Não se tem a certeza se era monge, mas contudo é certo que permaneceu diácono toda a sua vida e abraçou a virgindade e a pobreza. Assim se mostra na especificidade da sua expressão cultural a comum e fundamental identidade cristã: a fé, a esperança esta esperança que permite viver pobre e casto neste mundo, pondo todas as expectativas no Senhor e por fim a caridade, até ao dom de si mesmo na cura dos doentes de peste.

Santo Efrém deixou-nos uma grande herança teológica: a sua considerável produção pode reunir-se em quatro categorias: obras escritas em prosa ordinária (as suas obras polémicas, ou os comentários bíblicos); obras em prosa poética; homilias em versos; por fim os hinos, certamente a obra mais ampla de Efrém. Ele é um autor rico e interessante sob muitos aspectos, mas sobretudo sob o perfil teológico. A especificidade do seu trabalho é que nele teologia e poesia se encontram. Querendo aproximar-nos da doutrina, devemos insistir desde o início sobre este aspecto: isto é, o facto de que ele faz teologia de forma poética. A poesia permite-lhe aprofundar a reflexão teológica através de paradoxos e imagens. Ao mesmo tempo a sua teologia torna-se liturgia, torna-se música: de facto, ele era um grande compositor, um músico. Teologia, reflexão sobre a fé, poesia, canto e louvor a Deus caminham juntos; e é precisamente neste carácter litúrgico que na teologia de Efrém sobressai nitidamente a verdade divina. Na sua busca de Deus, no seu fazer teologia, ele segue o caminho do paradoxo e do símbolo. As imagens contrapostas são por ele amplamente privilegiadas, porque lhe servem para ressaltar o mistério de Deus.

Não posso agora apresentar muito acerca dele, também porque a poesia dificilmente se pode traduzir, mas para dar pelo menos uma ideia gostaria de citar uma parte de dois hinos. Antes de tudo, também em vista do próximo Advento, proponho-vos algumas maravilhosas imagens tiradas dos hinos Sobre a Natividade de Cristo. Diante da Virgem, Efrém manifesta com tonalidade inspirada a sua estupefacção:

"O Senhor vem a ela / para se fazer servo. / O verbo veio a ela / para descer no seu seio. / O relâmpago veio a ela / para não fazer barulho algum. / O pastor veio a ela / e eis o Anjo nascido, que humildemente chora. / Dado que o seio de Maria / inverteu os papéis:

Aquele que criou todas as coisas / entrou em sua posse, mas pobre. / O Altíssimo veio a ela (Maria), / mas entrou humilde. / O esplendor veio a ela, / mas revestido de humildes vestes. / Aquele que prodigaliza todas as coisas / conheceu a fome. / Aquele que dessedenta todos / conheceu a sede. / Nu e despojado saiu dela, ele que reveste (de beleza) todas as coisas".

(Hino "De Nativitate" 11, 6-8).

Para expressar o mistério de Cristo Efrém usa uma grande diversidade de temas, de expressões, de imagens. Num dos seus hinos, ele relaciona de modo eficaz Adão (no paraíso) com Cristo (na Eucaristia): "Foi fechando / com a espada do querubim, / que fechou o caminho da árvore da vida. / Mas para os povos, / o Senhor desta árvore / deu-se como alimento / ele mesmo na oblação (eucarística). / As árvores do Éden / foram dadas como alimento / à primazia de Adão. / Para nós, o jardineiro / do Jardim em pessoa / fez-se alimento / para as nossas almas. / De facto, todos tínhamos saído / do Paraíso juntamente com Adão, / que o deixou para trs. / Agora que a espada foi tirada / lá (na cruz)da lança / nós podemos ali voltar".

(Hino 49, 9-11).

Para falar da Eucaristia Efrém serve-se de duas imagens: as brasas e o carvão ardente, e a pérola. O tema das brasas é tomado pelo profeta Isaías (cf. 6, 6). É a imagem do serafim que, com as pinças, pega nas brasas, e simplesmente toca de modo leve os lábios do profeta para os purificar; o cristão, ao contrário, toca levemente e consome a Brasa, que é o próprio Cristo:

"No teu pão esconde-se o Espírito / que não pode ser consumado; / no teu vinho há o fogo que não se pode beber. / O Espírito no teu pão, o fogo no teu vinho: / eis uma maravilha acolhida pelos nossos lábios. / O serafim não podia aproximar os seus dedos da brasa, / que foi aproximada apenas pelos lábios de Isaías; / nem os dedos lhe pegaram, nem os lábios a engoliram; / mas o Senhor concedeu-nos fazer as duas coisas. / O fogo desceu com ira para destruir os pecadores, / mas o fogo da graça desce sobre o pão e nele permanece. / Em vez do fogo que destruiu o homem, / comemos o fogo no pão / e fomos vivificados".

(Hino "De Fide" 10, 8-10).

E ainda um último exemplo dos hinos de Santo Efrém, onde fala da pérola como símbolo da riqueza e da beleza da fé:

"Coloquei (a pérola), meus irmãos, na palma da mão, / para a poder examinar. / Observei-a de uma parte e da outra: / tinha um só aspecto nos dois lados. / (Assim) é a busca do Filho, imperscrutável, / porque ela é toda luz. / Na sua nitidez eu vi o Nítido, / que não se torna opaco; / e na sua pureza, / o símbolo grande do corpo de nosso Senhor, / que é puro. / Na sua indivisibilidade, vi a verdade, / que é indivisível".

(Hino "Sobre a Pérola" 1, 2-3).

A figura de Efrém ainda é plenamente actual para a vida das várias Igrejas cristãs. Descobrimo-lo em primeiro lugar como teólogo, que a partir da Sagrada Escritura reflecte poeticamente sobre o mistério da redenção do homem realizada por Cristo, Verbo de Deus encarnado. A sua é uma reflexão teológica expressa com imagens e símbolos tirados da natureza, da vida quotidiana e da Bíblia. À poesia e aos hinos para a liturgia, Efrém confere um carácter didáctico e catequético; trata-se de hinos teológicos e ao mesmo tempo adequados para a recitação ou o cântico litúrgico. Efrém serve-se destes hinos para difundir, por ocasião das festas litúrgicas, a doutrina da Igreja. Com o tempo eles revelaram-se um meio catequético extremamente eficaz para a comunidade cristã.

É importante a reflexão de Efrém sobre o tema de Deus criador: na criação nada está isolado, e o mundo é, ao lado da Sagrada Escritura, uma Bíblia de Deus. Usando de modo errado a sua liberdade, o homem inverte a ordem da criação. Para Efrém é relevante o papel da mulher. O modo em que ele fala dela é sempre inspirado na sensibilidade e no respeito: a habitação de Jesus no seio de Maria elevou em grande medida a dignidade da mulher. Para Efrém, assim como não há Redenção sem Jesus, também não há Encarnação sem Maria. As dimensões divina e humana do mistério da nossa redenção encontram-se já nos textos de Efrém; de modo poético e com imagens fundamentalmente escrituristas, ele antecipa o quadro teológico e de certo modo a própria linguagem das grandes definições dos Concílios do século V.

Efrém, honrado pela tradição cristã com o título de "cítara do Espírito Santo", permaneceu diácono da sua Igreja toda a vida. Foi uma escolha decisiva e emblemática: ele foi diácono, isto é, servo, quer no ministério litúrgico, quer, mais radicalmente, no amor a Cristo, por ele cantado de modo inigualável, quer por fim na caridade para com os irmãos, que introduziu com rara mestria no conhecimento da divina Revelação.

Apelo

No próximo dia 1 de Dezembro celebrar-se-á o Dia Mundial contra a Sida. Estou espiritualmente próximo de quantos sofrem por esta terrível doença, assim como das suas famílias, em particular as que são atingidas pela perda de um familiar. A todos garanto a minha oração.

Além disso, desejo exortar todas as pessoas de boa vontade a multiplicar os esforços para impedir a difusão do vírus HIV, a contrastar o desprezo que com frequência atinge quantos são por ele atingidos, e a ocupar-se dos doentes, sobretudo quando ainda são crianças.

Saudações

Aos peregrinos vindos do Brasil e de Portugal, como penhor de abundantes dons divinos, concedo de bom grado a minha Bênção Apostólica.

Dirijo cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Em particular, saúdo os religiosos Fatebenefratelli, as Irmãs da Caridade Dominicanas da Apresentação, os participantes na Escola de formação promovida pelo Movimento dos Focolares, os representantes do Centro Italiano de Solidariedade de Viterbo e os fiéis provenientes de Cérvia.

Queridos amigos, desejo que a vossa estadia junto dos lugares sagrados vos fortaleça na adesão a Cristo e alimente a caridade nas vossas famílias e nas vossas comunidades. Saúdo os encarregados da difusão no mundo de "L'Osservatore Romano", acompanhados pelo Director Responsável Prof. Giovanni Maria Vian e pelo Director-Geral Pe. Elio Torrigiani. Queridos amigos, agradeço-vos o compromisso na promoção dos ensinamentos do Papa em todo o mundo e acompanho-vos com uma particular recordação na oração, para que o Senhor vos conceda abundantes dons espirituais.



5 de Dezembro de 2007: São Cromácio de Aquileia

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Queridos irmãos e irmãs!

Nas duas últimas catequeses fizemos uma excursão através das Igrejas do Oriente de língua semítica, meditando sobre Afrates, o persa, e Santo Efrém, o sírio; voltamos hoje ao mundo latino, ao Norte do Império Romano, com São Cromácio de Aquileia. Este Bispo desempenhou o seu ministério na antiga Igreja de Aquileia, fervoroso centro de vida cristã situado na Décima região do Império romano, a Venetia et Histria. Em 338, quando Cromácio subiu à Cátedra episcopal da cidade, a comunidade cristã local já tinha maturado uma história gloriosa de fidelidade ao Evangelho. Entre os meados do século III e os primeiros anos do século IV as perseguições de Décio, de Valeriano e de Diocleciano tinham causado um grande número de mártires. Além disso, a Igreja de Aquileia, como muitas outras Igrejas da época, tinha-se confrontado com a ameaça da heresia ariana. O próprio Atanásio o delfim da ortodoxia nicena, que os arianos tinham obrigado ao exílio encontrou refúgio por algum tempo em Aquileia. Sob a guia dos seus Bispos, a comunidade cristã resistiu às insídias da heresia e restabeleceu a própria adesão à fé católica.

Em Setembro de 381 Aquileia foi sede de um Sínodo, que viu reunidos cerca de 35 Bispos provenientes da África, do vale do Ródano e de toda a Décima região. O Sínodo propunha-se debelar os últimos resíduos do arianismo no Ocidente. Participou no Concílio também o presbítero Cromácio, como perito do Bispo de Aquileia, Valeriano (370/1-387/8). Os anos próximos ao Sínodo representam "a era de ouro" da comunidade aquilense. São Jerónimo, nativo da Dalmácia, e Rufino de Concórdia falaram com nostalgia da sua estadia em Aquileia (370-373), naquela espécie de cenáculo teológico que Jerónimo não hesita em definir tamquam chorus beatorum, "como um coro de beatos" (Crónica: PL XXVII, 697-698). Neste cenáculo que sob certos aspectos recorda as experiências comunitárias guiadas por Eusébio de Vercelli e por Agostinho formaram-se as personalidades mais notáveis das Igrejas do Alto Adriático.

Mas já na sua família Cromácio tinha aprendido a conhecer e a amar Cristo. Disto nos fala, com palavras cheias de admiração, o próprio Jerónimo, que compara a mãe de Cromácio com a profetisa Ana, as suas duas irmãs com as virgens prudentes da parábola evangélica, e o próprio Cromácio e o seu irmão Eusébio com o jovem Samuel (cf. Ep.VII: PL XXII, 341). Acerca de Cromácio e de Eusébio, Jerónimo escreve ainda: "O beato Cromácio e o santo Eusébio eram irmãos pelo vínculo do sangue, como também pela identidade dos ideais" (Ep. VIII: PL XXII, 342).

Cromácio tinha nascido em Aquileia por volta de 345. Foi ordenado diácono e depois presbítero; por fim, foi eleito Pastor daquela Igreja (a. 388). Tendo recebido a consagração episcopal pelo Bispo Ambrósio, dedicou-se com coragem e energia a uma tarefa imane pela vastidão do território confiado aos seus cuidados pastorais: de facto, a jurisdição eclesiástica de Aquileia estendia-se dos territórios actuais da Suíça, Baviera, Áustria e Eslovénia, chegando até à Hungria. Pode-se deduzir quanto Cromácio era conhecido e estimado na Igreja do seu tempo, por um episódio da vida de São João Crisóstomo. Quando o Bispo de Constantinopla foi exilado da sua sede, escreveu três cartas àqueles que considerava os mais importantes Bispos do Ocidente, para obter o apoio dos imperadores: escreveu uma carta ao Bispo de Roma, a segunda ao Bispo de Milão, a terceira ao Bispo de Aquileia, precisamente Cromácio (Ep. CLV: PG LII, 702). Também para ele, aqueles eram tempos difíceis devido à situação política precária. Muito provavelmente Cromácio faleceu no exílio, em Grado, enquanto procurava sobreviver às incursões dos bárbaros, no mesmo ano 407 no qual faleceu também Crisóstomo.

Quanto ao prestígio e à importância, Aquileia era a quarta cidade da península italiana, e a nona do Império romano: também por este motivo atraía a atenção dos Gotos e dos Hunos. Além de causar graves lutos e destruições, as invasões destes povos comprometeram seriamente a transmissão das obras dos Padres conservadas na biblioteca episcopal, rica de códices. Foram dispersos também os escritos de São Cromácio, que terminaram aqui e ali, e foram com frequência atribuídos a outros autores: a João Crisóstomo (também pelo equivalente início dos dois nomes, Chromatius como Chrysostomus); ou a Ambrósio e a Agostinho; e também a Jerónimo, que Cromácio muito tinha ajudado na revisão do texto e na tradução latina da Bíblia. A redescoberta de grande parte da obra de Cromácio é devida a vicissitudes felizes e fortuitas, que permitiram reconstruir só em anos recentes um corpus de escritos bastante consistente: mais de quarenta sermões, dos quais uma dezena fragmentários, e mais de sessenta tratados de comentário ao Evangelho de Mateus.

Cromácio foi um mestre sábio e um pastor zeloso. O seu primeiro e principal compromisso foi pôr-se à escuta da Palavra, para ser capaz de se tornar depois seu anunciador: no seu ensinamento ele parte sempre da Palavra de Deus, e a ela volta sempre. Algumas temáticas são-lhe particularmente queridas: antes de tudo o mistério trinitário, que ele contempla na sua revelação ao longo de toda a história da salvação. Depois o tema do Espírito Santo: Cromácio recorda constantemente aos fiéis a presença e a acção da terceira Pessoa da Santíssima Trindade na vida da Igreja. Mas com particular insistência o Santo Bispo fala do mistério de Cristo. O Verbo encarnado é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: assumiu integralmente a humanidade, para lhe fazer dom da própria divindade. Estas verdades, reafirmadas com insistência também em função anti-ariana, chegarão cerca de cinquenta anos mais tarde à definição do Concílio de Calcedónia. O forte realce da natureza humana de Cristo leva Cromácio a falar da Virgem Maria. A sua doutrina mariológica é límpida e clara. Devemos a ele algumas sugestivas descrições da Virgem Santíssima: Maria é a "virgem evangélica capaz de acolher Deus"; é a "ovelha imaculada e pura", que gerou o "cordeiro revestido de púrpura" (cf. Sermo XXIII, 3: Escritores da área de Santo Ambrósio 3/1, p. 134). O Bispo de Aquileia relaciona com frequência a Virgem com a Igreja: de facto, ambas são "virgens" e "mães". A eclesiologia de Cromácio é desenvolvida sobretudo no comentário a Mateus. Eis alguns conceitos frequentes: a Igreja é única, nasceu do sangue de Cristo; é veste preciosa tecida pelo Espírito Santo; a Igreja está onde se anuncia que Cristo nasceu da Virgem, onde florescem a fraternidade e a concórdia. Uma imagem à qual Cromácio está particularmente afeiçoado é a da barca no mar em tempestade e os seus eram tempos de tempestade, como vimos: "Não há dúvida", afirma o santo Bispo, "que esta barca representa a Igreja" (cf. Tract. XLII, 5: Escritores da área de Santo Ambrósio 3/2, pág. 260).

Sendo pastor zeloso, Cromácio sabe falar ao seu povo com uma linguagem vigorosa, vivaz e incisiva. Mesmo sem ignorar o perfeito cursus latino, prefere recorrer à linguagem popular, rica de imagens facilmente compreensíveis. Assim, por exemplo, inspirando-se no mar, ele confronta, por um lado, a pesca natural de peixes que, lançados para a margem, morrem; e por outro, a pregação evangélica, graças à qual os homens salvos das águas lamacentas da morte, e introduzidos na vida verdadeira (cf. Tract. XVI, 3: Escritores da área de Santo Ambrósio 3/2, pág. 106). Sempre na óptica do bom pastor, numa época agitada como a sua, atormentada pelas incursões dos bárbaros, ele sabe colocar-se ao lado dos fiéis para os confortar e para abrir o seu ânimo à confiança em Deus, que nunca abandona os seus filhos.

Por fim recolhamos, para concluir estas reflexões, uma exortação de Cromácio, ainda hoje perfeitamente válida: "Rezemos ao Senhor com todo o coração e com toda a fé recomenda o Bispo de Aquileia num dos seus Sermões peçamos-lhe que nos liberte de qualquer incursão dos inimigos, de qualquer receio dos adversários. Não veja os nossos merecimentos, mas a sua misericórdia, ele que também no passado se dignou libertar os filhos de Israel não pelos seus merecimentos, mas pela sua misericórdia. Proteja-nos com o habitual amor misericordioso, e realize para nós o que o santo Moisés disse aos filhos de Israel: O Senhor combaterá em vossa defesa, e vós estareis em silêncio. É ele quem combate, é ele que alcança a vitória... E para que se digne fazê-lo, devemos rezar o mais possível. De facto, ele mesmo diz através do profeta: "Invoca-me no dia da tribulação; eu libertar-te-ei, e tu me darás glória" (Sermo XVI, 4: Escritores da área de Santo Ambrósio 3/1,
PP 100-102).

Assim, precisamente no início do tempo do Advento, São Cromácio recorda-nos que este é um tempo de oração, no qual é preciso entrar em contacto com Deus. Deus conhece-nos, conhece-me a mim, conhece cada um de nós, quer-me bem, não me abandona. Prossigamos com esta confiança no tempo litúrgico que há pouco iniciou.



Sala Paulo VI

12 de Dezembro de 2007: São Paulino de Nola

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Queridos irmãos e irmãs!

O Padre da Igreja ao qual hoje dedicamos a nossa atenção é São Paulino de Nola. Contemporâneo de Santo Agostinho, ao qual foi ligado por uma profunda amizade, Paulino exerceu o seu ministério na Campânia, em Nola, onde foi monge, depois presbítero e Bispo. Era contudo originário de Aquitânia, no sul da França, e precisamente de Bordéus, onde tinha nascido de uma família influente. Recebeu uma requintada educação literária, tendo como mestre o poeta Ausónio. Afastou-se da sua terra pela primeira vez para seguir a sua precoce carreira política, desempenhando, ainda em jovem idade, o papel de governador da Campânia. Neste cargo público foram admiradas as suas capacidades de sabedoria e de mansidão. Neste período a graça fez germinar no seu coração a semente da conversão. O estímulo veio da fé simples e intensa com que o povo honrava o túmulo de um Santo, o mártir Félix, no Santuário da actual Cimitile. Como responsável da vida pública, Paulino interessou-se por este Santuário e fez construir um hospício para os pobres e uma estrada para facilitar o acesso aos numerosos peregrinos.

No seu empenho por edificar a cidade terrena, ele ia descobrindo o caminho rumo à cidade celeste. O encontro com Cristo foi o ponto de chegada de um caminho trabalhoso, cheio de provas. Circunstâncias dolorosas, começando pela falta do favor da autoridade política, obrigaram-no a viver a caducidade das coisas. Quando chegou à fé escreveu: "O homem sem Cristo é pó e sombra" (Carme X, 289). Desejoso de esclarecer o sentido da existência, foi a Milão para se colocar na escola de Ambrósio. Completou depois a formação cristã na sua terra natal, onde recebeu o baptismo das mãos do Bispo Delfim, de Bordéus. Encontra-se no seu percurso de fé também o matrimónio. De facto, casou com Terásia, uma fidalga piedosa de Barcelona, da qual teve um filho. Teria continuado a viver como bom leigo cristão, se a morte do filho depois de alguns dias do nascimento o não tivesse abalado, mostrando-lhe que era outro o desígnio de Deus para a sua vida. De facto, sentiu-se chamado a devotar-se a Cristo numa vida ascética rigorosa.

Em total acordo com a esposa Terásia, vendeu os seus bens em benefício dos pobres e, juntamente com ela, deixou Aquitânia indo para Nola, onde os dois habitaram ao lado da Basílica do protector São Félix, vivendo em casta fraternidade, segundo uma forma de vida à qual outros se uniram. O ritmo comunitário era tipicamente monástico, mas Paulino, que em Barcelona tinha sido ordenado presbítero, começou a ocupar-se também do ministério sacerdotal em favor dos peregrinos. Isto proporcionou-lhe a simpatia e a confiança da comunidade cristã que, com a morte do Bispo, por volta de 409, o quis escolher como sucessor na cátedra de Nola. A sua acção pastoral intensificou-se, caracterizando-se por uma atenção particular pelos pobres. Deixou a imagem de um autêntico Pastor da caridade, como o descreveu São Gregório Magno no capítulo III dos seus Diálogos, onde Paulino é esculpido no gesto heróico de se oferecer prisioneiro no lugar do filho de uma viúva. O episódio é historicamente discutível, mas permanece a figura de um Bispo de grande coração, que soube estar próximo do seu povo nas tristes situações das invasões bárbaras.

A conversão de Paulino impressionou os contemporâneos. O seu mestre Ausónio, um poeta pagão, sentiu-se "traído", e dirigiu-lhe palavras ásperas, reprovando-lhe por um lado o "desprezo", julgado desatinado, dos bens materiais, e por outro o abandono da vocação de literato. Paulino retorquiu que o seu doar aos pobres não significa desprezo pelos bens terrenos, mas ao contrário uma sua valorização para a finalidade mais nobre da caridade. Quanto aos compromissos literários, aquilo que Paulino tinha abandonado não era o talento poético, que teria continuado a cultivar, mas as fórmulas poéticas inspiradas na mitologia e nos ideais pagãos. Uma nova estética governa a sua sensibilidade: era a beleza do Deus encarnado, crucificado e ressuscitado, do qual ele se fazia agora cantor. Na realidade, não tinha deixado a poesia, mas tirava do Evangelho a sua inspiração como diz neste verso: "Para mim a única arte é a fé, e Cristo a minha poesia" ("At nobis ars una fides, et musica Christus": Carme XX, 32).

Os seus poemas são cânticos de fé e de amor, nos quais a história quotidiana dos pequenos e grandes acontecimentos é vista como história de salvação, como história de Deus connosco. Muitas destas composições, as chamadas "Carmes natalícias", estão ligadas à festa do mártir Félix, que ele tinha eleito como celeste Padroeiro. Recordando São Félix, ele pretendia glorificar Cristo, estando convencido de que a intercessão do Santo lhe tivesse obtido a graça da conversão: "Na tua luz, jubiloso, amei Cristo" (Carme XXI, 373). Ele quis expressar este mesmo conceito ampliando o espaço do Santuário com uma nova basílica, que fez decorar de modo que as pinturas, ilustradas com as respectivas didascálias, constituíssem para os peregrinos uma catequese viva. Assim ele explicava o seu projecto numa poesia dedicada a outro grande catequista, São Nicetas de Remesiana, enquanto o acompanhava nas visitas às suas Basílicas: "Agora desejo que tu contemples as pinturas que se desenrolam em grande série nas paredes dos pórticos pintados... Pareceu-nos ser uma acção útil representar com a pintura temas sagrados em toda a casa de Félix, na esperança de que, à vista destas imagens, a figura pintada suscite o interesse das mentes admiradas dos camponeses" (Carme XXVII, vv. 511.580-583). Ainda hoje se podem admirar os vestígios destas realizações, que situam justamente o santo de Nola entre as figuras de referência da arqueologia cristã.

No ascetismo de Cimitile a vida transcorria na pobreza, na oração e totalmente imersa na "lectio divina". A Escritura lida, meditada, assimilada, era a luz sob cujo raio o Santo de Nola perscrutava a sua alma na propensão para a perfeição. A quem permanecia admirado pela decisão por ele tomada de abandonar os bens materiais, recordava que este gesto estava muito longe de representar já a plena conversão: "O abandono ou a venda dos bens temporais possuídos neste mundo não constitui o cumprimento, mas apenas o início da corrida no estádio; não é, por assim dizer, a meta, mas só a partida. De facto, o atleta não vence quando se despe, porque depõe as suas vestes apenas para começar a lutar, mas é digno de ser coroado vencedor só depois de ter combatido devidamente" (cf. Ep. XXIV, 7 a Sulpício Severo).

Ao lado da ascese e da Palavra de Deus, a caridade: na comunidade monástica os pobres sentiam-se em casa. A eles Paulino não se limitava a dar esmola: acolhia-os como se fossem o próprio Cristo. Tinha reservado para eles uma parte do mosteiro e, fazendo assim, parecia-lhe não que dava, mas que recebia, no intercâmbio de dons entre o acolhimento oferecido e a gratidão orante dos assistidos. Chamava aos pobres seus "padroeiros" (cf. Ep. XIII, 11 a Pamáquio) e, observando que estavam alojados no andar inferior, gostava de dizer que a sua oração servia de fundamento para a sua casa (cf. Carme XXI, 393-394).

São Paulino não escreveu tratados de teologia, mas os seus poemas e o denso epistolário são ricos de uma teologia vivida, embebida da palavra de Deus, constantemente perscrutada como luz para a vida. Em particular, sobressai o sentido da Igreja como mistério de unidade. A comunhão era por ele vivida sobretudo através de uma marcada prática da amizade espiritual. Nela Paulino foi um verdadeiro mestre, fazendo da sua vida uma encruzilhada de espíritos eleitos: de Martinho de Tours a Jerónimo, de Ambrósio a Agostinho, de Delfim de Bordéus a Nicetas de Remesiana, de Vitrício de Ruão a Rufino de Aquileia, de Pamáquio a Suplício Severo, e muitos outros ainda, mais ou menos conhecidos. Neste clima surgem as intensas páginas escritas por Agostinho. Além dos conteúdos de cada uma das cartas, impressiona a afabilidade com que o Santo de Nola canta a própria amizade, como manifestação do único corpo de Cristo animado pelo Espírito Santo. Eis um trecho significativo, no início da correspondência entre os dois amigos: "Não devemos admirar-nos se, embora distantes, estamos presentes um para o outro e sem nos termos conhecido conhecemo-nos, porque somos membros de um só corpo, temos uma só cabeça, somos inundados por uma só graça, vivemos de um só pão, percorremos o mesmo caminho, habitamos na mesma casa" (
Ep 6,2). Como se vê, uma lindíssima descrição do que significa ser cristão, ser Corpo de Cristo, viver na comunhão da Igreja. A teologia do nosso tempo encontrou precisamente no conceito de comunhão a chave de abordagem do mistério da Igreja. O testemunho de São Paulino de Nola ajuda-nos a sentir a Igreja, como no-la apresenta o Concílio Vaticano II, como sacramento da união íntima com Deus e assim da unidade de todos nós e por fim de todo o género humano (cf. Lumen gentium LG 1). Nesta perspectiva desejo a todos um proveitoso tempo de Advento.

Saudação

Ao saudar cordialmente os peregrinos e ouvintes de língua portuguesa, especialmente os que vieram de Portugal, dou-lhes as boas-vindas e faço votos por que todos vivam com alegria o tempo natalício que se avizinha, na prática das boas obras, especialmente nos seus lares, pelos caminhos da salvação de Cristo: muito Boas Festas e um feliz Ano Novo, com a minha Bênção Apostólica!


Sala Paulo VI

19 de Dezembro de 2007: Nascimento de Cristo


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