Audiências 2005-2013 19127

19 de Dezembro de 2007: Nascimento de Cristo

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Queridos irmãos e irmãs!

Nestes dias, à medida que nos aproximamos da grande festa do Natal, a liturgia estimula a intensificar a nossa preparação, pondo-nos à disposição muitos textos bíblicos do Antigo e do Novo Testamento, que nos estimulam a focalizar bem o sentido e o valor desta celebração anual. Se por um lado o Natal nos faz comemorar o prodígio incrível do nascimento do Filho Unigénito de Deus da Virgem Maria na gruta de Belém, por outro exorta-nos também a aguardar, vigiando e rezando, o nosso próprio Redentor, que no último dia "virá julgar os vivos e os mortos". Talvez nós hoje, também nós crentes, aguardamos realmente o Juiz; mas todos esperamos a justiça. Vemos tanta injustiça no mundo, no nosso pequeno mundo, em casa, no bairro, mas também no grande mundo dos Estados, das sociedades. E esperamos que seja feita justiça. A justiça é um conceito abstracto: faz-se justiça. Nós esperamos que venha concretamente quem pode fazer justiça. E neste sentido rezamos: Vinde, Senhor, Jesus Cristo como Juiz, vinde segundo o vosso modo. O Senhor sabe como entrar no mundo e criar justiça. Peçamos ao Senhor, o Juiz, que nos responda, que crie realmente justiça no mundo. Esperemos a justiça, mas isto não pode ser apenas a expressão de uma certa exigência em relação aos outros. Esperar a justiça no sentido cristão indica sobretudo que nós próprios começamos a viver sob o olhar do Juiz, segundo os critérios do Juiz; que começamos a viver na sua presença, realizando a justiça na nossa vida. Assim, realizando a justiça, pondo-nos na presença do Juiz, esperamos realmente a justiça. E este é o sentido do Advento, da vigília. Vigília do Advento significa viver sob o olhar do Juiz e preparar-nos assim nós mesmos e o mundo para a justiça. Deste modo, portanto, vivendo sob o olhar do Deus-Juiz, podemos abrir o mundo para a vinda do seu Filho, predispor o coração para acolher "o Senhor que vem". O Menino, que há cerca de dois mil anos os pastores adoraram numa gruta na noite de Belém, não se cansa de nos visitar na vida quotidiana, enquanto como peregrinos estamos encaminhados para o Reino. Na sua expectativa o crente torna-se então intérprete das esperanças da humanidade inteira; a humanidade anseia pela justiça e assim, mesmo se com frequência de modo inconsciente, aguarda Deus, espera a salvação que só Deus nos pode dar. Para nós cristãos esta expectativa está marcada pela oração assídua, como sobressai bem na série sugestiva de invocações que nos são propostas, nestes dias da Novena de Natal, quer na Missa, na aclamação ao Evangelho, quer na celebração das Vésperas, antes do cântico do Magnificat.

Cada uma das invocações, que imploram a vinda da Sabedoria, do Sol de justiça, do Deus connosco, contém uma oração dirigida ao Esperado pelos povos, para que apresse a sua vinda. Invocar o dom do nascimento do Salvador prometido significa contudo comprometer-se a aplanar-lhe o caminho, a preparar-lhe uma habitação digna não só no ambiente à nossa volta, mas sobretudo no nosso coração. Deixando-nos guiar pelo evangelista João, procuremos portanto dirigir nestes dias a mente e o coração para o Verbo eterno, o Logos, para a Palavra que se fez carne e de cuja plenitude recebemos graça sobre graça (cf.
Jn 1,14 Jn 1,16). Esta fé no Logos Criador, na Palavra que criou o mundo, n'Aquele que veio como Menino, esta fé e a sua grande esperança hoje parecem infelizmente distantes da realidade da vida vivida todos os dias, pública ou individual. Esta verdade parece muito grande. Nós mesmos nos arranjamos segundo as possibilidades que encontramos, pelo menos assim parece. Mas desta forma o mundo torna-se cada vez mais caótico e também violento: vemo-lo todos os dias. E a luz de Deus, a luz da Verdade, apaga-se. A vida torna-se escura e desorientada.

Como é então importante que sejamos realmente crentes e como crentes reafirmemos com vigor, com a nossa vida, o mistério de salvação que a celebração do Natal de Cristo traz consigo! Em Belém manifestou-se ao mundo a Luz que ilumina a nossa vida; foi-nos revelada a Vida que nos leva à plenitude da nossa humanidade. Se não reconhecermos que Deus se fez homem, que sentido tem festejar o Natal? A celebração torna-se vazia. Antes de tudo, nós cristãos devemos reafirmar com profunda e sentida convicção a verdade do Natal de Cristo, para testemunhar diante de todos a consciência de um dom inaudito que é riqueza não só para nós, mas para todos. Disto brota o dever da evangelização que é precisamente a comunicação deste "eu-angelion", desta "boa nova". Isto foi recordado recentemente pelo documento da Congregação para a Doutrina da Fé, denominado Nota doutrinal sobre alguns aspectos da evangelização, que desejo entregar à vossa reflexão e ao vosso aprofundamento pessoal e comunitário.

Queridos amigos, nesta já imediata preparação para o Natal a oração da Igreja faz-se mais intensa, para que se realizem as esperanças de paz, de salvação e de justiça de que o mundo hoje tem urgente necessidade. Peçamos a Deus que a violência seja vencida pela força do amor, as contraposições cedam o lugar à reconciliação, a vontade de subjugar se transforme em desejo de perdão, de justiça e de paz. Os votos de bondade e de amor que desejamos uns aos outros nestes dias alcancem todos os âmbitos do nosso viver quotidiano. A paz esteja nos nossos corações, para que se abram à acção da graça de Deus. A paz habite nas famílias e que elas transcorram o Natal unidas diante do presépio e da árvore enfeitada de luzes. A mensagem de solidariedade e de acolhimento que provém do Natal, contribua para criar uma sensibilidade mais profunda para com as antigas e novas formas de pobreza, para o bem comum, no qual todos somos chamados a participar. Todos os membros da comunidade familiar, sobretudo as crianças, os idosos, as pessoas mais débeis, possam sentir o calor desta festa, que se prolongue depois durante todos os dias do ano.

O Natal seja para todos festa da paz e da alegria: alegria pelo nascimento do Salvador, Príncipe da paz. Como os pastores, apressemos desde já os nossos passos rumo a Belém. No coração da Noite Santa também nós poderemos então contemplar o "Menino envolvido em panos, que jaz numa manjedoura", juntamente com Maria e José (cf. Lc 2,12 Lc 2,16). Peçamos ao Senhor que abra o nosso coração, para que possamos entrar no mistério do seu Natal. Maria, que doou o seu seio virginal ao Verbo de Deus, que o contemplou Menino nos seus braços maternos, e que continua a oferecê-lo a todos como Redentor do mundo, nos ajude a fazer do próximo Natal uma ocasião de crescimento no conhecimento e no amor a Cristo. São estes os votos que formulo com afecto a todos vós aqui presentes, às vossas famílias e a quantos vos são queridos.

Bom Natal a todos vós!


Saudações

Para vós, amados peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, para vossas famílias e quantos vos são queridos, faço votos de que o Natal seja uma festa de paz e de alegria: alegria pelo nascimento do Salvador, Príncipe da Paz. A sua bênção desça sobre todos, concedendo aos vossos corações os mesmos sentimentos de Maria e José naqueles dias e horas que precederam o nascimento de Jesus. Ele, o Desejado dos povos, não se cansa de visitar-vos na vida de todos os dias; aí reservai um espaço especial para Ele! Feliz e Santo Natal!

Saúdo todos os peregrinos francófonos.Maria, que ofereceu ao Verbo de Deus o seu ventre virginal e que O contemplou nos seus braços maternais, faça com que este Natal seja para todos uma ocasião para crescer no conhecimento e no amor a Cristo. Estes são os votos que formulo com carinho a todos aqui presentes, às vossas famílias e a todas as pessoas que vos são queridas. Feliz Natal para todos!

Estou feliz por saudar os peregrinos e os estudantes de expressão inglesa, presentes nesta Audiência, especialmente os que vieram dos Estados Unidos da América. Sobre vós e os vossos entes queridos, invoco as bênçãos divinas de saúde e de alegria durante este tempo santo.

Finalmente, desejo saudar os jovens, os doentes e os novos casais. A poucos dias da solenidade do Natal possa o amor, que Deus manifesta à humanidade no nascimento de Cristo aumentar em vós, queridos jovens, o desejo de servir generosamente os irmãos. Seja para vós, dilectos doentes, uma fonte de alívio e de serenidade, porque o Senhor vem visitar-nos, trazendo consolação e esperança. Inspire-vos, estimados novos casais, a consolidar a vossa promessa de amor e de fidelidade recíproca.




Sala Paulo VI

2 de Janeiro de 2008: A divina maternidade de Maria

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Amados irmãos e irmãs!

Uma fórmula de bênção muito antiga, referida no Livro dos Números, recita: "Que o Senhor te abençoe e te proteja! Que o Senhor faça resplandecer a Sua face sobre ti e te seja benevolente! Que o Senhor dirija o seu olhar para ti e te conceda a paz!" (
Nb 6,24-26). Com estas palavras que a liturgia nos fez ouvir ontem, primeiro dia do ano, gostaria de formular cordiais bons votos a vós, aqui presentes, e a quantos durante estas festas de Natal me manifestaram confirmações de afectuosa proximidade espiritual.

Ontem celebramos a solene festa de Maria, Mãe de Deus. "Mãe de Deus", Theotókos, é o título atribuído oficialmente a Maria no século V, exactamente no Concílio de Éfeso de 431, confirmado pela devoção do povo cristão já a partir do século III, no contexto dos intensos debates daquele período sobre a pessoa de Cristo. Com aquele título ressaltava-se que Cristo é Deus e nasceu realmente de Maria como homem: na verdade, por mais que o debate parecesse verter sobre Maria, ele dizia respeito essencialmente ao Filho. Querendo salvaguardar a plena humanidade de Jesus, alguns Padres sugeriam uma palavra menos forte: em vez do título de Theotókos, propunham o de Christotókos, "Mãe de Cristo"; mas justamente esta sugestão foi vista como uma ameaça à doutrina da plena unidade da divindade com a humanidade de Cristo. Por isso, depois do amplo debate, no Concílio de Éfeso de 431, como disse, foi solenemente confirmada, por um lado, a unidade das duas naturezas, a divina e a humana, na pessoa do Filho de Deus (cf. DS 250) e, por outro, a legitimidade da atribuição à Virgem do título de Theotókos, Mãe deDeus (ibid., n.251).

Depois deste Concílio registou-se uma verdadeira explosão de devoção mariana e foram construídas numerosas igrejas dedicadas à Mãe de Deus. Entre elas sobressai a Basílica de Santa Maria Maior, aqui em Roma. A doutrina relativa a Maria, Mãe de Deus, encontrou além disso nova confirmação no Concílio de Calcedónia (451) no qual Cristo foi declarado "verdadeiro Deus e verdadeiro homem (...) nascido de Maria Virgem e Mãe de Deus, na sua humanidade, para nós e para a nossa salvação" (DS 301). Como se sabe, o Concílio Vaticano II reuniu num capítulo da Constituição dogmática sobre a Igreja Lumen gentium, o oitavo, a doutrina sobre Maria, reafirmando a sua divina maternidade. O capítulo intitula-se: "A Bem-Aventurada Virgem, Mãe de Deus, no mistério de Cristo e da Igreja".

A qualificação de Mãe de Deus, tão profundamente ligada às festividades do Natal, é portanto o apelativo fundamental com o qual a Comunidade dos crentes honra, poderíamos dizer, desde sempre a Virgem Santa. Ela exprime bem a missão de Maria na história da salvação. Todos os outros títulos atribuídos a Nossa Senhora encontram o seu fundamento na sua vocação para ser Mãe do Redentor, a criatura humana eleita por Deus para realizar o plano de salvação, centrado no grande mistério da encarnação do Verbo divino. Nestes dias de festa detemo-nos para contemplar no presépio a representação da Natividade. No centro deste cenário encontramos a Virgem Mãe que oferece o Menino Jesus à contemplação de quantos vão adorar o Salvador: os pastores, o povo pobre de Belém, os Magos que vieram do Oriente. Mais tarde, na festa da "Apresentação do Senhor", que celebraremos a 2 de Fevereiro, serão o velho Simeão e a profetisa Ana que receberão das mãos da Mãe o pequeno Menino e O adorarão. A devoção do povo cristão considerou sempre o nascimento de Jesus e a maternidade divina de Maria como dois aspectos do mesmo mistério da encarnação do Verbo divino e por isso nunca considerou a Natividade como algo do passado. Nós somos "contemporâneos" dos pastores, dos magos, de Simeão e de Ana, ao irmos com eles estamos cheios de alegria, porque Deus quis ser o Deus connosco e tem uma mãe, que é a nossa mãe.

Do título de "Mãe de Deus" derivam depois todos os outros títulos com que a Igreja honra Nossa Senhora, mas este é o fundamental. Pensemos no privilégio da "Imaculada Conceição", isto é, no facto de Ela ser imune ao pecado desde a sua conceição: Maria foi preservada de qualquer mancha de pecado porque devia ser a Mãe do Redentor. O mesmo é válido para o título da "Assunção": Aquela que tinha gerado o Salvador não podia estar sujeita à corrupção derivante do pecado original. E sabemos que todos estes privilégios não são concedidos para afastar de nós Maria, mas ao contrário, para a tornar mais próxima; de facto, estando totalmente com Deus, esta Mulher está muito próxima de nós e ajuda-nos como mãe e como irmã. Também o lugar único e irrepetível que Maria ocupa na Comunidade dos crentes deriva desta sua vocação fundamental para ser a Mãe do Redentor. Precisamente como tal, Maria é também a Mãe do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. Justamente por isso, durante o Concílio Vaticano II, a 21 de Novembro de 1964, Paulo VI atribuiu solenemente a Maria o título de "Mãe da Igreja".

Precisamente porque é Mãe da Igreja, a Virgem é também Mãe de cada um de nós, que somos membros do Corpo místico de Cristo. Da Cruz Jesus confiou a Mãe a cada um dos seus discípulos e, ao mesmo tempo, confiou cada discípulo ao amor da sua Mãe. O evangelista João conclui a breve e sugestiva narração com as palavras: "E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-A em sua casa" (Lc 19,27). É assim a tradução italiana do texto grego: "ei? t? íd?a", ele recebeu-a na sua própria realidade, no seu próprio ser. Desta forma, faz parte da sua vida e as duas vidas compenetram-se; e este aceitá-la (ei? t? íd?a) na própria vida é o testamento do Senhor. Portanto, no momento supremo do cumprimento da missão messiânica, Jesus deixa a cada um dos seus discípulos, como herança preciosa, a sua própria Mãe, a Virgem Maria.

Queridos irmãos e irmãs, nestes primeiros dias do ano, somos convidados a considerar atentamente a importância da presença de Maria na vida da Igreja e na nossa existência pessoal. Confiemo-nos a ela para que guie os nossos passos neste novo período de tempo que o Senhor nos concede viver, e nos ajude a ser autênticos amigos do seu Filho e desta forma também artífices corajosos do seu Reino no mundo, Reino da luz e da verdade. Bom Ano a todos! São estes os votos que desejo dirigir a vós aqui presentes e aos vossos queridos nesta primeira Audiência geral de 2008. Que o novo ano, que iniciou sob o sinal da Virgem Maria, nos faça sentir mais vivamente a sua presença materna, de forma que, amparados e confortados pela protecção da Virgem, possamos contemplar com um renovado olhar o rosto do seu Filho Jesus e caminhar mais rapidamente pelas estradas do bem. Mais uma vez, Bom Ano a todos!


Sala Paulo VI

9 de Janeiro de 2008: Santo Agostinho de Hipona (1)

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Queridos irmãos e irmãs!

Depois das grandes festas de Natal, gostaria de voltar às meditações sobre os Padres da Igreja e falar hoje do maior Padre da Igreja latina, Santo Agostinho: homem de paixão e de fé, de grande inteligência e incansável solicitude pastoral, este grande santo e doutor da Igreja é muito conhecido, pelo menos de fama, também por quem ignora o cristianismo ou não tem familiaridade com ele, porque deixou uma marca muito profunda na vida cultural do Ocidente e de todo o mundo. Pelo seu singular relevo, Santo Agostinho teve uma influência vastíssima, e poder-se-ia afirmar, por um lado, que todas as estradas da literatura latina cristã levam a Hipona (hoje Annaba, à beira-mar da Argélia), o lugar onde era Bispo e, por outro, que desta cidade da África romana, da qual Agostinho foi Bispo de 395 até à morte em 430, se ramificam muitas outras estradas do cristianismo sucessivo e da própria cultura ocidental.

Raramente uma civilização encontrou um espírito tão grande, que soubesse acolher os seus valores e exaltar a sua intrínseca riqueza, inventando ideias e formas das quais se alimentariam as gerações vindouras, como ressaltou também Paulo VI: "Pode-se dizer que todo o pensamento da antiguidade conflui na sua obra e dela derivam correntes de pensamento que permeiam toda a tradição doutrinal dos séculos sucessivos" (AAS 62, 1970, p. 426). Além disso, Agostinho é o Padre da Igreja que deixou o maior número de obras. O seu biógrafo Possídio diz: parecia impossível que um homem pudesse escrever tantas coisas durante a vida. Falaremos destas diversas obras num próximo encontro. Hoje a nossa atenção concentra-se sobre a sua vida, que se reconstrói bem pelos escritos, e em particular pelas Confessiones, a extraordinária autobiografia espiritual, escrita em louvor a Deus, que é a sua obra mais famosa. E são precisamente as Confessiones agostinianas, com a sua atenção à interioridade e à psicologia, que constituem um modelo único na literatura ocidental, e não só, também não religiosa, até à modernidade. Esta atenção à vida espiritual, ao mistério do eu, ao mistério do Deus que se esconde no eu, é uma coisa extraordinária sem precedentes e permanece para sempre, por assim dizer, um "vértice" espiritual.
Mas, falando da sua vida, Agostinho nasceu em Tagaste na Província de Numídia, na África romana a 13 de Novembro de 354, filho de Patrício, um pagão que depois se tornou catecúmeno, e de Mónica, cristã fervorosa. Esta mulher apaixonada, venerada como santa, exerceu sobre o filho uma grandíssima influência e educou-o na fé cristã. Agostinho recebeu também o sal, como sinal de acolhimento no catecumenato. E permaneceu sempre fascinado pela figura de Jesus Cristo; aliás, ele diz que amou sempre Jesus, mas que se afastou cada vez mais da fé eclesial, da prática eclesial, como acontece hoje com muitos jovens.

Agostinho tinha também um irmão, Navígio, e uma irmã, da qual não sabemos o nome e que, tendo ficado viúva, chefiou depois um mosteiro feminino. O jovem, de inteligência aguda, recebeu uma boa educação, mesmo se nem sempre foi um estudante exemplar. Contudo ele estudou bem a gramática, primeiro na sua cidade natal, depois em Madaura, e a partir de 370 rectórica em Cartago, capital da África romana: dominava perfeitamente a língua latina, mas não conseguiu dominar do mesmo modo o grego nem aprendeu o púnico, falado pelos seus conterrâneos. Precisamente em Cartago Agostinho leu pela primeira vez o Hortensius, um escrito de Cícero que depois se perdeu, o qual está na base do seu caminho rumo à conversão. De facto, o texto de Cícero despertou nele o amor pela sabedoria, como escreverá, já Bispo, nas Confessiones: "Aquele livro mudou verdadeiramente o meu modo de sentir", a ponto que "de repente perdeu valor qualquer esperança vã e desejava com um incrível fervor do coração a imortalidade da sabedoria" (III, 4, 7).

Mas estando convencido de que sem Jesus não se pode dizer que se encontrou efectivamente a verdade, e dado que neste livro apaixonante lhe faltava aquele nome, logo após tê-lo lido começou a ler a Escritura, a Bíblia. Mas ficou desiludido. Não só porque o estilo latino da tradução da Sagrada Escritura era insuficiente, mas também porque o próprio conteúdo lhe pareceu insatisfatório. Nas narrações da Escritura sobre guerras e outras vicissitudes humanas não encontrava a altura da filosofia, o esplendor de busca da verdade que lhe é próprio. Contudo, não queria viver sem Deus e assim procurava uma religião que correspondesse ao seu desejo de verdade e também ao seu desejo de se aproximar de Jesus. Caiu assim na rede dos maniqueus, que se apresentavam como cristãos e prometiam uma religião totalmente racional. Afirmavam que o mundo está dividido em dois princípios: o bem e o mal. E assim se explicaria toda a complexidade da história humana. Agostinho apreciava também a moral dualista, porque implicava uma moral muito alta para os eleitos: e para quem, como ele, a ela aderia, era possível uma vida muito mais adequada à situação do tempo, sobretudo para um homem jovem. Portanto, tornou-se maniqueu, convencido naquele momento de ter encontrado a síntese entre racionalidade, busca da verdade e amor a Jesus Cristo. E teve também uma vantagem concreta para a sua vida: de facto, a adesão aos maniqueus abria perspectivas fáceis para fazer carreira. Aderir àquela religião que contava muitas personalidades influentes permitia-lhe prosseguir a relação estabelecida com uma mulher e continuar a sua carreira. Desta mulher teve um filho, Adeodato, por ele muito querido, muito inteligente, que estará depois presente na preparação para o baptismo junto do lago de Como, participando naqueles "Diálogos" que Santo Agostinho nos transmitiu. Infelizmente o jovem faleceu prematuramente. Professor de gramática aos vinte anos na sua cidade natal, regressou cedo a Cartago, onde foi um brilhante e celebrado mestre de rectórica. Todavia, com o tempo, Agostinho começou a afastar-se da fé dos maniqueus, que o desiludiram precisamente sob o ponto de vista intelectual porque não esclareceram as suas dúvidas, e transferiu-se para Roma, e depois para Milão, onde na época residia a corte imperial e onde obtivera um lugar de prestígio graças ao interesse e às recomendações do prefeito de Roma, o pagão Símaco, hostil ao Bispo de Milão, Santo Ambrósio.

Em Milão Agostinho adquiriu o costume de ouvir inicialmente para enriquecer a sua bagagem rectórica as lindíssimas pregações do Bispo Ambrósio, que tinha sido representante do imperador para a Itália setentrional, e pela palavra do grande prelado milanês o rectórico africano sentiu-se fascinado; e não só pela sua rectórica, sobretudo o conteúdo atingiu cada vez mais o seu coração. O grande problema do Antigo Testamento, da falta de beleza rectórica, de elevação filosófica resolveu-se, nas pregações de santo Ambrósio, graças à interpretação tipológica do Antigo Testamento: Agostinho compreendeu que todo o Antigo Testamento é um caminho rumo a Jesus Cristo. Encontrou assim a chave para compreender a beleza, a profundidade também filosófica do Antigo Testamento e percebeu toda a unidade do mistério de Cristo na história e também a síntese entre filosofia, racionalidade e fé no Logos, em Cristo Verbo eterno que se fez carne.

Em breve tempo Agostinho deu-se conta de que a literatura alegórica da Escritura e a filosofia neoplatónica praticadas pelo Bispo de Milão lhe permitiam resolver as dificuldades intelectuais que, quando era jovem, na sua primeira abordagem aos textos bíblicos, lhe pareciam insuperáveis.

À dos escritos dos filósofos Agostinho fez seguir-se a leitura renovada da Escritura e sobretudo das Cartas paulinas. A conversão ao cristianismo, a 15 de Agosto de 386, colocou-se no ápice de um longo e atormentado percurso interior, do qual falaremos noutra catequese, e o africano transferiu-se para o campo a norte de Milão, nas proximidades do lago de Como com a mãe Mónica, o filho Adeodato e um pequeno grupo de amigos a fim de se preparar para o baptismo. Assim, aos trinta e dois anos, Agostinho foi baptizado por Ambrósio a 24 de Abril de 387, durante a vigília pascal, na Catedral de Milão.

Depois do baptismo, Agostinho decidiu regressar à África com os amigos, com a ideia de praticar uma vida comum, de tipo monástico, ao serviço de Deus. Mas em Óstia, à espera de partir, a mãe improvisamente adoeceu e pouco mais tarde faleceu, dilacerando o coração do filho. Regressando finalmente à pátria, o convertido estabeleceu-se em Hipona para ali fundar um mosteiro. Nesta cidade da beira-mar africana, apesar das suas resistências, foi ordenado presbítero em 391 e iniciou com alguns companheiros a vida monástica na qual pensava há tempos, dividindo os seus dias entre a oração, o estudo e a pregação. Ele desejava estar só ao serviço da verdade, não se sentia chamado à vida pastoral, mas depois compreendeu que a chamada de Deus era para ser pastor entre os outros, e oferecer assim o dom da verdade aos demais. Em Hipona, quatro anos mais tarde, em 395, foi consagrado Bispo. Continuando a aprofundar o estudo das Escrituras e dos textos da tradição cristã, Agostinho foi um Bispo exemplar no seu incansável compromisso pastoral: pregava várias vezes por semana aos seus fiéis, apoiava os pobres e os órfãos, cuidava da formação do clero e da organização de mosteiros femininos e masculinos. Em pouco tempo o antigo rectórico afirmou-se como um dos representantes mais importantes do cristianismo daquele tempo: muito activo no governo da sua diocese com notáveis influências também civis nos mais de 35 anos de episcopado, o Bispo de Hipona exerceu grande influência na guia da Igreja católica da África romana e mais em geral no cristianismo do seu tempo, enfrentando tendências religiosas e heresias tenazes e desagregadoras como o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo, que punham em perigo a fé cristã no Deus único e rico em misericórdia.

E a Deus se confiou Agostinho todos os dias, até ao extremo da sua vida: atingido por febre, quando havia três meses que Hipona estava assediada pelos vândalos invasores, o Bispo narra o amigo Possídio na Vita Augustini pediu para transcrever em letras grandes os salmos penitenciais "e fez pregar as folhas na parede, de modo que estando de cama durante a sua doença os podia ver e ler, e chorava ininterruptamente lágrimas quentes" (31, 2). Transcorreram assim os últimos dias da vida de Agostinho, que faleceu a 28 de Agosto de 430, quando ainda não tinha completado 76 anos. Dedicaremos os próximos encontros às suas obras, à sua mensagem e à sua vicissitude interior.

Saudações

Saúdo com afeto no Senhor todos os ouvintes de língua portuguesa, em particular o grupo de brasileiros de Piracicaba, do Estado de São Paulo.

Desejo a todos felicidades, com os auspícios de que levem de Roma uma consciência de Igreja mais clara, e a fé no seu divino Fundador, Jesus Cristo, mais viva e operante. E peço a Nossa Senhora que os proteja e aos que lhes são queridos, ao dar-lhes a Bênção.



Sala Paulo VI

16 de Janeiro de 2008: Santo Agostinho de Hipona (2)

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Queridos irmãos e irmãs!

Hoje, como na passada quarta-feira, gostaria de falar do grande Bispo de Hipona, Santo Agostinho. Quatro anos antes de morrer, ele quis nomear o sucessor. Por isso, a 26 de Setembro de 426, reuniu o povo na Basílica da Paz, em Hipona, para apresentar aos fiéis aquele que tinha designado para tal tarefa. Disse: "Nesta vida somos todos mortais, mas o último dia desta vida é para cada indivíduo sempre incerto. Contudo, na infância espera-se chegar à adolescência; na adolescência à juventude; na juventude à idade adulta; na idade adulta à maturidade; na idade madura à velhice. Não se tem a certeza de a alcançar, mas espera-se. A velhice, ao contrário, não tem diante de si outro período no qual esperar; a sua própria duração é incerta... Eu por vontade de Deus cheguei a esta cidade no vigor da minha vida; mas agora a minha juventude passou e eu já sou velho" (EP 213,1). Nesta altura Agostinho pronunciou o nome do sucessor designado, o sacerdote Heráclito. A assembleia explodiu num aplauso de aprovação repetindo vinte e três vezes: "Deus seja louvado! Deus seja louvado!". Com outras aclamações os fiéis aprovaram, além disso, quanto Agostinho disse depois sobre os propósitos para o seu futuro: queria dedicar os anos que lhe restavam a um estudo mais intenso das Sagradas Escrituras (cf. Ep 213,6).

De facto, seguiram-se quatro anos de extraordinária actividade intelectual: realizou obras importantes, empreendeu outras não menos empenhativas, fez debates públicos com os hereges procurava sempre o diálogo interveio para promover a paz nas províncias africanas assediadas pelas tribos bárbaras do sul. Neste sentido escreveu ao conde Dário, que foi à África para resolver a discórdia entre o conde Bonifácio e a corte imperial, da qual se estavam a aproveitar as tribos dos Mauritanos pelas suas incursões: "O maior título de glória afirmava na carta é precisamente o de suprimir a guerra com as palavras, em vez de matar os homens com a espada, e procurar ou manter a paz com a paz e não com a guerra. Sem dúvida, também os que combatem, se são bons, procuram sem dúvida a paz, mas à custa do derramamento de sangue. Tu, ao contrário, foste enviado precisamente para impedir que se procure derramar o sangue de alguém" (EP 229,2). Infelizmente, a esperança de uma pacificação dos territórios africanos foi desiludida: em Maio de 429 os Vândalos, convidados para a África por vingança pelo próprio Bonifácio, passaram o estreito de Gibraltar e invadiram a Mauritânia. A invasão atingiu rapidamente as outras ricas províncias africanas. Em Maio ou em Junho de 430 "os destruidores do império romano", como Possídio qualifica aqueles bárbaros (Vita, 30, 1), estavam em volta de Hipona, que assediaram.

Na cidade tinha procurado refúgio, o qual, tendo-se reconciliado demasiado tarde com a corte, procurava agora em vão impedir o caminho aos invasores. O biógrafo Possídio descreve o sofrimento de Agostinho: "As lágrimas eram, mais do que o habitual, o seu pão noite e dia e, tendo já chegado ao extremo da sua vida, mais que os outros arrastava à amargura e ao luto a sua velhice (Vida, 28, 6). E explica: "De facto, aquele homem de Deus via os massacres e as destruições das cidades; destruídas as casas no campo e os habitantes mortos pelos inimigos ou afugentados e desorientados; as igrejas privadas dos sacerdotes e dos ministros, as virgens sagradas e os religiosos dispersos por toda a parte; entre eles, outros mortos sob as torturas, outros assassinados pela espada, outros feitos prisioneiros, perdida a integridade da alma e do corpo e também a fé, reduzidos em dolorosa e longa escravidão pelos inimigos" (ibid., 28, 8).

Mesmo idoso e cansado, Agostinho conquistou contudo sempre simpatias, confortando-se a si mesmo e aos outros com a oração e a meditação sobre os misteriosos desígnios da Providência. Falava, a este propósito, da "velhice do mundo" e verdadeiramente era velho esse mundo romano falava desta velhice como já tinha feito anos antes para confortar os prófugos provenientes da Itália, quando em 410 os Godos de Alarico tinham invadido a cidade de Roma. Na velhice, dizia, os doentes abundam: tosse, catarro, remela, ansiedade, esgotamento. Mas se o mundo envelhece, Cristo é perpetuamente jovem. E então o convite: "Não rejeitar rejuvenescer unido a Cristo, também no mundo velho. Ele diz-te: Não temas, a tua juventude renovar-se-á como a da águia" (cf. Serm. 81, 8). Por conseguinte, o cristão não deve desanimar mesmo em situações difíceis, mas empenhar-se por ajudar quem está em necessidade. É quanto o grande Doutor sugere respondendo ao Bispo de Tiabe, Honorato, que lhe tinha pedido se, sob as ameaças das invasões bárbaras, um Bispo, um sacerdote ou um homem qualquer de Igreja pudesse fugir para salvar a vida: "Quando o perigo é comum a todos, isto é, a Bispos, clérigos e leigos, os que têm necessidade dos outros não sejam abandonados por aqueles dos quais têm necessidade. Neste caso transfiram-se todos para lugares seguros; mas se alguns têm necessidade de permanecer, não sejam abandonados por aqueles que têm o dever de os assistir com o ministério sagrado, de modo que se salvem juntamente ou juntos suportem as calamidades que o Pai de família quiser que sofram" (EP 228,2). E concluía: "Esta é a prova suprema da caridade" (ibid.,3). Como não reconhecer, nestas palavras, a mensagem heróica que tantos sacerdotes, aol ongo dos séculos, acolheram e fizeram própria?

Entretanto a cidade de Hipona resistia. A casa-mosteiro de Agostinho tinha aberto as suas portas para acolher os colegas no episcopado que pediam hospitalidade. Entre eles encontrava-se também Possídio, já seu discípulo, o qual pôde assim deixar-nos o testemunho directo daqueles últimos e dramáticos dias. "No terceiro mês daquela invasão narra ele caiu de cama com febre: era a sua última doença" (Vita, 29, 3). O santo idoso aproveitou daquele tempo finalmente livre para se dedicar com mais intensidade à oração. Costumava afirmar que ninguém, Bispo, religioso ou leigo, por mais irrepreensível que possa parecer o seu comportamento, pode encarar a morte com uma adequada penitência. Por isso ele repetia continuamente entre lágrimas os salmos penitenciais, que tantas vezes recitara com o povo (cf. ibid., 31, 2).

Quanto mais se agravava a doença, mais o Bispo moribundo sentia necessidade de solidão e de oração: "Para não ser incomodado por ninguém no seu recolhimento, cerca de dez dias antes de sair do corpo implorou a nós presentes para não deixar entrar ninguém no seu quarto fora das horas em que os médicos iam visitá-lo ou quando lhe levavam as refeições. A sua vontade foi cumprida exactamente e durante todo aquele tempo ele dedicava-se à oração" (ibid.,31, 3). Cessou de viver a 28 de Agosto de 430: o seu grande coração tinha-se finalmente aplacado em Deus.

"Para a deposição do seu corpo informa Possídio foi oferecido a Deus o sacrifício, ao qual nós assistimos, e depois foi sepultado" (Vita, 31, 5). O seu corpo, em data incerta, foi transferido para a Sardenha e dali, por volta de 725, para Pavia, na Basílica de São Pedro "in Ciel d'oro", onde repousa ainda hoje. O seu primeiro biógrafo tem sobre ele este juízo conclusivo: "Deixou à Igreja um clero muito numeroso, assim como mosteiros de homens e de mulheres cheios de pessoas dedicadas à continência sob a obediência dos seus superiores, juntamente com as bibliotecas que contêm livros e discursos seus e de outros santos, dos quais se conhece qual foi por graça de Deus o seu mérito e a sua grandeza na Igreja, e nos quais os fiéis sempre o encontram vivo" (Possídio, Vita, 31, 8). Trata-se de uma afirmação à qual nos podemos associar: nos seus escritos também nós o "encontramos vivo". Quando leio os escritos de Santo Agostinho não tenho a impressão que é um homem morto mais ou menos há mil e seiscentos anos, mas sinto-o como um homem de hoje: um amigo, um contemporâneo que me fala, que fala a nós com a sua fé vigorosa e actual. Em Santo Agostinho que nos fala, fala a mim nos seus escritos, vemos a actualidade permanente da sua fé; da fé que vem de Cristo, Verbo Eterno Encarnado, Filho de Deus e Filho do homem. E podemos ver que esta fé não é de ontem, mesmo tendo sido pregada ontem; é sempre de hoje, porque Cristo é realmente ontem, hoje e para sempre. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Assim nos encoraja Santo Agostinho a confiar-nos a este Cristo sempre vivo e a encontrar assim o caminho da vida.

Saudações

Dirijo-me com afecto aos peregrinos de língua italiana. Obrigado pela vossa presença e pela vossa simpatia. Prossigamos então juntos!

Em particular, saúdo-vos a vós, representantes da Associação Italiana de Criadores de animais, realidade importante para a economia do País, e exorto-vos a trabalhar cada vez mais no respeito pelo ambiente e em favor da segurança alimentar dos cidadãos. A festa litúrgica do vosso padroeiro, Santo António Abade, que celebraremos amanhã, suscite em vós o desejo de aderir com crescente generosidade a Cristo e testemunhar com alegria o seu Evangelho. Saúdo depois os Representantes da Biblioteca Roncioniana, de Prato e as Pequenas Irmãs dos Pobres. A todos agradeço a vossa presença e invoco sobre cada um a contínua assistência divina.

Saúdo naturalmente com particular alegria os universitários, os estudantes. Obrigado!

Por fim, saúdo os jovens, os doentes, e os recém-casados. O exemplo de Santo António Abade, insigne pai do monaquismo que muito trabalhou pela Igreja, apoiando os mártires na perseguição, encorage a vós, queridos jovens, a seguir fielmente Cristo; vos conforte, queridos doentes, na suportação paciente dos vossos sofrimentos e na oferenda dos mesmos para que o Reino de Deus se difunda em todo o mundo; e ajude a vós, queridos recém-casados, a ser testemunhas no amor de Cristo na vossa vida familiar.
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Apelo

Depois de amanhã, sexta-feira 18 de Janeiro, começa a habitual Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que assume este ano um valor singular porque transcorreram cem anos desde o seu início. O tema é o convite de São Paulo aos Tessalonicenses: "Rezai continuamente" (
1Th 5,17); convite que de bom grado faço meu e dirijo a toda a Igreja. Sim, é necessário rezar incessantemente, pedindo com insistência a Deus o grande dom da unidade entre todos os discípulos do Senhor. A força inexaurível do Espírito Santo nos estimule a um compromisso sincero de pesquisa da unidade, para que possamos professar todos juntos que Jesus é o único Salvador do mundo.




Sala Paulo VI

23 de Janeiro de 2008: Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


Audiências 2005-2013 19127