Audiências 2005-2013 26038

26 de Março de 2008:Significado da Páscoa

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Queridos irmãos e irmãs!

"Et resurrexit tertia die secundum Scripturas ressuscitou no terceiro dia segundo as Escrituras". Cada domingo, com o Credo, renovamos a nossa profissão de fé na ressurreição de Cristo, acontecimento surpreendente que constitui a chave de volta do cristianismo. Na Igreja tudo se compreende a partir deste grande mistério, que mudou o curso da história e que se torna actual em cada celebração eucarística. Mas existe um tempo litúrgico no qual esta realidade central da fé cristã, na sua riqueza doutrinal e inexaurível vitalidade, é proposta aos fiéis de modo mais intenso, para que cada vez mais a redescubram e mais fielmente a vivam: é o tempo pascal. Cada ano, no "Santíssimo Tríduo de Cristo crucificado, morto e ressuscitado", como lhe chama Santo Agostinho, a Igreja repercorre, num clima de oração e de penitência, as etapas conclusivas da vida terrena de Jesus: a sua condenação à morte, a subida ao Calvário carregando a cruz, o seu sacrifício pela nossa salvação, a sua deposição no sepulcro. No "terceiro dia", depois, a Igreja revive a sua ressurreição: é a Páscoa, passagem de Jesus da morte para a vida, na qual se cumprem em plenitude as antigas profecias. Toda a liturgia do tempo pascal canta a certeza e a alegria da ressurreição de Cristo.

Queridos irmãos e irmãs, devemos constantemente renovar a nossa adesão a Cristo morto e ressuscitado por nós: a sua Páscoa é também a nossa Páscoa, porque em Cristo ressuscitado é-nos dada a certeza da nossa ressurreição. A notícia da sua ressurreição dos mortos não envelhece e Jesus está sempre vivo; e vivo é o seu Evangelho. "A fé dos cristãos observa Santo Agostinho é a ressurreição de Cristo". Os Actos dos Apóstolos explicam-no claramente: "Deus ofereceu a todos um motivo de crédito com o facto de O ter ressuscitado dentre os mortos" (
Ac 17,31). De facto, não era suficiente a morte para demonstrar que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, o Messias esperado. No decorrer da história muitos consagraram a sua vida a uma causa considerada justa e morreram! E permaneceram mortos. A morte do Senhor demonstra o amor imenso com que Ele nos amou até ao sacrifício por nós; mas só a sua ressurreição é "prova certa", é certeza de que quanto Ele afirma é verdade que vale também para nós, para todos os tempos. Ressucitando-o, o Pai glorificou-o. São Paulo assim escreve na Carta aos Romanos: "Se confessares com a tua boca o Senhor Jesus e creres no teu coração que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Rm 10,9).

É importante reafirmar esta verdade fundamental da nossa fé, cuja verdade histórica é amplamente documentada, mesmo se hoje, como no passado, não falta quem de modos diversos a põe em dúvida ou até a nega. O enfraquecimento da fé na ressurreição de Jesus consequentemente torna débil o testemunho dos crentes. De facto, se faltar na Igreja a fé na ressurreição, tudo pára, tudo desmorona. Ao contrário, a adesão do coração e da mente a Cristo morto e ressuscitado muda a vida e ilumina toda a existência das pessoas e dos povos. Não é porventura a certeza de que Cristo ressuscitou que dá coragem, audácia profética e perseverança aos mártires de todos os tempos? Não é o encontro com Jesus vivo que converte e fascina tantos homens e mulheres, que desde o início do cristianismo continuam a deixar tudo para o seguir e pôr a própria vida ao serviço do Evangelho? "Se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação e vã a nossa fé" (1Co 15,14). Mas ressuscitou!

O anúncio que ouvimos constantemente de novo nestes dias é precisamente este: Jesus ressuscitou, é o Vivente e nós podemos encontrá-Lo. Como o encontraram as mulheres que, na manhã do terceiro dia, o dia depois do sábado, tinham ido ao sepulcro; como o encontraram os discípulos, surpreendidos e perturbados com o que as mulheres tinham contado; como o encontraram muitas outras testemunhas nos dias depois da sua ressurreição. E, também depois da sua Ascensão, Jesus continuou a permanecer presente entre os seus amigos como tinha prometido: "E Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" (Mt 28,20). O Senhor está connosco, com a sua Igreja, até ao fim dos tempos. Iluminados pelo Espírito Santo, os membros da Igreja primitiva começaram a proclamar o anúncio pascal abertamente e sem receio. E este anúncio, transmitido de geração em geração, chegou até nós e ressoa todos os anos na Páscoa com poder sempre novo.

Especialmente nesta Oitava de Páscoa a liturgia convida-nos a encontrar pessoalmente o Ressuscitado e a reconhecer a sua acção vivificante nos acontecimentos da história e do nosso viver quotidiano. Hoje, quarta-feira, é-nos proposto por exemplo o episódio comovedor dos dois discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35). Depois da crucifixão de Jesus, imersos na tristeza e na desilusão, eles regressavam a casa desconfortados. Durante o caminho falavam entre si de quanto tinha acontecido naqueles dias em Jerusalém; foi então que Jesus se aproximou, começou a falar com eles e a admoestá-los: "Ó homens sem inteligência e lentos de espírito em crer em tudo quanto os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na Sua glória?" (Lc 24,25-26). Começando depois por Moisés e por todos os profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que se referia a Ele. O ensinamento de Cristo a explicação das profecias foi para os discípulos de Emaús como uma revelação inesperada, luminosa e confortadora. Jesus dava uma nova chave de leitura da Bíblia e agora tudo parecia claro, orientado precisamente para este momento. Conquistados pelas palavras do viandante desconhecido, pediram-lhe que ceasse com eles. E Ele aceitou e pôs-se à mesa com eles. Refere o evangelista Lucas: "Entrou para ficar com eles e, quando Se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho" (Lc 24,29-30). E foi precisamente naquele momento que se abriram os olhos e os dois discípulos o reconheceram, "mas Ele desapareceu da sua presença" (Lc 24,31). Cheios de admiração e de alegria comentaram: "Não estava o nosso coração a arder cá dentro, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras?" (Lc 24,32).

Em todo o ano litúrgico, particularmente na Semana Santa e na Semana de Páscoa, o Senhor está a caminho connosco e explica-nos as Escrituras, faz-nos compreender este mistério: tudo fala d'Ele. E isto deveria fazer arder os nossos corações, para que se possam abrir também os nossos olhos. O Senhor está connosco, mostra-nos o verdadeiro caminho. Como os dois discípulos reconheceram Jesus ao partir o pão, hoje, ao partir o pão, também nós reconheçamos a sua presença. Os discípulos de Emaús reconheceram-no e recordaram-se dos momentos em que Jesus tinha partido o pão. E este partir o pão faz-nos pensar precisamente na primeira Eucaristia celebrada no contexto da Última Ceia, onde Jesus partiu o pão e assim antecipou a sua morte e a sua ressurreição, dando-se a si mesmo aos discípulos. Jesus parte o pão também connosco e para nós, faz-se presente connosco na Santa Eucaristia, doa-se a Si mesmo e abre os nossos corações. Possamos também nós encontrar e conhecer Jesus na Santa Eucaristia, no encontro com a sua Palavra, nesta dupla Mesa da Palavra, do Pão e do Vinho consagrados. Todos os domingos a comunidade revive a Páscoa do Senhor e recebe do Salvador o seu testamento de amor e de serviço fraterno. Queridos irmãos e irmãs, a alegria destes dias torne ainda mais firme a nossa fiel adesão a Cristo crucificado e ressuscitado. Sobretudo, deixemo-nos conquistar pelo fascínio da sua ressurreição. Ajude-nos Maria a ser mensageiros da luz e da alegria da Páscoa para tantos irmãos nossos. Desejo mais uma vez a todos votos cordiais de Boa Páscoa.

Saudações

Amados irmãos e irmãs!

Aos peregrinos de língua portuguesa que aqui vieram, mormente os portugueses do Colégio Sagrado Coração de Jesus de Bragança, convido a viveram a alegria pascal correspondendo com fé e optimismo cristãos aos dons que Cristo Nosso Senhor fez nascer do alto da Cruz. Se fordes coerentes com a vossa fé, sereis Cristo presente entre os homens!

Que o Deus de toda a consolação abençoe vossos lares e o trabalho de cada um, para serdes portadores de paz e de alegria na esperança da feliz ressurreição no dia do Senhor!




9 de Abril de 2008: São Bento de Núrcia

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Queridos irmãos e irmãs!

Gostaria hoje de falar de São Bento, Fundador do monaquismo ocidental, e também Padroeiro do meu pontificado. Começo com uma palavra de São Gregório Magno, que escreve de São Bento: "O homem de Deus que brilhou nesta terra com tantos milagres não resplandeceu menos pela eloquência com que soube expor a sua doutrina" (Dial. II, 36). O grande Papa escreveu estas palavras no ano de 592; o santo monge tinha falecido 50 anos antes e ainda estava vivo na memória do povo sobretudo na florescente Ordem religiosa por ele fundada. São Bento de Núrcia com a sua vida e a sua obra exerceu uma influência fundamental sobre o desenvolvimento da civilização e da cultura europeia. A fonte mais importante sobre a sua vida é o segundo livro dos Diálogos de São Gregório Magno. Não é uma biografia no sentido clássico. Segundo as ideias do seu tempo, ele pretende ilustrar mediante o exemplo de um homem concreto precisamente de São Bento a subida aos cumes da contemplação, que pode ser realizada por quem se abandona a Deus. Portanto, tem-se um modelo da vida humana como subida para o vértice da perfeição. São Gregório Magno narra também, neste livro dos Diálogos, de muitos milagres realizados pelo Santo, e também aqui não quer narrar simplesmente algo de estranho, mas demonstrar como Deus, admoestando, ajudando e também punindo, intervenha nas situações concretas da vida do homem. Quer mostrar que Deus não é uma hipótese distante colocada na origem do mundo, mas está presente na vida do homem, de cada homem.

Esta perspectiva do "biógrafo" explica-se também à luz do contexto geral do seu tempo: entre os séculos V e VI o mundo estava envolvido por uma tremenda crise de valores e de instituições, causada pela queda do Império Romano, pela invasão dos novos povos e pela decadência dos costumes. Com a apresentação de São Bento como "astro luminoso", Gregório queria indicar nesta situação atormentada, precisamente aqui nesta cidade de Roma, a saída da "noite escura da história" (cf. João Paulo II, Insegnamenti, II/1, 1979, p. 1158). De facto, a obra do Santo e, de modo particular, a sua Regra revelaram-se portadoras de um autêntico fermento espiritual, que mudou no decorrer dos séculos, muito além dos confins da sua Pátria e do seu tempo, o rosto da Europa, suscitando depois da queda da unidade política criada pelo império romano uma nova unidade espiritual e cultural, a da fé cristã partilhada pelos povos do continente. Surgiu precisamente assim a realidade à qual nós chamamos "Europa".

O nascimento de São Bento é datado por volta de 480. Provinha, assim diz São Gregório, "ex provincia Nursiae" da região da Núrsia. Os seus pais abastados enviaram-no para Roma para a sua formação nos estudos. Mas ele não permaneceu por muito tempo na Cidade eterna. Como explicação plenamente credível, Gregório menciona o facto de que o jovem Bento sentia repugnância pelo estilo de vida de muitos dos seus companheiros de estudos, que viviam de modo dissoluto, e não queria cair nos mesmos erros deles. Desejava aprazer unicamente a Deus; "soli Deo placere desiderans" (II Dial., Prol. 1). Assim, ainda antes da conclusão dos seus estudos, Bento deixou Roma e retirou-se na solidão dos montes a leste da cidade. Depois de uma primeira estadia na aldeia de Effide (actualmente Affile), onde durante um certo período se associou a uma "comunidade religiosa" de monges, fez-se eremita na vizinha Subiaco. Ali viveu durante três anos completamente sozinho numa gruta que, a partir da Alta Idade Média, constitui o "coração" de um mosteiro beneditino chamado "Sagrada Espelunca". O período em Subiaco, marcado pela solidão com Deus, foi para Bento um tempo de maturação. Ali tinha que suportar e superar as três tentações fundamentais de cada ser humano: a tentação da auto-suficiência e do desejo de se colocar no centro, a tentação da sensualidade e, por fim, a tentação da ira e da vingança. De facto, Bento estava convencido de que, só depois de ter vencido estas tentações, ele teria podido dizer aos outros uma palavra útil para as suas situações de necessidade. E assim, tendo a alma pacificada, estava em condições de controlar plenamente as pulsões do eu, para deste modo ser um criador de paz em seu redor. Só então decidiu fundar os seus primeiros mosteiros no vale do Anio, perto de Subiaco.

No ano de 529 Bento deixou Subiaco para se estabelecer em Montecassino. Alguns explicaram esta transferência como uma fuga das maquinações de um invejoso eclesiástico local. Mas esta tentativa de explicação revelou-se pouco convincente, dado que Bento não regressou para lá depois da morte repentina do mesmo (II Dial. 8). Na realidade, esta decisão impôs-se-lhe porque tinha entrado numa nova fase da sua maturação interior e da sua experiência monástica. Segundo Gregório Magno, o Êxodo do vale remoto do Anio para Monte Cassio uma altura que, dominando a vasta planície circunstante, se vê ao longe reveste um carácter simbólico: a vida monástica no escondimento tem uma sua razão de ser, mas um mosteiro tem também uma sua finalidade pública na vida da Igreja e da sociedade, deve dar visibilidade à fé como força de vida. De facto, quando, em 21 de Março de 574, Bento concluiu a sua vida terrena, deixou com a sua Regra e com a família beneditina por ele fundada um património que deu nos séculos passados e ainda hoje continua a dar frutos em todo o mundo.

Em todo o segundo livro dos Diálogos Gregório ilustra-nos como a vida de São Bento estivesse imersa numa atmosfera de oração, fundamento portante da sua existência. Sem oração não há experiência de Deus. Mas a espiritualidade de Bento não era uma interioridade fora da realidade. Na agitação e na confusão do seu tempo, ele vivia sob o olhar de Deus e precisamente assim nunca perdeu de vista os deveres da vida quotidiana e o homem com as suas necessidades concretas. Ao ver Deus compreendeu a realidade do homem e a sua missão. Na sua Regra ele qualifica a vida monástica "uma escola ao serviço do Senhor" (Prol. 45) e pede aos seus monges que "à Obra de Deus [ou seja, ao Ofício Divino ou à Liturgia das Horas] nada se anteponha" (43, 3). Mas ressalta que a oração é em primeiro lugar um acto de escuta (Prol. 9-11), que depois se deve traduzir em acção concreta. "O Senhor aguarda que nós respondamos todos os dias com os factos aos seus ensinamentos", afirma ele (Prol.35). Assim a vida do monge torna-se uma simbiose fecunda entre acção e contemplação "para que em tudo seja glorificado Deus" (57, 9). Em contraste com uma auto-realização fácil e egocêntrica, hoje com frequência exaltada, o primeiro e irrenunciável compromisso do discípulo de São Bento é a busca sincera de Deus (58, 7) sobre o caminho traçado pelo Cristo humilde e obediente (5, 13), ao amor do qual ele nada deve antepor (4, 21; 72, 11) e precisamente assim, no serviço do outro, se torna homem do serviço e da paz. Na prática da obediência realizada com uma fé animada pelo amor (5, 2), o monge conquista a humildade (5, 1), à qual a Regra dedica um capítulo inteiro (7). Desta forma o homem torna-se cada vez mais conforme com Cristo e alcança a verdadeira auto-realização como criatura à imagem e semelhança de Deus.

À obediência do discípulo deve corresponder a sabedoria do Abade, que no mosteiro desempenha "as funções de Cristo" (2, 2; 63, 13). A sua figura, delineada sobretudo no segundo capítulo da Regra, com um perfil de espiritual beleza e de compromisso exigente, pode ser considerada como um auto-retrato de Bento, porque como escreve Gregório Magno "o Santo não pôde de modo algum ensinar de uma forma diferente da qual viveu" (Dial. II, 36). O Abade deve ser ao mesmo tempo terno e mestre severo (2, 24), um verdadeiro educador. Inflexível contra os vícios, é contudo chamado sobretudo a imitar a ternura do Bom Pastor (27, 8), a "ajudar e não a dominar" (64, 8), a "acentuar mais com os factos do que com as palavras tudo o que é bom e santo" e a "ilustrar os mandamentos divinos com o seu exemplo" (2, 12). Para ser capaz de decidir responsavelmente, também o Abade deve ser homem que escuta "os conselhos dos irmãos" (3, 2), porque "muitas vezes Deus revela ao mais jovem a solução melhor" (3, 3). Esta disposição torna surpreendentemente moderna uma Regra escrita há quase quinze séculos! Um homem de responsabilidade pública, e também em pequenos âmbitos, deve ser sempre também um homem que sabe ouvir e aprender de quanto ouve.

Bento qualifica a Regra como "mínima, traçada só para o início" (73, 8); mas na realidade ela pode oferecer indicações úteis não só para os monges, mas também para todos os que procuram uma guia no seu caminho rumo a Deus. Pela sua ponderação, a sua humanidade e o seu discernimento entre o essencial e o secundário na vida espiritual, ele pôde manter a sua força iluminadora até hoje. Paulo VI, proclamando a 24 de Outubro de 1964 São Bento Padroeiro da Europa, pretendeu reconhecer a obra maravilhosa desempenhada pelo Santo mediante a Regra para a formação da civilização e da cultura europeia. Hoje a Europa que acabou de sair de um século profundamente ferido por duas guerras mundiais e depois do desmoronamento das grandes ideologias que se revelaram como trágicas utopias está em busca da própria identidade. Para criar uma unidade nova e duradoura, são sem dúvida importantes os instrumentos políticos, económicos e jurídicos, mas é preciso também suscitar uma renovação ética e espiritual que se inspire nas raízes cristãs do Continente, porque de outra forma não se pode reconstruir a Europa. Sem esta linfa vital, o homem permanece exposto ao perigo de sucumbir à antiga tentação de se querer remir sozinho utupia que, de formas diferentes, na Europa do século XX causou, como revelou o Papa João Paulo II, "um regresso sem precedentes ao tormento histórico da humanidade" (Insegnamenti, XIII/1, 1990, p. 58). Procurando o verdadeiro progresso, ouvimos também hoje a Regra de São Bento como uma luz para o nosso caminho. O grande monge permanece um verdadeiro mestre em cuja escola podemos aprender a arte de viver o humanismo verdadeiro.



30 de Abril de 2008: Viagem Apostólica aos Estados Unidos da América

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Caros irmãos e irmãs

Embora já tenham passado vários dias desde o meu regresso, desejo dedicar a catequese hodierna, como de costume, à viagem apostólica que realizei à Organização das Nações Unidas e aos Estados Unidos da América, de 15 a 21 de Abril passado. Em primeiro lugar, renovo a expressão do meu mais cordial reconhecimento à Conferência Episcopal dos Estados Unidos, assim como ao Presidente Bush, por me terem convidado, e pela calorosa hospitalidade que me reservaram. Mas gostaria de dirigir o meu "obrigado" a todos aqueles que, em Washington e em Nova Iorque, foram saudar-me e manifestar o seu amor pelo Papa, ou que me acompanharam e ajudaram com a oração e com a oferta dos seus sacrifícios. Como se sabe, a ocasião da visita foi o bicentenário da elevação a Sede Metropolitana da primeira Diocese do país, Baltimore, e da fundação das Sedes de Nova Iorque, Boston, Filadélfia e Louisville. Por isso, nessa celebração tipicamente eclesial tive a alegria de ir pessoalmente, pela primeira vez como Sucessor de Pedro, visitar o amado povo dos Estados Unidos da América, para confirmar na fé os católicos, para renovar e incrementar a fraternidade com todos os cristãos e para anunciar a todos a mensagem de "Cristo, nossa Esperança", como ressoava o lema da viagem.

No encontro com o Senhor Presidente na sua residência, tive a oportunidade de prestar homenagem àquele grande país, que desde os alvores foi edificado sobre a base de uma feliz união entre princípios religiosos, éticos e políticos, e que ainda hoje constitui um válido exemplo de sadia laicidade, onde a dimensão religiosa, na diversidade das suas expressões, é não só tolerada, mas valorizada como "alma" da Nação e garantia fundamental dos direitos e dos deveres do homem. Neste contexto, a Igreja pode desempenhar com liberdade e compromisso a sua missão de evangelização e promoção humana, e também de "consciência crítica", contribuindo para a construção de uma sociedade digna da pessoa humana e, ao mesmo tempo, impelindo um país como os Estados Unidos, que todos consideram como um dos principais protagonistas do cenário internacional, à solidariedade global, cada vez mais necessária e urgente, e ao exercício paciente do diálogo nas relações internacionais.

Naturalmente, a missão e o papel da Comunidade eclesial estiveram no centro do encontro com os Bispos, que teve lugar no Santuário Nacional da Imaculada Conceição, em Washington. No contexto litúrgico das Vésperas, louvamos ao Senhor pelo caminho percorrido pelo Povo de Deus nos Estados Unidos, pelo zelo dos seus Pastores e pelo ardor e a generosidade dos seus fiéis, que se manifestam na elevada e aberta consideração da fé e em numerosas iniciativas caritativas e humanitárias na pátria e no estrangeiro. Ao mesmo tempo, animei os meus irmãos no Episcopado na sua não fácil tarefa de semear o Evangelho numa sociedade assinalada por não poucas contradições, que ameaçam também a coerência dos católicos e do próprio clero. Encorajei-os a fazer ouvir a sua voz acerca das actuais questões morais e sociais, e a formar os fiéis leigos, a fim de que sejam bom "fermento" na comunidade civil, a partir da célula fundamental que é a família. Neste sentido, exortei-os a repropor o sacramento do Matrimónio como dom e compromisso indissolúvel entre um homem e uma mulher, âmbito natural de acolhimento e de educação dos filhos. A Igreja e a família, juntamente com a escola de modo especial de inspiração cristã devem cooperar para oferecer aos jovens uma sólida educação moral, mas nesta tarefa têm grande responsabilidade também os agentes da comunicação e do entretenimento. Pensando na dolorosa questão dos abusos sexuais contra menores, cometidos por ministros ordenados, desejei expressar aos Bispos a minha proximidade, encorajando-os no compromisso de curar as feridas e de revigorar as relações com os seus sacerdotes. Ao responder a algumas interrogações apresentadas pelos Bispos, foi-me permitido sublinhar alguns aspectos importantes: a relação intrínseca entre o Evangelho e a "lei natural"; a sadia concepção da liberdade, que se compreende e se realiza no amor; a dimensão eclesial da experiência cristã; a exigência de anunciar de modo novo, especialmente aos jovens, a "salvação" como plenitude de vida, e de educar para a oração, da qual brotam as respostas generosas ao chamamento do Senhor.

Na grande e festiva Celebração eucarística no Nationals Park Stadium de Washington, invocamos o Espírito Santo sobre toda a Igreja que se encontra nos Estados Unidos da América para que, solidamente arraigada na fé transmitida pelos Padres, profundamente unida e renovada, enfrente os desafios presentes e futuros com ânimo e esperança, aquela esperança que "não nos deixa confundidos, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo" (
Rm 5,5). Um destes desafios é sem dúvida o da educação, e portanto na Catholic University of America encontrei-me com os Reitores das Universidades e dos Colégios católicos, com os responsáveis diocesanos pelo ensino e com os representantes dos professores e dos estudantes. A tarefa educativa é uma parte integrante da missão da Igreja, e a Comunidade eclesial dos Estados Unidos empenhou-se sempre nela, prestando ao mesmo tempo um grande serviço social e cultural ao país inteiro. É importante que isto possa continuar. E é igualmente importante cuidar da qualidade dos institutos católicos, a fim de que neles se forme verdadeiramente segundo "a medida da maturidade" de Cristo (cf. Ep 4,13), unindo fé e razão, liberdade e verdade. Portanto, foi com alegria que confirmei os formadores no seu precioso compromisso de caridade intelectual.

Num país com uma vocação multicultural como os Estados Unidos da América, assumiram um relevo especial os encontros com os representantes de outras religiões: em Washington, no Centro Cultural João Paulo II, com judeus, muçulmanos, hindus, budistas e jainistas; em Nova Iorque, a visita à sinagoga. Momentos, especialmente este último, muito cordiais, que confirmaram o empenho coral em prol do diálogo e da promoção da paz e dos valores espirituais e morais. Naquela que se pode considerar a pátria da liberdade religiosa, desejei recordar que ela deve ser sempre defendida com esforço concorde, para evitar qualquer forma de discriminação e preconceito. E evidenciei a grande responsabilidade dos líderes religiosos, tanto ao ensinarem o respeito e a não-violência, como ao conservarem vivas as exigências mais profundas da consciência humana. Também a celebração ecuménica, na igreja paroquial de São José, foi caracterizada por uma grande cordialidade. Em conjunto, pedimos ao Senhor que aumente nos cristãos a capacidade de explicar a razão, inclusivamente com uma unidade cada vez maior, da sua única esperança (cf. 1P 3,15), pela fé comum em Jesus Cristo.

Outro motivo principal da minha viagem foi a visita à sede central da ONU: a quarta visita de um Papa, depois da de Paulo VI em 1965 e das duas de João Paulo II, em 1979 e em 1995. Na celebração do 60º aniversário da "Declaração dos Direitos do Homem", a Providência concedeu-me a oportunidade de confirmar, na mais vasta e autorizada assembleia supranacional, o valor de tal Carta, evocando o seu fundamento universal, ou seja, a dignidade da pessoa humana criada por Deus à sua imagem e semelhança para cooperar no mundo para o seu grande desígnio de vida e de paz. Como a paz, também o respeito pelos direitos humanos está arraigado na "justiça", isto é, numa ordem ética válida para todos os tempos e para todos os povos, resumível na célebre máxima: "Não faças aos outros aquilo que não desejarias que te fizessem a ti" ou, expressa de forma positiva, com as palavras de Jesus: "O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles" (Mt 7,12). Sobre esta base, que constitui a contribuição típica da Santa Sé para a Organização das Nações Unidas, renovei e também hoje renovo, o compromisso efectivo da Igreja católica, em ordem a ajudar a revigorar as relações internacionais segundo os princípios de responsabilidade e de solidariedade.

Na minha alma permaneceram fortemente gravados inclusive os outros momentos da minha estadia em Nova Iorque. Na Catedral de São Patrício, no coração de Manhattan verdadeiramente uma "casa de oração para todos os povos" celebrei a Santa Missa para os sacerdotes e os consagrados, vindos de todas as regiões do país. Nunca esquecerei com que afabilidade me transmitiram os bons votos pelo terceiro aniversário da minha eleição para a Sé de Pedro. Foi um momento comovedor, em que experimentei de modo sensível todo o apoio da Igreja ao meu ministério. Posso dizer o mesmo sobre o encontro com os jovens e os seminaristas, realizado precisamente no Seminário diocesano, e que foi precedido de encontro muito significativo com os adolescentes e os jovens portadores de deficiência, juntamente com os seus familiares. Aos jovens, por sua natureza sedentos de verdade e de amor, propus algumas figuras de homens e de mulheres que testemunharam de modo exemplar o Evangelho na terra americana, o Evangelho da verdade que torna livre no amor, no serviço e na vida despendida pelo próximo. Enfrentando as trevas de hoje, que ameaçam a vida dos jovens, eles podem encontrar nos Santos a luz que dissipa estas trevas: a luz de Cristo, esperança de todos os homens! Esta esperança, mais forte que o pecado e a morte, animou o momento cheio de emoção que transcorri em silêncio na voragem do Ground Zero, onde acendi um círio e rezei por todas as vítimas daquela tragédia terrível. Enfim, a minha visita culminou na Celebração eucarística no Yankee Stadium de Nova Iorque: ainda conservo no meu coração aquela festa de fé e de fraternidade, com que celebramos o bicentenário das mais antigas Dioceses da América do Norte. A pequena grei das origens desenvolveu-se enormemente, enriquecendo-se com a fé e as tradições de sucessivas ondas de imigração. Nessa Igreja, que agora está a enfrentar os desafios do presente, tive a alegria de anunciar novamente "Cristo, nossa Esperança" ontem, hoje e sempre.

Queridos irmãos e irmãs, convido-vos a unir-vos a mim na acção de graças pelo confortador bom êxito desta viagem apostólica, e para pedir a Deus, por intercessão da Virgem Maria, que ele possa produzir abundantes frutos para a Igreja na América e em todas as regiões do mundo.

Saudação

Amados irmãos e irmãs, convido todos a unir-vos em torno a mim para dar graças ao Senhor pelo sucesso alcançado na minha recente Viagem Apostólica nos Estados Unidos. Ao suplicar a Deus, pela intercessão da Virgem Maria, abundantes graças a fim de que se consigam frutos de paz e de concórdia entre os povos, saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa do Brasil e de Portugal, de modo especial os visitantes do Porto, e a todos estendo a minha propiciadora Bênção Apostólica.




7 de Maio de 2008: Saudação de Bento XVI ao Patriarca Karekin II - Pentecostes

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Hoje tenho a grande alegria de saudar Sua Santidade o Catholicos Karekin II, Patriarca Supremo e Catholicos de todos os Arménios, e a ilustre delegação que o acompanha. Santidade, rezo a fim de que a luz do Espírito Santo ilumine a vossa peregrinação aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, os importantes encontros que tereis aqui e, particularmente, os nossos diálogos pessoais. Peço a todos aqueles que estão presentes hoje, que rezem pela bênção de Deus sobre esta visita.

Santidade, agradeço-lhe o seu compromisso pessoal envidado na crescente amizade entre a Igreja Apostólica Arménia e a Igreja Católica. Em 2000, logo após a sua eleição, Vossa Santidade veio a Roma para se encontrar com o Papa João Paulo II, e um ano depois recebeu-o afavelmente na Santa Etchmiadzin. Vossa Santidade veio novamente a Roma, com muitos Chefes de Igrejas do Oriente e do Ocidente, para a liturgia exequial do Papa João Paulo II. Estou convicto de que este espírito de amizade será ulteriormente aprofundado nos próximos dias.

Num nicho externo da Basílica de São Pedro há uma bonita estátua de São Gregório, o Iluminador, fundador da Igreja Arménia. Ela contribui para recordar as graves perseguições padecidas pelos cristãos arménios, especialmente durante o século passado. Os numerosos mártires da Arménia são um sinal do poder do Espírito Santo que age nos períodos de obscuridade, bem como um penhor de esperança para os cristãos em toda a parte.

Santidade, queridos Bispos e estimados amigos, juntamente convosco imploro ao Deus Todo-Poderoso, através da intercessão de São Gregório, o Iluminador, que nos ajude a crescer na unidade, no santo vínculo da fé, da esperança e do amor cristãos.
* * *




Caros irmãos e irmãs

Como vedes, hoje de manhã está no meio de nós Sua Santidade o Catholicos Karekin II, Patriarca Supremo e Catholicos de todos os Arménios, acompanhado de uma distinta delegação. Renovo a expressão da minha alegria pela possibilidade que me é concedida de o receber hoje de manhã: a sua presença hodierna anima-nos na esperança da plena unidade de todos os cristãos. É de bom grado que aproveito a ocasião para lhe agradecer também a amável hospitalidade que recentemente reservou na Arménia ao meu Cardeal Secretário de Estado. Para mim é igualmente um prazer recordar a inesquecível visita que o Catholicos realizou a Roma no ano 2000, logo após a sua eleição. Quando se encontrou com ele, o meu amado Predecessor João Paulo II entregou-lhe uma insigne relíquia de São Gregória o Iluminador, e em seguida foi à Arménia para lhe retribuir a visita.

É conhecido o compromisso da Igreja Apostólica Arménia pelo diálogo ecuménico, e estou certo de que também a actual visita do venerado Patriarca Supremo e Catholicos de todos os Arménios contribuirá para intensificar as relações de amizade fraterna que unem as nossas Igrejas. Estes dias de imediata preparação para a Solenidade do Pentecostes estimulam-nos a reavivar a esperança na ajuda do Espírito Santo para progredir no caminho do ecumenismo. Temos a certeza de que o Senhor Jesus nunca nos abandona na busca da unidade, porque o seu Espírito é incansavelmente em acção para sustentar os nossos esforços, em vista de superar toda a divisão e de reatar toda a laceração no tecido vivo da Igreja.

Precisamente este Jesus prometeu aos discípulos nos últimos dias da sua missão terrena, como há pouco ouvimos no trecho do Evangelho: assegurou-lhes a assistência do Espírito Santo, que Ele teria mandado para que continuasse a fazer-lhes sentir a sua presença (cf.
Jn 14,16-17). Esta promessa tornou-se realidade quando, depois da Ressurreição, Jesus entrou no Cenáculo, saudou os discípulos com as palavras: "A paz esteja convosco", e, soprando sobre eles, disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jn 20,22). Autorizava-os a perdoar os pecados. Portanto, o Espírito Santo manifesta-se aqui como força do perdão dos pecados, da renovação dos nossos corações e da nossa existência; e assim Ele renova a terra e onde havia divisão cria unidade. Depois, na solenidade do Pentecostes, o Espírito Santo mostra-se através de outros sinais: através do sinal de um vento impetuoso, de línguas de fogo, e os Apóstolos falam em todas as línguas. Este é um sinal de que a dispersão babilónia, fruto da soberba que separa os homens, é ultrapassada no Espírito, que é caridade e que dá unidade na diversidade. Desde o primeiro momento da sua existência, a Igreja fala em todas as línguas graças à força do Espírito Santo e às línguas de fogo e vive em todas as culturas, nada destrói dos vários dons, dos diversos carismas, mas resume tudo numa grande e nova unidade que reconcilia: unidade e multiformidade.

O Espírito Santo, que é a caridade eterna, o vínculo da unidade na Trindade, une com a sua força na caridade divina os homens dispersos, criando assim a multiforme e grande comunidade da Igreja no mundo inteiro. Nos dias após a Ascensão do Senhor, até ao domingo do Pentecostes, os discípulos estavam reunidos no Cenáculo com Maria para rezar. Sabiam que eles mesmos não podiam criar, organizar a Igreja: a Igreja deve nascer e ser organizada pela iniciativa divina, não é uma criatura nossa, mas é dom de Deus. E somente assim ela cria também unidade, uma unidade que deve crescer. A Igreja de todos os tempos em particular, nestes nove dias entre a Ascensão e o Pentecostes une-se espiritualmente no Cenáculo com os Apóstolos e com Maria para implorar incessantemente a efusão do Espírito Santo. Impelida pelo seu vento impetuoso, ela poderá ser capaz de anunciar o Evangelho até aos extremos confins da terra.

Eis por que, mesmo diante das dificuldades e das divisões, os cristãos não podem resignar-se nem ceder ao desânimo. É isto que o Senhor nos pede: perseverar na oração para manter viva a chama da fé, da caridade e da esperança, onde se alimenta o anseio pela plena unidade. Ut unum sint, diz o Senhor. Ressoa sempre no nosso coração este convite de Cristo; convite que tive a oportunidade de relançar na minha recente Viagem Apostólica aos Estados Unidos da América, onde fiz referência à centralidade da oração no movimento ecuménico. Neste tempo de globalização e, ao mesmo tempo, de fragmentação, "sem a oração, as estruturas, as instituições e os programas ecuménicos ficaram desprovidos do seu coração e da sua alma" (Encontro ecuménico na igreja de São José em Nova Iorque, 18 de Abril de 2008). Demos graças ao Senhor pelas metas alcançadas no diálogo ecuménico, graças à acção do Espírito Santo; permaneçamos dóceis à escuta da sua voz, a fim de que os nossos corações, repletos de esperança, percorram sem trégua o caminho que leva à plena comunhão de todos os discípulos de Cristo.

Na Carta aos Gálatas, São Paulo recorda que "o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benevolência, bondade, fidelidade, mansidão e domínio de si" (Ga 5,22-23). Estes são os dons do Espírito Santo que invocamos também hoje para todos os cristãos, para que no serviço comum e generoso ao Evangelho possam ser no mundo sinal do amor de Deus pela humanidade. Dirijamos com confiança o olhar para Maria, Santuário do Espírito Santo, e por meio dela oremos: "Vinde, Espírito Santo, cumulai os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor". Amém!

Saudações

Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação de boas-vindas para todos vós neste mês de Maio, que tradicionalmente chama o povo cristão a multiplicar os seus gestos diários de veneração e imitação de Nossa Senhora. Mostrai-vos agradecidos, não regateando a Deus o tempo que lhe deveis. Rezai o terço todos os dias! Deixai a Virgem Mãe possuir o vosso coração: confiai-lhe tudo o que sois, tudo o que tendes! E Deus será tudo em todos... Isto é o que mais desejo a todos os presentes vindos de modo especial do Brasil, nomeadamente do Santuário Santa Terezinha do Menino Jesus em Botucatu ao conceder-vos, extensiva aos familiares, a minha Bênção Apostólica.

APELO PELA POPULAÇÃO DE MYANMAR



Faço meu o apelo de dor e de ajuda à amada população de Myanmar, que repentinamente viu destruídas pela arrasadora violência do ciclone Nargis, numerosíssimas vidas, além de bens e meios de subsistência.

Como já assegurei na mensagem de solidariedade enviada ao Presidente da Conferência Episcopal, estou espiritualmente próximo das pessoas atingidas. Além disso, gostaria de renovar a todos o convite a abrir o coração à piedade e à generosidade a fim de que, graças à colaboração de quantos podem e desejam prestar socorro, sejam aliviados os sofrimentos causados por uma tragédia tão ingente.




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