2Reis (SAV) 1





II Livro dos Reis


Elias e Ocozias

1 1 Tendo morrido Acab, Moab revoltou-se contra Israel.
2
Ocozias, que se encontrava em seu quarto alto, na Samaria, caiu da janela e feriu-se gravemente. Enviou então mensageiros, aos quais disse: Ide consultar Baal-Zebub, deus de Acaron, para saber se serei curado de meu mal.
3
Mas o anjo do Senhor falou a Elias, o tesbita: Sobe ao encontro dos mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes: Não há porventura um Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebub, deus de Acaron?
4
Por isso eis o que diz o Senhor: Não te levantarás do leito a que subiste, mas morrerás. E Elias partiu.
5
Os mensageiros voltaram para Ocozias, e este lhes perguntou: Por que voltais?
6
Eles responderam: Um homem nos veio ao encontro e nos disse: Ide, voltai para o vosso rei e dizei-lhe: Isto diz o Senhor: Não há porventura Deus em Israel, para que mandes consultar Baal-Zebub, deus de Acaron? Por isso não te levantarás do leito a que subiste; vais morrer.
7
Ocozias disse-lhes: Como era esse homem que veio ao vosso encontro e vos falou desse modo?
8
Era um homem coberto de pelos, responderam-lhe, que trazia uma cinta de couro em volta dos rins. O rei disse: É Elias, o tesbita.
9
Imediatamente enviou-lhe o rei um chefe com seus cinqüenta homens. Este foi ter com Elias, que estava sentado no cimo dum monte, e disse-lhe: Ó homem de Deus, desce depressa, pois é ordem do rei.
10
Elias respondeu: Se sou um homem de Deus, venha fogo do céu e vos devore, a ti e aos teus cinqüenta homens. E o fogo, caindo do céu, devorou o chefe e seus cinqüenta homens.
11
O rei mandou outro chefe com os seus cinqüenta homens, o qual, chegando aonde estava Elias, lhe disse; Ó homem de Deus, esta é a ordem do rei: desce imediatamente.
12
Se sou um homem de Deus, respondeu Elias, venha fogo do céu e te devore com os teus cinqüenta homens. E o fogo, caindo do céu, devorou o chefe e seus cinqüenta homens.
13
Pela terceira vez, mandou o rei um chefe com os seus cinqüenta homens, o qual, chegando aonde estava Elias, pôs-se de joelhos e suplicou-lhe, dizendo: Peço-te, ó homem de Deus, que a minha vida tenha algum valor aos teus olhos e a destes cinqüenta homens teus servos.
14
Veio fogo do céu e devorou os dois primeiros chefes; mas, agora, que minha vida tenha algum valor aos teus olhos!
15
O anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este homem; não temas. Elias levantou-se e desceu com ele à casa do rei.
16
Disse-lhe: Eis o que diz o Senhor: Porque enviaste mensageiros a consultar Baal-Zebub, deus de Acaron, não te levantarás mais do leito a que subiste; mas morrerás.
17
Ocozias morreu, segundo a palavra que o Senhor tinha dito pelo profeta Elias, e seu irmão Jorão sucedeu-lhe o trono, no segundo ano de Jorão, filho de Josafá, rei de Judá, porque Ocozias não tinha filhos.
18
O resto da história de Ocozias e suas ações, tudo está consignado no livro das Crônicas dos reis de Israel.

Elias é arrebatado ao céu

2 1 Eis o que se passou no dia em que o Senhor arrebatou Elias ao céu num turbilhão: Elias e Eliseu partiram de Gálgala,


2 e Elias disse a Eliseu: Fica aqui, porque o Senhor me mandou a Betel. Por Deus e por tua vida, respondeu Eliseu, não te deixarei. E desceram a Betel.
3
Os filhos dos profetas, que estavam em Betel, saíram ao encontro de Eliseu e disseram-lhe: Sabes que o Senhor vai tirar hoje o teu amo de sobre a tua cabeça? Sim, eu o sei: calai-vos!
4
Elias disse-lhe: Fica aqui, Eliseu, porque o Senhor manda-me a Jericó. Por Deus e por tua vida, respondeu ele, não te deixarei. E chegaram a Jericó.
5
Os filhos dos profetas que estavam em Jericó foram ter com Eliseu e disseram-lhe: Sabes que o Senhor vai tirar hoje o teu amo de sobre a tua cabeça? Sim, eu o sei. Calai-vos.


6 Elias disse-lhe: Fica aqui, porque o Senhor manda-me ao Jordão. Por Deus e pela tua vida, respondeu Eliseu, não te deixarei. E partiram juntos.
7
Seguiram-nos cinqüenta filhos de profetas os quais pararam ao longe, diante deles, enquanto Elias e Eliseu se detinham à beira do Jordão.
8
Elias tomou o seu manto, dobrou-o e feriu com ele as águas, que se separaram para as duas bandas, de modo que atravessaram ambos a pé enxuto.
9
Tendo passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me algo antes que eu seja arrebatado de ti: que posso eu fazer por ti? Eliseu respondeu: Seja-me concedida uma porção dobrada do teu espírito.
10
Pedes uma coisa difícil, replicou Elias. Entretanto, se me vires quando eu for arrebatado de ti, isso te será dado: mas se não me vires, não te será dado.
11
Continuando o seu caminho, entretidos a conversar, eis que de repente um carro de fogo com cavalos de fogo os separou um do outro, e Elias subiu ao céu num turbilhão.
12
Vendo isso, Eliseu exclamou: Meu pai, meu pai! Carro e cavalaria de Israel! E não o viu mais. Tomando então as suas vestes, rasgou-as em duas partes.
13
Apanhou o manto que Elias deixara cair, e voltando até o Jordão, parou à beira do rio.
14
Tomou o manto que Elias deixara cair, feriu com ele as águas, dizendo: Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Onde está ele? Tendo ferido as águas, estas separaram-se para um e outro lado, e Eliseu passou.


15 Os filhos dos profetas que estavam em Jericó, vendo o que acontecera defronte deles, disseram: O Espírito de Elias repousa em Eliseu. Foram-lhe ao encontro, prostraram-se por terra diante dele,
16
e disseram: Sabe que entre os teus servos há cinqüenta homens valentes, que podem ir em busca do teu amo. Talvez o tenha arrebatado o Espírito do Senhor e atirado com ele para algum monte ou para algum vale. Não os mandeis, respondeu Eliseu.
17
Eles, porém, tanto insistiram que Eliseu teve vergonha (de recusar): Mandai-os, disse ele. Mandaram, pois, cinqüenta homens, os quais procuraram Elias durante três dias, mas sem resultado.
18
Quando voltaram para Eliseu, que estava em Jericó, este disse-lhes: Não vos disse eu que não fôsseis?

Eliseu na fonte de Jericó

19 Os habitantes da cidade disseram a Eliseu: A cidade está muito bem situada, como o pode ver o meu senhor, mas as águas são más e tornam a terra estéril.
20
Eliseu disse-lhes: Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal. Eles lho trouxeram.
21
Eliseu foi à fonte e deitou sal nela, dizendo: Eis o que diz o Senhor: Sanei estas águas, e elas não causarão mais nem morte, nem esterilidade.
22
Ficaram as águas sadias e ainda o são, segundo a palavra que o Senhor tinha dito por Eliseu.

Os rapazes insolentes

23 Dali subiu a Betel. Enquanto ia pelo caminho, saíram da cidade alguns rapazes, e puseram-se a zombar dele, dizendo: Sobe, careca; sobe, careca!
24
Eliseu, voltando-se para eles, olhou-os e amaldiçoou-os em nome do Senhor. Imediatamente saíram da floresta dois ursos e despedaçaram quarenta e dois daqueles rapazes.
25
Dali se retirou para o monte Carmelo, de onde voltou para Samaria.

Jorão, rei de Israel (852-842)

3 1 No décimo oitavo ano de Josafá, rei de Judá, Jorão, filho de Acab, tornou-se rei de Israel em Samaria, e reinou durante doze anos.
2
Fez o mal aos olhos do Senhor, mas não tanto como seu pai e sua mãe, porque tirou a estela que seu pai tinha erigido a Baal.
3
Perseverou todavia nos pecados de Jeroboão, filho de Nabat, que fez pecar Israel, e não se apartou deles.

Guerra contra os moabitas

4 Mesa, rei de Moab, possuidor de muitos rebanhos, pagava ao rei de Israel, à guisa de tributo, cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.
5
Morrendo, porém, Acab, ele libertou-se do rei de Israel.
6
O rei Jorão saiu de Samaria e passou em revista todo o Israel.
7
Em seguida mandou dizer a Josafá, rei de Judá: O rei de Moab rebelou-se contra mim; queres vir comigo atacá-lo? Sim, respondeu Josafá; farei o que fizeres, meu povo fará o que fizer o teu, minha cavalaria fará o que fizer a tua.
8
E ajuntou: Por onde iremos? Pelo caminho do deserto de Edom.
9
O rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom puseram-se em marcha, mas depois de darem uma volta de sete dias de marcha, veio a faltar água, tanto para o exército como para os animais que o seguiam.
10
O rei de Israel exclamou: Ai! O Senhor juntou aqui os três reis para entregá-los ao rei de Moab!
11
Josafá disse: Não há por aqui algum profeta do Senhor, para por meio dele consultarmos o Senhor? Sim, respondeu um dos servos do rei de Israel, está aqui Eliseu, filho de Safat, que derramava água nas mãos de Elias.
12
Josafá disse: A palavra do Senhor está com ele. E desceram a ele Josafá, o rei de Israel e o rei de Edom.
13
Eliseu disse ao rei de Israel: Que queres de mim, ó rei? Vai procurar os profetas de teu pai e de tua mãe. Não, disse-lhe o rei de Israel, porque o Senhor reuniu aqui estes três reis para entregá-los ao rei de Moab.
14
Eliseu exclamou: Pela vida do Senhor dos exércitos a quem sirvo, se não fosse em atenção a Josafá, rei de Judá, eu não faria caso algum de ti, nem mesmo poria em ti os meus olhos.
15
Mas agora trazei-me um tocador de harpa. Apenas fez o tocador vibrar as cordas, veio a mão do Senhor sobre Eliseu,
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e este disse: Eis o que diz o Senhor: Cavai neste vale fossas e fossas!
17
Eis o que diz o Senhor: Não sentireis vento, nem vereis chuva, e contudo este vale se encherá de água; e bebereis vós, vossos rebanhos e vossos animais de carga.
18
Porém, isto é pouco aos olhos do Senhor: ele vai entregar também Moab nas vossas mãos.
19
Destruireis todas as cidades fortes, as cidades mais importantes, derrubareis todas as árvores frutíferas, tapareis todas as fontes e cobrireis de pedras todos os campos férteis.
20
No dia seguinte pela manhã, à hora da oblação, desceram as águas do lado de Edom, e a terra encheu-se de água.
21
Ouvindo os moabitas que aqueles reis vinham atacá-los, mobilizaram todos os que estavam na idade de pegar em armas e foram para a fronteira.
22
Na manhã seguinte, quando o sol se levantava sobre as águas, os moabitas viram diante de si as águas vermelhas como sangue.
23
É sangue!, exclamaram eles; os reis pelejaram entre si e destruíram-se mutuamente. Vamos, Moab, à presa!
24
Logo, porém, que chegaram para atacar o acampamento dos israelitas, estes levantaram-se e feriram os moabitas, que fugiram diante deles. E, enquanto os feriam, iam penetrando mais adentro na sua terra.
25
Destruíram as cidades, encheram toda a terra fértil de pedras, que cada um lançou, entupiram todas as fontes, derrubaram todas as árvores frutíferas, de modo que só ficaram as pedras da cidade de Quir-Caroset, que tinha sido cercada e atacada pelos fundibulários.
26
Vendo o rei de Moab que perdia o combate, tomou consigo setecentos homens armados de espada para abrir caminho até o rei de Edom, mas não conseguiu.
27
Tomando então o seu filho primogênito, que deveria reinar depois dele, ofereceu-o em holocausto sobre a muralha. Isso provocou uma tal indignação entre os israelitas, que estes se retiraram e voltaram para a sua terra.

Eliseu e a viúva

4 1 A mulher de um dos filhos dos profetas clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu, e sabes que ele temia o Senhor. Ora, eis que veio o credor tomar os meus dois filhos para fazê-los seus escravos.
2
Eliseu disse-lhe: Que posso eu fazer por ti? Dize-me: que tens em tua casa? Ela respondeu: Tua serva só tem em sua casa uma garrafa de óleo.
3
Vai, replicou Eliseu, pede emprestadas às tuas vizinhas ânforas vazias em grande quantidade.
4
Depois entra, fecha a porta atrás de ti e de teus filhos, e enche com o óleo estas ânforas, pondo-as de lado à medida que estiverem cheias!
5
Partiu a mulher e fechou a porta atrás de si e de seus filhos. Estes traziam-lhe as ânforas e ela as enchia.
6
Tendo enchido as ânforas, disse ela ao seu filho: Dá-me mais uma ânfora. Não há mais, respondeu ele. E o óleo cessou de correr.
7
A mulher foi e contou tudo ao homem de Deus. Este disse-lhe: Vai e vende esse óleo para pagar a tua dívida. Depois disso, tu e teus filhos vivereis do resto.

O filho da sunamita

8 Certo dia em que Eliseu atravessava Sunão, veio uma mulher rica do lugar e insistiu com ele para comer em sua casa. Depois disso, cada vez que ele passava por aquele lugar, dirigia-se à casa daquela mulher para tomar ali a sua refeição.
9
Ela disse ao seu marido: Escuta: eu sei que esse homem, que passa sempre por nossa casa, é um santo homem de Deus.
10
Preparemos-lhe em cima um quarto, obra de pedreiro, onde poremos uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada; assim poderá acomodar-se ali quando vier à nossa casa.
11
Ora, aconteceu que um dia, passando Eliseu por Sunão, retirou-se ao quarto de cima para dormir.


12 E disse a Giezi, seu servo: Chama essa sunamita. Giezi chamou-a e ela apresentou-se diante dele.
13
Pergunta-lhe, disse Eliseu, o que posso fazer por ela em reconhecimento do desvelo com que nos tem tratado. Talvez ela queira que se fale ao rei ou ao general do exército sobre algum negócio seu. Eu habito no meio de meu povo, respondeu ela.


14 Eliseu então disse: Que se pode fazer por ela? Ela não tem filhos, respondeu Giezi, e seu marido é idoso.
15
Chama-a, disse Eliseu. Giezi chamou-a e ela apareceu à porta.
16
Eliseu disse-lhe: Por esse tempo, daqui a um ano, acariciarás um filho. Não, meu senhor, respondeu ela, não zombes de tua escrava, ó homem de Deus!


17 E a mulher concebeu. No ano seguinte, à mesma época, como tinha predito Eliseu, ela deu à luz um filho.


18 O menino cresceu. Um dia em que ele fora ter com seu pai junto dos ceifadores,
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disse-lhe: Oh, minha cabeça, minha cabeça! Leva-o à sua mãe, disse o pai a um escravo.
20
Este levou-o e entregou-o à sua mãe. O menino ficou nos joelhos da mãe até meio-dia, e morreu.
21
Ela subiu, colocou o menino na cama do homem de Deus, fechou a porta e saiu.


22 Chamou o marido e disse-lhe: Manda comigo um escravo e uma jumenta, para que eu vá à casa do homem de Deus e volte.
23
Ele disse-lhe: Por que vais ter com ele hoje? Não é lua nova, nem sábado. Fica tranqüilo, respondeu ela.
24
Mandou selar a jumenta e disse ao escravo: Conduze-me, apressa-te, não me detenhas em caminho sem que eu te diga.
25
Ela partiu e chegou aonde estava o homem de Deus, no monte Carmelo. O homem de Deus, vendo-a de longe, disse ao seu servo Giezi: Aí vem a sunamita;
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corre-lhe ao encontro e pergunta-lhe se ela vai bem, como vai o seu marido e o seu filho. Ela respondeu: Tudo vai bem.
27
Mas chegando junto do homem de Deus na montanha, pegou-lhe os pés. Giezi aproximou-se para afastá-la, mas o homem de Deus disse-lhe: Deixa-a; sua alma está cheia de amargura e o Senhor me oculta o motivo, nada me revelou.
28
A mulher disse: Pedi eu porventura um filho ao meu senhor? Não te disse que não zombasses de mim?
29
Eliseu disse a Giezi: Põe o teu cinto, toma na mão o meu bastão e parte. Se encontrares alguém, não o saúdes; e se alguém te saudar, não lhe respondas. Porás o meu bastão no rosto do menino.
30
A mãe do menino exclamou: Por Deus e pela tua vida, não te deixarei! Então Eliseu seguiu-a.
31
Entretanto, Giezi, que os tinha precedido, pôs o bastão no rosto do menino; mas não houve voz, nem sinal de vida. Ele voltou a Eliseu e disse-lhe: O menino não despertou.


32 Eliseu entrou na casa, onde estava o menino morto em cima da cama.
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Entrou, fechou a porta atrás de si e do morto, e orou ao Senhor.
34
Depois, subiu à cama, deitou-se em cima do menino, colocou seus olhos sobre os olhos dele, suas mãos sobre as mãos dele, e enquanto estava assim estendido, o corpo do menino aqueceu-se.
35
Eliseu levantou-se, deu algumas voltas pelo quarto, tornou a subir e estendeu-se sobre o menino; este espirrou sete vezes e abriu os olhos.
36
Eliseu chamou Giezi e disse-lhe: Chama a sunamita; o que ele fez. Ela entrou e Eliseu disse-lhe: Toma o teu filho.
37
Então ela veio e lançou-se aos pés de Eliseu, prostrando-se por terra. Em seguida tomou o filho e saiu.

A sopa horrorosa

38 Quando Eliseu voltou a Gálgala, a fome devastava a terra. Estando os filhos dos profetas sentados diante dele, disse ao seu servo: Toma uma panela grande e prepara uma sopa para os filhos dos profetas.
39
Foi um deles ao campo para colher legumes, e encontrou uma planta silvestre; colheu dela coloquíntidas selvagens, encheu o manto, voltou para casa e cortou-as em pedaços dentro da panela da sopa, sem saber o que era.
40
Serviu-se a refeição aos homens. Logo, porém, que provaram da sopa, puseram-se a gritar: Homem de Deus, a morte está na panela! E não puderam comer.
41
Eliseu disse-lhes: Trazei-me farinha. Jogou farinha na panela e disse: Serve agora, para que todos comam. E não havia mais nada ruim na panela.

Multiplicação dos pães

42 Veio um homem de Baalsalisa, que trazia ao homem de Deus, à guisa de primícias, vinte pães de cevada e trigo novo no seu saco. Dá-os a esses homens, disse Eliseu, para que comam.
43
Seu servo respondeu: Como poderei dar de comer a cem pessoas com isto? Dá-os a esses homens, repetiu Eliseu, para que comam. Eis o que diz o Senhor: Comerão e ainda sobrará.
44
E deu-os ao povo. Comeram e ainda sobrou, como o Senhor tinha dito.

Cura de Naamã

5 1 Naamã, general do exército do rei da Síria, gozava de grande prestígio diante de seu amo, e era muito considerado, porque, por meio dele, o Senhor salvou a Síria; era um homem valente, mas leproso.
2
Ora, tendo os sírios feito uma incursão no território de Israel, levaram consigo uma jovem, a qual ficou a serviço da mulher de Naamã.
3
Ela disse à sua senhora: Ah, se meu amo fosse ter com o profeta que reside em Samaria, ele o curaria da lepra!
4
Ouvindo isso, Naamã foi e contou ao seu soberano o que dissera a jovem israelita.
5
O rei da Síria respondeu-lhe: Vai, que eu enviarei uma carta ao rei de Israel. Naamã partiu com dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes de festa.
6
Levou ao rei de Israel uma carta concebida nestes termos: Ao receberes esta carta, saberás que te mando Naamã, meu servo, para que o cures da lepra.
7
Tendo lido a missiva, o rei de Israel rasgou as vestes e exclamou: Sou eu porventura um deus, que possa dar a morte ou a vida, para que esse me mande dizer que cure um homem da lepra? Vede bem que ele anda buscando pretextos contra mim.
8
Quando Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei tinha rasgado as vestes, mandou-lhe dizer: Por que rasgaste as tuas vestes? Que ele venha a mim, e saberá que há um profeta em Israel.


9 Naamã veio com seu carro e seus cavalos e parou à porta de Eliseu.
10
Este mandou-lhe dizer por um mensageiro: Vai, lava-te sete vezes no Jordão e tua carne ficará limpa.
11
Naamã se foi, despeitado, dizendo: Eu pensava que ele viria em pessoa, e, diante de mim, invocaria o Senhor, seu Deus, poria a mão no lugar infetado e me curaria da lepra.
12
Porventura os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, não são melhores que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar limpo? E, voltando-se, retirou-se encolerizado.
13
Mas seus servos, aproximando-se dele, disseram-lhe: Meu pai, mesmo que o profeta te tivesse ordenado algo difícil, não o deverias fazer? Quanto mais agora que ele te disse: Lava-te e serás curado.


14 Naamã desceu ao Jordão e banhou-se ali sete vezes, como lhe ordenara o homem de Deus, e sua carne tornou-se tenra como a de uma criança.
15
Voltando então para o homem de Deus, com toda a sua comitiva, entrou, apresentou-se diante dele e disse: Reconheço que não há outro Deus em toda a terra, senão o de Israel. Aceita este presente do teu servo.


16 Pela vida do Senhor a quem sirvo, replicou Eliseu, não aceitarei nada. E apesar da instância de Naamã, ele recusou.
17
Então Naamã disse: Se não o aceitas, permite ao menos que se dê ao teu servo da terra deste país, tanto quanto possam carregar duas mulas, porque doravante este teu servo não oferecerá mais holocausto nem sacrifício a outros deuses, mas só ao Senhor.


18 Entretanto, que o Senhor perdoe ao teu servo no seguinte: Quando o meu soberano entrar no templo de Remon para adorar, apoiando-se no meu braço, e que eu também me prostrar no templo de Remon, que o Senhor perdoe esse gesto ao teu servo.
19
Eliseu respondeu: Faze-o tranqüilamente. E Naamã o deixou.

Punição de Giezi

20 Naamã estava já a certa distância, quando Giezi, servo de Eliseu, disse consigo: Eis que meu amo poupou a esse sírio, Naamã, recusando aceitar de sua mão o que ele tinha trazido. Pela vida de Deus! Vou correr atrás dele, e obterei dele alguma coisa.
21
E Giezi foi ao alcance de Naamã, o qual, vendo-o correr, desceu do carro e veio-lhe ao encontro. E disse-lhe: Tudo vai bem?
22
Sim, respondeu Giezi; meu senhor manda-me dizer-te: Acabam de chegar à minha casa, da montanha de Efraim, dois jovens, filhos de profetas. Rogo-te que me dês para eles um talento de prata e dois hábitos de festa.
23
Naamã respondeu: É melhor que leves dois talentos. Naamã insistiu e, atando dois talentos e dois hábitos de festa em dois sacos, entregou-os a dois de seus escravos para que os levassem a Giezi.
24
Quando atingiram a colina, Giezi tomou os objetos de suas mãos e guardou-os na sua casa. Depois disso, despediu os dois homens e estes se retiraram.
25
E, tendo entrado, apresentou-se ao seu amo. Eliseu disse-lhe: De onde vens, Giezi? Teu servo não foi a parte alguma, respondeu ele.
26
Mas Eliseu replicou: Não estava porventura presente o meu espírito, quando um homem saltou de seu carro ao teu encontro? É este o momento de aceitar dinheiro, adquirir vestes, oliveiras e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?
27
A lepra de Naamã se pegará a ti e a toda a tua descendência para sempre. E Giezi saiu da presença de Eliseu coberto de uma lepra branca como a neve.

O milagre do machado

6 1 Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Vê: o lugar em que moramos contigo tornou-se estreito demais para nós.
2
Vamos até o Jordão, tomemos dali cada um de nós uma viga, e construamos ali uma sala em que habitemos. Ide, respondeu-lhes ele.
3
Mas vem também tu com os teus servos, ajuntou um deles. Eu irei, disse ele.
4
E partiu com eles. Chegados ao Jordão, puseram-se a cortar madeira.
5
Ora, estando um deles a cortar uma árvore, eis que o seu machado caiu na água. Ah, meu senhor!, exclamou ele. Porque o machado era emprestado.
6
Onde caiu ele?, perguntou o homem de Deus. Ele mostrou-lhe o lugar. Eliseu cortou um pedaço de madeira, jogou-o na água, e o machado veio à tona.
7
Tira-o, disse ele. O homem estendeu a mão e tomou-o.

Os sírios feridos de cegueira

8 O rei da Síria, que estava em guerra contra Israel, teve conselho com os seus servos e disse-lhes: Em tal e tal lugar estará o meu acampamento.
9
Mandou então o homem de Deus dizer ao rei de Israel: Guarda-te de passar por tal lugar, porque os sírios estão ali.
10
O rei de Israel mandou homens ao lugar indicado pelo homem de Deus em sua mensagem. E o rei acautelou-se não apenas uma ou duas vezes.
11
O rei da Síria, alvoroçado por causa disso, chamou seus servos e disse-lhes: Não me descobrireis quem dos nossos nos traiu junto do rei de Israel?
12
Não foi ninguém, ó rei, meu senhor, respondeu um deles; é o profeta Eliseu quem conta ao rei de Israel os planos que fazes em teu quarto de dormir.
13
Ide, disse o rei, e vede onde ele está, para que eu o mande prender. Disseram ao rei: Ele está agora em Dotã.
14
O rei enviou ali cavalos, carros e uma companhia importante; chegaram de noite e cercaram o lugar.
15
Na manhã seguinte, o homem de Deus, saindo fora, viu o exército que cercava a cidade com cavalos e carros. Seu servo disse-lhe: Ai, meu senhor! Que vamos fazer agora?
16
Não temas, respondeu Eliseu; os que estão conosco são mais numerosos do que os que estão com eles.
17
Orou Eliseu e disse: Senhor, abri-lhe os olhos, para que veja. O Senhor abriu os olhos do servo, e este viu o monte cheio de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu.
18
(Entretanto, os sírios) desciam para ele, e Eliseu orou ao Senhor, dizendo: Feri de cegueira estes homens. E o Senhor, ouvindo a prece de Eliseu, feriu-os de cegueira.
19
Eliseu disse-lhes: Não é por aqui o caminho, nem é esta a cidade. Segui-me: vou conduzir-vos ao homem que buscais. E levou-os a Samaria.
20
Tendo eles entrado em Samaria, Eliseu disse: Senhor, abri os olhos desses homens para que vejam. O Senhor abriu-lhes os olhos e eles viram que estavam em Samaria.
21
O rei de Israel, tendo-os visto, disse a Eliseu: Feri-los-ei, meu pai?
22
Não, respondeu ele. Fere aos que capturares com tua espada e teu arco. A estes, porém, dá-lhes pão e água, para que restaurem as forças e voltem em seguida para junto de seu senhor.
23
O rei mandou que se lhes servisse um grande banquete, e depois que acabaram de comer e beber, deixou-os em liberdade, e eles voltaram para o seu soberano. E a partir de então, os guerrilheiros sírios cessaram as suas incursões nas terras de Israel.

Samaria novamente bloqueada pelos sírios

24 Depois disso, Ben-Hadad, rei da Síria, mobilizou todo o seu exército e subiu para pôr cerco diante de Samaria.
25
A fome alastrou-se pela cidade e o cerco foi tão rude que uma cabeça de jumento valia oitenta siclos de prata, e a quarta parte de um cab de grãos, cinco siclos de prata.
26
Um dia em que o rei circulava pela muralha, uma mulher gritou-lhe: Socorre-me, ó rei, meu senhor!
27
O rei respondeu-lhe: Se o Senhor não te salva, com que te poderei eu socorrer? Porventura com a eira ou com o lagar?
28
E ajuntou: Que te aconteceu? Ela respondeu: Esta mulher, que aqui vês, disse-me: Dá-me o teu filho, para o comermos hoje; amanhã comeremos o meu.
29
Cozemos então o meu filho e o comemos. No dia seguinte, quando eu lhe disse: Dá-me o teu filho, para que o comamos, ela o escondeu.
30
Ouvindo o que lhe dizia a mulher, o rei rasgou as vestes; e como ia passando pela muralha, o povo viu que ele trazia um cilício sobre o corpo.
31
Que Deus me trate com todo o rigor, se a cabeça de Eliseu, filho de Safat, lhe ficar ainda hoje sobre os ombros!
32
Ora, Eliseu achava-se em sua casa, e os anciãos sentados com ele. O rei se fizera preceder por um emissário; mas, antes que este chegasse, Eliseu disse aos anciãos: Vede como este filho de bandido manda alguém para cortar-me a cabeça? Atenção! Quando chegar o emissário, fechai-lhe a porta e repeli-o. Mas não se ouve já o ruído dos passos de seu amo, que o segue?
33
Não tinha ainda acabado de falar, quando o mensageiro se apresentou diante dele e disse-lhe: Quando um tão grande mal nos vem do Senhor, que poderei eu esperar ainda?


7 1 Eliseu disse-lhe: Ouvi o que diz o Senhor: Amanhã, a esta mesma hora, uma medida de flor de farinha valerá um siclo à porta de Samaria, e duas medidas de cevada, também um siclo.
2
O oficial, em cujo braço se apoiava o rei, respondeu ao homem de Deus: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, seria possível semelhante coisa? Tu o verás com os teus olhos, respondeu Eliseu, mas não comerás.
3
Ora, estavam quatro leprosos à porta da cidade, os quais disseram entre si: Por que ficarmos nós aqui até morrermos?
4
Se formos para a cidade, morreremos, porque reina a fome ali; se ficarmos aqui, morreremos da mesma sorte. Vinde: passemos ao acampamento dos sírios; quem sabe se eles nos pouparão a vida, e viveremos? Se eles nos matarem, pois bem, morreremos.
5
Ao anoitecer partiram para o acampamento dos sírios, mas, ao chegarem aos limites do acampamento, viram que não havia mais ninguém.
6
O Senhor tinha feito ouvir no acampamento dos sírios um estrondo de carros, de cavalaria e de um grande exército, e disseram uns aos outros: Isso é certamente o rei de Israel que assalariou contra nós os reis dos hiteus e dos egípcios.
7
Levantaram-se, pois, ao anoitecer, e fugiram, deixando ali suas tendas, cavalos, jumentos, abandonando o acampamento tal como estava, e só cuidando de salvar a própria vida.
8
Os leprosos, pois, chegando à extremidade do acampamento, entraram numa tenda, e, depois de terem comido e bebido, tomaram consigo ouro, prata e vestes, que foram esconder para si. Voltaram em seguida e entraram noutra tenda, e esconderam também o que puderam carregar dali.
9
Então disseram um para o outro: Não está bem o que fazemos; hoje é um dia de boas novas. Se calarmos e esperarmos até o romper da aurora, seremos castigados. Vamos e informemos a casa do rei.
10
Foram e contaram o sucedido aos guardas da porta da cidade, dizendo-lhes: Entramos no acampamento dos sírios: não há ali ninguém, nem uma voz humana sequer, só há cavalos, jumentos amarrados e as tendas tais como foram levantadas.
11
Os guardas da porta deram sinais e a boa nova foi levada ao interior do palácio real.
12
Era noite; o rei levantou-se e disse aos seus servos: Vou dizer-vos o que tramam os sírios: eles sabem que estamos famintos; por isso deixaram o acampamento e foram armar emboscadas no campo, pensando prender-nos vivos e penetrar em seguida na cidade, uma vez que tenhamos saído dela.
13
Mas um dos servos do rei tomou a palavra: Tomemos cinco dos cavalos que nos restam e mandemo-los para ver o que há - sua sorte será a de todo o povo de Israel que ficou, e que vai perecer.
14
Escolheram dois carros com os cavalos, e o rei os enviou para seguirem as pisadas do exército sírio, dizendo-lhes: Ide ver.
15
Eles seguiram os rastos dos sírios até o Jordão. Todo o caminho estava repleto de vestes e outros objetos que os sírios tinham abandonado em sua precipitação. Os mensageiros voltaram e contaram-no ao rei.
16
Saiu então o povo e pilhou o acampamento dos sírios. E vendeu-se uma medida de flor de farinha por um siclo, e igualmente por um siclo duas medidas de cevada, como o Senhor o dissera.
17
O rei confiara a guarda da porta ao oficial em cujo braço se apoiava. Mas a porta, com os empurrões do povo, caiu e o povo o esmagou; e ele morreu, como havia predito o homem de Deus, quando o rei descera à sua casa.
18
O homem de Deus tinha dito ao rei: Amanhã, a esta mesma hora, duas medidas de cevada valerão um siclo à porta de Samaria, e uma medida de flor de farinha, um siclo igualmente.
19
E o oficial tinha respondido ao homem de Deus: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, seria possível tal coisa? Ao que Eliseu replicara: Tu o verás, com os teus olhos, mas não comerás.
20
Foi o que lhe aconteceu: o povo o atropelou à porta, e ele morreu.

Intervenção de Eliseu em favor da mulher de Sunão

8 1 Eliseu dissera à mulher, cujo filho ele ressuscitara: Parte com todos os teus, e habita no estrangeiro, porque o Senhor fez vir a fome, e ela virá sobre a terra durante sete anos.
2
Esta mulher fez o que lhe disse o homem de Deus: emigrou com sua família e habitou sete anos na terra dos filisteus.
3
Passados os sete anos, voltou da terra dos filisteus e foi falar ao rei a respeito de sua casa e de sua terra.
4
O rei estava conversando com Giezi, servo do homem de Deus, e pedia-lhe que lhe contasse os prodígios que Eliseu tinha feito.
5
Giezi estava justamente contando como Eliseu havia ressuscitado um morto, quando a mulher, cujo filho ressuscitara, chegou para implorar ao rei a respeito de sua casa e de sua terra. Giezi exclamou: Ó rei, meu senhor! Eis a mulher com o filho que Eliseu ressuscitou.
6
O rei interrogou a mulher, e esta narrou-lhe o acontecido. Então o rei fê-la acompanhar por um eunuco com a seguinte ordem: Faze-lhe restituir tudo o que lhe pertence, assim como todos os rendimentos de sua terra, desde o dia em que ela a deixou até o dia de hoje.

Eliseu e Hazael

7 Eliseu foi a Damasco. Ben-Hadad, rei da Síria, estava doente. Avisaram-no, dizendo: O homem de Deus está aqui.
8
Disse então o rei a Hazael: Toma contigo um presente e vai ao encontro do homem de Deus. Consultarás o Senhor, por seu intermédio, se sairei vivo desta enfermidade.
9
Hazael partiu e foi ao encontro do homem de Deus, levando consigo presentes, o que havia de melhor em Damasco, em quarenta camelos carregados. Chegando aonde ele estava, disse-lhe: Teu filho Ben-Hadad, rei da Síria, mandou-me ter contigo para perguntar-te se sairá vivo de sua enfermidade.
10
Eliseu respondeu-lhe: Vai e dize-lhe que ele será certamente curado. Mas o Senhor revelou-me que ele morrerá.
11
Depois o homem de Deus olhou-o fixamente, de modo que Hazael se sentiu perturbado; e o homem de Deus pôs-se a chorar.
12
Por que chora o meu senhor?, perguntou Hazael. Ele respondeu: Porque sei os males que farás aos israelitas: incendiarás as suas cidades fortes, passarás ao fio da espada os seus jovens, esmagarás as suas crianças e rasgarás pelo meio o ventre de suas mulheres grávidas.
13
Será o teu servo porventura um cão, disse-lhe Hazael, para fazer tais coisas? Eliseu respondeu: O Senhor mostrou-me numa visão que serás rei da Síria.
14
Deixando Eliseu, voltou Hazael para junto de seu amo, o qual lhe perguntou: Que te disse Eliseu? Disse-me, respondeu ele, que serás certamente curado.
15
No dia seguinte, (Hazael) tomou uma cobertura, molhou-a em água e aplicou-a sobre o rosto do rei, e este morreu. E Hazael sucedeu-lhe no trono.

Jorão, rei de Judá (848-841)

16 No quinto ano de Jorão, filho de Acab, rei de Israel, Jorão, filho de Josafá, tornou-se rei de Judá.
17
Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.
18
Andou pelos caminhos dos reis de Israel, como fizera a casa de Acab, cuja filha desposou. E fez o mal aos olhos do Senhor.
19
Apesar disso, o Senhor não quis destruir a casa de Judá, por causa de Davi, seu servo, a quem prometera conservar sempre uma lâmpada na sua descendência.
20
No tempo de Jorão, os edomitas sacudiram o jugo de Judá e constituíram um rei para si.
21
Jorão foi a Seira com todos os seus carros, e, durante a noite, feriu os edomitas que o tinham cercado; e os chefes dos carros com as tropas fugiram para as suas tendas.
22
E assim Edom sacudiu o jugo de Judá até o dia de hoje. Naquele mesmo tempo, Libna libertou-se igualmente.
23
Os outros atos e grandes feitos de Jorão estão consignados no livro das Crônicas dos reis de Judá.
24
Jorão adormeceu com os seus pais e foi sepultado junto deles na cidade de Davi. Seu filho Ocozias sucedeu-lhe no trono.

Ocozias, rei de Judá (841)

25 No décimo segundo ano de Jorão, filho de Acab, rei de Israel, Ocozias, filho de Jorão, tornou-se rei de Judá.
26
Ocozias tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Atalia, e era filha (neta) de Amri, rei de Israel.
27
Andou nos caminhos da casa de Acab e fez o mal aos olhos do Senhor, como a casa de Acab, porque lhe era aliado.
28
Saiu com Jorão, filho de Acab, a combater Hazael, rei da Síria, em Ramot de Galaad, e foi ferido pelos sírios.
29
E voltou então a Jezrael para se curar dos ferimentos recebidos dos sírios no combate contra Hazael, rei da Síria. Ocozias, filho de Jorão, rei de Judá, desceu a Jezrael para visitar Jorão, filho de Acab, que estava enfermo.

Jeú, rei de Israel (841-813)

9
2Reis (SAV) 1