Discursos Bento XVI 114

AO SENHOR IDRISS JAZAÏRY NOVO EMBAIXADOR DA ARGÉLIA JUNTO DA SANTA SÉ 1 de Dezembro de 2005

Senhor Embaixador

Sinto-me feliz por dar as boas-vindas a Vossa Excelência por ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador extraordinário e plenipotenciário da República Argélia Democrática e Popular junto da Santa Sé.

Agradeço-lhe vivamente, Senhor Embaixador, as cordiais saudações que acaba de me dirigir em seu nome e em nome do Presidente da República, assim como do governo e do povo argélio.

Sensibilizaram-me muito as manifestações de afecto que chegaram da Argélia por ocasião da morte do Papa João Paulo II, sobretudo, por ocasião da celebração das exéquias, na presença de Sua Excelência o Sr. Abdelaziz Bouteflika. Ficar-lhe-ia grato se se dignar transmitir-lhe os votos que formulo pela sua pessoa, sobretudo pela sua saúde, e pelo cumprimento da sua nobre missão ao serviço dos seus concidadãos. Rezo ao Todo-Poderoso para que abençoe os esforços do povo argélio na obra da edificação de uma nação cada vez mais fraterna e solidária.

Vossa Excelência, Senhor Embaixador, recordou as graves violências que o seu País teve que enfrentar durante estes últimos anos. Só uma autêntica reconciliação pode permitir que os homens vivam em harmonia e em paz entre si. A renúncia à vingança e ao compromisso resoluto pelo caminho do perdão são os meios dignos que o homem tem para fortalecer os vínculos de fraternidade e de solidariedade. Como dizia o meu venerado predecessor, o Papa João Paulo II, "a capacidade de perdoar está na base de qualquer projecto de uma sociedade futura mais justa e solidária" (Mensagem para a Jornada Mundial da Paz de 2002, n. 9).O perdão guia a pessoa para uma humanidade mais profunda e mais rica, despertando em cada um o melhor de si mesmo.

115 Mas uma tal atitude, que enobrece o homem, está necessariamente associada às exigências da justiça. O perdão não é um sinal de debilidade e não pode ignorar as reivindicações legítimas das vítimas de injustiça, que pedem que os seus direitos sejam reconhecidos e que as ofensas que sofreram sejam reparadas. O perdão é de certa forma o remate da justiça humana frágil e imperfeita, permitindo cicatrizar as feridas que por vezes marcaram por muito tempo as pessoas no mais profundo de si mesmas e de restabelecer do melhor modo possível os relacionamentos humanas que foram desestabilizados.

Para defender o valor sagrado da pessoa humana e favorecer o respeito do próximo e a liberdade religiosa, é necessário que o espírito de reconciliação e de justiça seja inculcado nas jovens gerações, sobretudo na família e na educação. Desta forma, as sociedades poderão progredir na solidariedade e na fraternidade, de forma que a violência não seja encorajada como solução para os problemas que enfrentam e que a religião jamais seja usada para justificar uma tal opção nem para criar desigualdades entre as pessoas.

Senhor Embaixador, Vossa Excelência recordou as grandes figuras de paz e de reconciliação das comunidades que assinalaram a história antiga e contemporânea do seu País. Ainda recentemente, a Igreja honrou de modo particular Charles de Foucauld, que viveu na vossa terra, querendo fazer-se próximo de todos, como o "irmão universal". Como já tive a oportunidade de recordar, a Igreja católica deseja prosseguir com os crentes das outras religiões um diálogo aberto e sincero, na busca do verdadeiro bem do homem e da sociedade. Por conseguinte, alegro-me por conhecer a qualidade das relações mantidas no seu País entre a comunidade católica e a comunidade muçulmana. O encontro na verdade entre os crentes das diferentes religiões é um desafio exigente para o futuro da paz no mundo, e isso requer muita perseverança. Para superar a ignorância e os preconceitos recíprocos, é importante criar vínculos de confiança entre as pessoas, sobretudo mediante a partilha da vida quotidiana e o trabalho em comum, de forma que a livre expressão das diferenças confessionais não seja um motivo de exclusão recíproca mas antes uma ocasião para aprender a viver respeitando a identidade do próximo.

Senhor Embaixador, sinto-me feliz de poder saudar com afecto, por seu intermédio, a comunidade católica da Argélia reunida à volta dos seus Bispos. Durante os últimos anos, ela partilhou corajosamente as provas do povo argélio, oferecendo um testemunho significativo de fraternidade universal e desejando prosseguir com generosidade a sua missão pelo bem de todo o país.
Senhor Embaixador, hoje Vossa Excelência inicia a nobre missão de representar o seu País junto da Santa Sé. Queira aceitar os votos cordiais que formulo pelo seu bom êxito e tenha a certeza de encontrar sempre, junto dos meus colaboradores a compreensão e o apoio necessários!

Sobre Vossa Excelência, sobre a sua família, os seus colaboradores, sobre todos os seus compatriotas e seus dirigentes, invoco de coração a abundância das Bênçãos divinas.




AO SENHOR PETROS TSEGGAI ASGHEDOM NOVO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DA ERITREIA JUNTO DA SANTA SÉ 1 de Dezembro de 2005


Senhor Embaixador

É-me grato dar-lhe as boas-vindas ao Vaticano e aceitar as Cartas que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República da Eritreia junto da Santa Sé. Agradeço-lhe as saudações que Vossa Excelência me transmite da parte do seu Presidente, Sua Excelência o Senhor Isaías Afwerki, e peço que lhe comunique a minha respeitosa gratidão e que lhe assegure as minhas preces incessantes pelo bem-estar da sua nação.

A Santa Sé valoriza enormemente os próprios vínculos diplomáticos com o seu país, que a tornam capaz de cooperar com o seu governo no interesse da paz e da estabilidade entre as queridas populações do Chifre da África. A Igreja compartilha com todas as pessoas de boa vontade a responsabilidade "de construir uma sociedade pacífica, de vencer a tentação do confronto entre as diferentes culturas, raças e mundos" (Discurso ao Corpo Diplomático, 12 de Maio de 2005). O Senhor Embaixador conhece a triste experiência do terrível preço humano da guerra; permita-me assegurar-lhe que a Santa Sé deseja ardentemente fazer tudo o que lhe é possível para ajudar a comunidade internacional nos seus esforços para evitar uma ulterior recrudescência militar e a resolução dos conflitos contínuos na sua região da África.

As principais vítimas da guerra são sempre as pessoas cujas vidas são profundamente interrompidas pela violência e pela destruição. Muitas delas são forçadas a abandonar os próprios lares, ou a buscar refúgio nos Estados vizinhos. A Igreja sente-se próxima dos refugiados e das pessoas deslocadas, "não só com a sua presença pastoral e com a sua ajuda material, mas também com o seu compromisso na defesa da sua dignidade humana" (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 505). No seu país, onde os efeitos da pobreza dos povos alcançou graves proporções, a Igreja Católica está comprometida em demonstrar a própria solidariedade para com eles no seu sofrimento, e em oferecer-lhes uma ajuda concreta. Na medida em que os líderes se tornam cada vez mais conscientes da necessidade de oferecer uma assistência eficaz à África, a Igreja sente-se feliz por ser unir a eles na luta contra a fome, a pobreza e a doença.

116 Não obstante correspondam a uma pequena proporção da população da Eritreia, os católicos podem oferecer uma significativa contribuição para a vida nacional, através do seu testemunho cristão e do seu compromisso no progresso do bem comum. Fiel à sua natureza e missão, a Igreja procura ir sempre ao encontro dos pobres e dos doentes, trabalhando incansavelmente pela promoção da dignidade da pessoa humana, criada à imagem de Deus. Por este motivo, ela aproveita a oportunidade para cooperar com o governo da Eritreia e para colocar os seus consideráveis recursos de pessoal e a sua experiência ao serviço do povo eritreu. Estou convicto de que o governo, por sua vez, facilitará de bom grado os esforços humanitários, acolhendo os missionários que chegam do estrangeiro e ajudando o clero e os religiosos autóctones, que dedicam a sua vida inteira à oração e ao ministério pastoral. De modo particular, pedir-lhe-ia que se respeitasse o seu direito à isenção do serviço militar: a Eritreia será melhor servida, se tais pessoas tiverem a liberdade de responder ao seu chamamento cristão e às respectivas vocações.

De facto, expresso a minha esperança a fim de que se dêem passos concretos para implementar, na medida do possível, a garantia constitucional da liberdade religiosa por parte do seu país. Como ensina o Concílio Vaticano II, trata-se de um direito que se fundamenta "realmente na dignidade da pessoa humana, [conhecida] como a palavra revelada de Deus e a própria razão" (Dignitatis humanae
DH 2). Por conseguinte, a Igreja Católica interessa-se profundamente por que todos os cidadãos sejam livres de pôr em prática a fé que lhes é própria, e que ninguém se sinta ameaçado nem coagido de modo algum a este propósito. Ela procura fomentar também o diálogo e a fraternidade respeitosos entre as diversificadas tradições cristãs e entre as várias religiões e, deste modo, contribuir para a coexistência pacífica de todos os grupos que formam a sociedade eritreia.

Ao promover a liberdade de cumprir a sua missão de amor no meio do seu povo, a Igreja deseja ardentemente apressar o dia em que todos os cidadãos do seu país serão capazes de viver unidos na paz, na prosperidade e na harmonia.

Excelência, estou persuadido de que a missão diplomática que o Senhor Embaixador está a começar no dia de hoje consolidará os bons relacionamentos já existentes entre o Estado da Eritreia e a Santa Sé. Enquanto lhe formulo os meus melhores votos para os anos vindouros, gostaria de lhe assegurar que os vários departamentos da Cúria Romana estarão sempre dispostos a ajudá-lo no cumprimento dos seus deveres. Sobre Vossa Excelência, a sua família e todo o povo da Eritreia, invoco cordialmente as abundantes bênçãos divinas.


AO SENHOR FÉLIX KODJO SAGBO NOVO EMBAIXADOR DO TOGO JUNTO DA SANTA SÉ 1 de Dezembro de 2005

Senhor Embaixador

É com prazer que recebo Vossa Excelência por ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador extraordinário e plenipotenciário do Togo junto da Santa Sé.

Agradeço-lhe as amáveis palavras que acaba de me dirigir, com as quais recordou o meu venerado Predecessor João Paulo II, assim como as saudações que me transmitiu da parte de Sua Excelência o Sr. Faure Gnassingbé, Presidente da República togolesa.

Agradeço-lhe a amabilidade de lhe transmitir os meus melhores votos. Saúdo também cordialmente todo o povo togolês, desejando-lhe bem-estar e prosperidade.

No seu discurso, Senhor Embaixador, Vossa Excelência recordou o processo democrático iniciado no seu País, em vista da instauração de um estado de direito. Isto muito me sensibiliza. De facto, desde o início do meu pontificado, quis fazer-me próximo das populações do Togo que viviam uma situação dolorosa (cf. Regina Caeli, 1 de Maio de 2005). Desejo profundamente que as feridas abertas, sobretudo durante os últimos meses, possam ser curadas com uma reconciliação autêntica entre todos os filhos da nação. A violência não pode ser o meio apropriado para construir uma sociedade justa e solidária. Para alcançar uma existência reconciliada na qual cada um poderá viver em paz e segurança, onde as pessoas deslocadas poderão regressar ao seu lar sem receio, é fundamental a realização de órgãos de diálogo entre todos os componentes da nação. Isto permitirá que todas as sensibilidades se expressem, sejam compreendidas e incluídas na edificação do País. Assim, progressivamente, a confiança reinará entre todos, para o bem da nação.

De facto, para poder realizar um desenvolvimento harmonioso da sociedade, é necessário estabelecer entre todos relacionamentos fundados no direito e na justiça. A busca do bem comum deve constituir uma prioridade que comprometa de modo particular os responsáveis, a todos os níveis da sociedade, para favorecer o pleno desenvolvimento humano e espiritual de cada um, no respeito da promoção das pessoas e dos seus direitos fundamentais, assim como os princípios morais fundamentais. O bem comum não é um simples bem-estar socioeconómico. Ele assume também uma dimensão transcendente, porque Deus é o fim último das suas criaturas.

117 O desenvolvimento integral das pessoas e da sociedade, muitas vezes impedido por numerosos e profundos males, deve ser decididamente favorecido e apoiado pela solidariedade internacional. Mas é também verdade que é antes de tudo sobre os cidadãos e sobre os seus dirigentes que reside a responsabilidade primária de trabalhar para isso, assim como de fazer reinar a paz e a reconciliação.

Como Vossa Excelência sabe, Senhor Embaixador, a Igreja Católica está plenamente comprometida neste combate pelo desenvolvimento integral do homem, pela promoção de um futuro de justiça e de paz em benefício de toda a população, sem distinções, em colaboração com todas as pessoas de boa vontade. Contudo, para cumprir esta missão, ela deve poder expressar-se livremente, no respeito da autonomia dos responsáveis da sociedade civil. A missão que a Igreja recebeu de Cristo não é de ordem política, económica ou social: a finalidade que lhe foi designada é de ordem religiosa. A Igreja não procura vantagem alguma para si mesma, mas, como realça o Concílio Vaticano II, ela "nada deseja mais ardentemente do que, servindo o bem de todos, poder desenvolver-se livremente sob qualquer regime que reconheça os direitos fundamentais da pessoa e da família e os imperativos do bem comum" (Constituição pastoral Gaudium et spes
GS 42).

Senhor Embaixador, permita que, por seu intermédio, eu saúde os católicos do seu País. Faço votos por que, unidos aos seus Bispos, aos quais foi confiada a tarefa de governar a Igreja de Deus, eles sejam testemunhas fervorosas da mensagem evangélica e que, juntamente com os seus concidadãos, trabalhem com generosidade para o estabelecimento de uma sociedade fraterna e solidária.

No momento em que inicia a sua missão junto da Sé Apostólica, apresento-lhe os meus votos mais cordiais para a sua feliz realização. Tenha a certeza de que, junto dos meus colaboradores, encontrará sempre o acolhimento atento e a compreensão cordial da qual poderá ter necessidade.

Invoco de todo o coração sobre Vossa Excelência, sobre os seus colaboradores, sobre a sua família, sobre o povo togolês e seus dirigentes, a abundância das Bênçãos divinas.




AO SENHOR ANTONI MORELL MORA NOVO EMBAIXADOR DE ANDORRA JUNTO DA SANTA SÉ 1 de Dezembro de 2005

Senhor Embaixador

Sinto-me feliz por receber as Cartas que o acreditam como Embaixador junto da Santa Sé. Seja bem-vindo! A sua agradável visita oferece-me a oportunidade de enviar uma saudação cordial a todo o Povo andorrano, desde sempre parte viva da Igreja universal e em comunhão com o Sucessor de Pedro.

Um olhar aos bonitos vales do seu País dá testemunho de como a fé cristã tenha encontrado morada estável também visivelmente entre quantos nela habitam. Como não recordar que durante centenas de anos foram as paróquias que constituíram a própria estrutura do vosso autogoverno?

Podemos dizer que, ao longo da história, a vida eclesial dos cidadãos de Andorra preservou a sua identidade e independência, favorecendo um desenvolvimento harmonioso do Principado, que levou, em 1993, à primeira Constituição.

Por isso, a Igreja caminhou sempre com o povo andorrano, insuflando nele os valores da defesa da própria peculiaridade autêntica, para que pudesse entrar em relação com os Povos vizinhos em paz, fiel ao seu mote constitucional "virtus unita, fortior", num espírito de liberdade, de igualdade, de justiça, na defesa dos direitos humanos e da dignidade da pessoa, como Vossa Excelência quis realçar. Os vínculos estreitos entre a Igreja e o povo constituem um motivo de orgulho e de identidade para quantos habitam no Principado de Andorra.

118 A rica tradição cristã insere-o no conjunto dos povos, que encontraram no Evangelho muitas das fontes da própria cultura, da própria legislação e das suas conquistas humanas e morais. Por isso, Andorra, não pode viver sem aquelas raízes que haurem da Boa Nova alimento e vigor moral e civil. Os meus votos fervorosos são por que a herança cristã continue a ser motivo inspirador de toda a comunidade andorrana, para a promoção de uma ordem baseada nos valores da justiça, da verdade, da liberdade e do amor.

Também na recíproca independência e soberania, é justo que Igreja e Estado encontrem uma linguagem comum, a qual, através de relações cordiais e sinceras, favoreça o bem-estar espiritual e material das pessoas em relação às quais ambos têm obrigações, no respeito dos distintos âmbitos recíprocos segundo o método próprio de cada um. Por seu lado, a Igreja, não tendo privilégios para defender ou benefícios a pedir, deseja trabalhar sempre para o bem comum de toda a família humana, procurando, através de um diálogo estruturado com as Autoridades civis, contribuir para o progresso de cada povo e de toda a humanidade na justiça e na paz (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 445). Os eventuais acordos entre Igreja e Estado, estabelecidos em plena liberdade das partes assinantes, têm a finalidade última de favorecer o compromisso concorde ao serviço do bem comum, sem outra intenção a não ser a de beneficiar todos os cidadãos.

Universal por sua natureza, a Igreja situa-se acima dos interesses particularistas ou regionais, para se dirigir a cada povo pequeno ou grande para que o homem, cada homem, seja reconhecido na sua dignidade inviolável. No diálogo com as autoridades civis, a Igreja "quer simplesmente promover um Estado humano. Um Estado que reconheça como seu dever primário a defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente da mais débil" (Evangelium vitae
EV 101).

De facto, uma democracia sem valores transforma-se em tirania do relativismo, numa perda da própria identidade e, no tempo, pode degenerar em totalitarismo aberto e insiodioso, como a história várias vezes demonstrou. Neste contexto, como não recordar que o Povo andorrano, fiel às próprias tradições humanas e espirituais, tem em grande consideração o valor da família, do matrimónio como o Criador o quis, e a defesa da vida desde a sua concepção até ao seu fim natural? Formulo votos de que Andorra continue a preservar esta importante herança, que é garantia de progresso autêntico.

Senhor Embaixador, a sua presença torna ainda mais próximo do meu coração um povo pelo qual a minha oração se eleva fervorosa e grata ao Senhor. Ao apresentar-lhe os meus votos mais cordiais pela nobre missão que lhe foi confiada pelo seu País, desejo garantir-lhe a plena e leal colaboração de quantos coadjuvam o Papa no cumprimento do ministério apostólico que lhe é próprio. Junto deles, Vossa Excelência poderá encontrar parceiros válidos no que diz respeito às questões bilaterais e, mais em geral, uma colaboração constante para o perseguimento do bem comum na Comunidade internacional. Ao confiar os Governantes e os cidadãos de Andorra à protecção da Virgem de Meritxell, celeste Padroeira do Co-Principado, elevo a minha oração para que assista Vossa Excelência, as Autoridades civis e quantos estão ao serviço do Povo de Andorra, sempre próximo do coração do Papa, e envio a todos a minha Bênção.




À ONZE EMBAIXADORES Quinta-feira, 1 de Dezembro de 2005

Excelências

É com prazer que vos recebo no momento da apresentação das Cartas que vos acreditam como Embaixadores extraordinários e plenipotenciários dos vossos respectivos países: Tanzânia, Nepal, Finlândia, Santa Lúcia, Salvador, Dinamarca, África do Sul, Argélia, Eritreia, Togo e Andorra. Agradeço-vos por me terdes transmitido as palavras gentis dos vossos Chefes de Estado e ficar-vos-ia grato se lhes transmitirdes os meus deferentes votos pelas suas pessoas e pela nobre missão ao serviço dos seus países. A vossa presença também me dá a ocasião de saudar os diferentes Responsáveis civis e religiosos das vossas nações, assim como todos os vossos compatriotas, com um pensamento especial pelas comunidades católicas.

De todas as partes do mundo chegam informações relativas a conflitos. Gostaria esta manhã de lançar um novo apelo para que os Responsáveis das Nações e todos os homens de boa vontade colaborem juntos para fazer cessar a violência, que desfigura a humanidade e impede o crescimento dos povos e a esperança de numerosas populações. Sem o compromisso de todos para edificar a paz, para criar um clima de pacificação e um espírito de reconciliação em todos os níveis da vida social, começando pelo âmbito familiar, não será possível progredir no caminho de uma sociedade pacificada.

Nesta perspectiva, para um desenvolvimento cada vez mais harmonioso dos povos, é fundamental dedicar uma especial atenção à juventude, proporcionando às famílias e às diferentes estruturas educativas os meios essenciais, preparando-as também para um futuro melhor e para uma verdadeira consciência do seu papel na sociedade e das atitudes que devem adoptar para servir o bem comum e para estarem atentos a todos. Este é um dos caminhos fundamentais para que, a longo prazo, o mundo se liberte da engrenagem da violência. Por seu lado, a Igreja Católica, presente em todos os continentes, não deixa de oferecer a sua contribuição, desenvolvendo numerosas obras educativas e formando o sentido religioso dos indivíduos, que fará crescer em cada um o significado da fraternidade e da solidariedade.

Conheço o interesse que prestais a esta questão na vossa missão de diplomatas, na qual uma das tarefas principais é favorecer o diálogo e as negociações, assim como o bem-estar das populações.
119 Formulo também votos por que todos os homens do nosso tempo se comprometam em favor da paz e da reconciliação em todos os continentes, pois não é suficiente decidir a paz para a alcançar, mas ainda é necessário fazer tudo no plano concreto, em todos os níveis da sociedade, para que ela se concretize.

No final do nosso encontro, apresento-vos os meus melhores votos para a vossa missão, invocando sobre vós, as vossas famílias, os vossos colaboradores e os vossos países a abundância dos benefícios divinos.




AOS MEMBROS DA COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL REUNIDOS EM SESSÃO PLENÁRIA 1 de Dezembro de 2005

Reverendíssimo Presidente
Excelências
Ilustres Professores
Prezados Colaboradores

Estou feliz por vos receber neste encontro familiar, que desperta em mim a recordação de uma colaboração prolongada e profunda com não poucos de vós. Fui nomeado membro da Comissão Teológica Internacional em 1969, e em 1982 fui eleito Presidente da mesma. Em primeiro lugar, desejo manifestar o meu sentido agradecimento pelas palavras de homenagem que me foram dirigidas pelo Arcebispo D. Levada que, participa pela primeira vez como Presidente numa sessão da Comissão Teológica Internacional. Formulo-lhe os meus bons votos orantes a fim de que a luz e a força do Espírito o acompanhem no cumprimento da tarefa que lhe foi confiada.

Com a sessão plenária que nestes dias está a realizar-se, continuam os trabalhos do sétimo "quinquénio" da Comissão, iniciados no ano passado, quando eu era ainda Presidente da mesma. É de bom grado que aproveito o ensejo para encorajar cada um de vós a continuar a reflectir sobre os temas escolhidos para o estudo nos próximos anos. O saudoso Papa João Paulo II, ao receber os membros no dia 7 de Outubro do ano passado, relevou a grande importância destes dois temas que, actualmente, são objecto de estudo: a sorte das crianças mortas sem baptismo, no contexto da vontade salvífica universal de Deus, da mediação singular de Jesus Cristo e da sacramentalidade da Igreja; e a lei moral natural. Este último tema é de especial relevância para compreender o fundamento dos direitos assentes na natureza da pessoa e, como tais, derivantes da própria vontade de Deus criador. Anteriores a qualquer lei positiva dos Estados, eles são universais, invioláveis e inalienáveis, e portanto todos, devem reconhecê-los como tais, especialmente as autoridades, que são chamadas a promover e a garantir o seu respeito. Não obstante na cultura contemporânea o conceito de "natureza humana" parece ter-se perdido, contudo permanece o facto de que os direitos humanos não são compreensíveis, se não se pressupõe que o homem, no seu próprio ser, é portador de valores e de normas a serem redescobertas e corroboradas, e não inventadas nem impostas de forma subjectiva e arbitrária. A este propósito, o diálogo com o mundo laico é de grande importância: deve manifestar-se com evidência que a negação de um fundamento ontológico dos valores essenciais da vida humana termina, inevitavelmente, no positivismo e leva o direito a depender das correntes de pensamento predominantes numa sociedade, desvirtuando deste modo o direito num instrumento do poder, em vez de submeter o poder ao direito.

Não é de menor importância o terceiro tema, determinado durante a sessão plenária do ano passado, ou seja, o estatuto e o método da teologia católica. A teologia não pode nascer, a não ser da obediência ao impulso da verdade e do amor que deseja conhecer cada vez melhor aquele a quem ama, neste caso o próprio Deus, cuja bondade reconhecemos no acto de fé (cf. Donum veritatis, 7). Nós conhecemos Deus porque Ele, na sua bondade infinita, se deixou conhecer na criação, mas sobretudo no seu Filho unigénito, que por nós se fez homem, morreu e ressuscitou para a nossa salvação.

Por conseguinte, a revelação de Cristo é o princípio normativo fundamental para a teologia. Ela realiza-se sempre na Igreja pela Igreja, Corpo de Cristo, único sujeito com Cristo, e assim também na fidelidade à Tradição apostólica. Portanto, o trabalho do teólogo deve realizar-se em comunhão com a voz viva da Igreja, ou seja, com o Magistério vivo da Igreja e sob a sua autoridade.

120 Considerar a teologia uma questão particular do teólogo significa menosprezar a sua própria natureza. Somente no interior da comunidade eclesial, na comunhão com os legítimos Pastores da Igreja, tem sentido o trabalho que, evidentemente, exige a competência científica, mas também e não em menor medida, o espírito de fé e a humildade de quem sabe que o Deus vivo e verdadeiro, objecto da sua reflexão, ultrapassa infinitamente as capacidades humanas. Só com a oração e a contemplação é possível adquirir o sentido de Deus e a docilidade à acção do Espírito Santo, que tornarão a investigação teológica fecunda, para o bem de toda a Igreja e, diria, da humanidade.

Aqui, poder-se-ia objectar: mas uma teologia assim definida ainda é ciência e está em sintonia com a nossa razão e a sua liberdade? Sim, a racionalidade, a índole científica e o pensamento sobre a comunhão da Igreja não apenas não se excluem, mas caminham juntos. O Espírito Santo introduz a Igreja na plenitude da verdade (cf.
Jn 16,13), a Igreja está ao serviço da verdade e a sua guia é educação para a verdade.

Enquanto formulo votos a fim de que os vossos dias de estudo sejam animados pela comunhão fraterna na busca da Verdade que a Igreja deseja anunciar a todos os homens, suplico a Maria Santíssima, Sede da Sabedoria, que oriente os vossos passos no júbilo e na esperança cristã. Com estes sentimentos, enquanto renovo a todos vós a expressão da minha estima e da minha confiança, concedo-vos do íntimo do coração a Bênção Apostólica.




AO SEGUNDO GRUPO DE BISPOS DA POLÓNIA EM VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM» Sábado, 3 de Dezembro de 2005


Estimados Irmãos
no ministério episcopal

Dou as minhas cordiais boas-vindas a todos vós. É-me grato poder receber o segundo grupo de Bispos polacos, aqui reunidos para a visita ad limina Apostolorum.

1. A nova evangelização

Durante a sua primeira peregrinação à Polónia, João Paulo II disse: "Da cruz em Nowa Huta começou a nova evangelização: a evangelização do segundo milénio. Esta Igreja testemunha-o e confirma-o. Ela nasceu de uma fé viva e consciente e é necessário que continue a servir a fé. A evangelização do novo milénio deve referir-se à doutrina do Concílio Vaticano II. Como ensina este Concílio, deve ser uma obra comum dos Bispos, dos sacerdotes, dos religiosos e dos leigos, obra dos pais e dos filhos" (9 de Junho de 1979).

Este foi, se não o primeiro, uma das primeiras intervenções sobre o tema da nova evangelização. Falou do segundo milénio, mas não há dúvida de que já estava a pensar no terceiro. Foi sob a sua guia que entrámos neste novo milénio do cristianismo, tomando consciência da actualidade constante da sua exortação a uma nova evangelização. Com estas breves palavras, definia a sua finalidade: despertar uma fé "viva, consciente e responsável". Sucessivamente, afirmou que isto devia ser uma obra comum dos Bispos, dos sacerdotes, dos religiosos e dos leigos.

Hoje gostaria, juntamente convosco, queridos Irmãos, de reflectir sobre este tema. Bem sabemos que o primeiro responsável pela obra da evangelização é o Bispo, sobre cujos ombros estão colocados os tria munera: profético, sacerdotal e pastoral. No seu livro: "Levantai-vos, vamos!", especialmente nos capítulos "Pastor", "Conheço as minhas ovelhas" e "A administração dos sacramentos", João Paulo II, referindo-se à sua experiência pessoal, traçou o projecto do caminho do ministério episcopal, para que desse frutos de bem-aventurança. Não é necessário citar agora as passagens das suas reflexões. Todos nós podemos recorrer ao património que ele nos legou e haurir abundantemente do seu testemunho. Constitua para nós modelo e estímulo o seu sentido de responsabilidade pela Igreja e pelos fiéis, confiados à solicitude do Bispo.

121 2. Os presbíteros diocesanos

Os primeiros colaboradores do Bispo, no cumprimento das suas tarefas são os presbíteros; eles, antes que todos os outros, deveriam ser os destinatários da solicitude do Bispo. João Paulo II "escreveu: "Com o estilo de vida que lhe é próprio, o Bispo demonstra que "o modelo de Cristo" não está superado e que, também hoje permanece sempre actual. Pode-se dizer que uma diocese reflecte o modo de ser do seu Bispo, cujas virtudes a castidade, a prática da pobreza, o espírito de oração, a simplicidade e a sensibilidade de consciência num certo sentido, estão inscritos no coração dos sacerdotes. Eles, por sua vez, transmitem tais valores aos fiéis a eles confiados, e é assim que os jovens são induzidos a dar uma resposta generosa à chamada por parte de Cristo" (Ibid., pág. 101).

O exemplo do Bispo é extremamente importante: aqui não se trata apenas de um estilo de vida irrepreensível, mas também da solicitude cuidadosa a fim de que as virtudes cristãs, sobre as quais João Paulo II escreveu, penetrem profundamente na alma dos sacerdotes da sua diocese. Por isso, o Bispo deveria prestar particular atenção à qualidade da formação seminarística. É necessário ter presente não somente a preparação intelectual dos futuros sacerdotes, em vista das suas tarefas vindouras, mas também a sua formação espiritual e emotiva. Durante o Sínodo de 1991, os Bispos manifestaram o desejo de poder contar com mais padres espirituais nos seminários, e que fossem bem preparados para desempenhar a tarefa exigente de formar o espírito e verificar a disponibilidade afectiva dos seminaristas, para assumir as funções presbiterais. Vale a pena voltar a reflectir sobre tal exigência. Recentemente, publicou-se o documento da Congregação para a Educação Católica sobre a admissão dos candidatos às Ordens sacras. Prezados Irmãos, peço-vos que coloqueis em prática as indicações contidas em tal documento.

É importante que o processo de formação intelectual não se conclua com o seminário. É necessária uma formação sacerdotal constante. Bem sei que nas dioceses polacas se atribui uma grande importância a isto. Organizam-se cursos, dias de retiro, exercícios espirituais e outros encontros, durante os quais os presbíteros podem compartilhar os seus problemas e os seus êxitos pastorais, confirmando-se uns aos outros na fé e no entusiasmo ministerial. Peço-vos que deis continuidade a esta prática.

Por sua vez, como Pastor, o Bispo é chamado a circundar os seus sacerdotes de atenção paternal. Deveriam organizar os seus compromissos de maneira a dedicar tempo aos presbíteros, para os ouvir atentamente e para os ajudar nos momentos de dificuldade. Em caso de crise vocacional, à qual os sacerdotes podem estar sujeitos, o Bispo deveria fazer o possível para os ajudar e para lhes restituir o impulso original e o amor a Cristo e à Igreja. O amor paterno não deve faltar, nem mesmo quando é necessária uma admoestação.

Dou graças a Deus porque Ele continua a conceder à Polónia a graça de numerosas vocações. De modo particular, dilectos Irmãos, a região meridional que vós representais é rica sob este aspecto. Tendo presentes as enormes necessidades da Igreja universal, peço-vos que encorajeis os vossos presbíteros a empreender o serviço missionário, ou então o compromisso pastoral nos países onde há escassez de sacerdotes. Parece que hoje esta é uma tarefa particular e, num certo sentido, até um dever da Igreja que está na Polónia. No entanto, quando enviais os sacerdotes para o estrangeiro, especialmente para as missões, recordai-vos de lhes assegurar a assistência espiritual e uma ajuda material suficiente.

3. As Ordens religiosas

João Paulo II escreveu: "As Ordens religiosas nunca tornaram difícil a minha vida. Tive bons relacionamentos com todas, reconhecendo nelas uma grande ajuda para a missão do Bispo. Penso também naquelas grandes reservas de energias espirituais, que são as Ordens contemplativas" (Levantai-vos, vamos!, pág. 95).

A diversidade dos carismas e dos serviços realizados pelos religiosos e pelas religiosas, ou então os membros dos institutos laicais de vida consagrada, representa uma grande riqueza da Igreja. O Bispo pode e deve encorajá-los a inserir-se no programa diocesano de evangelização e a assumir as tarefas pastorais em conformidade com o seu carisma, em colaboração com os sacerdotes e com as comunidades laicais. As famílias religiosas e os consagrados individualmente, embora juridicamente estejam sujeitos aos seus superiores, "no concernente à cura de almas, ao exercício público do culto divino e às demais obras de apostolado... estão sujeitos ao poder dos Bispos", como menciona o Código de Direito Canónico (
CIC 678 1). Além disso, o Código convida os Bispos diocesanos e os Superiores religiosos a proceder na "programação das obras de apostolado dos religiosos... de comum acordo" (CIC 678 3).

Irmãos, encorajo-vos a circundar de cuidado as comunidades religiosas femininas, que se encontram nas vossas dioceses. As religiosas que assumem diversos serviços na Igreja merecem o máximo respeito, e o seu trabalho deve ser reconhecido e oportunamente valorizado. Elas não devem ser privadas de uma adequada assistência espiritual, nem da possibilidade de se desenvolverem intelectualmente e de crescerem na própria fé.

De modo particular, recomendo-vos que tenhais a peito a sorte das Ordens contemplativas. A sua presença na diocese, a sua oração e as suas renúncias sirvam sempre para vós de sustento e de ajuda. Por vossa vez, procurai ir ao encontro das suas necessidades, também materiais.
122 Infelizmente, nos últimos anos tem-se observado uma diminuição de vocações religiosas, de maneira especial as femininas. Portanto é necessário, juntamente com os responsáveis superiores religiosos, reflectir sobre as causas destas condições e pensar de que forma podem ser despertadas e fomentadas novas vocações.

4. Os leigos

Na reflexão acerca do papel dos leigos na obra de evangelização introduzem-nos as palavras do meu grande Predecessor: "Os leigos podem cumprir a sua vocação no mundo e alcançar a santidade, não só comprometendo-se concretamente em benefício dos pobres e dos necessitados, mas também animando com espírito cristão a sociedade mediante o cumprimento dos seus deveres profissionais e o testemunho de uma vida familiar exemplar" (Levantai-vos, vamos!, pág. 91).

Numa época em que como escreveu João Paulo II "a cultura europeia dá a impressão de uma "apostasia silenciosa" da parte do homem saciado, que vive como se Deus não existisse" (Ecclesia in Europa, 9), a Igreja não cessa de anunciar ao mundo que Jesus Cristo é a sua esperança. Nesta obra, o papel dos leigos é insubstituível. O seu testemunho da fé é particularmente eloquente e eficaz, porque se verifica na vida de cada dia e nos âmbitos em que um sacerdote acede com dificuldade.

Uma das principais finalidades dos leigos é a renovação moral da sociedade, que não pode ser superficial, parcial e imediata. Ela deveria caracterizar-se por uma profunda transformação no ethos dos homens, ou seja, pela aceitação de uma hierarquia de valores oportuna, em conformidade com a qual se hão-de formar as atitudes.

A tarefa específica dos leigos é a participação na vida pública e política. Na Exortação Apostólica Christifideles laici, João Paulo II recordou que "todos e cada um têm o direito e o dever de participar na política" (n. 42). A Igreja não se identifica com qualquer partido ou comunidade política, nem com um sistema político; pelo contrário, ela recorda sempre que os leigos comprometidos na vida política devem oferecer um testemunho corajoso e visível dos valores cristãos, que devem ser confirmados e defendidos quando são ameaçados. Fá-lo-ão publicamente, tanto nos debates de índole política como no âmbito dos mass media. Uma das tarefas mais importantes, derivante do processo de integração europeia, é a corajosa solicitude na conservação da identidade católica e nacional dos polacos. O diálogo promovido pelos leigos católicos, a nível de questões políticas, demonstrar-se-á eficaz e servirá o bem comum, quando na sua base houver: o amor pela verdade, o espírito de serviço e a solidariedade no compromisso a favor do bem comum. Queridos Irmãos, exorto-vos a animar este serviço dos leigos, no respeito por uma justa autonomia da política.

Enumerei somente algumas formas de compromisso dos leigos na obra de evangelização. As outras, como a pastoral familiar, a pastoral para os jovens ou a actividade caritativa, serão o tema de uma ulterior reflexão, durante o encontro com o terceiro grupo de Bispos polacos. Agora, formulo-vos bons votos a fim de que uma colaboração harmoniosa de todos os estados de vida na Igreja, sob a vossa orientação iluminada, produza frutos de transformação do mundo, no espírito do Evangelho de Cristo.

Confioovossoministérioepiscopal a Nossa Senhora e abençoo-vos a todos afectuosamente.

Louvado seja Jesus Cristo!





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