Catecismo Igreja Catól. 795


A IGREJA É A ESPOSA DE CRISTO


796 A unidade de Cristo e da Igreja, Cabeça e membros do Corpo, implica também a distinção entre ambos, numa relação pessoal. Este aspecto é, muitas vezes, expresso pela imagem do esposo e da esposa. O tema de Cristo Esposo da Igreja foi preparado pelos profetas e anunciado por João Baptista (242). O próprio Senhor Se designou como «o Esposo» (Mc 2,19) (243). E o Apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro do seu Corpo, como uma esposa «desposada» com Cristo Senhor, para formar com Ele um só Espírito (244). Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imaculado (245) que Cristo amou, pela qual Se entregou «para a santificar» (Ep 5,26), que associou a Si por uma aliança eterna, e à qual não cessa de prestar cuidados como ao Seu próprio Corpo (246).

«Eis o Cristo total, Cabeça e Corpo, um só, formado de muitos [...]. Quer seja a Cabeça que fale, quer sejam os membros, é Cristo que fala: fala desempenhando o papel de Cabeça (ex persona capitis), ou, então, desempenhando o papel do Corpo (ex persona corporis). Conforme ao que está escrito: «Serão os dois uma só carne. É esse um grande mistério; digo-o em relação a Cristo e à Igreja» (Ep 5,31-32). E o próprio Senhor diz no Evangelho: «Já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19,6). Como vedes, temos, de algum modo, duas pessoas diferentes; no entanto, tornam-se uma só na união esponsal [...] «Diz-se "Esposo" enquanto Cabeça e "esposa" enquanto Corpo» (247).

242. Cf. Jn 3,29
243. Cf. Mt 22,1-14 Mt 25,1-13
244. Cf. 1Co 6,15-17 2Co 11,2
245. Cf. Ap 22,17 Ep 1,4 Ep 5,27
246. Cf. Ep 5,29
247. Santo Agostinho, Enarratio in Psalmum 74, 4: CCL 39, 1207 (PL 37, 948-949).


III. A Igreja – Templo do Espírito Santo


797 «O que o nosso espírito, quer dizer, a nossa alma, é para os nossos membros, o Espírito Santo é-o para os membros de Cristo, para o Corpo de Cristo, que é a Igreja» (248). «É ao Espírito de Cristo, como a um princípio oculto, que se deve atribuir o facto de todas as partes do Corpo estarem unidas, tanto entre si como com a Cabeça suprema, pois Ele está todo na Cabeça, todo no Corpo, todo em cada um dos seus membros» (249). É o Espírito Santo que faz da Igreja «o templo do Deus vivo» (2Co 6,16) (250):

«De facto, foi à própria Igreja que o dom de Deus foi confiado [...]. Nela foi depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, arras da incorruptibilidade, confirmação da nossa fé e escada da nossa ascensão para Deus [...]. Porque onde está a Igreja, aí está também o Espírito de Deus; e onde está o Espírito de Deus, aí está a Igreja e toda a graça» (251).


798 O Espírito Santo é «o princípio de toda a acção vital e verdadeiramente salvífica em cada uma das diversas partes do Corpo» (252), Ele realiza, de múltiplas maneiras, a edificação de todo o Corpo na caridade (253): pela Palavra de Deus, «que tem o poder de construir o edifício» (Ac 20,32); mediante o Baptismo, pelo qual forma o Corpo de Cristo (254); pelos sacramentos, que fazem crescer e curam os membros de Cristo; pela «graça dada aos Apóstolos que ocupa o primeiro lugar entre os seus dons» (255); pelas virtudes que fazem agir segundo o bem; enfim, pelas múltiplas graças especiais (chamadas «carismas») pelos quais Ele torna os fiéis «aptos e disponíveis para assumir os diferentes cargos e ofícios proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja» (256).

248. Santo Agostinho, Sermão 268, 2: PL 38, 1232.
249. Pio XII, enc. Mystici Corporis: DS 3808
250. Cf. 1Co 3,16-17 Ep 2,21
251. Santo Ireneu de Lião, Adversus Haereses 3, 24, 1: SC 211,472-474 (PG 7, 966).
252. Pio XII. enc. Mystici Corporis: DS 3808
253. Cf. Ep 4,16
254. Cf. 1Co 12,13,
255. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 7, AAS 57 (1965) 10.
256. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 12, AAS 57 (1965) 16; cf. Id. Decr. Apostolicam actuositatem, AA 3: AAS 58 (1966) 839-840.


OS CARISMAS


799 Extraordinários ou simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo que, directa ou indirectamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados como são para a edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo.


800 Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por todos os membros da Igreja. De facto, eles são uma maravilhosa riqueza de graças para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo; desde que se trate de dons verdadeiramente procedentes do Espírito Santo e exercidos de modo plenamente conforme aos impulsos autênticos do mesmo Espírito, quer dizer, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas (257).


801 Nesse sentido será sempre necessário o discernimento dos carismas. Nenhum carisma dispensa a referência e a submissão aos pastores da Igreja. «A eles compete, de modo especial, não extinguir o Espírito, mas tudo examinar para reter o que é bom» (258), de modo que todos os carismas, na sua diversidade e complementaridade, cooperem para o «bem comum» (1Co 12,7) (259).

257. Cf. 1Co 13
258. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 12, AAS 57 (1965) 17
259. Cf. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium LG 30, AAS 57 (1965) 37; João Paulo II, Ex. ap. Christifideles laici, CL 24: AAS 81 (1989) 435.

Resumindo:


802 Jesus Cristo «entregou-Se por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniquidade e de purificar e constituir um povo de sua exclusiva posse» (Tt 2,14).


803 «Vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido» (1P 2,9).


804 Entra-se no povo de Deus pela fé e pelo Baptismo. «Todos os homens são chamados a fazer parte do povo de Deus» (260), para que, em Cristo, «os homens constituam uma só família e um único povo de Deus» (261).


805 A Igreja é o Corpo de Cristo. Pelo Espírito e pela sua acção nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, Cristo morto e ressuscitado constitui como seu Corpo a comunidade dos crentes.


806 Na unidade deste Corpo, existe diversidade de membros e de funções. Mas todos os membros estão unidos uns aos outros, parti­cularmente àqueles que sofrem, aos pobres e aos perseguidos.


807 A Igreja é este Corpo, cuja Cabeça é Cristo: ela vive d'Ele, n'Ele e para Ele; e Ele vive com ela e nela.


808 A Igreja é a Esposa de Cristo: Ele amou-a e entregou-Se por ela. Purificou-a pelo seu sangue. Fez dela a mãe fecunda de todos os filhos de Deus.


809 A Igreja é o Templo do Espírito Santo. O Espírito é como que a alma do Corpo Místico, princípio da sua vida, da unidade na diversidade e da riqueza dos seus dons e carismas.


810 «A Igreja universal aparece, assim, como "um povo que vai buscar a sua unidade à unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo"» (262).

260. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium,
LG 13, AAS 57 (1965) 17.
261. II Concílio do Vaticano, Decr. Ad gentes, AGD 1, AAS 58 (1966) 947.
262. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 4, AAS 57 (1965) 7; cf. São Cipriano de Cartago, De dominica Oratione, 23: CCL 3A. 105 (PL 4, 553).


PARÁGRAFO 3

A IGREJA É UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA


811 «Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica» (263). Estes quatro atributos, inseparavelmente ligados entre si (264) indicam traços essenciais da Igreja e da sua missão. A Igreja não os confere a si mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo, concede à sua Igreja que seja una, santa, católica e apostólica, e é ainda Ele que a chama a realizar cada uma destas qualidades.


812 Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades da sua fonte divina. Mas as manifestações históricas das mesmas são sinais que também falam claro à razão humana. «A Igreja, lembra o I Concílio do Vaticano, em razão da sua santidade, da sua unidade católica, da sua invicta constância, é, por si mesma, um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova incontestável da sua missão divina» (265).

263. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium,
LG 8, AAS 57 (1965) 11.
264 Cf. Santo Ofício, Ep. ad Episcopos Angliae (14 de Setembro de 1864): DS 2888.
265. I Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c. 3: DS 3013

I. A Igreja é una


«O SAGRADO MISTÉRIO DA UNIDADE DA IGREJA» (266)

813 A Igreja é una, graças à sua fonte: «O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo» (267). A Igreja é una graças ao seu fundador: «O próprio Filho encarnado [...] reconciliou todos os homens com Deus pela sua Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo» (268). A Igreja é una graças à sua «alma»: «O Espírito Santo que habita nos crentes e que enche e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os todos tão intimamente em Cristo que é o princípio da unidade da Igreja» (269). Pertence, pois, à própria essência da Igreja que ela seja una:

«Que admirável mistério! Há um só Pai do universo, um só Logos do universo e também um só Espírito Santo, idêntico em toda a parte; e há também uma só mãe Virgem, à qual me apraz chamar Igreja» (270).


814 Desde a origem, no entanto, esta Igreja apresenta-se com uma grande diversidade, proveniente ao mesmo tempo da variedade dos dons de Deus e da multiplicidade das pessoas que os recebem. Na unidade do povo de Deus, juntam-se as diversidades dos povos e das culturas. Entre os membros da Igreja existe uma diversidade de dons, de cargos, de condições e de modos de vida. «No seio da comunhão da Igreja existem legitimamente Igrejas particulares, que gozam das suas tradições próprias» (271). A grande riqueza desta diversidade não se opõe à unidade da Igreja. No entanto, o pecado e o peso das suas consequências ameaçam constantemente o dom da unidade. Também o Apóstolo se viu na necessidade de exortar a que se guardasse «a unidade do Espírito pelo vínculo da paz» (Ep 4,3).


815 Quais são os vínculos da unidade? «Acima de tudo, a caridade, que é o vínculo da perfeição» (Col 3,14). Mas a unidade da Igreja peregrina é assegurada também por laços visíveis de comunhão:

– a profissão duma só fé, recebida dos Apóstolos;
– a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos;
– a sucessão apostólica pelo sacramento da Ordem, que mantém a concórdia fraterna da família de Deus (272).


816 «A única Igreja de Cristo [...] é aquela que o nosso Salvador, depois da ressurreição, entregou a Pedro, com o encargo de a apascentar, confiando também a ele e aos outros apóstolos a sua difusão e governo [...]. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele» (273).

O decreto do II Concílio do Vaticano sobre o Ecumenismo explicita: «Com efeito, só pela Igreja Católica de Cristo, que é "meio geral de salvação", é que se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação. Na verdade, foi apenas ao colégio apostólico, de que Pedro é o chefe, que, segundo a nossa fé, o Senhor confiou todas as riquezas da nova Aliança, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que sejam plenamente incorporados todos os que, de certo modo, pertencem já ao povo de Deus» (274).


817 De facto, «nesta Igreja de Deus una e única, já desde os primórdios surgiram algumas cisões, que o Apóstolo censura asperamente como condenáveis. Nos séculos posteriores, porém, surgiram dissensões mais amplas. Importantes comunidades separaram-se da plena comunhão da Igreja Católica, às vezes por culpa dos homens duma e doutra parte» (275). As rupturas que ferem a unidade do Corpo de Cristo (a saber: a heresia, a apostasia e o cisma) (276) devem-se aos pecados dos homens:

«Ubi peccata, ibi est multitudo, ibi schismata, ibi haereses, ibi discussiones. Ubi autem virtus, ibi singularitas, ibi unio, ex quo omnium credentium erat cor unum et anima una — Onde há pecados, aí se encontra a multiplicidade, o cisma, a heresia, o conflito. Mas onde há virtude, aí se encontra a unicidade e aquela união que faz com que todos os crentes tenham um só coração e uma só alma» (277).


818 Os que hoje nascem em comunidades provenientes de tais rupturas, «e que vivem a fé de Cristo, não podem ser acusados do pecado da divisão. A Igreja Católica abraça-os com respeito e caridade fraterna [...]. Justificados pela fé recebida no Baptismo, incorporados em Cristo, é a justo título que se honram com o nome de cristãos e os filhos da Igreja Católica reconhecem-nos legitimamente como irmãos no Senhor» (278).


819 Além disso, existem fora das fronteiras visíveis da Igreja Católica, «muitos elementos de santificação e de verdade» (279): «a Palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade, outros dons interiores do Espírito Santo e outros elementos visíveis» (280). O Espírito de Cristo serve-Se destas Igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação, cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Todos estes bens provêm de Cristo e a Ele conduzem (281) e por si mesmos reclamam «a unidade católica» (282).

266. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio,
UR 2, AAS 57 (1965) 92.
267. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 2, AAS 57 (1965) 92.
268. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, GS 78, AAS 58 (1966) 1101.
269. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 2, AAS 57 (1965) 91.
270. Clemente de Alexandria, Paedagogus 1, 6, 42: GCS 12, 115 (PG 8, 300).
271.II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 13, AAS 57 (1905) 18.
272. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 2, AAS 57 (1965) 91-92; Id, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 14: AAS 57 (1965) 18-19; CIC 205.
273. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 8, AAS 57 (1965) 11-12.
274. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 3, AAS 57 (1965) 94.
275. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio UR 3, AAS 57 (1965) 92-93.
276. Cf. CIC 751.
277. Orígenes, In Ezechielem homilia 9, 1: SC 352,40 SC 352,
278. II Concílio do Vaticano,. Decr. Unitatis redintegratio UR 3, AAS 57 (1965) 93.
279. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 8, AAS 57 (1965) 12.
280. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio UR 3, AAS 57 (1965) 93: cf. Id. Const. dogm. Lumen Gentium, LG 15: AAS 57 (1965) 19.
281. Cf. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio UR 3, AAS 57 (1965) 93.
282. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium LG 8, AAS 57 (1965) 12.


A CAMINHO DA UNIDADE


820 A unidade, «Cristo a concedeu à sua Igreja desde o princípio. Nós cremos que ela subsiste, sem possibilidade de ser perdida, na Igreja Católica, e esperamos que cresça de dia para dia até à consumação dos séculos» (283). Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade. Mas a Igreja deve orar e trabalhar constantemente para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Foi por esta intenção que Jesus orou na hora da sua paixão e não cessa de orar ao Pai pela unidade dos seus discípulos: «...Que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, és um em Mim e Eu em Ti, assim também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jn 17,21).O desejo de recuperar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito Santo (284).


821 Para lhe corresponder de modo adequado, exige-se:

– uma renovação permanente da Igreja, numa maior fidelidade à sua vocação. Essa renovação é a força do movimento a favor da unidade (285);
a conversão do coração, «com o fim levar uma vida mais pura segundo o Evangelho» (286), pois o que causa as divisões é a infidelidade dos membros ao dom de Cristo;
a oração em comum, porque «a conversão do coração e a santidade de vida. unidas às orações, públicas e privadas, pela unidade dos cristãos, devem ser tidas como a alma de todo o movimento ecuménico, e com razão podem chamar-se ecumenismo espiritual» (287);
o mútuo conhecimento fraterno (288);
a formação ecuménica dos fiéis, e especialmente dos sacerdotes (289);
o diálogo entre os teólogos, e os encontros entre os cristãos das diferentes Igrejas e comunidades (290);
a colaboração entre cristãos nos diversos domínios do serviço dos homens »(291).


822 A preocupação com realizar a união «diz respeito a toda a Igreja, fiéis e pastores» (292). Mas também se deve «ter consciência de que este projecto sagrado da reconciliação de todos os cristãos na unidade duma só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e capacidades humanas». Por isso, pomos toda a nossa esperança «na oração de Cristo pela Igreja, no amor do Pai para connosco e no poder do Espírito Santo» (293).

283. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio,
UR 4, AAS 57 (1965) 95.
284. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 1, AAS 57 (1965) 90-91.
285. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 6, AAS 57 (1965) 96-97.
286. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 7, AAS 57 (1965) 97.
287. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 8, AAS 57 (1965) 98.
288. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 9, AAS 57 (1965) 98.
289. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 10, AAS 57 (1965) 99.
290. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 4, AAS 57 (1965) 94; Ibid. UR 9: AAS, 57 (1965) 98: Ibid. UR 11: AAS 57 (1965) 99.
291. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 12, AAS 57 (1965) 99-100.
292. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 5, AAS 57 (1965) 96.
293. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 24, AAS 57 (1965) 107.


II. A Igreja é santa


823 «A Igreja é [...], aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é proclamado «o único Santo», com o Pai e o Espírito, amou a Igreja como sua esposa, entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si como seu Corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus» (294). A Igreja é, pois, «o povo santo de Deus» (295), e os seus membros são chamados «santos» (296).


824 A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e n'Ele toma-se também santificante. «Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, (297) para a santificação dos homens em Cristo e para a glorificação de Deus». É na Igreja que se encontra «a plenitude dos meios de salvação» (298). É nela que «nós adquirimos a santidade pela graça de Deus» (299).


825 «Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imperfeita, santidade» (300). Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir: «Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um pelo seu caminho» (301).


826 A caridade é a alma da santidade à qual todos são chamados: «É ela que dirige todos os meios de santificação, lhes dá alma e os conduz ao seu fim»(302):

«Compreendi que, se a Igreja tinha um corpo composto de diferentes membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e lugares ... numa palavra, que ele é Eterno» (303).


827 «Enquanto que Cristo, santo e inocente, sem mancha, não conheceu o pecado, mas veio somente expiar os pecados do povo, a Igreja, que no seu próprio seio encerra pecadores, é simultaneamente santa e chamada a purificar-se, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e renovação» (304). Todos os membros da Igreja, inclusive os seus ministros, devem reconhecer-se pecadores (305). Em todos eles, o joio do pecado encontra-se ainda misturado com a boa semente do Evangelho até ao fim dos tempos (306). A Igreja reúne, pois, em si, pecadores abrangidos pela salvação de Cristo, mas ainda a caminho da santificação:

A Igreja «é santa, não obstante compreender no seu seio pecadores, porque ela não possui em si outra vida senão a da graça: é vivendo da sua vida que os seus membros se santificam; e é subtraindo-se à sua vida que eles caem em pecado e nas desordens que impedem a irradiação da sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por estas faltas, tendo o poder de curar delas os seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo» (307).


828 Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está nela, e ampara a esperança dos fiéis, propondo-lhes os santos como modelos e intercessores (308). «Os santos e santas foram sempre fonte e origem de renovação nos momentos mais difíceis da história da Igreja (309)». «A santidade é a fonte secreta e o padrão infalível da sua actividade apostólica e do seu dinamismo missionário» (310).


829 «Na pessoa da Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição, sem mancha nem ruga, que lhe é própria. Mas os fiéis de Cristo têm ainda de trabalhar para crescer em santidade, vencendo o pecado. Por isso, levantam os olhos para Maria»(311): nela, a Igreja é já plenamente santa.

294. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium,
LG 39: AAS 57 (1965) 44.
295. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 12, AAS 57 (1965) 16.
296. Cf. Ac 9,13 1Co 6,1 1Co 16,1.
297. II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, SC 10, AAS 56 (1964) 102.
298. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 3, AAS 57 (1965) 94.
299. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 48, AAS 57 (1965) 53.
300. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 48, AAS 57 (1965) 53.
301. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 11, AAS 57 (1965) 16.
302. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 42, AAS 57 (1965) 48.
303. Santa Teresa do Menino Jesus, Manuscrito B. MSB 3v: Manuscrits autobiographiques (Paris 992) p. 299. [Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, Obras Completas (Paço de Arcos, Edições do Carmelo 1996) p. 230].
304. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 8, AAS 57 (1965) 12; cf. In. Decr. Unitatis redintegratio, UR 3: AAS 57 (1965) 92-94; Ibid. UR 6: AAS 57 (1965) 96-97.
305. Cf. 1Jn 1,8-10
306. Mt 13,24-30
307. Paulo VI, Sollemnis Professio fidei, 19: AAS 60 (1968) 440.
308. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 40, AAS 57 (1965) 44-45: Ibid, LG 48-51: AAS 57 (1965) 53-58.
309. João Paulo II, Ex. ap. Christifideles laici CL 16, AAS 81 (1989) 417.
310. João Paulo II, Ex. ap. Christifideles laici CL 17, AAS 81 (1989) 419-420.
311. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium LG 65, AAS 57 (1965) 64.

III. A Igreja é católica


QUE QUER DIZER «CATÓLICA»?


830 A palavra «católico» significa «universal» no sentido de «segundo a totalidade» ou «segundo a integridade». A Igreja é católica num duplo sentido:

É católica porque Cristo está presente nela: «onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica» (312). Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça (313), o que implica que ela receba d'Ele a «plenitude dos meios de salvação» (314) que Ele quis: confissão de fé recta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes (315) e sê-lo-á sempre até ao dia da Parusia.


831 É católica, porque Cristo a enviou em missão à universalidade do género humano (316):

«Todos os homens são chamados a fazer parte do povo de Deus. Por isso, permanecendo uno e único, este povo está destinado a estender-se a todo o mundo e por todos os séculos, para se cumprir o desígnio da vontade de Deus que, no princípio, criou a natureza humana na unidade e decidiu enfim reunir na unidade os seus filhos dispersos [...]. Este carácter de universalidade que adorna o povo de Deus é dom do próprio Senhor. Graças a tal dom, a Igreja Católica tende a recapitular, eficaz e perpetuamente, a humanidade inteira, com todos os bens que ela contém, sob Cristo Cabeça, na unidade do Seu Espírito (317).

312. Santo Inácio de Antioquia, Epistula ad Smyrnaeos 8, 2: SC 10bis p. 138 (Funk 1, 282).
313. Cf.
Ep 1,22-23
314. II Concílio do Vaticano, Decr. Ad gentes, AGD 6, AAS 58 (1966) 953.
315. II Concílio do Vaticano, Decr. Ad gentes, AGD 4, AAS 58 (1966) 950-951.
316. Cf. Mt 28,19
317. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 13, AAS 57 (1965) 17.


CADA UMA DAS IGREJAS PARTICULARES É «CATÓLICA»


832 «A Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis que, unidas aos seus pastores, recebem, também elas, no Novo Testamento, o nome de Igrejas [...]. Nelas, os fiéis são reunidos pela pregação do Evangelho de Cristo e é celebrado o mistério da Ceia do Senhor [...]. Nestas comunidades, ainda que muitas vezes pequenas e pobres ou dispersas, está presente Cristo, por cujo poder se constitui a Igreja una, santa, católica e apostólica» (318).


833 Entende-se por Igreja particular, que é em primeiro lugar a diocese (ou «eparquia»), uma comunidade de fiéis cristãos em comunhão de fé e de sacramentos com o seu bispo, ordenado na sucessão apostólica (319). Estas Igrejas particulares «são formadas à imagem da Igreja universal; é nelas e a partir delas que existe a Igreja Católica una e única» (320).


834 As Igrejas particulares são plenamente católicas pela comunhão com uma de entre elas: a Igreja Romana, «que preside à caridade» (321). «Com esta Igreja, mais excelente por causa da sua origem, deve necessariamente estar de acordo toda a Igreja, isto é, os fiéis de toda a parte» (322). «Desde que o Verbo Encarnado desceu até nós, todas as Igrejas cristãs de todo o mundo tiveram e têm a grande Igreja que vive aqui (em Roma)como única base e fundamento, porque, segundo as próprias promessas do Salvador, as portas do inferno nunca prevalecerão sobre ela» (323).


835 «A Igreja universal não deve ser entendida como simples somatório ou, por assim dizer, federação de Igrejas particulares [...]. Mas é antes a Igreja, universal por vocação e missão, que lançando raiz numa variedade de terrenos culturais, sociais e humanos, toma em cada parte do mundo aspectos e formas de expressão diversos» (324). A rica variedade de normas disciplinares, ritos litúrgicos, patrimónios teológicos e espirituais, próprios das Igrejas locais, «mostra da forma mais evidente, pela sua convergência na unidade, a catolicidade da Igreja indivisa» (325).

318. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium,
LG 26, AAS 57 (1965) 31.
319. II Concílio do Vaticano, Decr. Christus Dominus. CD 11, AAS 58 (1966) 677; CIC 368-369; CIO 177 § 1. CIO 178 CIO 311, § 1. CIO 312.
320. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 23, AAS 57 (1965) 27.
321. Santo Inácio de Antioquia, ep. ad Romanos, Inscr.: SC 10bis, p. 106 (Funk 1, 252).
322. Santo Ireneu de Lião, Adversas Haereses 3, 3, 2: SC 211,32 (PG 7,849); I Concílio do Vaticano, Const. dogm. Pastor aeternus, c 2: DS 3057
323. São Máximo o Confessor, Opuscula theologica et polemica: PG 91, 137-140.
324. Paulo VI, Ex. ap. Evangelii nuntiandi, EN 62, AAS 68 (1976) 52.
325. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 23, AAS57 (1965) 29.


QUEM PERTENCE À IGREJA CATÓLICA?


836 «Todos os homens são chamados [...] à unidade católica do povo de Deus; de vários modos a ela pertencem, ou para ela estão ordenados, tanto os fiéis católicos como os outros que também acreditam em Cristo e, finalmente, todos os homens sem excepção, que a graça de Deus chama à salvação» (326):


837 «Estão plenamente incorporados na sociedade que é a Igreja aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, aceitam toda a sua organização e todos os meios de salvação nela instituídos, e que, além disso, pelos laços da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão, estão unidos no todo visível da Igreja, com Cristo que a dirige por meio do Sumo Pontífice e dos bispos. Mas a incorporação não garante a salvação àquele que, por não perseverar na caridade, está no seio da Igreja «de corpo» mas não «de coração» (327).


838 «Com aqueles que, tendo sido baptizados, têm o belo nome de cristãos, embora não professem integralmente a fé ou não guardem a unidade de comunhão com o sucessor de Pedro, a Igreja sabe-se unida por múltiplas razões» (328). «Aqueles que crêem em Cristo e receberam validamente o Baptismo encontram-se numa certa comunhão, embora imperfeita, com a Igreja Católica» (329). Quanto às Igrejas Ortodoxas, esta comunhão é tão profunda «que bem pouco lhes falta para atingir a plenitude, que permita uma celebração comum da Eucaristia do Senhor» (330).

326. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium,
LG 13, AAS 57 (1965) 18.
327. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 14, AAS 57 (1965) 18-19.
328. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 15, AAS 57 (1965) 19.
329. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 3, AAS 57 (1965) 93.
330. Paulo VI, Allocutio in Aede Sixtina, decem exactis annis a sublatis mutuis excomunicationibus inter Romanam et Constantinopolitanam Ecclesias (14 de Dezembro de 1975): AAS 68 (1976) 121: cf. II Concílio do Vaticano, Decr. Unitatis redintegratio, UR 13-18: AAS 57 (1965) 100-104.


A IGREJA E OS NÃO-CRISTÃOS


839 «Aqueles que ainda não receberam o Evangelho estão também, de uma de ou outra forma, ordenados ao povo de Deus» (331):

A relação da Igreja com o Povo Judaico. A Igreja, povo de Deus na nova Aliança, ao perscrutar o seu próprio mistério, descobre o laço que a une ao povo judaico (332), «a quem Deus falou primeiro» (333). Ao invés das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já uma resposta à revelação de Deus na antiga Aliança. É ao povo judaico que «pertencem a adopção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas [...] e os patriarcas; desse povo Cristo nasceu segundo a carne» (
Rm 9,4-5); porque «os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis» (Rm 11,29).


840 Aliás, quando se considera o futuro, o povo de Deus da Antiga Aliança e o novo povo de Deus tendem para fins análogos: a esperança da vinda (ou do regresso) do Messias. Mas a esperança é, dum lado, a do regresso do Messias, morto e ressuscitado, reconhecido como Senhor e Filho de Deus: do outro, a da vinda no fim dos tempos do Messias, cujos traços permanecem velados – expectativa acompanhada pelo drama da ignorância ou do falso conhecimento de Cristo Jesus.


841 Relações da Igreja com os muçulmanos. «O desígnio de salvação envolve igualmente os que reconhecem o Criador, entre os quais, em primeiro lugar, os muçulmanos que declarando guardar a fé de Abraão, connosco adoram o Deus único e misericordioso que há-de julgar os homens no último dia» (334).


842 A ligação da Igreja com as religiões não cristãs é, antes de mais, a da origem e do fim comuns do género humano:

«De facto, todos os povos formam uma única comunidade; têm uma origem única, pois Deus fez que toda a raça humana habitasse à superfície da terra; têm também um único fim último, Deus, cuja providência, testemunhos de bondade e desígnio de salvação se estendem a todos, até que os eleitos sejam reunidos na cidade santa» (335).


843 A Igreja reconhece nas outras religiões a busca, «ainda nas sombras e sob imagens», do Deus desconhecido mas próximo, pois é Ele quem a todos dá vida, respiração e todas as coisas e quer que todos os homens se salvem. Assim, a Igreja considera tudo quanto nas outras religiões pode encontrar-se de bom e verdadeiro, «como uma preparação evangélica e um dom d'Aquele que ilumina todo o homem, para que, finalmente, tenha a vida» (336).


844 Mas no seu comportamento religioso, os homens revelam também limites e erros que desfiguram neles a imagem de Deus:

«Muitas vezes, enganados pelo Maligno, transviaram-se nos seus raciocínios, trocando a verdade de Deus pela mentira. Preferindo o serviço da criatura ao do Criador, ou vivendo e morrendo sem Deus neste mundo, expuseram-se ao desespero final» (337).


845 Foi para reunir de novo todos os seus filhos, desorientados e dispersos pelo pecado, que o Pai quis reunir toda a humanidade na Igreja do seu Filho. A Igreja é o lugar onde a humanidade deve reencontrar a sua unidade e a salvação. Ela é «o mundo reconciliado» (338); é a nau que «navega segura neste mundo, ao sopro do Espírito Santo, sob a vela panda da Cruz do Senhor» (339). Segundo uma outra imagem, querida aos Padres da Igreja, ela é figurada pela arca de Noé, a única que salva do dilúvio (340).

331. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium,
LG 16, AAS 57 (1965) 20.
332. Cf. II Concílio do Vaticano, Decl. Nostra aetate, NAE 4: AAS 58 (1966) 742-743.
333. Sexta-Feira da Paixão do Senhor, Celebração da Paixão do Senhor Oração Universal VI: Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis 1970), p. 254 [Trad. oficial portuguesa: Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992. p. 259.267].
334. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 16, AAS 57 (1965) 20; cf. Id, Decl. Nostra aetate, NAE 3: AAS 58 (1966) 741-742.
335. II Concílio do Vaticano, Decl. Nostra aetate, NAE 1: AAS 58 (1966) 740.
336. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 16, AAS 57 (1965) 20; cf. Id, Decl. Nostra aetate, NAE 2: AAS 58 (1966) 740-741; Paulo VI. Ex. ap. Evangelii nuntiandi, EN 53: AAS 68 (1976) 41.
337. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, LG 16, AAS 57 (1965) 20.
338. Cf. Santo Agostinho, Sermão 96, 7, 9: PL 38, 588.
339. Santo Ambrósio, De virginitate 18, 119: Sancti Ambrosii Episcopi Mediolanensis opera, v. 14/2 (Milano-Roma 1989) p. 96 (PL 16, 297).
340. Cf. já em 1P 3,20-21


Catecismo Igreja Catól. 795