Discursos Bento XVI 565

NO ENCONTRO COM AS SOCIEDADES DE VIDA

APOSTÓLICA SUBORDINADAS À CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007

Eminência
Excelências
Queridos sacerdotes

É-me particularmente grato saudar-vos, Superiores-Gerais das Sociedades Missionárias de Vida Apostólica, que se encontram aqui em Roma a convite da Congregação para a Evangelização dos Povos. A vossa assembleia, que reúne os Superiores das quinze Sociedades missionárias de direito pontifício e as seis de direito diocesano, dá testemunho eloquente da vitalidade contínua do impulso missionário na Igreja e do espírito de comunhão que une os vossos membros e as suas numerosas actividades ao Sucessor de Pedro e ao seu ministério apostólico universal.

O vosso encontro constitui também um sinal concreto do relacionamento histórico entre as Sociedades Missionárias de Vida Apostólica e a Congregação para a Evangelização dos Povos. Durante estes dias, procurastes examinar novas formas de consolidação e de fortalecimento desta relação privilegiada. Como o Concílio Vaticano II observava, o mandato de Cristo de anunciar o Evangelho a todas as criaturas refere-se primeira e imediatamente ao Colégio dos Bispos, cum et sub Petro (cf. Ad gentes AGD 38). No contexto da unidade hierárquica do Corpo de Cristo, enriquecida pela variedade de dádivas e de carismas concedidos pelo Espírito, a comunhão com os sucessores dos Apóstolos permanece o critério e a garantia da fecundidade espiritual de toda a actividade missionária. A comunhão da Igreja na fé, na esperança e no amor é, ela mesma, o sinal e a antecipação da unidade e da paz, que constitui o plano de Deus em Cristo para toda a família humana.

Uma das indicações promissoras de uma renovação na consciência missionária da Igreja, ao longo das últimas décadas, é o desejo crescente de numerosos leigos e leigas, tanto solteiros como casados, de cooperar generosamente na missio ad gentes. Como já salientava o Concílio, a obra de evangelização é um dever fundamental que incumbe sobre todo o Povo de Deus, e todos os baptizados são chamados a ter "uma consciência viva da sua responsabilidade pessoal para a propagação do Evangelho" (Ad gentes AGD 36). Não obstante algumas Sociedades missionárias tenham tido uma longa história de colaboração estreita com leigos e leigas, outras desenvolveram somente nos últimos tempos formas de associações laicais com o seu apostolado. Considerando a medida e a importância da contribuição oferecida por estas associações para a obra das várias Sociedades, naturalmente as formas próprias da sua cooperação deveriam ser geridas por estatutos específicos e por directrizes clarividentes, respeitosas da identidade canónica própria de cada instituto.

566 Queridos amigos, o nosso encontro hodierno dá-me a agradável oportunidade para manifestar a minha gratidão a vós e a todos os membros das vossas Sociedades, do passado e do presente, pelo vosso compromisso duradouro em favor da missão da Igreja. Tanto hoje como no passado, os missionários continuam a deixar as suas famílias e os seus lares, não raro com grandes sacrifícios, unicamente com a finalidade de proclamar a Boa Nova de Cristo e de servi-lo nos seus irmãos e irmãs. Muitos deles, também nesta nossa época, testemunharam heroicamente a sua pregação com o derramamento do próprio sangue, contribuindo assim para o estabelecimento da Igreja em terras distantes. Hoje em dia, as mudadas circunstâncias levaram em muitos casos à diminuição do número de jovens que se sentem atraídos pelas sociedades missionárias e ao consequente declínio do alcance missionário. Não obstante, como insistia o saudoso Papa João Paulo II, a missão ad gentes ainda está no início, e o Senhor está a exortar-nos todos nós a comprometer-nos com generosidade no seu serviço (cf. Redemptoris missio RMi 1). "A messe é grande!" (Mt 9,37). Embora esteja consciente dos desafios que tendes de enfrentar, encorajo-vos a seguir fielmente a esteira dos vossos fundadores, e a estimular os carismas e o zelo apostólico que herdastes deles, persuadidos de que Cristo há-de continuar a trabalhar convosco e a corroborar a vossa pregação com sinais da sua presença e do seu poder (cf. Mc 16,20).

É com grande afecto que vos confio, juntamente com os membros e os sócios das vossas várias Sociedades, à protecção amorosa de Maria, Mãe da Igreja. A todos vós, concedo de bom grado a minha Bênção Apostólica como penhor de sabedoria, de fortaleza e de paz no Senhor.



AOS PARTICIPANTES NA XXII CONFERÊNCIA

INTERNACIONAL DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PASTORAL NO CAMPO DA SAÚDE Sábado, 17 de Novembro de 2007

Senhor Cardeal
Venerados irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Ilustres Senhores e Senhoras
Queridos irmãos e irmãs!

Sinto-me feliz por me encontrar convosco por ocasião desta Conferência Internacional organizada pelo Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde. Dirijo a cada um de vós a minha cordial saudação que vai, em primeiro lugar, para o Senhor Cardeal Javier Lozano Barragán, com sentimentos de gratidão pelas gentis expressões que me dirigiu em nome de todos. Com ele saúdo o Secretário e os demais componentes do Pontifício Conselho, as distintas personalidades presentes e quantos participaram neste encontro para reflectir juntos sobre o tema do cuidado pastoral dos doentes idosos. Trata-se de um aspecto hoje central da pastoral da saúde que, devido ao aumento da idade média, diz respeito a uma população cada vez mais numerosa, que vive diversas necessidades, mas ao mesmo tempo com indiscutíveis recursos humanos e espirituais.

Se é verdade que a vida humana em cada uma das suas fases é digna do máximo respeito, em certos aspectos ainda o é mais quando está marcada pela velhice e pela doença. A velhice constitui a última etapa da nossa peregrinação terrena, que tem fases distintas, cada uma com as suas luzes e sombras. Perguntamos: ainda tem sentido a existência de um ser humano que se encontra em condições bastante precárias, porque é idoso e doente? Por que motivo, quando o desafio da doença se torna dramático, continuar a defender a vida, não aceitando ao contrário a eutanásia como uma libertação? É possível viver a doença como uma experiência humana que deve ser assumida com paciência e coragem?

Com estas perguntas deve medir-se quem está chamado a acompanhar os idosos doentes, especialmente quando parecem não ter mais a possibilidade de cura. A mentalidade eficientista de hoje tende com frequência a marginalizar estes nossos irmãos e irmãs sofredores, como se fossem apenas um "peso" e "um problema" para a sociedade. Quem tem o sentido da dignidade humana sabe que eles devem ser, ao contrário, respeitados e apoiados no momento em que enfrentam sérias dificuldades ligadas ao seu estado. Aliás, é justo que se recorra também, quando for necessário, ao uso de curas paliativas, as quais, mesmo se não podem curar, conseguem contudo aliviar os sofrimentos que derivam da doença. Mas, sempre ao lado das curas clínicas indispensáveis, é necessário mostrar uma capacidade concreta de amar, porque os doentes têm necessidade de compreensão, de conforto e de encorajamento e acompanhamento constantes. Os idosos, em particular, devem ser ajudados a percorrer de modo consciente e humano o último percurso da existência terrana, a fim de se prepararem serenamente para a morte, que nós cristãos sabemo-lo é uma passagem para o abraço do Pai celeste, cheio de ternura e misericórdia.

567 Gostaria de acrescentar que esta necessária solicitude pastoral para com os idosos doentes não pode deixar de dizer respeito às famílias. Em geral, é oportuno fazer tudo quanto for possível para que sejam as próprias famílias quem os acolhe e se ocupam deles com afecto reconhecido, de modo que os idosos doentes possam transcorrer o último período da vida em casa e preparar-se para a morte num clima de calor familiar. Mesmo quando é necessária a internação em estruturas hospitalares, é importante que não falte o vínculo do paciente com os seus familiares e com o próprio ambiente. Nos momentos mais difíceis o doente, amparado pelos cuidados pastorais, seja encorajado a encontrar a força para enfrentar a sua dura prova na oração e com o conforto dos Sacramentos. Seja circundado por irmãos na fé, dispostos a ouvi-lo e a partilhar os seus sentimentos. Na realidade, é este o verdadeiro objectivo do cuidado "pastoral" das pessoas idosas, sobretudo quando estão doentes, e ainda mais se gravemente enfermos.

Em várias ocasiões, o meu venerado predecessor João Paulo II, que especialmente durante a doença ofereceu um testemunho exemplar de fé e de coragem, exortou os cientistas e os médicos a comprometerem-se na pesquisa para prevenir e curar as doenças relacionadas com o envelhecimento, sem nunca ceder à tentação de recorrer à prática de abreviação da vida idosa e doente, práticas que resultariam ser de facto formas de eutanásia. Que os cientistas, os pesquisadores, os médicos, os enfermeiros, assim como os políticos, os administradores e os agentes pastorais nunca se esqueçam de que "a tentação da eutanásia" é "um dos sintomas mais alarmantes da "cultura da morte" que avança sobretudo nas sociedades do bem-estar" (Evangelium vitae
EV 64). A vida do homem é dom de Deus, o qual todos somos chamados a preservar sempre. Este dever compete também aos agentes no campo da saúde, cuja missão específica é tornar-se "ministros da vida" em todas as suas fases, particularmente nas que estão marcadas pela fragilidade relacionada com a enfermidade. É necessário um compromisso geral para que a vida humana seja respeitada não só nos hospitais católicos, mas em qualquer lugar de cura.

Para os cristãos é a fé em Cristo que ilumina a doença e a condição da pessoa idosa, como qualquer outro acontecimento e fase da existência. Jesus, ao morrer na cruz, deu ao sofrimento humano um valor e um significado transcendentes. Perante o sofrimento e a doença os crentes são convidados a não perder a tranquilidade, porque nada, nem sequer a morte, nos pode separar do amor de Cristo. N'Ele e com Ele é possível enfrentar e superar qualquer prova física e espiritual e, precisamente no momento de maior debilidade, experimentar os frutos da Redenção. O Senhor ressuscitado manifesta-se, em quantos n'Ele crêem, como o vivente que transforma a existência dando sentido salvífico também à doença e à morte.

Queridos irmãos e irmãs, ao invocar sobre cada um de vós e sobre o vosso trabalho quotidiano a materna protecção de Maria, Salus infirmorum, e dos Santos que despenderam a sua existência ao serviço dos doentes, exorto-vos a empenhar-vos sempre por difundir o "evangelho da vida". Com estes sentimentos, concedo-vos de coração a Bênção Apostólica, fazendo-a extensiva de bom grado aos vossos familiares, colaboradores e particularmente às pessoas idosas doentes.



AOS MEMBROS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL

DO QUÉNIA POR OCASIÃO DA VISITA "AD LIMINA APOSTOLORUM" Segunda-feira, 19 de Novembro de 2007

Queridos Irmãos Bispos

É com grande alegria que vos dou as boas-vindas, Prelados do Quénia, por ocasião da vossa visita quinquenal aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, uma visita que serve para fortalecer os vínculos de amor fraterno e de comunhão entre nós. Estou grato ao Arcebispo D. Njue, pelas amáveis palavras que dirigiu em vosso nome. A vossa solicitude uns pelos outros e pelo povo confiado aos vossos cuidados, o vosso amor pelo Senhor e a vossa devoção ao Sucessor de Pedro são para mim uma fonte de profunda alegria e de acção de graças.

Cada Bispo tem a particular responsabilidade de edificar a unidade do seu rebanho, consciente da prece de nosso Senhor, "para que todos sejam um só como Tu, ó Pai, estás em mim e Eu em ti" (Jn 17,21). Unida na única fé, compartilhando um só Baptismo e acreditando no único Senhor (cf. Ef Ep 4,5), a Igreja é uma só no mundo inteiro, mas ao mesmo tempo é caracterizada por uma rica diversidade de tradições e de expressões culturais. Na África, a cor e a vibração com que os fiéis manifestam os seus sentimentos religiosos acrescentaram uma nova dimensão ao multifacetado tecido da cultura cristã mundial, e ao mesmo tempo, o vigoroso apego das vossas populações aos valores tradicionais associados à vida familiar podem ajudar a expressar a fé compartilhada que se encontra no âmago do mistério da unidade da Igreja (cf. Ecclesia in Africa ). O próprio Cristo é a fonte e o garante da nossa unidade, uma vez que Ele ultrapassou todas as formas de divisão através da sua morte na Cruz, reconciliando-nos com Deus no único corpo (cf. Ef Ep 2,14). Estimados Irmãos, estou-vos grato porque anunciais o amor de Cristo e exortais o vosso povo à tolerância, ao respeito e ao amor pelos seus irmãos e irmãs, bem como por todas as pessoas. Deste modo, exerceis o ministério profético que o Senhor confiou à Igreja e, de maneira particular, aos Sucessores dos Apóstolos (cf. Pastores gregis ).

Com efeito, como ministros e sinais de comunhão em Cristo, os Bispos são chamados a tornar manifesta a unidade da sua Igreja. A natureza colegial do ministério episcopal haure a sua origem dos Doze Apóstolos, que foram chamados conjuntamente por Cristo e receberam a tarefa de proclamar o Evangelho e de fazer discípulos de todas as nações. A sua missão pastoral é continuada pelos membros do Colégio episcopal, de tal maneira que "quem os ouve, ouve a Cristo" (Lumen gentium LG 20). Exorto-vos a dar continuidade à vossa cooperação fraternal uns com os outros no espírito da comunidade dos discípulos de Cristo, unidos no vosso amor por Ele no Evangelho que vós proclamais. Enquanto cada um de vós tem uma contribuição individual a oferecer para a voz colegial da Igreja no vosso país, é importante garantir que esta variedade de perspectivas sirva sempre para enriquecer a unidade do Corpo de Cristo, do mesmo modo como a unidade dos Doze foi aprofundada e fortalecida pelas diferentes dádivas dos próprios Apóstolos. A vossa dedicação ao trabalho conjunto sobre questões de interesse eclesial e social há-de dar muito fruto para a vida da Igreja no Quénia e para a eficácia do vosso ministério episcopal.

No contexto de cada uma das dioceses, a vibração e a harmonia do presbiterado oferece um claro sinal da vitalidade da Igreja local. Estruturas de consulta e de participação são necessárias, mas podem tornar-se ineficazes, se lhes faltar o justo espírito. Como Bispos, devemos esforçar-nos constantemente por construir o sentido de comunidade entre os nossos sacerdotes, unidos no amor de Cristo e no seu ministério sacramental. Hoje em dia, a vida pode ser difícil para os presbíteros. Eles podem sentir-se isolados ou sozinhos e sobrecarregados pelas próprias responsabilidades pastorais. Assim, temos que estar próximos deles e encorajá-los, porque somente aqueles que forem alimentados serão capazes de nutrir, por sua vez, também os outros. Permiti-lhes beber abundantemente das nascentes das Sagradas Escrituras e da celebração diária e reverente da Santíssima Eucaristia. Deixai que se entreguem generosamente à recitação da Liturgia das Horas, uma oração que se realiza "em comunhão com todos os que rezam ao longo da história, uma prece em comunhão com Jesus Cristo" (Discurso aos sacerdotes e aos diáconos permanentes da Baviera, 14 de Setembro de 2006). Rezando desta forma, eles hão-de incluir e representar também os outros, aos quais pode faltar o tempo ou a energia ou ainda a capacidade de rezar, e deste modo o poder da oração e a presença de Jesus Cristo renovam o seu sacerdócio e fluem no mundo (cf. ibid.). Ajudai os vossos presbíteros, desta maneira, a crescer na solidariedade recíproca, com o seu povo e convosco, como vossos colaboradores consagrados. O diálogo e a proximidade respeitosos entre os Bispos e os sacerdotes não apenas constrói a Igreja, mas também edifica a comunidade inteira. Efectivamente, a unidade visível entre os líderes espirituais pode vir a constituir um poderoso antídoto contra a divisão, no seio da família mais vasta do povo de Deus.

Dois elementos fundamentais da unidade numa comunidade são a instituição do matrimónio e a vida familiar, pelas quais os povos da África têm uma estima especial. O amor devoto dos casais cristãos constitui uma bênção para o vosso país, enquanto expressa sacramentalmente a aliança indissolúvel entre Cristo e a sua Igreja. Este tesouro precioso deve ser conservado, custe o que custar. Com demasiada frequência, os males que afligem alguns sectores da sociedade africana, como a promiscuidade, a poligamia e a propagação das enfermidades transmitidas sexualmente podem estar relacionados de maneira directa com uma desordem nas noções do matrimónio e da vida familiar. Por este motivo, é importante assistir os pais a educarem os seus filhos a viverem uma visão cristã do matrimónio, concebido como uma união indissolúvel entre um homem e uma mulher, essencialmente iguais na sua humanidade (cf. Ecclesia in Africa ) e abertos à geração de uma nova vida.

568 Não obstante esta compreensão da vida familiar cristã encontre uma profunda ressonância na África, é uma problemática de grande preocupação o facto de que a cultura secular globalizada continue a exercer uma influência crescente nas comunidades locais, como resultado de campanhas fomentadas por agências promotoras do aborto. Esta destruição directa da vida humana inocente jamais pode ser justificada, por mais difíceis que sejam as circunstâncias, que podem levar determinadas pessoas a dar um passo tão grave como este. Quando pregardes o Evangelho da Vida, recordai ao vosso povo que o direito à vida de cada ser humano inocente, nascido ou nascituro, é absoluto e deve ser aplicado com igualdade a todos os indivíduos, sem qualquer tipo de excepção. Esta igualdade "é a base de todo o relacionamento social autêntico que, para o ser verdadeiramente, não pode deixar de se fundar sobre a verdade e a justiça" (Evangelium vitae EV 57). A comunidade católica deve oferecer assistência às mulheres que podem julgar difícil a aceitação de um filho, de maneira especial quando vivem isoladas das suas famílias e dos seus amigos. De igual forma, a comunidade deveria receber de volta abertamente todas as mulheres que se arrependerem de ter participado no grave crime do aborto, orientando-as com a caridade pastoral, a fim de que consigam aceitar a graça do perdão, a necessidade da penitência e a alegria de voltar a entrar na nova vida de Cristo.

A Igreja que está no Quénia é bem conhecida pela preciosa contribuição que tem oferecido para as suas instituições educativas, em vista da formação das gerações mais jovens segundo sólidos princípios éticos e da abertura das suas mentes, a fim de que sejam capazes de se comprometer num diálogo pacífico e respeitoso com os membros dos demais grupos sociais ou religiosos. Numa época em que a mentalidade secularista e relativista está a consolidar-se de maneira crescente, através dos meios de comunicação social mundiais, é ainda mais essencial que continueis a promover a qualidade e a identidade católica das vossas escolas, universidades e seminários. Dai os passos necessários a fim de afirmar e esclarecer o status institucional que lhes é próprio. A sociedade beneficia em grande medida dos católicos instruídos, que conhecem e põem em prática a doutrina social da Igreja. Hoje em dia, existe uma particular necessidade de profissionais formados e de pessoas de integridade no campo da medicina, onde os progressos na tecnologia continuam a apresentar sérias problemáticas morais. De igual modo, o diálogo ecuménico e inter-religioso apresenta grandes desafios, que somente podem ser enfrentados de maneira adequada se tiverem como fundamento uma sólida catequese nos princípios da doutrina católica, como expõe o Catecismo da Igreja Católica. Bem sei que vós continuareis a velar sobre a qualidade e o conteúdo do ensino oferecido aos jovens através das instituições educativas da Igreja, de tal forma que a luz da verdade de Cristo possa brilhar de maneira cada vez mais resplandecente sobre a terra e a população do Quénia.

Prezados Irmãos Bispos, ao orientardes o vosso povo rumo à unidade pela qual Cristo rezou, fazei-o com caridade ardente e com autoridade firme, e sede infalíveis na paciência e no ensinamento (cf. 2Tm 4,2). Tende a amabilidade de transmitir as minhas carinhosas saudações e o meu sincero encorajamento ao vosso amado povo, assim como a todas as pessoas que trabalham activamente ao serviço da Igreja, através da oração ou no âmbito das paróquias e das estações missionárias, e também nos campos da educação, da actividade humanitária e da assistência à saúde. A cada um de vós e a todas as pessoas confiadas aos vossos cuidados pastorais, concedo cordialmente a minha Bênção Apostólica.




AOS PARTICIPANTES NA 34ª CONFERÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA (FAO) Quinta-feira, 22 de Novembro de 2007

Senhor Presidente
Senhor Director-Geral
Senhoras e Senhores

No momento em que vos reunis para a 34ª conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, é-me grato dar-vos as boas-vindas ao Vaticano. O nosso encontro hodierno faz parte de uma tradição que remonta ao período em que a vossa Organização estabeleceu a sua sede em Roma. Estou feliz por ter mais uma ocasião para manifestar o meu apreço pelo vosso trabalho para eliminar o flagelo da fome a nível mundial.

Como bem sabeis, a Santa Sé sempre manteve um profundo interesse por todos os esforços envidados em vista de libertar a família humana da miséria e da subalimentação, conscientes de que a resolução de tais problemáticas exige não apenas uma dedicação extraordinária e uma formação técnica altamente aprimorada, mas acima de tudo um genuíno espírito de cooperação para unir todos os homens e mulheres de boa vontade.

Esta nobre finalidade requer um sólido reconhecimento da dignidade inerente à pessoa humana em cada uma das fases da vida. Todas as formas de discriminação, e de maneira particular as que impedem o desenvolvimento agrícola, devem ser rejeitadas, uma vez que constituem uma violação do direito fundamental de cada pessoa a viver "livre da fome". Com efeito, estas convicções são exigidas pela própria natureza do vosso trabalho em benefício do bem comum da humanidade, como expressa de forma tão eloquente o vosso lema fiat panis palavras estas que se encontram inclusivamente no âmago do Evangelho, que a Igreja é chamada a proclamar.

Os dados reunidos através das vossas pesquisas e a vastidão dos vossos programas destinados a contribuir para o esforço global em ordem a desenvolver os recursos naturais do mundo dão claro testemunho de um dos paradoxos mais inquietadores da nossa época: a irrefreável difusão da pobreza num mundo que está a experimentar, ao mesmo tempo, uma prosperidade sem precedentes, não somente no campo da economia, mas também nos sectores da ciência e da tecnologia, que estão a desenvolver-se rapidamente.

569 Às vezes, os obstáculos que se levantam ao longo do caminho da superação desta trágica situação podem ser desanimadores. Os conflitos armados, a difusão das epidemias, as condições atmosféricas e ambientais adversas, assim como o deslocamento forçado maciço das populações: todos estes obstáculos deveriam servir como uma motivação para redobrar os nossos esforços, para oferecer o pão quotidiano a cada indivíduo. Por sua vez, a Igreja está persuadida de que a busca de soluções técnicas mais eficazes, num mundo que está em transformação e expansão contínuas, exige programas clarividentes que encarnem valores duradouros, alicerçados na dignidade e nos direitos inalienáveis da pessoa humana.

A FAO continua a desempenhar um papel essencial para aliviar a fome no mundo, enquanto recorda à comunidade internacional a necessidade urgente de actualizar constantemente os métodos e de delinear estratégias adequadas para os desafios contemporâneos. Manifesto o meu apreço pelos esforços generosos envidados a este propósito por todos os associados da vossa Organização. A Santa Sé tem acompanhado de perto as actividades desempenhadas pela FAO ao longo dos últimos sessenta anos e está convicta de que os resultados significativos já alcançados hão-de continuar. A FAO é uma das primeiras organizações internacionais com as quais a Santa Sé estabeleceu relações diplomáticas regulares. No dia 23 de Novembro de 1948, durante a quarta sessão da vossa Conferência, a Santa Sé recebeu o singular status de "Observador permanente", assegurando desta forma o seu direito a participar nas actividades dos vários departamentos da FAO e nas iniciativas das suas agências afiliadas, de maneira mais conforme com a missão religiosa e moral da Igreja.

Os esforços conjuntos da comunidade internacional, que visam a eliminação da subalimentação e a promoção do desenvolvimento genuíno, exigem estruturas de administração e de supervisão transparentes, assim como uma avaliação realista dos recursos necessários para enfrentar uma vasta série de situações diferentes. Requerem a contribuição de cada um dos membros da sociedade indivíduos, organizações de voluntários, associações comerciais, e governos locais e nacionais sempre com o devido respeito pelos princípios éticos e morais que constituem o património comum de todos os povos e o fundamento de toda a vida social. A comunidade internacional deve recorrer sempre a este precioso tesouro de valores comuns, uma vez que o desenvolvimento genuíno e duradouro só pode ser empreendido num espírito de cooperação e com a vontade de compartilhar os recursos profissionais e técnicos.

Com efeito, hoje mais do que nunca, a família humana tem necessidade de encontrar instrumentos e estratégias capazes de superar os conflitos causados pelas diferenças sociais, pelas rivalidades étnicas e pela enorme disparidade nos níveis de desenvolvimento económico. A humanidade tem sede de uma paz verdadeira e duradoura uma paz que somente pode realizar-se se os indivíduos, os grupos e a todos os níveis os líderes governamentais cultivarem hábitos decisórios responsáveis, arraigados firmemente nos princípios fundamentais da justiça. Por conseguinte, é essencial que as sociedades dediquem as suas energias à educação de autênticos pacificadores: trata-se de uma tarefa que compete de forma particular a organizações como a vossa, que não podem deixar de reconhecer como fundamento da verdadeira justiça o destino universal dos bens da criação.

A religião, como poderosa força espiritual para a cura das feridas provocadas pelos conflitos e pela divisão, tem a sua particular contribuição para oferecer a este propósito, de maneira especial através da obra de formação das mentes e dos corações, em conformidade com a visão da pessoa humana.

Senhoras e Senhores, o progresso técnico, por mais importante que seja, não é tudo. Este progresso deve ser inserido no contexto mais vasto do bem integral da pessoa humana. Ele deve haurir constantemente o seu alimento do património comum dos valores que podem inspirar iniciativas concretas destinadas a uma distribuição mais equitativa dos bens espirituais e materiais. Como escrevi na minha Carta Encíclica Deus caritas est, "quem se acha em condições de ajudar há-de reconhecer que, precisamente deste modo, é ajudado ele próprio também; não é mérito seu, nem título de glória, o facto de poder ajudar" (n. 35). Este princípio tem uma aplicação especial no mundo da agricultura, em que a labuta daqueles que são frequentemente considerados os membros mais "pequeninos" da sociedade deveria ser devidamente reconhecido e estimado.

A actividade preeminente da FAO em benefício do desenvolvimento e da segurança alimentar indica claramente a correlação entre a difusão da pobreza e a negação dos direitos humanos básicos, a começar pelo direito fundamental a uma alimentação adequada. A paz, a prosperidade e o respeito pelos direitos humanos estão inseparavelmente vinculados entre si. Para o bem da paz, chegou a hora de assegurar que ninguém, homem, mulher ou criança, volte a sofrer por causa da fome!

Queridos amigos, ao renovar a minha estima pelo vosso trabalho, asseguro-vos as minhas preces a fim de que Deus Todo-Poderoso ilumine e oriente as vossas deliberações, de tal maneira que as actividades da FAO correspondam cada vez mais plenamente às aspirações da família humana em relação à solidariedade, à justiça e à paz.



CONSISTÓRIO ORDINÁRIO PÚBLICO PARA A CRIAÇÃO DE NOVOS CARDEAIS


PALAVRAS NO FINAL DO CONSISTÓRIO Sábado, 24 de Novembro de 2007

24117
Praça de São Pedro
Queridos irmãos e irmãs!

Sede bem-vindos aqui, a esta Praça. Obrigado pela vossa presença. Tememos a chuva e por isso estivemos na Basílica. Vós estivestes aqui corajosamente presentes e rezastes connosco.

Agradeço-vos a vossa presença orante, a vossa participação neste importante passo da Igreja católica. Os novos Cardeais reflectem a universalidade da Igreja, a sua catolicidade: a Igreja fala em todas as línguas, abraça todos os povos, todas as culturas. Nós todos juntos somos a família de Deus. E como família estamos aqui reunidos e rezamos por que o Senhor abençoe estes novos Cardeais ao serviço de todos vós. E rezamos para que Nossa Senhora acompanhe cada um dos nossos passos.

Desejo a todos vós um bom domingo e um bom regresso. Obrigado pela vossa presença. Adeus e um bom dia!


AOS NOVOS CARDEAIS, COM OS FAMILIARES E OS FIÉIS VINDOS PARA O CONSISTÓRIO Segunda-feira, 26 de Novembro de 2007

26117
Sala Paulo VI
Senhores Cardeais
Queridos Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Estimados amigos

Este nosso encontro prolonga o clima de oração e de comunhão, que vivemos nestes dias de festa para a criação de 23 novos Cardeais. O Consistório e a Celebração eucarística de ontem, solenidade de Cristo-Rei, ofereceram-nos uma ocasião singular para experimentar a catolicidade da Igreja, bem representada pela diversificada proveniência dos membros do Colégio Cardinalício, reunidos em íntima comunhão ao redor do Sucessor de Pedro. Portanto, estou feliz por dirigir mais uma vez a minha cordial saudação a estes neopurpurados e, juntamente com eles, saúdo todos vós, familiares e amigos, vindos para os homenagear num momento tão importante da sua existência.

Itália

Saúdo-vos em primeiro lugar a vós, queridos Cardeais italianos. Saúdo-o Senhor Cardeal Giovanni Lajolo, Presidente da Pontifícia Comissão e do Governatorado do Estado da Cidade do Vaticano; saúdo-o, Senhor Cardeal Angelo Comastri, Arcipreste da Basílica Vaticana, meu Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano e Presidente da Fábrica de São Pedro; saúdo-o, Senhor Cardeal Raffaele Farina, Arquivista e Biliotecário da Santa Igreja Romana; saúdo-o, Senhor Cardeal Angelo Bagnasco, Arcebispo Metropolitano de Génova e Presidente da Conferência Episcopal Italiana; saúdo-o, Senhor Cardeal Giovanni Coppa, ex-Núncio Apostólico na República Checa; saúdo-o, Senhor Cardeal Umberto Betti, ex-Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense. Venerados e prezados Irmãos, muitos amigos que estão ligados a vós de várias formas, encontram-se ao vosso lado nesta circunstância solene e ao mesmo tempo familiar. Exorto cada um deles a jamais permitir que vos faltem a amizade, a estima e a oração, ajudando-vos deste modo a continuar a servir fielmente a Igreja e a oferecer, nas várias tarefas e ministérios que a Providência vos confia, um testemunho de amor a Cristo cada vez mais generoso.

França e Senegal

Sinto-me feliz por saudar os novos membros do Colégio Cardinalício: o Arcebispo de Paris, Cardeal André Vingt-Trois; e o Arcebispo de Dacar, Cardeal Théodore-Adrien Sarr, assim como os seus parentes e diocesanos, que quiseram acompanhá-los nesta feliz circunstância. As cerimónias que tivemos a oportunidade de viver durante estes últimos dois dias confirmem a vossa fé e o vosso amor a Cristo e à Igreja. Convido-vos também a ajudar os vossos Pastores e a acompanhá-los com a vossa oração, a fim de que eles orientem sempre com atenção o povo que lhes foi confiado. Não esqueçamos também de pedir a Cristo que os jovens aceitem comprometer-se no caminho do sacerdócio.

Estados Unidos, Irlanda Índia, Quénia e Iraque

Faço extensiva a minha cordial saudação aos Prelados de língua inglesa, que tive a alegria de elevar à dignidade cardinalícia no Consistório de sábado passado. O Cardeal John Patrick Foley, Grão-Mestre dos Cavaleiros da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém; o Cardeal Sean Baptist Brady, Arcebispo de Armagh (Irlanda); o Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Bombaim (Índia); o Cardeal Daniel DiNardo, Arcebispo de Galveston-Houston (EUA); o Cardeal John Njue, Arcebispo de Nairobi (Quénia); o Cardeal Emmanuel III Delly, Patriarca de Babilónia dos Caldeus. É-me grato ter também esta oportunidade para dar as boas-vindas aos seus familiares e amigos, assim como a todos os fiéis que os acompanharam a Roma. Ao Colégio Cardinalício, cuja origem está vinculada ao antigo clero da Igreja romana, compete a tarefa de eleger o Sucessor de Pedro e de o aconselhar nas questões de maior importância. Quer nos departamentos da Cúria Romana, quer no seu ministério nas Igrejas locais espalhadas pelo mundo inteiro, os Cardeais são chamados a participar de maneira especial na solicitude do Papa pela Igreja universal. Tradicionalmente, a cor viva das suas vestes é considerada como um sinal do seu compromisso na defesa do rebanho de Cristo até ao derramamento do próprio sangue. No momento em que os Cardeais aceitam o fardo deste ofício, estou persuadido de que serão assistidos pelas vossas orações constantes e pela vossa colaboração nos seus esforços em vista de edificar o Corpo de Cristo na unidade, na santidade e na paz.

Alemanha

Dirijo uma cordial saudação ao Cardeal Paul Josef Cordes, à sua família, aos seus amigos e hóspedes provenientes da Alemanha, bem como aos fiéis da sua Arquidiocese de Paderborn, da qual foi também Pastor. Juntamente convosco, agradeço ao nosso novo Cardeal o serviço precioso que desempenha há muitos anos como Presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum" em nome do Sucessor de Pedro. Continuai a acompanhá-lo com as vossas orações e a ajudá-lo na sua importante tarefa de solicitude concreta pelo serviço amoroso do Papa aos pobres e aos necessitados. O Senhor conceda a todos vós a sua Graça!

Argentina, Espanha e México

Saúdo cordialmente os novos Cardeais de língua espanhola, acompanhados dos seus familiares e de muitos Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos vindos da Argentina, Espanha e México. A Argentina exulta de alegria pelo Cardeal Leonardo Sandri que, depois do seu serviço à Santa Sé como Substituto da Secretaria de Estado, agora preside à Congregação para as Igrejas Orientais; e também pelo Cardeal Estanislao Esteban Karlic, Arcebispo Emérito de Paraná, que durante muitos anos serviu solícita e abnegadamente essa comunidade eclesial. A Igreja que está na Espanha rejubila pelo Cardeal Agustín García-Gasco Vicente, Arcebispo de Valência, cidade que visitei no ano passado por ocasião do Dia Mundial da Família; pelo Cardeal Lluís Martínez Sistach, Arcebispo de Barcelona, que anteriormente já tinha desempenhado um ministério fecundo em Tortosa e Tarragona; e também pelo Cardeal Urbano Navarrete, ex-Reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, que consagrou a sua vida ao estudo e ao ensino do Direito Canónico. A Igreja que peregrina no México congratula-se pelo Cardeal Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Monterrey, cuja dedicação pastoral constante se manifestou também em Toluca. Dirijamos o nosso pensamento à Virgem Maria, de quem os vossos povos são muito devotos, e ao mesmo tempo peçamos-lhe que interceda diante do seu Filho divino em favor destes Cardeais, a fim de que Ela torne frutuoso o seu serviço à Igreja.

Brasil

Saúdo o Cardeal Odilo Pedro Scherer, os Senhores Bispos que quiseram acompanhá-lo juntamente com toda a sua família, amigos e hóspedes. A ocasião me é propícia para rememorar os dias da minha Viagem Pastoral deste ano em São Paulo, e para renovar meus agradecimentos pela acolhida de que fui objeto na sua Arquidiocese. Faço votos por que esta nomeação à Púrpura cardinalícia contribua para aprofundar o seu amor pela Igreja e para fortalecer a fé de seus fiéis em Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor!

Polónia

572 Saúdo o Cardeal Stanislaw Rylko e os seus hóspedes. Agradeço-lhe tudo aquilo que realiza em prol da participação dos leigos na vida da Igreja e desejo-lhe graças abundantes. Recomendo todos vós ao amor de Deus e abençoo-vos de coração.

Finalmente, venerados e dilectos novos Cardeais, reitero-vos a minha saudação fraternal e, enquanto vos asseguro a minha oração, peço-vos que me acompanheis sempre com a vossa considerável experiência humana e pastoral. E conto muito com o vosso apoio precioso, a fim de poder desempenhar da melhor forma o meu ministério ao serviço de todo o Povo de Deus. Tenho necessidade desta ajuda. E a vós, queridos irmãos e irmãs que os acompanhais com carinho, uma vez mais obrigado pela vossa participação nos vários ritos e momentos do Consistório. Continuai a rezar por eles e inclusivamente por mim, para que seja sempre sólida a comunhão dos Pastores com o Papa, de maneira a oferecer ao mundo inteiro o testemunho de uma Igreja fiel a Cristo e pronta a ir ao encontro com coragem profética das expectativas e exigências espirituais dos homens da nossa época. Regressando às vossas diversas dioceses, peço-vos a amabilidade de transmitir a todos a minha saudação, assim como a certeza da minha lembrança constante ao Senhor. Invoco sobre vós, queridos novos Cardeais, e sobre todos vós aqui presentes, a salvaguarda da celeste Mãe de Deus e dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. Com estes sentimentos, concedo-vos de coração a minha Bênção.


Discursos Bento XVI 565