Discursos Bento XVI 672


RECITAÇÃO DO ROSÁRIO PRESIDIDA PELO SANTO PADRE

Basílica de Santa Maria Maior

Sábado, 3 de Maio de 2008


Queridos irmãos e irmãs!

No final deste momento de oração mariana, desejo dirigir a todos vós a minha cordial saudação e agradecer-vos a vossa participação. Saúdo em particular o Cardeal Vigário Camillo Ruini e o Cardeal Bernard Francis Law, Arcipreste desta maravilhosa Basílica de Santa Maria Maior. Este é, em Roma, o templo mariano por excelência, no qual o povo da Cidade venera com grande afecto o ícone de Maria Salus Populi Romani. Aceitei com prazer o convite que me foi feito no primeiro sábado do mês de Maio, para guiar o Santo Rosário, segundo a bela tradição que vivi desde a minha infância. De facto, na experiência da minha geração as noites de Maio recordavam agradáveis lembranças relacionadas com os encontros vespertinos para prestar homenagem a Nossa Senhora. Com efeito, como esquecer a oração do Rosário na paróquia ou nos pátios das casas e nos bairros das cidades?

673 Hoje confirmamos juntos que o Santo Rosário não é uma prática piedosa do passado, como oração de outros tempos, na qual pensar com saudades. Ao contrário, o Rosário está a conhecer quase uma nova Primavera. Isto é sem dúvida um dos sinais mais eloquentes do amor que as jovens gerações sentem por Jesus e pela sua Mãe, Maria. No mundo actual tão dispersivo, esta oração ajuda a colocar Cristo no centro, como fazia a Virgem, que meditava interiormente tudo o que se dizia do seu Filho, e depois o que ele fazia e dizia. Quando se recita o Rosário revivem-se os momentos importantes e significativos da história da salvação; repercorrem-se as várias etapas da missão de Cristo. Com Maria orienta-se o coração para o mistério de Jesus. Põe-se Cristo no centro da nossa vida, do nosso tempo, das nossas cidades, mediante a contemplação e a meditação dos seus santos mistérios de alegria, de luz, de sofrimento e de glória. Ajude-nos Maria a acolher em nós a graça que promana destes mistérios, para que através de nós possa "irrigar" a sociedade, a partir das relações quotidianas, e purificá-la de tantas forças negativas abrindo-a à novidade de Deus. O Rosário, quando é rezado de modo autêntico, não mecânico nem superficial mas profundo, de facto dá paz e reconciliação. Contém em si o poder restabelecedor do santíssimo Nome de Jesus, invocado com fé e com amor no centro de cada Ave-Maria.

Queridos irmãos e irmãs, agradeçamos a Deus que nos concedeu viver esta noite uma hora tão agradável de graça, e nas próximas noites deste mês mariano, mesmo se estivermos distantes, cada um na própria família e comunidade, sintamo-nos igualmente próximos e unidos na oração. Especialmente nestes dias que nos preparam para a solenidade do Pentecostes permaneçamos unidos com Maria invocando para a Igreja uma renovada efusão do Espírito Santo. Como nas origens, Maria Santíssima ajude os fiéis de cada comunidade cristã a formar um só coração e uma só alma. Confio-vos as intenções mais urgentes do meu ministério, as necessidades da Igreja, os grandes problemas da humanidade: a paz no mundo, a unidade dos cristãos, o diálogo entre todas as culturas. E pensando em Roma e na Itália convido-vos a rezar pelos objectivos pastorais da Diocese, e pelo desenvolvimento solidário deste amado País. Ao novo Presidente da Câmara Municipal de Roma, Senhor Gianni Alemanno, que vejo aqui presente, dirijo os votos de proveitoso serviço pelo bem da inteira comunidade da cidade. A todos vós aqui reunidos e a quantos se uniram a nós mediante a rádio e a televisão, em particular aos doentes e aos enfermos, concedo de coração a Bênção Apostólica.




POR OCASIÃO DO 140º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DA ACÇÃO CATÓLICA ITALIANA Domingo, 4 de Maio de 2008

Queridas crianças, jovens
e adultos da Acção Católica!

É para mim uma grande alegria receber-vos hoje aqui, na Praça de São Pedro, onde no passado não poucas vezes a vossa benemérita Associação encontrou o Sucessor de Pedro. Obrigado por esta vossa visita. Saúdo com afecto todos vós, que viestes de todas as partes da Itália, assim como os membros do Fórum Internacional que provêm de quarenta Países do mundo. Em particular saúdo o Presidente nacional, Professor Luigi Alici, ao qual agradeço as sentidas expressões que me dirigiu, o Assistente-Geral, Mons. Domenico Sigalini, e os responsáveis nacionais e diocesanos. Agradeço-vos também o dom particular que me quisestes oferecer através dos vossos representantes e que testemunha a vossa solidariedade para com os mais necessitados. Expresso vivo reconhecimento ao Cardeal Angelo Bagnasco, Presidente da Conferência Episcopal Italiana, que celebrou para vós a Santa Missa.

Viestes a Roma na companhia espiritual dos vossos numerosos santos, beatos, veneráveis e servos de Deus: homens e mulheres, jovens e crianças, educadores e sacerdotes assistentes, ricos de virtudes cristãs, que cresceram nas fileiras da Acção Católica, que nestes dias completa 140 anos de vida. A magnífica coroa dos rostos que abraçam simbolicamente a Praça de São Pedro é um testemunho tangível de uma santidade rica de luz e de amor. Estas testemunhas, que seguiram Jesus com todas as suas forças, que se prodigalizaram pela Igreja e pelo Reino de Deus, representam o vosso bilhete de identidade mais autêntico. Não é talvez possível, ainda hoje, para vós jovens e adultos, fazer da vossa vida um testemunho de comunhão com o Senhor, que se transforme numa autêntica obra-prima de santidade? Não é precisamente esta a finalidade da vossa Associação? Isto será certamente possível se a Acção Católica continuar a manter-se fiel às suas profundas raízes de fé, alimentadas por uma adesão total à Palavra de Deus, por um amor incondicionado à Igreja, por uma participação vigilante à vida civil e por um compromisso constante. Queridos amigos, respondei generosamente a esta chamada à santidade, segundo as formas mais apropriadas à vossa condição laical! Continuai a deixar-vos inspirar pelas três grandes "recomendações" que o meu venerado predecessor, o Servo de Deus João Paulo II vos fez em Loreto em 2004: contemplação, comunhão e missão.

A Acção Católica nasceu como uma particular associação de fiéis leigos que se distingue por um especial e directo vínculo com o Papa, tornando-se depressa uma preciosa forma de "colaboração dos leigos no apostolado hierárquico", recomendado "vivamente" pelo Concílio Vaticano II, que indicou as suas irrenunciáveis "características" (cf. Decreto Apostolicam actuositatem AA 20). Esta sua vocação permanece válida ainda hoje. Encorajo-vos portanto a prosseguir com generosidade o vosso serviço à Igreja. Assumindo a sua finalidade apostólica geral, em espírito de íntima união com o Sucessor de Pedro e de laboriosa co-responsabilidade com os Pastores, encarnais uma ministerialidade em equilíbrio fecundo entre Igreja universal e Igreja local, que vos chama a oferecer uma contribuição incessante e insubstituível para a comunhão.

Este amplo alcance eclesial, que identifica o vosso carisma associativo, não é o sinal de uma identidade incerta e ultrapassada; ao contrário, atribui uma grande responsabilidade à vossa vocação laical: iluminados e amparados pela acção do Espírito Santo e radicados constantemente no caminho da Igreja, sois solicitados a procurar com coragem sínteses sempre novas entre o anúncio da salvação de Cristo ao homem do nosso tempo e a promoção do bem integral da pessoa e de toda a família humana.

Na minha intervenção no IV Congresso eclesial nacional, realizado em Verona em Outubro de 2006, reconheci que a Igreja na Itália "é uma realidade muito viva, que conserva uma minuciosa presença entre as pessoas de todas as idades e condições. As tradições cristãs ainda estão radicadas com frequência e continuam a dar frutos, quando está em acto um grande esforço de evangelização e de catequese, dirigido em particular às novas gerações, mas também cada vez mais às famílias" (Insegnamenti, Bento XVI, vol. II/2, 2006, pp. 468-469). Como não ver nesta presença minuciosa também um sinal discreto e evidente da Acção Católica? A amada Nação italiana, de facto, pôde contar sempre com homens e mulheres formados na vossa Associação, dispostos a servir abnegadamente a causa do bem comum, para a edificação de uma justa ordem da sociedade e do Estado. Portanto, sabei viver sempre à altura do vosso Baptismo, que vos imergiu na morte e na ressurreição de Jesus, para a salvação de cada homem que encontrais e de um mundo sequioso de paz e de verdade. Sede "cidadãos dignos do Evangelho" e "ministros da sabedoria cristã para um mundo mais amado": isto é recitado pelo tema da vossa Assembleia e este é o compromisso que hoje assumis diante da Igreja italiana, aqui representada por vós, pelos vossos presbíteros assistentes, pelos Bispos e pelo seu Presidente.

Numa Igreja missionária, colocada diante de uma emergência educativa como a que se verifica hoje na Itália, vós que a amais e a servis sabei ser anunciadores incansáveis e educadores preparados e generosos; numa Igreja submetida a provas também muito exigentes de fidelidade e obrigada a adaptações, sede testemunhas corajosas e profetas de radicalidade evangélica; numa Igreja que quotidianamente se confronta com a mentalidade relativista, hedonista e consumista, sabei alargar os espaços da racionalidade no sinal de uma fé amiga da inteligência, quer no âmbito de uma cultura popular e difundida, quer no contexto de uma busca mais elaborada e reflexiva; numa Igreja que chama ao heroísmo da santidade, respondei sem receio, confiando sempre na misericórdia de Deus.

674 Queridos amigos da Acção Católica Italiana, no caminho que tendes à vossa frente não estais sozinhos: acompanham-vos os vossos santos. Ainda outras figuras tiveram papéis significativos na vossa Associação: penso por exemplo, entre outros, em Giuseppe Toniolo e em Armida Barelli. Estimulados por estes exemplos de cristianismo vivido, vós empreendestes um ano extraordinário, um ano que poderíamos qualificar de santidade, no qual vos comprometeis a concretizar na vida quotidiana os ensinamentos do Evangelho. Encorajo-vos neste propósito. Intensificai a oração, modelai o vosso comportamento com os valores eternos do Evangelho, deixando-vos guiar pela Virgem Maria, Mãe da Igreja. O Papa acompanha-vos com uma constante recordação ao Senhor, enquanto concede de coração a Bênção Apostólica a vós aqui presentes e a toda a Associação.






AOS NOVOS ALABARDEIROS DO CORPO DA GUARDA SUÍÇA NA VIGÍLIA DO JURAMENTO Segunda-feira, 5 de Maio de 2008

Senhor Comandante
Estimados Guardas Suíços
e gentis familiares!

Por ocasião da anual cerimónia do juramento, que terá lugar amanhã, sinto-me feliz por me poder encontrar com todos vós, para formular os meus melhores votos aos novos recrutas e para renovar a todo o Corpo da Guarda Suíça Pontifícia a expressão do meu afecto e do meu reconhecimento. Saúdo em particular o Comandante e o Capelão, garantindo-lhes a minha oração pelo seu empenhativo serviço; e faço extensivo com alegria o meu pensamento às Autoridades Suíças e aos numerosos familiares, que nestes dias alegram com a sua presença o vosso pequeno "Bairro" no Vaticano, queridos Guardas. Sinto-me especialmente contente por acolher tantas crianças, que são as flores mais belas das vossas famílias e nos recordam o amor de predilecção que Jesus sentia pelos pequeninos.

Há dois anos, em 2006, foi celebrado com importantes manifestações o V Centenário de fundação do vosso Corpo. Aquela foi uma circunstância propícia para observar em perspectiva a vossa história, captando as mudanças profundas do contexto social em que, através dos séculos, a Santa Sé foi chamada a viver e a realizar, segundo o mandato confiado por Cristo ao apóstolo Pedro. Precisamente no quadro de tal impressionante evolução, sobressai ainda mais o que não muda, assim como a identidade do vosso pequeno mas qualificado Corpo, destinado a vigiar sobre a segurança do Romano Pontífice e da sua habitação. À distância de cinco séculos, permaneceu imutável o espírito de fé que estimula os jovens suíços a deixar a sua bonita terra para vir prestar serviço ao Papa no Vaticano. É igual o amor à Igreja Católica, à qual vós dais testemunho, mais do que com as palavras, com as vossas pessoas que, graças à característica farda, se reconhecem bem nas entradas do Vaticano e nas Audiências Pontifícias. Os vossos históricos uniformes falam a peregrinos e turistas de todas as partes do mundo de algo que apesar de tudo não muda, isto é, falam do vosso compromisso de servir Deus servindo o "servo dos seus servos".

Dirijo-me em particular a vós, novos Alabardeiros. Sabei antes de tudo assimilar este espírito cristão e eclesial, que é a base e o motor de qualquer actividade que desempenhais. Cultivai sempre a oração e a vida espiritual, valorizando por isso a preciosa presença do Capelão. Sabei apreciar também as diferenças de personalidade e de carácter que existem entre vós, porque sob a farda cada um é uma pessoa única e irrepetível, chamada por Deus a servir o seu Reino de amor e de paz. Como sabeis, a Guarda Suíça é também uma escola de vida, e durante a experiência no Vaticano muitos predecessores vossos puderam descobrir a própria vocação: para o matrimónio cristão, para o sacerdócio, para a vida consagrada. Este é um motivo de louvor a Deus, mas também de apreço pelo vosso Corpo.

Queridos amigos, agradeço-vos a todos a generosidade e a dedicação com que trabalhais ao serviço do Papa. O Senhor vos recompense e vos encha de abundantes favores celestes. Confio-vos à protecção materna de Maria Santíssima, que veneramos com especial devoção neste mês de Maio. A cada um de vós, às Autoridades, às Personalidades presentes e a todas as pessoas que vos são queridas concedo de coração a minha Bênção Apostólica.






NO FINAL DO CONCERTO OFERECIDO PELA ORQUESTRA FILARMÓNICA CHINESA Sala Paulo VI

Quarta-feira, 7 de Maio de 2008



675 Gentis Senhores e Senhoras
Queridos amigos!

Um novo evento musical de alto nível nos vê mais uma vez reunidos nesta Sala Paulo VI. Ele tem para mim, e para todos nós, um elevado valor e significado: de facto, é um concerto oferecido e executado pela Orquestra Filarmónica Chinesa e pelo Coro da Ópera de Xangai; um concerto que nos coloca em contacto, num certo modo, com a realidade vivaz do mundo da China. Agradeço à Orquesta e ao Coro esta agradável homenagem e congratulo-me com os organizadores e com os artistas por terem executado, com grande competência, primor e elegância, uma obra musical que faz parte do património artístico da humanidade. Num grupo de artistas tão válidos podemos ver representada a grande tradição cultural e musical da China, e a execução por eles realizada ajuda-nos a compreender melhor a história de um Povo, com os seus valores e as suas nobres aspirações. Obrigado de coração por este dom! Obrigado também pela melodia que será executada daqui a pouco! Além dos promotores e dos artistas, o meu vivo apreço estende-se a todos os que, de várias formas, colaboraram para a realização desta manifestação, em alguns aspectos verdadeiramente única.

Também não se pode deixar de ressaltar que o concerto realizado por artistas chineses baseado numa obra-prima de Mozart reúne o talento musical que lhe é próprio e a música ocidental! Trata-se de um desafio que o Mestre Long Yu, a sua Orquestra, os Solistas e o Coro da Ópera de Xangai superaram com êxito. A música, e mais em geral a arte, podem tornar-se portanto veículo privilegiado de encontro e de conhecimento e estima recíprocos entre populações e culturas diversas; um meio ao alcance de todos para valorizar a linguagem universal da arte.

Há depois outro aspecto que pretendo realçar. Observo com prazer o interesse da vossa Orquestra e do vosso Coro pela música religiosa europeia. Trata-se de um aspecto que mostra como é possível estimar e apreciar, de modos culturais diversos, altas manifestações do espírito, como é precisamente o "Requiem" de Mozart que agora foi executado, precisamente porque a música interpreta os sentimentos universais do coração humano, entre os quais o religioso que supera os confins de todas as culturas.

Por fim, gostaria de dirigir uma palavra a propósito do lugar no qual estamos reunidos esta tarde. É a grande sala na qual o Papa recebe os seus hóspedes e encontra quantos o vêm visitar. Ela é como uma janela aberta para o mundo, um lugar no qual se encontram com frequência pessoas provenientes de todas as partes da terra, cada uma com a própria história pessoal e com a sua cultura, todas elas recebidas com estima e afecto. Esta tarde, ao receber-vos, queridos artistas chineses, o Papa pretende receber idealmente todo o vosso povo, com um pensamento especial aos vossos concidadãos que partilham a fé em Jesus e estão unidos ao Sucessor de Pedro com um particular vínculo espiritual. O "Requiem" nasceu desta fé, como oração ao Deus juiz justo e misericordioso, e precisamente por isso toca o coração de todos, propondo-se como expressão de um humanismo universal. Por fim, agradecendo-vos mais uma vez esta agradabilíssima homenagem, envio a minha saudação, através de vós, a todos os habitantes da China que, com os próximos Jogos Olímpicos, se preparam para viver um acontecimento de grande valor para toda a humanidade.

Saudação em chinês:

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(Agradeço a todos e desejo todo o bem! )




AOS PARTICIPANTES DA PEREGRINAÇÃO DO PATRIARCADO DE ANTIOQUIA DOS GRECO-MELQUITAS Quinta-feira, 8 de Maio de 2008

Beatitude
676 Queridos Irmãos no Episcopado
Amados Filhos e Filhas da Igreja
Greco-Melquita Católica

Sinto-me feliz por vos receber no momento em que realizais uma peregrinação aos túmulos dos Apóstolos. Saúdo de modo particular Sua Beatitude Gregório III, ao qual agradeço as amáveis palavras que manifestam a vitalidade da Igreja melquita apesar das dificuldades da situação social e política que a vossa região vive. Dirijo também a minha saudação fraterna aos Bispos presentes e a todos vós, queridos amigos, que viestes de diversos países do Médio Oriente e da diáspora melquita no mundo, onde manifestais também, à vossa maneira, a universalidade da Igreja católica.

No momento em que se aproxima a abertura do ano que consagrei a São Paulo, não posso esquecer que a sede do vosso Patriarcado se encontra na cidade de Damasco, em cujo caminho o Apóstolo viveu o acontecimento que transformou a sua existência e que abriu as portas do cristianismo a todas as Nações. Encorajo-vos portanto para que, nesta ocasião, um trabalho pastoral intenso suscite nas vossas dioceses, em cada uma das vossas paróquias e em todos os fiéis um renovado impulso para um conhecimento cada vez mais íntimo da pessoa de Cristo, graças a uma leitura renovada da obra paulina. Isto permitirá um testemunho fecundo entre os homens de hoje. Este impulso poderá também garantir um futuro florescente para a Igreja melquita.

Nesta perspectiva, para garantir o dinamismo evangélico das comunidades e a sua unidade, assim como um bom funcionamento dos assuntos eclesiais nas Igrejas patriarcais, o papel do Sínodo dos Bispos tem uma importância fundamental. Por conseguinte, todas as vezes que o direito o exigir, sobretudo quando se trata de questões que se referem aos próprios Bispos, convém atribuir a esta venerável instituição, e não só ao Sínodo permanente, o lugar que lhe compete.

Conheço a actividade ecuménica da Igreja melquita católica e as relações fraternas que estabelecestes com os vossos irmãos ortodoxos, e por isto me congratulo. De facto, o compromisso pela pesquisa da unidade de todos os discípulos de Cristo é uma obrigação urgente, que parte do desejo fervoroso do próprio Senhor. Portanto, devemos fazer o possível para derrubar os muros de divisão e de desconfiança que nos impede de o realizar. Contudo, não podemos perder de vista que a busca da unidade é uma tarefa que diz respeito não só a uma Igreja particular, mas a toda a Igreja, no respeito pela sua própria natureza. Por outro lado, como ressalta a encíclica Ut unum sint, a unidade não é o fruto da actividade humana, mas antes de tudo, é um dom do Espírito Santo. Peçamos portanto ao Espírito, do qual daqui a alguns dias celebraremos a descida sobre os Apóstolos, para que nos ajude a trabalhar em conjunto na busca da unidade.

Beatitude, amados Irmãos e Irmãs, aprecio também as boas relações que mantendes com os muçulmanos, com os seus responsáveis e com as suas instituições, bem como os esforços realizados para resolver os problemas que se apresentam, num espírito de diálogo fraterno, sincero e objectivo. Alegro-me portanto ao verificar que, em continuidade com o Concílio Vaticano II, a Igreja melquita se comprometeu com os muçulmanos na busca sincera da compreensão recíproca, em benefício de todos, da justiça social, dos valores morais, da paz e da liberdade.

Por fim, realizando a sua missão no contexto agitado e por vezes dramático do Médio Oriente, a Igreja confronta-se com situações nas quais a política desempenha um papel que não é indiferente à sua vida. Por conseguinte, é importante que ela mantenha contactos com as Autoridades políticas, com as instituições e com os diversos partidos. Contudo, não é tarefa do clero comprometer-se na vida política. Ela compete aos leigos. Mas a Igreja deve propor a todos a luz do Evangelho, para que todos se comprometam a servir o bem comum e para que a justiça prevaleça sempre, a fim de que o caminho da paz se possa abrir finalmente aos povos desta amada região.

Beatitude, ao terminar o nosso encontro, recomendo a Igreja greco-melquita católica à intercessão da Virgem Maria e à protecção de todos os santos do Oriente. Pedindo a Deus que conceda à vossa Igreja patriarcal a força e a luz para que ela prossiga a sua missão na paz e na serenidade, concedo-vos, assim como aos Bispos e a todos os fiéis do vosso Patriarcado, uma afectuosa Bênção Apostólica.

CELEBRAÇÃO ECUMÉNICA PRESIDIDA PELO SANTO PADRE

POR OCASIÃO DA VISITA DE SUA SANTIDADE KAREKIN II

PATRIARCA SUPREMO E CATHOLICOS DE TODOS OS ARMÉNIOS


Sala Clementina

677
Sexta-feira, 9 de Maio de 2008


Santidade
Caros Irmãos em Cristo

É com sincera alegria que recebo Vossa Santidade e a ilustre delegação que o acompanha. Saúdo cordialmente os prelados, os sacerdotes e os fiéis leigos que representam a família mundial do Catholicossado de todos os Arménios. Estamos congregados no nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que prometeu aos seus discípulos que "onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles" (
Mt 18,20). Que o espírito de amor e serviço fraternos, que Jesus ensinou aos seus discípulos, ilumine os nossos corações e as nossas mentes, enquanto nos saudamos uns aos outros, dialogamos e nos reunimos em oração.

Recordo com gratidão as visitas do Catholicos Vasken I e do Catholicos Karekin I à Igreja de Roma, bem como as suas cordiais relações com os meus venerados predecessores o Papa Paulo VI e o Papa João Paulo II. O seu compromisso pela unidade dos cristãos abriu uma nova era nas relações entre nós. Recordo com particular alegria a visita de Vossa Santidade a Roma em 2000 e o seu encontro com o Papa João Paulo II. Celebrando a dádiva de uma relíquia de São Gregório, o Iluminador, a liturgia ecuménica na Basílica Vaticana constituiu um dos acontecimentos mais memoráveis do Grande Jubileu em Roma. O Papa João Paulo II retribuiu esta visita, viajando à Arménia em 2001, onde Vossa Santidade teve a amabilidade de o receber na Santa Etchmiadzin. As calorosas boas-vindas que Vossa Santidade lhe reservou nessa circunstância aumentaram ainda mais a sua estima e o seu respeito pelo povo arménio. A Eucaristia celebrada pelo Papa João Paulo II no grande altar externo, no recinto da Santa Etchmiadzin, foi mais um sinal da crescente aceitação recíproca, à espera do dia em que poderemos celebrar em conjunto, à única mesa do Senhor.

Amanhã à tarde cada um de nós, nas nossas respectivas tradições, dará início à celebração litúrgica do Pentecostes. Cinquenta dias depois da Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, havemos de rezar insistentemente ao Pai, para lhe pedir que envie o seu Espírito Santo, o Espírito cuja missão consiste em conservar-nos no amor divino e em orientar-nos para a verdade integral. Rezaremos de maneira especial pela unidade da Igreja. No dia do Pentecostes, o Espírito Santo criou a partir das numerosas línguas das multidões congregadas em Jerusalém, uma única voz para professar a fé. É o Espírito Santo que realiza a unidade da Igreja. O caminho rumo ao restabelecimento da comunhão plena e visível entre todos os cristãos parece longo e árduo. Ainda há muito a levar a cabo, em vista de curar as profundas e dolorosas divisões que desfiguram o Corpo de Cristo. No entanto, o Espírito Santo continua a guiar a Igreja de maneiras surpreendedoras e muitas vezes inesperadas. Podemos abrir as portas que estão fechadas, inspirar palavras que foram esquecidas e restabelecer relacionamentos que entretanto se interromperam. Se os nossos corações e as nossas mentes estiverem abertos ao Espírito de comunhão, Deus poderá voltar a realizar milagres no seio da Igreja, restabelecendo os vínculos da unidade. Esforçar-se em vista da unidade cristã constitui um gesto de confiança obediente na obra do Espírito Santo, que leva a Igreja à plena realização do plano do Pai, em conformidade com a vontade de Cristo.

A história recente da Igreja Apostólica Arménia foi escrita nas cores contrastantes da perseguição e do martírio, da obscuridade e da esperança, da humilhação e do renascimento espiritual. Vossa Santidade e os membros da sua delegação vivestes pessoalmente estas experiências contrastantes nas vossas famílias e nas vossas próprias existências. O restabelecimento da liberdade na Igreja que se encontra na Arménia foi uma fonte de grande alegria para todos nós. A imensa tarefa de reconstrução da Igreja foi colocada sobre os vossos ombros. Não posso deixar de manifestar a minha grande estima pelos notáveis resultados pastorais que vós alcançastes em tão pouco tempo, tanto na Arménia como no estrangeiro, para a educação cristã dos jovens, para a formação dos novos clérigos, para a construção de novas igrejas e centros comunitários, para a assistência caritativa às pessoas em necessidade e para a promoção dos valores cristãos na vida social e cultural. Graças à vossa liderança pastoral, a luz gloriosa de Cristo volta a resplandecer na Arménia e as palavras salvíficas do Evangelho podem ser novamente ouvidas. Naturalmente, ainda estais a enfrentar numerosos desafios nos planos social, cultural e espiritual. A este propósito, tenho o dever de mencionar as recentes dificuldades sentidas pela população da Arménia, e manifesto o apoio sincero da Igreja católica na sua busca de justiça e de paz, bem como na promoção do bem comum.

No nosso diálogo ecuménico, alcançámos um progresso importante no esclarecimento das controvérsias doutrinais que tradicionalmente nos dividiam, de maneira particular a respeito de questões de Cristologia. Durante os últimos cinco anos, muito foi realizado pela Comissão conjunta para o diálogo entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais, das quais o Catholicossado de todos os Arménios é plenamente membro. Agradeço a Vossa Santidade a ajuda dada para a obra da Comissão conjunta e a contribuição oferecida pelos seus representantes. Oremos a fim de que as suas actividades nos aproximem da comunhão plena e visível, e para que chegue o dia em que a nossa unidade na fé torne possível uma celebração conjunta da Eucaristia. Até àquele dia, os laços entre nós são melhor consolidados e ampliados através de acordos a respeito de questões pastorais, em sintonia com o grau do acordo doutrinal já alcançado. Somente se for corroborado pela oração e consolidado mediante uma cooperação efectiva, o diálogo teológico poderá levar à unidade que o Senhor deseja para os seus discípulos.

Santidade, queridos amigos, no século XII Nerses de Lambron dirigiu-se a um grupo de Bispos da Arménia, concluindo o seu célebre discurso sinodal a propósito do restabelecimento da unidade cristã com palavras visionárias que ainda hoje nos impressionam: "Venerados Irmãos, vós não vos enganais: é meritório chorar pelos dias passados na discórdia. No entanto, hoje é o dia que o Senhor fez, um dia de alegria e de júbilo (...) Por conseguinte, rezemos a fim de que nosso Senhor nos conceda a ternura e a docilidade de forma ainda mais copiosa, e para que Ele faça desenvolver esta semente na terra, mediante o orvalho do Espírito Santo; graças ao seu poder, que porventura também nós consigamos produzir muitos frutos; e que assim possamos restabelecer a paz da Igreja de Cristo, no dia de hoje com a intenção, e amanhã com os factos". Estes são também os meus sinceros bons votos, por ocasião desta sua visita. Agradeço-lhe muito calorosamente e asseguro-lhe o meu profundo afecto no Senhor.




AOS MEMBROS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DA HUNGRIA POR OCASIÃO DA VISITA "AD LIMINA APOSTOLORUM" Sábado, 10 de Maio de 2008

Caros e venerados Irmãos
no Episcopado

678 É com grande alegria que recebo todos vós, Pastores da Igreja que está na Hungria, por ocasião da vossa visita ad limina Apostolorum. Saúdo-vos com carinho e estou grato ao Cardeal Péter Erdö pelas palavras que me dirigiu em nome de toda a Conferência episcopal. Além de me manifestar os vossos sentimentos fraternos, que vos agradeço cordialmente, ele delineou com clarividência as características salientes da comunidade católica e da sociedade do vosso país, resumindo quanto nestes dias tive a oportunidade de sentir nos encontros com cada um de vós. Assim, queridos Irmãos, o povo que vos foi confiado encontra-se agora espiritualmente diante de nós, com as suas alegrias e os seus projectos, com as suas dores, os seus problemas e as suas esperanças. E nós rezamos sobretudo a fim de que, por intercessão dos Santos Pedro e Paulo, os fiéis possam encontrar a força, também com a ajuda desta Sé Apostólica que preside à caridade, de perseverar no seu caminho rumo à plenitude do Reino de Deus.

Infelizmente, o longo período do regime comunista marcou de uma maneira acentuada a população húngara, de tal forma que ainda agora se notam as suas consequências: de modo particular, releva-se em muitos uma certa dificuldade de confiar nos outros, típica de quem viveu por muito tempo num clima de suspeita. Além disso, o sentido de insegurança é aumentado pela difícil conjuntura económica, que um consumismo desconsiderado não contribui para melhorar. Em geral as pessoas, inclusivamente os católicos, sentem esta "debilidade" de pensamento e de vontade, que é bastante comum na nossa época. Como vós mesmos já observastes, hoje é difícil delinear um sério aprofundamento teológico e espiritual, porque faltam com frequência, por um lado, a preparação intelectual e, por outro, a referência objectiva às verdades da fé. Neste contexto, a Igreja certamente deve ser mestra, mas há-de manifestar-se sempre e em primeiro lugar como mãe, de maneira a favorecer o crescimento da confiança recíproca e a promoção da esperança.

A primeira realidade que, infelizmente, paga as consequências da difundida secularização é a família, que também na Hungria está a atravessar uma grave crise. São sintomas disto a notável diminuição do número de matrimónios e o impressionante aumento dos divórcios, muitas vezes precoces. Multiplicam-se os chamados "casais de facto". Justamente, vós criticastes o reconhecimento público das uniões homossexuais, porque é contrário não apenas ao ensinamento da Igreja, mas à própria Constituição húngara. Tal situação, unida à carência de subsídios para as famílias numerosas, levou a um drástico decréscimo demográfico, tornado ainda mais dramático pela difundida prática do aborto. Naturalmente, a crise da família constitui um desafio enorme para a Igreja. Estão em questão a fidelidade conjugal e, de uma maneira mais geral, os valores sobre os quais a sociedade se fundamenta. Por isso é evidente que, depois da família, quem mais ressente desta dificuldade são os jovens. Nas cidades, eles sentem-se atraídos por novas formas de diversão, enquanto nas aldeias são muitas vezes abandonados a si mesmos.

Por conseguinte, exprimo o meu profundo apreço pelas múltiplas iniciativas que a Igreja promove, apesar dos meios limitados de que dispõe para animar o mundo dos jovens, com momento de formação e de amizade que estimulem a sua responsabilidade. Penso, por exemplo, na actividade dos corais, que se insere no louvável compromisso das paróquias em vista de incentivar a difusão da música sacra. Ainda na perspectiva da atenção às novas gerações, é apreciável o apoio que ofereceis à escola católica, de modo particular à Universidade Católica de Budapeste para que, estes são os meus bons votos, saiba conservar e desenvolver os esforços para a pastoral originária.

Encorajo-vos a dar continuidade aos esforços em prol da pastoral escolar e universitária, assim como, mais em geral, pela evangelização da cultura, que nos nossos dias se vale também dos meios da comunicação social, em cujo campo ultimamente a vossa Igreja alcançou progressos significativos.

Venerados Irmãos, para manter viva a fé do povo, vós justamente procurais valorizar e actualizar iniciativas tradicionais, como as peregrinações e as expressões de devoção aos Santos húngaros, de modo particular a Santa Isabel, a Santo Emerico e, naturalmente, a Santo Estêvão. A propósito de peregrinações, enquanto aprecio a continuidade do hábito de peregrinar até à Sé de Pedro (significativamente, na Basílica do Apóstolo existe uma sugestiva Capela húngara), foi com prazer que tomei conhecimento de que são cada vez mais frequentes as peregrinações a Mariazell, Czestochowa, Lourdes, Fátima e ao novo Santuário da Misericórdia Divina, em Cracóvia, onde recentemente a vossa Conferencia episcopal erigiu também uma "Capela húngara". No século XX não faltaram na vossa Comunidade testemunhas heróicas da fé: exorto-vos a conservar a sua memória, a fim de que os sofrimentos por elas enfrentados com espírito cristão continuem a servir de estímulo r coragem e r fidelidade dos fiéis e de quantos se comprometem pela verdade e a justiça.

Existe mais uma preocupação que compartilho convosco: a falta de sacerdotes e a consequente sobrecarga de trabalho pastoral para os actuais ministros da Igreja. É um problema que se verifica em muitos países da Europa. Todavia, é necessário fazer com que os sacerdotes alimentem adequadamente a própria vida espiritual a fim de que, apesar das dificuldades e do trabalho urgente, não percam de vista o centro da sua existência e do seu ministério e, por conseguinte, saibam discernir o essencial do secundário, reconhecendo as justas prioridades no agir de todos os dias. É necessário reiterar que a jubilosa adesão a Cristo, testemunhada pelo sacerdote no meio dos seus fiéis, permanece o estímulo mais eficaz para despertar nos jovens a sensibilidade para a eventual chamada de Deus. Em particular, é fundamental que os sacramentos da Eucaristia e da Penitencia sejam praticados com a máxima assiduidade e devoção, em primeiro lugar pelos próprios presbíteros, e depois sejam por eles administrados com generosidade aos fiéis. É outrossim indispensável o exercício da fraternidade presbiteral, para evitar todo o perigoso isolamento. É igualmente importante, encorajar relacionamentos positivos e respeitosos entre os sacerdotes e os fiéis leigos, em conformidade com o ensinamento do Decreto conciliar Presbyterorum ordinis. Também as relações entre o clero e os religiosos, já boas, merecem ser ulteriormente incrementadas. A este propósito, desejo dirigir o meu encorajamento às Congregações religiosas femininas que, com discrição humilde, desempenham preciosas actividades no meio dos mais pobres.

Venerados Irmãos, apesar da secularização, a Igreja católica permanece para numerosíssimos húngaros a comunidade religiosa de pertença ou, pelo menos, um significativo ponto de referência. Por isso, é mais desejável que nunca, que os as relações com as Autoridades estatais sejam caracterizadas por uma respeitosa colaboração, também graças aos Acordos bilaterais, cujo correcto cumprimento é controlado por uma especial Comissão de Reciprocidade. Disto não deixará de beneficiar a toda a sociedade húngara, de modo particular nos campos da educação e da cultura. E uma vez que a Igreja, graças ao seu compromisso nas escolas e no serviço social, oferece uma notável contribuição para a comunidade civil, como deixar de fazer votos a fim de que as suas actividades sejam apoiadas pelas instituições públicas, sobretudo em vantagem das camadas sociais menos abastadas? Não obstante as dificuldades económicas gerais do momento actual, a parte eclesial não deixará de se comprometer ao serviço de quem se encontra em situações de necessidade.

Venerados Irmãos, como enfim não dizer que a unidade que vos caracteriza no seguimento das doutrinas da Igreja é para mim motivo de tranquilidade e de conforto? Possa ela conservar-se e desenvolver-se sempre! Além disso, apraz-me saber que ultimamente incrementastes os contactos com as Conferencias episcopais dos países vizinhos, sobretudo com a Eslováquia e com a Roménia, onde existe uma presença de minorias húngaras. Aprecio de coração esta linha de acção, animada por um sincero espírito evangélico e, ao mesmo tempo, por uma sábia solicitude pela convivência harmoniosa. Sem dúvida, as tensões não são fáceis de superar, mas o caminho empreendido pela Igreja é justo e promissor. Asseguro o meu apoio para isto e para todas as outras vossas iniciativas pastorais; de modo particular, neste momento penso no "Ano da Bíblia", que muito oportunamente promovestes em 2008, em sintonia com a próxima Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. Esta constitui, também para vós, uma excelente oportunidade para aprofundar os já bons relacionamentos com os irmãos cristãos das demais confissões. Ao dar graças a Deus pela sua assistência constante, invoco sobre vós e o vosso ministério, a salvaguarda maternal de Maria Santíssima. Quanto a mim, acompanho-vos com a oração enquanto vos concedo com carinho a Bênção Apostólica que, de bom grado, faço extensiva às vossas comunidades diocesanas e a toda a nação húngara.





Discursos Bento XVI 672