Discursos Bento XVI 712

AOS MEMBROS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE BANGLADESH POR OCASIÃO DA VISITA "AD LIMINA APOSTOLORUM" Quinta-feira, 12 de Junho de 2008


Queridos Irmãos Bispos

É com imensa alegria que vos dou as boas-vindas, Bispos de Bangladesh, por ocasião da vossa visita quinquenal aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo. Agradeço ao Arcebispo D. Costa as amáveis palavras que me dirigiu em vosso nome. O vosso amor generoso a Deus, a vossa solicitude pelo povo que é confiado ao vosso cuidado pelo Senhor Jesus, bem como o vosso vínculo de unidade no Espírito Santo constituem para mim uma causa de profunda alegria e acção de graças.

A integridade pessoal e a santidade da vida são componentes essenciais do testemunho de um Bispo, uma vez que, "antes de se tornar alguém que transmite a palavra, ele deve tornar-se um ouvinte da mesma palavra" (cf. Pastores gregis ). A nossa experiência cristã demonstra sempre de novo o paradoxo evangélico de que a alegria e as conquistas só podem ser alcançadas através do dom pessoal integral, por amor a Cristo e ao seu Reino (cf. Mc 8,35). Os Bispos são chamados a ser pacientes, dóceis e mansos, no espírito das bem-aventuranças. Desta forma, levam os outros a considerar todas as realidades humanas à luz do Reino do Céu (cf. Mt 5,1-12). O seu testemunho pessoal de integridade é completado e fortalecido pelos numerosos frutos da graça que o Espírito produz nos fiéis, que tendem para a perfeição da caridade (cf. Lumen gentium LG 39). Por esta razão, uno-me a vós para dar graças a Deus Todo-Poderoso pelo crescimento e ardor da comunidade católica em Bangladesh, especialmente no meio dos desafios que ela deve enfrentar no seu dia-a-dia. Muitos membros da vossa população sofrem por causa da pobreza, do isolamento ou da discriminação, enquanto buscam a vossa guia espiritual que os oriente a reconhecer na fé e a experimentar de modo antecipado o facto de que são verdadeiramente abençoadas por Deus (cf. Lc 6,22).

713 Como sucessores dos Apóstolos, vós sois chamados de maneira especial a ensinar o povo de Deus escolhido, valendo-vos das numerosas dádivas que o Senhor concedeu à sua comunidade, em vista da transmissão eficaz do depósito da Fé. A este propósito, aprecio os vossos esforços para garantir que os vossos catequistas leigos sejam suficientemente numerosos, bem preparados e devidamente reconhecidos pelos fiéis. Rezo para que o seu exemplo e a sua dedicação leve outros leigos e leigas a desempenharem um papel mais activo no apostolado da Igreja. Como sabeis pela vossa própria experiência pastoral, os catequistas têm uma parte integrante na preparação dos leigos para a recepção dos sacramentos. Isto é particularmente verdade no trabalho cada vez mais importante de preparação de jovens homens e mulheres que reconheçam o Sacramento do Matrimónio como uma aliança de amor fiel para a vida inteira e como uma vereda para a santidade. Mencionei com frequência a minha preocupação em relação à dificuldade que os homens e as mulheres do tempo moderno encontram, quando se trata de assumir um compromisso para a vida inteira (cf. Discurso aos Bispos dos Estados Unidos da América, 16 de Abril de 2008). Existe a necessidade urgente, da parte de todos os cristãos, de confirmar a alegria da entrega total de si mesmos em resposta ao chamamento radical do Evangelho.

Um sinal clarividente deste compromisso radical encontra-se em numerosas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada que, actualmente, a Igreja presente no vosso país está a experimentar. Encorajo os vossos esforços para oferecer a estes candidatos uma formação adequada, que há-de dar frutos em abundância. A este respeito, desejo manifestar também a minha sincera gratidão pela generosa assistência oferecida por parte da Igreja em outros países, de forma especial pela Coreia, para a preparação dos vossos seminaristas e sacerdotes.

A Igreja é católica: uma comunidade que acolhe pessoas de todas as raças e as línguas, sem se deixar limitar por uma cultura específica nem por um sistema social, económico ou político em particular (cf. Gaudium et spes
GS 42). Ela está ao serviço de toda a família humana, compartilhando livremente os seus dons em prol do bem-estar de todos. Isto proporciona-lhe a capacidade conatural de fomentar a unidade e a paz. Meus estimados Irmãos, vós e o vosso povo, como promotores da harmonia e da paz, tendes muito para oferecer à nação. Amando o vosso País, inspirais a tolerância, a moderação e a compreensão. Encorajando as pessoas que compartilham valores importantes a cooperar para o bem comum, contribuís para consolidar a estabilidade do vosso país e para a manter também no futuro. Por mais subtis que sejam, estes esforços oferecem um apoio efectivo à maioria dos vossos concidadãos, que promovem a nobre tradição de respeito mútuo, tolerância e harmonia social do vosso país. De igual modo, continuai a assistir e a aconselhar os leigos católicos e todos aqueles que desejam oferecer o próprio serviço para o bem da sociedade no sector público, nas comunicações sociais, na educação e na assistência médica e social. Que eles se alegrem sempre, persuadidos de que Cristo aceita como gesto de amor pessoal qualquer tipo de bem que for feito em benefício do mais pequenino dos seus irmãos (cf. Mt 25,40).

Estou consciente das recentes iniciativas que tomastes no campo do diálogo inter-religioso, e exorto-vos a perseverar com dedicação paciente neste aspecto essencial da missão ad gentes da Igreja (cf. Ecclesia in Asia ). Efectivamente, muito bem pode ser realizado, quando tal diálogo é empreendido num espírito de compreensão e colaboração recíprocas, na verdade e liberdade. Todos os homens e mulheres têm a obrigação de procurar a verdade. E quando a encontram, são exortados a modelar toda a sua vida em conformidade com as suas exigências (cf. Dignitatis humanae DH 2). Por conseguinte, a contribuição mais importante que podemos oferecer para o diálogo inter-religioso é o nosso conhecimento de Jesus de Nazaré, "o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jn 14,6). Baseado no respeito mútuo e na verdade, o diálogo não pode deixar de ter uma influência positiva sobre o clima social do vosso país. A delicadeza desta tarefa exige uma preparação integral do clero e dos leigos, oferecendo-lhes em primeiro lugar um conhecimento mais aprofundado da sua fé e, em seguida, ajudando-os a aumentar a compreensão do islão, do hinduísmo, do budismo e das demais religiões presentes nessa região.

No final do corrente mês, daremos início à celebração do Ano Paulino, que será para toda a Igreja um renovado convite a anunciar com coragem incessante a Boa Nova de Cristo Jesus. São Paulo não tinha vergonha de anunciar o Evangelho, pois via nele o poder salvífico de Deus (cf. Rm 1,16). Estou consciente das dificuldades desta missão que vos foi confiada. Como os primeiros cristãos, também vós viveis como uma exígua comunidade no meio de uma vasta população não cristã. A vossa presença constitui um sinal de que a pregação do Evangelho, que começou em Jerusalém e na Judeia, continua a espalhar-se até aos extremos confins da terra, em conformidade com o destino universal que o Senhor quis para ela (cf. Ac 1,8). As minhas preces acompanham-vos, enquanto orientais os vossos sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos, ao longo do caminho sulcado por numerosos missionários dedicados, a começar por São Francisco Xavier, que levou o Evangelho ao vosso país. A Igreja por vós representada "proclama a Boa Nova com amoroso respeito e estima pelos seus ouvintes" (Ecclesia in Asia ). Dai continuidade a esta tarefa com generosidade, simplicidade e "criatividade na caridade" (cf. Pastores gregis ), em consonância com os vossos talentos, os vossos dotes específicos e os meios à vossa disposição. Tende confiança no Senhor, que abre os corações dos ouvintes para que escutem com atenção o que é anunciado em seu nome (cf. Ac 16,14).

Estimados Irmãos Bispos, sei que hauris grande coragem e inspiração das palavras de Cristo, que vos recordou: "Eis que Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo" (Mt 28,20). Quando regressardes à vossa pátria, peço-vos que transmitais o meu sincero encorajamento e os meus afectuosos bons votos aos vossos presbíteros, religiosos, religiosas, catequistas e a todo o vosso querido povo. A cada um de vós e às pessoas que são confiadas aos vossos cuidados pastorais, concedo cordialmente a minha Bênção Apostólica.


VISITA PASTORAL A SANTA MARIA DI LEUCA E BRINDISI


ENCONTRO COM AS AUTORIDADES E OS CIDADÃOS DE BRINDISI Sábado, 14 de Junho de 2008

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Senhor Ministro
Senhor Presidente Municipal
Ilustres Autoridades
Amados irmãos e irmãs!

Desejo antes de tudo expressar a alegria de me encontrar no meio de vós e saúdo-vos a todos de coração. Agradeço ao Deputado Raffaele Fitto, Ministro dos Assuntos Regionais, que me trouxe a saudação do Governo; agradeço ao Presidente da Câmara Municipal de Brindisi as fervorosas expressões de boas-vindas que me dirigiu em nome de todos os cidadãos, e a gentil recordação que me ofereceu. Saúdo e agradeço com afecto o jovem que se fez porta-voz da juventude de Brindisi. Queridos jovens, sei que vós animastes a assembleia na expectativa da minha chegada, e continuareis depois numa vigília de oração com a qual pretendeis preparar a Celebração eucarística de amanhã. Saúdo cordialmente o Arcebispo, D. Rocco Talucci, o Arcebispo emérito, D. Settimio Todisco, os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, e todos os presentes.

Eis-me entre vós, queridos amigos! Aceitei com grande alegria o convite do Pastor da vossa Comunidade diocesana, e sinto-me feliz por visitar esta vossa Cidade que, enquanto desempenha um papel significativo no âmbito do Sul da Itália, está chamada a projectar-se além do Mar Adriático para comunicar com outras cidades e outros povos. De facto, Brindisi, outrora lugar de embarque para o Oriente para comerciantes, legionários, estudiosos e peregrinos, permanece uma porta aberta para o mar. Nos últimos anos, os jornais e a televisão mostraram imagens de prófugos desembarcados em Brindisi provenientes da Croácia e de Montenegro, da Albânia e da Macedónia. Parece-me um dever recordar com gratidão os esforços que foram realizados e que continuam a ser feitos pelas Administrações civis e militares, em colaboração com a Igreja e com as diversas Organizações humanitárias, para lhes dar protecção e assistência, apesar das dificuldades económicas que infelizmente continuam a preocupar particularmente a vossa Região. A vossa Cidade foi e continua a ser generosa, e este mérito foi-lhe justamente reconhecido com a atribuição, no contexto da solidariedade internacional, de um autêntico papel institucional: de facto, ela hospeda a Base de Polícia de Socorro Humanitário das Nações Unidas (UNHRD), gerida pelo Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM).

Queridos Brindisinos, esta solidariedade faz parte das virtudes que formam o vosso rico património civil e religioso: continuai com renovado impulso a construir juntos o vosso futuro. Entre os valores radicados na vossa Terra gostaria de recordar o respeito pela vida e sobretudo a dedicação à família, hoje exposta ao convergente ataque de numerosas forças que procuram debilitá-la. Como é necessário e urgente, também face a estes desafios, que todas as pessoas de boa vontade se comprometam a salvaguardar a família, sólida base sobre a qual construir a vida de toda a sociedade! Outro fundamento da vossa sociedade é a fé cristã, que os antepassados consideraram como um dos elementos qualificantes da identidade de Brindisi. Possa a adesão ao Evangelho, conscientemente renovada e vivida com responsabilidade, estimular-vos, hoje como ontem, a enfrentar com confiança as dificuldades do momento presente; que a fé vos encoraje a responder sem sujeições às legítimas expectativas de promoção humana e social da vossa Cidade. A esta acção de renovação não pode deixar de oferecer a própria contribuição também a nascente Universidade, chamada a pôr-se ao serviço de quantos, tendo consciência da própria dignidade e das suas tarefas, desejam participar activamente na vida, no caminho, no desenvolvimento económico, político, cultural e religioso do território. Queridos brindisinos, para que a cultura da solidariedade cresça na vossa Cidade, ponde-vos uns ao serviço dos outros, deixando-vos guiar por um autêntico espírito de fraternidade. Deus está ao vosso lado e nunca vos deixará faltar o apoio constante da sua graça.

Gostaria de me dirigir agora, de modo especial, aos numerosos jovens presentes. Queridos amigos, obrigado pelo vosso acolhimento caloroso, obrigado pelos fervorosos sentimentos dos quais o vosso representante se fez intérprete. As vossas vozes, que encontram uma correspondência imediata no meu coração, comunicam-me a vossa confiante exuberância, a vossa alegria de viver. Nelas entrevejo também os problemas que vos atormentam, e que por vezes correm o risco de sufocar os entusiasmos que são típicos desta estação da vossa vida. Em particular, conheço a preocupação que pesa sobre muitos de vós e sobre o vosso futuro por causa do fenómeno dramático do desemprego, que atinge antes de tudo os jovens e as moças do Sul da Itália. De igual modo, sei que a vossa juventude está tentada pela atracção de lucros fáceis, pela tentação de se refugiar em paraísos artificiais ou por se deixar atrair por formas distorcidas de satisfação material. Não vos deixeis seduzir pelas insídias do mal! Procurai antes uma existência rica de valores, para dar vida a uma sociedade mais justa e mais aberta ao futuro. Fazer frutificar os dons que Deus vos doou com a juventude: a força, a inteligência, a coragem, o entusiasmo e a vontade de viver. É a partir desta bagagem, contando sempre com o apoio divino, que podeis alimentar em vós e em vosso redor a esperança. Depende de vós e do vosso coração fazer com que o progresso se transforme num bem maior para todos. E o caminho do bem vós sabei-lo tem um nome: chama-se amor.

No amor, só no amor autêntico, se encontra a chave de toda a esperança, porque o amor tem a sua raiz em Deus. Na Bíblia lemos: "E nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor" (
1Jn 4,16). E o amor de Deus tem o rosto doce e compassivo de Jesus Cristo. Eis que chegamos portanto ao coração da mensagem cristã: Cristo é a resposta às vossas perguntas e problemas; n'Ele são valorizadas todas as aspirações honestas do ser humano. Mas Cristo é exigente e não aceita meias-medidas. Ele sabe que pode contar com a vossa generosidade e coerência: por isso espera muito de vós. Segui-O fielmente e, para o poder encontrar, amai a sua Igreja, senti-vos responsáveis, não eviteis ser, cada um no seu âmbito, protagonistas corajosos. Eis um aspecto para o qual gostaria de chamar a vossa atenção: procurai conhecer a Igreja, compreendê-la, amá-la, prestando atenção à voz dos seus Pastores. Ela é formada de homens, mas Cristo é a sua Cabeça e o seu Espírito guia-a firmemente. Vós sois o rosto jovem da Igreja: por isso, não deixeis faltar a vossa contribuição, para que o Evangelho que ela proclama se possa propagar em toda a parte. Sede apóstolos dos vossos coetâneos!

Queridos irmãos e irmãs, obrigado mais uma vez pelo vosso acolhimento. Li algumas cartas de jovens da vossa Província, que me foram enviadas: através delas, queridos amigos, pude conhecer melhor a vossa realidade. Obrigado pelo vosso afecto. A vós e a todos os habitantes de Brindisi garanto a minha oração, para que possais testemunhar a mensagem evangélica da paz e da justiça. Maria, Regina Apuliae, vos proteja e acompanhe sempre. Abençoo-vos de coração e a todos desejo uma boa noite!


ENCONTRO COM OS SACERDOTES, OS DIÁCONOS E OS SEMINARISTAS NA CATEDRAL DE BRINDISI Domingo, 15 de Junho de 2008

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Caríssimos presbíteros,
diáconos e seminaristas

Estou feliz por transmitir a minha cordial saudação a todos vós, reunidos nesta bonita Catedral, reaberta ao culto depois dos restauros do passado mês de Novembro. Agradeço ao Arcebispo, D. Rocco Talucci, o caloroso discurso de saudação que quis dirigir-me em vosso nome e todos os seus dons. Saúdo os sacerdotes, aos quais desejo manifestar o meu apreço pelo vasto e minucioso trabalho pastoral que desempenham; saúdo os diáconos, os seminaristas e todos os presentes, exprimindo a alegria de me ver circundado por uma numerosa multidão de almas consagradas ao advento do Reino de Deus. Aqui na Catedral, que é o coração da Diocese, todos se sentem em casa, unidos pelo vínculo do amor de Cristo. Aqui queremos fazer grata memória de quantos difundiram o cristianismo nestas terras: Brindisi foi uma das primeiras cidades do Ocidente que recebeu o Evangelho, que chegou aqui pelas vias consulares romanas. Entre os santos evangelizadores, penso em São Leucio, Bispo, em Santo Oronzo, São Teodoro de Amaseia e São Lourenço de Brindisi, proclamado Doutor da Igreja por João XXIII. A sua presença continua a estar viva no coração das pessoas e é testemunhada pelos numerosos monumentos da cidade.

Prezados irmãos, ao ver-vos congregados nesta igreja, na qual muitos de vós receberam a ordenação diaconal e sacerdotal, voltam-me à mente as palavras que Santo Inácio de Antioquia escrevia aos cristãos de Éfeso. "O vosso venerável colégio dos presbíteros, digno de Deus, está tão harmoniosamente unido ao Bispo, como as cordas da cítara. Deste modo, na concórdia dos vossos sentimentos e na perfeita harmonia do vosso amor fraterno, se eleve um concerto de louvor a Jesus Cristo". E o santo Bispo acrescentava: "Cada um de vós estude para fazer coro. Na harmonia da concórdia e em uníssono com a tonalidade de Deus por meio de Jesus Cristo, a uma só voz cantai hinos ao Pai, e Ele escutar-vos-á" (Carta aos
Ep 4). Perseverai, dilectos presbíteros, na busca de tal unidade de intenções e de ajuda recíproca, a fim de que a caridade fraterna e a unidade no trabalho pastoral sirvam de exemplo e de estímulo para as vossas comunidades. Foi sobretudo isto que teve em vista a visita pastoral às paróquias, realizada pelo vosso Arcebispo e terminada no passado mês de Março: precisamente por causa da vossa generosa colaboração, ela não foi uma simples obrigação jurídica, mas um extraordinário acontecimento de valor eclesial e formativo. Estou persuadido de que ela dará os seus frutos, porque o Senhor fará crescer em abundância a semente lançada com amor nas almas dos fiéis.

Com a minha presença hodierna, gostaria de vos encorajar a pôr-vos sempre com maior disponibilidade ao serviço do Evangelho e da Igreja. Sei que já trabalhais com zelo e inteligência, sem poupar energias, em vista de propagar o feliz anúncio evangélico. Cristo, a quem consagrastes a vida, está convosco! Todos nós cremos nele, a Ele confiamos a nossa vida e é Ele que queremos anunciar ao mundo. Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida (cf. Jn 14,6), seja o tema do nosso pensar, o argumento do nosso falar e o motivo do nosso viver. Caros irmãos sacerdotes, para que a vossa fé seja forte e vigorosa é necessário, como bem sabeis, alimentá-la com uma oração assídua. Portanto, sede modelos de oração, tornai-vos mestres de oração. Os vossos dias sejam cadenciados pelos tempos da oração durante os quais, segundo o modelo de Jesus, vos entretendes num diálogo regenerador com o Pai. Sei que não é fácil manter-se fiel a estes encontros quotidianos com o Senhor, sobretudo hoje que o ritmo da vida se fez frenético e as ocupações absorvem em medida cada vez maior. Todavia, temos que nos convencer: o momento da oração é o mais importante na vida do sacerdote, aquele em que a graça divina age com maior eficácia, dando fecundidade ao seu ministério. Rezar é o primeiro serviço a prestar à comunidade. Por isso, os momentos de oração devem ter na nossa vida uma verdadeira prioridade. Sei que muitas realidades nos urgem: no que me diz respeito, uma audiência, uma documentação a estudar, um encontro ou outras coisas. Mas se não estivermos em comunhão com Deus, nada poderemos dar também aos outros. Por isso, Deus é a primeira prioridade. Devemos reservar sempre o tempo necessário para estar em comunhão de oração com nosso Senhor.

Caros irmãos e irmãs, agora gostaria de me alegrar convosco pelo novo Seminário arquiespiscopal, que foi inaugurado em Novembro passado pelo meu Secretário de Estado, o Cardeal Tarcisio Bertone. Por um lado, ele exprime o presente de uma Diocese, constituindo como que o ponto de chegada do trabalho realizado pelos sacerdotes e pelas paróquias nos sectores da pastoral juvenil, do ensino catequético e da animação religiosa das famílias. Por outro lado, o Seminário é um investimento mais precioso do que nunca para o futuro porque assegura, mediante um trabalho paciente e generoso, que as comunidades cristãs não sejam desprovidas de pastores de almas, de mestres de fé, de guias zelosas e de testemunhas da caridade de Cristo. Amados seminaristas, além de ser a sede da vossa formação, verdadeira esperança da Igreja, este vosso Seminário é também lugar de actualização e de formação contínua para jovens e adultos, desejosos de oferecer o seu contributo para a causa do Reino de Deus. A cuidadosa preparação dos seminaristas e a formação permanente dos presbíteros e dos outros agentes pastorais constituem preocupações prioritárias para o Bispo, a quem Deus confiou a missão de orientar, como Pastor sábio, o Povo de Deus que vive nesta vossa cidade.

Uma ulterior ocasião de crescimento espiritual para as vossas Comunidades é o Sínodo diocesano, o primeiro depois do Concílio Vaticano II e após a unificação das duas Dioceses de Brindisi e de Ostuni. Ele é a ocasião para relançar o compromisso apostólico de toda a Diocese, mas é sobretudo um privilegiado momento de comunhão, que ajuda a redescobrir o valor do serviço fraterno, como indica o ícone bíblico do lava-pés, por vós escolhido (cf. Jn 13,12-17), com a palavra de Jesus que o comenta: "Como Eu fiz" (Jn 13,15). Se é verdade que o Sínodo cada Sínodo é chamado a definir leis, a emanar normas adequadas para uma pastoral orgânica, suscitando e estimulando renovados compromissos para a evangelização e o testemunho evangélico, é também verdade que ele deve despertar em cada baptizado o anseio missionário que anima constantemente a Igreja.

Amados irmãos sacerdotes, o Papa assegura-vos uma especial lembrança na oração, para que continueis no caminho de autêntica renovação espiritual que estais a percorrer juntamente com as vossas Comunidades. Ajude-vos neste compromisso a experiência do "estar juntos" na fé e no amor recíproco, como os Apóstolos em redor de Cristo no Cenáculo. Foi ali que o Mestre divino os instruiu, abrindo o seu coração ao esplendor da verdade, e que lhes concedeu o sacramento da unidade e do amor: a Eucaristia. No Cenáculo, durante a última Ceia, no momento do lava-pés sobressaiu claramente como o serviço é uma das dimensões fundamentais da vida cristã. Portanto, é tarefa do Sínodo ajudar a vossa Igreja local, em todos os seus componentes, a redescobrir o sentido e a alegria do serviço: um serviço por amor. Isto é válido antes de tudo para vós, estimados sacerdotes, configurados com Cristo, "Chefe e Pastor", sempre prontos a guiar a sua grei. Sede reconhecidos e felizes pelo dom recebido! Sede generosos no cumprimento do vosso ministério! Alicerçai-o numa oração assídua e numa permanente formação cultural, teológica e espiritual!

Enquanto vos renovo a expressão do meu profundo apreço e do meu cordial encorajamento convido-vos, bem como toda a Diocese, a preparar-vos para o Ano Paulino, que começará proximamente. Ele poderá ser a ocasião para um generoso relançamento missionário, para um anúncio mais profundo da Palavra de Deus, acolhida, meditada e traduzida em apostolado fecundo, como aconteceu precisamente com o Apóstolo das Nações. Conquistado por Cristo, Paulo viveu inteiramente para Ele e para o seu Evangelho, dedicando a sua existência até ao martírio. Assista-vos Maria, Mãe da Igreja e Virgem da escuta; protejam-vos os Santos Padroeiros desta amada terra da Apúlia. Sede missionários do amor de Deus; cada uma das vossas paróquias experimente a alegria de pertencer a Cristo. Como penhor da graça divina e dos dons do seu Espírito, concedo-vos a todos de bom grado a Bênção Apostólica.




AO SENHOR ANTOINE ZANGA NOVO EMBAIXADOR DOS CAMARÕES JUNTO DA SANTA SÉ Segunda-feira, 16 de Junho de 2008

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Senhor Embaixador!

É com alegria que o recebo no momento em que Vossa Excelência inicia a sua missão de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República dos Camarões junto da Santa Sé, congratulando-me pelo facto de que Vossa Excelência é o primeiro Embaixador do seu país residente em Roma. Agradeço-lhe as amáveis palavras com as quais interpretou os votos do Presidente Paul Biya, agradecendo-lhe a amabilidade de lhe transmitir as minhas saudações cordiais e os meus melhores votos pela sua alta missão ao serviço de todos os compatriotas. Os meus votos dirigem-se também às Autoridades do Estado e a todos os Camaroneses, em particular aos pastores e aos fiéis da Igreja católica, chamados a ser cada vez mais parte activa da res publica, com todos os seus irmãos, fazendo reinar os valores humanos e cristãos fundamentais para a gestão da vida social, o desenvolvimento da nação e o bem-estar de todos.

O seu país, como muitos outros, sobretudo no Continente africano, sofre de modo particular devido à actual situação económica, que atinge numerosas famílias que não têm o mínimo para satisfazer as suas necessidades fundamentais e que não favorece o crescimento nacional. Mas existem elementos internos que podem dar um rumo diferente a este andamento. Todas as nações devem procurar a estabilidade económica e social, dedicando-se incansavelmente a organizar-se com os próprios meios e no respeito pelas suas instituições; compete-lhes favorecer os micro-projectos que empenhem localmente homens e mulheres, assim como lutar eficazmente contra os tráficos ilícitos e os fenómenos de corrupção. Por conseguinte, convido todos os Camaroneses a ter uma consciência cada vez mais perspicaz do bem comum. É preciso desejar também que a Comunidade internacional, mediante ajudas apropriadas e finalizadas, assim como através de uma política económica em escala mundial, possa contribuir para interromper o círculo vicioso do subdesenvolvimento e da pobreza extrema; seria também conveniente ter em consideração os diferentes fenómenos que têm uma incidência nefasta sobre as populações, tais como os cataclismos, o aquecimento climático, as pandemias, as guerras e o terrorismo. Não posso deixar de desejar que as Instituições internacionais com as quais as Autoridades nacionais trabalham em vista de acordos que tenham por objectivo o alívio ou anulamento da dívida, e uma distribuição mais equitativa das riquezas, permitam que a sua amada Nação encontre um novo impulso económico e social, para o bem de todos os seus habitantes e para dar à juventude uma esperança renovada num futuro melhor.

O seu País confronta-se actualmente com um crescimento do número de refugiados provenientes de regiões vizinhas. Apreciando a atenção prestada às pessoas que devem deixar a sua terra de origem com frequência devido a conflitos armados que nelas estão em acto, não posso deixar de convidar as nações da região a responder cada vez mais às exigências de segurança e de paz, para enfrentar os diferentes focos de violência, dos quais toda a população inocente, e a própria Igreja, são com frequência vítimas. Não posso deixar de recordar a trágica morte do Irmão claretiano alemão Anton Probst. Um dos deveres fundamentais dos Responsáveis políticos é sem dúvida alguma oferecer aos seus concidadãos uma situação social pacífica e a concórdia, dedicando-se a pôr fim às tensões e aos dissabores, que regularmente geram conflitos, para fazer prevalecer o diálogo e o respeito pela legítima diversidade cultural entre os grupos sociais e étnicos, a fim de construir e unificar a nação. De igual modo, faço apelo a todas as pessoas envolvidas na venda ou no tráfico das armas, muitas vezes com receitas muito lucrativas, a interrogarem-se sobre as consequências dos seus comportamentos. Que a Comunidade internacional se comprometa neste campo ao lado das Autoridades locais e intervenha também, para que se concretize cada vez mais a paz em todos os países.

Aprecio a atenção que as Autoridades camaronesas dedicam ao lugar que a Igreja ocupa e ao seu trabalho, sobretudo nos âmbitos escolar e da saúde, consciente de que a sua obra é também amplamente apreciada pela população. Tenha a certeza de que as comunidades eclesiais locais, os missionários e as instituições caritativas católicas presentes no território procuram antes de tudo o bem e o crescimento das pessoas, e que se preocupam pela sua saúde. Neste espírito, a Igreja não deixa de estar atenta ao que diz respeito às doenças tropicais e à pandemia da Sida, procurando com todos os meios à sua disposição dar uma educação apropriada sobre estas questões. Por outro lado, após o acordo sobre o reconhecimento dos títulos universitários conferidos pela Universidade Católica da África Central, assinado a 17 de Agosto de 1995 entre a Santa Sé e as Autoridades de Iaundé, pelo qual não podemos deixar de nos alegrar, a eventual perspectiva de um Acordo mais orgânico entre a Santa Sé e os Camarões poderia favorece o desenvolvimento da actividade eclesial para a educação e a saúde de todos, com o apoio e as ajudas que o Governo podem oferecer neste âmbito.

No final do nosso encontro, no momento em que Vossa Excelência inicia a sua missão, faço-lhe os meus votos mais fervorosos pela nobre tarefa que o espera. Tenha a certeza de que encontrará sempre junto da Secretaria de Estado o apoio e o acolhimento atento de que poderá ter necessidade. Sobre Vossa Excelência e seus familiares, os membros da Embaixada, as Autoridades e todos os seus compatriotas da amada Nação camaronesa, invoco as Bênçãos do Todo-Poderoso.




AOS MEMBROS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DO PAQUISTÃO RECEBIDOS POR OCASIÃO DA VISITA "AD LIMINA APOSTOLORUM" Quinta-feira, 19 de Junho de 2008

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Amados Irmãos Bispos

Tenho o prazer de vos dar as boas-vindas, Bispos do Paquistão, no momento em que realizais a vossa peregrinação quinquenal aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo. Grato ao Arcebispo D. Saldanha pelas suas amáveis palavras, transmito calorosas saudações aos presbíteros, religiosos, religiosas e leigos das vossas Dioceses, assegurando-lhes as minhas preces pelo seu bem-estar. Que eles nunca se cansem de dar graças por terem recebido as "primícias" do Espírito Santo, que está sempre com eles para os fortalecer e interceder em seu favor (cf.
Rm 8,23-27).

As sementes do Evangelho, lançadas na vossa região por missionários zelosos ao longo do século XVI, continuam a desenvolver-se apesar das condições que às vezes impedem a sua capacidade de criar raízes. A vossa visita à Sé de Pedro não somente me oferece uma oportunidade para me alegrar convosco pelos frutos do vosso trabalho, mas também para ouvir a vossa descrição a respeito das dificuldades que vós e o vosso rebanho deveis padecer em nome do Senhor. Todas as vezes que, corajosamente, carregamos os fardos colocados sobre nós, em circunstâncias que muitas vezes estão para além do nosso controle, encontramos o próprio Jesus, doador de uma esperança que ultrapassa os sofrimentos do presente, porque nos transforma a partir de dentro (cf. Spe salvi ).

Unidos a Cristo Bom Pastor mediante um vínculo especial, os vossos sacerdotes são arautos da esperança cristã, ao proclamarem que Jesus vive no meio do seu povo para aliviar as suas angústias e fortalecer as suas debilidades (cf. Directório sobre o ministério e a vida dos Sacerdotes, n. 75). Pedir-lhe-ia que assegurasse ao vosso clero a minha proximidade espiritual, enquanto eles levam a cabo esta tarefa. Assim como o Senhor oferece continuamente aos seus Apóstolos sinais do seu amor e da sua solicitude por eles, também vós devíeis esforçar-vos por criar um clima de carinho e confiança com os vossos clérigos, que constituem os vossos principais e insubstituíveis colaboradores. Ao considerar-vos seus pais e irmãos (cf. Pastores gregis ), ouvindo as vossas palavras de encorajamento para as suas iniciativas pastorais, eles serão inspirados a unir a sua vontade à vossa, dedicando-se completamente ao bem espiritual do povo de Deus (cf. Presbyterorum ordinis PO 14-15).

A centralidade da Eucaristia, tanto através da digna celebração da Ceia do Senhor como mediante a adoração silenciosa do Sacramento, deveria tornar-se particularmente evidente na vida dos sacerdotes e dos Bispos. Isto estimulará os leigos a seguir o vosso exemplo e a apreciar mais profundamente a presença constante do Senhor no meio deles. Como Bispos, vós sois os maiores administradores dos mistérios de Deus e os principais promotores da vida litúrgica das vossas respectivas Igrejas locais (cf. Instrução Geral do Missal Romano, 22). A este propósito, é-me grato observar os vários programas que empreendestes para fazer aumentar a consciência da mudança radical que se torna possível quando os cristãos permitem que a sua vida adquira uma "forma eucarística" (cf. Sacramentum caritatis, 70-83). A fonte e o ápice da vida da Igreja voltam a orientar de maneira radical o modo cristão de pensar, de falar e de agir no mundo, tornando presente o significado salvífico da morte e ressurreição de Cristo, renovando desta maneira a história e vivificando toda a criação. A fracção do pão recorda-nos sempre de novo que o absurdo da violência nunca tem a última palavra, uma vez que Cristo derrotou o pecado e a morte através da sua gloriosa ressurreição. O santo Sacrifício assegura-nos que as suas feridas constituem o remédio para os nossos pecados, a sua debilidade é o poder de Deus dentro de nós e a sua morte é a nossa vida (cf. 1P 2,24 2Co 13,4 2Co 4,10). Estou persuadido de que a oferenda quotidiana da Missa, feita por vós e pelos vossos presbíteros, há-de levar o vosso povo a agradecer e louvar constantemente a Deus Pai pelas graças que nos tem concedido no seu Filho, através de quem recebemos o Espírito de adopção filial (cf. Catecismo da Igreja Católica CEC 1110).

A espiritualidade eucarística abrange todos os aspectos da vida cristã (cf. Sacramentum caritatis, 77). Isto é evidente na vitalidade emergente dos movimentos eclesiais que trabalham nas vossas Dioceses. Os carismas de tais associações reflectem e, ao mesmo tempo, respondem às necessidades do nosso tempo. Exortando os membros destes movimentos e todos os fiéis a ouvir atentamente a palavra de Deus, bem como a cultivar o hábito da oração diária, que o vosso povo promova a irmandade genuína e crie redes de solicitude caritativa cada vez mais vastas para com o seu próximo.

Meus queridos Irmãos, uno-me a vós em acção de graças a Deus, que exorta os homens a servirem como sacerdotes nas vossas Igrejas locais. O centro de teologia de Karachi, o programa de filosofia de Lahore e os vossos seminários menores são instituições vitais para o futuro da Igreja que está no Paquistão. Nunca duvideis que o vosso investimento de recursos humanos e materiais garantirá uma sólida formação para os candidatos ao sacerdócio. Colaboradores generosos encontram-se também entre os membros das ordens religiosas, que podem ajudar a aperfeiçoar os programas de formação presbiteral e revigorar os laços de cooperação entre o clero religioso e diocesano. No presente momento é sobretudo urgente a tarefa de preparação destes homens e, na realidade, todos os catequistas e líderes leigos para que se tornem promotores eficazes do diálogo inter-religioso. Eles compartilham com todos os cristãos no Paquistão a responsabilidade de promover a compreensão e a confiança com os membros das demais religiões, edificando foros pacíficos em vista de um diálogo aberto.

De igual modo, as instituições católicas continuam a servir o bem comum da população paquistanesa. Elas demonstram que o amor de Cristo não é uma mera abstracção mas alcança todos os homens e mulheres, uma vez que se manifesta através de pessoas concretas, que trabalham nas instituições caritativas da Igreja. O Evangelho ensina-nos que Jesus não pode ser amado de forma teórica (cf. Mt 25,31-37). Aqueles que servem nos hospitais, nas escolas e nos órgãos sociais e caritativos católicos respondem às necessidades concretas do próximo, perfeitamente conscientes de que, mediante os seus especiais gestos de caridade, estão a servir o próprio Senhor (cf. Mt 25,40). Encorajo-vos a fundamentar-vos no nobre exemplo de serviço ao próximo, ínsito na história de tais instituições. Cuidando dos enfermos, ajudando os jovens a amadurecerem no saber e na virtude, e indo ao encontro das necessidades dos mais pobres, os sacerdotes, os religiosos, as religiosas e os fiéis leigos das vossas Dioceses revelam o rosto humano do amor de Deus por todas as pessoas. Que o seu encontro com Cristo vivo desperte nos seus corações o desejo de compartilhar com o próximo a alegria de viver na presença de Deus (cf. Sl Ps 73,25 Sl Ps 73,28). Imitando São Paulo, que dêem de graça aos outros aquilo que eles mesmos receberam de graça (cf. 1Co 4,7 2Co 11,7 Mt 10,8).

Meus Irmãos no Episcopado, vós exerceis uma missão especial como pregadores do Evangelho e como agentes de amor e de paz na Igreja e no seio da sociedade. Ajudai-vos uns aos outros na oração e na colaboração concreta, para enfrentar a difícil tarefa que no futuro se vos apresentará. Enquanto invoco sobre vós e os vossos sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos a salvaguarda materna da Bem-Aventurada Virgem Maria, concedo de todo o coração a minha Bênção Apostólica como penhor de alegria e de paz no Senhor Jesus.





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