Discursos Bento XVI 15808

CERIMÓNIA DE DESPEDIDA, Aeroporto de Tarbes-Lourdes-Pyrénées, Lourdes, Segunda-feira, 15 de Setembro de 2008

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Senhor Primeiro-Ministro,
Amados Irmãos Cardeais e Bispos,
Autoridades civis e políticas presentes,
Senhoras, Senhores:

No momento de deixar – não sem pesar – o solo da França, estou-vos muito reconhecido por me terdes vindo saudar, dando-me assim ocasião para exprimir uma vez mais a grande alegria que esta viagem ao vosso país suscitou no meu coração. Através de Vossa Excelência, Senhor Primeiro-Ministro, saúdo o Senhor Presidente da República e todos os membros do Governo, assim como as Autoridades civis e militares, que não pouparam esforços para contribuir ao bom andamento destes dias de graça. Desejo expressar a minha sincera gratidão aos meus Irmãos no Episcopado, nomeadamente ao Cardeal Vingt-Trois e a D. Perrier, bem como a todos os membros e ao pessoal da Conferência Episcopal da França. É bom encontrar-se entre irmãos. Agradeço também calorosamente aos Senhores Presidentes das Câmaras e às Municipalidades de Paris e de Lourdes. Não posso esquecer as Forças da Ordem e os inúmeros voluntários que disponibilizaram o seu tempo e a sua competência. Todos trabalharam com dedicação e ardor para o bom êxito destes meus quatro dias passados no vosso país. Um cordial obrigado!

A minha viagem foi como que um díptico, cujo primeiro painel foi Paris, cidade que conheço bastante bem e lugar de vários encontros importantes. Tive ocasião de celebrar a Eucaristia no prestigioso lugar da Esplanada dos Inválidos. Aí encontrei um povo vivo de fiéis orgulhosos e fortes na sua fé, que vim animar para que perseverem decididamente na prática dos ensinamentos de Cristo e da sua Igreja. Pude também celebrar as Vésperas com os sacerdotes, os religiosos e religiosas e os seminaristas. Quis confirmá-los na sua vocação ao serviço de Deus e do próximo. Transcorri ainda um tempo, demasiado breve mas verdadeiramente intenso, com os jovens no adro de Notre-Dame. O seu entusiasmo e o seu afecto deram-me conforto. Como não recordar também o prestigioso encontro com o mundo da cultura no Institut de France e nos Bernardins? Como sabeis, considero que a cultura e os seus intérpretes são veículos privilegiados do diálogo entre a fé e a razão, entre Deus e o homem.

O segundo painel do díptico foi um lugar emblemático que atrai e fascina todo o crente: Lourdes é como uma luz na obscuridade dos nossos passos vacilantes rumo a Deus. Lá Maria abriu uma porta para o Além que nos interroga e seduz. Maria, porta caeli! Pus-me na sua escola durante estes três dias. O Papa tinha o dever de vir a Lourdes celebrar o sesquicentenário das Aparições. Diante da Gruta de Massabielle, rezei por todos vós. Rezei pela Igreja. Rezei pela França e pelo mundo. As duas Eucaristias celebradas em Lourdes permitiram unir-me aos fiéis peregrinos. Tendo-me feito um deles, segui o conjunto das quatro etapas do caminho do Jubileu, visitando a igreja paroquial, depois o cachot e a Gruta, e por fim a capela do Hospício. Rezei também com e pelos doentes que vêm procurar alívio físico e esperança espiritual. Deus não os esquece, e a Igreja também não. Como todo o fiel em peregrinação, quis participar na procissão de velas e na procissão eucarística. Estas fazem subir súplicas e louvores para Deus. Lourdes é também o lugar onde se encontram regularmente os Bispos da França para rezar juntos e celebrar a Eucaristia, reflectir e trocar ideias sobre a sua missão de pastores. Quis partilhar com eles a minha convicção de que os tempos são favoráveis para um regresso a Deus.

Senhor Primeiro-Ministro, Irmãos Bispos e queridos amigos, que Deus abençoe a França! Que reinem a harmonia e o progresso humano no seu solo, e que nele a Igreja seja como o fermento na massa para indicar com sabedoria e sem medo, segundo o seu dever, quem é Deus! Chegou o momento de vos deixar. Poderei um dia voltar a este vosso belo país? Eu o espero, mas é um desejo que confio a Deus. Acompanhar-vos-ei de Roma e quando me detiver junto da réplica da Gruta de Lourdes, que se encontra nos jardins do Vaticano há mais de um século, pensarei em vós. Que Deus vos abençoe!




AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO PROMOVIDO PELA «PAVE THE WAY» Quinta-feira, 18 de Setembro de 2008

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Querido Sr. Krupp
Senhoras e Senhores

Estou feliz por me encontrar convosco na conclusão do importante Congresso organizado pela Pave the Way Foundation. Sei que muitos estudiosos eminentes participaram nesta reflexão sobre as numerosas obras do meu amado predecessor o Servo de Deus Papa Pio XII realizadas durante o difícil período da segunda guerra mundial. Dou calorosas boas-vindas a cada um de vós, especialmente ao Sr. Gary Krupp, Presidente da Fundação, a quem agradeço as amáveis palavras expressas em vosso nome. Estou-lhe grato por me ter informado como o vosso trabalho se desenvolveu durante este Congresso. Analisastes sem preconceitos os acontecimentos da história e preocupastes-vos somente com a busca da verdade. Saúdo também aqueles que vos acompanham na presente visita, assim como os membros das vossas respectivas famílias e os vossos entes queridos em casa.

O cerne do vosso estudo foi a pessoa e a incansável obra humanitária pastoral e humanitária de Pio XII, Pastor Angelicus. Cinquenta anos já passaram desde a sua piedosa morte ocorrida aqui em Castel Gandolfo, na madrugada do dia 9 de Outubro de 1958, depois de uma enfermidade debilitadora. Este aniversário oferece uma importante oportunidade para aprofundar o nosso conhecimento a respeito dele, para meditar acerca do seu rico ensinamento e para analisar inteiramente as suas actividades. Muito se escreveu e disse sobre ele durante estas últimas cinco décadas, e nem todos os aspectos genuínos da sua diversificada obra pastoral foram examinados numa perspectiva correcta. A finalidade do vosso Congresso foi, precisamente, a abordagem de algumas destas dificuldades, que levasse a um exame atento e documentado de muitas das suas intervenções, especialmente a favor dos judeus que, nesses anos, eram perseguidos em toda a Europa, em conformidade com o plano criminoso daqueles que desejavam eliminá-los da face da terra. Quando nos aproximamos deste nobre Papa, sem preconceitos ideológicos, além de nos surpreendermos diante do seu sublime carácter espiritual e humano, sentimo-nos fascinados pelo exemplo da sua vida e pela extraordinária riqueza do seu ensinamento. Podemos apreciar também a sabedoria humana e a intensidade pastoral que o orientaram nos seus longos anos de ministério, de modo especial oferecendo uma assistência organizada ao povo judeu.

Graças à vasta quantidade de material documentado que vós reunistes, coadjuvados por muitas testemunhas competentes, o vosso Congresso oferece ao foro público a possibilidade de conhecer mais plenamente aquilo que Pio XII realizou em prol dos judeus perseguidos pelos regimes nazista e fascista. Deste modo, compreende-se que na medida do possível ele não poupou quaisquer esforços em vista de intervir em favor deles, quer directamente quer mediante instruções dadas a outros indivíduos ou instituições da Igreja católica. Nos trabalhos do vosso Congresso chamastes também a atenção para as suas numerosas intervenções, feitas no segredo e no silêncio, precisamente porque, considerando a situação concreta desse difícil momento histórico, somente deste modo era possível evitar o pior e salvar o maior número de judeus. Esta dedicação intrépida e paternal foi reconhecida e apreciada durante e depois do terrível conflito mundial por parte dos judeus, comunitária e individualmente, que manifestaram a sua gratidão por aquilo que o Papa fizera por eles. É suficiente recordar o encontro de Pio XII, realizado no dia 29 de Novembro de 1945, com oitenta delegados dos campos de concentração que, durante uma Audiência especial que lhes foi concedida no Vaticano, quiseram agradecer-lhe pessoalmente a sua generosidade para com eles ao longo do período da perseguição nazi-fascista.

Senhoras e Senhores, obrigado pela vossa visita e pela pesquisa que empreendestes. Estou grato também à Pave the Way Foundation pela sua actividade permanente na promoção das relações e do diálogo entre as religiões, como testemunhas da paz, da caridade e da reconciliação. Tenho a grande esperança de que o corrente ano, em que se recorda o 50º aniversário da morte do meu venerado predecessor, ofereça a oportunidade para promover estudos aprofundados a respeito dos vários aspectos da sua vida e da sua obra, para se chegar ao conhecimento da verdade histórica, ultrapassando a resistência de todos os preconceitos. Com estes sentimentos, invoco sobre vós e os trabalhos do vosso Congresso a abundância das bênçãos divinas.




AOS BISPOS DO PANAMÁ POR OCASIÃO DA VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM» Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008

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Queridos Irmãos no Episcopado!

1. Damos sempre graças a Deus por todos vós, lembrando-nos sem cessar de vós nas nossas orações" (
1Th 1,2). Estas palavras de São Paulo expressam os meus sentimentos ao receber-vos por ocasião da vossa visita ad Limina, a qual manifesta os fortes vínculos que unem as vossas respectivas Igrejas particulares ao Sucessor de São Pedro, Cabeça do Colégio Episcopal (cf. Lumen gentium LG 22).

Agradeço as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todos D. José Luís Lacunza Maestrojuán, Bispo de David e Presidente da Conferência Episcopal, tornando-me partícipe das alegrias e anseios que levais no coração, assim como os desafios que vos preparais para enfrentar. Sabei que o Papa, nas suas tarefas, caminha ao vosso lado. Por isso, quando regressardes ao vosso país, tende a bondade de transmitir a minha proximidade espiritual aos Bispos Eméritos, aos sacerdotes e comunidades religiosas, aos seminaristas e fiéis leigos, especialmente aos mais necessitados, e dizei-lhes que rezo por eles, pedindo a Deus que não desanimem nos seus trabalhos a favor do Evangelho e continuem a exortar todos, com palavras e com a vida, a encontrar a própria felicidade no seguimento de Cristo e em partilhar com os outros a alegria que vem de saber que Ele nos ama até ao extremo (cf. Jn 13,1).

2. A leitura dos vossos relatórios quinquenais e as conversações que mantivemos mostraram-me como animais as iniciativas destinadas a semear generosamente a Palavra de Deus no coração dos panamenses, a fim de os acompanhar no caminho da sua maturação na fé, de modo que sejam autênticos discípulos e missionários de Jesus Cristo. Neste sentido, ajudados pelas linhas traçadas pela V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, celebrada em Aparecida, estais a intensificar o vosso labor pastoral, em vista também das celebrações que estão a ser preparadas para comemorar o V Centenário da evangelização do país, no ano de 2013. Estes trabalhos são uma oportunidade providencial para estreitar mais a comunhão eclesial entre as Dioceses do Panamá.

3. É motivo de alegria a fecunda acção missionária de sacerdotes, religiosos e leigos, que contrasta a crescente secularização da sociedade como uma configuração do mundo e da humanidade à margem da transcendência, que invade todos os aspectos da vida quotidiana, cria uma mentalidade na qual Deus está de facto ausente da existência e da consciência humana e se serve com frequência dos meios de comunicação para difundir o individualismo, o hedonismo, ideologias e costumes que minam os próprios fundamentos do matrimónio, da família e da moral cristã. O discípulo de Cristo encontra a força para responder a estes desafios no conhecimento profundo e no amor sincero ao Senhor Jesus, na meditação da Sagrada Escritura, na adequada formação doutrinal e espiritual, na oração constante, na recepção frequente do sacramento da Reconciliação, na participação consciente e activa na Santa Missa e na prática das obras de caridade e de misericórdia.

4. Isto é importante sobretudo para as novas gerações. A recordação do meu venerado Predecessor, o Servo de Deus João Paulo ii, neste ano no qual se comemora o XXV aniversário da visita que realizou na vossa querida nação, pode servir de estímulo para se dedicar com empenho à pastoral juvenil e vocacional, para que não faltem os sacerdotes que anunciem Cristo aos panamenses, o qual é fonte de vida em abundância para quem se encontra com Ele (cf. Jn 10,10). A este propósito, convido-vos a suplicar com confiança ao "Senhor da messe", para que envie numerosas e santas vocações para o sacerdócio (cf. Lc 10,2), para o qual é também necessário um discernimento correcto dos candidatos ao presbiterado, assim como o zelo apostólico e o testemunho de comunhão e fraternidade dos sacerdotes. Este estilo de vida deve ser inculcado já no Seminário, no qual se deve privilegiar uma séria disciplina académica, espaços e tempos de oração diária, a celebração digna da liturgia, uma adequada direcção espiritual e o cultivo intenso das virtudes humanas, cristãs e sacerdotais. Deste modo, orando e estudando, os seminaristas podem construir em si o homem de Deus que os fiéis têm o direito de ver nos seus ministros.

A história do Panamá foi marcada pelo louvável trabalho de numerosos missionários e pela generosa solicitude dos Religiosos e Religiosas. Que estes modelos luminosos estimulem no momento actual os consagrados a fazer da própria vida uma expressão contínua de caridade cristã, alimentada pelo desejo de se identificar radicalmente com Cristo e servir com fidelidade a Igreja.

5. Com abnegação, muitas famílias vivem na sua Pátria o ideal cristão no meio de muitas dificuldades, que ameaçam a solidez do amor conjugal, a paternidade responsável e a harmonia e estabilidade dos lares. Nunca serão suficientes os esforços que se realizam para desenvolver uma pastoral familiar vigorosa, que convide as pessoas a descobrir a beleza da vocação para o matrimónio cristão, a defender a vida humana desde a sua concepção até ao seu fim natural e a construir lares nos quais os filhos são educados no amor à verdade do Evangelho e em sólidos valores humanos.

6. No vosso país, como noutros lugares, estão a viver-se momentos difíceis, que geram desânimo, mas também situações que despertam grande esperança. No actual contexto, torna-se particularmente urgente que a Igreja no Panamá não deixe de oferecer luzes que contribuam para a solução dos graves problemas humanos existentes, promovendo um consentimento moral da sociedade sobre os valores fundamentais. Por isso é primordial divulgar o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, que facilita um conhecimento mais profundo e sistemático das orientações eclesiais que sobretudo os leigos devem assumir no âmbito político, social e económico, favorecendo igualmente a sua aplicação correcta nas circunstâncias concretas. Deste modo, a esperança cristã poderá iluminar o povo do Panamá, sequioso de conhecer a verdade sobre Deus e sobre o homem no meio de fenómenos como a pobreza, a violência juvenil, as carências educativas, de saúde e de habitação, a insistência de numerosas seitas ou a corrupção, que de vários modos perturbam a sua vida e impedem o seu desenvolvimento integral.

7. No final deste encontro, recomendo-vos a vós e a todos os filhos e filhas desta nobre Nação à intercessão de Santa Maria de Antígua, para que o seu amor de Mãe brilhe sempre sobre o Panamá e vos conforte no vosso caminho. Com estes sentimentos concedo-vos com afecto a minha Bênção Apostólica.




AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO INTERNACIONAL DA CONFEDERAÇÃO BENEDITINA Sala dos Suíços do Palácio Pontifício

Sábado, 20 de Setembro de 2008


Queridos Padres Abades!

É com grande alegria que vos recebo vos saúdo por ocasião do Congresso internacional que de quatro em quatro anos vê reunidos em Roma todos os Abades da vossa Confederação e os Superiores dos Priorados independentes, para reflectir e debater sobre as modalidades com as quais encarnar o carisma beneditino no actual contexto social e cultural e responder aos desafios sempre novos que ele apresenta ao testemunho do Evangelho. Saúdo antes de tudo o Abade Primaz, Pe. Wolf Notker e agradeço-lhe o que em nome de todos me expressou. Saúdo também o grupo de Abadessas, que vieram em representação da Communio Internationalis Benedictinarum, como também os Representantes ortodoxos.

Num mundo dessacralizado e numa época marcada por uma preocupante cultura do vazio e do "sem sentido", vós sois chamados a anunciar sem comprometimentos a primazia de Deus e fazer propostas de eventuais novos percursos de evangelização. O compromisso de santificação, pessoal e comunitária, que perseguis e a oração litúrgica que cultivais habituam-vos a um testemunho de eficácia particular. Nos vossos mosteiros, sois os primeiros a renovar e aprofundar quotidianamente o encontro com a pessoa de Cristo, que tendes sempre convosco como hóspede, amigo e companheiro. Por isso os vossos conventos são lugares aos quais homens e mulheres, também na nossa época, acorrem para procurar Deus e aprender a reconhecer os sinais da presença de Cristo, da sua caridade, da sua misericórdia. Com humilde confiança não vos canseis de partilhar, com quantos se dirigem às vossas solicitudes espirituais, a riqueza da mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo cada pessoa. Continuareis assim a oferecer a vossa preciosa contribuição para a vitalidade e santificação do Povo de Deus, segundo o carisma peculiar de Bento de Núrsia.

Queridos Abades e Abadessas, vós sois guardas do património de uma espiritualidade radicalmente ancorada no Evangelho. Precisamente isto vos compromete a comunicar e a doar aos outros os frutos da vossa experiência interior. Conheço e aprecio muito a generosa e competente obra cultural e formativa que desempenham muitos dos vossos mosteiros, sobretudo a favor das jovens gerações, criando um clima de acolhimento fraterno que favorece uma singular experiência de Igreja. De facto, é de primordial importância preparar os jovens para enfrentar o futuro e para se medirem com as numerosas exigências da sociedade, mantendo uma referência constante com a mensagem evangélica, que é sempre actual, inexaurível e vivificante. Portanto, dedicai-vos com renovado fervor apostólico aos jovens, que são o futuro da Igreja e da humanidade. Para construir uma Europa "nova" é necessário de facto começar pelas novas gerações, oferecendo-lhes a possibilidade de se aproximarem intimamente das riquezas espirituais da liturgia, da meditação, da lectio divina.

Esta acção pastoral e formativa, na realidade, é necessária como nunca para toda a família humana. Em muitas partes do mundo, sobretudo na Ásia e na África, há grande necessidade de espaços vitais de encontro com o Senhor, nos quais através da oração e da contemplação recuperam-se a serenidade e a paz consigo mesmo e com os outros. Portanto, não deixeis de ir ao encontro, com o coração aberto, das expectativas de quantos, também fora da Europa, exprimem o desejo profundo da vossa presença e do vosso apostolado para poder haurir das riquezas da espiritualidade beneditina. Deixai-vos guiar pelo desejo íntimo de servir com caridade cada homem, sem distinções de raça nem de religião. Com profética liberdade e sábio discernimento, sede presenças significativas onde quer que a Providência vos chame a estabelecer-vos, distinguindo-vos sempre pelo harmonioso equilíbrio de oração e de trabalho que caracteriza o vosso estilo de vida.
E que dizer da célebre hospitalidade beneditina? Ela é uma vossa vocação peculiar, uma experiência plenamente espiritual, humana e cultural. Também nisto haja equilíbrio: o coração da comunidade seja aberto, mas os tempos e os modos do acolhimento sejam bem proporcionados. Assim podereis oferecer aos homens e às mulheres do nosso tempo a possibilidade de aprofundar o sentido da existência no horizonte infinito da esperança cristã, cultivando o silêncio interior na comunhão da Palavra de salvação. Uma comunidade capaz de autêntica vida fraterna, fervorosa na oração litúrgica, no estudo, no trabalho, na disponibilidade cordial para o próximo sedento de Deus, constitui o melhor estímulo para fazer surgir nos corações, especialmente dos jovens, a vocação monástica e, em geral, um fecundo caminho de fé.

Gostaria de dirigir uma palavra especial às representantes das monjas e irmãs beneditinas. Queridas irmãs, também vós, como outras famílias religiosas sofreis, sobretudo nalguns países, a escassez de novas vocações. Não vos deixeis desencorajar, mas enfrentai estas dolorosas situações de crise com serenidade e com a consciência de que a cada um é pedido não tanto o sucesso, como o compromisso da fidelidade. O que deve absolutamente ser evitado é a falta da adesão espiritual ao Senhor e à própria vocação e missão. Perseverando fielmente nela confessa-se, ao contrário, com grande eficácia também diante do mundo, a própria confiança firme no Senhor da história, em cujas mãos estão os tempos e os destinos das pessoas, das instituições, dos povos, e a Ele nos confiamos para o que diz respeito às concretizações históricas dos seus dons. Fazei vossa a atitude espiritual da Virgem Maria, feliz por ser "ancilla Domini", totalmente disponível para a vontade do Pai celeste.

Queridos monges, monjas e irmãs, obrigado por esta agradável visita! Acompanho-vos com a minha oração, para que nos vossos encontros destes dias congressuais possais discernir as modalidades mais oportunas para testemunhar visível e claramente com o estilo de vida, o trabalho e a oração o compromisso de uma imitação radical do Senhor. Maria Santíssima ampare todos os vossos projectos de bem, vos ajude a ter sempre diante dos olhos Deus, antes de qualquer outra coisa, e vos acompanhe maternalmente no vosso caminho. Ao invocar abundantes dons celestes em apoio de cada um dos vossos generosos propósitos, concedo de coração a vós e a toda a Família beneditina uma especial Bênção Apostólica.




AOS BISPOS NOMEADOS NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO ORGANIZADO PELA CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS Castel Gandolfo

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Sábado, 20 de Setembro de 2008


Caríssimos Irmãos no Episcopado!

É com alegria que vos recebo por ocasião do Seminário de actualização promovido pela Congregação para a Evangelização dos Povos. Agradeço sentidamente a saudação fraterna que me foi dirigida pelo Prefeito, Senhor Cardeal Ivan Dias, em nome de todos vós. O Congresso no qual participais realiza-se no decorrer do Ano Paulino, que estamos a celebrar em toda a Igreja com a intenção de aprofundar o conhecimento do espírito missionário e da personalidade carismática de São Paulo, considerado por todos o grande Apóstolo das nações.

Estou certo de que o espírito deste "mestre das nações na fé e na verdade" (
1Tm 2,7 cf. 2Tm 1,11), se fez presente na vossa oração, nas vossas reflexões e partilhas, e não deixará de iluminar e enriquecer o vosso ministério pastoral e episcopal. Na homilia para a inauguração do Ano Paulino, comentando a expressão "mestre das nações", realcei como esta palavra se abre ao futuro, projectando o ânimo do Apóstolo para todos os povos e gerações. Paulo não é para nós simplesmente uma figura do passado, que recordamos com veneração. Ele é também o nosso mestre, é o apóstolo e o propagador de Jesus Cristo também para nós. Sim, ele é o nosso mestre e dele devemos aprender a olhar com simpatia para os povos entre os quais somos enviados. Dele devemos também aprender a procurar em Cristo a luz e a graça para anunciar hoje a Boa Nova; devemos inspirar-nos no seu exemplo para ser incansáveis ao percorrer os caminhos humanos e geográficos do mundo de hoje, levando Cristo a quantos já Lhe abriram o coração e aos que ainda não O conhecem.

A vossa vida de Pastores em muitos aspectos assemelha-se à do apóstolo Paulo. Muitas vezes o campo do vosso trabalho pastoral é muito amplo e extremamente difícil e complexo. Geograficamente, as vossas Dioceses são, na maior parte, muito amplas e com frequência privadas de estradas e meios de comunicação. Isto torna difícil o encontro com os fiéis mais distantes do centro das vossas comunidades diocesanas. Além disso, nas vossas sociedades, como noutras, enfurece cada vez com maior violência o vento da descristianização, do indiferentismo religioso, da secularização e da relativização dos valores. Isto origina um ambiente face ao qual as armas da pregação podem parecer, como no caso de Paulo em Atenas, privadas da força necessária. Em muitas regiões os católicos são uma minoria, por vezes até exígua. Isto compromete-vos a confrontar-vos com outras religiões mais fortes e nem sempre acolhedoras em relação a vós. Por fim, não faltam situações em que, como Pastores, tendes que defender os vossos fiéis das perseguições e ataques violentos.

Não tenhais medo nem vos desencorajeis perante todos estes inconvenientes, por vezes também pesados, mas deixai-vos aconselhar e inspirar por São Paulo que teve que sofrer muito pelas mesmas causas, como aprendemos da sua Segunda Carta aos Coríntios. Ao percorrer mares e terras, ele sofreu perseguições, flagelações e até a lapidação; enfrentou os perigos das viagens, a fome, a sede, frequentes jejuns, frio e nudez, trabalhou incansavelmente vivendo até ao fim a peocupação por todas as Igrejas (cf. 2Co 11, 24ss). Ele não evitava as dificuldades e os sofrimentos, porque estava consciente de que elas fazem parte da cruz que como cristãos é preciso carregar todos os dias. Compreendeu profundamente a condição à qual a chamada de Cristo expõe o discípulo: "Quem quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, carregue a sua cruz, e depois siga-Me" (Mt 16,24). Por este motivo recomendava ao filho espiritual e discípulo Timóteo: "Participa comigo nos trabalhos do Evangelho" (2Tm 1,8), indicando deste modo que a evangelização e o seu sucesso passam através da cruz e do sofrimento. O sofrimento une a Cristo e aos irmãos e expressa a plenitude do amor, cuja fonte e prova suprema é a própria cruz de Cristo.

Paulo tinha chegado a esta conclusão depois da experiência das perseguições que tivera que enfrentar na pregação do Evangelho; mas tinha descoberto por aquele caminho a riqueza do amor de Cristo e a verdade da sua missão de Apóstolo. Na homilia da inauguração do Ano Paulino eu disse a este propósito: "A verdade que tinha experimentado no encontro com o Ressuscitado para ele merecia a luta, a perseguição e o sofrimento. Mas o que o motivava no mais profundo, era ser amado por Jesus Cristo e o desejo de transmitir a outros este amor". Sim, Paulo foi um homem "conquistado" (Ph 3,12) pelo amor de Cristo e toda a sua acção e sofrimento se explica só a partir deste centro.

Caríssimos Irmãos no Episcopado! Estais no início do vosso ministério episcopal. Não hesiteis em recorrer a este poderoso mestre da evangelização, aprendendo dele como amar Cristo, como sacrificar-vos no serviço dos outros, como identificar-vos com os povos entre os quais sois chamados a pregar o Evangelho, como proclamar e testemunhar a sua presença de Ressuscitado. São lições para cujo aprendizado é indispensável invocar com insistência a ajuda da graça de Cristo. Paulo faz constantemente apelo a esta graça nas suas Cartas. Vós que, como sucessores dos Apóstolos, sois os continuadores da missão de Paulo ao levar o Evangelho às nações, sabei inspirar-vos nele ao compreender a vossa vocação em estreita dependência da luz do Espírito de Cristo. Ele guiar-vos-á pelos caminhos muitas vezes sinuosos, mas sempre apaixonantes, da nova evangelização. Acompanho-vos na vossa missão pastoral com a minha oração e com uma afectuosa Bênção Apostólica, que concedo a cada um de vós e a todos os fiéis das vossas Comunidades cristãs.




AOS NOVOS PRELADOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO ORGANIZADO PELA CONGREGAÇÃO PARA OS BISPOS E PARA AS IGREJAS ORIENTAIS Castel Gandolfo

Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008


Caríssimos Irmãos no Episcopado

772 Estou feliz por vos receber no início do vosso ministério episcopal e saúdo-vos com afecto na consciência do inseparável laço colegial que une o Papa com os Bispos no vínculo da unidade, da caridade e da paz. Estes dias que estais a transcorrer em Roma para aprofundar as tarefas que vos aguardam e para renovar a profissão da vossa fé no túmulo de São Pedro devem constituir também uma singular experiência daquela colegialidade que, "fundada... na ordenação episcopal e na comunhão hierárquica... chega à profundidade do ser de cada Bispo e pertence à estrutura da Igreja da maneira como a desejou Jesus Cristo" (Exortação Apostólica Pastores gregis ). Esta experiência de fraternidade, de oração e de estudo junto da Sé de Pedro alimente em cada um de vós o sentimento de comunhão com o Papa e com os vossos Irmãos, abrindo-vos à solicitude por toda a Igreja. Agradeço ao Cardeal Giovanni Battista Re as amáveis palavras com que interpretou os sentimentos corais. Dirijo uma saudação particular ao Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, enquanto através das vossas pessoas transmito uma afectuosa saudação a todos os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais.

Este nosso encontro realiza-se no Ano Paulino e na vigília da XII Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus: dois momentos significativos da vida eclesial, que nos ajudam a esclarecer alguns aspectos da espiritualidade e da missão do Bispo. Gostaria de reflectir brevemente sobre a figura de São Paulo. Ele é um mestre e modelo sobretudo para os Bispos! São Gregório Magno define-o como "o maior de todos os Pastores" (Regra Pastoral, 1, 8). Como Bispos temos que aprender do Apóstolo, antes de tudo, um grande amor a Jesus Cristo. A partir do momento do seu encontro com o Mestre divino no caminho de Damasco, a sua existência foi inteiramente um itinerário de conformação interior e apostólica com Ele, no meio das perseguições e dos sofrimentos (cf.
2Tm 3,11). São Paulo define-se um homem "conquistado por Cristo" (cf. Ph 3,12), a ponto de poder dizer: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim!" (Ga 2,20); e mais ainda: "Fui morto na Cruz com Cristo. E esta vida que agora vivo [na carne], eu vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Ga 2,19-20). O amor de Paulo por Cristo comove-nos pela sua intensidade. Era um amor tão vigoroso e vivo, que o levou a afirmar: "Considero tudo uma perda, diante do bem superior que é o conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo, e considero tudo lixo, a fim de ganhar Cristo" (Ph 3,8). O exemplo do grande Apóstolo chama-nos, a nós Bispos, a crescer todos os dias na santidade da vida, para termos os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo (cf. Ph 2,5). Falando sobre o compromisso espiritual do Bispo, a Exortação Apostólica Pastores gregis afirma claramente que ele deve ser acima de tudo um "homem de Deus", porque não se pode servir os homens, sem antes ser "servo de Deus" (cf. n.13).

Portanto, o primeiro compromisso espiritual e apostólico do Bispo deve consistir precisamente em progredir no caminho da perfeição evangélica. Com efeito, juntamente com o Apóstolo Paulo, ele deve estar persuadido de que "a nossa capacidade deriva de Deus. Foi Ele quem nos tornou capazes de ser ministros de uma nova Aliança" (2Co 3,5-6). Entre os meios que o ajudam a progredir na vida espiritual, coloca-se sobretudo a Palavra de Deus, que deve ter uma sua inquestionável centralidade na vida e na missão do Bispo. A Exortação Apostólica Pastores gregis recorda que "antes de ser transmissor da Palavra, o Bispo, juntamente com os seus sacerdotes e com todos os fiéis... deve pôr-se à escuta da Palavra", e acrescenta que "não há primado da santidade, sem escuta da Palavra de Deus, que da santidade é guia e alimento" (n. 15). Portanto, estimados Bispos, exorto-vos a confiar-vos todos os dias à Palavra de Deus para serdes mestres da fé e autênticos educadores dos vossos fiéis; não como aqueles que negociam esta Palavra, mas como aqueles que, com sinceridade e impelidos por Deus e sob o seu olhar, falam dele (cf. 2Co 2,17).

Caríssimos Bispos, para enfrentar o grande desafio do secularismo próprio da sociedade contemporânea é necessário que todos os dias o Bispo medite a Palavra com a oração, de maneira a poder ser propagador eficaz ao anunciá-la, doutor autêntico ao explicá-la e defendê-la, mestre iluminado e sábio ao transmiti-la. Na iminência do início dos trabalhos da próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos confio-vos ao poder da Palavra do Senhor, a fim de serdes fiéis às promessas que manifestastes diante de Deus e à Igreja no dia da vossa consagração episcopal, perseverantes no cumprimento do ministério que vos foi confiado, fiéis à conservação pura e íntegra do depósito da fé, arraigados na comunhão eclesial juntamente com toda a Ordem episcopal. Temos o dever de estar sempre conscientes de que a Palavra de Deus garante a presença divina em cada um de nós, em conformidade com as próprias palavras do Senhor: "Se alguém me ama, guarda a minha palavra e meu Pai amá-lo-á. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada" (Jn 14,23).

Quando recebestes a mitra, no dia da vossa consagração episcopal, foi-vos dito: "Resplandeça em ti o brilho da santidade". Com o seu ensinamento e com o seu testemunho pessoal, o Apóstolo Paulo exorta-nos a amadurecer na virtude diante de Deus e dos homens. O caminho de perfeição do Bispo deve inspirar-se nos traços característicos do Bom Pastor, a fim de que no seu rosto e no seu agir os fiéis possam ver as virtudes humanas e cristãs que devem distinguir cada Bispo (cf. Pastores gregis ). Progredindo no caminho da santidade, haveis de expressar a indispensável autoridade moral e a sabedoria prudente, que se exigem daquele que é posto à frente da família de Deus. Hoje esta autoridade é mais necessária do que nunca. O vosso ministério só será pastoralmente fecundo, se estiver alicerçado na vossa santidade de vida: a autoridade do Bispo afirma a Pastores gregis nasce do testemunho, sem o qual dificilmente os fiéis poderão entrever no Bispo a presença concreta de Cristo na sua Igreja (cf. n. ).

Mediante a consagração episcopal e a missão canónica, foi-vos confiado o múnus pastoral, ou seja, o cuidado habitual e quotidiano das vossas dioceses. Com as célebres palavras dirigidas a Timóteo, o Apóstolo Paulo indica o caminho para ser pastores bons e respeitáveis das vossas Igrejas particulares: "Proclama a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente, advertindo, repreendendo e aconselhando com toda a paciência e doutrina... vigia atentamente" (2Tm 4,2 2Tm 4,15). À luz destas palavras do Apóstolo, não cesseis de vos empenhardes com "o conselho, a persuasão, o exemplo, mas também com a autoridade e o poder sagrado" (Lumen gentium LG 27), para fazer progredir na santidade e na verdade o rebanho que vos foi confiado. Este será o modo mais adequado para exercer plenamente a paternidade própria do Bispo em relação aos fiéis. Em particular, preocupai-vos pelos sacerdotes, vossos primeiros e insubstituíveis colaboradores no ministério, e pelos jovens.

Permanecei próximos dos sacerdotes com toda a atenção. Não poupeis esforços para pôr em prática todas as iniciativas, inclusive as de uma concreta comunhão de vida, indicada pelo Concílio Vaticano II, graças à qual os presbíteros possam ser ajudados a amadurecer na dedicação a Cristo e na fidelidade ao ministério sacerdotal. Procurai promover uma verdadeira fraternidade sacerdotal, que contribua para vencer o isolamento e a solidão, favorecendo o sustento recíproco. É importante que todos os presbíteros sintam a proximidade e a amizade paternal do Bispo.

Além disso, para construir o futuro das vossas Igrejas particulares, sede animadores e guias dos jovens. A recente Jornada Mundial da Juventude, que teve lugar em Sidney, frisou mais uma vez o facto de que muitos adolescentes e jovens se sentem fascinados pelo Evangelho e dispostos a comprometer-se na Igreja. É necessário que os sacerdotes e os educadores saibam transmitir às novas gerações, juntamente com o entusiasmo pelo dom da vida, o amor a Jesus Cristo e à Igreja. Entre os jovens, animai com especial solicitude os seminaristas, na consciência de que o Seminário é o coração da diocese. Não deixeis de propor aos adolescentes e aos jovens a opção de uma entrega completa a Cristo na vida sacerdotal e religiosa. Sensibilizai as famílias, as paróquias e os institutos educativos, para que ajudem as novas gerações a procurarem e a descobrirem o desígnio de Deus para a sua vida.

Recordando-vos de novo as palavras de São Paulo a Timóteo: "Quanto a ti, sê para os fiéis um modelo na palavra, na conduta, no amor, na fé e na pureza" (1Tm 4,12), e invocando a ajuda de Deus para o vosso ministério episcopal, concedo de coração uma especial Bênção Apostólica a cada um de vós e às vossas dioceses.





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