Discursos Bento XVI 815

815 6. Neste sentido, precisamente hoje, na presença de uma delegação desta Sede Apostólica, encontrar-se-ão as Presidentes da Argentina e do Chile para comemorar o 30º aniversário da mediação realizada pelo meu venerando predecessor o Papa João Paulo II na solução do desacordo que as duas nações tiveram acerca da determinação dos seus limites na região austral do continente. O monumento que se irá construir na localidade de Monte Aymond será um testemunho eloquente e servirá para fortalecer ainda mais os laços de irmandade e o desejo de entendimento entre ambos os países, os quais, graças aos esforços dos seus governantes e instituições, assim como dos seus ideais culturais, sociais e religiosos comuns, souberam abandonar as vias do conflito para demonstrar que, com o diálogo e a grandeza de coração, se pode alcançar a paz digna, estável e sólida, como é próprio dos povos civilizados e sábios.

7. Ao terminar este encontro, formulo os meus melhores votos por Vossa Excelência, por sua família e pelos funcionários desta missão diplomática e expresso-lhe a minha disponibilidade e o apoio dos meus colaboradores em tudo o que puder contribuir para o bom desempenho do seu trabalho como Embaixador. Peço-lhe que transmita a todos os seus concidadãos, e em particular à Senhora Presidente da República da Argentina e o seu Governo, as cordiais saudações do Papa, e suplico ao Senhor, pela intercessão maternal de Nossa Senhora de Luján, que cumule de abundantes dons todos os filhos e filhas deste amado país, aos quais concedo com prazer a Bênção Apostólica.





AOS PARTICIPANTES NA SESSÃO PLENÁRIA

DA COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2008

Venerados Irmãos no Episcopado
e no Sacerdócio
Ilustres Professores
Estimados Colaboradores

É com verdadeira alegria que vos recebo no final dos trabalhos da vossa Sessão Plenária anual que, esta vez, coincide com a conclusão do sétimo quinquénio da criação da Comissão Teológica Internacional. Desejo antes de tudo expressar um sentido agradecimento pelas palavras de homenagem que, em nome de todos, D. Luis Francisco Ladaria Ferrer, Secretário-Geral da Comissão Teológica Internacional, quis dirigir-me na sua saudação. O meu agradecimento dirige-se, depois, a todos vós que, ao longo do quinquénio, empregastes as vossas energias num trabalho deveras precioso para a Igreja e para aquele que o Senhor chamou a desempenhar o ministério de Sucessor de Pedro.

De facto, os trabalhos deste sétimo "quinquénio" da Comissão Teológica Internacional já deram um fruto concreto, como D. Ladaria Ferrer recordou, com a publicação do documento "A esperança da salvação para as crianças que morrem sem baptismo", e se preparam para alcançar outra meta importante com o documento "Na busca de uma ética universal: novo olhar sobre a lei natural", que ainda deve ser submetida aos últimos passos previstos pelas Normas dos Estatutos da Comissão, antes da aprovação definitiva. Como já tive a ocasião de afirmar nas precedentes ocasiões, reafirmo a necessidade e a urgência, no contexto de hoje, de criar na cultura e na sociedade civil e política as condições indispensáveis para uma consciência plena do valor irrenunciável da lei moral natural. Também graças ao estudo que empreendestes sobre este assunto fundamental, será claro que a lei natural constitui a verdadeira garantia oferecida a cada um para viver livre e respeitado na sua dignidade de pessoa, e para se sentir defendido de qualquer manipulação ideológica ou abuso perpetrado com base na lei do mais forte. Todos sabemos bem que num mundo formado pelas ciências naturais o conceito metafísico da lei natural está quase ausente, incompreensível. Muito mais, vendo esta sua fundamental importância para as nossas sociedades, para a vida humana, é necessário que seja de novo reproposto e tornado compreensível este conceito no contexto do nosso pensamento: isto é, o facto de que o próprio ser tem em si uma mensagem moral e uma indicação para os caminhos do direito.

Em relação depois ao terceiro tema, Sentido e método da Teologia, que neste quinquénio foi vosso objecto de estudo particular, desejo ressaltar a sua relevância e actualidade. Numa "sociedade planetária" como a que hoje se está a formar, aos teólogos é com frequência pedido pela opinião pública sobretudo que promova o diálogo entre as religiões e as culturas, que contribuam para o desenvolvimento de uma ética que tenha como próprias coordenadas de fundo a paz, a justiça, a defesa do ambiente natural. Trata-se realmente de bens fundamentais. Mas uma teologia limitada a estes nobres objectivos perderia não só a sua própria identidade, mas o próprio fundamento destes bens. A primeira prioridade da teologia, como já o seu nome indica, é falar de Deus, pensar Deus. E a teologia fala de Deus não como de uma hipótese do nosso pensamento. Fala de Deus porque o próprio Deus falou connosco. O verdadeiro trabalho da teologia é entrar na palavra de Deus, tentar compreendê-la na medida do possível e fazê-la compreender ao nosso mundo, e assim encontrar as respostas para as nossas grandes perguntas. Neste trabalho sobressai também que a fé não só não é contrária à razão, mas abre os olhos da razão, alarga o nosso horizonte e permite-nos encontrar as respostas necessárias para os desafios dos tempos diversos.

Sob o ponto de vista objectivo, a verdade é a Revelação de Deus em Cristo Jesus, que exige como resposta a obediência da fé em comunhão com a Igreja e com o seu Magistério. Recuperando assim a identidade da teologia, entendida como reflexão argumentada, sistemática e metódica sobre a Revelação e sobre a fé, também a questão do método é iluminada. O método em teologia nunca se poderá constituir apenas com base nos critérios e nas normas comuns às outras ciências, mas deverá observar antes de tudo os princípios e as normas que derivam da Revelação e da fé, do facto que Deus falou.

816 Sob o ponto de vista subjectivo, ou seja, do ponto de vista de quem faz teologia, a virtude fundamental do teólogo é procurar a obediência à fé, a humildade da fé que abre os nossos olhos: esta humildade que torna o teólogo colaborador da verdade. Desta forma não acontecerá que ele fale de si mesmo; interiormente purificado pela obediência à verdade, chegará ao contrário a fazer com que a própria Verdade, que o Senhor possa falar através do teólogo e da teologia. Ao mesmo tempo, obterá que, por seu intermédio, a verdade possa ser levada ao mundo.

Por outro lado, a obediência à verdade não significa renúncia à busca e à fadiga de pensar; pelo contrário, a preocupação do pensamento, que indubitavelmente nunca poderá ser na vida dos crentes totalmente satisfeita, dado que estão também eles no caminho da pesquisa e do aprofundamento da Verdade, será contudo uma preocupação que os acompanha e os estimula na peregrinação do pensamento em relação a Deus, e assim resultará fecunda. Por conseguinte, faço votos por que a vossa reflexão sobre estas temáticas consiga fazer ressaltar os princípios autênticos e o significado sólido da verdadeira teologia, de modo a sentir e compreender cada vez melhor as respostas que a Palavra de Deus nos oferece e sem as quais não podemos viver de modo sábio e justo, porque só assim se abre o horizonte universal, infinito da verdade.

O meu obrigado pelo vosso compromisso e pela vossa obra na Comissão Teológica Internacional durante este quinquénio é portanto, ao mesmo tempo, um cordial auspício pelo trabalho futuro deste vosso importante organismo ao serviço da Sé Apostólica e de toda a Igreja. Ao renovar a expressão de sentimentos de satisfação, de afecto e de alegria pelo encontro de hoje, invoco do Senhor, por intercessão da Virgem Santíssima, abundantes luzes celestes sobre o vosso trabalho e de coração concedo-vos uma especial Bênção Apostólica, que faço extensiva às pessoas queridas.



AOS MEMBROS DA ORDEM EQUESTRE

DO SANTO SEPULCRO DE JERUSALÉM Sala Clementina

Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2008




Senhor Cardeal
Venerados Irmãos no Episcopado
Senhores membros do Grão-Magistério
e Lugares-Tenentes
Caros irmãos e irmãs

Estou feliz por receber e transmitir as minhas cordiais boas-vindas aos Cavaleiros, às Damas e aos Eclesiásticos que representam a Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Em particular, saúdo o Senhor Cardeal John Patrick Foley, Grão-Mestre da Ordem, enquanto lhe agradeço as amáveis palavras que acabou de me dirigir em nome de todos vós. Saúdo igualmente o Grão-Prior, Sua Beatitude Fouad Twal, Patriarca de Jerusalém dos Latinos. Além disso, através de cada um de vós desejo transmitir a expressão da minha estima e do meu reconhecimento a todos os componentes da vossa benemérita Associação, espalhada por muitas regiões do mundo.

817 O motivo que vos vê reunidos aqui em Roma é a "consulta mundial", que cada cinco anos prevê o encontro dos lugares-tenentes, dos delegados magisteriais e dos membros do grão-magistério para avaliar a situação da comunidade católica na Terra Santa, as actividades realizadas pela Ordem e estabelecer as directrizes para o futuro. Ao agradecer-vos pela vossa visita, desejo manifestar o meu profundo apreço, especialmente pelas iniciativas de solidariedade fraterna que a Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, há muitos anos, continua a promover em favor dos Lugares Santos. Com efeito, instituído como "Guarda de honra" para a custódia do Santo Sepulcro de Nosso Senhor, a vossa Ordem Equestre recebeu uma singular atenção da parte dos Romanos Pontífices, que lhe concederam os instrumentos espirituais e jurídicos necessários para desempenhar o seu serviço específico. O Beato Pio IX, em 1847, reconstituiu-a para favorecer a recomposição de uma Comunidade de fé católica na Terra Santa, confiando a custódia do Túmulo de Cristo não mais à força das armas, mas ao valor de um constante testemunho de fé e de caridade para com os cristãos residentes nessas terras. Mais recentemente, o Servo de Deus Pio XII, de veneranda memória, conferiu à vossa Associação uma personalidade jurídica, tornando-a deste modo mais oficial e sólida a sua presença e a sua obra no interior da Igreja e diante das nações.

Amados irmãos e irmãs, um vínculo antigo e glorioso une a vossa Associação cavalheiresca ao Santo Sepulcro de Cristo, onde se celebra de maneira totalmente especial a glória da sua morte e da sua ressurreição. Precisamente isto constitui o fulcro central da vossa espiritualidade. Jesus Cristo crucificado e ressuscitado seja, por conseguinte, o centro da vossa existência e de cada um dos vossos projectos e programas pessoais e associativos. Deixai-vos orientar e sustentar pelo seu poder redentor para viver profundamente a missão que sois chamados a desempenhar, para oferecer um eloquente testemunho evangélico, para serdes no vosso tempo construtores de uma esperança efectiva, fundamentada na presença do Senhor ressuscitado que, com a graça do Espírito Santo, guia e sustém os afãs daqueles que se dedicam à edificação de uma humanidade nova, inspirada nos valores evangélicos da justiça, do amor e da paz.

Como a Terra de Jesus tem necessidade de justiça e de paz! Continuai a trabalhar neste sentido, e não vos canseis de pedir que, com a Oração do cavaleiro e da dama do Santo Sepulcro, que quanto antes estas aspirações encontrem o pleno cumprimento. Pedi ao Senhor que vos "torne convictos e sinceros embaixadores de paz e de amor entre os irmãos"; pedi-lhe que fecunde com o poder do seu amor a vossa obra constante em favor do ardente desejo de paz daquelas comunidades, agravadas nos últimos anos por um clima incerto e perigoso. Àquelas queridas populações cristãs, que continuam a sofrer por causa da crise política, económica e social do Médio Oriente, que se tornou ainda mais difícil com o agravar-se da situação mundial, dirijo um pensamento afectuoso, reservando um particular testemunho de proximidade espiritual aos nossos irmãos na fé que são obrigados a emigrar. Como deixar de compartilhar o sofrimento daquelas comunidades tão provadas? Como deixar de vos agradecer, ao mesmo tempo, a vós que estais a trabalhar generosamente para ir ao seu encontro? Nestes dias de Advento, enquanto nos preparamos para celebrar o Natal, o olhar da nossa fé volta-se para Belém, onde o Filho de Deus nasceu numa pobre gruta. Depois, o olho do coração dirige-se para os outros lugares santificados pela passagem do Redentor. A Maria, que entregou ao mundo o Salvador, peçamos que faça sentir a sua salvaguarda materna aos nossos irmãos e irmãs que aí residem e enfrentam quotidianamente não poucas dificuldades. Peçamos-lhe também que vos encoraje, bem como aqueles que, com a ajuda de Deus, desejam e podem contribuir para a edificação de um mundo de justiça e de paz.

Estimados Cavaleiros e queridas Damas, alimentai em vós o clima do Advento, conservando viva nos vossos corações a expectativa do Senhor que vem, para que possais encontrá-lo nos acontecimentos de todos os dias, reconhecê-lo e servi-lo especialmente nos pobres e nos sofredores. A Virgem de Nazaré, que daqui a alguns dias invocaremos com o título de Imaculada Conceição, vos assista na vossa missão de velar com amor sobre os Lugares que viram passar o Redentor, "beneficiando e curando todos aqueles que se encontravam sob o poder do demónio, porque Deus estava com Ele" (
Ac 10,38). Com estes sentimentos, é de bom grado que concedo a minha Bênção a todos vós.



ATO DE VENERAÇÃO À IMACULADA NA PRAÇA DE ESPANHA

Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria

Segunda-feira, 8 de Dezembro de 2008




Queridos irmãos e irmãs

Há cerca de três meses, tive a alegria de ir em peregrinação a Lourdes, por ocasião do sesquicentenário da histórica aparição da Virgem Maria a Santa Bernadete. As celebrações deste singular aniversário concluem-se precisamente hoje, solenidade da Imaculada Conceição porque a "bela Senhora" como Bernadete lhe chamava mostrando-se a ela pela última vez na gruta de Massabielle, revelou o seu nome dizendo: "Eu sou a Imaculada Conceição". Disse-o no idioma local, e a pequena vidente referiu ao seu pároco aquela expressão, para ela desconhecida e incompreensível.

"Imaculada Conceição": também nós repetimos com comoção aquele nome misterioso. Repetimo-lo aqui, aos pés deste monumento no coração de Roma; e inúmeros dos nossos irmãos e irmãs também o fazem em numerosos lugares do mundo, santuários e capelas, assim como nas casas de famílias cristãs. Onde quer que haja uma comunidade católica, ali hoje venera-se Nossa Senhora com este nome maravilhoso e sublime: Imaculada Conceição. Sem dúvida, a convicção a respeito da concepção imaculada de Maria já existia muitos séculos antes das aparições de Lourdes, mas elas chegaram como uma confirmação celeste depois que o meu venerado predecessor, Beato Pio IX, definiu o seu dogma a 8 de Dezembro de 1854. Na festa hodierna, tão querida ao povo cristão, esta expressão sobe do coração e floresce nos lábios como o nome da nossa Mãe celeste. Como um filho eleva os olhos ao rosto da mãezinha e, vendo-o afável, esquece todo o medo e toda a dor, assim também nós, dirigindo o olhar para Maria, reconhecemos nela o "sorriso de Deus", o reflexo imaculado da luz divina, encontramos nela uma nova esperança, mesmo no meio dos problemas e dos dramas do mundo.

É tradição que o Papa se una à homenagem da Cidade, trazendo a Maria um cesto de rosas. Estas flores demonstram o nosso amor e a nossa devoção: o amor e a devoção do Papa, da Igreja de Roma e dos habitantes desta Cidade, que se sentem espiritualmente filhos da Virgem Maria. Simbolicamente, as rosas podem expressar o que de belo e de bom realizamos durante o ano, porque neste já tradicional encontro queremos oferecer tudo a Maria, convencidos de que nada poderíamos fazer sem a sua salvaguarda e sem as graças que diariamente Ela nos obtém de Deus. Mas como se costuma dizer não há rosa sem espinhos, e também nos caules destas rosas brancas maravilhosas não faltam os espinhos, que para nós representam as dificuldades, os sofrimentos e os males que também marcaram e marcam a vida das pessoas e das nossas comunidades. À Mãe apresentam-se as alegrias, mas confiam-se também as preocupações, certos de encontrar nela o alívio para não desanimar e o sustento para progredir.

Ó Virgem Imaculada, neste momento gostaria de te confiar especialmente os "pequeninos" desta nossa Cidade: em primeiro lugar, as crianças, e sobretudo as gravemente doentes, os jovens em dificuldade e quantos padecem as consequências de pesadas situações familiares. Vela sobre eles e faz com que possam sentir, no carinho e na ajuda de quem está ao seu lado, o calor do amor de Deus! Confio-te, ó Maria, os idosos sozinhos, os enfermos, os imigrantes que têm dificuldade em ambientar-se, os núcleos familiares que sofrem para equilibrar o orçamento e as pessoas que não encontram um emprego ou que perderam um trabalho indispensável para ir em frente. Ensina-nos, Maria, a ser solidários com quem está em dificuldade, a superar as desigualdades sociais cada vez mais vastas; ajuda-nos a cultivar um sentido mais vivo do bem comum, do respeito por aquilo que é público, estimula-nos a escutar a cidade e mais do que nunca esta nossa Cidade de Roma como património de todos, e a desempenharmos, com consciência e compromisso, a nossa parte para construir uma sociedade mais justa e solidária.

818 Ó Mãe Imaculada, que és para todos um sinal de esperança certa e de consolação, faz com que nos deixemos atrair pela tua candura imaculada. A tua Beleza Tota Pulchra, cantamos hoje assegura-nos que a vitória do amor é possível; aliás, que é certa; garante-nos que a graça é mais forte que o pecado e portanto que é possível o resgate de qualquer escravidão. Sim, ó Maria, Tu ajudas-nos a acreditar com maior confiança no bem, a apostar na gratuidade, no serviço, na não-violência, na força da verdade; encoraja-nos a permanecer acordados, a não ceder à tentação de fáceis evasões, a enfrentar a realidade, com os seus problemas, com coragem e responsabilidade. Assim fizeste tu, jovem mulher, chamada a apostar tudo na Palavra do Senhor. Sê mãe amorosa para os nossos jovens, para que tenham a coragem de ser "sentinelas da manhã", e concede esta virtude a todos os cristãos, para que sejam a alma do mundo neste não fácil período da história. Virgem Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, Salus Populi Romani, intercede por nós!



NA COMEMORAÇÃO DO SEXAGÉSIMO ANIVERSÁRIO

DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM Sala Paulo VI

Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2008




Ilustres Senhores e gentis Senhoras
Amados irmãos e irmãs!

Dirijo a minha cordial saudação às Autoridades presentes, em particular ao Presidente da República italiana, às demais Autoridades italianas, ao Gão-Mestre da Ordem de Malta e a todos vós que participastes nesta tarde dedicada à escuta de músicas clássicas, interpretadas pela Brandenburgisches Staatsorchester de Frankfurt, dirigida na ocasião pelo Maestro Senhora Inma Shara. Desejo expressar a ela e aos orquestrais o comum apreço pelo talento e pela eficiência com que interpretaram estes sugestivos trechos musicais. Agradeço ao Pontifício Conselho "Justiça e Paz" e à "Fundação São Mateus em memória do Cardeal François-Xavier Van Thuân" por terem promovido o concerto, que foi precedido do Acto comemorativo do sexagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem, pela entrega do prémio Cardeal Van Thuân 2008 ao Senhor Cornelio Sommaruga, ex-Presidente da Comissão Internacional da Cruz Vermelha, e pela entrega dos prémios "Solidariedade e progresso" ao Padre Pedro Opeka, missionário no Madagáscar, ao Padre José Raul Matte, missionário entre os leprosos na Amazónia, aos destinatários do Projecto Gulunap, pela realização de uma Faculdade de Medicina no Uganda do Norte e aos responsáveis do projecto Villaggio degli Ercolini, para a integração de crianças e jovens rom em Roma. O meu grato pensamento dirige-se também a quantos colaboraram na realização do concerto e à rai que o transmitiu, alargando, por assim dizer, a "plateia" de quantos dele puderam beneficiar.

Há sessenta anos, a 10 de Dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas, reunida em Paris, adoptou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que constitui ainda hoje um elevadíssimo ponto de referência do diálogo intercultural sobre a liberdade e sobre os direitos do homem. A dignidade de cada homem só é verdadeiramente garantida quando todos os seus direitos fundamentais são reconhecidos, tutelados e promovidos. Desde sempre a Igreja reafirma que os direitos fundamentais, além das diferentes formulações e do diverso peso que podem revestir no âmbito das várias culturas, são um dado universal, porque está ínsito na própria natureza do homem. A lei natural, escrita por Deus na consciência humana, é um denominador comum a todos os homens e a todos os povos; é um guia universal que todos podem conhecer e em cuja base todos se podem compreender. Por fim, os direitos do homem estão, portanto, fundados em Deus criador, o qual concedeu a cada um a inteligência e a liberdade. Se se prescinde desta sólida base ética, os direitos humanos permanecem frágeis porque privados de fundamento sólido.

A celebração do sexagésimo aniversário da Declaração constitui por conseguinte uma ocasião para verificar em que medida os ideais, aceites pela maior parte da comunidade das nações em 1948, hoje sejam respeitados nas diversas legislações nacionais e, mais ainda, na consciência dos indivíduos e das colectividades. Indubitavelmente um longo caminho já foi percorrido, mas ainda falta completar um longo percurso: centenas de milhões de nossos irmãos e irmãs ainda vêem ameaçados os seus direitos à vida, à liberdade, à segurança; nem sempre é respeitada a igualdade entre todos nem a dignidade de cada um, enquanto novas barreiras são levantadas por motivos relacionados com a raça, a religião, as opiniões políticas ou outras convicções. Por conseguinte, não cesse o compromisso comum para promover e definir melhor os direitos do homem, e sejam intensificados os esforços para garantir que sejam respeitados. Acompanho estes votos com a oração a fim de que Deus, Pai de todos os homens, conceda que construamos um mundo no qual cada ser humano se sinta acolhido com plena dignidade, e onde as relações entre os indivíduos e entre os povos sejam regulados pelo respeito, pelo diálogo e pela solidariedade. Concedo a todos a minha Bênção.



AOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

DOS ATENEUS ROMANOS Basílica Vaticana

Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008




Senhores Cardeais
Senhora Ministra
819 Distintas Autoridades
Venerados Irmãos
Ilustres Reitores e Professores
Amados Estudantes

A iminência do Santo Natal oferece-me a oportunidade, sempre apreciada, de me encontrar com o mundo universitário romano. Saúdo cordialmente o Cardeal Agostino Vallini, meu Vigário para a Diocese de Roma, e o Cardeal George Pell, Arcebispo de Sydney, cuja presença nos leva com a mente e com o coração à inesquecível experiência da Jornada Mundial da Juventude do passado mês de Julho. A passagem do ícone de Maria Sedes Sapientiae da Delegação romena para a australiana recorda-nos que esta grande "rede" de jovens no mundo inteiro está sempre activa e em movimento. Agradeço ao Reitor da Universidade de Roma "La Sapienza" e à estudante que me saudaram em nome de todos. Estou grato pela sua presença também à Ministra para a Universidade e a Investigação, formulando votos de todo o bem para este sector, tão importante para a vida do país. Dirijo uma saudação especial aos estudantes israelenses e palestinos que estudam em Roma graças aos subsídios da Região do Lácio e das Universidades romanas, assim como aos três Reitores que ontem participaram no encontro sobre o tema: "De Jerusalém a Roma para construir um novo humanismo".

Estimados amigos, neste ano o itinerário preparado para vós, universitários, pela Diocese de Roma vincula-se oportunamente ao Ano paulino. O bimilénio do nascimento do Apóstolo das Nações está a ajudar toda a Igreja a redescobrir a sua fundamental vocação missionária e, ao mesmo tempo, a haurir abundantemente do inesgotável tesouro teológico e espiritual das Cartas paulinas. Como sabeis, semanalmente, eu mesmo estou a desenvolver um ciclo de catequeses sobre este tema. Estou persuadido de que também para vós, tanto no plano pessoal como ao nível da experiência comunitária e do apostolado na universidade, o confronto com a figura e a mensagem de São Paulo constitui uma oportunidade muito enriquecedora. Por este motivo, daqui a pouco entregar-vos-ei a Carta aos Romanos, máxima expressão do pensamento paulino e sinal da sua especial consideração pela Igreja de Roma, ou para recorrer às palavras da saudação inicial da epístola por "todos os amados de Deus que estão em Roma e que são chamados a ser santos" (
Rm 1,7).

A Carta aos Romanos sabem-no bem alguns dos professores aqui presentes é indubitavelmente um dos textos mais importantes da cultura de todos os tempos. Contudo, ela é e permanece principalmente uma mensagem viva para a Igreja viva, e é como tal, como uma mensagem específica para os dias de hoje, que nesta tarde a deposito nas vossas mãos. Possa este escrito, que brotou do coração do Apóstolo, tornar-se alimento substancioso para a vossa fé, levando-vos a acreditar mais e melhor, e também a reflectir sobre vós mesmos, para alcançar uma fé "reflectida" e, ao mesmo tempo, para viver esta fé, pondo-a em prática segundo a verdade do mandamento de Cristo. Somente assim a fé que se professa se torna "credível" também para os outros, que permanecem conquistados pelo testemunho eloquente dos acontecimentos. Permiti que Paulo vos fale, professores e estudantes cristãos da Roma contemporânea, e que vos torne partícipes da experiência que ele viveu pessoalmente: ou seja, que o Evangelho de Jesus Cristo "é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1,16).

O anúncio cristão, que foi revolucionário no contexto histórico e cultural de Paulo, teve a força de derrubar o "muro de separação" que existia entre judeus e pagãos (cf. Ep 2,14 Rm 10,12). Ele conserva um vigor de novidade sempre actual, capaz de derrubar outros muros, que voltam a ser erigidos em todos os âmbitos e em cada época. A nascente de tal força encontra-se no Espírito de Cristo, ao qual Paulo apela conscientemente. Aos cristãos de Corinto, ele declara que na sua pregação não conta com "os argumentos persuasivos da sabedoria humana, mas com a manifestação do poder do Espírito" (1Co 2,4). E qual era o âmago do seu anúncio? Era a novidade da salvação que Cristo trouxe à humanidade: na sua morte e ressurreição, a salvação é oferecida a todos os homens, sem distinção.

Oferecida, não imposta. A salvação é uma dádiva que deve ser sempre acolhida pessoalmente. Queridos jovens, este é o conteúdo essencial do Baptismo, que no corrente ano vos é proposto como Sacramento para redescobrir e, a alguns de vós, para receber ou confirmar mediante uma opção livre e consciente. Precisamente na Carta aos Romanos, no capítulo 6, encontra-se uma grandiosa formulação do significado do Baptismo cristão. "Ignorais escreve Paulo que todos nós, que fomos baptizados em Jesus Cristo, fomos baptizados na sua morte?" (Rm 6,3). Como bem podeis intuir, esta é uma ideia extremamente profunda, que contém toda a teologia do mistério pascal: pelo poder de Deus, a morte de Cristo é fonte de vida, manancial inesgotável de renovação no Espírito Santo. Ser "baptizados em Cristo" significa ser espiritualmente imersos naquela morte, que é o acto de amor infinito e universal de Deus, capaz de resgatar cada pessoa e cada criatura da escravidão do pecado e da morte. Com efeito, São Paulo continua assim: "Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte para que, tal como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova" (Rm 6,4).

Na Carta aos Romanos, o Apóstolo comunica-nos toda a sua alegria por este mistério, quando escreve: "Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? ... Estou convicto de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades nem a altura, nem o abismo nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 8,35 Rm 8,38-39). E é neste mesmo amor que consiste a vida nova do cristão. Também aqui, São Paulo realiza uma síntese impressionante, sempre fruto da sua experiência pessoal: "Quem ama o seu próximo escreve ele cumpriu a Lei... com efeito, a caridade é o pleno cumprimento da Lei" (Rm 13,8 Rm 13,10).

Prezados amigos, eis o que vos entrego nesta tarde. Sem dúvida, é uma mensagem de fé, mas é ao mesmo tempo uma verdade que ilumina a mente, dilatando-a em conformidade com os horizontes de Deus; é uma verdade que orienta a vida real, porque o Evangelho é o caminho para alcançar a plenitude da vida. Este caminho já foi percorrido por Jesus, aliás, Ele mesmo é o Caminho, e do Pai veio até nós para que através dele pudéssemos chegar ao Pai. Este é o mistério do Advento e do Natal. A Virgem Maria e São Paulo vos ajudem a adorá-lo e a fazê-lo vosso com profunda fé e íntima alegria. Obrigado a todos vós pela vossa presença. Em vista das Festas Natalícias já próximas, formulo a cada um cordiais bons votos, que de bom grado faço extensivos às vossas famílias e aos vossos entes queridos. Feliz Natal!


AOS BISPOS DE TAIWAN EM VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»


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Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008


Meus queridos Irmãos Bispos

A todos vós, faço extensivas as saudações de paz e de alegria no Senhor Jesus. Pela sua graça, viestes a esta cidade para venerar os túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, como sinal da vossa comunhão com a Igreja em Roma, que "preside à comunhão universal da caridade" (Pastores gregis cf. Santo Inácio de Antioquia, Ad Romanos, 1, 1). É neste espírito de caridade que vos dou as boas-vindas hoje e que encorajo os fiéis católicos em Taiwan a perseverar na fé, na esperança e no amor.

"Consolai o meu povo!" (
Is 40,1). Estas palavras, que ressoaram na liturgia da Igreja nesta semana, resumem claramente a mensagem que vos transmito no dia de hoje. Vós nunca estais sozinhos! Unidos ao Pai através do Filho no Espírito Santo vós, juntamente com os vossos Irmãos no Episcopado, recebestes a graça da "colegialidade afectiva" que vos fortalece na pregação do Evangelho e na solicitude pelas necessidades da grei do Senhor (cf. Pastores gregis ). Com efeito, a vossa celebração do sesquicentenário da evangelização católica em Taiwan constitui uma ocasião para manifestar cada vez mais ardentemente a vossa unidade recíproca e com nosso Senhor, enquanto promoveis em conjunto o apostolado comum da Igreja.

Esta unidade de mente e de coração é evidenciada pelo vosso desejo de cooperar mais intimamente na propagação do Evangelho entre os não-crentes e na formação daqueles que já foram iniciados na Igreja através do Baptismo e da Confirmação. Estou feliz por observar que vós continuais a coordenar uma variedade de instituições com esta finalidade, dando a devida ênfase à paróquia, a "primeira animadora da catequese e o seu lugar privilegiado" (Catechesi tradendae CTR 67). Como Bispos, estais conscientes do vosso papel vital a este propósito. A vossa tarefa de ensino é inseparável das funções de santificação e de governo, e constitui uma parte integrante daquilo que Santo Agostinho chama amoris officium: o "ofício do amor" (Santo Agostinho, In Ioannem, 123). Fundamental para esta finalidade é a formação dos sacerdotes, que são ordenados para vos assistir no exercício deste "ofício do amor", para o bem do povo de Deus. Estes programas devem ser permanentes, de tal forma que os presbíteros possam focalizar sempre de novo o significado da sua missão e assumi-la com fidelidade e generosidade. Estes programas devem ser também traçados com a devida consideração pela variedade das idades, condições de vida e deveres desempenhados pelo vosso clero.

Deve-se dar prioridade também à preparação integral da catequese. Mais uma vez, é essencial ter em consideração a vasta gama de situações em que eles trabalham e oferecer-lhes os recursos necessários a fim de que possam seguir o exemplo de Jesus, anunciando a verdade de maneira aberta e de modo prontamente acessível a todos (cf. Mc 4,11). Com a sua ajuda concreta, podereis traçar programas catequéticos bem delineados, que recorram a uma metodologia progressiva e gradual, de tal forma que ano após ano se possa promover no meio do vosso povo um encontro cada vez mais profundo com o Deus Trino e Uno.

Inevitavelmente, uma catequese eficaz forma famílias mais vigorosas que, por sua vez, dão origem a novas vocações sacerdotais. Com efeito, a família é a "Igreja doméstica" onde, pela primeira vez, se ouve o Evangelho de Jesus e se põe em prática o estilo de vida cristã (cf. Lumen gentium LG 11). A todos os níveis, a Igreja deve valorizar e promover o dom do sacerdócio, de tal forma que jovens homens respondam mais generosamente ao chamamento do Senhor para se tornarem trabalhadores na sua vinha. Os pais, pastores, mestres, líderes paroquiais e todos os membros da Igreja devem apresentar aos jovens a decisão radical de seguir Cristo para que, descobrindo-O, se encontrem a si mesmos (cf. Sacramentum caritatis, 25).

Como sabeis, a família é a "célula primária e vital": o protótipo para todos os níveis da sociedade (cf. Apostolicam actuositatem AA 11). A vossa recente Carta pastoral Solicitude social e Evangelização salienta a necessidade que a Igreja tem de se comprometer activamente na promoção da vida familiar. Alicerçada numa aliança irrevocável, a família leva as pessoas a descobrir a bondade, a beleza e a verdade, para assim poder compreender o seu destino singular e aprender a contribuir para a edificação de uma civilização de amor. Meus Irmãos, a vossa profunda solicitude pelo bem das famílias e da sociedade no seu conjunto leva-vos a ajudar os casais a preservar a indissolubilidade das suas promessas conjugais. Nunca vos canseis de promover uma legislação civil e políticas justas que protejam a sacralidade do matrimónio. Salvaguardai este sacramento de tudo aquilo que o pode prejudicar, especialmente da deliberada privação da vida nas suas fases mais vulneráveis.

A solicitude da Igreja pelos fracos impele-a, de igual modo a prestar atenção aos migrantes. Em várias Cartas pastorais recentes, indicastes o papel essencial da paróquia no serviço aos migrantes e no despertar da consciência para as suas necessidades. Tenho também o prazer de observar que a Igreja em Taiwan tem defendido activamente leis e políticas que salvaguardam os direitos humanos dos migrantes. Como sabeis, muitos daqueles que chegam ao vosso litoral, não apenas participam na plenitude da comunhão católica, mas também trazem consigo a singular herança cultural dos respectivos lugares de origem. Encorajo-vos a continuar a recebê-los com carinho, para que deste modo possam receber um cuidado pastoral assíduo e sintam que pertencem à "família da fé" (cf. Ga 6,10).

Meus amados Irmãos Bispos, pela Providência do Deus Todo-Poderoso, vós fostes designados para velar sobre a família de fé. Os vossos vínculos apostólicos com o Sucessor de Pedro incluem uma responsabilidade pastoral para a Igreja universal no mundo inteiro. Isto significa, de forma particular no vosso caso, uma solicitude amorosa pelos católicos no continente, de quem me lembro constantemente na oração. Vós e os fiéis cristãos em Taiwan constituís um sinal vivo de que, numa sociedade ordenada segundo a justiça, não se pode ter medo de ser um fiel católico e um bom cidadão. Rezo para que, como parte da grande família chinesa, continueis a estar espiritualmente unidos com os vossos irmãos no continente.

Prezados Irmãos, estou profundamente consciente de que os obstáculos que enfrentais podem ser excessivos. No entanto, existem muitos sinais claros – a Jornada da Juventude em Taiwan e a Conferência sobre a Evangelização Criativa – constituem apenas dois exemplos recentes do poder que o Evangelho tem de converter, curar e salvar. Que as palavras do profeta Isaías jamais cessem de animar os vossos corações: "Não tenhais medo! Eis o vosso Deus!" (Is 40,9). Com efeito, o Senhor habita entre nós! Ele continua a ensinar-nos mediante a sua palavra e a alimentar-nos com o seu Corpo e o seu Sangue. A expectativa da sua vinda estimula-nos a dar voz ao clamor levantado por Isaías e que João Baptista fez ressoar: "Preparai o caminho do Senhor!" (cf. Is 40,3). Estou persuadido de que a vossa fiel celebração do Santo Sacrifício há-de preparar-vos e vós e ao vosso povo, para encontrar o Senhor quando Ele voltar.

821 Confiando-vos, bem como o povo sob os vossos cuidados, à salvaguarda maternal de Maria, Auxílio dos Cristãos, concedo-vos cordialmente a minha Bênção Apostólica.




Discursos Bento XVI 815