Discursos Bento XVI 1099

AOS MEMBROS DA PAPAL FOUNDATION Sexta-feira, 16 de Abril de 2010



Queridos amigos!

Estou feliz por saudar os membros da Papal Foundation na ocasião da vossa peregrinação anual a Roma. O nosso encontro é imbuído da alegria deste período de Páscoa, no momento em que a Igreja celebra a gloriosa vitória do Senhor sobre a morte e o seu dom da nova vida no Espírito Santo.

Há um ano tive a graça de visitar a Terra Santa e de rezar diante do sepulcro vazio do Senhor. Ali, imitando o testemunho do Apóstolo Paulo, proclamei que Cristo, ressuscitando para a nova vida, nos ensinou "que o mal nunca tem a última palavra, que o amor é mais forte que a morte, que o nosso futuro e o da humanidade está nas mãos de um Deus próvido e fiel" (Discurso no Santo Sepulcro de Jerusalém, 15 de Maio de 2009). Em todos os tempos e em todos os lugares, a Igreja é chamada a proclamar esta mensagem de esperança e a confirmar a sua verdade através do testemunho concreto de santidade e caridade. A Papal Foundation levou adiante esta missão de modo particular, apoiando uma vasta gama de obras de caridade próximas do coração do Sucessor de Pedro. Agradeço-vos os vossos esforços generosos para prestar assistência aos vossos irmãos e irmãs nos países em vias de desenvolvimento, educar os futuros representantes da Igreja e promover os esforços missionários de muitas dioceses e congregações religiosas no mundo.

Nestes dias peço-vos para rezar pelas necessidades da Igreja universal e para implorar a renovada efusão de dons espirituais, de santidade, unidade e zelo missionário sobre todo o Povo de Deus. Com grande afecto confio-vos a vós e às vossas famílias à amorosa intercessão de Maria, Mãe da Igreja, e concedo cordialmente a minha Bênção Apostólica como penhor de alegria e paz em Jesus, nosso Senhor Ressuscitado.



VIAGEM APOSTÓLICA A MALTA POR OCASIÃO DO 1950° ANIVERSÁRIO DO NAUFRÁGIO DE SÃO PAULO

(17-18 DE ABRIL DE 2010)


ENTREVISTA AOS JORNALISTAS DURANTE O VOO PARA MALTA Sábado, 17 de Abril de 2010

17410

Queridos amigos, boa tarde! Desejemo-nos boa viagem, sem esta nuvem escura que está em cima da Europa.

Então, qual a razão desta viagem a Malta? Os motivos são numerosos.

O primeiro é São Paulo. Terminou o Ano paulino da Igreja universal, mas Malta festeja 1950 anos do naufrágio e esta é para mim uma ocasião para realçar mais uma vez a figura do Apóstolo das nações, com a sua mensagem importante precisamente também hoje. Penso que se possa sintetizar o essencial da sua viagem com as palavras que ele mesmo resumiu no final da carta aos Gálatas: fé activa na caridade.

São estas as coisas importantes hoje: a fé, a relação com Deus, que se transforma depois em caridade. Mas penso também que o motivo do naufrágio fala por nós. Do naufrágio, Malta obteve a sorte de ter a fé; assim podemos pensar também nós que os naufrágios da vida podem constituir o projecto de Deus para nós e podem também ser úteis para novos inícios na nossa vida.

O segundo motivo: é para mim um prazer viver no meio de uma Igreja vivaz como a de Malta, que é fecunda nas vocações também hoje, cheia de fé, no nosso tempo, e que responde aos desafios do nosso tempo. Sei que Malta ama Cristo e ama a sua Igreja que é o seu Corpo e sabe que, mesmo se este Corpo está ferido pelos nossos pecados, contudo o Senhor ama esta Igreja e o seu Evangelho é a verdadeira força que purifica e cura.

O terceiro motivo: Malta é o ponto onde as correntes dos prófugos chegam da África e batem à porta da Europa. Este é um grande problema do nosso tempo, e, naturalmente, não pode ser resolvido pela ilha de Malta. Todos nós devemos responder a este desafio, trabalhar para que todos possam, na sua terra, viver uma vida digna e por outro lado fazer o possível para que estes prófugos encontrem, onde chegam, não obstante tudo, um espaço de vida digna. Uma resposta a um grande desafio do nosso tempo: Malta recorda-nos estes problemas e também que é precisamente a fé a força que dá caridade, e por conseguinte, também a fantasia para responder bem a estes desafios. Obrigado.



CERIMÓNIA DE BOAS-VINDAS Aeroporto Internacional de Malta - Luqa Sábado, 17 de Abril de 2010

17420
Senhor Presidente
Venerados Irmãos no Episcopado
Distintas Autoridades
Senhoras e Senhores!

Sinto-me feliz por estar entre vós.

É para mim motivo de alegria estar hoje aqui em Malta convosco. Venho como peregrino para adorar o Senhor e louvá-lo pelas maravilhas que aqui realizou. Venho também como Sucessor de São Pedro para vos confirmar na fé (cf.
Lc 22,32) e unir-me a vós na oração ao único Deus vivo e verdadeiro, em companhia de todos os Santos, inclusive o grande Apóstolo de Malta, São Paulo. Mesmo se a minha visita será breve, rezo para que ela dê muitos frutos.

Senhor Presidente, estou-lhe grato pelas palavras gentis com as quais me deu as boas-vindas em seu nome e em nome do povo maltês. Agradeço-lhe o convite e o difícil trabalho que Vossa Excelência e o Governo realizaram para preparar a minha visita. Agradeço ao Primeiro-Ministro, às Autoridades civis e militares, ao Corpo Diplomático e a cada um de vós aqui reunidos para honrar esta circunstância mediante a vossa presença e as vossas cordiais boas-vindas.

Saúdo de modo especial o arcebispo Paulo Cremona, o bispo Mario Grech e o auxiliar Annetto Depasquale, assim como todos os demais bispos presentes. Ao saudar a vós, desejo expressar o meu afecto aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos e às religiosas e a todos os fiéis leigos confiados aos vossos cuidados pastorais.

A ocasião da minha visita a estas ilhas é o 1950º aniversário do naufrágio de São Paulo nas praias da ilha de Malta. São Lucas descreve este acontecimento nos Actos dos Apóstolos, e foi da sua narração que escolhestes o tema da visita de hoje: "Devemos encalhar numa ilha" (Ac 27,26). Alguém poderia considerar a chegada de São Paulo a Malta, através de um acontecimento humanamente não calculado, como um simples imprevisto da história. Contudo, os olhos da fé permitem-nos reconhecer nele a obra da Providencia Divina.

Na realidade, Malta foi uma encruzilhada de muitos dos grandes acontecimentos e dos intercâmbios culturais na história europeia e mediterrânea, até aos nossos dias. Estas ilhas desempenharam um papel-chave no desenvolvimento político, religioso e cultural da Europa, do Próximo Oriente e do Norte da África. Portanto, segundo os arcanos desígnios de Deus, o Evangelho foi trazido a estas terras por São Paulo e pelos primeiros seguidores de Cristo. A sua obra missionária deu muitos frutos ao longo dos séculos, contribuindo de inúmeras formas para plasmar a rica e nobre cultura de Malta.

Em relação à sua posição geográfica, estas ilhas foram de grande importância estratégica em mais de uma ocasião, inclusive em tempos recentes: a "Georg Cross" colocada na bandeira nacional oferece um testemunho orgulhoso da grande coragem do vosso povo durante os dias sombrios da última guerra mundial. Do mesmo modo, as fortificações que sobressaem de modo tão proeminente na arquitectura da ilha falam de lutas precedentes, quando Malta contribuiu muitíssimo para a defesa da cristandade quer por terra quer por mar. Vós continuais a desempenhar um válido papel nos debates hodiernos sobre a identidade, a cultura e as políticas europeias. Ao mesmo tempo, estou feliz por realçar o compromisso do Governo nos projectos humanitários de amplo alcance, sobretudo em África. É profundamente desejável que isto possa servir para promover o bem-estar dos menos afortunados de vós, como expressão de genuína caridade crista.

Na realidade, Malta tem muito para oferecer em diversos campos, como a tolerância, a reciprocidade, a imigração e outras questões cruciais para o futuro deste Continente. A vossa Nação deveria continuar a defender a indissolubilidade do matrimónio como instituição natural e sacramental, assim como a verdadeira natureza da família, como já está a fazer em relação à sacralidade da vida humana desde a concepção até à morte natural, e o verdadeiro respeito que se deve ter em relação à liberdade religiosa segundo modalidades que levem a um autentico desenvolvimento integral quer dos indivíduos quer da sociedade.

Malta goza de vínculos estreitos com o Próximo Oriente, não só em termos culturais e religiosos, mas também linguísticos. Permiti que eu vos encoraje a colocar este conjunto de habilidades e de pontos de força em benefício de um seu maior uso, para poder servir de ponte na compreensão entre os povos, as culturas e as religiões presentes no Mediterrâneo. Muito deve ainda ser feito para construir relações de confiança genuína e de diálogo proveitoso, e Malta encontra-se numa boa posição para estender a mão da amizade aos seus vizinhos a Norte e a Sul, a Este e a Oeste.

O povo maltês, iluminado durante quase dois milénios pelos ensinamentos do Evangelho e continuamente enrobustecido pelas próprias raízes cristãs, sente-se justamente orgulhoso do papel indispensável que a fé católica desempenhou no desenvolvimento da própria Nação. A beleza da nossa fé é expressa aqui de vários modos complementares, sendo um deles as vidas de santidade que levaram os malteses a oferecerem-se a si mesmos pelo bem dos outros. Entre eles devemos incluir Dun Gorg Preca, que tive a alegria de canonizar há três anos (3 de Junho de 2007). Convido todos vós a invocar a sua intercessão para que esta minha visita pastoral entre vós de muitos frutos espirituais.

Espero rezar convosco durante o tempo que transcorrerei em Malta e gostaria, como pai e irmão, de vos garantir o meu afecto em relação a vós, assim como o meu desejo de partilhar este tempo na fé e na amizade. Com estes pensamentos, confio todos vós à protecção de Nossa Senhora de Ta' Pinu e do vosso pai na fé, o grande Apóstolo Paulo.

Deus abençoe todo o povo de Malta e de Gozo.



VISITA À GRUTA DE SÃO PAULO Rabat Sábado, 17 de Abril de 2010

17430

Querido arcebispo Cremona
Amados irmãos e irmãs!

A minha peregrinação a Malta iniciou com um momento de oração silenciosa na gruta de São Paulo, o primeiro que trouxe a fé a estas ilhas. Vim nas pegadas daqueles numerosos peregrinos ao longo dos séculos, que neste santo lugar rezaram, confiando-se a si mesmos, as suas famílias e a prosperidade desta Nação à intercessão do Apóstolo dos Gentios. Alegro-me por estar finalmente entre vós e saúdo-vos a todos com grande afecto no Senhor.

O naufrágio de Paulo e a sua estadia de três meses em Malta deixaram um sinal indelével na história do vosso país. As suas palavras aos companheiros antes de chegar a Malta são recordadas para nós nos Actos dos Apóstolos e foram um tema especial na vossa preparação para a minha visita. Estas palavras – "Devemos encalhar numa ilha" (
Ac 27,26) – no contexto original são um convite à coragem perante o desconhecido e à confiança inabalável na providência misteriosa de Deus. De facto, os náufragos foram calorosamente acolhidos pelo povo de Malta, após o exemplo dado por São Públio. No plano de Deus, São Paulo tornou-se por isso o vosso pai na fé cristã. Graças à sua presença entre vós, o Evangelho de Jesus Cristo radicou-se firmemente e deu muito fruto não só na vida dos indivíduos, das famílias e das comunidades, mas também na formação da identidade nacional de Malta, assim como na sua vibrante e particular cultura.

As obras apostólicas de Paulo deram também uma rica messe à geração de pregadores que seguiram as suas pegadas, e particularmente ao grande número de sacerdotes e religiosos que imitaram o seu zelo missionário deixando Malta para ir levar o Evangelho a terras longínquas. Sinto-me feliz por ter tido a oportunidade de encontrar hoje tantos deles nesta Igreja de São Paulo, e de os encorajar na sua vocação cheia de desafios e muitas vezes heróica. Queridos missionários: agradeço a cada um de vós, em nome de toda a Igreja, o vosso testemunho ao Senhor Ressuscitado e as vidas empregues ao serviço dos outros. A vossa presença e actividade em tantos países do mundo honra a vossa Pátria e testemunha o estímulo evangélico enxertado na Igreja em Malta. Rezemos ao Senhor para que suscite ainda mais homens e mulheres, que continuem a nobre missão de proclamar o Evangelho e de trabalhar pelo progresso do Reino de Deus em todas as terras e povos!

A chegada de São Paulo a Malta não estava programada. Como sabemos, ia a caminho de Roma quando se verificou um violento temporal e a sua nave foi arremassada para esta ilha. Os marinheiros podem traçar uma rota, mas Deus, na sua sabedoria e providência, modifica o próprio itinerário. Paulo, que tinha encontrado de modo dramático o Senhor Ressuscitado no caminho de Damasco, sabia isto muito bem. O rumo da sua vida mudou de repente; portanto, para ele viver era Cristo (cf. Ph 1,21); todas as suas acções e pensamentos se destinavam a anunciar o mistério da cruz e a sua mensagem de amor de Deus que reconcilia.

Aquela mesma palavra, a palavra do Evangelho, ainda hoje tem o poder de irromper nas nossas vidas e mudar o seu curso. Hoje o mesmo Evangelho que Paulo pregou continua a exortar o povo destas ilhas à conversão, a uma vida nova e a um futuro de esperança. Ao encontrar-me entre vós como Sucessor do Apóstolo Pedro, convido-vos a escutar a palavra de Deus com ânimo novo, como fizeram os vossos antepassados, e a deixar que ela desafie os vossos modos de pensar e a maneira como transcorreis a vossa vida.

Deste lugar sagrado onde a pregação apostólica se difundiu primeiro nestas ilhas, convido cada um de vós a fazer próprio o desafio exaltante da nova evangelização. Vivei a vossa fé de modo ainda mais pleno juntamente com os membros das vossas famílias, dos vossos amigos, nos vossos bairros, nos lugares de trabalho e em todo o tecido da sociedade maltesa. De modo particular exorto os pais, os professores e os catequistas a falar aos outros do vosso próprio encontro vivo com Jesus ressuscitado, sobretudo aos jovens que são o futuro de Malta. "A fé fortalece-se quando é oferecida aos outros" (cf. Redemptoris missio RMi 2). Sabei que os vossos momentos de fé garantem um encontro com Deus, o qual na sua omnipotência toca o coração do homem. Assim, introduzireis os jovens na beleza e na riqueza da fé católica, oferecendo-lhes uma catequese sólida e convidando-os a uma participação cada vez mais activa na vida sacramental da Igreja.

O mundo precisa deste testemunho! Perante tantas ameaças à sacralidade da vida humana, à dignidade do matrimónio e da família, porventura não precisam os nossos contemporâneos que se lhes recorde constantemente a grandeza da nossa dignidade de filhos de Deus e a vocação sublime que recebemos em Cristo? Não precisa porventura a sociedade de se reapropriar e de defender aquelas verdades morais fundamentais que estão na base da liberdade autêntica e do progresso genuíno?

Precisamente agora, diante desta gruta, reflecti sobre o grande dom espiritual (cf. Rm 1,11) que Paulo deu a Malta, e rezei para que possais manter íntegra a herança que o grande Apóstolo vos entregou. Possa o Senhor conservar a vós e às vossas famílias na fé que age mediante o amor (cf. Ga 5,6), e tornar-vos testemunhas jubilosas daquela esperança que não desilude (cf. Rm 5,5). Cristo ressuscitou! Verdadeiramente ele ressuscitou! Aleluia!


ENCONTRO COM OS JOVENS Cais do Porto Grande - La Valletta Domingo, 18 de Abril de 2010

18410


Caros jovens de Malta e Gozo, sinto-me muito feliz por estar convosco!

Que alegria é para mim estar hoje convosco na vossa terra natal! Neste significativo aniversário, damos graças a Deus por ter enviado o Apóstolo Paulo a estas ilhas, que assim foram entre as primeiras que receberam a Boa Nova de nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo cordialmente o arcebispo Cremona e o bispo Grech, a quem agradeço as suas amáveis palavras, bem como todos os bispos, sacerdotes e religiosos que se encontram aqui. Saúdo em particular a vós, jovens de Malta e Gozo, e estou-vos grato por me terdes falado acerca dos problemas que mais vos preocupam. Aprecio o vosso desejo de procurar e encontrar a verdade e de saber o que deveis realizar para alcançar a plenitude da vida.

Quando era jovem, São Paulo teve uma experiência que o transformou para sempre. Como sabeis, outrora ele era inimigo da Igreja e fez de tudo para a destruir. Enquanto estava a caminho de Damasco, com a intenção de eliminar cada cristão que ali viesse a encontrar, o Senhor apareceu-lhe em visão. Uma luz obcecante brilhou ao seu redor e ele ouviu uma voz que lhe dizia: "Por que me persegues?... Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (
Ac 9,4-5). Paulo foi completamente subjugado por este encontro com o Senhor, e toda a sua vida foi transformada. Ele tornou-se um discípulo e chegou a tornar-se um grande apóstolo e missionário. Aqui em Malta tendes um motivo particular para dar graças pelas obras missionárias de Paulo, que divulgou o Evangelho em toda a área do Mediterrâneo.

Cada encontro pessoal com Jesus é uma arrebatadora experiência de amor. Precedentemente, como o próprio Paulo admite, ele tinha "perseguido com excesso a Igreja de Deus, procurando assolá-la" (cf. Ga 1,13). Contudo, o ódio e a ira expressas naquelas palavras foram completamente eliminadas pelo poder do amor de Cristo. Pelo resto da sua vida, Paulo teve o desejo ardente de levar o anúncio deste amor até aos confins da terra.

Talvez alguns de vós me digam que São Paulo foi muitas vezes severo nos seus escritos. Como posso afirmar que ele difundiu uma mensagem de amor? A minha resposta é a seguinte. Deus ama cada um de nós com uma profundidade e intensidade que nem sequer podemos imaginar. Ele conhece-nos intimamente, conhece cada uma das nossas capacidades e cada um dos nossos erros. Dado que nos ama tanto, Ele deseja purificar-nos dos nossos erros e revigorar as nossas virtudes, de tal modo que possamos ter vida em abundância. Quando nos repreende porque algo nas nossas vidas lhe desagrada, Ele não nos rejeita, mas pede-nos que mudemos e nos tornemos mais perfeitos. Foi isto que Ele pediu a São Paulo no caminho de Damasco. Deus não rejeita ninguém. E a Igreja também não rejeita ninguém. Todavia, no seu grande amor, Deus desafia cada um de nós a mudar e a tornar-se mais perfeito.

São João diz-nos que este amor perfeito afasta o medo (cf. 1Jn 4,18). E por isso digo a todos vós: "Não tenhais medo!". Quantas vezes ouvimos estas palavras nas Escrituras! Elas foram dirigidas pelo anjo a Maria na Anunciação, por Jesus a Pedro, quando o chamou a ser um discípulo, e pelo anjo a Paulo, na vigília do seu naufrágio. A quantos de vós desejam seguir Cristo, como casais, pais, sacerdotes e fiéis leigos que levam a mensagem do Evangelho ao mundo, digo: não tenhais medo! Sem dúvida, encontrareis oposição à mensagem do Evangelho. A cultura hodierna, como toda a cultura, promove ideias e valores que às vezes estão em contraste com aqueles vividos e anunciados por nosso Senhor Jesus Cristo. Muitas vezes são apresentadas com um grande poder persuasivo, revigorado pelos mass media e pela pressão social de grupos hostis à fé cristã. Quando se é jovem e impressionável, é fácil ser influenciado por coetâneos a aceitar ideias e valores que sabemos que não são aquilo que o Senhor verdadeiramente deseja de nós. Eis por que motivo vos digo: não tenhais medo, mas alegrai-vos com o seu amor por vós; confiai nele, respondeu ao seu convite a ser discípulos, encontrai alimento e ajuda espiritual nos sacramentos da Igreja.

Aqui em Malta viveis numa sociedade que é caracterizada pela fé e pelos valores cristãos. Deveríeis ser orgulhosos que o vosso país defende tanto a criança nascitura como também promove a estabilidade da vida familiar, dizendo não ao aborto e ao divórcio. Exorto-vos a manter este testemunho corajoso da santidade da vida e da centralidade do matrimónio e da vida familiar para uma sociedade sadia. Em Malta e em Gozo, as famílias sabem como valorizar e cuidar dos seus membros idosos e enfermos, e acolher as crianças como dons de Deus. Outras nações podem aprender do vosso exemplo cristão. No contexto da sociedade europeia, os valores evangélicos estão a tornar-se mais uma vez uma contracultura, precisamente como o eram na época de São Paulo.

Neste Ano sacerdotal, peço-vos que permaneçais abertos à possibilidade que o Senhor possa chamar alguns de vós a entregar-vos totalmente ao serviço do seu povo no sacerdócio e na vida consagrada. O vosso país ofereceu à Igreja muitos sacerdotes e religiosos excelentes. Sede inspirados pelo seu exemplo e reconhecei a profunda alegria que vem da dedicação da própria vida ao anúncio da mensagem do amor de Deus por todos, sem excepção.

Já falei sobre a necessidade de prestar atenção aos mais jovens, aos anciãos e aos enfermos. Mas o cristão é chamado a transmitir a mensagem saudável do Evangelho a todos. Deus ama cada indivíduo deste mundo, aliás, Ele ama cada pessoa de cada época da história do mundo. Na morte e na ressurreição de Jesus, que se torna presente cada vez que celebramos a Missa, Ele oferece a vida em abundância a todas estas pessoas. Como cristãos, somos chamados a manifestar o amor de Deus que compreende todos. Por isso, temos que socorrer o pobre, o fraco e o marginalizado; temos que ter um cuidado especial por aqueles que estão em dificuldade, que padecem a depressão ou a ansiedade; temos que cuidar do portador de deficiência e fazer tudo aquilo que podemos para promover a sua dignidade e qualidade de vida; deveríamos prestar atenção às necessidades dos imigrantes e daqueles que procuram asilo nas nossas terras; deveríamos estender a mão com amizade aos crentes e não-crentes. Esta é a nobre vocação de amor e de serviço que todos nós recebemos. Permiti que isto vos leve a dedicar as vossas vidas ao seguimento de Cristo. Não tenhais medo de ser amigos íntimos de Cristo!

Queridos jovens, enquanto estou prestes a deixar-vos, desejo que saibais quanto estou próximo de vós, dos vossos familiares e dos vossos amigos nas minhas orações: "Transmiti as minhas saudações a todos os jovens de Malta e Gozo!".


CERIMÓNIA DE DESPEDIDA Aeroporto Internacional de Malta - Luqa Domingo, 18 de Abril de 2010

18420

Senhor Presidente
Excelências
Senhoras e Senhores!

Chegou para mim a hora de dizer adeus a Malta. Dou graças a Deus pela oportunidade que me concedeu de me encontrar convosco e de visitar esta bonita ilha. Agradeço ao Presidente pelas amáveis palavras e a todos vós, que me oferecestes um acolhimento tão caloroso e generoso. Esta viagem ofereceu-me a ocasião para um apreço mais profundo do modo como o Evangelho pregado por São Paulo plasmou a identidade espiritual do povo maltês. No momento em que me despeço de vós, permiti-me encorajar-vos mais uma vez a cultivar uma profunda consciência da vossa identidade e assumir as responsabilidades que dela derivam, especialmente promovendo os valores do Evangelho que nos oferecem uma clara visão da dignidade humana e da origem e destino comuns do género humano.

Sede exemplo, tanto aqui como alhures, de uma vida cristã dinâmica. Sede orgulhosos da vossa vocação cristã e conservai com cuidado a vossa herança religiosa e cultural. Olhai para o futuro com esperança, com profundo respeito pela criação de Deus, respeito pela vida humana, alta estima pelo matrimónio e pela integridade da família! Sede dignos filhos e filhas de São Paulo.

Tendo presente a sua posição geográfica no coração do Mediterrâneo, muitos migrantes chegam ao litoral de Malta, alguns para fugir de situações de violência e de perseguição, outros em busca de melhores condições de vida. Conheço as dificuldades que podem ser causadas pelo acolhimento de um grande número de pessoas, dificuldades que não podem ser resolvidas pelo país de chegada, sozinho. Ao mesmo tempo, estou também confiante de que, contando com a força das raízes cristãs e com a longa e orgulhosa história de hospitalidade dos estrangeiros Malta procurará, com o apoio de outros Estados e das organizações internacionais, ajudar quantos chegam aqui e garantir que os seus direitos sejam respeitados.

Estas nobres finalidades dependem de uma incansável dedicação à tarefa cheia de desafios do diálogo e da cooperação no interior da comunidade internacional e europeia, lugares privilegiados junto dos quais Malta dá testemunho dos valores cristãos que ajudaram a forjar a sua identidade. Unidade, solidariedade e respeito recíproco estão na base da vossa vida social e política. Inspirados pela vossa fé católica, eles são a bússola que vos guiará na busca de um desenvolvimento autêntico e integral. O tesouro do ensinamento social da Igreja inspirará e guiará tais esforços. Nunca deixeis que a vossa verdadeira identidade seja comprometida pelo indiferentismo ou pelo relativismo. Possais ser sempre fiéis ao ensinamento de São Paulo, que vos exorta: "Vigiai, sede firmes na fé, procedei varonilmente, sede fortes. Tudo o que fizerdes, fazei-o com caridade" (
1Co 16,13-14). Muito obrigado e Deus vos abençoe!


AO SENHOR GJOKO GJORGJEVSKI NOVO EMBAIXADOR DA EX-REPÚBLICA JUGOSLAVA DA MACEDÓNIA JUNTO DA SANTA SÉ Quinta-feira, 22 de Abril de 2010

22410 Senhor Embaixador!

Estou feliz por receber Vossa Excelência para a apresentação das Cartas Credenciais como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da ex-República Jugoslava da Macedónia junto da Santa Sé. Estou-lhe grato pelas cordiais expressões que desejou dirigir-me, também em nome das Autoridades e da nobre Nação que Vossa Excelência representa. Peço-lhe que lhes transmita a expressão da minha estima e da minha benevolência, unidas à certeza da minha prece pela concórdia e pelo desenvolvimento harmonioso de todo o país.

Ao recebê-lo, dirijo o meu pensamento ao encontro anual entre o Sucessor de Pedro e uma autorizada delegação oficial do seu país, que se realiza por ocasião da festa dos Santos Cirilo e Metódio, venerados guias espirituais dos povos eslavos e co-Padroeiros da Europa. Este encontro, que já se tornou uma agradável tradição, confirma os bons relacionamentos existentes entre a Santa Sé e a ex-República Jugoslava da Macedónia. Trata-se de relações bilaterais que se desenvolveram, principalmente nos últimos anos, de modo positivo e são caracterizadas por uma cooperação cordial. A este propósito, desejo manifestar o meu apreço pelo compromisso mútuo envidado na recente construção de novos edifícios de culto católicos em vários lugares do país.

Como Vossa Excelência salientou, no povo macedónio são bem visíveis os sinais dos valores humanos e cristãos, encarnados na vida da população, que constituem o estimado património espiritual e cultural da Nação, de que são igualmente testemunho os maravilhosos monumentos religiosos, construídos em diversas épocas e localidades, sobretudo na cidade de Ohrid. A Santa Sé olha para esta herança preciosa com grande estima e consideração favorecendo, na medida da sua competência, o seu aprofundamento histórico-documentário, para um maior conhecimento do passado religioso e cultural. Inspirando-se neste património, os cidadãos do seu país continuarão a construir também no futuro a sua própria história e, fortalecidos pela sua identidade espiritual, poderão oferecer ao consórcio dos povos europeus, a contribuição da sua experiência. Por isso, desejo ardentemente que obtenham bom êxito as aspirações e os esforços crescentes deste país para fazer parte da Europa unida, numa condição de aceitação dos relativos direitos e deveres e no respeito recíproco pelas instâncias colectivas e pelos valores tradicionais de cada um dos povos.
Senhor Embaixador, nas palavras que Vossa Excelência pronunciou acerca do compromisso do povo macedónio em vista de favorecer cada vez mais o diálogo e a convivência entre as várias realidades étnicas e religiosas que constituem o país, senti aquela aspiração universal à justiça e à coesão interna que, desde sempre, o anima e que pode tornar-se um exemplo para outros na região dos Balcãs. Com efeito, os pontos de intercâmbio de entendimentos mais vastos e relações religiosas mais estreitas entre os diversos componentes da sociedade macedónia favoreceram a criação de um clima em que as pessoas se reconhecem irmãos, filhos do mesmo Deus e cidadãos do único país. Sem dúvida, em primeiro lugar é tarefa dos responsáveis das Instituições, encontrar modalidades para traduzir em iniciativas políticas as aspirações dos homens e das mulheres ao diálogo e à paz. Todavia, os crentes sabem que a paz não é unicamente fruto de planificações e de actividades humanas, mas sobretudo dádiva de Deus aos homens de boa vontade. De resto, a justiça e o perdão representam pilares basilares desta paz. A justiça assegura um pleno respeito pelos direitos e deveres, e o perdão cura e reconstrói a partir dos fundamentos as relações entre as pessoas que ainda ressentem das consequências dos desencontros entre as ideologias do passado recente.

Tendo superado o trágico período da última guerra mundial, depois da triste experiência de um totalitarismo negador dos direitos fundamentais da pessoa humana, o Povo macedónio está encaminhado para um progresso harmonioso, dando provas de paciência, disponibilidade para o sacrifício e o optimismo perseverante, tenazmente orientado para a criação de um porvir melhor para todos os seus habitantes. Um desenvolvimento social e económico estável não pode deixar de ter em consideração as exigências culturais, sociais e espirituais das pessoas, e deve outrossim valorizar as tradições e os recursos populares mais nobres. E isto com a consciência de que o fenómeno crescente da globalização, que comporta por um lado um determinado nivelamento das diversidades sociais e económicas, poderia por outro lado agravar o desequilíbrio entre quantos obtêm vantagem das possibilidades sempre maiores de produzir riquezas e quantos, ao contrário, são deixados às margens do progresso.

Senhor Embaixador, o seu país orgulha-se de uma tradição cristã longa e luminosa, que remonta aos tempos apostólicos. Formulo votos a fim de que, num contexto global de relativismo moral e de escasso interesse pela experiência religiosa, em que muitas vezes se move uma parte da sociedade europeia, os cidadãos do nobre Povo representado por Vossa Excelência saibam realizar um discernimento sábio, abrindo-se aos novos horizontes de autêntica civilização e de verdadeiro humanismo. Para fazer isto, é necessário manter vivos e firmes, nos planos pessoal e comunitário, aqueles princípios que se encontram também na base da civilização deste Povo: o apego à família, a defesa da vida humana, a promoção das exigências religiosas, especialmente dos jovens. Não obstante constitua uma minoria, a Igreja católica na sua Nação deseja oferecer a sua contribuição sincera para a construção de uma sociedade mais justa e solidária, alicerçada nos valores cristãos que fecundaram as consciências dos seus habitantes. Estou persuadido de que a comunidade católica, na consciência de que a caridade na verdade "é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira" (Caritas in veritate ), dará continuidade à sua missão caritativa, especialmente a favor dos pobres e dos sofredores, tão apreciada no seu país.

Estou convicto de que também Vossa Excelência, no cumprimento da exímia tarefa que lhe foi confiada, contribuirá para intensificar as já boas relações existentes entre a Santa Sé e a Nação macedónia, e asseguro-lhe que para esta finalidade Vossa Excelência poderá contar com a plena disponibilidade de todos os meus colaboradores da Cúria romana. Com estes votos fervorosos, invoco a abundância das Bênçãos divinas sobre o Senhor Embaixador, a sua família, os governantes e todos os habitantes da Nação representada por Vossa Excelência.



AO SENHOR CHARLES GHILAIN NOVO EMBAIXADOR DA BÉLGICA JUNTO DA SANTA SÉ Sábado, 24 de Abril de 2010

24410

Senhor Embaixador!

Sinto-me feliz por recebê-lo nesta circunstância da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador extraordinário e plenipotenciário da Bélgica junto da Santa Sé. Agradeço-lhe as gentis palavras que me dirigiu. Retribuo, agradecendo-lhe a amabilidade de expressar a Sua Majestade Alberto II, Rei dos Belgas, que tive a ocasião de saudar pessoalmente há pouco tempo, os meus votos cordiais pela sua pessoa assim como pelo bem-estar e prosperidade do povo belga. Através de Vossa Excelência, saúdo igualmente o Governo e todas as autoridades do Reino.

O seu país viveu no início deste ano duas tragédias dolorosas, a de Liège e a de Buizingen. Desejo renovar às famílias enlutadas e às vítimas a certeza da minha proximidade espiritual. Estas catástrofes fazem-nos medir a fragilidade da existência humana e a necessidade, para a proteger, de uma autêntica unidade social que não diminui minimamente a legítima diversidade das opiniões. Ela baseia-se na convicção de que a vida e a dignidade humanas constituem um bem precioso que é preciso defender e promover com resolução baseando-se no direito natural. Há muito tempo, a Igreja inscreve-se plenamente na história e no tecido social da sua Nação. Ela deseja continuar a ser um factor de convivência harmoniosa entre todos. Para esta finalidade, ela contribui muito activamente sobretudo mediante as instituições de educação, as obras de carácter social, e o compromisso benévolo de numerosos fiéis. A Igreja sente-se feliz por estar ao serviço de todos os componentes da sociedade belga.

Contudo, não é inútil ressaltar que ela possui, como instituição, o direito a expressar-se publicamente. Ela partilha-o com todos os indivíduos e instituições para dar o seu parecer sobre as questões de interesse comum. A Igreja respeita a liberdade que todos têm de pensar diversamente; ela também gostaria que fosse respeitado o seu direito de expressão. A Igreja é depositária de um ensinamento, de uma mensagem religiosa que recebeu de Jesus Cristo. Ela pode ser resumida com estas palavras da Sagrada Escritura: "Deus é amor" (
1Jn 4,16) e projecta a sua luz sobre o sentido da vida pessoal, familiar e social do homem. A Igreja, tendo por objectivo o bem comum, nada pretende a não ser a liberdade de poder propor esta mensagem, sem a impôr a ninguém, no respeito da liberdade das consciências.

Foi alimentando-se deste ensinamento eclesial de modo radical que Joseph de Veuster se tornou aquele que já chamamos "São Damião". O destino excepcional deste homem mostra a que ponto o Evangelho suscita uma ética amiga da pessoa, sobretudo se ela se encontra em necessidade ou é rejeitada. A canonização deste sacerdote e a fama de que goza universalmente é um motivo de orgulho legítimo para o povo belga. Esta personalidade atraente não é o fruto de um itinerário solitário. Convém recordar as raízes religiosas que alimentaram a sua educação e formação, assim como os pedagogos que despertaram nele esta admirável generosidade. Ela fará com que ele partilhe a vida marginalizada dos leprosos, até se expor à doença da qual eles sofriam. À luz destes testemunhos, todos podem compreender que o Evangelho é uma força que não deixa lugar para o medo. Estou convicto de que, apesar das evoluções sociológicas, o húmus cristão ainda é rico na vossa terra. Pode alimentar generosamente o compromisso de um número crescente de voluntários que, inspirados pelos princípios evangélicos de fraternidade e solidariedade, acompanham as pessoas que estão em dificuldade e que, por este motivo, precisam de ajuda.

O seu país, que já hospeda a sede das Instituições comunitárias, viu a sua vocação europeia mais uma vez reafirmada através de escolhas de um dos seus compatriotas como primeiro Presidente do Conselho da Europa. À primeira vista, as suas opções sucessivas não estão vinculadas unicamente à posição geográfica do seu país e ao seu plurilinguísmo. Membro do núcleo primitivo dos países fundadores, a sua Nação teve que se comprometer e distinguir na busca de um consentimento em situações muito complexas. Esta qualidade deve ser encorajada no momento de enfrentar, para o bem de todos, os desafios internos do país. Desejo ressaltar hoje que para dar frutos a longo prazo, a arte do consentimento não se limita a uma habilidade meramente dialéctica, mas deve procurar a verdade e o bem. Porque "sem verdade, sem confiança e amor pelo que é verdadeiro, não há consciência nem responsabilidade social, e a actividade social acaba à mercê de interesses privados e lógicas de poder, com efeitos desagregadores na sociedade, sobretudo numa sociedade em vias de globalização que atravessa momentos difíceis como os actuais" (Caritas in veritate ).

Aproveitando do nosso encontro, desejo saudar os Bispos da Bélgica que terei o prazer de acolher muito proximamente por ocasião da visita ad limina Apostolorum. O meu pensamento dirige-se em particular a Sua Excelência D. Léonard que, com entusiasmo e generosidade, iniciou há pouco a sua nova missão de Arcebispo de Malinas-Bruxelas. Desejo saudar também os sacerdotes do seu país, os diáconos e todos os fiéis que formam a comunidade católica belga. Convido-os a testemunhar a sua fé com audácia. No seu compromisso na sociedade, que elas façam valer plenamente o seu direito de propor os valores que respeitam a natureza humana e que correspondem às aspirações espirituais mais profundas e autênticas da pessoa.

No momento em que inicia oficialmente a sua função junto da Santa Sé, formulo os meus melhores votos pelo feliz cumprimento da sua missão. Tenha a certeza de que encontrará sempre junto dos meus colaboradores atenção e compreensão cordiais. Ao invocar a intercessão da Virgem Maria e de São Damião, peço ao Senhor que derrame generosas bênçãos sobre Vossa Excelência, sobre a sua família e colaboradores, assim como sobre o povo belga e seus dirigentes.





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