Discursos Bento XVI 20909

20909
Sala dos Suíços do Palácio Pontifício
Castel Gandolfo, 2 de Setembro de 2009




Prezados amigos

No final desta grande viagem espiritual, que se realizou no filme ao qual assistimos, sinto o dever de dizer obrigado a todos aqueles que nos ofereceram esta visão. Obrigado à Televisão Bávara pelo compromisso assumido — e é uma grande alegria que uma observação bastante casual, feita há três anos, tenha sido o início de um caminho que levou a esta grandiosa representação da vida de Santo Agostinho. Obrigado à Lux Vide, à RAI por esta realização.

Na realidade, parece-me que o filme é uma viagem espiritual num continente espiritual muito distante de nós e todavia muito próximo de nós, porque o drama humano é sempre o mesmo. Vimos como, num contexto para nós muito distante, se representa toda a realidade da vida humana, com todos os problemas, as tristezas, os reveses, assim como o facto de que, no final, a Verdade é mais forte que qualquer obstáculo e encontra o homem. Esta é a grande esperança que no final permanece: nós não podemos encontrar sozinhos a Verdade, mas a Verdade, que é Pessoa, encontra-nos. Externamente, a vida de Santo Agostinho parece terminar de modo trágico: o mundo pelo qual e no qual ele viveu termina, é destruído. Mas como aqui foi afirmado, a sua mensagem permaneceu e, inclusive nas mudanças do mundo, ela perdura, porque provém da Verdade e orienta para a Caridade, que é o nosso destino comum.

Obrigado a todos. Espero que muitos, assistindo a este drama humano, possam ser encontrados pela Verdade e encontrar a Caridade.



VISITA PASTORAL A VITERBO E BAGNOREGIO


ENCONTRO COM A POPULAÇÃO

60909
Praça de Santo Agostinho - Bagnoregio

Domingo 6 de Setembro de 2009




Queridos irmãos e irmãs

A solene celebração eucarística desta manhã em Viterbo inaugurou a visita pastoral à vossa Comunidade diocesana, e este nosso encontro aqui em Bagnoregio, praticamente encerra-a. Saúdo-vos a todos com afecto: Autoridades religiosas, civis e militares, sacerdotes, religiosos e religiosas, agentes de pastoral, jovens e famílias, e agradeço-vos a cordialidade com que me acolhestes. Renovo o meu agradecimento em primeiro lugar ao vosso Bispo pelas suas afectuosas palavras que recordaram o meu vínculo com São Boaventura. E saúdo com deferência o Presidente da Câmara Municipal de Bagnoregio, grato pelas gentis boas-vindas que me dirigiu em nome de toda a Cidade.

Giovanni Fidanza, que depois se tornou Frei Boaventura, une o seu nome ao de Bagnoregio na famosa apresentação que faz de si mesmo na Divina Comédia. Dizendo: "Io sono la vita di Bonaventura da Bagnoregio, che nei grandi offici sempre posposi la sinistra cura" (Dante, Paraíso XII, 127-129), ressalta como nas importantes tarefas que desempenhou na Igreja, pospôs sempre o cuidado das realidades temporais ("la sinistra cura") ao bem espiritual das almas. Aqui em Bagnoregio ele transcorreu a sua infância e adolescência; seguiu depois São Francisco, pelo qual sentia especial gratidão porque, como escreveu, quando era criança tinha-o "arrancado das garras da morte" (Legenda Maior, Prologus, 3, 3) e tinha-lhe prenunciado "boa ventura" como recordou há pouco o vosso Presidente da Câmara municipal. Com o Pobrezinho de Assis soube estabelecer um vínculo profundo e duradouro, haurindo dele inspiração ascética e génio eclesial. Deste vosso ilustre concidadão vós conservais ciosamente a insigne relíquia do "Santo Braço", mantendes viva a memória e aprofundais a doutrina, especialmente mediante o Centro de Estudos Boaventura fundado por Bonaventura Tecchi, que anualmente promove qualificados congressos de estudo a ele dedicados.

Não é fácil sintetizar a ampla doutrina filosófica, teológica e mística que São Boaventura nos deixou. Neste Ano sacerdotal gostaria de convidar especialmente os sacerdotes a porem-se na escola deste grande Doutor da Igreja para aprofundar o ensinamento de sabedoria radicada em Cristo. Para a sabedoria, que floresce em santidade, ele orienta cada passo da sua investigação e tensão mística, passando pelos graus que vão da que ele chama "sabedoria uniforme" relativa, aos princípios fundamentais do conhecimento, à "sabedoria multiforme", que consiste na misteriosa linguagem da Bíblia, e depois à "sabedoria omniforme", que reconhece em cada realidade criada o reflexo do Criador, até à "sabedoria informe", isto é, a experiência do íntimo contacto místico com Deus, quando o intelecto do homem toca em silêncio o Mistério infinito (cf. J. Ratzinger, A Teologia da História de São Boaventura). Na recordação deste profundo investigador da sabedoria, gostaria ainda de expressar encorajamento e estima pelo serviço que, na Comunidade eclesial, os teólogos são chamados a prestar àquela fé que procura o intelecto, aquela fé que é "amiga da inteligência" e que se torna vida nova segundo o projecto de Deus.

Do rico património doutrinal e místico de São Boaventura limito-me esta tarde a tirar alguns "indícios" de reflexão, que poderiam ser úteis para o caminho pastoral da vossa Comunidade diocesana. Ele foi, em primeiro lugar, um incansável investigador de Deus desde quando frequentava os estudos em Paris, e continuou a sê-lo até à morte. Nos seus escritos, indica o itinerário a ser percorrido. "Dado que Deus está no alto — escreveu ele — é necessário que a mente se eleve para Ele com todas as forças" (De reductione artium ad theologiam, n. 25). Traça assim um percurso de fé empenhativo, no qual não é suficiente "a leitura sem a unção, a especulação sem a devoção, a busca sem a admiração, a consideração sem a exultação, o engenho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça divina, o espelho sem a sabedoria divinamente inspirada" (Itinerarium mentis in Deum, prol. 4). Este caminho de purificação inclui toda a pessoa para chegar, através de Cristo, ao amor transformador da Trindade. E dado que Cristo, desde sempre Deus e para sempre homem, realiza nos fiéis uma criação nova com a sua graça, a exploração da presença divina torna-se contemplação d'Ele na alma "onde Ele habita com os dons do seu amor irrefreável" (ibid. IV, 4), para no final sermos transportados n'Ele. A fé é portanto aperfeiçoamento das nossas capacidades cognoscitivas e participação no conhecimento que Deus tem de si mesmo e do mundo; sentimos a esperança como preparação para o encontro com o Senhor, que marcará o pleno cumprimento daquela amizade que desde já nos liga a Ele. E a caridade introduz-nos na vida divina, fazendo-nos considerar nossos irmãos todos os homens, segundo a vontade do comum Pai celeste.

Além de ter sido investigador de Deus, São Boaventura foi seráfico cantor da criação que, no seguimento de São Francisco, aprendeu a "louvar Deus em e através de todas as criaturas", nas quais "resplandecem a omnipotência, a sabedoria e a bondade do Criador" (ibid., I, 10). São Boaventura apresenta do mundo, dom de amor de Deus aos homens, uma visão positiva: reconhece no mundo o reflexo da máxima Bondade e Beleza que, em continuidade com Santo Agostinho e São Francisco, afirma ser o próprio Deus. Tudo nos foi dado por Deus. D'Ele, como de uma fonte originária, brota a verdade, o bem e a beleza. Para Deus, como pelos degraus de uma escada, sobe-se até alcançar e quase apreender o Sumo Bem e n'Ele encontrar a nossa felicidade e a nossa paz. Como seria útil que também hoje se redescobrissem a beleza e o valor da criação à luz da bondade e da beleza divinas! Em Cristo, o próprio universo, observa São Boaventura, pode voltar a ser voz que fala de Deus e nos estimula a explorar a sua presença; exorta-nos a honrá-lo e a glorificá-lo em todas as coisas (cf. ibid., I, 15). Sente-se aqui o ânimo de São Francisco, do qual o nosso Santo partilhou o amor por todas as criaturas.

São Boaventura foi mensageiro de esperança. Encontramos uma bonita imagem da esperança numa das suas pregações do Advento, na qual compara o movimento da esperança com o voo do pássaro, que abre as asas do modo mais amplo possível, e para as mover emprega todas as suas forças. de um certo modo, torna-se ele mesmo movimento para se elevar e voar. Esperar é voar, diz São Boaventura. Mas a esperança exige que todos os nossos membros se façam movimento e se projectem para a verdadeira altura do nosso ser, para as promessas de Deus. Quem espera — afirma ele — "deve erguer a cabeça, dirigindo para o alto os seus pensamentos, para a altura da nossa existência, ou seja, para Deus" (Sermo XVI, Dominica I Adv., Opera omnia, IX, 40a).

No seu discurso, o Senhor Presidente da Câmara Municipal faz a pergunta: "O que será Bagnoregio amanhã?". Na verdade todos nos interrogamos acerca do nosso futuro e do mundo e esta interrogação está muito relacionada com a esperança, da qual cada coração humano tem sede. Na Encíclica Spe salvi escrevi que contudo não é suficiente uma esperança qualquer para enfrentar e superar as dificuldades do presente; é indispensável uma "esperança fiável" que, dando-nos a certeza de alcançar uma meta "grande", justifique "a fadiga do caminho" (cf. n. 1). Só esta "grande esperança-certeza" nos garante que apesar das falências da vida pessoal e das contradições da história no seu conjunto, nos conserva sempre o "poder indestrutível do Amor". Então, quando esta esperança nos ampara nunca arriscamos perder a coragem de contribuir, como fizeram os santos, para a salvação da humanidade, abrindo-nos nós mesmos e o mundo à entrada de Deus: da verdade, do amor, da luz (cf. n. 35). Ajude-nos São Boaventura a "abrir as asas" da esperança que nos estimula a ser, como ele, incessantes investigadores de Deus, cantores das belezas da criação e testemunhas daquele Amor e daquela Beleza que "tudo move".

Obrigado, queridos amigos, mais uma vez pelo vosso acolhimento. Ao garantir-vos uma lembrança na oração concedo, por intercessão de São Boaventura e sobretudo de Maria, Virgem fiel e Estrela da esperança, uma especial Bênção Apostólica, que de bom grado faço extensiva a todos os habitantes desta bonita Terra, rica de santos.

Obrigado pela vossa atenção!






AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DO BRASIL DOS REGIONAIS OESTE 1 E 2 EM VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM» Palácio Apostólico de Castel Gandolfo

7909
Segunda-feira, 7 de Setembro de 2009



Queridos Irmãos no Episcopado

Com sentimentos de íntima alegria e amizade, acolho e saúdo a todos e cada um de vós, amados Pastores dos Regionais Oeste 1 e 2 no âmbito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Com o vosso grupo, abre-se a longa peregrinação dos membros desta Conferência Episcopal em visita ad limina Apostolorum, que me dará ocasião de conhecer melhor a realidade das respectivas comunidades diocesanas. Serão jornadas de partilha fraterna para refletirmos juntos sobre as questões que vos preocupam. Um momento profundamente esperado desde aqueles inesquecíveis dias de maio de dois mil e sete, em que durante a minha visita ao vosso país pude experimentar todo o carinho do povo brasileiro pelo Sucessor de Pedro e, de modo especial, quando tive a possibilidade de abraçar com o olhar todo episcopado desta grande nação no encontro na catedral da Sé, em São Paulo.

Com efeito, só o coração grande de Deus pode conhecer, guardar e reger a multidão de filhos e filhas que Ele mesmo gerou na vastidão imensa do Brasil. Ao longo dos nossos colóquios destes dias, emergiam alguns desafios e problemas que enfrentais, como o Arcebispo de Campo Grande referia ao início deste nosso encontro. Impressionam as distâncias que vós mesmos, juntamente com vossos sacerdotes e demais agentes missionários, tendes de percorrer para servir e animar pastoralmente os respectivos fiéis, muitos deles a braços com problemas próprios duma urbanização relativamente recente onde o Estado nem sempre consegue ser um instrumento de promoção da justiça e do bem comum. Não vos desanimeis! Lembrai-vos que o anúncio do Evangelho e a adesão aos valores cristãos, como afirmei recentemente na Encíclica Caritas in Veritate «é um elemento útil e mesmo indispensável para a construção duma boa sociedade e dum verdadeiro desenvolvimento humano integral» (n. 4). Obrigado, Senhor Dom Vitório, pelas amáveis palavras e devotados sentimentos que me dirigiu em nome de todos e que me apraz retribuir com votos de paz e prosperidade para o povo brasileiro neste significativo dia da sua Festa Nacional.

Como Sucessor de Pedro e Pastor universal, posso assegurar-vos que o meu coração vive dia a dia as vossas inquietudes e canseiras apostólicas, não cessando de lembrar junto de Deus os desafios que enfrentais no crescimento das vossas comunidades diocesanas. Em nossos dias, e concretamente no Brasil, os trabalhadores na Messe do Senhor continuam a ser poucos para a colheita que é grande (cf.
Mt 9,36-37). Não obstante a carência sentida, é verdadeiramente essencial uma adequada formação daqueles que são chamados a servir o Povo de Deus. Por essa razão, no âmbito do Ano Sacerdotal em curso, permiti que me detenha hoje a refletir convosco, amados Bispos do Oeste brasileiro, sobre a solicitude qualificativa do vosso ministério episcopal que é a geração de novos pastores.

Embora seja Deus o único capaz de semear no coração humano a chamada para o serviço pastoral do seu povo, todos os membros da Igreja deveriam interrogar-se sobre a urgência íntima e o real empenho com que sentem e vivem esta causa. Um dia, quando alguns dos discípulos temporizavam observando que faltavam «ainda quatro meses» para a colheita, Jesus rebateu: «Pois eu vos digo: Levantai os olhos e vede os campos, como estão dourados, prontos para a colheita» (Jn 4,35). Deus não vê como o homem! A pressa do bom Deus é ditada pelo seu desejo de que «todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade» (1Tm 2,4). Há tantos que parecem querer consumir a vida toda em um minuto, outros que vagueiam no tédio e na inércia, ou abandonam-se a violências de todo gênero. No fundo, não passam de vidas desesperadas à procura da esperança, como o demonstra uma difusa embora às vezes confusa exigência de espiritualidade, uma renovada busca de pontos de referência para retomar a estrada da vida.

Prezados Irmãos, nos decênios sucessivos ao Concílio Vaticano II, alguns interpretaram a abertura ao mundo, não como uma exigência do ardor missionário do Coração de Cristo, mas como uma passagem à secularização, vislumbrando nesta alguns valores de grande densidade cristã como igualdade, liberdade, solidariedade, mostrando-se disponíveis a fazer concessões e descobrir campos de cooperação. Assistiu-se assim a intervenções de alguns responsáveis eclesiais em debates éticos, correspondendo às expectativas da opinião pública, mas deixou-se de falar de certas verdades fundamentais da fé, como do pecado, da graça, da vida teologal e dos novíssimos. Insensivelmente caiu-se na auto-secularização de muitas comunidades eclesiais; estas, esperando agradar aos que não vinham, viram partir, defraudados e desiludidos, muitos daqueles que tinham: os nossos contemporâneos, quando vêm ter conosco, querem ver aquilo que não vêem em parte alguma, ou seja, a alegria e a esperança que brotam do fato de estarmos com o Senhor ressuscitado.

Atualmente há uma nova geração já nascida neste ambiente eclesial secularizado que, em vez de registrar abertura e consensos, vê na sociedade o fosso das diferenças e contraposições ao Magistério da Igreja, sobretudo em campo ético, alargar-se cada vez mais. Neste deserto de Deus, a nova geração sente uma grande sede de transcendência.

São os jovens desta nova geração que batem hoje à porta do Seminário e que necessitam encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera, segundo o modelo do Cristo Bom Pastor. Assim esses jovens aprenderão a ser sensíveis ao encontro com o Senhor, na participação diária da Eucaristia, amando o silêncio e a oração, procurando, em primeiro lugar, a glória de Deus e a salvação das almas. Amados Irmãos, como sabeis, é tarefa do Bispo estabelecer os critérios essenciais para a formação dos seminaristas e dos presbíteros na fidelidade às normas universais da Igreja: neste espírito devem ser desenvolvidas as reflexões sobre este tema, objeto da assembléia plenária da vossa Conferência Episcopal, em abril passado.

Certo de poder contar com o vosso zelo no tocante à formação sacerdotal, convido todos Bispos, seus sacerdotes e seminaristas a reproduzirem na vida a caridade de Cristo Sacerdote e Bom Pastor, como fez o Santo Cura d’Ars. E, como ele, tomem por modelo e proteção da própria vocação a Virgem Mãe, que correspondeu de um modo único ao chamado de Deus, concebendo no seu coração e na sua carne o Verbo feito homem para doá-lo à humanidade. Às vossas dioceses, com uma cordial saudação e a certeza da minha oração, levai uma paterna Bênção Apostólica.






AOS PROMOTORES DO PAVILHÃO DA SANTA SÉ NA EXPO 2008 DE SARAGOÇA (ESPANHA) Palácio Pontifício de Castel Gandolfo

Quinta-feira, 10 de Setembro de 2009




987 Estimado Senhor Arcebispo
Excelentíssimo Senhor Embaixador
Queridos irmãos

É-me grato receber-vos e dar as boas-vindas a todos e a cada um de vós, acompanhados das vossas famílias, neste encontro. Faço sentidos votos por que a vossa visita a Roma, junto dos túmulos dos Apóstolos, vos fortaleça na própria fé e encha os vossos corações de alegria e paz.

Antes de tudo, desejo expressar-vos o meu sincero agradecimento pela vossa significativa colaboração com o Arcebispo de Saragoça e com a Nunciatura Apostólica em Madrid, na realização do Pavilhão da Santa Sé para a Exposição Internacional de Saragoça do ano passado.

Esta instalação, que foi uma das mais visitadas e apreciadas, hospedou uma importante exposição do valioso património artístico, cultural e religioso, que a Igreja conserva. Com esta iniciativa, procurou-se oferecer aos seus numerosos visitantes uma oportuna reflexão sobre a importância e o valor primordial que a água tem para a vida do homem.

Mediante a sua participação na Exposição, a Santa Sé quis também ressaltar não só a imperiosa necessidade de proteger sempre o meio ambiente e a natureza, mas também descobrir a sua dimensão espiritual e religiosa mais profunda. Hoje como nunca deve-se ajudar as pessoas para que saibam ver na criação algo mais do que uma simples fonte de riqueza ou de exploração nas mãos do homem. De facto, Deus, com a criação, deu ao homem as chaves da terra, mas espera que ele saiba usar este grande dom, fazendo-o frutificar de modo responsável e respeitador. O ser humano descobre o valor intrínseco da natureza se aprender a vê-la como o que é na realidade, expressão de um projecto de amor e de verdade que nos fala do Criador e do seu amor pela humanidade e que encontrará a sua plenitude em Cristo, no final dos tempos (cf. Caritas in veritate ). Neste sentido, é oportuno recordar mais uma vez a estreita relação que existe entre o cuidado do meio ambiente e o respeito pelas exigências éticas da natureza humana, dado que "quando a "ecologia humana" é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental" (Ibid., n. 51).

No final deste encontro, desejo expressar-vos de novo o meu reconhecimento pela vossa generosa colaboração, assim como a todas as pessoas, instituições e empresas que participaram neste projecto importante e louvável. Nesta circunstância, recomendo-vos de modo especial à Virgem do Pilar, que vê as suas plantas irrigadas pelas águas caudalosas do rio Ebro. Com estes vivos sentimentos, concedo de coração a vós e às vossas famílias a minha Bênção Apostólica.




AOS PRELADOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DOS BISPOS DO BRASIL DO REGIONAL NORDESTE 2 EM VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM» Palácio Apostólico de Castel Gandolfo

Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009


Venerados Irmãos no Episcopado

988 Como o apóstolo Paulo nos primórdios da Igreja, viestes, amados Pastores das províncias eclesiásticas de Olinda e Recife, Paraíba, Maceió e Natal, visitar Pedro (cf. Gal Ga 1,18). Acolho e saúdo com afeto cada um de vós, a começar por Dom Antônio, Arcebispo de Maceió, a quem agradeço os sentimentos que manifestou em nome de todos fazendo-se intérprete também das alegrias, dificuldades e esperanças do povo de Deus peregrino no Regional Nordeste 2. Na pessoa de cada um de vós, abraço os presbíteros e os fiéis das vossas comunidades diocesanas.

Nos seus fiéis e nos seus ministros, a Igreja é sobre a Terra a comunidade sacerdotal organicamente estruturada como Corpo de Cristo, para desempenhar eficazmente, unida à sua Cabeça, a sua missão histórica de salvação. Assim no-lo ensina São Paulo: «Vós sois Corpo de Cristo e seus membros, cada um na parte que lhe toca» (1Co 12,27). Com efeito, os membros não têm todos a mesma função: é isto que constitui a beleza e a vida do corpo (cf. 1Co 12,14-17). É na diversidade essencial entre sacerdócio ministerial e sacerdócio comum que se entende a identidade específica dos fiéis ordenados e leigos. Por essa razão é necessário evitar a secularização dos sacerdotes e a clericalização dos leigos. Nessa perspectiva, portanto, os fiéis leigos devem empenhar-se em exprimir na realidade, inclusive através do empenho político, a visão antropológica cristã e a doutrina social da Igreja. Diversamente, os sacerdotes devem permanecer afastados de um engajamento pessoal na política, a fim de favorecerem a unidade e a comunhão de todos os fiéis e assim poderem ser uma referência para todos. É importante fazer crescer esta consciência nos sacerdotes, religiosos e fiéis leigos, encorajando e vigiando para que cada um possa sentir-se motivado a agir segundo o seu próprio estado.

O aprofundamento harmônico, correto e claro da relação entre sacerdócio comum e ministerial constitui atualmente um dos pontos mais delicados do ser e da vida da Igreja. É que o número exíguo de presbíteros poderia levar as comunidades a resignarem-se a esta carência, talvez consolando-se com o fato de a mesma evidenciar melhor o papel dos fiéis leigos. Mas, não é a falta de presbíteros que justifica uma participação mais ativa e numerosa dos leigos. Na realidade, quanto mais os fiéis se tornam conscientes das suas responsabilidades na Igreja, tanto mais sobressaem a identidade específica e o papel insubstituível do sacerdote como pastor do conjunto da comunidade, como testemunha da autenticidade da fé e dispensador, em nome de Cristo-Cabeça, dos mistérios da salvação.

Sabemos que «a missão de salvação, confiada pelo Pai a seu Filho encarnado, é confiada aos Apóstolos e, por eles, aos seus sucessores; eles recebem o Espírito de Jesus para agirem em seu nome e na sua pessoa. Assim, o ministro ordenado é o laço sacramental que une a ação litúrgica àquilo que disseram e fizeram os Apóstolos e, por eles, ao que disse e fez o próprio Cristo, fonte e fundamento dos sacramentos» (Catecismo da Igreja Católica CEC 1120). Por isso, a função do presbítero é essencial e insubstituível para o anúncio da Palavra e a celebração dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia, memorial do Sacrifício supremo de Cristo, que dá o seu Corpo e o seu Sangue. Por isso urge pedir ao Senhor que envie operários à sua Messe; além disso, é preciso que os sacerdotes manifestem a alegria da fidelidade à própria identidade com o entusiasmo da missão.

Amados Irmãos, tenho a certeza de que, na vossa solicitude pastoral e na vossa prudência, procurais com particular atenção assegurar às comunidades das vossas dioceses a presença de um ministro ordenado. Na situação atual em que muitos de vós sois obrigados a organizar a vida eclesial com poucos presbíteros, é importante evitar que uma tal situação seja considerada normal ou típica do futuro. Como lembrei ao primeiro grupo de Bispos brasileiros na semana passada, deveis concentrar esforços para despertar novas vocações sacerdotais e encontrar os pastores indispensáveis às vossas dioceses, ajudando-vos mutuamente para que todos disponham de presbíteros melhor formados e mais numerosos para sustentar a vida de fé e a missão apostólica dos fiéis.

Por outro lado, também aqueles que receberam as Ordens sacras são chamados a viver com coerência e em plenitude a graça e os compromissos do batismo, isto é, a oferecerem-se a si mesmos e toda sua vida em união com a oblação de Cristo. A celebração quotidiana do Sacrifício do Altar e a oração diária da Liturgia das Horas devem ser sempre acompanhadas pelo testemunho de toda existência que se faz dom a Deus e aos outros e torna-se assim orientação para os fiéis.

Ao longo dos meses que estão decorrendo, a Igreja tem diante dos olhos o exemplo do Santo Cura d’Ars, que convidava os fiéis a unirem suas vidas ao Sacrifício de Cristo e oferecia-se a si mesmo, exclamando: «Como faz bem um padre oferecer-se em sacrifício a Deus todas as manhãs!» (Le Curé d’Ars. Sa pensée – son coeur, coord. Bernard Nodet, 1966, pág. 104). Ele continua sendo um modelo atual para os vossos presbíteros, expressamente na vivência do celibato como exigência do dom total de si mesmos, expressão daquela caridade pastoral que o Concílio Vaticano II apresenta como centro unificador do ser e do agir sacerdotal. Quase contemporaneamente vivia no vosso amado Brasil, em São Paulo, Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, que tive a alegria de canonizar a 11 de maio de 2007 : também ele deixou um «testemunho de fervoroso adorador da Eucaristia (…), [vivendo] em laus perene, em atitude constante de oração» (Homilia na sua canonização, n. 2). Deste modo ambos procuraram imitar Jesus Cristo, fazendo-se cada um deles não só sacerdote, mas também vítima e oblação como Jesus.

Amados Irmãos no Episcopado, já se manifestam numerosos sinais de esperança para o futuro das vossas Igrejas particulares, um futuro que Deus está preparando através do zelo e da fidelidade com que exerceis o vosso ministério episcopal. Quero certificar-vos do meu apoio fraterno ao mesmo tempo que peço as vossas orações para que me seja concedido confirmar a todos na fé apostólica (cf. Lc 22,32). A bem-aventurada Virgem Maria interceda por todo o povo de Deus no Brasil, para que pastores e fiéis possam, com coragem e alegria, «anunciar abertamente o mistério do Evangelho» (cf. Ef Ep 6,19). Com esta oração, concedo a minha Bênção Apostólica a vós, aos presbíteros e a todos os fiéis das vossas dioceses: «A paz esteja com todos vós que estais em Cristo» (1P 5,14).




DURANTE O ENCONTRO COM OS CARDEAIS, OS PATRIARCAS, AS BEATITUDES E OS ARCEBISPOS-MORES ORIENTAIS Castel Gandolfo, 19 de Setembro de 2009

Senhores Cardeais
Beatitudes
989 Venerados Patriarcas
e Arcebispos-Mores

Saúdo-vos cordialmente a todos e estou-vos grato por terdes acolhido o convite a participar neste encontro: a cada um, dou o meu fraterno abraço de paz. Saúdo o Cardeal Tarcisio Bertone, meu Secretário de Estado, e o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, juntamente com o Secretário e os demais colaboradores da Congregação.

Demos graças a Deus por esta reunião de índole informal, que nos permite ouvir a voz das Igrejas, que vós servis com abnegação admirável, e de reforçar os laços de comunhão que a unem à Sé Apostólica. O encontro hodierno evoca na minha mente a reunião de 24 de Abril de 2005, junto do túmulo de São Pedro. Então, no início do meu Pontificado, desejei empreender uma peregrinação ideal ao coração do Oriente cristão: peregrinação que hoje conhece mais uma etapa significativa, e que tenho a intenção de continuar. Em várias circunstâncias vós pedistes um contacto mais frequente com o Bispo de Roma, para tornar ainda mais sólida a comunhão das vossas Igrejas com o Sucessor de Pedro e examinar em conjunto, quando se apresentasse uma ocasião, eventuais temáticas de particular importância. Esta proposta foi renovada também na última Plenária da Congregação para as Igrejas Orientais e nas Assembleias gerais do Sínodo dos Bispos.

Quanto a mim, sinto como precípuo dever, promover esta sinodalidade tão querida à eclesiologia oriental e acolhida com apreço pelo Concílio Ecuménico Vaticano II. A estima que a Assembleia conciliar reservou às vossas Igrejas no Decreto Orientalium Ecclesiarum, e que o meu venerado Predecessor João Paulo II reiterou sobretudo na Exortação Apostólica Orientale lumen, é por mim compartilhada de modo pleno, juntamente com os bons votos de que as Igrejas Orientais católicas "floresçam" para desempenhar "com renovado vigor apostólico a missão que lhes foi confiada... de promover a unidade de todos os cristãos, especialmente orientais, segundo o decreto sobre o ecumenismo..." (Orientalium Ecclesiarum
OE 1). O horizonte ecuménico está muitas vezes ligado ao inter-religioso. Nestes dois âmbitos, é toda a Igreja que tem necessidade da experiência de convivência que as vossas Igrejas amadureceram a partir do primeiro milénio cristão.

Venerados Irmãos, neste encontro fraterno, das vossas intervenções hão-de sobressair certamente as problemáticas que vos afligem e que poderão encontrar orientações adequadas nas sedes competentes. Gostaria de vos assegurar que estais constantemente no meu pensamento e na minha oração. Não esqueço, de modo particular, o apelo de paz que depositastes nas minhas mãos, no final da Assembleia do Sínodo dos Bispos do passado mês de Outubro. E, falando de paz, o pensamento vai em primeiro lugar para as regiões do Médio Oriente. Portanto, aproveito a ocasião para dar o anúncio da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, por mim convocada e que terá lugar de 10 a 24 de Outubro de 2010, sobre o tema: "A Igreja católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho: "A multidão daqueles que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma" (Ac 4,32)".

Enquanto faço votos por que a reunião de hoje produza os frutos almejados, invocando a intercessão maternal de Maria Santíssima, é de coração que vos abençoo, bem como a todas as Igrejas Orientais católicas.








POR OCASIÃO DO ENCONTRO COM OS BISPOS ORDENADOS DURANTE O ÚLTIMO ANO ORGANIZADO PELA CONGREGAÇÃO PARA OS BISPOS E A CONGREGAÇÃO PARA AS IGREJAS ORIENTAIS Palácio Pontifício de Castel Gandolfo

Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009


Caros Irmãos no Episcopado

Obrigado de coração pela vossa visita, por ocasião do congresso promovido pelos Bispos que há pouco empreenderam o seu ministério pastoral. Estes dias de reflexão, de oração e de actualização são verdadeiramente propícios para vos ajudar, queridos Irmãos, a familizar melhor com as tarefas que sois chamados a assumir como Pastores de comunidades diocesanas; são também dias de convivência amistosa, que constituem uma experiência singular daquela "collegialitas affectiva" que une todos os Bispos no único corpo apostólico, juntamente com o Sucessor de Pedro, "fundamento perpétuo e visível da unidade" (Lumen gentium LG 23). Estou grato ao Cardeal Giovanni Battista Re, Prefeito da Congregaçãopara os Bispos, pelas amáveis expressões que me dirigiu em vosso nome; saúdo o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, o Cardeal Pell, Arcebispo de Sydney na Austrália, e exprimo o meu reconhecimento a quantosdevários modos colaboram para a organização deste encontro anual.

990 Este ano, como o Cardeal Re já mencionou, o vosso congresso insere-se no contexto do Ano sacerdotal, proclamado por ocasião do 150º aniversário da morte de São João Maria Vianney. Como escrevi na Carta enviada para esta circunstância a todos os sacerdotes, este ano especial "quer contribuir para promover o compromisso de renovação interior de todos os sacerdotes, para um seu testemunho evangélico mais forte e incisivo no mundo de hoje". A imitação de Jesus Bom Pastor é, para cada sacerdote, o caminho obrigatório da sua santificação e a condição essencial para exercer responsavelmente o ministério pastoral. Se isto é válido para os presbíteros, é ainda mais válido para nós, estimados Irmãos Bispos. Aliás, é importante não esquecermos que uma das tarefas essenciais do Bispo é precisamente a de ajudar, mediante o exemplo e o apoio fraterno, os sacerdotes a seguirem fielmente a sua vocação e a trabalharem com entusiasmo e amor na vinha do Senhor.

A este propósito, na Exortação Apostólica pós-sinodal Pastores gregis, o meu venerado predecessor João PauloII pôde observar que o gesto do sacerdote, quando põe as suas mãos nas mãos do Bispo no dia da ordenação presbiteral, compromete ambos: o sacerdote e o Bispo. O neopresbítero escolhe confiar-se ao Bispo e, por sua vez, o Bispo compromete-se a salvaguardar aquelas mãos (cf. n. 47). Em última análise, esta é uma tarefa solene que se configura para o Bispo como responsabilidade paterna, ao conservar e promover a identidade sacerdotal dos presbíteros confiados aos seus cuidados pastorais, uma identidade que hoje, infelizmente, vemos posta à prova pela secularização crescente. Portanto, o Bispo — continua a Pastores gregis — "procurará sempre comportar-se com os seus sacerdotes como pai e irmão que os ama, escuta, acolhe, corrige, conforma, busca a sua colaboração e cuida o melhor possível do seu bem-estar humano, espiritual, ministerial e económico" (Ibid., n. 47).

De modo especial, o Bispo é chamado a alimentar nos sacerdotes a vida espiritual, para favorecer neles a harmonia entre a oração e o apostolado, olhando para o exemplo de Jesus e dos Apóstolos, que Ele chamou, como nos diz São Marcos, antes de tudo para que "permanecessem com Ele" (
Mc 3,14). Efectivamente, uma condição indispensável para que produza frutos de bem é que o presbítero permaneça unido ao Senhor; aqui está o segredo da fecundidade do seu ministério: somente se estiver incorporado em Cristo, autêntica Videira, dará fruto. A missão de um presbítero e, com maior razão, de um Bispo, comporta hoje em dia uma quantidade de trabalho que tende a absorvê-lo continua e totalmente. As dificuldades aumentam e as incumbências vão-se multiplicando, também porque nos encontramos diante de realidades novas e de maiores exigências pastorais. Todavia, a atenção aos problemas de todos os dias e às iniciativas destinadas a conduzir os homens pelo caminho de Deus nunca devem distrair-nos da união íntima e pessoal com Cristo, desta permanência com Ele. O facto de estarmos à disposição das pessoas não deve diminuir nem ofuscar a nossa disponibilidade para o Senhor. O tempo que o sacerdote e o Bispo consagram a Deus na oração é sempre o melhor utilizado, pois que a oração é a alma da actividade pastoral, a "linfa" que lhe infunde vigor, é o sustentáculo nos momentos de incerteza e de desânimo, e a nascente inesgotável de fervor missionário e de amor fraterno para com todos.

No centro da vida sacerdotal está a Eucaristia. Na Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, sublinhei o modo como "a Santa Missa é formadora no sentido mais profundo do termo, enquanto promove a configuração a Cristo e reforça o sacerdote na sua vocação" (n. 80). Por conseguinte, a celebração eucarística ilumine toda a vossa jornada e a dos vossos sacerdotes, imprimindo a sua graça e a sua influência espiritual nos momentos tristes ou alegres, agitados ou tranquilos, de acção ou de contemplação. Um modo privilegiado de prolongar no dia a misteriosa acção santificadora da Eucaristia é a recitação devota da Liturgia das Horas, assim como a adoração eucarística, a lectio divina e recitação contemplativa do Rosário. O Santo Cura d'Ars ensina-nos como são preciosas a identificação do sacerdote com o Sacrifício eucarístico e a educação dos fiéis na presença eucarística e na comunhão. Com a Palavra e os Sacramentos — recordei na Carta aos Sacerdotes — São João Maria Vianney edificou o seu povo. No momento da sua nomeação como pároco de Ars, o Vigário-Geral da Diocese de Belley disse-lhe: "Não há muito amor de Deus naquela paróquia, mas tu incutir-lho-ás!". E aquela paróquia foi transformada.

Prezados novos Bispos, obrigado pelo serviço que prestais à Igreja, com dedicação e amor. Saúdo-vos com carinho e asseguro-vos o meu apoio constante, unido à oração a fim de "irdes e dardes fruto, e para que o vosso fruto permaneça" (Jn 15,16). Por isso, invoco a intercessão de Maria, Regina Apostolorum e concedo-vos de coração, a vós, aos vossos presbíteros e às vossas comunidades diocesanas, uma especial Bênção apostólica.







Discursos Bento XVI 20909