Discursos Bento XVI 1014

1014 Invoco de coração sobre a sua pessoa, sobre a sua família e colaboradores, assim como sobre todos os Iranianos, a abundância das Bênçãos do Altíssimo.




AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA PLENÁRIA DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA AS COMUNICAÇÕES SOCIAIS Quinta-feira, 29 de Outubro de 2009

Senhores Cardeais
Venerados Irmãos no Episcopado
e no Sacerdócio
Queridos irmãos e irmãs!

É com grande alegria que vos dou as minhas cordiais boas-vindas por ocasião da Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Desejo antes de tudo expressar a minha gratidão a D. Claudio Maria Celli, Presidente do vosso Pontifício Conselho, pelas gentis palavras que me dirigiu em nome de todos vós. Estendo a minha saudação aos seus colaboradores e a vós aqui presentes, agradecendo-vos a contribuição que ofereceis aos trabalhos da Plenária, e o serviço que prestais à Igreja no campo das comunicações sociais.

Nestes dias detendes-vos a reflectir sobre as novas tecnologias da comunicação. Também um observador pouco atento pode facilmente verificar que no nosso tempo, graças precisamente às mais modernas tecnologias, está a realizar-se uma verdadeira revolução no âmbito das comunicações sociais, da qual a Igreja vai tomando cada vez mais consciência responsável. De facto, estas tecnologias tornam possível uma comunicação rápida e invasiva, com uma ampla partilha de ideias e de opiniões; facilitam a aquisição de informações e de notícias de modo pormenorizado e acessível a todos. O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais segue há tempos esta surpreendente e veloz evolução da mídia, fazendo tesouro das intervenções do magistério da Igreja. Gostaria de recordar aqui em particular, duas Instruções Pastorais: a Communio et progressio do Papa Paulo VI e a Aetatis novae querida por João Paulo II. Dois importantes documentos dos meus venerados Predecessores, que favoreceram e promoveram na Igreja uma ampla sensibilização sobre estas temáticas. Além disso, as grandes mudanças sociais que se verificaram nos últimos vinte anos solicitaram e continuam a solicitar uma atenta análise sobre a presença e acção da Igreja neste campo. O Servo de Deus João Paulo II na Encíclica Redemptoris missio (1990) recordou que "o uso dos mass media, no entanto, não tem somente a finalidade de multiplicar o anúncio do Evangelho: trata-se de um facto muito mais profundo porque a própria evangelização da cultura moderna depende, em grande parte, da sua influência". E acrescentou: "Não é suficiente portanto usá-los para difundir a mensagem cristã e o Magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta "nova cultura" criada pelas modernas comunicações" (n. 37c). De facto, a cultura moderna brota, ainda antes do que dos conteúdos, do próprio facto da existência de novos modos de comunicar que utilizam linguagens novas, se servem de novas técnicas e criam novas atitudes psicológicas. Tudo isto constitui um desafio para a Igreja chamada a anunciar o Evangelho aos homens do terceiro milénio mantendo o seu conteúdo inalterado, mas tornando-o compreensível também graças a instrumentos e modalidades adequadas à mentalidade e às culturas de hoje.

Os meios de comunicação social, assim chamados no Decreto conciliar Inter mirifica, assumiram hoje potencialidades e funções que naquela época talvez não se imaginassem. O carácter multimedial e a interactividade estrutural de cada um dos novos meios de comunicação tem, de certo modo, diminuído a especificidade de cada um deles, gerando gradualmente uma espécie de sistema global de comunicação, pelo que, mesmo mantendo cada meio o seu carácter peculiar, a evolução actual do mundo da comunicação obriga cada vez mais a falar de uma única forma comunicativa, que sintetiza as diversas vozes ou as coloca em estreita relação recíproca. Queridos amigos, muitos de vós sois peritos na matéria e podeis analizar com maior profissionalidade as várias dimensões deste fenómeno, incluindo sobretudo as antropológicas. Gostaria de aproveitar a ocasião para convidar quantos na Igreja trabalham no âmbito da comunicação e desempenham responsabilidades de guia pastoral a saber enfrentar os desafios que estas novas tecnologias apresentam à evangelização.

Na Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, ressaltando a importância que as novas tecnologias têm, encorajei os responsáveis dos processos comunicativos a todos os níveis, a promover uma cultura do respeito pela dignidade e pelo valor da pessoa humana, um diálogo radicado na busca sincera da verdade, da amizade não finalizada a si mesma, mas capaz de desenvolver os dons de cada um para os pôr ao serviço da comunidade humana. Deste modo a Igreja exerce aquela que poderíamos definir uma "diaconia da cultura" no actual "continente digital", percorrendo os seus caminhos para anunciar o Evangelho, a única Palavra que pode salvar o homem. Compete ao Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais aprofundar cada elemento da nova cultura da mídia, começando pelos aspectos éticos, e exercer um serviço de orientação e de guia para ajudar as Igrejas particulares a compreender a importância da comunicação, que já representa um ponto firme e irrenunciável de cada plano pastoral. Aliás, precisamente as características dos novos meios tornam possível, também em larga escala e na dimensão globalizada que ela assumiu, uma acção de consultação, de partilha e de coordenação que, além de incrementar uma difusão eficaz da mensagem evangélica, evita por vezes uma inútil dispersão de forças e de recursos. Para os crentes a necessária valorização das novas tecnologias mediáticas deve ser sempre apoiada por uma visão de fé constante, sabendo que, além dos meios que se utilizam, a eficácia do anúncio do Evangelho depende em primeiro lugar da acção do Espírito Santo, que guia a Igreja e o caminho da humanidade.

Queridos irmãos e irmãs, celebra-se este ano o cinquentenário da fundação da Filmoteca Vaticana, querida pelo meu venerado predecessor, o Beato João XXIII, e que recolheu e catalogou material filmado desde 1896 até hoje capaz de ilustrar a história da Igreja. Portanto, a Filmoteca Vaticana possui um rico património cultural, que pertence a toda a humanidade. Ao exprimir a minha profunda gratidão por quanto já foi realizado, encorajo a prosseguir este interessante trabalho de recolha, que documenta as etapas do caminho da cristandade, através do testemunho sugestivo da imagem, para que estes bens sejam conservados e conhecidos. Agradeço mais uma vez a todos vós aqui presentes a contribuição que ofereceis à Igreja num âmbito importante como nunca, como o das Comunicações Sociais, e garanto-vos a minha oração para que a acção do vosso Pontifício Conselho continue a dar muitos frutos. Invoco sobre cada um de vós a intercessão de Nossa Senhora e concedo a todos a Bênção Apostólica.



À SENHORA DELIA CÁRDENAS CHRISTIE

NOVA EMBAIXADORA DO PANAMÁ JUNTO DA SANTA SÉ POR OCASIÃO DA APRESENTAÇÃO DAS CARTAS CREDENCIAIS


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Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009




Senhora Embaixadora!

Sinto-me feliz por recebê-la neste acto solene em que Vossa Excelência apresenta as Cartas que a acreditam como Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República do Panamá junto da Santa Sé.

Agradeço-lhe as amáveis palavras que me dirigiu, assim como a cordial saudação da parte do Presidente da República, Sua Excelência o Senhor Ricardo Martinelli Berrocal. Peço-lhe que tenha a bondade de lhe transmitir os meus melhores votos no desempenho da sua missão, recordando com apreço a cortesia e a cordialidade mostradas no nosso recente encontro em Castel Gandolfo.

Vossa Excelência está aqui em representação de uma Nação que mantém relações bilaterais fluídas e frutuosa com a Santa Sé. A visita do Senhor Presidente do Panamá, à qual já me referi, é uma significativa demonstração do bom entendimento existente, já manifestado no acordo assinado no passado dia 1 de Julho de 2005, que se espera que seja prontamente ratificado, e se possa erigir assim uma circunscrição eclesiástica que assista pastoralmente as Forças de Segurança panamenses.

No contexto das respectivas competências e do respeito recíproco, o trabalho da Igreja, que devido à sua missão não se confunde com o do Estado, nem se pode identificar com programa político algum, move-se num âmbito de natureza religiosa e espiritual, que tende para a promoção da dignidade do ser humano e para a tutela dos seus direitos fundamentais. No entanto, esta distinção não implica indiferença ou desconhecimento mútuo, já que, embora sob título diverso, Igreja e Estado convergem para o bem comum dos mesmos cidadãos, estando ao serviço da sua vocação pessoal e social (cf. Gaudium et spes
GS 76). De igual modo, as funções diplomáticas procuram fomentar a grande causa do homem e incrementar a concórdia entre os povos, e por isso a Santa Sé tem grande consideração e estima pela tarefa que hoje, Vossa Excelência, começa a desempenhar.

A identidade do seu país, que se forjou durante séculos como um mosaico de etnias, povos e culturas, apresenta-se como um sinal eloquente diante de toda a família humana de que é possível uma convivência pacífica entre pessoas de origens diversas, num clima de comunhão e cooperação. Esta pluralidade humana deve ser considerada um elemento de riqueza e uma vertente que se potenciará cada vez mais, estando conscientes de que o factor humano é o primeiro capital que se deve preservar e valorizar (cf. Caritas in veritate ). A este respeito, encorajo todos os seus compatriotas a trabalhar para uma maior igualdade social, económica e cultural nos diversos sectores da sociedade, de modo que renunciando aos interesses egoístas, garantindo a solidariedade e conciliando as vontades se afaste, nas palavras do Papa Paulo VI, "o escândalo de desproporções revoltantes" (Populorum progressio PP 9).

A mensagem do Evangelho teve um papel essencial e construtivo na configuração da identidade panamense, formando parte do património espiritual e do acerbo cultural dessa Nação. Um testemunho luminoso disso é a Bula "Pastoralis officii debitum", na qual, a 9 de Setembro de 1513, o Papa Leão X erigia canonicamente a diocese de Santa Maria "La Antigua", a primeira em terra firme do continente americano. Para comemorar o v centenário deste acontecimento tão significativo, a Igreja no país está a preparar diversas iniciativas, que demonstrarão quanto está arraigada a comunidade eclesial na sua Pátria, que não pretende outro bem senão o do próprio povo, do qual ela faz parte e a quem serviu e serve com clarividência e generosidade. Peço a Deus que estes notáveis sucessos enriqueçam a vida cristã de todos os amados filhos dessa Nação, a fim de que a fé continue a ser fonte inspiradora para enfrentar de maneira positiva e frutuosa os desafios que actualmente essa República enfrenta. Nesse sentido, é justo reconhecer as numerosas acções de promoção humana e social que as dioceses, as paróquias, as comunidades religiosas, as associações laicais e os movimentos de apostolado realizam no Panamá, contribuindo de maneira decisiva para dinamizar o presente e revigorar o desejo intenso de um futuro esperançoso para a sua Pátria. Tem especial relevância a presença da Igreja no campo educativo e na assistência aos pobres, aos doentes, aos encarcerados e aos emigrantes, e na defesa de aspectos tão primordiais como o empenho pela justiça social, a luta contra a corrupção, o trabalho em prol da paz, a inviolabilidade do direito à vida humana desde o momento da sua concepção até à sua morte natural, assim como na salvaguarda da família baseada no matrimónio entre um homem e uma mulher. Estes são elementos insubstituíveis para criar um tecido social saudável e edificar uma sociedade vigorosa, precisamente pela solidez dos valores morais que a sustentam, enobrecem e dignificam.

Neste contexto, não posso deixar de reconhecer o compromisso que as autoridades panamenses manifestaram reiteradamente em fortalecer as instituições democráticas e uma vida pública fundamentada em robustos pilares éticos. A este respeito, não se devem poupar esforços para fomentar um sistema jurídico eficiente e independente, e é preciso agir em todos os âmbitos com honradez, transparência na gestão comunitária, profissionalidade e deligência na resolução dos problemas relativos aos cidadãos. Isto favorecerá o desenvolvimento de uma sociedade justa e fraterna, na qual nenhum sector da população se sentirá esquecido ou próximo da violência e da marginalização.

O momento actual convida-nos a todos, às instituições e aos responsáveis do destino dos povos, a reflectir seriamente sobre os fenómenos que se produzem no plano internacional e local. É digna de menção a valiosa função que o Panamá está a desempenhar em prol da estabilidade política da área centro-americana, num momento em que a conjuntura actual ressalta que um progresso consistente e harmonioso da comunidade humana não depende exclusivamente do desenvolvimento económico ou das descobertas tecnológicas. Estes aspectos devem necessariamente ser completados com outros de carácter ético e espiritual, dado que uma sociedade progride sobretudo quando nela abundam pessoas com rectidão interior, conduta irreprensível e vontade firme de se esforçar pelo bem comum, e que, além disso, incutam nas novas gerações um verdadeiro humanismo, semeado na família e cultivado na escola, de modo que o impulso da Nação seja o fruto do crescimento integral da pessoa e de todas as pessoas (cf. Caritas in veritate ).

Senhora Embaixadora, antes de concluir o nosso encontro, renovo a minha saudação e boas-vindas a Vossa Excelência e aos seus entes queridos, ao mesmo tempo que lhe desejo um trabalho fecundo, juntamente com o pessoal dessa Missão diplomática, a favor do seu país, tão próximo do coração do Papa.

1016 Com estes sentimentos, coloco nas mãos da Santíssima Virgem Maria, Nossa Senhora "La Antigua", as esperanças e os desafios do querido povo panamense, para o qual suplico ao Senhor abundantes bênçãos.




AOS PARTICIPANTES NO ENCONTRO PROMOVIDO PELO OBSERVATÓRIO VATICANO POR OCASIÃO DO ANO INTERNACIONAL DA ASTRONOMIA Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009

Eminência
Senhoras e Senhores

Estou feliz por saudar esta assembleia de distintos astrónomos vindos de todas as partes do mundo e que se encontram no Vaticano para a celebração do Ano Internacional da Astronomia; agradeço ao Cardeal Lajolo pelas suas amáveis palavras de introdução. Esta celebração, que marca o quarto centenário das primeiras observações do céu através do telescópio realizadas por Galileu Galilei, convida-nos a considerar o imenso progresso do conhecimento científico na idade moderna e, de modo particular, a dirigir de novo o nosso olhar para os céus num espírito de maravilha, contemplação e compromisso na busca da verdade, onde quer que ela se encontre.

O vosso encontro também coincide com a inauguração das novas instalações do Observatório do Vaticano em Castel Gandolfo. Como sabeis, a história do Observatório está ligada de modo muito real à figura de Galileu, às controvérsias que rodeiam a sua pesquisa, e à tentativa da Igreja de alcançar uma compreensão correcta e frutuosa da relação entre ciência e religião. Aproveito esta ocasião para manifestar a minha gratidão, não só pelos cuidadosos estudos que esclareceram o contexto histórico exacto da condenação de Galileu, mas também pelos esforços de quantos estão empenhados no diálogo e na reflexão a decorrer sobre a complementaridade da fé e da razão ao serviço de um entendimento integral do homem e do seu lugar no universo. Estou particularmente grato aos funcionários do Observatório, e aos amigos e benfeitores da Fundação do Observatório do Vaticano, pelos seus esforços para promover a pesquisa, as oportunidades educacionais e o diálogo entre a Igreja e o mundo da ciência.

O Ano Internacional da Astronomia tem a intenção, não por último, de capturar novamente, para as pessoas de todo o mundo, a extraordinária maravilha e o espanto que caracterizaram a grande era das descobertas do século xvi. Penso, por exemplo, na exultação sentida pelos cientistas do Colégio Romano que a poucos passos daqui levaram a cabo as observações e os cálculos que conduziram à adopção do calendário gregoriano em todo o mundo. Na nossa época, em equilíbrio na orla de descobertas científicas talvez ainda maiores e de maior alcance, beneficiar-se-ia daquele mesmo sentido de temor e desejo para alcançar uma síntese do conhecimento verdadeiramente humanista que inspirou os pais da ciência moderna. Quem pode negar que a responsabilidade pelo futuro da humanidade, e com efeito, o respeito pela natureza e pelo mundo ao nosso redor, exija hoje mais do que nunca observação atenta, julgamento crítico, paciência e disciplina que são essenciais para o método científico moderno? Ao mesmo tempo, os grandes cientistas da época da descoberta também nos recordam que o conhecimento verdadeiro é sempre dirigido para a sabedoria, e em vez de limitar os olhos da mente, convida-nos a elevar o nosso olhar para o mais alto domínio do espírito.

Conhecimento, numa palavra, deve ser entendido e perseguido em toda a sua amplitude libertadora. Certamente, ele pode ser reduzido a cálculos e experiências, mas se aspira a ser sabedoria, capaz de orientar o homem à luz dos seus primórdios e dos resultados finais, deve comprometer-se na perseguição daquela verdade última que, estando além da nossa compreensão total, não obstante é a chave para a nossa felicidade e liberdade autênticas (cf. Jn 8,32), a medida da nossa verdadeira humanidade, e o critério para uma relação justa com o mundo físico e com os nossos irmãos e irmãs na grande família humana.

Queridos amigos, a cosmologia moderna mostrou-nos que não somos nós, nem a terra onde vivemos, o centro do nosso universo, composto por milhões de galáxias, cada uma delas com inumeráveis estrelas e planetas. Além disso, enquanto procuramos responder ao desafio deste Ano levantar os nossos olhos para o céu a fim de redescobrir o nosso lugar no universo como não ser alcançados pela admiração expressa pelo Salmista há tanto tempo? Contemplando o céu estrelado, ele chorou com maravilha diante do Senhor: "Quando contemplo os céus, obra das Vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós fixastes; que é o homem, para Vos lembrardes dele, o Filho do homem, para dele cuidardes?" (Ps 8,4-5). É minha esperança que a maravilha e a exaltação que devem ser os frutos deste Ano Internacional da Astronomia conduzam além da contemplação das maravilhas da criação à contemplação do Criador, e do Amor que é o motivo subjacente da sua criação o Amor que, nas palavras de Dante Alighieri "move o sol e todas as estrelas" (Paraíso, XXXIII, 145). A Revelação diz-nos que, no tempo destinado, a Palavra através de quem criou todas as coisas veio para viver no meio de nós. Em Cristo, o novo Adão, nós reconhecemos o verdadeiro centro do universo e de toda a história, e n'Ele, o Logos encarnado, vemos a medida total da nossa grandeza como seres humanos, dotados de razão e chamados para um destino eterno.

Com estas reflexões, queridos amigos, saúdo-vos a todos com respeito e estima, e formulo bons votos pela vossa pesquisa e ensino. Sobre vós, as vossas famílias e entes queridos invoco cordialmente as bênçãos de Deus Todo-Poderoso de sabedoria, alegria e paz.



AO SENHOR NIKOLA IVANOV KADULOV

NOVO EMBAIXADOR DA BULGÁRIA JUNTO DA SANTA SÉ Sábado, 31 de Outubro de 2009



1017 Senhor Embaixador!

Sinto-me feliz por receber Vossa Excelência nesta circunstância solene da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador extraordinário e plenipotenciário da República da Bulgária junto da Santa Sé. Agradeço-lhe, Senhor Embaixador, as amáveis palavras que me dirigiu. Ficar-lhe-ia grato pela amabilidade de expressar ao Presidente da República, Sr. Georgi Parvanov, os meus cordiais votos pela sua pessoa assim como pelo bem-estar e progresso do povo búlgaro.

Por meu lado, felicito-me pelas boas relações que a Bulgária mantém com a Santa Sé, na dinâmica criada pela viagem do meu predecessor João Paulo II ao seu país em 2002. Estas relações merecem ser intensificadas ainda mais e alegro-me por ouvir os seus votos de trabalhar com fervor para fortalecer e expandir este âmbito.

Neste Outono, celebramos o vigésimo aniversário da queda do muro de Berlim que permitiu que a Bulgária fizesse a escolha da democracia e de reencontrar as relações livres e autónomas com todo o Continente europeu. Sei que o seu país faz hoje importantes esforços em vista de uma integração ainda mais forte na União Europeia da qual faz parte desde 1 de Janeiro de 2007. É importante que neste processo da construção europeia cada povo não sacrifique a própria identidade cultural, mas ao contrário encontre os meios para que ela dê bons frutos, que irão enriquecer o conjunto comunitário. Pela sua posição geográfica e cultural, é muito apreciado o facto que, como Vossa Excelência acabou de expressar, a sua Nação não tem só a preocupação do seu destino, mas manifesta grande atenção aos países vizinhos e trabalha para favorecer os seus vínculos com a União Europeia. A Bulgária desempenha também indubitavelmente um papel importante na construção de relações pacíficas entre os países que a circundam, assim como na defesa e na promoção dos direitos do homem.

Como Vossa Excelência também evidenciou, esta preocupação pelo bem comum dos povos não se pode limitar às fronteiras do Continente, mas é necessário também estar atentos a criar as condições de uma mundialização bem sucedida. Para que ela possa ser vivida positivamente, é preciso que sirva "o homem todo e todos os homens". Foi este princípio que eu quis ressaltar com vigor na minha recente Encíclica Caritas in veritate. De facto, é fundamental que o desenvolvimento legítimo procurado não diga respeito unicamente ao campo económico, mas tenha em consideração a integridade da pessoa humana. A medida do homem não reside no seu ter, mas no desenvolvimento do seu ser segundo todas as potencialidades que a sua natureza contém. Este princípio encontra a sua razão última no amor criador de Deus, que revela plenamente a Palavra divina. Neste sentido, para que o desenvolvimento do homem e da sociedade seja autêntico, deve necessariamente incluir uma dimensão espiritual (nn. 76-77). Exige também da parte de todos os responsáveis públicos uma grande exigência moral consigo mesmos a fim de poder gerir a parte de autoridade que lhes é confiada, de modo eficaz e abnegado. A cultura cristã que impregna profundamente o vosso povo não é unicamente um tesouro do passado que se deve conservar, mas também um penhor para um futuro verdadeiramente prometedor porque protege o homem das tentações que ameaçam sempre fazê-lo esquecer a sua grandeza, assim como a unidade do género humano e as exigências de solidariedade que ela comporta.

Animada por esta intenção a comunidade católica na Bulgária deseja trabalhar pelo sucesso de toda a população. Esta preocupação partilhada pelo bem comum constitui um dos elementos que deveriam facilitar o diálogo entre as diversas e numerosas comunidades religiosas que constituem o panorama cultural da sua antiga Nação. Para que este diálogo seja sincero e construtivo, é preciso um conhecimento e uma estima recíproca que os poderes públicos podem em grande medida favorecer mediante a consideração que sentem pelas diferentes famílias espirituais. Por seu lado, a comunidade católica expressa o desejo de ser generosamente aberta a todos e trabalhar com todos; ela demonstra-o através das suas obras sociais, cujos benefícios não destina unicamente aos seus membros.

É de modo caloroso que, por seu intermédio, Senhor Embaixador, desejo saudar os bispos, os sacerdotes, os diáconos e todos os fiéis que formam a comunidade católica do seu país. Convido-os a considerar as grandes riquezas que Deus, na sua imensa misericórdia, insuflou nos seus corações de crentes e, por este motivo, a comprometer-se com audacidade, através de uma cooperação tão estreita quanto possível com todos os cidadãos de boa vontade, a testemunhar a todos os níveis a dignidade que Deus inscreveu no ser humano.

No momento em que Vossa Excelência inicia oficialmente as suas funções junto da Santa Sé, formulo os melhores votos pelo feliz cumprimento da sua missão. Tenha a certeza, Senhor Embaixador, de que encontrará sempre junto dos meus colaboradores a atenção e a compreensão cordiais que a sua nobre função merece assim como o afecto do Sucessor de Pedro pelo seu país. Ao invocar a intercessão da Virgem Maria e dos Santos Cirilo e Metódio, peço ao Senhor que derrame generosamente Bênçãos sobre Vossa Excelência, sobre a sua família e colaboradores, assim como sobre o povo búlgaro e os seus dirigentes.



VISITA PASTORAL A BRÉSCIA E CONCESIO


BREVE VISITA À PARÓQUIA DE BOTTICINO SERA ONDE ESTÁ SEPULTADO O SACERDOTE ARCANGELO TADINI 8 de Novembro de 2009

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Bréscia

Domingo, 8 de Novembro de 2009




Queridos irmãos e irmãs, sinto-me muito feliz por estar na Paróquia do Santo Tadini. Canonizei-o há pouco tempo e fui edificado por esta figura de vida espiritual e, ao mesmo tempo, de grande personalidade na vida social dos séculos XIX e XX. Ele deu, com a sua obra, um dom à humanidade e convida-nos a todos a amar a Deus, amar a Cristo, amar a Nossa Senhora e doar este amor aos outros; trabalhar para que nasça um mundo fraterno no qual cada um não viva para si mesmo, mas para os outros. Então, obrigado por este acolhimento tão caloroso. Sinto grande alegria por ver aqui a Igreja viva e alegre. Desejo-vos um bom domingo e muitas felicidades. Parabéns, obrigado...



ENCONTRO PARA A INAUGURAÇÃO DA NOVA SEDE DO INSTITUTO PAULO VI E PARA CONFERIR O PRÉMIO INTERNACIONAL

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Auditorium Vittorio Montini do Instituto Paulo VI - Concesio

Domingo, 8 de Novembro de 2009



Senhores Cardeais
Venerados Irmãos Bispos e sacerdotes
Queridos amigos!

Agradeço-vos cordialmente por me terdes convidado para inaugurar a nova sede do Instituto dedicado a PauloVI, construída ao lado da sua casa natal. Saúdo cada um de vós com afecto, começando pelos Senhores Cardeais, Bispos, Autoridades e Personalidades presentes. Dirijo uma saudação particular ao presidente Giuseppe Camadini, grato pelas gentis palavras que me dirigiu, ilustrando as origens, a finalidade e as actividades do Instituto. Participo de bom grado na solene cerimónia do "Prémio internacional PauloVI", designado este ano à colecção francesa "Sources Chrétiennes". Uma escolha dedicada ao âmbito educativo, que pretende pôr em realce – como foi bem ressaltado – o compromisso prodigalizado por esta histórica colecção, fundada em 1942 por Henri De Lubac e Jean Daniélou, entre outros, para uma renovada descoberta das fontes cristãs antigas e medievais. Agradeço ao Director Bernard Meunier pela saudação que me dirigiu. Aproveito esta propícia ocasião para vos encorajar, queridos amigos, a realçar sempre mais a personalidade e a doutrina deste grande Pontífice, não tanto sob o ponto de vista hagiográfico e celebrativo, quanto ao contrário – e isto foi justamente frisado – no sinal da pesquisa científica, para oferecer uma contribuição ao conhecimento da verdade e à compreensão da história da Igreja e dos Pontífices do século XX. Na medida em que é conhecido melhor, o Servo de Deus Paulo VI é sempre apreciado e amado mais. Uniu-me ao grande Papa um vínculo de afecto e devoção desde os anos do Concílio Vaticano II. Como não recordar que em 1977 foi precisamente Paulo VI quem me confiou o cuidado pastoral da diocese de Munique, criando-me também Cardeal? Sinto de dever a este grande Pontífice tanta gratidão pela estima que manifestou em relação a mim em diversas ocasiões.

Gostaria de aprofundar, nesta sede, os diversos aspectos da sua personalidade; mas limitarei as minhas considerações a um só aspecto do seu ensinamento, que me parece de grande actualidade e em sintonia com a motivação do Prémio deste ano, isto é, a sua capacidade educativa. Vivemos em tempos nos quais se sente uma verdadeira "emergência educativa". Formar as jovens gerações, das quais depende o futuro, nunca foi fácil, mas neste nosso tempo parece que se tornou ainda mais complexo. Sabem-no bem os pais, os professores, os sacerdotes e quantos desempenham directamente responsabilidades educativas. Vão-se difundindo uma atmosfera, uma mentalidade e uma forma de cultura que levam a duvidar do valor da pessoa, do significado da verdade e do bem, em última análise da bondade da vida. Contudo sente-se com vigor uma difundida sede de certezas e de valores. Então, é necessário transmitir às futuras gerações algo que seja válido, regras sólidas de comportamento, indicar objectivos nobres para os quais orientar com decisão a própria existência. Aumenta o pedido de uma educação capaz de assumir as expectativas da juventude; uma educação que seja antes de mais testemunho e, para o educador cristão, testemunho de fé.

Vem-me à mente, a este propósito, esta incisiva frase programática de João Baptista Montini escrita em 1931: "Quero que a minha vida seja um testemunho à verdade... Por testemunho, entendo a conservação, a busca, a profissão da verdade" (Spiritus veritatis, em Colloqui religiosi, Bréscia 1981, p. 81). Este testemunho – escrevia Montini em 1933 – é tornado impelente pela constatação de que "no campo profano, os pensadores, também e talvez especialmente em Itália, nada pensam de Cristo. Ele é um desconhecido, um esquecido, um ausente, em grande parte da cultura contemporânea" (Introdução ao estudo de Cristo, Roma 1933, p. 23). O educador Montini, estudante e sacerdote, Bispo e Papa, sentiu sempre a necessidade de uma presença cristã qualificada no mundo da cultura, da arte e do social, uma presença radicada na verdade de Cristo e, ao mesmo tempo, atenta ao homem e às suas exigências vitais.

Eis por que a atenção ao problema educativo, a formação dos jovens, constitui uma constante no pensamento e na acção de Montini, atenção que lhe deriva também do ambiente familiar. Ele nasceu numa família pertencente ao catolicismo bresciano da época, empenhado e fervoroso em obras, e cresceu na escola do pai, Jorge, protagonista de importantes batalhas pela afirmação da liberdade dos católicos na educação. Num dos primeiros escritos dedicado à escola italiana, João Baptista Montini observava: "Não pedimos outra coisa a não ser um pouco de liberdade para educar como queremos aquela juventude que vem até ao cristianismo atraída pela beleza da sua fé e das suas tradições" (Per la nostra scuola: un libro del prof. Gentile, em Scritti giovanili, Bréscia 1979, p. 73). Montini foi um sacerdote de grande fé e de vasta cultura, um guia de almas, um agudo averiguador do "drama da existência humana". Gerações de jovens universitários encontraram nele, como Assistente da FUCI, um ponto de referência, um formador de consciências, capaz de entusiasmar, de chamar para a tarefa de ser testemunhas em todos os momentos da vida, fazendo transparecer a beleza da experiência cristã. Ao ouvi-lo falar – afirmam os seus estudantes de então – sentia-se o fogo interior que dava alma às suas palavras, em contraste com um físico que se mostrava frágil.

Um dos fenómenos da proposta formativa dos círculos universitários da FUCI por ele guiados consistia em tender para a unidade espiritual da personalidade dos jovens: "não compartimentos separados na alma – dizia ele – cultura de um lado, e fé do outro; escola de um lado e Igreja do outro. A doutrina, como a vida, é única" (Idee=Forze, em Studium 24 [1928], p. 343). Por outras palavras, para Montini eram essenciais a plena harmonia e a integração entre a dimensão cultural e religiosa da formação, com particular realce ao conhecimento da doutrina cristã, e os aspectos práticos da vida. Precisamente por isto, desde o princípio da sua actividade, no círculo romano da FUCI, juntamente com um sério compromisso espiritual e intelectual, ele promoveu para os universitários iniciativas caritativas ao serviço dos pobres, com a conferência de São Vicente. Nunca separava aquela que depois definirá "caridade intelectual" da presença social, com a assunção das necessidades dos últimos. Desta forma, os estudantes eram educados para descobrira continuidade entre o rigoroso dever do estudo e as missões concretas entre os que viviam em barracas. "Pensamos – escrevia – que o católico não é o atormentado por numerosos problemas mesmo que sejam de ordem espiritual... Não! O católico é aquele que tem a fecundidade da segurança. E é assim que, fiel à sua fé, pode olhar para o mundo não como para um abismo de perdição, mas como para uma messe" (La distanza dal mondo, em Azione Fucina,10 de Fevereiro de 1929, p. 1).

João Baptista Montini insistia sobre a formação dos jovens, para os tornar capazes de entrar em relação com a modernidade, uma relação que é difícil e muitas vezes crítica, mas sempre construtiva e dialógica. Da cultura moderna ressaltava algumas características negativas, quer no campo do conhecimento quer no da acção, como o subjectivismo, o individualismo, e a afirmação ilimitada do sujeito. Mas do mesmo modo considerava necessário o diálogo sempre a partir de uma sólida formação doutrinal, cujo princípio unificador era a fé em Cristo; portanto, uma "consciência" cristã madura, capaz de confronto com todos, sem contudo ceder às modas do tempo. Como Pontífice, aos Reitores e Directores das Universidades da Companhia de Jesus disse que "o mimetismo doutrinal e moral certamente não é conforme com o espírito do Evangelho". "Contudo, quem não partilha as posições da Igreja – acrescentou – pede a nós extrema clareza de posições, para poder estabelecer um diálogo construtivo e leal". E portanto o pluralismo cultural e o respeito nunca devem "fazer perder de vista ao cristão o seu dever de servir a verdade na caridade, de seguir aquela verdade de Cristo que, sozinha, dá a verdadeira liberdade" (cf. Insegnamenti XIII, [1975], 817).

Para o Papa Montini o jovem deve ser educado a julgar o ambiente no qual vive e trabalha, a considerar-se como pessoa e não como número na massa: numa palavra, deve ser ajudado a ter um "pensamento forte" capaz de um "agir forte", evitando o perigo, que por vezes se corre, de antepor a acção ao pensamento e de fazer da experiência a fonte da verdade. Afirmou a propósito: "A acção não pode ser luz para si mesma. Se não quisermos obrigar o homem a pensar do modo em que age, é preciso educá-lo a agir como ele pensa. Também no mundo cristão, onde o amor, a caridade têm uma importância suprema, decisiva, não se pode prescindir da luz da verdade, que apresenta ao amor as suas finalidades e motivos" (Insegnamenti II, [1964], 194).

Queridos amigos, os anos da FUCI, difíceis para o contexto político da Itália, mas entusiasmantes para aqueles jovens que reconheceram no Servo de Deus um guia e um educador, permaneceram impressos na personalidade de Paulo VI. Nele, Arcebispo de Milão e depois Sucessor do Apóstolo Pedro, nunca faltaram o anseio e a preocupação pelo tema da educação. Confirmam isto as suas numerosas intervenções dedicadas às novas gerações, em momentos agitados e atormentados, como o Movimento de 68. Indicou com coragem o caminho do encontro com Cristo como experiência educativa libertadora e única resposta verdadeira aos desejos e aspirações dos jovens, que foram vítimas da ideologia. "Vós, jovens de hoje repetia ele por vezes sentis-vos encantados por um conformismo, que se pode tornar habitual, um conformismo que submete inconscientemente a vossa liberdade ao domínio automático de correntes externas de pensamento, de opinião, de sentimento, de acção, de moda: e depois, possuídos por um gregarismo que vos dá a impressão de serdes fortes, tornais-vos por vezes rebeldes em grupo, em massa, muitas vezes sem saber o porquê". "Mas depois – observava ainda – se tomais consciência em Cristo, e aderis a Ele... acontece que interiormente vos tornais livres... sabereis para o que e para quem viver... E ao mesmo tempo, coisa maravilhosa, sentireis nascer em vós a ciência da amizade, da socialização, do amor. Não estareis isolados" (Insegnamenti VI, [1968], 117-118).

Paulo VI definiu-se a si mesmo "velho amigo dos jovens": sabia reconhecer e partilhar o seu tormento quando se debatem entre a vontade de viver, a necessidade de certezas, o anseio pelo amor, e o sentido de desorientamento, a tentação do cepticismo, a experiência da desilusão. Aprendeu a compreender o ânimo deles e recordava que a indiferença agnóstica do pensamento actual, o pessimismo crítico, a ideologia materialista do progresso social não são suficientes para o espírito, aberto a outros horizontes de verdade e de vida (cf. Insegnamenti XII, [1974], 642). Hoje, como então, evidencia-se nas novas gerações um ineludível pedido de significado, uma busca de relações humanas autênticas. Dizia Paulo VI: "o homem contemporâneo ouve mais as testemunhas do que os mestres, ou se ouve os mestres é porque eles são testemunhas" (Insegnamenti XIII, [1975], 1458-1459). Mestre de vida e corajosa testemunha de esperança foi este meu Predecessor, nem sempre compreendido, aliás, várias vezes contrastado e isolado por movimentos culturais então dominantes. Mas, sólido mesmo se frágil fisicamente, guiou sem hesitações a Igreja; nunca perdeu a confiança nos jovens, renovando-lhes, e não só a eles, o convite a confiar em Cristo e a segui-lo pelo caminho do Evangelho.

Queridos amigos, mais uma vez obrigado por me terdes dado a oportunidade de respirar, aqui, na sua terra natal e nestes lugares cheios de recordações da sua família e da sua infância, o clima no qual se formou o Servo de Deus Paulo VI, o Papa do Concílio Vaticano II e do pós-Concílio. Aqui tudo fala da riqueza da sua personalidade e da sua vasta doutrina. Existem aqui significativas memórias também de outros Pastores e protagonistas da história da Igreja do século passado, como por exemplo do Cardeal Bevilacqua, do Bispo Carlo Manziana, de Mons. Pasquale Macchi, seu fiel secretário particular, Padre Paolo Caresana. Desejo de coração que o amor deste Papa pelos jovens, o encorajamento constante a confiar em Jesus Cristo – convite retomado por João Paulo II e que também eu quis renovar precisamente no início do meu Pontificado – seja ouvido pelas novas gerações. Por isso garanto a minha oração, enquanto abençoo todos vós aqui presentes, as vossas famílias, o vosso trabalho e as iniciativas do Instituto Paulo VI.





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