Discursos Bento XVI 31510

NO FINAL DA PROCISSÃO DE ENCERRAMENTO DO MÊS MARIANO Gruta de Lourdes nos Jardins do Vaticano Segunda-feira, 31 de Maio de 2010

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Amados irmãos e irmãs!

Uno-me a vós com grande alegria, no final deste tradicional encontro de oração, que conclui o mês de Maio no Vaticano. Com referência à liturgia hodierna, queremos contemplar Maria Santíssima no mistério da sua Visitação. Na Virgem Maria que vai visitar a prima Isabel reconhecemos o exemplo mais límpido e o significado mais verdadeiro do nosso caminho de crentes e do caminho da própria Igreja. A Igreja por sua natureza é missionária, é chamada a anunciar o Evangelho em toda a parte e sempre, a transmitir a fé a todos os homens e mulheres, em qualquer cultura.

"Por aqueles dias – escreve o evangelista São Lucas – pôs-se Maria a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade de Judá" (
Lc 1,39). A de Maria é uma autêntica viagem missionária. É uma viagem que a leva longe de casa, a impulsiona para o mundo, para lugares distantes dos seus costumes quotidianos, que a faz chegar, num certo sentido, até aos confins por ela alcançáveis. Consiste precisamente nisto, também para todos nós, o segredo da nossa vida de homens e de cristãos. A nossa, como indivíduos e como Igreja, é uma existência projectada para fora de nós. Como já tinha acontecido para Abraão, é-nos pedido para sairmos de nós mesmos, dos lugares das nossas seguranças, para ir em direcção aos outros, a lugares e ambientes diferentes. É o Senhor que no-lo diz: "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas... até aos confins do mundo" (Ac 1,8). E é sempre o Senhor que, neste caminho, nos põe ao lado Maria como companheira de viagem e mãe solícita. Ela tranquiliza-nos, porque nos recorda que connosco está sempre o seu Filho Jesus, segundo quanto prometeu: "Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" (Mt 28,20).

O evangelista escreve que "Maria permaneceu com ela (com a prima Isabel) cerca de três meses" (Lc 1,56). Estas simples palavras dizem a finalidade mais imediata da viagem de Maria. Soube pelo Anjo que Isabel concebera um filho e que estava no sexto mês (cf. Lc 1,36). Mas Isabel era idosa e a proximidade de Maria, ainda muito jovem, podia ser-lhe útil. Por isto Maria vai à sua casa e permanece com ela cerca de três meses, para lhe oferecer aquela proximidade afectuosa, aquela ajuda concreta e todos aqueles serviços quotidianos de que tinha necessidade. Isabel torna-se assim o símbolo de tantas pessoas idosas e doentes, aliás, de todas as pessoas necessitadas de ajuda e de amor. E quantos existem também hoje nas nossas famílias, nas nossas comunidades, nas nossas cidades! E Maria – que se tinha definido "a serva do Senhor" (Lc 1,38) – faz-se serva dos homens. Mais precisamente, serve o Senhor que encontra nos irmãos.

A caridade de Maria, contudo, não se detém na ajuda concreta, mas alcança o seu ápice ao doar o próprio Jesus, ao "fazê-lo encontrar". É ainda São Lucas quem o ressalta: "Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio" (Lc 1,41). Estamos assim no coração e no ápice da missão evangelizadora. Chegamos ao significado mais verdadeiro e à finalidade mais genuína de qualquer caminho missionário: doar aos homens o Evangelho vivente e pessoal, que é o próprio Senhor Jesus. E a de Jesus é uma comunicação e uma doação que – como afirma Isabel – enche o coração de alegria: "Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio" (Lc 1,44). Jesus é o verdadeiro e único tesouro que temos para dar à humanidade. É d'Ele que os homens e as mulheres do nosso tempo têm profunda saudade, mesmo quando parece que o ignoram e rejeitam. É d'Ele que têm grande necessidade a sociedade na qual vivemos, a Europa e o mundo inteiro.

Está confiada a nós esta extraordinária responsabilidade. Vivamo-la com alegria e com empenho, para que a nossa seja deveras uma civilização na qual reinam a verdade, a justiça, a liberdade e o amor, pilares fundamentais e insubstituíveis de uma verdadeira convivência ordenada e pacífica. Vivamos esta responsabilidade permanecendo assíduos na escuta da Palavra de Deus, na união fraterna, na fracção do pão e nas orações (cf. Ac 2,42). Seja esta a graça que juntos esta tarde pedimos à Virgem Santíssima. A todos vós a minha Bênção.





VIAGEM APOSTÓLICA A CHIPRE

(4-6 DE JUNHO DE 2010)


ENTREVISTA DURANTE O VOO RUMO A CHIPRE Sexta-feira, 4 de Junho de 2010

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Pe. Federico Lombardi: Santidade, agradecemos-lhe por estar connosco, como em todas as viagens, e por nos oferecer a sua palavra para orientar a nossa atenção nesses dias, que serão muito intensos. Infelizmente, a primeira pergunta é obrigatória, devido às circunstâncias que ontem nos atingiram tão dolorosamente, o assassínio de D. Padovese, e que para Vossa Santidade foi ocasião de profundíssima dor. Portanto, em nome de todos os colegas, gostaria de lhe pedir que nos dissesse algumas palavras sobre como recebeu esta notícia e como está a viver o início da viagem a Chipre nesta atmosfera.

Papa: Naturalmente, estou muito entristecido pela morte de D. Padovese, que inclusive trabalhou tanto para a preparação do Sínodo; colaborou, e teria sido um elemento precioso nesse Sínodo. Confiemos a sua alma à bondade do Senhor. Contudo, esta sombra não interfere nos temas e na realidade da viagem, porque não devemos atribuir este facto à Turquia ou aos turcos. É um acontecimento sobre o qual temos poucas informações. É certo que não se trata de um assassínio político ou religioso; trata-se de uma vicissitude pessoal. Estamos à espera ainda de todas as explicações, mas não queremos misturar agora esta situação trágica com o diálogo com o islão e com todos os problemas da nossa viagem. É um caso à parte, que nos deixa tristes, mas que não deveria obscurecer de modo algum o diálogo, em todos os sentidos, que será tema e intenção desta viagem.

Pe. Federico Lombardi: Chipre é uma terra dividida. Vossa Santidade não visitará a parte setentrional ocupada pelos turcos. Tem uma mensagem para os habitantes daquela região? E como pensa que a sua visita possa contribuir para resolver a distância entre as partes grega e turca, e proceder rumo a uma solução de convivência pacífica, no respeito pela liberdade religiosa, pelo património espiritual e cultural das diversas comunidades?

Papa: Esta viagem a Chipre, em muitos sentidos, é uma continuação da viagem do ano passado à Terra Santa e deste ano a Malta. A viagem à Terra Santa teve três partes: Jordânia, Israel e Territórios Palestinianos. Para os três, tratava-se de uma viagem pastoral, religiosa; não era uma viagem política ou turística. O tema fundamental era a paz de Cristo, que deve ser paz universal no mundo. Portanto, o tema era: por um lado, o anúncio da nossa fé, o testemunho da fé, a peregrinação a esses lugares que testemunham a vida de Cristo e toda a história santa; por outro, a responsabilidade comum de todos os que crêem num Deus criador do céu e da terra, num Deus à imagem do qual fomos criados. Malta e Chipre acrescentam ainda com força o tema de São Paulo, grande crente, evangelizador e também de São Barnabé, que era cipriota e abriu a porta para a missão de São Paulo. Por conseguinte, testemunho da nossa fé ao único Deus, diálogo e paz são os temas. Paz num sentido muito profundo: não é um acréscimo político à nossa actividade religiosa, mas paz é uma palavra do coração da fé, está no centro do ensinamento paulino; pensemos na Carta aos Efésios, onde diz que Cristo trouxe a paz, destruiu os muros da inimizade. Este permanece um mandato permanente, não venho portanto com uma mensagem política, mas com uma mensagem religiosa, que deveria preparar mais as almas para encontrar a abertura para a paz. Não são coisas que acontecem de hoje para amanhã, mas é muito importante não só fazer os necessários passos políticos, mas sobretudo também, preparar as almas para ser capazes de dar passos políticos necessários, criar aquela abertura interior para a paz, que no final, vem da fé em Deus e da convicção de que somos todos filhos de Deus e irmãos e irmãs entre nós.

Pe. Federico Lombardi: Vossa Santidade visita o Médio Oriente poucos dias depois do ataque israelense à flotilha diante de Gaza, que acrescentou ulteriores tensões ao já difícil processo de paz. Como pensa que a Santa Sé possa contribuir para superar este momento difícil para o Médio Oriente?

Papa: Diria que contribuímos, sobretudo, de modo religioso. Também podemos ajudar com conselhos políticos e estratégicos, mas o trabalho essencial do Vaticano é sempre religioso, que toca o coração. Com todos esses episódios que vivemos, há sempre o perigo de que se perca a paciência, que se diga "agora basta", e já não se queira buscar a paz. E aqui lembro-me, neste Ano sacerdotal, de uma bonita história do pároco de Ars. Às pessoas que lhe diziam: não tem sentido que eu agora vá à confissão e absolvição, porque depois de amanhã estou certo que cometo os mesmos pecados, o Cura d'Ars respondia: Não faz mal, o Senhor de bom grado esquece que tu depois de amanhã cometerás os mesmos pecados, perdoa-te agora completamente, será magnânimo, continuará a ajudar-te e virá ao teu encontro. Assim devemos quase imitar Deus, a sua paciência. Depois de todos os casos de violência, não perder a paciência, a coragem, a magnanimidade de recomeçar; criar estas disposições do coração de recomeçar sempre de novo, na certeza de que podemos ir em frente, chegar à paz, que a violência não é a solução, mas a paciência do bem. Criar esta disposição parece-me o trabalho principal que o Vaticano e os seus órgãos e o Papa podem fazer.

Pe. Federico Lombardi: Santidade, o diálogo com os ortodoxos deu muitos passos em frente sob o ponto de vista cultural, espiritual e da vida. Por ocasião do recente concerto que lhe foi oferecido pelo Patriarca de Moscovo sentiu-se uma profunda sintonia entre ortodoxos e católicos diante dos desafios apresentados ao cristianismo na Europa pela secularização. Qual é a sua avaliação sobre o diálogo, inclusive sob o ponto de vista mais propriamente teológico?

Papa: Antes de mais, gostaria de realçar estes grandes progressos que fizemos no testemunho conjunto dos valores cristãos no mundo secularizado. Esta não é só uma coligação – digamos – moral, política, mas na verdade é profundamente de fé, porque os valores fundamentais pelos quais vivemos neste mundo secularizado não são moralismos, mas a fisionomia fundamental da fé cristã. Quando somos capazes de testemunhar em conjunto estes valores, de nos empenhar no diálogo, no debate deste mundo, no testemunho para viver estes valores, já damos um testemunho fundamental de uma unidade muito profunda da fé. Naturalmente há muitos problemas teológicos mas também aqui os elementos de unidade são fortes. Gostaria de indicar três elementos que nos unem, que nos vêem cada vez mais próximos, nos fazem estar sempre mais perto. Primeiro: a Escritura, a Bíblia, que não é um livro caído do céu, que existe agora e cada um o interpreta, mas cresceu no povo de Deus e vive neste sujeito comum do povo de Deus e só aqui permanece sempre presente e real, isto é, a Bíblia não é isolável, mas está no nexo de tradição e Igreja. Esta consciência é fundamental e pertence ao fundamento de Ortodoxia e Catolicismo e oferece-nos um caminho comum. Como segundo elemento, digamos: a tradição, que nos interpreta, nos abre a porta para a Escritura, tem também uma forma institucional, sagrada, sacramental, desejada pelo Senhor, ou seja, o episcopado; tem uma forma pessoal, isto é, o colégio dos bispos em conjunto é testemunha e presença desta tradição. E terceiro ponto: a chamada regula fidei, isto é, a confissão da fé elaborada nos antigos Concílios é a soma de quanto está na Escritura e abre a "porta" de interpretação. Depois, outros elementos: a liturgia, o comum amor por Nossa Senhora nos une profundamente e cada vez mais nos esclarece que são fundamentos da vida cristã. Devemos ser mais conscientes e inclusive aprofundar os pormenores, mas parece-me que embora as culturas sejam diferentes, as situações diversas tenham criado mal-entendidos e dificuldades, crescemos na consciência do essencial e da unidade do essencial. Gostaria de acrescentar que, naturalmente, não é o debate teológico que cria por si a unidade; é uma dimensão importante, mas toda a vida cristã, o conhecer-se, a experiência da fraternidade, aprender, não obstante a experiência do passado, esta fraternidade comum, são processos que exigem também grande paciência. Todavia, parece-me que estamos precisamente a aprender a paciência, assim como o amor, e com todas as dimensões do diálogo teológico vamos em frente, deixando ao Senhor quando nos doará a unidade perfeita.

Pe. Federico Lombardi: Uma das finalidades desta viagem é a entrega do documento de trabalho do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente. Quais são as suas principais expectativas e esperanças para este Sínodo, para as comunidades cristãs e também para os fiéis de outras confissões nesta região?

Papa: O primeiro ponto importante é que diversos bispos, chefes de Igrejas se encontrem aqui, porque temos muitas Igrejas – vários ritos estão espalhados em diversos países, em situações diversas – e aparecem isolados com frequência, recebem poucas informações do outro; encontrar-se em conjunto, ver-se e assim conhecer-se uns aos outros, os problemas, a diversidade e as situações comuns e formar juntos um juízo sobre a situação, acerca do caminho a empreender. Esta comunhão concreta de diálogo e de vida é um primeiro ponto. Segundo é também a visibilidade destas Igrejas, isto é, que se veja no mundo que há uma grande e antiga cristandade no Médio Oriente, que com frequência não está diante dos nossos olhos e que esta visibilidade nos ajuda inclusive a estar próximos deles, a aprofundar o nosso conhecimento recíproco, a aprender uns com os outros, a ajudar-nos e, deste modo, ajudar também os cristãos do Médio Oriente a não perder a esperança, a permanecer, não obstante as situações possam ser difíceis. Assim terceiro ponto no diálogo entre si abrem-se também ao diálogo com os outros cristãos ortodoxos, arménios, etc., e crescem a consciência comum da responsabilidade cristã e a capacidade comum de diálogo com os irmãos muçulmanos, que são irmãos não obstante as diversidades; e parece-me que chega também o encorajamento, não obstante todos os problemas, para continuar com uma visão comum, o diálogo com eles. Todas as tentativas para uma convivência cada vez mais frutuosa e fraterna são muito importantes. Portanto, este é um encontro interno da cristandade católica do Médio Oriente nos diversos ritos, mas é também um encontro de abertura, de capacidade renovada de diálogo, de coragem e de esperança para o futuro.



CERIMÓNIA DE BOAS-VINDAS Aeroporto Internacional de Paphos Sexta-feira, 4 de Junho de 2010

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Senhor Presidente
Beatitude Crisóstomo
Beatitudes
Excelências
Distintas Autoridades
Senhoras e Senhores!

Salve! A paz esteja convosco! É para mim um grande prazer estar hoje aqui convosco.

Senhor Presidente, estou vivamente grato pelo gentil convite a visitar a República de Chipre. Dirijo as minhas cordiais saudações a Vossa Excelência, ao Governo e ao povo desta Nação, e agradeço-lhe as gentis palavras de boas-vindas. Recordo ainda com gratidão a sua recente visita ao Vaticano e espero com alegria o nosso encontro de amanhã em Nicósia.

Chipre encontra-se na encruzilhada de culturas e religiões, de histórias ao mesmo tempo gloriosas e antigas, mas que ainda mantêm um impacto forte e visível sobre a vida do vosso país. Tendo entrado recentemente na União Europeia, a República de Chipre iniciou a sentir o benefício de intercâmbios económicos e políticos com os outros países europeus. Tal pertença deu ao vosso país também o acesso a mercados, a tecnologias e conhecimentos práticos. É muito desejável que esta pertença dê prosperidade ao vosso país e que os outros países europeus, por sua vez, sejam enriquecidos pela vossa herança espiritual e cultural, que reflecte o vosso papel histórico, encontrando-vos entre a Europa, a Ásia e a África. Possam o amor à vossa Pátria e às vossas famílias e o desejo de viver em harmonia com os vossos vizinhos sob a protecção misericordiosa de Deus omnipotente, inspirar-vos para resolverdes com paciência os problemas que ainda partilhais com a comunidade internacional para o futuro da vossa Ilha.

Seguindo as pegadas dos nossos comuns pais na fé, os Santos Paulo e Barnabé, vim visitar-vos como peregrino e servo dos servos de Deus. Desde que os Apóstolos trouxeram a mensagem cristã a estas margens, Chipre foi abençoado por uma forte herança cristã. Saúdo como irmão naquela fé Sua Beatitude Crisóstomo II, Arcebispo de Nova Justiniana e de todo Chipre, e espero com ansiedade poder encontrar-me logo com muitos outros membros da Igreja Ortodoxa de Chipre.

Aguardo também com alegria poder saudar os outros responsáveis religiosos cipriotas. Espero fortalecer os nossos comuns vínculos e reafirmar a necessidade de consolidar a confiança recíproca e a amizade duradoura com todos os que adoram o único Deus.

Como Sucessor de Pedro, venho de modo especial para saudar os católicos de Chipre a fim de os confirmar na fé (cf.
Lc 22,32) e encorajá-los a ser exemplares quer como cristãos quer como cidadãos, e a viver plenamente o seu papel na sociedade em benefício da Igreja e do Estado. Durante a minha permanência entre vós entregarei também o Instrumentum laboris, o documento de trabalho em vista da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, que será realizado sucessivamente em Roma, este ano. Esta Assembleia examinará muitos aspectos da presença da Igreja na região e os desafios que os católicos devem enfrentar, por vezes em circunstâncias difíceis, vivendo a comunhão com a Igreja Católica e oferecendo o seu testemunho ao serviço da sociedade e do mundo. Chipre é portanto um lugar apropriado a partir do qual lançar a reflexão da nossa Igreja sobre a posição da comunidade católica secular do Médio Oriente, a nossa solidariedade com todos os cristãos da região e a nossa convicção de que eles desempenham um papel insubstituível em benefício da paz e da reconciliação entre os seus povos.
Senhor Presidente, queridos amigos, com estes pensamentos confio a minha peregrinação a Maria, Mãe de Deus, e à intercessão dos Santos Paulo e Barnabé.

Deus abençoe o povo de Chipre. A toda Santa vos proteja sempre!



CELEBRAÇÃO ECUMÉNICA Área Arqueológica da Igreja de Agia Kiriaki Chrysopolitissa - Paphos Sexta-feira, 4 de Junho de 2010

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Caríssimos Irmãos e Irmãs em Cristo!

"Graça e paz vos sejam dadas em abundância" (
1P 1,2). Com grande alegria vos saúdo a vós que representais as comunidades cristãs presentes em Chipre.

Agradeço a Sua Beatitude Crisóstomo II as gentis palavras de boas-vindas, a Sua Eminência Jorge, Metropolita de Pafos, nosso anfitrião, e a quantos se comprometeram para tornar possível este encontro. Além disso, é-me grato saudar cordialmente os cristãos de outras confissões aqui presentes, incluídos os que pertencem às comunidades arménia, luterana e anglicana.

Na realidade, é uma graça extraordinária para nós estar reunidos em oração nesta igreja de Aghia Kiriaki Chrysopolitissa (igreja da Santíssima Senhora Coberta de Ouro). Acabamos de ouvir a leitura dos Actos dos Apóstolos que nos recordou como Chipre foi a primeira etapa das viagens missionárias do Apóstolo Paulo (cf. Ac 13,1-4). Escolhidos pelo Espírito Santo, Paulo, juntamente com Barnabé, originário de Chipre, e com Marcos, o futuro evangelista, chegaram primeiro a Salamina, onde iniciaram a proclamar a palavra de Deus nas sinagogas. Atravessando a ilha, chegaram a Pafos onde, precisamente perto deste lugar, pregaram na presença do procônsul romano Sérgio Paulo. Foi portanto deste lugar que a mensagem do Evangelho começou a difundir-se em todo o império, e a Igreja, fundada na pregação apostólica, foi capaz de lançar raízes em todo o mundo então conhecido.

A Igreja em Chipre pode justamente ser orgulhosa da sua ligação directa com a pregação de Paulo, Barnabé e Marcos e da comunhão na fé apostólica, que a liga a todas aquelas Igrejas que conservam a mesma regra da fé. Esta é a comunhão real, embora imperfeita, que já agora nos une, e que nos estimula a superar as nossas divisões e a lutar para restabelecer aquela plena união visível, querida pelo Senhor para todos os seus seguidores. Porque, nas palavras de Paulo, "há um só corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança no chamamento que recebestes. Há um único Senhor, uma única fé, um único baptismo" (Ep 4,4-5).

A comunhão eclesial na fé apostólica é tanto um dom como um apelo à missão. No trecho dos Actos que acabámos de ouvir, vemos uma imagem da unidade da Igreja na oração, na abertura aos estímulos do Espírito à missão. Como Paulo e Barnabé, cada cristão, mediante o baptismo, é "escolhido" para dar testemunho profético do Senhor ressuscitado e do seu Evangelho de reconciliação, misericórdia e paz. Neste contexto, a Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, que se reunirá em Roma no próximo mês de Outubro, reflectirá sobre o papel vital dos cristãos na região, encorajá-los-á no seu testemunho do Evangelho e ajudá-los-á a promover mais o diálogo e a cooperação entre cristãos em toda a região. Significativamente, os trabalhos do Sínodo serão enriquecidos pela presença de delegados fraternos de outras Igrejas e Comunidades cristãs da área, como sinal do comum compromisso ao serviço da palavra de Deus e da nossa abertura ao poder da sua Graça reconciliadora.

A unidade de todos os discípulos de Cristo é um dom que se deve implorar ao Pai, na esperança de que Ele fortaleça o testemunho do Evangelho no mundo de hoje. O Senhor rezou pela santidade e pela unidade dos seus discípulos, precisamente para que o mundo creia (cf. Jn 17,21). Exactamente há cem anos, na Conferência Missionária de Edimburgo, a acentuada consciência de que as divisões entre cristãos eram um obstáculo para a difusão do Evangelho deu origem ao movimento ecuménico moderno. Hoje devemos estar gratos ao Senhor, o qual, mediante o seu Espírito, nos conduziu – sobretudo nos últimos decénios – a redescobrir a rica herança apostólica partilhada pelo Oriente e pelo Ocidente e, mediante um diálogo paciente e sincero, a encontrar caminhos para se aproximar uns dos outros, superando as controvérsias do passado em vista de um futuro melhor.

A Igreja em Chipre, que dá provas de ser como uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, contribuiu muito para este processo de reconciliação. O caminho que conduz ao objectivo da plena comunhão não será certamente privado de dificuldades, mas a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa de Chipre estão comprometidas em progredir pelo caminho do diálogo e da cooperação fraterna. Possa o Espírito Santo iluminar as nossas mentes e fortalecer a nossa determinação, para que juntos possamos levar a mensagem da salvação aos homens e mulheres do nosso tempo, os quais estão sequiosos desta verdade que dá liberdade e salvação autêntica (cf. Jn 8,32), a verdade cujo nome é Jesus Cristo!

Queridos irmãos e irmãs, não posso concluir sem evocar a memória dos Santos que adornaram a Igreja em Chipre, sobretudo santo Epifânio, bispo de Salamina. A santidade é o sinal da plenitude da vida cristã, de uma profunda docilidade interior ao Espírito Santo, que nos chama a uma conversão e a uma renovação constantes, enquanto nos esforçamos por ser cada vez mais conformados a Cristo, nosso Salvador. Conversão e santidade são também os meios privilegiados mediante os quais abrimos as mentes e os corações à vontade do Senhor para a unidade da sua Igreja. Enquanto damos graças pelo encontro de hoje e pelo afecto fraterno que nos une, peçamos aos santos Barnabé e Epifânio, aos santos Pedro e Paulo, e a todos os Santos de Deus, que abençoem as nossas comunidades, que nos conservem na fé dos Apóstolos e guiem os nossos passos pelo caminho da unidade, da caridade e da paz.



ENCONTRO COM AS AUTORIDADES CIVIS E COM O CORPO DIPLOMÁTICO

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Jardim do Palácio Presidencial de Nicosia

Sábado, 5 de Junho de 2010




Senhor Presidente
Excelências
Senhoras e Senhores!

Sinto-me feliz por ter, no contexto da minha viagem apostólica a Chipre, a possibilidade de me encontrar com as Autoridades políticas e civis da República, assim como com os membros da comunidade diplomática. Agradeço ao Presidente Christofias as gentis palavras de boas-vindas, que expressou também em vosso nome, e que de bom grado retribuo através dos meus respeitosos bons votos pelo vosso importante trabalho.

Recordando em particular a feliz ocasião do 50º aniversário da constituição da República, acabei de depositar uma coroa de flores no monumento ao defunto Arcebispo Macário, primeiro Presidente da República de Chipre. Como ele, cada um de vós na vida de serviço público deve estar comprometido em servir o bem dos outros na sociedade, a nível local, nacional e internacional. Trata-se de uma nobre vocação, estimada pela Igreja. Quando é cumprido com fidelidade, o serviço público permite-nos crescer em sabedoria, integralmente e com realização pessoal. Platão, Aristóteles e os estóicos deram grande importância a esta realização pessoal eudemonia como finalidade para cada ser humano, e viram no carácter moral o caminho para a alcançar. Para eles, e para os grandes filósofos islâmicos e cristãos que seguiram os seus passos, a prática da virtude consistia em agir segundo a recta razão, na perseguição de tudo o que é verdadeiro, bom e belo.

Numa perspectiva religiosa, somos membros de uma única família humana criada por Deus, e somos chamados a promover a unidade e a construir um mundo mais justo e fraterno fundado sobre valores duradouros. Na medida em que cumprirmos o nosso dever, servimos os outros e aderirmos ao que é justo, as nossas mentes tornam-se mais abertas às verdades profundas e a nossa liberdade fortalece-se na sua adesão ao que é bom. O meu predecessor, Papa João Paulo II, escreveu que a obrigação moral não deveria ser vista como uma lei que se impõe por si mesma de fora e que exige a obediência, mas antes como uma expressão da própria sabedoria de Deus, à qual a liberdade humana se submete com prontidão (cf. Veritatis splendor
VS 41). Como seres humanos, encontramos a nossa realização última em referência àquela Realidade Absoluta, cujo reflexo encontra muitas vezes correspondência na nossa consciência como convite urgente a servir a verdade, a justiça e o amor.

A nível pessoal, como servidores públicos vós conheceis a importância da verdade, da integridade e do respeito no vosso relacionar-vos com os outros. As relações pessoais muitas vezes são os primeiros passos para construir a confiança – e ao mesmo tempo – vínculos sólidos de amizade entre indivíduos, povos e nações. Esta é uma parte essencial do vosso papel, quer de políticos quer de diplomatas. Em países com situações políticas delicadas, tal relacionamento pessoal honesto e aberto pode ser o início de um bem maior para sociedades e povos inteiros. Permiti-me encorajar-vos a todos vós aqui presentes hoje a aproveitar as oportunidades que vos são oferecidas, quer a nível pessoal quer institucional, para construir estas relações e, deste modo, promover o bem maior do conjunto das Nações, e o verdadeiro bem de quantos representais.

Os antigos filósofos gregos ensinam-nos ainda que o bem comum é servido precisamente através da influência de pessoas dotadas de uma clara visão moral e de coragem. Deste modo, as acções políticas são purificadas dos interesses egoístas ou das pressões de parte e colocadas numa base mais sólida. Além disso, as aspirações legítimas de quantos representamos são protegidas e promovidas. A rectidão moral e o respeito imparcial pelos outros e pelo seu bem-estar são fundamentais para o bem de qualquer sociedade, pois eles estabelecem um clima de confiança no qual cada relação humana, religiosa ou económica, social ou cultural, civil ou política, adquire força e substância.

Mas o que significa, em termos práticos, respeitar e promover a verdade moral no mundo da política e da diplomacia a níveis nacionais ou internacionais? Como pode a busca da verdade proporcionar uma harmonia maior às atribuladas regiões da terra? Desejaria sugerir três modos de o fazer.

Antes de tudo, promover a verdade moral significa agir de maneira responsável, com base no conhecimento dos factos reais. Como diplomatas, sabeis por experiência que este conhecimento vos ajuda a identificar as injustiças e as ofensas, de tal forma que podeis avaliar de maneira imparcial as preocupações de quantos estão envolvidos numa determinada disputa. Quando as partes conseguem sair do próprio modo de ver os acontecimentos, adquirem uma visão objectiva e integral. Quantos são chamadas a resolver semelhantes disputas tornam-se capazes de tomar as justas decisões e de promover uma reconciliação genuína no momento em que alcançam e reconhecem a verdade total de uma questão específica.

Um segundo modo de promover a verdade moral consiste em desestruturar as ideologias políticas, que de outro modo suplantariam a verdade. As trágicas experiências do século XX evidenciaram a desumanidade a que a supressão da verdade e da dignidade humana dá origem. Também nos nossos dias, somos testemunhas de tentativas de promover pseudovalores sob o pretexto da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos. Neste sentido, falando à Assembleia geral das Nações Unidas, chamei a atenção para as tentativas de certos ambientes de reinterpretar a Declaração universal dos direitos do homem a fim de satisfazer interesses particulares, que teriam comprometido a íntima integridade da Declaração e a teriam afastado dos seus propósitos originários (cf. Discurso à Assembleia geral das Nações Unidas,18 de Abril de 2008).

Em terceiro lugar, promover a verdade moral na vida pública exige um esforço constante para fundar a lei positiva sobre princípios éticos da lei natural. Outrora, inspirar-se nela era considerado por si só evidente, mas a vaga do positivismo na doutrina jurídica contemporânea exige a reafirmação deste importante axioma. Indivíduos, comunidades e Estados sem a guia de verdades morais objectivas, tornar-se-iam egoístas e sem escrúpulos, e o mundo seria um lugar perigoso onde viver. Por outro lado, respeitando os direitos das pessoas e dos povos, protegemos e promovemos a dignidade humana. Quando as políticas que apoiamos são postas em acto em harmonia com a lei natural própria da nossa comum humanidade, então as nossas acções tornam-se mais sólidas e levam a uma atmosfera de entendimento, de justiça e de paz.

Senhor Presidente, ilustres amigos, com estas considerações reafirmo a minha estima e a da Igreja pelo vosso importante serviço à sociedade e à edificação de um futuro seguro para o nosso mundo. Invoco sobre todos vós as bênçãos divinas da sabedoria, força e perseverança no cumprimento dos vossos deveres. Obrigado.



ENCONTRO COM A COMUNIDADE CATÓLICA DE CHIPRE

50620
Campo Desportivo da Escola Fundamental de São Maron - Nicosia

Sábado, 5 de Junho de 2010



Queridos irmãos e irmãs em Cristo!

É uma grande alegria para mim estar convosco, representantes da comunidade católica de Chipre.
Agradeço ao arcebispo Soueif as gentis palavras de boas-vindas em nome de todos e, de modo particular, às crianças, pela sua bonita representação. Saúdo também Sua Beatitude o Patriarca Fouad Twal e presto homenagem ao grande e paciente trabalho da Custódia Franciscana da Terra Santa na pessoa do Pe. Pizzaballa, presente aqui connosco.

Nesta ocasião histórica da primeira visita do Bispo de Roma a Chipre, confirmo-vos na vossa fé em Jesus Cristo e encorajo-vos a permanecer um só coração e uma só alma na fé à tradição apostólica (cf.
Ac 4,32). Como sucessor de Pedro, estou entre vós hoje para vos oferecer a garantia do meu apoio, das minhas orações afectuosas e do meu encorajamento.

Acabámos de escutar do Evangelho de João como alguns gregos, ao saber das grandes obras que Jesus realizava, se aproximaram do apóstolo Filipe dizendo: "Queremos ver Jesus" (cf. Jn 12,21). Estas palavras tocam profundamente cada um de nós. Como os homens e as mulheres do Evangelho, queremos ver Jesus, conhecê-lo, amá-lo e servi-lo com "um só coração e uma só alma" (cf. Ac 4,32). Além disso, como a voz do céu no Evangelho hodierno, que deu testemunho à glória do nome de Deus, a Igreja proclama o seu nome não só para o próprio benefício, mas para o bem da humanidade inteira (cf. Jn 12,30). Também vós, actuais seguidores de Cristo, sois chamados a viver a vossa fé no mundo, unindo as vossas vozes e acções à promoção dos valores do Evangelho que chegaram até vós através de gerações de cristãos cipriotas. Estes valores, profundamente radicados nas vossas culturas, assim como no património da Igreja universal, deverão continuar a inspirar os vossos esforços para promover a paz, a justiça, o respeito pela vida humana e a dignidade dos vossos concidadãos. Deste modo, a vossa fidelidade ao Evangelho garantirá o benefício a toda a sociedade cipriota.

Queridos irmãos e irmãs, devido à vossa particular situação, desejo também chamar a vossa atenção para uma parte essencial da vida e da missão da nossa Igreja, ou seja, a busca de uma unidade maior na caridade com os outros cristãos e o diálogo com os que não são cristãos. De modo especial, a partir do Concílio Vaticano II, a Igreja empenhou-se a prosseguir no caminho de uma compreensão maior com os nossos irmãos cristãos, manifestando um vínculo ainda mais estreito de amor e amizade entre todos os baptizados. Na vossa particular situação, sois capazes de oferecer um contributo pessoal para a obtenção de uma maior unidade cristã na vida quotidiana. Encorajo-vos a agir deste modo, confiando que o Espírito do Senhor, o qual pediu para que os seus discípulos fossem um (cf. Jn 17,21), vos acompanhará nesta importante tarefa.

Em relação ao diálogo inter-religioso, ainda há muito a fazer no mundo. Este é outro campo no qual os católicos de Chipre com frequência vivem situações que lhes oferecem oportunidades para realizar uma acção justa e prudente. Só através de um trabalho paciente de confiança recíproca, o peso da história passada pode ser superado e as diferenças políticas e culturais entre os povos podem tornar-se um motivo para agir por uma compreensão maior. Exorto-vos a ajudar a criar esta recíproca confiança entre cristãos e não-cristãos, como fundamento para construir uma paz duradoura e uma harmonia entre os povos de diversas religiões, regiões políticas e bases culturais.

Queridos amigos, desejo convidar-vos a olhar para a profunda comunhão que já partilhais entre vós e com a Igreja católica no mundo. Com atenção às necessidades imediatas da Igreja, encorajo-vos a rezar pelas vocações para o sacerdócio e para a vida religiosa e a promovê-las. Neste Ano sacerdotal que está para terminar, a Igreja ganhou uma consciência renovada da necessidade de sacerdotes bons, santos e bem preparados. Ela deseja homens e mulheres religiosos completamente submetidos a Cristo, dedicados a difundir o reino de Deus na terra. Nosso Senhor prometeu que quem oferecer a própria vida à imitação d'Ele a conservará para a vida eterna (cf. Jn 12,25). Peço aos pais para que considerem esta promessa e encorajem os seus filhos a responder generosamente à chamada do Senhor. Exorto os pastores a seguir os jovens, os seus desejos e aspirações, e a formá-los para a plenitude da fé.

Aqui, nesta escola católica, desejo dirigir uma palavra àqueles que trabalham nas escolas católicas da Ilha, especialmente aos professores. O vosso trabalho faz parte de uma longa e estimada tradição da Igreja católica de Chipre. Continuai pacientemente a servir o bem da inteira comunidade esforçando-vos por uma educação excelente. Que o Senhor vos abençoe abundantemente no empenho sagrado da formação que o Omnipotente oferece a nós e aos nossos filhos, que são o dom maior.

Agora dirijo uma palavra especial a vós, meus queridos jovens de Chipre.

Sede fortes na vossa fé, alegres no serviço ao Senhor e generosos com o vosso tempo e os vossos talentos! Ajudai a construir um futuro melhor para a Igreja e para o vosso país, colocando o bem dos outros antes de vós mesmos.

Queridos católicos de Chipre, cultivai a vossa harmonia em comunhão com a Igreja universal e com o Sucessor de Pedro e ampliai os vossos vínculos fraternos com os outros na fé, na esperança e no amor.

De maneira especial, desejo entregar esta mensagem aos presentes provenientes de Kormakiti, Assomatos, Karpasha e Agia Marina. Conheço as vossas aspirações e os vossos sofrimentos, e peço-vos para que levais a minha Bênção, proximidade e afecto a todos os que provêm das vossas aldeias, onde os cristãos são um povo de esperança. Por minha vez, espero vivamente e rezo para que, com empenho de boa vontade dos interessados, em breve seja garantida uma vida melhor para todos os habitantes da Ilha.

Com estas simples palavras, confio cada um de vós à protecção da Bem-Aventurada Virgem Maria e à intercessão dos Santos Paulo e Barnabé.

Que Deus vos abençoe!




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