Discursos Bento XVI 50710

NA INAUGURAÇÃO DA NOVA FONTE DEDICADA A SÃO JOSÉ NOS JARDINS DO VATICANO Segunda-feira, 5 de Julho de 2010

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Senhores Cardeais
Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Ilustres Senhores e Senhoras

É para mim motivo de alegria inaugurar esta fonte nos Jardins do Vaticano, num contexto natural de beleza singular. Trata-se de uma obra que irá incrementar o património artístico deste espaço verde encantador da Cidade do Vaticano, rico de testemunhos histórico-artísticos de várias épocas. Com efeito, não só os prados, as flores e as árvores, mas também as torres, as casinhas, os pequenos templos, as fontes, as estátuas e as demais construções fazem destes Jardins um unicum fascinante. Eles foram para os meus Predecessores, e são também para mim, um espaço vital, um lugar que frequento de bom grado para transcorrer um pouco de tempo em oração e em descanso tranquilo.

Ao dirigir a cada um de vós a minha saudação cordial, desejo manifestar o profundo reconhecimento por este dom, que me oferecestes, dedicando-o a São José. Obrigado por este pensamento delicado e amável! Foi um empreendimento exigente, que contou com a colaboração de muitas pessoas. Estou grato em primeiro lugar ao Senhor Cardeal Giovanni Lajolo, também pelas palavras que me dirigiu e pela interessante apresentação dos trabalhos realizados. Além disso, agradeço ao Arcebispo D. Carlo Maria Viganò e ao Bispo D. Giorgio Corbellini, respectivamente Secretário-Geral e Vice-Secretário-Geral do Governatorato. Manifesto o meu profundo apreço à Direcção dos Serviços Técnicos, ao responsável pelo projecto e ao escultor, aos consultores e aos operários, enquanto dirijo um pensamento especial aos CônjugesHintze e ao Senhor Castrignano, de Londres, que generosamente financiaram esta obra, assim como às Irmãs do Mosteiro de São José, em Kyoto. Dirijo uma palavra de gratidão à Província de Trento, aos Municípios e às empresas trentinas, pela sua contribuição.

Esta fonte é intitulada a São José, figura querida e próxima do coração do Povo de Deus e do meu coração. Os seis painéis de bronze que a enriquecem evocam seis momentos da sua vida. Desejo meditar brevemente sobre eles. O primeiro painel representa as bodas de José e Maria; trata-se de um episódio que tem grande importância. José pertencia à linhagem real de David e, em virtude do seu matrimónio com Maria, conferirá ao Filho da Virgem – ao Filho de Deus – o título legal de "filho de David", cumprindo assim as profecias. Por isso, as bodas de José e Maria são um acontecimento humano, mas determinantes na história da salvação da humanidade, na realização das promessas de Deus; portanto, possuem também uma conotação sobrenatural, que os dois protagonistas aceitam com humildade e confiança.

Para José chega depressa o momento da provação, uma prova exigente para a sua fé. Noivo de Maria, antes de ir viver com ela, descobre a misteriosa maternidade e permanece perturbado. O evangelista Mateus sublinha o facto de que, sendo justo, não queria difamá-la e portanto resolveu deixá-la secretamente (cf.
Mt 1,19). Mas durante um sonho – como está representado no segundo painel – o anjo fez-lhe compreender que quanto estava a acontecer com Maria era obra do Espírito Santo; e José, confiando em Deus, dá o seu consentimento e coopera com o plano da salvação. Sem dúvida, a intervenção divina na sua vida não podia deixar de inquietar o seu coração. Confiar em Deus não significa ver tudo claramente, segundo os nossos critérios, não significa realizar aquilo que nós mesmos programamos; confiar em Deus quer dizer esvaziar-se de si mesmo, renunciar a si próprio, porque só quem aceita perder-se por Deus, pode ser "justo" como São José, ou seja, pode conformar a própria vontade com a de Deus e deste modo realizar-se a si mesmo.

Como sabemos, o Evangelho não conservou alguma palavra de José, que desempenha a sua actividade em silêncio. É o estilo que o caracteriza em toda a existência, quer antes de se encontrar diante do mistério da obra de Deus na sua esposa, quer quando – consciente deste mistério – está ao lado de Maria na Natividade – representada no terceiro painel. Naquela noite santa em Belém, com Maria e o Menino, encontra-se José, a quem o Pai celestial confiou o cuidado quotidiano do seu Filho na terra, um cuidado levado a cabo na humildade e no silêncio.

O quarto painel reproduz a cena dramática da Fuga para o Egipto, a fim de se subtrair à violência homicida de Herodes. José é obrigado a deixar depressa a própria terra com a sua família: trata-se de outro momento misterioso na sua vida; mais uma provação em que se lhe pede que haja plena confiança no desígnio de Deus.

Depois, nos Evangelhos, José aparece sozinho no episódio sucessivo, quando vai a Jerusalém e vive a angústia de ter perdido o seu filho Jesus. São Lucas descreve a busca ofegante e o seu assombro, ao encontrá-lo no Templo – como nos sugere o quinto painel – mas ainda mais a admiração ao ouvir as palavras misteriosas: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai" (Lc 2,49). Esta dúplice interrogação do Filho de Deus ajuda-nos a compreender o mistério da paternidade de José. Recordando aos seus pais o primado daquele a quem Ele chama "meu Pai", Jesus afirma a primazia da vontade de Deus sobre todas as demais vontades e revela a José a profunda verdade da sua função: também ele é chamado a ser discípulo de Jesus, dedicando a própria existência ao serviço do Filho de Deus e da Virgem Mãe, em obediência ao Pai celestial.

O sexto painel representa o trabalho de José na oficina de Nazaré. Jesus trabalhou ao seu lado. O Filho de Deus está escondido aos homens e somente Maria e José guardam o seu mistério, vivendo-o no dia-a-dia: o Verbo encarnado cresce como homem, à sombra dos seus pais, mas ao mesmo tempo eles permanecem escondidos em Cristo, no mistério d'Ele, vivendo a sua própria vocação.

Caros irmãos e irmãs, esta bonita fonte dedicada a São José constitui uma evocação simbólica dos valores da simplicidade e da humildade no cumprimento quotidiano da vontade de Deus, valores que distinguiram a vida silenciosa mas inestimável do Guarda do Redentor. À sua intercessão confio as expectativas da Igreja e do mundo inteiro. Juntamente com a Virgem Maria, sua esposa, ele oriente sempre o meu e o vosso caminho, a fim de que possamos ser instrumentos jubilosos de paz e de salvação.


NO FINAL DA PROJECÇÃO DO FILME REALIZADO PELA RÁDIO BÁVARA SOBRE OS CINCO ANOS DE SEU PONTIFICADO

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Sala dos Suíços do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo

Quinta-feira, 29 de Julho de 2010




Eminência
Excelências
Prezado professor Fuchs
Estimado senhor Mandlik
Caros amigos
Senhoras e senhores

Neste momento, posso apenas manifestar o meu agradecimento à Rádio bávara, por esta extraordinária viagem espiritual, que nos permitiu reviver e rever os momentos determinantes e culminantes destes cinco anos do meu serviço petrino e da vida da própria Igreja.

Para mim, pessoalmente, foi muito comovedor rever determinados momentos, principalmente aquele em que o Senhor impôs o serviço petrino sobre os meus ombros. Um fardo que ninguém poderia carregar sozinho, com as próprias forças, mas que somente consegue fazê-lo porque o Senhor nos sustém e me sustém. Parece-me que neste filme nós pudemos ver a riqueza da vida da Igreja, a multiplicidade das culturas, dos carismas e das diversificadas dádivas que existem na Igreja, e como nesta multiplicidade e nesta grande diversidade vive sempre a mesma e única Igreja. E o primado petrino tem este mandato de tornar visível e concreta a unidade, na multiplicidade histórica, concreta, na unidade do presente, do passado, do futuro e do eterno.

Vimos que também nos dias de hoje a Igreja, não obstante padeça muito, como sabemos, todavia é uma Igreja jubilosa, não constitui uma Igreja envelhecida, mas vimos que a Igreja é jovem e que a fé cria alegria. Por este motivo, achei muito interessante, uma bonita ideia, inserir tudo na moldura da nona sinfonia de Beethoven, da "Ode à alegria", que expressa como por detrás de toda a história existe o júbilo da nossa redenção. Na minha opinião, é também bonito que o filme tenha terminado com a visita à Mãe de Deus, que nos ensina a humildade, a obediência e a alegria de que Deus está connosco.

Dirijo uma cordial saudação, "Deus vos recompense", a vós estimado senhor professor Fuchs e prezado senhor Mandlik, assim como a todos os vossos colaboradores, enquanto vos agradeço este magnífico momento que nos proporcionastes.



PALAVRAS NO INÍCIO DA SANTA MISSA CELEBRADA COM SEUS EX-ALUNOS REUNIDOS NO RATZINGER SCHÜLERKREIS Capela do Centro Mariápolis

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Castel Gandolfo, 29 de Agosto de 2010




Queridos amigos, no final do Evangelho de hoje, o Senhor faz-nos notar que na realidade continuamos a viver como pagãos; que convidamos, por reciprocidade, só quem retribui o convite; que doamos apenas a quem nos restitui. Mas o estilo de Deus é diferente: experimentamo-lo na Sagrada Eucaristia. Ele convida à sua mesa, a nós que diante dele somos coxos, cegos e surdos; Ele convida-nos, a nós que nada temos para lhe dar. Durante este evento da Eucaristia, deixemo-nos tocar sobretudo pela gratidão pelo facto de que Deus existe, que Ele é assim como é, que Ele é como Jesus, que Ele — não obstante nada tenhamos para lhe dar e sejamos cheios de culpas — nos convida à sua mesa e quer estar connosco.

Mas queremos também ser tocados pelo arrependimento por nos distanciarmos tão pouco do estilo pagão, por vivermos tão pouco a novidade, o estilo de Deus. E por isso iniciemos a Santa Missa pedindo perdão: um perdão que nos mude, que nos faça tornar verdadeiramente semelhantes a Deus, à sua imagem e semelhança.



NO FINAL DO CONCERTO OFERECIDO PELA PONTIFÍCIA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS Pátio Interno do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo

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Terça-feira, 7 de Setembro de 2010




Queridos amigos!

Agradeço vivamente à Orquestra de Pádua e do Véneto e ao Coro «Academia da voz» de Turim, dirigidos pelo maestro Claudio Desderi, e aos quatro solistas, por nos ter oferecido este momento de alegria interior e de reflexão espiritual com uma intensa execução do Requiem de Wolfgang Amadeus Mozart. Com eles agradeço a D. Marcelo Sánchez Sorondo, Secretário da Pontifícia Academia das Ciências, as palavras que me dirigiu, assim como às várias Entidades que contribuíram para a organização deste acontecimento. Sabemos bem que o jovem Mozart, nas suas viagens na Itália com o pai, esteve em várias Regiões, entre as quais também o Piemonte e o Véneto, mas sobretudo sabemos que fez tesouro da vivaz actividade musical italiana, caracterizada por compositores como Hasse, Sammartini, Padre Martini, Piccinni, Jommelli, Paisiello, Cimarosa, citando apenas alguns.

Contudo, permiti que eu diga mais uma vez que há um afecto particular que me liga, poderia dizer, desde sempre, a este máximo músico. Todas as vezes que ouço a sua música não posso deixar de me recordar da minha igreja paroquial, onde, quando eu era jovem, nos dias de festa, era executada uma sua «Missa»: no coração eu sentia que um raio da beleza do Céu me tinha alcançado, e sinto esta sensação todas as vezes que, também hoje, escuto esta grande meditação, dramática e serena, sobre a morte. Em Mozart tudo é harmonia perfeita, cada nota, cada frase musical é assim e não poderia ser de outra forma; também os opostos estão reconciliados e a Mozart’sche Heiterkeit, a «serenidade mozartiana» tudo envolve, em cada momento. Trata-se de um dom da Graça de Deus, mas é também o fruto da fé viva de Mozart, que — sobretudo com a sua música sacra — consegue fazer transparecer a resposta luminosa do Amor divino, que dá esperança, também quando a vida humana é dilacerada pelo sofrimento e pela morte.

Na última carta ao pai moribundo, com data de 4 de Abril de 1787, ele escreve o seguinte falando precisamente da etapa final da vida na terra: «... há alguns anos adquiri tanta familiaridade com esta amiga sincera e caríssima do homem, [a morte], que a sua imagem não só já nada significa para mim de terrificante, mas parece até muito tranquilizadora e confortadora! E agradeço ao meu Deus porque me concedeu a ventura de ter a oportunidade de reconhecer nela a chave da nossa felicidade. Nunca vou dormir sem pensar que amanhã talvez já não estarei aqui. Contudo, quantos me conhecem jamais poderão dizer que em companhia eu seja triste ou de mau humor. E por esta sorte agradeço todos os dias ao meu Criador e desejo isto de coração para cada um dos meus semelhantes». É uma carta que manifesta uma fé profunda e simples, que sobressai também na grande oração do Requiem, e que, ao mesmo tempo, nos leva a amar intensamente as vicissitudes da vida terrena como dons de Deus e a elevar-nos acima delas, olhando serenamente para a morte como para a «chave» que abre a porta para a felicidade eterna.

O Requiem é outra expressão de fé, que conhece bem a tragicidade da existência humana e que não silencia acerca dos aspectos dramáticos, e por isso é uma expressão de fé tipicamente cristã, consciente de que toda a vida do homem é iluminada pelo amor de Deus. Agradeço a todos mais uma vez.



AOS MEMBROS DO GABINETE DA ASSEMBLEIA PARLAMENTAR DO CONSELHO DA EUROPA Quarta-feira, 8 de Setembro de 2010

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Senhor Presidente
Prezados Membros do Gabinete
da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa

Estou deveras grato ao ilustre senhor Çavusoglu, pelas amáveis palavras que me dirigiu em nome do gabinete, enquanto transmito uma cordial saudação de boas-vindas a todos vós. Estou feliz por vos receber no sexagésimo aniversário da convenção europeia sobre os direitos do homem que, como vós bem sabeis, compromete os Estados membros do conselho da Europa, para promover e defender a dignidade inviolável da pessoa humana.

Estou consciente de que a assembleia parlamentar tem na sua agenda temas importantes relacionados sobretudo com as pessoas que vivem em situações particularmente difíceis que se encontram expostas a graves violações da sua própria dignidade. Penso nas pessoas afligidas por deficiências, nas crianças vítimas de violências, nos imigrantes, nos refugiados, naqueles indivíduos que pagam o preço mais elevado pela presente crise económica e financeira, nas pessoas que são vítimas do extremismo ou das novas formas de escravidão, como o tráfico humano, o comércio ilegal de drogas e a prostituição. No vosso trabalho preocupais-vos inclusive com as vítimas da guerra e com as pessoas que vivem em democracias mais frágeis. Informaram-me também acerca dos vossos esforços para defender a liberdade religiosa e contrastar a violência e a intolerância contra os crentes na Europa e no mundo inteiro.

Considerando o contexto da sociedade contemporânea, em que vivem diferentes povos e culturas, é imperativo desenvolver a validade universal destes direitos, assim como a sua inviolabilidade, inalienabilidade e indivisibilidade.

Em várias ocasiões frisei os riscos associados ao relativismo nos campos dos valores, dos direitos e dos deveres. Se lhes faltasse um fundamento racional objectivo, comum a todos os povos, e se eles se baseassem exclusivamente nas culturas particulares, nas decisões legislativas ou nos julgamentos dos tribunais, como poderiam eles oferecer um terreno sólido e duradouro para instituições supranacionais, como o conselho da Europa, e para o vosso próprio trabalho no seio desta prestigiosa instituição? Como poderia ter lugar um fecundo diálogo intercultural, sem valores e direitos comuns e sem princípios universais estáveis, entendidos do mesmo modo por parte de todos os Estados membros do conselho da Europa? Tais valores, direitos e deveres estão arraigados na dignidade natural de cada pessoa, algo que é acessível à razão humana. A fé cristã não impede mas favorece esta investigação, pois é um convite a buscar uma base sobrenatural para tal dignidade.

Estou persuadido de que estes princípios, conservados com fidelidade, sobretudo quando se trata da vida humana desde a concepção até à morte natural, do matrimónio – arraigado no dom pessoal, exclusivo e indissolúvel, entre um homem e uma mulher – da liberdade religiosa e da educação, são condições necessárias se quisermos enfrentar de maneira adequada os desafios decisivos e urgentes que a história apresenta a cada um de vós.

Caros amigos, bem sei que também vós desejais ir ao encontro daqueles que sofrem. Isto enche-me de alegria e por isso encorajo-vos a cumprir a vossa missão sensível e importante com moderação, sabedoria e ânimo, ao serviço do bem comum da Europa. Obrigado por terdes vindo, e asseguro-vos as minhas orações. Deus vos abençoe!


AOS PRELADOS DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (REGIONAL NORDESTE-3) EM VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM» Palácio Apostólico de Castel Gandolfo

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Sexta-feira, 10 de Setembro de 2010




Senhor Cardeal,
Amados Arcebispos e Bispos do Brasil

Saúdo calorosamente a todos vós, por ocasião da vossa visita ad Limina a Roma, aonde viestes reforçar os vossos vínculos de comunhão fraterna com o Sucessor de Pedro e por ele serdes animados na condução do rebanho de Cristo. Agradeço as amáveis palavras que Dom Ceslau Stanula, Bispo de Itabuna, dirigiu-me em vosso nome, e vos asseguro as minhas orações pelas vossas intenções e pelo amado povo nordestino, do vosso regional Nordeste 3.

Há mais de cinco séculos, justamente na vossa região, se celebrava a primeira Missa no Brasil, tornando realmente presente o Corpo e o Sangue de Cristo para a santificação dos homens e das mulheres desta bendita nação que nasceu sob os auspícios da Santa Cruz. Era a primeira vez que o Evangelho de Cristo vinha a ser proclamado a este povo, iluminando a sua vida diária. Esta ação evangelizadora da Igreja Católica foi e continua sendo fundamental na constituição da identidade do povo brasileiro caracterizada pela convivência harmônica entre pessoas vindas de diferentes regiões e culturas. Porém, ainda que os valores da fé católica tenham moldado o coração e o espírito brasileiros, hoje se observa uma crescente influência de novos elementos na sociedade, que há algumas décadas eram-lhe praticamente alheios. Isso provoca um consistente abandono de muitos católicos da vida eclesial ou mesmo da Igreja, enquanto no panorama religioso do Brasil, se assiste à rápida expansão de comunidades evangélicas e neo-pentecostais.

Em certo sentido, as razões que estão na raiz do êxito destes grupos são um sinal da difundida sede de Deus entre o vosso povo. É também um indício de uma evangelização, a nível pessoal, às vezes superficial; de fato, os batizados não suficientemente evangelizados são facilmente influenciáveis, pois possuem uma fé fragilizada e muitas vezes baseada num devocionismo ingênuo, embora, como disse, conservem uma religiosidade inata. Diante deste quadro emerge, por um lado, a clara necessidade que a Igreja católica no Brasil se empenhe numa nova evangelização que não poupe esforços na busca de católicos afastados bem como daquelas pessoas que pouco ou nada conhecem sobre a mensagem evangélica, conduzindo-os a um encontro pessoal com Jesus Cristo, vivo e operante na sua Igreja. Por outro lado, com o crescimento de novos grupos que se dizem seguidores de Cristo, ainda que divididos em diversas comunidades e confissões, faz-se mais imperioso, da parte dos pastores católicos, o compromisso de estabelecer pontes de contato através de um sadio diálogo ecumênico na verdade.

Tal esforço é necessário, antes de qualquer coisa, porque a divisão entre os cristãos está em contraste com a vontade do Senhor de que «todos sejam um» (
Jn 17,21). Além disso, a falta de unidade é causa de escândalo que acaba por minar a credibilidade da mensagem cristã proclamada na sociedade. E hoje, a sua proclamação é talvez ainda mais necessária do que há alguns anos atrás, pois, como bem demonstram os vossos relatórios, mesmo nas pequenas cidades do interior do Brasil, observa-se uma crescente influência negativa do relativismo intelectual e moral na vida das pessoas.

Não são poucos os obstáculos que a busca da unidade dos cristãos tem por diante. Primeiramente, deve-se rejeitar uma visão errônea do ecumenismo, que induz a um certo indiferentismo doutrinal que procura nivelar, num irenismo acrítico, todas as “opiniões” numa espécie de relativismo eclesiológico. Paralelamente a isto está o desafio da multiplicação incessante de novos grupos cristãos, alguns deles fazendo uso de um proselitismo agressivo, o que mostra como a paisagem do ecumenismo seja ainda muito diferenciada e confusa. Em tal contexto - como afirmei em 2007, na Catedral da Sé em São Paulo, no inesquecível encontro que tive convosco, bispos brasileiros - «é indispensável uma boa formação histórica e doutrinal, que habilite ao necessário discernimento e ajude a entender a identidade específica de cada uma das comunidades, os elementos que dividem e aqueles que ajudam no caminho da construção da unidade. O grande campo comum de colaboração devia ser a defesa dos fundamentais valores morais, transmitidos pela tradição bíblica, contra a sua destruição numa cultura relativista e consumista; mais ainda, a fé em Deus criador e em Jesus Cristo, seu Filho encarnado» (n. 6). Por essa razão, vos incentivo a prosseguir dando passos positivos nesta direção, como é o caso do diálogo com as igrejas e comunidades eclesiais pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que com iniciativas como a Campanha da Fraternidade Ecumênica ajudam a promover os valores do Evangelho na sociedade brasileira.

Prezados irmãos, o diálogo entre os cristãos é um imperativo do tempo presente e uma opção irreversível da Igreja. Entretanto, como lembra o Concílio Vaticano II, o coração de todos os esforços em prol da unidade há de ser a oração, a conversão e a santificação da vida (cf. Unitatis redintegratio UR 8). É o Senhor quem doa a unidade, esta não é uma criação dos homens; aos pastores lhes corresponde a obediência à vontade do Senhor, promovendo iniciativas concretas, livres de qualquer reducionismo conformista, mas realizadas com sinceridade e realismo, com paciência e perseverança que brotam da fé na ação providencial do Espírito Santo.

Queridos e venerados irmãos, procurei evidenciar brevemente neste nosso encontro alguns aspectos do grande desafio do ecumenismo confiado à vossa solicitude apostólica. Ao despedir-me de vós, reafirmo uma vez mais a minha estima e a certeza das minhas orações por todos vós e pelas vossas dioceses. De modo particular, quero aqui renovar a expressão da minha solidariedade paterna aos fiéis da diocese de Barreiras, recentemente privados da guia do seu primeiro e zeloso pastor Dom Ricardo José Weberberger, que partiu para a casa do Pai, meta dos passos de todos nós. Que repouse em paz! Invocando a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, concedo a cada um de vós, aos sacerdotes, aos religiosos, às religiosas, aos seminaristas, aos catequistas e a todo povo a vós confiado uma afetuosa Bênção Apostólica.


AOS PARTICIPANTES NO CURSO DE ACTUALIZAÇÃO PARA OS BISPOS DE RECENTE NOMEAÇÃO PROMOVIDO PELA CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS

Sala dos Suíços do Palácio Pontifício de Castel Gandolfo Sábado, 11 de Setembro de 2010

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Amados Irmãos no Episcopado!

É-me grato receber-vos e saúdo-vos com grande afecto, por ocasião do curso de actualização que a Congregação para a Evangelização dos Povos promoveu para vós, Bispos de recente nomeação. Estes dias de reflexão em Roma, para aprofundar as tarefas do vosso ministério e para renovar a profissão da vossa fé junto do túmulo de São Pedro, constituem também uma singular experiência da colegialidade, fundamentada sobre a ordenação episcopal e a comunhão hierárquica. Esta experiência de fraternidade, de oração e de estudo na Sé Apostólica aumente em cada um de vós a comunhão com o Sucessor de Pedro e com os vossos coirmãos, com os quais compartilhais a solicitude por toda a Igreja. Estou grato ao Cardeal Ivan Dias pelas suas palavras cordiais, assim como ao Monsenhor Secretário e ao Monsenhor Secretário Adjunto que, juntamente com os colaboradores do Dicastério, organizaram este congresso.

Caros irmãos, sobre vós que há pouco fostes chamados ao ministério episcopal, a Igreja deposita não poucas esperanças, acompanhando-vos com a oração e com o afecto. Também eu quero assegurar-vos a minha proximidade espiritual no vosso serviço quotidiano ao Evangelho. Conheço os desafios que tendes de enfrentar, especialmente nas comunidades cristãs que vivem a sua fé em contextos não fáceis onde, além das várias formas de pobreza, se verificam por vezes formas de perseguição por causa da própria fé cristã. Tendes a tarefa de alimentar a sua esperança, de compartilhar as suas dificuldades, inspirando-vos na caridade de Cristo, que consiste na atenção, na ternura, na compaixão, no acolhimento, na disponibilidade e no interesse pelos problemas das pessoas, pelas quais devemos estar dispostos a sacrificar a própria vida (cf. Bento XVI, Mensagem para o Dia Missionário Mundial de 2008, n. 2).

Em cada uma das vossas tarefas, sois sustentados pelo Espírito Santo que, na Ordenação, vos configurou com Cristo, sumo e eterno Sacerdote. Com efeito, o ministério episcopal só é compreensível a partir de Cristo, nascente do único e supremo Sacerdócio, de quem o Bispo se torna partícipe. Por conseguinte, ele «esforçar-se-á por assumir um estilo de vida que imite a kenosis de Cristo servo, pobre e humilde, de modo que o exercício do ministério pastoral seja nele um reflexo coerente de Jesus, Servo de Deus, e que o leve a aproximar-se como Ele de todos, do maior ao menor» (João Paulo II, Exortação Apostólica Pastores gregis ). Todavia, para imitar Cristo, é necessário dedicar um tempo adequado a «permanecer com Ele» e contemplá-lo na intimidade orante do diálogo de coração a coração. Estar frequentemente na presença de Deus, ser homem de oração e de adoração: o Pastor é chamado principalmente a isto. Através da oração, como afirma a Carta aos Hebreus (cf. 9, 11-14), torna-se vítima e altar para a salvação do mundo. A vida do Bispo deve ser uma oblação contínua a Deus para a salvação da sua Igreja, e especialmente para a salvação das almas que lhe foram confiadas.

Esta oblatividade pastoral constitui também a verdadeira dignidade do Bispo: ela deriva-lhe do gesto de se tornar servo de todos, a ponto de dar a sua própria vida. Com efeito, o episcopado — assim como o presbiterado — nunca deve ser entendido segundo categorias mundanas. Ele é serviço de amor. O Bispo é chamado a servir a Igreja com o estilo do Deus que se fez homem, tornando-se cada vez mais plenamente servo do Senhor e servo da humanidade. Ele é sobretudo servidor e ministro da Palavra de Deus, que é inclusive a sua verdadeira força. O dever primordial do anúncio, acompanhado pela celebração dos sacramentos, especialmente da Eucaristia, brota da missão recebida, como ressalta a Exortação Apostólica Pastores gregis: «Se o dever de anunciar o Evangelho é próprio de toda a Igreja e de cada um dos seus filhos, pertence a título especial aos Bispos, que no dia da sua sagrada Ordenação, pela qual são inseridos na sucessão apostólica, assumem como compromisso principal o múnus de pregar o Evangelho, e de o anunciar com a fortaleza do Espírito, chamando os homens à fé ou confirmando-os na fé viva» (n. 26). Desta Palavra de salvação, o Bispo deve alimentar-se abundantemente, pondo-se à escuta contínua da mesma, como diz Santo Agostinho: «Embora sejamos pastores, o pastor ouve com trepidação não apenas aquilo que se diz aos pastores, mas também o que é dirigido ao rebanho» (Discurso 47, 2). Ao mesmo tempo, o acolhimento e o fruto da proclamação da Boa Nova estão estreitamente vinculados à qualidade da fé e da oração. Aqueles que são chamados ao ministério da pregação devem acreditar na força de Deus, que brota dos Sacramentos e que os acompanha na tarefa de santificar, governar e anunciar; devem crer e viver quanto anunciam e celebram. A este propósito, ainda são actuais as palavras do Servo de Deus Paulo VI: «O testemunho da vida tornou-se uma condição mais essencial do que nunca para a profunda eficácia da pregação» (Exortação Apostólica, Evangelii nuntiandi
EN 76).

Sei que as Comunidades que vos foram confiadas se encontram, por assim dizer, nas «fronteiras» religiosas, antropológicas e sociais, e em muitos casos constituem uma presença minoritária. Em tais contextos, a missão de um Bispo é particularmente comprometedora. Contudo, é precisamente em tais circunstâncias que, através do vosso ministério, o Evangelho pode manifestar todo o seu poder salvífico. Não deveis ceder ao pessimismo, nem ao desânimo, porque é o Espírito Santo que guia a Igreja e que lhe confere, com o seu sopro poderoso, a coragem de perseverar e também de procurar novos métodos de evangelização, para alcançar âmbitos até agora inexplorados. A verdade cristã é atraente e persuasiva, precisamente porque corresponde à profunda necessidade da existência humana, anunciando de maneira convincente que Cristo é o único Salvador do homem todo e de todos os homens. Este anúncio permanece válido hoje, como o era no início do Cristianismo, quando se realizou a primeira grande expansão missionária do Evangelho.

Estimados Irmãos no Episcopado! É no poder do Espírito Santo que vós encontrais a sabedoria e a força para tornar as vossas Igrejas testemunhas de salvação e de paz. Ele orientar-vos-á ao longo das veredas do vosso ministério episcopal, que confio à intercessão materna de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos. Quanto a mim, acompanho-vos com a oração e com uma carinhosa Bênção Apostólica, que concedo a cada um de vós e a todos os fiéis das vossas Comunidades.


AO SENHOR WALTER JÜRGEN SCHMID NOVO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA JUNTO DA SANTA SÉ Palácio Pontifício de Castel Gandolfo

Segunda-feira, 13 de Setembro de 2010

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Senhor Embaixador!

Aproveito de bom grado a ocasião da solene entrega das Cartas Credenciais que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Federal da Alemanha junto da Santa Sé, para lhe dar as boas-vindas e para lhe expressar os meus melhores votos para a sua alta missão. Agradeço-lhe de coração as gentis palavras que me dirigiu, também em nome do Senhor Presidente Federal Christian Wulf e do Governo Federal. Saúdo com prazer o Chefe de Estado, os membros do Governo e todos os cidadãos da Alemanha, com a esperança de que as boas relações entre a Santa Sé e a República Federal da Alemanha persistam no futuro e possam desenvolver-se ulteriormente.

Muitos cristãos na Alemanha olham, cheios de atenção, para as iminentes celebrações das beatificações de diversos Sacerdotes mártires do período do regime nazista. No próximo domingo, 19 de Setembro, será beatificado Gerhard Hirschfelder em Münster. Durante o próximo ano seguir-se-ão as cerimónias para Georg Häfner em Würzburg assim como para Johannes Prassek, Hermann Lange e Eduard Müller em Lübeck. Com os Capelães de Lübeck comemorar-se-á também o Pastor evangélico Karl Friedrich Stellbrink. A confirmada amizade entre os quatro eclesiásticos é um testemunho impressionante do ecumenismo da oração e do sofrimento, florescido em vários lugares durante o obscuro período do terror nazista. Podemos ver estas testemunhas como indicações luminosas para o nosso comum caminho ecuménico.

Contemplando estas figuras de mártires parece cada vez mais claro e exemplar, como certos homens, a partir da sua convicção cristã, estão dispostos a dar a própria vida pela fé, pelo direito a exercer livremente o próprio credo e pela liberdade de palavra, pela paz e pela dignidade humana. Hoje, felizmente, vivemos numa sociedade livre e democrática. Mas ao mesmo tempo observamos, que com frequência muitos dos nossos contemporâneos não têm um forte apego à religião, como no caso destas testemunhas da fé. Poderíamos perguntar se ainda hoje existem cristãos que, sem ceder a compromissos, se fazem garantes da própria fé. Ao contrário, muitos homens mostram sobretudo uma inclinação para concepções religiosas mais permissivas também para si mesmos. No lugar do Deus pessoal do cristianismo, que se revela na Bíblia, colocam um Ser supremo, misterioso e indeterminado, que tem apenas uma vaga relação com a vida pessoal do ser humano.

Estas concepções animam cada vez mais o debate no âmbito da sociedade, sobretudo nos aspectos da justiça e da legislação. Mas se alguém abandona a fé num Deus pessoal, surge a alternativa de um «deus» que não conhece, não sente e não fala. E, sobretudo, não tem uma vontade. Se Deus não possui vontade própria, o bem e o mal no final não se distinguem; o bem e o mal já não são contradições entre si, mas estão numa oposição na qual um seria complementar do outro. Desta forma o homem perde a sua força moral e espiritual, necessária para um desenvolvimento total da pessoa. O agir social é cada vez mais dominado pelo interesse privado ou pelo cálculo do poder, com dano para a sociedade. Ao contrário, se Deus é uma Pessoa — e a ordem criatural, assim como a presença de tantos cristãos convictos na sociedade, é disto um indício — origina uma ordem de valores legitimada. Existem sinais, também em tempos recentes, que confirmam o desenvolvimento de novas relações entre Estado e religião, mesmo além das grandes Igrejas cristãs até agora determinantes. Nesta situação os cristãos têm contudo a tarefa de seguir este desenvolvimento de modo positivo e crítico, assim como de apurar os sentidos para a importância fundamental e permanente do cristianismo ao lançar as bases e formar as estruturas da nossa cultura.

Contudo a Igreja vê, com preocupação, a crescente tentativa de eliminar o conceito cristão de matrimónio e família da consciência da sociedade. O matrimónio manifesta-se como união duradoura de amor entre um homem e uma mulher, que é sempre propensa também à transmissão da vida humana. Uma sua condição é a disposição dos cônjuges a estabelecer uma relação recíproca para sempre. Por isso é necessária uma certa maturidade da pessoa e uma fundamental atitude existencial e social: uma «cultura da pessoa» como disse certa vez o meu predecessor João Paulo II. A existência desta cultura da pessoa depende também de progressos sociais. Pode verificar-se que numa sociedade diminua a cultura da pessoa; paradoxalmente, isto deriva do crescimento do padrão de vida. Na preparação e no acompanhamento dos casais é necessário criar as condições de base para solicitar e desenvolver esta cultura. Contemporaneamente, devemos estar conscientes de que o bom êxito dos matrimónios depende de todos nós e da cultura pessoal de cada cidadão. Neste sentido, a Igreja não pode aprovar iniciativas legislativas que impliquem uma valorização de modelos alternativos da vida de casal e da família. Elas contribuem para o enfraquecimento dos princípios do direito natural e, desta forma, para a relativização de toda a legislação e também para a confusão acerca dos valores na sociedade.

É um princípio da fé cristã, ancorado no direito natural, que a pessoa humana seja protegida na situação de debilidade. O ser humano tem sempre a prioridade em relação a outras finalidades. As novas possibilidades da biotecnologia e da medicina com frequência nos colocam em situações difíceis que se parecem com um caminhar por um atalho perigoso. Temos o dever de estudar diligentemente até onde estes métodos podem servir de ajuda ao homem e até onde, ao contrário, se trata de manipulação do homem, de violação da sua integridade e dignidade. Não podemos rejeitar estes progressos, mas devemos permanecer muito vigilantes. Quando se começa a distinguir — e muitas vezes isto acontece já no seio materno — entre vida digna e indigna de ser vivida, nenhuma outra fase da vida será poupada, muito menos a terceira idade e a enfermidade.

A construção de uma sociedade humana exige a fidelidade à verdade. Neste contexto, ultimamente, fazem reflectir certos fenómenos activos no âmbito dos meios de comunicação: estando cada vez mais em concorrência, os mass media vêem-se obrigados a suscitar a máxima atenção possível. Além disso, em geral é o contraste que faz notícia, mesmo se é em desvantagem da veracidade do que se narra. Isto torna-se particularmente problemático quando personagens influentes assumem publicamente posição, sem serem capazes de verificar todos os aspectos de maneira adequada. Aceita-se favoravelmente a intenção do Governo Federal de se comprometer em tais casos, na medida do possível, de modo compensador e reconciliador.

Senhor Embaixador, acompanham-no os meus melhores votos para o seu trabalho e para os contactos que mantiver com os representantes da Cúria Romana, com o Corpo Diplomático e também com os sacerdotes, os religiosos e os fiéis leigos que vivem aqui em Roma empenhados nas actividades eclesiais. Imploro de coração sobre Vossa Excelência, a sua gentil esposa, os colaboradores na Embaixada as abundantes bênçãos divinas.



Discursos Bento XVI 50710