Discursos Bento XVI 1430

AOS ADMINISTRADORES DA REGIÃO DO LÁCIO E DO MUNICÍPIO E DA PROVÍNCIA DE ROMA Sala Clementina

Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2012

Ilustres Senhores e Senhoras


Mais uma vez, tenho a alegria de me encontrar convosco no início do ano novo, para a tradicional troca dos bons votos. Agradeço à Dep. Renata Polverini, Presidente da Junta regional do Lácio, ao Dep. Giovanni Alemanno, Presidente da Câmara municipal de Roma, e ao Dep. Nicola Zingaretti, Presidente da Província de Roma, as amáveis palavras que me dirigiram em nome de todos. Desejo manifestar-vos os meus fervorosos bons votos para o ano novo, que estendo à população romana e lacial, particularmente próxima no meu ministério de Bispo de Roma.

Há já vários anos que também no Lácio se sentem os efeitos da crise económica e financeira, que atingiu várias regiões do mundo e que, como tive a oportunidade de recordar, tem as suas raízes mais profundas numa crise ética. A etimologia da palavra «crise» evoca a dimensão do «separar» e, em sentido lato, do «avaliar», do «julgar». Então, a crise contemporânea pode ser também uma ocasião para toda a comunidade civil verificar se os valores postos como fundamento do viver social geraram uma sociedade mais justa, equitativa e solidária, ou se não é, ao contrário, necessária uma profundo reconsideração para recuperar valores que estão na base de uma verdadeira renovação da sociedade e que favorecem uma retomada não só económica, mas também atenta a promover o bem integral da pessoa humana.

Neste contexto, a comunidade cristã está comprometida numa obra educativa constante, de maneira particular a favor das novas gerações, a fim de que os valores que durante muitos séculos fizeram de Roma e do território circunstante uma luz para o mundo possam ser assumidos, de forma renovada, como o fundamento de um futuro melhor para todos.

É importante que amadureça um renovado humanismo em que a identidade do ser humano seja compreendida com a categoria de pessoa. Com efeito, a crise actual tem nas suas raízes também o individualismo, que obscurece a dimensão relacional do homem e o leva a fechar-se no seu pequeno mundo, a estar atento a satisfazer em primeiro lugar as próprias necessidades e desejos, preocupando-se pouco com os outros. A especulação nos alugueres, a inserção cada vez mais difícil no mundo do trabalho para os jovens, a solidão de muitos idosos, o anomimato que caracteriza muitas vezes a vida nos bairros das cidades e o olhar às vezes superficial sobre as situações de marginalização e de pobreza, não são porventura uma consequência desta mentalidade? A fé diz-nos que o homem é um ser chamado a viver em relação, e que o «eu» só pode encontrar-se a si mesmo, precisamente a partir de um «tu» que o aceite e o ame. E este «Tu» é antes de tudo Deus, o único capaz de oferecer ao homem um acolhimento incondicionado e um amor infinito, e são os outros, a começar pelos mais próximos. Redescobrir esta relacionalidade como elemento constitutivo da própria existência é o primeiro passo para dar vida a uma sociedade humana. E é também tarefa das Instituições favorecer o crescimento da consciência de que fazemos parte de uma única realidade em que cada um, à semelhança do corpo humano, é importante para o todo, como recordou Menénio Agripa no célebre apólogo incluído por Tito Lívio na sua História de Roma (cf. Ab Urbe Condita, II, 32).

A consciência de ser um «corpo» poderá crescer se se consolidar o valor do acolhimento, já profundamente arraigado no coração dos habitantes de Roma e do Lácio. Tivemos uma recente prova disto nos dias da Beatificação de João Paulo II: milhares de peregrinos que vieram à Urbe puderam viver dias tranquilos e de fraternidade, graças também à vossa colaboração preciosa. A Cáritas diocesana e as comunidades cristãs não se poupam nesta obra de acolhimento, de modo particular a favor daqueles que, provenientes de países onde a pobreza é muitas vezes causa de morte, ou fugindo deles para tutelar a própria incolumidade, chegam às nossas cidades e batem às portas das paróquias. Todavia, é necessário alimentar percursos de plena integração, que permitam a inserção no tecido social, a fim de que eles possam oferecer a todos a riqueza de que são portadores. Deste modo, cada um aprenderá a sentir o lugar onde reside, como a «casa comum» onde habitar e da qual cuidar, no respeito atento e necessário pelas leis que regulamentam o viver colectivo.

Juntamente com o acolhimento, deve fortalecer-se também o valor da solidariedade. É uma exigência de caridade e justiça que, nos momentos difíceis, quantos têm maior disponibilidade se interessem por aqueles que vivem em condições de dificuldade. Além disso, às Instituições cabe a tarefa de reservar sempre atenção e apoio àquelas realidades das quais depende o bem da sociedade. A este propósito, deve ser garantida uma ajuda especial às famílias, de modo particular às mais numerosas, que muitas vezes devem enfrentar dificuldades, tornadas por vezes mais agudas pela falta ou insuficiência de trabalho. Encorajo-vos a defender a família fundada sobre o matrimónio, como célula essencial da sociedade, e também através de ajudas e facilitações fiscais que favoreçam a natalidade. Além disso, encorajo-vos a fazer o possível para que a todos os núcleos familiares sejam garantidas as condições necessárias para uma vida digna. De resto, a solidariedade deve dirigir-se aos jovens, que são os mais penalizados pela falta de trabalho. Uma sociedade solidária deve ter sempre a peito o futuro das novas gerações, predispondo políticas adequadas que garantam uma moradia a preços justos e que façam tudo quanto é possível para garantir uma actividade de trabalho. Tudo isto é importante para evitar o risco de que os jovens se tornem vítimas de organizações ilegais, que oferecem lucros fáceis e não respeitam o valor da vida humana.

1432 Ao mesmo tempo — terceiro ponto — é necessário promover uma cultura da legalidade, ajudando os cidadãos a compreender que as leis servem para canalizar as numerosas energias positivas presentes na sociedade e, assim, a permitir a promoção do bem comum; também os recentes episódios de violência no território impelem a dar continidade ao compromisso em vista de educar para o respeito da legalidade e para salvaguardar a segurança. Às Instituições está confiada a tarefa, além de ser exemplares no respeito das leis, de emanar disposições justas e equitativas, que tenham em consideração também a lei que Deus inscreveu no coração do homem e que pode ser conhecida por todos mediante a razão.

Ilustres Autoridades, os desafios são múltiplos e complexos. Só é possível enfrentá-los na medida em que se fortalecer a consciência de que o destino de cada um está ligado ao de todos. Foi por isso que desejei salientar o modo como o acolhimento, a solidariedade e a legalidade são valores fundamentais a fim de olhar para o ano recém-iniciado com maior tranquilidade. Asseguro-vos a minha oração constante pelo vosso compromisso a favor da colectividade e confio-vos à intercessão materna da Virgem Maria. Com estes votos, concedo de coração a todos vós a minha Bênção apostólica, que de bom grado estendo aos habitantes de Roma, da sua Província e de toda a Região.



SAUDAÇÃO AOS FUNCIONÁRIOS DO INSPECTORADO DE SEGURANÇA PÚBLICA NO VATICANO Sala Clementina

Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2012




Ilustres Senhores
Prezados Funcionários e Agentes

Estou muito feliz por vos receber hoje de manhã, por ocasião da troca dos bons votos para o ano novo de 2012. A minha saudação abrange as vossas famílias e os colegas que não puderam participar neste encontro, porque empenhados no serviço na Praça de São Pedro e nas áreas limítrofes da Sé Apostólica. Boas-vindas especiais ao Dirigente-Geral do Inspectorado de Polícia, Dr. Raffaele Aiello, a quem agradeço as amáveis expressões que me dirigiu em vosso nome e também no dos representantes das estruturas centrais e periféricas do Ministério do Interior, com as quais vós colaborais. Dirijo a minha saudação ao Prefeito Salvatore Festa e, de modo especial, a vós, Funcionários e Agentes que, «no campo», ofereceis o vosso serviço apreciado. Dirijo a todos a minha gratidão pessoal e a dos meus colaboradores, pelo trabalho precioso e delicado que levais a cabo.

A tutela da ordem pública, sobretudo numa área tão frequentada por turistas e peregrinos de todas as partes do mundo, não é uma tarefa simples. Com efeito, a Sé de Pedro constitui o centro da cristandade, e os católicos do mundo desejam vir aqui, pelo menos uma vez na vida, para rezar diante dos tímulos dos Apóstolos. Tal presença, tanto da Santa Sé como do grande número de pessoas cosmopolitas que visitam o centro da Igreja católica, não constitui certamente um problema para a cidade de Roma e para a Itália inteira, mas sim uma riqueza e um motivo de orgulho! Os meus votos são para que, enquanto observais os fiéis que visitam com alegria, com emoção e com profundo espírito cristão a Basílica de São Pedro, também a vossa fé se torne cada vez mais robusta e o vosso espírito seja beneficiado, ajudando-vos a enfrentar a vida com um comportamento digno de cristãos autênticos e de cidadãos maduros.

Também o ano que há pouco findou, infelizmente, foi marcado por episódios de violência e de intolerância. Com frequência, em várias regiões do mundo, objecto de represálias e de atentados foram precisamente os cristãos, que pagaram até com a vida a sua pertença a Cristo e à Igreja. Na mensagem por ocasião do Dia Mundial da Paz do dia 1 de Janeiro corrente, desejei sublinhar a importância da educação das jovens gerações para a justiça e a paz. Estes dois termos são muito usados no nosso mundo, mas com frequência de modo equívoco. A justiça não é uma simples convenção humana; quando, em nome de uma justiça presumível, predominam os critérios da utilidade, do lucro e da posse, pode-se também espezinhar o valor e a dignidade da pessoa humana (cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2012, n. 4). Na realidade, a justiça é uma virtude que orienta a vontade humana a fim de que atribua ao próximo o que lhe compete em razão do seu ser e do seu agir (cf. Carta Encíclica Caritas in veritate ). Do mesmo modo, a paz não é a mera ausência da guerra, ou apenas o resultado do esforço dos homens para a evitar; ela é antes de tudo dom de Deus, que deve ser pedido com fé e que em Jesus Cristo encontra o caminho para a alcançar. Além disso, a paz autêntica é uma obra a construir quotidianamente com a contribuição da compaixão, solidariedade, fraternidade e colaboração de cada um (cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2012, n. 5). Ela está profundamente ligada à justiça — animada pela verdade na caridade — que os homens são capazes de realizar a partir do contexto em que habitualmente vivem: a família, o trabalho e os relacionamentos de amizade.

Caros amigos, por vossa vez, como forças de polícia, sede sempre autênticos promotores da justiça e sinceros construtores de paz. Oremos à Mãe de Deus, Rainha da Paz, a fim de que sustente os nossos propósitos e a nossa actividade com a sua intercessão maternal. A Ela confiemos todo o ano de 2012, para que seja vivido por todos no sinal do respeito recíproco e do bem comum, enquanto formulamos votos a fim de que nenhum gesto de violência seja perpetrado em nome de Deus, supremo garante da justiça e da paz. Com estes sentimentos, enquanto renovo a minha gratidão a todos vós e invoco sobre cada um e sobre o vosso trabalho a abundância dos favores celestiais, é de bom grado que vos concedo uma especial Bênção Apostólica, que estendo de coração aos vossos familiares e às pessoas que vos são queridas. Bom ano a todos! Obrigado. Perdoai-me a debilidade da minha voz!




AOS BISPOS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA POR OCASIÃO DA VISITA «AD LIMINA APOSTOLORUM»

19112 Sala do Consistório
Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012

Prezados Irmãos Bispos

Saúdo todos vós com afecto fraternal e rezo a fim de que esta peregrinação de renovação espiritual e comunhão profunda vos confirme na fé e na dedicação à vossa tarefa de Pastores da Igreja nos Estados Unidos da América. Como sabeis, é minha intenção meditar convosco, ao longo deste ano, sobre alguns desafios espirituais e culturais da nova evangelização.

Um dos aspectos mais memoráveis da minha Visita Pastoral aos Estados Unidos foi a oportunidade que me ofereceu para reflectir sobre a experiência histórica da liberdade religiosa na América e, de modo específico, sobre a relação entre religião e cultura. No centro de cada cultura, quer seja sentido quer não, existe um consenso sobre a natureza da realidade e do bem moral e, por conseguinte, sobre as condições para a prosperidade humana. Nos Estados Unidos, este consenso, como salvaguardam os documentos da fundação da vossa nação, fundamentava-se numa visão do mundo modelada não apenas pela fé, mas pelo compromisso com alguns princípios éticos que derivam da natureza e do Deus da natureza. Hoje este consenso reduziu-se significativamente perante correntes culturais novas e potentes, que não só se opõem directamente aos ensinamentos morais fundamentais da tradição judaico-cristã, mas são cada vez mais hostis ao cristianismo como tal.

Por sua vez, a Igreja nos Estados Unidos é chamada, oportuna e inoportunamente, a proclamar o Evangelho que não só propõe verdades morais imutáveis, mas propõe-nos precisamente como chave para a felicidade humana e a prosperidade social (cf. Gaudium et spes
GS 10). Na medida que algumas tendências da corrente cultural actual possuem elementos que limitam a proclamação destas verdades, quer restringindo-a nos confins de uma racionalidade meramente científica quer suprimindo-a em nome do poder político e do governo da maioria, representam um ameaça não apenas para a fé cristã, mas também para a própria humanidade e para a verdade mais profunda relativa ao nosso ser e à nossa vocação última, à nossa relação com Deus. Quando uma cultura tenta suprimir a dimensão do mistério último e fechar as portas à verdade transcendente, inevitavelmente empobrece-se e torna-se presa, como intuiu tão claramente o saudoso Papa João Paulo ii, de uma leitura reducionista e totalitarista da pessoa humana e da natureza da sociedade.

Com a sua longa tradição de respeito pela justa relação entre fé e razão, a Igreja desempenha um papel crucial na luta contra as correntes culturais que, com base num individualismo extremo, tentam promover conceitos de liberdade separadas da verdade moral. A nossa tradição não fala de uma fé cega, mas de uma perspectiva racional que liga o nosso empenho por construir uma sociedade autenticamente justa, humana e próspera à nossa certeza última de que o universo possui uma lógica interna acessível à razão humana. A defesa da parte da Igreja de um raciocínio moral baseado na lei natural está fundada na sua convicção de que esta lei não constitui uma ameaça para a nossa liberdade, mas uma «linguagem» que nos permite compreender-nos a nós mesmos e a verdade do nosso ser, e de modelar desta forma um mundo mais justo e mais humano. Portanto, ela propõe o seu ensinamento moral não como uma mensagem de coerção, mas de libertação, e como base para construir um futuro seguro.

Portanto, o testemunho da Igreja é por sua natureza público: tenta convencer propondo argumentos publicamente racionais. A separação legítima entre Igreja e Estado não pode ser interpretada como se a Igreja tivesse que se silenciar sobre determinados temas, nem como se o Estado pudesse escolher envolver-se ou não se deixar envolver pelas vozes de crentes empenhados na determinação dos valores que forjarão o futuro da nação.

À luz destas considerações, é fundamental que toda a comunidade católica nos Estados Unidos consiga compreender as graves ameaças que o secularismo radical representa para o testemunho moral público da Igreja, que encontra cada vez mais expressão nos âmbitos político e cultural. A seriedade destas ameaças deve ser entendida com clareza a todos os níveis da vida eclesial. Particularmente preocupante são algumas tentativas de limitar a liberdade mais apreciada na América, a liberdade religiosa. Muitos de vós sublinharam que foram realizados esforços concertados para negar o direito de objecção de consciência a indivíduos e instituições católicas relativamente à cooperação para práticas intrinsecamente negativas. Outros falaram-me sobre a tendência preocupante de reduzir a liberdade religiosa a uma mera liberdade de culto, sem garantias para o respeito pela liberdade de consciência.

Mais uma vez, constatamos a necessidade de uma laicado católico comprometido, articulado e bem formado, dotado de um forte sentido crítico perante a cultura dominante e de coragem para contrastar um secularismo redutivo que tencionaria deslegitimar a participação da Igreja no debate público sobre questões que determinam o futuro da sociedade americana. A preparação dos líderes leigos comprometidos e a apresentação de uma expressão convincente da visão cristã do homem e da sociedade permanecem a tarefa principal da Igreja no vosso país; como componentes essenciais da nova evangelização, estas preocupações devem modelar a visão e os objectivos dos programas catequéticos a todos os níveis.

A este respeito, gostaria de mencionar com apreço os vossos esforços por manter contactos com os católicos comprometidos na vida política e ajudá-los a compreender a sua responsabilidade pessoal de oferecer um testemunho público da sua fé, especialmente em relação às grandes questões morais do nosso tempo: o respeito pelo dom divino da vida, a protecção da dignidade humana e a promoção dos direitos humanos autênticos. Como o Concílio observou, e como eu quis reiterar durante a minha Visita Pastoral, o respeito pela justa autonomia do âmbito secular deve ter em consideração também a verdade de que não existe sector de questões terrenas que possa ser subtraído ao Criador e ao seu domínio» (cf. Gaudium et spes GS 36). Não há dúvida de que um testemunho mais coerente da parte dos católicos da América das suas convicções mais profundas daria um importante contributo para a renovação da sociedade no seu conjunto.

Queridos Irmãos Bispos, nestes breves comentários eu quis abordar algumas das questões urgentes que enfrentais no vosso serviço ao Evangelho e a sua importância para a evangelização da cultura americana. Quem considerar estas questões de forma realista não pode ignorar as dificuldades autênticas que a Igreja encontra actualmente. Mas, na verdade, podemos sentir-nos encorajados pela crescente consciência da necessidade de preservar uma ordem civil claramente enraizada na tradição judaico-cristã, assim como pela promessa que oferece uma nova geração de católicos, cujas experiências e convicções desempenharão um papel decisivo ao renovar a presença e o testemunho da Igreja na sociedade americana. A esperança que estes «sinais dos tempos» nos oferece é motivo para renovar os nossos esforços a fim de mobilizar os recursos intelectuais e morais de toda a comunidade católica ao serviço da evangelização da cultura americana e da edificação da civilização do amor. Com grande afecto confio todos vós, e o rebanho confiado aos vossos cuidados, à intercessão de Maria, Mãe da Esperança, e concedo cordialmente a minha Bênção Apostólica como penhor de graça e paz em nosso Senhor Jesus Cristo.




A UMA DELEGAÇÃO ECUMÉNICA PROVENIENTE DA FINLÂNDIA POR OCASIÃO DA FESTA DO PADROEIRO SANTO HENRIQUE

19122
Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012



Prezado Bispo Sippo
Estimado Bispo Häkkinen
Ilustres Amigos da Finlândia

É com grande alegria que vos recebo, membros da delegação finlandesa, por ocasião da sua peregrinação ecuménica anual a Roma, para celebrar mais uma vez a festa hodierna de santo Henrique, padroeiro celeste da Finlândia. Quando nos recordamos dos nossos santos padroeiros, damos graças pela acção do Espírito Santo, forjando e transformando a vida daqueles que nos transmitiram um exemplo saliente da fidelidade a Cristo e ao Evangelho.

A visita anual de uma delegação ecuménica da Finlândia dá testemunho do crescimento da comunhão entre as tradições cristãs representadas no vosso país. A minha esperança mais profunda é de que esta comunhão possa continuar a crescer, produzindo frutos copiosos no meio dos católicos, dos luteranos e de todos os outros cristãos na vossa amada pátria. A nossa amizade profunda e o nosso testemunho comum de Jesus Cristo — especialmente diante do mundo contemporâneo, ao qual muitas vezes falta uma orientação verdadeira e que aspira a ouvir a mensagem da salvação — devem apressar o nosso progresso rumo à resolução das diferenças que ainda subsistem entre nós, e também de todas as questões a respeito das quais os cristãos se encontram divididos.

Nos últimos tempos, as questões éticas tornaram-se um dos pontos de divergência entre os cristãos, de modo especial no que se refere a uma compreensão adequada da natureza humana e da sua dignidade. É necessário que os cristãos alcancem um acordo profundo a propósito de temáticas relativas à antropologia, que assim podem coadjuvar a sociedade e os políticos a tomar decisões sábias a justas a respeito de questões importantes nos campos da vida humana, da família e da sexualidade.

A este propósito, o recente documento sobre o diálogo ecuménico bilateral no contexto da Finlândia e da Suécia não reflecte só uma aproximação entre católicos e luteranos, relativa à compreensão sobre a justificação, mas também exorta os cristãos a renovar o seu compromisso a imitar Cristo na vida e nos gestos. Temos confiança que o poder do Espírito Santo tornará possível aquilo que ainda parece fora do nosso alcance: uma renovação difundida da santidade e da prática pública da virtude cristã, a exemplo de testemunhas grandiosas que nos precederam.

Na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos deste ano, a segunda leitura dos textos sugeridos para o dia de hoje evoca a paciência de crentes fiéis, como Abraão (
He 6,15), que foram recompensados pela sua fé e confiança em Deus. A consciência de que Deus intervém amorosamente na nossa história ensina-nos a não dar ênfase indevida àquilo que conseguimos realizar através dos nossos próprios esforços. A nossa aspiração à unidade plena e visível entre os cristãos exige uma espera paciente e confiante, não com espírito de desamparo ou de passividade, mas com a profunda confiança de que a unidade entre todos os cristãos na única Igreja é verdadeiramente uma dádiva de Deus, e não uma nossa conquista. Esta expectativa paciente, com esperança devota, transforma-nos e prepara-nos para a unidade visível, não segundo os nossos planos, mas como Deus no-la concede.

Espero fervorosamente que a vossa visita a Roma contribua para aprofundar as relações fraternas existentes entre luteranos e católicos na Finlândia. Demos graças a Deus por tudo o que Ele nos concedeu até hoje e oremos a fim de que nos cumule com o Espírito da verdade, orientando-nos para um amor e uma unidade cada vez maiores. Sobre vós e todos os vossos concidadãos invoco as bênçãos abundantes de Deus.



AOS PROFESSORES E ALUNOS DO ALMO COLÉGIO CAPRÂNICA Sala Clementina

1435
Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2012




Senhor Cardeal
Excelência
Prezados irmãos

É sempre motivo de alegria para mim, encontrar-me com a comunidade do Almo Colégio Caprânica, que desde há mais de cinco séculos constitui um dos Seminários da Diocese de Roma. Saúdo todos vós com afecto, naturalmente de modo particular Sua Eminência o Cardeal Martino e o Reitor, Mons. Ermenegildo Manicardi. E estou grato a Sua Eminência pelas amáveis palavras. Por ocasião da festa de santa Inês, Padroeira do Colégio, gostaria de vos oferecer algumas reflexões que me são sugeridas precisamente pela sua figura.

Santa Inês é uma das famosas donzelas romanas, que ilustraram a beleza genuína da fé em Cristo e da amizade com Ele. A sua dúplice qualificação de Virgem e Mártir evoca a totalidade das dimensões da santidade. Trata-se de uma integridade de santidade que é exigida também de vós, pela vossa fé cristã e pela especial vocação sacerdotal com a qual o Senhor vos chamou e vos une a Si. Martírio — para santa Inês — queria dizer aceitação generosa e livre de dedicar a sua vida jovem, na sua totalidade e sem reservas, a fim de que o Evangelho fosse anunciado como verdade e beleza que iluminam a existência. No martírio de Inês, acolhido com coragem no estádio de Domiciano, resplandece para sempre a beleza de pertencer a Cristo sem hesitações, confiando-se a Ele. Ainda hoje, para quem quer que passe pela praça Navona, a efígie da santa, no alto da fachada principal da igreja de santa Inês «in Agone», recorda que esta nossa cidade está fundada também sobre a amizade por Cristo e sobre o testemunho do seu Evangelho, da parte de muitos dos seus filhos e filhas. A sua entrega generosa a Ele, e para o bem dos irmãos, constitui um componente primário da fisionomia espiritual de Roma.

No martírio, Inês corrobora também o outro elemento decisivo da sua vida, a virgindade por Cristo e pela Igreja. Com efeito, o dom total do martírio é preparado pela escolha consciente, livre e madura da virgindade, testemunho da vontade de ser totalmente de Cristo. Se o martírio é um gesto heróico final, a virgindade é o fruto de uma amizade prolongada com Jesus, amadurecida na escuta constante da sua Palavra, no diálogo da oração e no encontro eucarístico. Ainda jovem, Inês tinha aprendido que ser discípulo do Senhor quer dizer amá-lo pondo em jogo toda a existência. Esta dúplice qualificação — Virgem e Mártir — evoca à nossa reflexão que uma testemunha credível da fé deve ser uma pessoa que vive para Cristo, com Cristo e em Cristo, transformando a própria vida segundo as exigências mais excelsas da gratuidade.

Também a formação do presbítero exige integridade, plenitude, exercício ascético, constância e fidelidade heróica, em todos os aspectos que a constitui; no fundo, deve existir uma vida espiritual sólida, animada por uma relação intensa com Deus nos planos pessoal e comunitário, com atenção particular às celebrações litúrgicas e à frequência dos Sacramentos. A vida sacerdotal exige uma aspiração crescente pela santidade, um claro sensus Ecclesiae e uma abertura à fraternidade, sem exclusões nem parcialidades. Do caminho de santidade do presbítero faz parte inclusive a sua escolha de elaborar, com a ajuda de Deus, a própria inteligência e o próprio compromisso, uma verdadeira e sólida cultura pessoal, fruto de um estudo apaixonado e constante. A fé tem uma sua dimensão racional e intelectual que lhe é essencial. Para um seminarista e para um jovem sacerdote, ainda em fase de estudo académico, trata-se de assimilar esta síntese entre fé e razão, que é própria do Cristianismo. O Verbo de Deus fez-se carne e o presbítero, verdadeiro sacerdote do Verbo encarnado, deve tornar-se cada vez mais transparência, luminosa e profunda, da Palavra eterna que nos é doada. Quem é maduro inclusive nesta sua formação cultural global, pode ser mais eficazmente educador e animador daquela adoração «em Espírito e verdade», da qual Jesus fala à Samaritana (cf.
Jn 4,23). Tal adoração, que se forma na escuta da Palavra de Deus e na força do Espírito Santo, é chamada a tornar-se, acima de tudo na Liturgia, o «rationabile obsequium», de que nos fala o apóstolo Paulo, um culto em que o próprio homem, na sua totalidade de um ser dotado de razão, se torna adoração e glorificação do Deus vivo, e que pode ser alcançado sem se conformar com este mundo, mas deixando-se transformar por Cristo, renovando o seu modo de pensar, para poder discernir a vontade de Deus, o que é bom, o que é do seu agrado e o que é perfeito (cf. Rm 12,1-2).

Caros Alunos do Colégio Caprânica, o vosso compromisso no caminho de santidade, também com uma sólida formação cultural, corresponde à intenção originária desta Instituição, fundada há 555 anos pelo Cardeal Domenico Capranica. Tende sempre um profundo sentido da história e da tradição da Igreja! O facto de estar em Roma é um dom que vos deve tornar particularmente sensíveis à profundidade da tradição católica. Vós podeis senti-la já na história do edifício que vos hospeda. Além disso, viveis estes anos de formação numa proximidade especial ao Sucessor de Pedro: isto permite-vos sentir com clareza particular as dimensões universais da Igreja, e o desejo de que o Evangelho chegue a todos os povos. Aqui tendes a possibilidade de ampliar os horizontes com experiências de internacionalidade; aqui, sobretudo, respirais a catolicidade. Aproveitai quanto vos é oferecido, para o serviço futuro à Diocese de Roma ou às vossas Dioceses de proveniência! Da amizade, que nasce do viver juntos, aprendei a conhecer as situações diversificadas das nações e das Igrejas no mundo e a formar-vos para a visão católica. Preparai-vos para estar próximos de cada homem que encontrardes, sem permitir que qualquer cultura possa constituir uma barreira para a Palavra de vida, da qual sois anunciadores também com a vossa própria vida.

Estimados amigos, a Igreja espera muito dos jovens sacerdotes na obra de evangelização e de nova evangelização. Encorajo-vos a fim de que, na labuta quotidiana, arraigados na beleza da tradição autêntica e unidos profundamente a Cristo, sejais capazes de O levar às vossas comunidades com verdade e alegria. Com a intercessão da Virgem e Mártir Inês, e de Maria Santíssima, Estrela da Evangelização, que o vosso compromisso de hoje beneficie a fecundidade do vosso ministério. Concedo-vos de coração, assim como aos vossos entes queridos, a Bênção apostólica. Obrigado!



À COMUNIDADE DO CAMINHO NEOCATECUMENAL

Sala Paulo VI

1436
Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2012




Prezados irmãos e irmãs

Também este ano tenho a alegria de poder encontrar-me e compartilhar convosco este momento de envio para a missão. Dirijo uma saudação particular a Kiko Argüello, a Carmen Hernández e a Pe. Mario Pezzi, bem como uma saudação carinhosa a todos vós: sacerdotes, seminaristas, famílias, formadores e membros do Caminho Neocatecumenal. A vossa presença hoje é um testemunho visível do vosso compromisso jubiloso de viver a fé, em comunhão com toda a Igreja e com o Sucessor de Pedro, e de ser anunciadores intrépidos do Evangelho.

No trecho de são Mateus que ouvimos, os Apóstolos recebem uma ordem específica de Jesus: «Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações» (
Mt 28,19). Inicialmente tinham duvidado, no seu coração ainda havia incerteza, o deslumbramento diante do acontecimento da Ressurreição. E é o próprio Jesus, o Ressuscitado — ressalta o Evangelista — que se aproxima deles, que faz sentir a sua presença, que os envia a ensinar tudo aquilo que lhes tinha comunicado, infundindo uma certeza que acompanha todos os anunciadores de Cristo: «Eis que Eu estou convosco todos os dias, até ao fim do mundo» (Mt 28,20). São palavras que ressoam fortes no vosso coração. Entoastes o Resurrexit, que exprime a fé no Vivente, naquele que, num gesto supremo de amor, venceu o pecado e a morte, oferecendo ao homem, a nós, o entusiasmo do amor de Deus, a esperança de sermos salvos, um futuro de eternidade.

Nestas décadas de vida do Caminho, um vosso compromisso firme consistiu em proclamar Cristo Ressuscitado, em responder às suas palavras com generosidade, abandonando com frequência seguranças pessoais e materiais, deixando também os próprios países, enfrentando situações novas e nem sempre fáceis. Levar Cristo aos homens e conduzir os homens para Cristo: é isto que anima hoje a obra evangelizadora. Vós realizai-lo num percurso que ajuda a fazer redescobrir a quantos já receberam o Baptismo, a beleza da vida de fé, a alegria de serem cristãos. «Seguir Cristo» exige a aventura pessoal de O procurar, de caminhar com Ele, mas requer sempre também que abandonemos o fechamento do nosso ego, eliminando o individualismo que muitas vezes caracteriza a sociedade do nosso tempo, para substituir o egoísmo com a comunidade do homem novo em Jesus Cristo. E isto acontece numa profunda relação pessoal com Ele, na escuta da sua palavra, no percorrer o caminho que Ele nos indicou, mas verifica-se também inseparavelmente no crer com a sua Igreja, com os seus santos, nos quais se dá a conhecer sempre de novo o verdadeiro rosto da Esposa de Cristo.

Trata-se de um compromisso — como sabemos — nem sempre fácil. Às vezes estais presentes em lugares onde há necessidade de um primeiro anúncio do Evangelho, a missio ad gentes; muitas vezes, ao contrário, em regiões que, embora tenham conhecido Cristo, se tornaram indiferentes à fé: o secularismo fez desaparecer nelas o sentido de Deus e ofuscou os valores cristãos. Aqui o vosso compromisso e o vosso testemunho sejam como o fermento que, com paciência, respeitando os tempos, com o sensus Ecclesiae, faz crescer toda a massa. A Igreja reconheceu no Caminho um dom especial que o Espírito Santo concedeu à nossa época, e a aprovação dos Estatutos e do «Directório catequético» são disto um sinal. Encorajo-vos a oferecer a vossa contribuição original para a causa do Evangelho. Na vossa obra preciosa, procurai sempre uma comunhão profunda com a Sé Apostólica e com os Pastores das Igrejas particulares, nas quais estais inseridos: a unidade e a harmonia do Corpo eclesial constituem um testemunho importante de Cristo e do seu Evangelho no mundo em que vivemos.

Amadas famílias, a Igreja agradece-vos; ela tem necessidade de vós para a nova evangelização. A família é uma célula importante para a comunidade eclesial, onde as pessoas se formam para a vida humana e cristã. Queridos pais, é com grande alegria que vejo os vossos filhos, tantas crianças que olham para vós, para o vosso exemplo. Uma centena de famílias estão prestes a partir para doze Missões ad gentes. Convido-vos a não ter medo: quem leva o Evangelho nunca está sozinho. Saúdo com afecto os sacerdotes e os seminaristas: amai Cristo e a Igreja, comunicai a alegria de O ter encontrado e a beleza de ter doado tudo a Ele. Saúdo inclusive os itinerantes, os responsáveis e todas as comunidades do Caminho. Continuai a ser generosos com o Senhor: Ele não vos deixará faltar a sua consolação!

Há pouco foi lido o Decreto com que são aprovadas as celebrações presentes no «Directório catequético do Caminho Neocatecumenal», que não são estritamente litúrgicas, mas fazem parte do itinerário de crescimento na fé. É mais um elemento que vos mostra como a Igreja vos acompanha com atenção, num discernimento paciente que compreende a vossa riqueza, mas olha também para a comunhão e para a harmonia de todo o Corpus Ecclesiae.

Este facto oferece-me a ocasião para um breve pensamento sobre o valor da Liturgia. O Concílio Vaticano II define-a como a obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo, que é a Igreja (cf. Sacrosanctum Concilium SC 7). À primeira vista, isto poderia parecer estranho, pois tem-se a impressão de que a obra de Cristo designa as obras redentoras históricas de Jesus, a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Então, neste sentido, a Liturgia é obra de Cristo? A Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus constituem apenas acontecimentos históricos; alcançam e imbuem a história, mas transcendem-na e permanecem sempre presentes no Coração de Cristo. No gesto litúrgico da Igreja encontra-se a presença concreta de Cristo Ressuscitado, que torna presente e eficaz para nós, hoje, o próprio Mistério pascal, para a nossa salvação; atrai-nos neste gesto de dom de Si, que no seu Coração está sempre presente e nos faz participar nesta presença do Mistério pascal. Esta obra do Senhor Jesus, que é o verdadeiro conteúdo da Liturgia, o entrar na presença do Mistério pascal é também obra da Igreja que, sendo seu Corpo, é um único sujeito com Cristo — Christus totus caput et corpus — reza santo Agostinho. Na celebração dos Sacramentos, Cristo imerge-nos no Mistério pascal a fim de nos fazer passar da morte para a vida, do pecado para a existência nova em Cristo.

Isto vale de modo extremamente especial para a celebração da Eucaristia que, como ápice da vida cristã, é também o fulcro da sua redescoberta, para a qual tende o neocatecumenato. Como recitam os vossos Estatutos, «a Eucaristia é essencial para o neocatecumenato, enquanto catecumenato pós-baptismal, vivido em pequenas comunidades» (art. 13 § 1). Precisamente com a finalidade de favorecer a reaproximação à riqueza da vida sacramental por parte de pessoas que se afastaram da Igreja, ou que não receberam uma formação adequada, os neocatecumenais podem celebrar a Eucaristia dominical na pequena comunidade, após as primeiras Vésperas do domingo, segundo as disposições do Bispos diocesano (cf. Estatutos, art. 13 § 2). Mas cada celebração eucarística é uma acção do único Cristo, juntamente com a sua única Igreja e, por isso, essencialmente aberta a todos aqueles que pertencem a esta sua Igreja. Esta índole pública da Sagrada Eucaristia manifesta-se no facto de que cada celebração da Santa Missa, última análise, é presidida pelo Bispo como membro do Colégio episcopal para uma determinada Igreja local (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium LG 26). A celebração nas pequenas comunidades, regulada pelos Livros litúrgicos, que devem ser seguidos fielmente, e com as particularidades aprovadas nos Estatutos do Caminho, tem a tarefa de ajudar quantos percorrem o itinerário neocatecumenal a sentir a graça de estar inseridos no Mistério salvífico de Cristo, que torna possível um testemunho cristão capaz de assumir também os traços da radicalidade. Ao mesmo tempo, o amadurecimento progressivo na fé do indivíduo e da pequena comunidade deve favorecer a sua inserção na vida da grande comunidade eclesial, que encontra na celebração litúrgica da paróquia, na qual e para a qual se realiza o Neocatecumenato (cf. Estatutos, art. 6), a sua forma ordinária. Mas também durante o percurso é importante não se separar da comunidade paroquial, precisamente na celebração da Eucaristia, que é o lugar autêntica da unidade de todos, onde o Senhor nos abraça nas diferenciadas condições da nossa maturidade espiritual e nos une no único pão que faz de nós um único Corpo (cf. 1Co 10,16 s.).

Ânimo! O Senhor não deixa de vos acompanhar, e também eu vos asseguro a minha oração e vos agradeço os numerosos sinais de proximidade. Peço-vos que vos recordeis também de mim nas vossas preces. A Santa Virgem Maria vos assista com o seu olhar materno e vos sustenha a minha Bênção apostólica, que faço extensiva a todos os membros do Caminho. Obrigado!




Discursos Bento XVI 1430