Bento XVI Homilias 13908

Sábado, 13 de Setembro de 2008: CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA NA ESPLANADA DES INVALIDES

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Paris




Senhor Cardeal Vingt-Trois,
Senhores Cardeais e amados Irmãos no Episcopado,
Irmãos e irmãs em Cristo,

Jesus Cristo congrega-nos neste lugar admirável, no coração de Paris, no dia em que a Igreja universal festeja São João Crisóstomo, um dos seus maiores Doutores, que, mediante o seu testemunho de vida e o seu ensinamento, manifestou eficazmente aos cristãos o caminho a seguir. Saúdo com alegria todas as Autoridades que me acolheram nesta nobre cidade, de maneira especial o Cardeal André Vingt-Trois, a quem agradeço as amáveis palavras que me dirigiu. Saúdo também todos os Bispos, os Sacerdotes e os Diáconos que me rodeiam na celebração do Sacrifício de Cristo. Agradeço a todas as Personalidades, nomeadamente o Senhor Primeiro-Ministro, que quiseram estar presentes aqui nesta manhã; asseguro-lhes a minha prece ardente pelo cumprimento da sua alta missão ao serviço dos seus concidadãos.

A primeira Carta de São Paulo dirigida aos Coríntios faz-nos descobrir, neste ano paulino que foi inaugurado no dia 28 do passado mês de Junho, como os conselhos dados pelo Apóstolo continuem actuais. «Fugi do culto dos ídolos» (
1Co 10,14), escreve ele a uma comunidade muito marcada pelo paganismo e dividida entre a adesão à novidade do Evangelho e a observância de antigas práticas herdadas dos seus antepassados. Então, fugir dos ídolos significava deixar de honrar as divindades do Olimpo, deixar de lhes oferecer sacrifícios sangrentos. Fugir dos ídolos era seguir a escola dos profetas do Antigo Testamento, que denunciavam a tendência do espírito humano a forjar para si mesmo falsas representações de Deus. Como diz o Salmo 113, a propósito das estátuas dos ídolos, estas são apenas «prata e ouro, obra das mãos humanas. Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram» (vv. Ps 113,4-5). À excepção do povo de Israel, que tinha recebido a revelação do Deus único, o mundo antigo estava submetido ao culto dos ídolos. Muito presentes em Corinto, os erros do paganismo tinham que ser denunciados, porque constituíam uma forte alienação e desviavam o homem do seu verdadeiro destino. Impediam-lhe de reconhecer que Cristo é o único e o verdadeiro Salvador, o único que indica ao homem o caminho para Deus.

Este convite a fugir dos ídolos permanece válido também nos dias de hoje. O mundo contemporâneo não criou, porventura, os seus próprios ídolos? Acaso não imitou – talvez sem dar por isso – os pagãos da Antiguidade, desviando o homem do seu fim verdadeiro, da felicidade de viver eternamente com Deus? Trata-se de uma questão que todo o homem honesto consigo mesmo não pode deixar de se colocar. O que é importante na minha vida? O que é que ponho em primeiro lugar? A palavra «ídolo» deriva do grego e significa «imagem», «figura», «representação», mas também «espectro», «fantasma», «vã aparência». O ídolo é um engano, porque desvia da realidade quem o serve para o encerrar no reino da aparência. Pois bem, não será esta uma tentação própria da nossa época, a única na qual podemos agir eficazmente? Tentação de idolatrar um passado que já não existe, esquecendo as suas carências; tentação de idolatrar um futuro que ainda não existe, julgando que o homem possa, simplesmente com as suas forças, realizar a felicidade eterna na terra! São Paulo explica aos Colossenses que a cobiça insaciável é uma idolatria (cf. Col 3,5) e recorda ao seu discípulo Timóteo que a avidez pelo dinheiro é a raiz de todos os males. Por se terem apegado a isto, esclarece ele, «alguns desviaram-se da fé e enredaram-se em muitas aflições» (1Tm 6,10). Porventura o dinheiro, a sede do ter, do poder e mesmo do saber não desviaram o homem do seu Fim verdadeiro, da sua própria verdade?

Amados irmãos e irmãs, a pergunta que nos é colocada pela liturgia deste dia encontra a resposta nesta mesma liturgia, que herdámos dos nossos Pais na fé, especialmente do próprio São Paulo (cf. 1Co 11,23). No seu comentário a este texto, São João Crisóstomo observa que São Paulo condena severamente a idolatria como uma «falta grave», um «escândalo», uma verdadeira «peste» (Homilia 24 sobre a Primeira Carta aos Coríntios, 1). Imediatamente, acrescenta que esta condenação radical da idolatria não é, em caso algum, uma condenação da pessoa idólatra. Nos nossos juízos, nunca devemos confundir o pecado que é inaceitável, com o pecador, cujo estado de consciência não podemos julgar e que, em todo o caso, é sempre susceptível de conversão e de perdão. Nisto, São Paulo faz apelo à razão dos seus leitores: «Falo-vos como a pessoas sensatas; julgai vós mesmos o que estou a dizer-vos» (1Co 10,15). Deus jamais pede ao homem que faça o sacrifício da própria razão. A razão nunca entra em contradição real com a fé. O único Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – criou a nossa razão e dá-nos a fé, propondo à nossa liberdade que a receba como um dom precioso. É o culto dos ídolos que desvia o homem desta perspectiva, e a própria razão pode forjar ídolos para si mesma. Por conseguinte peçamos a Deus, que nos vê e ouve, que nos ajude a purificar-nos de todos os ídolos, para chegarmos à verdade do nosso ser, para chegarmos à verdade do seu Ser infinito.

Como chegar a Deus? Como chegar a encontrar ou reencontrar Aquele que o homem busca no mais profundo de si mesmo, embora O esqueça tão frequentemente? Para O descobrirmos, São Paulo pede-nos que façamos uso não apenas da nossa razão, mas sobretudo da nossa fé. Pois bem, o que é que a fé nos diz? O pão que partimos é comunhão no Corpo de Cristo; o cálice de bênção que abençoamos é comunhão no Sangue de Cristo. Uma revelação extraordinária, que nos vem de Cristo e nos é transmitida pelos Apóstolos e por toda a Igreja, há quase dois mil anos: Cristo instituiu o sacramento da Eucaristia na noite de Quinta-Feira Santa. Ele quis que o seu sacrifício estivesse de novo presente, de maneira não sangrenta, todas as vezes que um sacerdote repete as palavras da consagração sobre o pão e o vinho. Milhões de vezes desde há vinte séculos, tanto na mais humilde das capelas como na mais grandiosa das basílicas ou das catedrais, o Senhor ressuscitado entregou-Se ao seu povo, tornando-Se assim, segundo a fórmula de Santo Agostinho, «mais íntimo a nós do que nós mesmos» (cf. Confissões III, 6.11).

Irmãos e irmãs, rodeemos da maior veneração o sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor, o Santíssimo Sacramento da presença real do Senhor na sua Igreja e na humanidade inteira. Nada descuremos para Lhe manifestar o nosso respeito e o nosso amor. Ofereçamos-Lhe os maiores sinais de honra! Através das nossas palavras, dos nossos silêncios e dos nossos gestos, nunca permitamos que se atenue, em nós e ao nosso redor, a fé em Cristo ressuscitado, presente na Eucaristia. Como diz de modo magnífico o próprio São João Crisóstomo: «Passemos em revista as graças inefáveis de Deus e todos os bens que nos faz desfrutar, quando Lhe oferecemos este cálice, quando comungamos, dando-Lhe graças por ter libertado o género humano do erro, por ter aproximado de Si aqueles que se tinham afastado, por ter feito de desesperados e ateus deste mundo um povo de irmãos, de co-herdeiros do Filho de Deus» (Homilia 24 sobre a Primeira Carta aos Coríntios, 1). Com efeito – continua ele – «o que está no cálice é precisamente aquilo que escorreu do seu lado, e é nisto que participamos» (Ibidem). Não há somente participação e partilha, há também «união» – diz ele.

A Missa é o sacrifício de acção de graças por excelência, o que nos permite unir a nossa acção de graças à do Salvador, o Filho eterno do Pai. Em si mesma, a Missa convida-nos também a fugir dos ídolos, porque – como São Paulo insiste – «vós não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice dos espíritos malignos» (1Co 10,21). A Missa convida-nos a discernir aquilo que, em nós, obedece ao Espírito de Deus e o que, em nós, permanece à escuta do espírito do mal. Na Missa, desejamos pertencer unicamente a Cristo, retomando com gratidão – com «acção de graças» – o brado do Salmista: «Como retribuirei ao Senhor todo o bem que Ele me fez?» (Ps 116,12). Sim, como agradecer ao Senhor pela vida que Ele me deu? A resposta à pergunta do Salmista encontra-se no próprio Salmo, porque misericordiosamente a própria Palavra de Deus responde às questões que formula. Como dar graças ao Senhor por todo o bem que Ele nos faz, senão atendo-nos às suas próprias palavras: «Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor» (Ps 116,13)?

Porventura elevar o cálice da salvação e invocar o nome do Senhor não é precisamente o melhor meio para «fugir dos ídolos», como nos pede São Paulo? Cada vez que uma Missa é celebrada, cada vez que Cristo Se torna sacramentalmente presente na sua Igreja, realiza-se a obra da nossa salvação. Por isso, celebrar a Eucaristia significa reconhecer que só Deus é capaz de nos dar a felicidade plena, de nos ensinar os verdadeiros valores, os valores eternos que jamais conhecerão ocaso. Deus está presente no altar, mas encontra-Se também presente no altar do nosso coração quando, comungando, O recebemos no sacramento eucarístico. Só Ele nos ensina a fugir dos ídolos, miragens do pensamento.

Pois bem, queridos irmãos e irmãs, quem pode elevar o cálice da salvação e invocar o nome do Senhor por conta de todo o povo de Deus, a não ser o sacerdote ordenado pelo Bispo para tal finalidade? Permiti-me, queridos habitantes de Paris e da região parisiense, e também todos vós que viestes do resto da França e de outros países limítrofes, lançar aqui um apelo cheio de confiança na fé e na generosidade dos jovens que se interrogam acerca da vocação religiosa ou sacerdotal: Não tenhais medo! Não tenhais medo de dar a vossa vida a Cristo! Nada jamais poderá substituir o ministério dos sacerdotes na vida da Igreja. Nada jamais poderá substituir uma Missa pela salvação do mundo. Estimados jovens ou menos jovens que me escutais, não deixeis sem resposta o chamamento de Cristo. São João Crisóstomo, no seu Tratado sobre o sacerdócio, mostrou como a resposta do homem pode tardar a chegar, mas ele é o exemplo vivo da acção de Deus sobre uma liberdade humana que se deixa modelar pela sua graça.

Finalmente, se retomarmos as palavras que Cristo nos deixou no seu Evangelho, veremos que Ele pessoalmente nos ensinou a fugir dos ídolos, convidando-nos a construir a nossa casa «sobre a rocha» (Lc 6,48). Quem é esta rocha, senão Ele mesmo? Os nossos pensamentos, as nossas palavras e as nossas acções só adquirem a sua verdadeira dimensão, se os referirmos à mensagem do Evangelho: «A boca fala da abundância do coração» (Lc 6,45). Quando falamos, procuramos o bem do nosso interlocutor? Quando pensamos, procuramos colocar o nosso pensamento em sintonia com o de Deus? Quando agimos, procuramos espalhar o Amor que nos faz viver? São João Crisóstomo diz ainda: «Pois bem, se todos nós partilhamos o mesmo pão, e se todos nos tornamos esta mesma substância, porque razão não manifestamos a mesma caridade? Porque razão, pelo mesmo motivo, não nos tornamos um só? (...) Ó homem, Cristo veio procurar-te, procurar a ti que estavas tão longe d’Ele, para Se unir a ti; e tu não queres unir-te ao teu irmão?» (Homilia 24 sobre a Primeira Carta aos Coríntios, 2).

A esperança permanecerá sempre a mais forte! A Igreja, construída sobre a rocha de Cristo, possui as promessas da vida eterna, não porque os seus membros sejam mais santos do que os outros homens, mas porque Cristo fez esta promessa a Pedro: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela» (Mt 16,18). Nesta esperança indefectível na presença eterna de Deus em cada uma das nossas almas, nesta alegria de saber que Cristo está connosco até ao fim dos tempos, nesta força que o Espírito dá a todos os homens e a todas as mulheres que aceitam deixar-se agarrar por Ele, confio-vos, queridos cristãos de Paris e da França, à acção poderosa e misericordiosa do Deus de amor que morreu por nós na Cruz e ressuscitou vitoriosamente na manhã de Páscoa. A todos os homens de boa vontade que me ouvem, repito com São Paulo: Fugi do culto dos ídolos, não cesseis de fazer o bem!

Que Deus nosso Pai vos atraia a Si e faça brilhar sobre vós o esplendor da sua glória! Que o Filho unigénito de Deus, nosso Mestre e nosso Irmão, vos revele a beleza do seu rosto de Ressuscitado! Que o Espírito Santo vos cumule com os seus dons e vos conceda a alegria de conhecerdes a paz e a luz da Santíssima Trindade, agora e pelos séculos dos séculos. Amen.




Sábado, 13 de Setembro de 2008: PROCISSÃO DAS VELAS

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Lourdes, Largo do Rosário





Amado D. Perrier, Bispo de Tarbes e Lourdes,
Caros Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Queridos peregrinos,
Irmãos e Irmãs,

Há cento e cinquenta anos, no dia 11 de Fevereiro de 1858, neste lugar chamado A gruta de Massabielle, fora da povoação, uma simples adolescente de Lourdes, Bernadete Soubirous, viu uma luz e, nesta luz, uma jovem mulher «linda, mais linda que tudo». Esta Senhora dirigiu-se-lhe com bondade e doçura, com respeito e confiança: «Ela tratava-me por vós (narra Bernadete) ... Quereis fazer-me o favor de vir aqui durante os próximos quinze dias? (pergunta-lhe a Senhora) ... Ela fixava-me como uma pessoa que fala a outra pessoa». É nesta conversa, neste diálogo repleto de delicadeza, que a Senhora a encarrega de transmitir certas mensagens muito simples sobre a oração, a penitência e a conversão. Não causa maravilha que Maria seja bela, visto que, na aparição de 25 de Março de 1858, Ela revela o seu nome assim: «Eu sou a Imaculada Conceição».

Por nossa vez, contemplamos aquela «Mulher revestida de sol» (
Ap 12,1) que a Escritura nos descreve. A Santíssima Virgem Maria, a Mulher gloriosa do Apocalipse, traz na sua cabeça uma coroa de doze estrelas, que representam as doze tribos de Israel, todo o povo de Deus, toda a comunhão dos Santos, e conjuntamente tem aos seus pés a lua, imagem da morte e da mortalidade. Maria deixou a morte atrás de Si; está inteiramente revestida de vida, a vida do Filho, de Cristo ressuscitado. Assim, Ela é o sinal da vitória do amor, do bem e de Deus, que dá ao nosso mundo a esperança de que tem necessidade. Nesta tarde, voltemos o nosso olhar para Maria, tão gloriosa e tão humana, e deixemos que seja Ela a conduzir-nos para Deus, que é o vencedor.

Numerosas são as pessoas que o testemunharam: o encontro com o rosto luminoso de Bernadete impressionava os corações e os olhares. Tanto durante as aparições como quando ela as narrava, o seu rosto tornava-se completamente radioso. Bernadete já estava habitada pela luz de Massabielle. No entanto, a vida quotidiana da família Soubirous era tecida de miséria e tristeza, de doença e incompreensão, de rejeição e pobreza. Embora não faltando amor e afecto nas relações familiares, era difícil viver no “cachot” (no “cárcere”). Contudo, as sombras da terra não impediram de brilhar a luz do céu: «A luz brilha nas trevas...» (Jn 1,5).

Lourdes é um daqueles lugares que Deus escolheu para nele fazer resplandecer um raio particular da sua beleza; daí a importância que adquire aqui o símbolo da luz. A partir da quarta aparição, Bernardete, ao chegar à gruta, acendia cada manhã uma vela benzida e segurava-a na mão esquerda enquanto a Virgem se lhe manifestava. Não tardaram a aparecer pessoas que confiaram a Bernadete uma vela para que a espetasse na terra ao fundo da gruta. Passado pouco tempo, outras pessoas começaram também a depositar velas naquele lugar de luz e de paz. A própria Mãe de Deus fez saber que apreciava a homenagem tocante daqueles milhares de velas que, para A glorificar, desde então iluminam ininterruptamente o maciço rochoso da aparição. A partir daquele dia, diante da Gruta, noite e dia, tanto de Verão como de Inverno, brilha uma sarça ardente ateada pela oração dos peregrinos e dos doentes, que exprimem as suas preocupações e as suas necessidades, mas sobretudo a sua fé e a sua esperança.

Vindo em peregrinação aqui, a Lourdes, queremos entrar – na esteira de Bernadete – naquela extraordinária proximidade entre o céu e a terra que nunca falhou e não cessa de se consolidar. Durante as aparições – há que o sublinhar – Bernadete reza o terço sob o olhar de Maria, que Se une a ela no momento da doxologia. Este facto confirma o carácter profundamente teocêntrico da oração do Rosário. Quando rezamos o terço, Maria oferece-nos o seu coração e o seu olhar para contemplarmos a vida do seu Filho, Jesus Cristo. O meu venerado Predecessor João Paulo II veio duas vezes aqui a Lourdes. Sabemos como, na sua vida e no seu ministério, a sua oração se apoiava na intercessão da Virgem Maria. Como muitos dos seus Predecessores na Cátedra de Pedro, também ele encorajou vivamente a oração do terço; fê-lo, além disso, de uma maneira muito singular, enriquecendo o Rosário com a meditação dos Mistérios Luminosos. Estes aliás estão representados na fachada da Basílica, nos novos mosaicos inaugurados no ano passado. Como para todos os acontecimentos da vida de Cristo que Ela «conservava e meditava no seu coração» (Lc 2,19), Maria faz-nos compreender todas as etapas do ministério público como parte integrante da revelação da Glória de Deus. Possa Lourdes, terra de luz, permanecer uma escola para aprender a rezar o Rosário, que introduz os discípulos de Jesus, sob o olhar de sua Mãe, num diálogo autêntico e cordial com o seu Mestre!

Pela boca de Bernadete, ouvimos a Virgem Maria pedir-nos para «vir aqui em procissão» rezar com simplicidade e fervor. A procissão de velas traduz aos nossos olhos de carne o mistério da oração: na comunhão da Igreja, que une eleitos do céu e peregrinos da terra, a luz brota do diálogo entre o homem e o seu Senhor, e um caminho luminoso abre-se na história dos homens, incluindo mesmo os momentos mais escuros. Esta procissão é um momento de grande alegria eclesial, mas também um tempo de austera reflexão: as intenções que trazemos connosco sublinham a nossa profunda comunhão com todos os seres que sofrem. Pensamos nas vítimas inocentes que padecem a violência, a guerra, o terrorismo, a carestia, ou que carregam as consequências das injustiças, dos flagelos e das calamidades, do ódio e da opressão, dos atentados à sua dignidade humana e aos seus direitos fundamentais, à sua liberdade de agir e de pensar. Pensamos também naqueles que vivem problemas familiares ou que sofrem em consequência do desemprego, da doença, da enfermidade, da solidão, da sua situação de emigrantes. Não quero além disso esquecer aqueles que sofrem por causa do nome de Cristo e que morrem por Ele.

Maria ensina-nos a rezar, a fazer da nossa oração um acto de amor a Deus e de caridade fraterna. Rezando com Maria, o nosso coração acolhe aqueles que sofrem. Consequentemente como poderia a nossa vida não ficar transformada? Porque é que o nosso ser e a nossa vida inteira não deveriam tornar-se lugares de hospitalidade para o nosso próximo? Lourdes é um lugar de luz, porque é um lugar de comunhão, de esperança e de conversão.

Agora que cai a noite, Jesus diz-nos: «Permanecei com as vossas lâmpadas acesas» (Lc 12,35); a lâmpada da fé, a lâmpada da oração, a lâmpada da esperança e do amor. Este caminhar na noite, levando a luz, fala forte ao nosso íntimo, toca o nosso coração e diz muito mais do que qualquer palavra pronunciada ou ouvida. Este gesto resume por si só a nossa condição de cristãos a caminho: temos necessidade de luz e, ao mesmo tempo, somos chamados a tornar-nos luz. O pecado torna-nos cegos, impede de nos propormos como guia para os nossos irmãos e impele-nos a desconfiar deles e a não se deixar guiar. Temos necessidade de ser iluminados e repetimos a súplica do cego Bartimeu: «Mestre, faz que eu veja!» (Mc 10,51). Faz que eu veja o meu pecado que me bloqueia, mas sobretudo, Senhor, faz que eu veja a tua glória! Como sabemos, a nossa oração já foi atendida e damos graças porque, como diz São Paulo na Carta aos Efésios: «Cristo te iluminará» (Ep 5,14), e São Pedro acrescenta: «Ele chamou-vos das trevas para a sua luz admirável» (1P 2,9).

A nós, que não somos a luz, agora Cristo pode dizer: «Vós sois a luz do mundo» (Mt 5,14), confiando-nos a preocupação de fazer resplandecer a luz da caridade. Como escreve o Apóstolo São João: «Aquele que ama a seu irmão, permanece na luz e nele não há ocasião de queda» (1Jn 2,10). Viver o amor cristão é fazer entrar a luz de Deus no mundo e, ao mesmo tempo, indicar a sua verdadeira fonte. São Leão Magno escreve: «Com efeito, quem quer que viva piedosa e castamente na Igreja, quem pensa nas coisas lá de cima e não nas da terra (cf. Col 3,2), é de certo modo semelhante à luz celeste; ao mesmo tempo que produz o brilho de uma vida santa, indica a muitos, como uma estrela, o caminho que leva a Deus» (Sermão III, 5).

Neste santuário de Lourdes, para onde os cristãos do mundo inteiro voltam o olhar desde que a Virgem Maria fez brilhar aqui a esperança e o amor, reservando para os doentes, os pobres e os pequeninos o primeiro lugar, somos convidados a descobrir a simplicidade da nossa vocação: na realidade, basta amar.

Amanhã, a celebração da Exaltação da Santa Cruz far-nos-á entrar precisamente no coração deste mistério. Nesta vigília, o nosso olhar volta-se para o sinal da nova Aliança para o qual converge toda a vida de Jesus. A Cruz constitui o supremo e perfeito acto de amor de Jesus, que dá a vida pelos seus amigos. «Tem de ser levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que n’Ele crer tenha a vida eterna» (Jn 3,14-15).

Anunciada nos Cânticos do Servo de Deus, a morte de Jesus é uma morte que se torna luz para os povos; é uma morte que, associada com a liturgia de expiação, traz a reconciliação, uma morte que assinala o fim da morte. A partir de então, a Cruz é sinal de esperança, estandarte da vitória de Jesus, porque «Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jn 3,16). Pela Cruz, toda a nossa vida recebe luz, força e esperança. Por ela, é revelada toda a profundidade do amor contido no desígnio original do Criador; por ela tudo é restabelecido e levado à sua perfeição. É por isso que a vida na fé em Cristo morto e ressuscitado se torna luz.

As aparições eram cheias de luz e Deus quis acender no olhar de Bernadete uma chama que converteu inúmeros corações. Quantas pessoas vêm aqui para ver – esperando talvez secretamente – se recebem algum milagre; depois, no caminho do regresso, tendo feito uma experiência espiritual de vida autenticamente eclesial, mudam o seu modo de ver Deus, os outros e a si mesmas. Uma pequena chama, denominada esperança, compaixão e ternura, as habita. O encontro discreto com Bernadete e a Virgem Maria pode mudar uma vida, porque Elas estão presentes neste lugar de Massabielle para nos levar a Cristo, que é a nossa vida, a nossa força e a nossa luz. Que a Virgem Maria e Santa Bernadete vos ajudem a viver como filhos da luz para testemunhardes, todos os dias da vossa vida, que Cristo é a nossa luz, a nossa esperança, a nossa vida!



Domingo, 14 de Setembro de 2008: SANTA MISSA NO 150º ANIVERSÁRIO DAS APARIÇÕES

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Prairie, Lourdes




Senhores Cardeais, prezado D. Perrier,
Amados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio
Caros peregrinos, irmãos e irmãs,

Ide dizer aos sacerdotes que se venha aqui em procissão e que se construa uma capela”. É a mensagem que Bernadete recebeu da “bela Senhora” na aparição de 2 de Março de 1858. Desde há 150 anos, os peregrinos não deixaram mais de vir à gruta de Massabielle para escutar a mensagem de conversão e de esperança que lhes é dirigida. O mesmo fizemos nós também; eis-nos aqui esta manhã aos pés de Maria, a Virgem Imaculada, para aprendermos na sua escola com a pequena Bernadete.

Agradeço de modo particular a D. Jacques Perrier, Bispo de Tarbes e Lourdes, pelo caloroso acolhimento que me reservou e pelas amáveis palavras que me dirigiu. Saúdo os Cardeais, os Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas, bem como a vós todos, queridos peregrinos de Lourdes, especialmente os enfermos. Viestes numerosos realizar esta peregrinação jubilar comigo e confiar as vossas famílias, os vossos parentes e amigos, e todas as vossas intenções a Nossa Senhora. A minha gratidão estende-se também às Autoridades civis e militares que quiseram participar nesta Celebração eucarística.

Como é admirável possuir a Cruz! Quem a possui, possui um tesouro!” (S. André de Creta, Homilia X na Exaltação da Cruz: PG 97, 1020). Neste dia em que a liturgia da Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz, o Evangelho que acabastes de ouvir lembra-nos o significado deste grande mistério: Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único, para que os homens sejam salvos (cf.
Jn 3,16). O Filho de Deus tornou-se vulnerável, assumindo a condição de servo, obedecendo até à morte e morte de cruz (cf. Ph 2,8). É pela sua Cruz que estamos salvos. O instrumento de suplício que, na Sexta-Feira Santa, tinha manifestado o juízo de Deus sobre o mundo, tornou-se fonte de vida, de perdão, de misericórdia, sinal de reconciliação e de paz. “Para ser curados do pecado, olhamos para Cristo crucificado!” dizia Santo Agostinho (Tract. in Johan., XII, 11). Levantando os olhos para o Crucificado, adoramos Aquele que veio para assumir sobre si o pecado do mundo e dar-nos a vida eterna. E a Igreja convida-nos a erguer com ousadia esta Cruz gloriosa, a fim de que o mundo possa ver até onde chegou o amor do Crucificado pelos homens, por todos os homens. A mesma convida-nos a dar graças a Deus, porque de uma árvore que trouxera a morte surgiu novamente a vida. É sobre este madeiro que Jesus nos revela a sua soberana majestade, nos revela que Ele é exaltado na glória. Sim, “Vinde, adoremo-Lo!”. No meio de nós, encontra-se Aquele que nos amou até ao ponto de dar a sua vida por nós, Aquele que convida todo o ser humano a aproximar-se d’Ele com confiança.

É este grande mistério que Maria nos confia esta manhã, convidando-nos a voltarmo-nos para o seu Filho. De facto, é significativo que, na primeira aparição a Bernadete, Maria inicie o seu encontro com o sinal da Cruz. Mais do que um simples sinal, é uma iniciação aos mistérios da fé que Bernadete recebe de Maria. O sinal da Cruz é de alguma forma a síntese da nossa fé, porque nos diz quanto Deus nos amou; diz-nos que, no mundo, há um amor mais forte do que a morte, mais forte do que as nossas fraquezas e os nosso pecados. A força do amor é maior do que o mal que nos ameaça. É este mistério da universalidade do amor de Deus pelos homens que Maria veio revelar aqui, em Lourdes. Ela convida todos os homens de boa vontade, todos aqueles que sofrem no coração ou no corpo, a levantar os olhos para a Cruz de Jesus a fim de encontrar nela a fonte da vida, a fonte da salvação.

A Igreja recebeu a missão de mostrar a todos este rosto de um Deus que ama, manifestado em Jesus Cristo. Saberemos nós entender que, no Crucificado do Gólgota, a nossa dignidade de filhos de Deus, ofuscada pelo pecado, nos foi restituída? Voltemos o nosso olhar para Cristo. É Ele que nos fará livres para amar como Ele nos ama e construir um mundo reconciliado. Pois, nesta Cruz, Jesus tomou sobre si o peso de todos os sofrimentos e injustiças da nossa humanidade. Carregou as humilhações e as discriminações, as torturas padecidas, pelo amor de Cristo, em tantas regiões do mundo por nossos irmãos e irmãs sem número. Confiamo-los a Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa, presente ao pé da Cruz.

Para acolhermos em nossas vidas esta Cruz gloriosa, a celebração do Jubileu das aparições de Nossa Senhora de Lourdes faz-nos entrar num caminho de fé e conversão. Hoje, Maria vem ao nosso encontro para nos indicar os caminhos de uma renovação da vida das nossas comunidades e de cada um de nós. Acolhendo o seu Filho, que Ela nos apresenta, mergulhamos numa fonte viva onde a fé pode alcançar um novo vigor, onde a Igreja pode fortalecer para proclamar, com audácia sempre maior, o mistério de Cristo. Jesus, nascido de Maria, é Filho de Deus, único salvador de todos os homens, que vive e age na sua Igreja e no mundo. A Igreja é enviada a todos os lugares do mundo para proclamar esta única mensagem e convidar os homens a acolhê-La mediante uma autêntica conversão do coração. Esta missão, confiada por Jesus aos seus discípulos recebe aqui, por ocasião deste Jubileu, um novo sopro. Que no rasto dos grandes evangelizadores do vosso País, o espírito missionário, que animou tantos homens e mulheres de França ao longo dos séculos, continue a ser a vossa glória e o vosso compromisso.

Seguindo o percurso jubilar na esteira de Bernadete, é-nos lembrado o essencial da mensagem de Lourdes. Bernadete é a filha maior de uma família muito pobre, que não possui ciência nem poder, e é frágil de saúde. Maria escolhe-a para transmitir a sua mensagem de conversão, oração e penitência, em plena sintonia com a palavra de Jesus: “Escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25). No seu caminho espiritual, também os cristãos são chamados a fazer frutificar a graça do seu Baptismo, a alimentar-se da Eucaristia, a haurir da oração a força para dar o testemunho e ser solidários com todos os seus irmãos em humanidade (cf. Homenagem à Virgem Maria, Praça de Espanha, 8 de Dezembro de 2007). Trata-se, por conseguinte, de uma verdadeira catequese que nos é proposta sob o olhar de Maria. Deixemos que a Virgem nos ensine também a nós e nos guie pelo caminho que leva ao Reino do seu Filho!

Prosseguindo na sua catequese, a “bela Senhora” revela o seu nome a Benardete: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Maria revela-lhe assim a graça extraordinária que recebeu de Deus, a de ter sido concebida sem pecado, porque “olhou para a humilde condição da Sua serva” (Lc 1,38). Maria é esta mulher da nossa terra que se entregou inteiramente a Deus e d’Ele recebeu o privilégio de dar a vida humana ao seu eterno Filho. “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Ela é a beleza transfigurada, a imagem da nova humanidade. Apresentando-se assim numa dependência total de Deus, Maria exprime na verdade uma atitude de plena liberdade, baseada sobre o pleno reconhecimento da sua verdadeira dignidade. Este privilégio diz respeito também a nós, porque nos revela nossa dignidade de homens e mulheres, marcados sem dúvida pelo pecado, mas salvos na esperança, uma esperança que nos permite enfrentar a nossa vida quotidiana. É o caminho que Maria deixa aberto também ao homem. Entregar-se completamente a Deus é encontrar o caminho da verdadeira liberdade. Porque voltando-se para Deus, o homem torna-se sendo ele mesmo. Encontra de novo a sua vocação originária de pessoa criada à sua imagem e semelhança.

Queridos irmãos e irmãs, a vocação primeira do santuário de Lourdes é ser um lugar de encontro com Deus na oração e um lugar de serviço aos irmãos, sobretudo através do acolhimento dos enfermos, dos pobres e de todas as pessoas que sofrem. Neste lugar, Maria vem ao nosso encontro como mãe, sempre disponível às necessidades dos seus filhos. Através da luz que emana do seu rosto, transparece a misericórdia de Deus. Deixemo-nos envolver pelo seu olhar: este diz-nos que somos todos amados por Deus, que jamais nos abandona! Maria vem recordar-nos que a oração, intensa e humilde, confidente e perseverante, deve ter um lugar central na nossa vida cristã. A oração é indispensável para acolher a força de Cristo. "Quem reza não desperdiça o seu tempo, mesmo quando a situação apresenta todas as características duma emergência e parece impelir unicamente para a acção" (Enc. Deus caritas est ). Deixando-se absorver pelas actividades corre-se o risco de fazer perder à oração a sua especificidade cristã e a sua verdadeira eficácia. A oração do Rosário, tão querida a Bernadete e aos peregrinos de Lourdes, concentra em si a profundidade da mensagem evangélica. Introduz-nos na contemplação do rosto de Cristo. Nesta oração dos humildes, podemos alcançar abundantes graças.

A presença dos jovens em Lourdes é também uma realidade importante. Caros amigos, aqui presentes esta manhã ao redor da Cruz da Jornada Mundial da Juventude, quando Maria recebeu a visita do Anjo, era uma jovem mulher de Nazaré que fazia a vida simples e corajosa das mulheres da sua aldeia. E se Deus pousou de modo particular o seu olhar sobre ela, confiando nela, Maria quer dizer também a vós que nenhum é indiferente para Deus. Ele pousa o seu olhar amoroso sobre cada um de vós e chama-vos a uma vida feliz e cheia de sentido. Não vos deixeis desanimar diante das dificuldades! Maria turbou-se ao ouvir o anúncio do Anjo vindo para Lhe dizer que seria a Mãe do Salvador. Ela sentia como era débil diante da onnipotência de Deus. No entanto, disse "sim" sem hesitar. Graças ao seu "sim", a salvação entrou no mundo, mudando deste modo a história da humanidade. Por vossa vez, caros jovens, não tenhais medo de dizer "sim" à chamada do Senhor, quando Ele vos convida a segui-Lo. Respondei generosamente ao Senhor! Só Ele pode satisfazer as aspirações mais profundas do vosso coração. Muitos são os que vindes a Lourdes para um serviço dedicado e generoso junto dos doentes ou de outros peregrinos, seguindo assim nos passos de Cristo servidor. O serviço prestado aos irmãos e irmãs abre o coração, tornando-vos disponíveis. No silêncio da oração, seja Maria a vossa confidente, ela que soube falar a Bernadete respeitando-a e confiando nela. Maria ajude os que são chamados ao matrimónio a descobrir a beleza de um amor verdadeiro e profundo, vivido como dom recíproco e fiel! Aos que dentre vós Jesus chama a segui-Lo na vocação sacerdotal ou religiosa, gostaria de reiterar toda a felicidade que há na doação total da própria vida ao serviço de Deus e dos homens. Sejam as famílias e as comunidades cristãs lugares onde possam nascer e amadurecer sólidas vocações ao serviço da Igreja e do mundo!

A mensagem de Maria é uma mensagem de esperança para todos os homens e mulheres do nosso tempo, independentemente do seu País. Gosto de invocar Maria com Estrela da esperança (Enc. Spe salvi, ). Nas estradas das nossas vidas, por vezes tão sombrias, ela é uma luz de esperança que nos ilumina e orienta no nosso caminho. Por meio do seu "sim" e com o dom generoso de si própria, ela abriu a Deus as portas do nosso mundo e da nossa história. E convida-nos a viver como ela numa esperança invencível, recusando escutar os que pretendem que nós somos prisioneiros do destino. Ela acompanha-nos com a sua presença maternal no meio dos acontecimentos da vida das pessoas, das famílias e das nações. Felizes os homens e as mulheres que depositam a sua confiança n'Aquele que, na hora de oferecer a sua vida pela nossa salvação, nos deu sua Mãe para que fosse a nossa Mãe!

Queridos irmãos e irmãs, nesta terra de França, a Mãe do Senhor é venerada em numerosos santuários, que manifestam assim a fé transmitida de geração em geração. Celebrada na sua Assunção, ela é a Padroeira amada do vosso País. Seja sempre honrada com fervor em cada uma das vossas famílias, nas vossas comunidades religiosas e nas paróquias! Queira Maria velar sobre todos os habitantes do vosso belo País e sobre os numerosos peregrinos vindos de outros Países para celebrar este Jubileu! Seja para todos a Mãe que envolve carinhosamente os seus filhos tanto nas alegrias como nas provações! Santa Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa, ensina-nos a crer, esperar e a amar contigo. Indica-nos o caminho para o Reino do teu Filho Jesus! Estrela do mar, brilha sobre nós e guia-nos no nosso caminho! (cf. Enc. Spe salvi, nº. ). Amen.






Bento XVI Homilias 13908