Dicionário Bíblico 2723

POVO DE DEUS

2723 A expressão "povo de Deus" está ligada à terminologia da aliança (Rm 9,24s; Os 1,9 Os 2,25 2Co 6,16 He 4,9 He 8,10 Jr 31,33 1P 2,10 Ap 18,4 Ap 21,3).


PREDESTINAÇÃO

2861 É o plano e o conhecimento prévio que Deus tem de nossa salvação: Sg 15,7 Si 33,10-14 Mt 20,16 Rm 8,28-30 Ep 1,5 2Tm 2,20. É um mistério: Si 3,22s; Jn 15,16 Rm 9,14s. Rm 9,18-21 Rm 11,5s. O conhecimento prévio que Deus tem de nossa salvação não tolhe nossa responsabilidade e deve provocar uma atitude de temor e de confiança; Qo 9,1s; Jn 3,16s; Rm 11,20 1Co 4,4 Ph 2,12 1Tm 2,4 1Tm 4,10 2P 1,10.

PREGAÇÃO

A pregação neotestamentária tem três objetos centrais:

O Evangelho ou o anúncio do Reino aos pobres (Lc 4,16-22 Lc 4,43s, Lc 6,20-23 Mc 1,1 Mt 3,2 Mt 4,23 Mt 11,2-6 Ac 13,32s; Is 40,9-15 Is 61,2). É o anúncio do "mistério", do plano de Deus, realizado em Cristo e na Igreja e inclui também o que Jesus disse e fez (Ac 1,1s; 1Co 1,17-25 1Co 15,3-5 Col 1,24-29 Col 4,2-4 Ep 3,1-7 Rm 1,1-6).

O convite à conversão e à participação no banquete messiânico (Pr 9,2-5 Mt 22,2-10 Mt 25,6 Jn 2,2).

O "nome" de Jesus, isto é, a sua elevação à categoria de "Senhor" (Kyrios), título obtido pela sua morte e ressurreição (Rm 1,4s; Ac 8,12 Ac 5,41s).


PREGUIÇA

581 Corporal: Pr 6,6-11 Pr 12,11 Ez 16,49s; 1Tm 5,11-13; espiritual: Mt 21,19 Mt 25,24-30 He 12,1-3. Ver "Trabalho".


PRESBÍTERO

Ver "Anciãos", "Ministérios". 3636

PRETÓRIO

Residência do pretor, magistrado ou governador romano com poderes militares, encarregado dos julgamentos (Mt 27,27 Mc 15,16).


PRIMÍCIAS

3640
Primeiros frutos da terra oferecidos a Deus (cf. Lv 23,10-17 Dt 26,2s e notas). No sentido simbólico, o termo é aplicado a Israel (Jr 2,3), a Jesus ressuscitado (1Co 15,20 1Co 15,23), aos primeiros convertidos ao cristianismo (Rm 16,5).

PRIMOGÊNITO

3459 Tanto a primeira cria de um animal, como os primeiros frutos das árvores deviam ser oferecidos ao Senhor no santuário, em agradecimento pelo dom da vida. A mesma lei se aplicava ao primeiro filho do casal: ele era considerado propriedade do Senhor (Ex 13,2 Ex 22,29). Mas como sacrifícios humanos eram severamente proibidos, os pais, depois de oferecer o menino no templo, o resgatavam mediante uma oferta material. Esse costume devia lembrar aos israelitas a noite do êxodo, quando Deus fez morrer os primogênitos dos egípcios, ao passo que preservou os filhos dos israelitas (Ex 12,29). Também Jesus, aos quarenta dias de idade, foi levado ao templo por seus pais, oferecido ao Senhor e em seguida resgatado (Lc 2,28s; cf. Ex 13,12s e nota).

Ao filho primogênito cabiam os direitos de primogenitura, como dupla herança (Dt 21,17), supremacia entre os irmãos e chefia da família (Gn 27,29 Gn 27,40 Gn 49,8). Mas às vezes, como no caso de Jacó e de Judá (Gn 27,30-37 Gn 49,4-8), este direito não foi respeitado.

Jesus é chamado "primogênito de toda criatura" (Col 1,15 He 1,6) em razão da supremacia que o Pai lhe concedeu entre os homens (Rm 8,29).


PRINCIPADOS

2867 Ver "Dominações".

PROCURADOR

Ver "Governador".

PROFETA

2065 É alguém que fala aos outros em nome de Deus (Dt 18,18). É um porta-voz escolhido, enviado e inspirado por Deus para fazer em seu nome pronunciamentos (Jr 7,25 Jr 25,4 2R 17,13), chamados oráculos, e para fazer ver a vontade divina (Am 3,7). Por causa do conhecimento dos segredos divinos é chamado também "visionário"ou "vidente" (1S 9,11 Am 7,12 Is 30,10). Mas o essencial de um profeta é falar em nome de Deus e não prever o futuro ou estar sujeito a transes proféticos (cf. NM 11,25s e nota).

Em Israel houvecomunidades ou confrarias proféticas, que viviam junto dos santuários (1S 19,18-24 1R 18,4 1R 18,13 1R 18,22 1R 19,10 2R 2,3-5 2R 2,15-18 2R 4,1 2R 5,22 2R 6,1). Eram parecidas com as dos "profetas de Baal" (1R 18 2R 10,19-25).

Houve também profetas cortesãos (1R 22 Jr 28). Estes foram freqüentemente combatidos pelos verdadeiros profetas (Mi 3,5 So 3,4 Jr 5,31 Ez 13,9s).

No AT Deus comunicou-se com os homens por meio de Moisés e dos profetas. Nos últimos tempos falou por meio de seu Filho Jesus Cristo (Jn 1,1-18 Hb 1,1s), o profeta como Moisés (Dt 18,15 Jn 1,21 Jn 6,14 Jn 7,40).

Fala-se de profetas também no Novo Testamento (Ac 2,17 Ac 11,27 Ac 13,1 Ac 15,32 Ac 21,9 1Co 12 1Co 14,26-32 Ep 4,11 Rm 12,6 Ap 1,3 Ap 2,7 1Th 5,19s; 1Tm 1,18 1Tm 4,14 1P 1,10).


PROMESSA

2878 O termo não ocorre no AT, mas o conceito está presente. Deus promete ao homem e cumpre a sua palavra (Is 40,8), que é eficaz (Is 55,9-11). Deus prometeu numerosa descendência, uma terra e a bênção a Abraão. A Davi prometeu uma dinastia estável (2S 7,5-16 1R 2,4), promessa atualizada pelas promessas messiânicas e escatológicas (Is 2,2-5 Is 11,1-9). As promessas, fruto da bondade e misericórdia de Deus, são garantidas por sua fidelidade.

No NT o aspecto profético da palavra de Deus e a história do povo eleito são chamados promessa, que teve sua realização em Cristo. A promessa realizada se torna o anúncio da boa-nova (Ac 13,32). A promessa caracteriza a gratuidade dos dons divinos em oposição às obras da Lei (Rm 4,13-21 Ga 3,17-22). Em Cristo as promessas divinas se tornaram um "sim" (2Co 1,20 Ap 3,14).

PROPICIATÓRIO

2303 Ver Ex 25,17s e nota.


PROSÉLITO

2895 Pagão convertido ao judaísmo, que se agregou ao povo judeu pela circuncisão (Mt 23,15 Ac 2,11). Alguns prosélitos converteram-se ao cristianismo (Ac 6,5 Ac 13,43).

PROSTITUIÇÃO

3881 Relações sexuais com mulheres, por dinheiro, não eram desconhecidas em Israel (Gn 38,15-23 Jg 16,1). Mas era uma prática condenada pela Lei (Lv 19,29) e por S. Paulo (1Co 6,15s). Em Canaã era comum a prostituição de homens e mulheres, que se ofereciam em santuários, nos cultos de fertilidade em honra de alguma divindade; a prática era repelida pela Lei (Dt 23,18).

Dentro do simbolismo conjugal da aliança, os profetas caracterizam como "prostituição"a conduta infiel de Israel em relação a seu Deus (cf. Sg 14,12 Os 4,10 e notas).


PROVIDÊNCIA DIVINA

2905 Em geral: Ps 104,27s; Ps 145,15s; Sg 6,7 Mt 6,25-30 Ac 17,28 Col 1,17 1P 5,7.

Em particular: Ps 23,1 Ps 37,23 Ps 147,8s; Si 17,19 Is 43,1s; Lc 12,6s. Lc 12,22-32.

Tudo acontece por vontade ou permissão de Deus: Jb 5,6 Jb 5,17s; Jb 34,21 Pr 5,21 Pr 16,9 Pr 19,21 Lm 3,37 Am 3,6 Mt 10,29-31 Rm 8,28 2Co 4,17 He 12,11s; 2P 3,9.


PRÓXIMO

3394 Próximo para o israelita era o irmão, o conterrâneo, membro da mesma tribo e da mesma raça (Ex 20,17). A estes se devia amar em primeiro lugar (Lv 19,18 e nota). Mas já no AT este amor é extensível também ao estrangeiro que mora junto com o israelita (Lv 19,33s). Jesus amplia a noção de próximo, exigindo amor não só a estrangeiros mas até a inimigos (cf. Lc 10,29 e nota). Ver "Amor".

PRUDÊNCIA

2915 Realiza as obras planejadas com sabedoria (Pr 24,3 Sg 9,11).

Obtém-se com a oração (1R 3,9 Pr 2,6-9 Sg 8,21 Sg 9,9-11) e com a docilidade aos pais, mestres e anciãos (Pr 1,8s; Pr 6,20-22 Pr 7,1s; Pr 23,22-25 Sg 4,9 Si 25,3-6 Si 44,1-4).

Quem observa as palavras de Cristo é prudente (Mt 7,24-27).

A máxima prudência é dar tudo para entrar no Reino (Mt 13,44s; Mt 19,21 Mt 25,26s; Lc 14,28-32).

O cristão prudente vigia, esperando o seu Senhor (Mt 25,8-11 Mt 26,41 Lc 12,35-37 Mc 13,35 1P 4,7).

Também existe uma prudência falsa, mundana (Is 5,21 Is 7,12 Lc 12,16-20 Lc 16,8).


PSEUDOEPÍGRAFOS

Livros que têm título falso, isto é, falsamente atribuídos a certo autor. Com este termo as Igrejas protestantes englobam os livros do AT que na Igreja Católica são considerados apócrifos.

PUBLICANO

2926 Cobrador de impostos a serviço do governo romano. O posto era leiloado e por isso muito cobiçado nos vários distritos e vilas. Para cumprir o compromisso assumido com o governo cobravam-se pesadas taxas; por isso, os publicanos eram odiados pelo povo em geral. Mateus exercia este ofício em Cafarnaum (Mt 9,9) e Zaqueu em Jericó (Lc 19,1-10). Jesus era acusado de ser amigo de cobradores de imposto e de pecadores (Mt 9,10-13 Mt 11,19).

PUREZA

1759 Pureza cultual: é a aptidão exigida pela Lei para participar no culto. Não tem relação direta com a pureza em sentido moral (Lv 11,11-15). Vários fenômenos tornavam o homem impuro (veja "Puro-impuro").

A verdadeira impureza é o adultério religioso, a idolatria (Os 2 Ez 16 Ez 23), própria de um coração incircunciso (Jr 9,24s; Rm 2,25-29).

Pureza moral: Os profetas insistem na pureza interior, frente aos formalismos cultuais (Is 1,15-17 Is 29,13 Os 6,6 Am 4,1-5 Am 5,21-23 Ps 18,21-25 Ps 51,12). Ver "Circuncisão".


PURGATÓRIO

2M 12,43-46 Mt 5,25s; Mt 12,32 Lc 12,48 1Co 3,13-15 2Co 5,10 Ga 6,8 Ap 21,27.


PURIFICAÇÃO

2928 Rito que visava recolocar na esfera da comunicação com a divindade indivíduos que contraíam alguma "impureza". Havia ritos para purificar quem tivesse tocado um cadáver (Nb 5,2s; Nb 6,9-12 Nb 19) ou contraído uma doença de pele (Lv 14-15) e para a mulher que deu à luz (Lv 12,8 Lc 2,21-24). Ver "Puro-impuro".

PURIM

1261 Palavra de origem persa, que significa "sortes". É a festa que comemora a libertação dos judeus ameaçados de extermínio. Sobre a origem da festa ver a Introdução ao livro de Ester.


PURO-IMPURO

Puro e impuro são noções encontradas quase em todas as religiões antigas e povos primitivos. Não se trata de pureza física, moral ou de castidade. Impuro é o que está carregado de forças perigosas ou pode desencadeá-las, e por isso deve ser evitado. A impureza não significa, pois, culpabilidade ou pecado; por exemplo, a mulher após o parto ou durante a menstruação é considerada impura; tocar um morto, estar atacado por certas doenças ("lepra") torna a pessoa impura.

150 Certos animais ou alimentos de origem agrícola são considerados impuros e por isso rejeitados pela cultura nômade da qual provinham os israelitas. Assim os animais elencados em Lv 11,29s são considerados impuros pois tinham um papel no culto cananeu; o porco era impuro porque era usado no culto de Adônis-Tamuz. Tais proibições visavam evitar misturas e manter a integridade. Por isso também animais ou coisas híbridas deviam ser evitados (Lv 18,23 Lv 19,19). O motivo original de tais práticas podia ser um simples tabu. Mas, no contexto atual, Israel deve evitar certos alimentos e atos que o tornam impuro, porque impedem de participar no culto divino (Lv 11,1-47).

Jesus criticou este conceito de pureza ritualística e meramente exterior (Mt 23,25s), mostrando que o que torna impuro o homem não são as coisas que vêm de fora, mas o que procede do coração: os maus pensamentos que levam ao pecado (Mc 7,15-23). Ver as notas em Lv 12,1-8 Lv 14,33-53 Lv 15,1-33.



QUERUBINS

671 Seres da mitologia babilônica que guardavam os portais dos templos e palácios (cf. Gn 3,24 2S 22,11 Ez 10,2 e notas). Nos apocalipses judaicos e no cristianismo foram equiparados aos anjos. Ver "Anjo".


QUMRÂN

Localidade junto à costa noroeste do mar Morto, a 13 km ao sul de Jericó, em cujas proximidades se descobriram em 1947 preciosos manuscritos da Bíblia hebraica. Os manuscritos são datados entre o ano 150 aC e 68 dC, pois neste ano foi destruído pelos romanos o edifício (uma espécie de mosteiro) onde vivia em comunidade uma seita religiosa, provavelmente composta de essênios. Esta seita, parecida com a dos fariseus, mantinha-se separada do templo e do judaísmo oficial, aguardando a instauração dos tempos messiânicos. Os manuscritos bíblicos copiados pela seita atestam grande afinidade com o texto hebraico do AT que nos foi transmitido. Ver "Manuscrito".





RABI

3558 Título respeitoso que recebiam os doutores da Lei. O termo é hebraico e significa "mestre" (Mt 26,25 Mc 10,51 Jn 3,26). Jesus criticou este uso do termo (Mt 23,7s).


RECONCILIAÇÃO

2971 Processo pelo qual se restabelecem as relações de amizade entre homens ou entre Deus e o homem, ou o povo de Deus. Deus oferece perdão e o homem lhe responde pedindo perdão e cumprindo ritos de expiação para aplacá-lo. Esta reconciliação foi obtida de modo perfeito pelo sacrifício de Cristo na cruz (He 9-10). Ver "Expiação".

REDENÇÃO

2978 O termo vem do latim redimere, "pagar resgate", "redimir". "Redimir" é pagar o resgate para libertar da escravidão. Cristo é simultaneamente o nosso redentor e o preço do nosso resgate.

O direito hebraico incluía o "goel" - redentor, libertador, com uma tríplice função: executar a "vingança" (
Nb 35,9-29 Dt 19,1-13 Jos 20); resgatar as propriedades familiares (Rt 2,19s; Rt 4,4; Lv 25,8-34); ser "goel" na lei do levirato (Dt 25,5-10 Rt 3,13 Rt 4,1-8).

Esta tríplice função do "goel" atribuía-a o AT a Javé e o NT a Cristo:

- "Vinga o sangue dos seus" (Is 47,3 Is 49,25s; Is 59,16-20). Também Cristo, o Juiz universal, "vingará os seus discípulos perseguidos" (1Th 1,6-10 Ap 6,9-11 Lc 18,7).
- Javé resgatará o patrimônio daquele que, no ano jubilar, não tiver nenhum "goel" (Lv 25,10 Is 61,2 Is 53,4). Cristo inaugura o ano jubilar, ou ano da graça (Lc 4,21).
- Deus tomará conta de Jerusalém na sua viuvez (Is 54,1-8 Is 44,6 Is 49,20s; Is 62,4s). Cristo é também o salvador da sua Esposa, a Igreja (Ep 5,23-25).

"Remir" é libertar da escravidão:

- Leis sobre o resgate dos escravos (Ex 21,1-11 Dt 15,12-18 Lv 19,20).
- Deus resgata o seu povo do Egito (Dt 13,6 Dt 24,17s; Is 19,20-22) e das garras de Babilônia (Is 35,8-10 Is 51,9-11 Jr 31,10-12). Base para uma teologia sobre a libertação dos escravos.
- Cristo liberta-nos da escravidão do pecado (Mt 11,2-6 Lc 1,77 Lc 4,21 Ep 1,7); da Lei (Ga 3,10-13 Ga 4,1-7 1P 1,17-19) e do "príncipe deste mundo" (Jn 8,44 Jn 12,31 1Co 2,8 2Co 4,4 Ep 2,2 He 2,14 1Jn 5,18 Ap 12,7s).

Cristo é o preço do nosso resgate, porque nele Deus realiza a nova aliança (Mt 20,28 1Tm 2,6 Jn 10,17s; Rm 5,6-8 1P 2,9).


REINO DE DEUS

2012 No AT Deus apresenta-se como Rei-Pastor do seu povo. Israel era o reino, a pertença de Javé, entendido, a princípio, em sentido material (Ex 15,18 Ex 16,9 Ex 19,6 Is 5,4 Jg 8,23 1S 8,7 Ps 24,7-10 Ps 11,4 Ps 47,3 Ps 103,19 Jr 10,7-10).

Instaurada a monarquia real, esta deve estar subordinada à realeza de Javé (1S 8,1-7 1S 8,19s; 2Co 13,8 2S 7,14 Ps 2,7).

As infidelidades dos reis, a divisão do reino e o exílio permitiram a espiritualização do conceito de Reino, despertando a esperança para uma realização definitiva do reinado de Javé nos tempos escatológicos (Mi 2,13 Ez 34,11 Is 40,9s; Is 52,7 So 3,14s). Será um reino universal (Za 14,9 Is 24,23 Ps 47 Ps 96 Ps 99 Da 2,4-44 Da 7,14-27 Sg 3,8).

No tempo de Jesus o povo tinha nostalgia deste passado e esperava que Deus estabelecesse seu reinado definitivo sobre Israel e as nações. Os judeus esperavam uma intervenção maravilhosa de Deus, de caráter político, mas numa relação particular com Deus (Mt 4,3-9 Mt 20,21 Jn 6,14s; Ac 1,6).

Jesus dá ao Reino de Deus (Marcos) ou ao Reino dos Céus (Mateus) o primeiro lugar na sua pregação (Mt 3,2 Mt 4,17 Mt 9,35 Mt 10,7 Lc 12,31 Lc 16,16 Lc 22,29 Jn 12,13-15). Apresenta a sua ação na linha das manifestações do reinado messiânico escatológico, anunciado pelos profetas (Mt 4,23 Mt 12,28 Lc 7,21s; cf. Is 35,5s; Is 61,1-3).

Os apóstolos recebem de Cristo a missão de proclamar o Evangelho do Reino (Mt 10,7).

Depois de Pentecostes o Reino é o tema central da pregação evangélica (Ac 14,22 Ac 19,8 Ac 20,25 Ac 28,23-31 1Th 2,12).

Só aos humildes e aos pequenos é dado conhecer os mistérios do Reino (Mt 11,25).

O Reino é "como a semente depositada na terra" (Mt 13,3-9 Mt 13,18-23) que crescerá por seu próprio poder como o grão (Mc 4,26-29). É como "fermento na massa" (Mt 13,33). Converter-se-á numa grande árvore onde se aninharão as aves do céu (Mt 13,31s).

O Reino é dom de Deus (Mt 5,3 Mt 13,44-46 Mt 18,1-4 Mt 20,1-16 1Co 6,9s; Ga 5,21 Ep 5,5).

O Reino está em crescimento até a Parusia (Mt 9,37s; Mt 11,12s; Mt 13 Mt 25,34 Mc 2,19 Jn 4,35 Jn 2,1-11 Ac 1,9s; Lc 21,31 Lc 22,14s. Lc 22,17s). Ver "Senhor".


RELIGIÃO

2985 Ver "Culto".

REMISSÃO DOS PECADOS

Ver "Batismo", "Penitência", "Perdão", "Justificação", "Paz".

RESIGNAÇÃO

3506 Exortação: Jb 1,21 Pr 3,11s; Qo 7,15 He 12,6s.

Motivos: Dt 32,4 1S 3,18 Jb 2,10 Mt 26,39 1Co 10,13 2Co 1,5 2Co 4,8s; He 12,11.


RESPONSABILIDADE

2094 De todos: Mt 12,36 Mt 18,23 Rm 14,12 2Co 5,10 1P 4,5. Dos superiores: Sg 6,7 Lc 16,2 1Co 4,1-4 He 13,17.

RESSURREIÇÃO

Javé é o Senhor da vida e da morte (Os 13,14 Dt 32,39 1S 2,6). Cristo tem as chaves do reino dos mortos (Ap 1,18 1P 3,19 1P 4,5s; Ep 4,8-10 Col 1,18 Ap 20,1).

Primeiras afirmações bíblicas da Ressurreição (s; Ps 16,9-11 2M 7).

Manifestações de Cristo Ressuscitado (Mt 28,9s; Mc 16,9s; Lc 24,13s; Jn 20,16s; 1Co 15,6s).

Testemunhas da Ressurreição (Ac 1,21s; Ac 2,32 Ac 3,15 Rm 1,4s; Rm 6,4).

Pela Ressurreição Cristo comunica a vida ao mundo(Jn 7,37-39 Jn 10,14-17 Jn 12,2-24 Jn 11,1s) e por ela nos redime (Rm 4,24 Rm 10,9 2Co 5,14-16 Ep 2,5 Col 2,12 Col 3,1).

A Ressurreição de Cristo é a causa da nossa ressurreição escatológica (1Co 15,1-58 1Th 4,13-18), batismal (Rm 6,1-11) e moral (Ep 4,17-24 Col 3,1-7).

A ressurreição dos mortos é anunciada no AT (Jb 19,25 Is 66,14 Ez 37,1-14 2M 7,9 2M 7,14). É afirmada no NT (Mt 22,31 Jn 5,25-29 Jn 6,39 Jn 11,24 Ac 24,15 1Co 6,14 2Co 1,9 1Th 4,13-18 Ap 20,12. Ver "Retribuição".


RESTITUIÇÃO

3023 No Antigo Testamento: Ex 21,33-36 Ex 22,3-15 Lv 24,18 Lv 24,21 Nb 5,7 Ez 33,15. No Novo Testamento: Lc 19,8s; Rm 13,8 Phm 1,18-19.

RESTO

1828 O termo, usado sobretudo pelos profetas, designa os sobreviventes de grandes catástrofes, como o dilúvio (Gn 7,1s) e o exílio (Is 6,13).

"Resto Santo"não é, porém, o resto histórico, mas a comunidade a ser salva no fim dos tempos (Is 4,4 Is 10,22 Jr 23,3 Mi 5,6-8).

"Resto fiel"é a parte do povo que permaneceu fiel em vários momentos da história (1R 19,18 Is 10,18-22 Is 17,4-6 Am 3,12 Am 9,8-10 Dt 4,27 Mi 4,7 Mi 5,2 Za 8,6-13 Rm 11,3-5). O "resto fiel"é símbolo do "novo Israel", formado de judeus e pagãos (Rm 9,27). O Messias reunirá um "resto", um "pequeno rebanho" (Jr 23,3-6 Mi 2,12s; Mi 5,1-8 Za 3,8 Za 6,12 Lc 12,32), que será fermento na massa (Lc 13,20s), como uma semente no seio da terra (Lc 13,18s), como luz e sal do mundo (Mt 5,13-16).


RETRIBUIÇÃO

3049 Na Bíblia não se fala da retribuição em sentido propriamente jurídico, como se fosse uma paga adequada. Esta aparece, sobretudo, como uma dádiva de Deus (Rm 3,27 Rm 8,14-17 Ph 2,13 1Co 15,19 1Co 15,50 Col 1,13).

A retribuição, no início, é entendida como castigo coletivo dos inimigos de Israel (Ex 23,27 Jos 24,12); depois, como um juízo de ira sobre o povo de Deus (Nb 25,3 Jos 22,20 Ex 32 Nb 11,1 Nb 14,38 Nb 17,6-15). A retribuição pode ser um prêmio ou um castigo segundo o esquema teológico pecado-castigo; conversão-perdão-recompensa (Jg 2,11-23 Jg 3,7-9). As bênçãos e as maldições são disso uma prova (Dt 28,1s; Dt 4,40 Dt 5,33 Dt 7,12-26 Dt 15,4-10 Dt 30,15-20).

O povo do AT, não tendo a perspectiva de uma vida futura, interpreta tudo o que lhe acontece de bem e de mal como um prêmio ou um castigo divinos pelo bem ou mal que fez (Jg 2,11-15 Jg 3,7s; Dt 28 Jb 11,14s; Jn 18,1-21 Jn 22,25s; Pr 3,2s. Pr 10 Pr 23 Pr 26 Pr 4,10-22 Pr 8,18s; Pr 9,11). Concluía-se que por detrás de cada desgraça, coletiva ou individual, havia o pecado. Contra isso se levanta a consciência de muitos justos atribulados como o testemunha o livro de Jó e outros textos sapienciais (Jb 3,1-26 Jb 9,14-35 Jb 10,7).

No exílio em Babilônia, perante o fato dos justos que morrem perseguidos sem nenhuma recompensa temporal, surge a esperança da ressurreição (Da 12,2s; 2M 7,9-23 2M 12,44s; 2M 14,46). Sob a influência grega, nasce a fé na imortalidade (Sg 3,7s. Sg 3,14 Sg 4,2 Sg 5,16 Sg 6,19 Ps 49).

A literatura sapiencial ensina: "aquilo que cada um semeia isso recolherá" (Pr 24,12 Qo 11,4 1Co 9,11 Mt 13,28s).

Jesus fala de prêmio e castigo temporais, sempre numa perspectiva transcendente (Mc 10,29s; Mc 12,1-9 Lc 13,1-5 Lc 19,41-44 Mt 11,20-24 Mt 23,37s).

Cristo fala, sobretudo, de castigos e prêmios transcendentes. Consistem em receber o Reino ou em rejeitá-lo(Mt 20,1-15 Mt 5,3-12 Mt 25,1-46 Mt 6,1-21 Mt 7,24-27 Mt 10,32s; Mt 11,28-30 Mt 19,28-30 Lc 14,7-14 Lc 15,11-32 Lc 16,19-31 Lc 17,1-10 Lc 18,9-14 Lc 19,13-27 Mc 8,35 Mc 9,41 Mc 12,1-9).

Cada um será recompensado segundo as suas obras (Rm 2,6 2Co 5,10 Ap 20,12) no dia da vinda ( parusia) do Senhor (1P 4,13 1P 5,4 Ap 22,12 Jn 12,48).


REVELAÇÃO

2488 Existe uma revelação natural (Ac 15,17 Ac 17,27s; Rm 1,18s).

Deus invisível tornou-se visível em Cristo (Ep 1,9 Col 1,15 1Tm 1,17 Ex 33,11 Jn 15,14-15 2Tm 1,10 Tt 3,4).

Manifestou-se para vivermos em comunhão com ele (1Jn 1,2s; Ep 2,18 2P 1,4).

Cristo é o mediador e a plenitude da revelação (Mt 11,27 Jn 1,14 Jn 1,17 Jn 14,6 Jn 17,1-3 2Co 3,16 Ep 1,3-14 He 1,1s).

Estrutura sacramental da revelação: Deus manifesta-se por palavras (He 1,1s; Jn 1,18 Jn 10,34) e por obras (Rm 1,19s; Jn 5,36 Jn 17,4).

A Deus que se revela deve prestar-se a "obediência da fé" (Rm 1,5 Rm 16,26 2Co 10,5s).

A revelação é transmitida oralmente (Mt 28,19s; Mc 16,15 Ac 1,8 He 1,1s; 1Co 15,3 1Tm 3,16 2Tm 1,13 2Tm 4,17 Ga 2,2) e posta por escrito sob a ação do Espírito Santo, segundo as necessidades litúrgicas, catequéticas e apologéticas da comunidade cristã (Jn 20,31 2Tm 3,16 2P 1,19-21 2P 3,15s; Ac 8,35 Lc 24,47).


REVOLUÇÃO

Conseqüências Jg 12,1-6 2S 15,10-19,8 Mc 15,7 Ac 5,36s; Ac 19,23-40 NM 16,1-35).

Jesus respeita as instituições (Mt 5,17 Mt 17,24 Mt 23,2s); não se compromete com as autoridades (Mc 12,13-17 Lc 13,32 Lc 20,1); prevê perseguições (Mt 10,16); repele a resistência armada (Mt 26,52 Lc 22,38 Lc 22,49); luta contra a desordem estabelecida (Mc 3,1 Mc 11,15 Mt 23,5-38).

O que importa é a reforma interior (Lc 6,27 1Co 7,17 1Co 7,29 Rm 12,2 Rm 13,1).


RICO (RIQUEZA)

2805 A riqueza no AT é considerada como um bem relativo. Era apreciada porque dava prestígio e poder e era um dom dado por Deus aos homens justos e sábios (Pr 8,18 Pr 10,22 Pr 22,4 Jb 1,1-3 Jb 42,10-17). Mas o homem pode adquiri-la pelo próprio esforço (Pr 10,5 Pr 13,11 Si 11,18); por isso ela é fonte de orgulho (Jb 31,25 Pr 11,28) e torna difícil a convivência com o rico (cf. Si 13,1-24 e nota). A riqueza torna-se perigosa quando adquirida por meios injustos (Pr 28,6 Pr 28,22 Pr 30,7-9) e causa muito sofrimento aos pobres (Am 2,6s; Am 4,1-3 Am 8,4-6 Mi 2,1s). O rico deve lembrar-se de que a riqueza é passageira, pois com a morte perde tudo (Pr 11,4 Pr 23,4s; Qo 11,19s).

No NT Jesus tomou posição frente à riqueza (Mc 10,17-31 Lc 12,13-24 18,24s). Ela é um dom de Deus, mas pode causar decepções (Qo 5,9-6,6 Mt 13,22) e colocar em perigo a salvação do homem (6,19.24; 19,24). Jesus condenava a avareza (Lc 12,13-15) e exige dos que o querem seguir mais de perto a renúncia a todos os bens (Mt 19,18-30). As riquezas devem servir para ajudar os pobres (Dt 15,7s; Tb 4,8s; Si 29,1-13 Lc 16,9 Lc 12,33 2Co 8-9 1Tm 6,17-19 Ga 2,10 1Jn 3,17). Ver "Pobre".

ROLO

3094 As folhas escritas de um documento antigo podiam ser emendadas umas nas outras em tiras e depois enroladas num bastão, formando um rolo ou "livro enrolado" (cf. Ez 2,9 e nota; Za 5,1s). Ver "Manuscrito", "Códice".




SÁBADO

3098
É o sétimo dia da semana, consagrado a Deus porque após os seis dias da criação o Criador descansou (Gn 2,2s). Era um dia festivo (Ex 16,4s Ex 16,14s. Ex 16,16-36 Ex 35,1-3 Is 1,13 Os 2,13), no qual o israelita se abstinha de qualquer trabalho (Ex 20,8-11 Ez 46,1-12 Ez 20,12) e se dedicava à oração (cf. Ex 31,13 Nb 15,32-36 1M 2,32-41 e notas). Sábado é também o dia do anúncio dos bens futuros, escatológicos (Is 56,1-6 Is 58,13s; Is 66,22s; Jr 17,19-27 Ez 44,1-12).

Mas, quando Cristo veio, o jugo dos fariseus fizera do sábado um dia de escravidão (Mt 12,1-14 Ac 1,12 Lc 6,6 Lc 13,10-17 Jn 5,9-18 Jn 7,21-24 Jn 9,14-16).

Cristo transforma o sábado no dia da sepultura (Lc 23,53s; Jn 19,31-42) e fixa para o dia seguinte -domingo -o dia da Ressurreição, da libertação, da nova criação (Mc 16,2-9 Jn 20,1 Jn 20,19).

O domingo é o dia em que o Senhor se manifesta (Jn 20,16 Jn 20,26) e transmite o seu perdão (Jn 20,19-23). É o dia da reunião da comunidade cristã (Ac 20,7 1Co 16,2). Por isso, o sétimo dia no qual o cristão repousa e se dedica à oração é o domingo (Ac 20,7 Ap 1,10 e nota). Ver "Domingo", "Culto", "Festa".


SABEDORIA

3838 Salomão destacava-se como o grande sábio de Israel (1R 5,9-14 Si 47,12-17 Pr 1,1 Qo 1,1 Sg 8,19 1R 3,4-15).

Progressivamente a sabedoria é considerada como uma participação da sabedoria divina, manifestada no temor de Deus e na observância da Lei (Pr 15,16 Pr 15,33 Pr 16,6 Qo 3,12s; Qo 9,7-9 Sg 1,1-5 Si 15,1-6 Si 24,23s; Ba 3,9-4,4).

Da Lei -sabedoria de Deus no meio do povo -passa-se à personificação da sabedoria divina (Pr 8,23-31 Jb 28 Si 24 Sg 7,22-8,1).

João, no seu evangelho, diz-nos que a sabedoria personificada é Cristo, o Verbo de Deus (Jn 1,18).

Como a sabedoria, também Cristo põe a mesa, oferecendo pão e vinho (Jn 6,35 Pr 9,1-6; cf. Si 24,19-22 Is 56,1-11 Mc 2,22 Is 55,1s).

Paulo, partindo de Sg 13,1-10, fala de um plano sábio de Deus, que levaria o homem a conhecê-lo; mas este falhou por causa da sabedoria humana(Rm 1,19-25). Então Deus apresentou o "escândalo da cruz" (1Co 1,19-25 1Co 2,6-16).


SACERDÓCIO

2863 Dos cristãos: Cristo é o único Sumo Sacerdote (He 3,1 He 4,14-16 He 5,5 He 5,10 He 6,20 He 7,23-28).

O povo de Deus é um reino de sacerdotes (1P 2,9 Ex 19,5s; Ap 1,5s; Ap 5,9s; Ap 20,6). Deve oferecer sacrifícios espirituais (Rm 12,1 He 13,15s; Ph 2,17 Ph 4,18) e anunciar a Morte e Ressurreição de Cristo na "Ceia do Senhor" (Ac 2,42 1Co 10,16-22 1Co 11,23-26 Lc 22,7-20).

Unido a Cristo, pedra angular, cada membro do Povo de Deus constitui uma pedra viva do novo Templo espiritual (1P 2,4-6 Jn 2,19-22 1Co 3,16s; 1Co 6,19). Ver "Ministérios", "Carismas".


SACERDOTE

2058
Ministro sagrado, encarregado de oferecer diariamente sacrifícios e holocaustos e queimar incenso no altar. O sacerdócio era hereditário: chegando à idade estabelecida na lei, o sacerdote era consagrado (Ex 29 Lv 8-10 Nb 18). Além das tarefas cultuais, aos sacerdotes cabia a instrução do povo em assuntos religiosos e administração dos bens do templo.

No NT os anciãos, ordenados pelos apóstolos (Ac 14,23), supervisionavam as comunidades (20,17), pregavam, instruíam e dirigiam os fiéis (1Tm 5,17 1P 5,1).

SACRIFÍCIOS

2625 De louvor, de reparação e pelo pecado. Ver Lv 1-7. Ver "Expiação".


SACRIFÍCIOS DE COMUNHÃO

2629 Nesse tipo de sacrifícios, chamados também pacíficos, a carne da vítima era dividida em três partes: A primeira era queimada sobre o altar e era a parte que cabia a Deus; a outra ficava para os sacerdotes e a última, a maior, era devolvida às pessoas que ofertavam a vítima para o sacrifício. Essa parte da carne era consumida num banquete sagrado, em que as pessoas consideravam Deus presente como comensal. Assim Deus e os homens participavam misticamente, mediante a fé, da mesma mesa (cf. Lv 3,1-17 Lv 7,12-21 1S 20,8 e notas). Sob este aspecto, os sacrifícios de comunhão eram prefiguração do banquete eucarístico, no qual, num sentido mais verdadeiro, o cristão é admitido à mesa do Senhor. Ver "Holocaustos", "Oblação", "Expiação" (cf. Lv Lv 1-7).

SADUCEUS

3172 Partido religioso e político, cujo nome se relaciona com Sadoc, o Sumo Sacerdote colocado por Salomão em lugar de Abiatar (1R 2,35). Os saduceus separaram-se dos fariseus quando Jônatas usurpou o sumo sacerdócio (135 aC). Desde então os saduceus entraram em luta com os fariseus, dos quais se distinguem pelas crenças religiosas (Mt 22,23 Mc 12,18 Ac 23,8). Na política, apoiavam a dominação romana e controlavam a nomeação dos sumos sacerdotes.

SAGRADA ESCRITURA

Ver "Bíblia", "Revelação". 3640


SAGRADO

Aquilo que é separado do profano, ou do uso comum, para servir a Deus (cf. Ez 19,1-23 Nb 1,53 e notas). Ver "Santo".

SALOMÃO

Ver "Sabedoria".

SALVAÇÃO

3116 Deus é aquele que salva, dando vitória a Israel (1S 11,9 1S 11,13 1S 19,5), ou salvando de algum perigo. Ele é o salvador por excelência, que deu a Israel a salvação, tirando-o do Egito (Ex 14,30 Ps 106,21 Ac 7,25). Mesmo quando a salvação é uma conquista humana a vitória é de Deus (cf. Jg 6,36 e Introdução a Josué). A salvação é esperada no sentido universal também no fim dos tempos; é a salvação messiânico-escatológica. Então se realizarão todas as esperanças de felicidade para Israel, que será libertado do poder dos inimigos, da miséria material e do pecado.

No NT o termo "salvação"é usado no sentido de cura do corpo e da alma (Mc 5,34 Lc 8,48 Lc 18,42). A salvação temporal se orienta no sentido da salvação espiritual, do perdão dos pecados (Lc 17,19) e da libertação de todo o tipo de escravidão que resulta do pecado (Mt 1,21 Lc 1,77 Ac 5,31). A salvação que Deus preparou em Cristo se destina a todos os homens (Jn 4,42 1Tm 4,10 Tt 3,4-6). O próprio nome de Jesus significa "Salvador" (Lc 1,31 Lc 2,21 Mt 1,21 Ac 4,12). A fé é condição para receber a salvação (Mc 16,16 Jn 11,25 Rm 10,9-13 He 11,7). Ver "Redenção".


SAMARIA

3133 Fundada em 880 aC por Amri (2R 16,24), estava situada 77 km ao norte de Jerusalém, numa colina de 450 m de altitude e de fácil fortificação, no entroncamento de estradas importantes e no centro do reino de Israel. Ficou sendo a capital do reino de Israel até a ruína da nação, em 722 aC (2R 18,9-12), e depois tornou-se o centro administrativo da província persa da Samaria. Herodes o Grande a reconstruiu magnificamente, dando-lhe o nome de Sebaste ("Augusta") em homenagem ao imperador Augusto, nome que subsiste na designação atual Sebastie. O diácono Filipe pregou ali o Evangelho (Ac 8,5-9).

SAMARITANOS

3135 Com a destruição do reino do Norte, grande parte da população foi deportada para a Assíria. Em seu lugar foram enviados colonos assírios (2R 17,24-41). A população mista que então se formou deu origem aos "samaritanos", que permaneceram monoteístas. Quando os cativos do reino de Judá foram repatriados pelos persas (538 aC), os samaritanos quiseram aliar-se aos judeus e participar na reconstrução do templo e da cidade. Mas Zorobabel (Esd 4,2) e Neemias não aceitaram (Ne 13,28). Desde então vinha a inimizade entre judeus e samaritanos, mencionada no NT (Lc 9,52-54 Jn 8,48).

Jesus, porém, mostrou simpatia para com os samaritanos (Lc 10,30-37 Lc 17,11-19), aos quais mandou pregar o Evangelho (Ac 1,8 Ac 8,4-25). Os samaritanos, que só reconhecem como canônico o Pentateuco, ainda hoje vivem numa comunidade de uns 300 membros no monte Garizim, onde anualmente celebram a Páscoa segundo os antigos ritos.


SANGUE

512 O sangue significa vida (Gn 9,5 Lv 17,10-14 Dt 12,23). Beber o sangue seria destruir a vida. Derrama-se junto do altar para significar o regresso da vida a Deus (Gn 9,4 Lv 17,3-14 Lv 19,26 Ps 58,11 Ez 39,11-19 1R 21,19 1R 22,38).

A custo, os cristãos conseguiram libertar-se deste modo de conceber o sangue (Rm 14,14-20 1Co 10,23-27). A proibição de comer sangue no cristianismo foi uma lei transitória para facilitar a convivência entre cristãos de origem judaica e pagã (cf. Ac 15,20 Ac 15,29 e nota.

Visto que o sangue é vida, e esta pertence a Deus, ele vinga o sangue do inocente (Dt 32,43 Ez 14,19 Ez 33,6-8 Lc 11,50s; Ap 16,3-6).

Os prodígios com intervenção de sangue anunciam a vingança divina (Ex 4,9 Ex 7,17-21 Ps 105,29 Sg 11,6s; Ap 6,12 Ap 8,8 Ap 11,6).

O sangue desempenha um papel importante nos sacrifícios (Lv 1-8). O sangue de Cristo, que é vida, transmite a vida (Jn 6,54-57 Mt 26,28 Jn 19,34s). O sangue é reparador e expiatório (Rm 3,25 Rm 5,9 Ep 1,7 Ep 2,13 Col 1,15-20 Ap 1,5 Ap 7,14; Col 22,14 He 9,14 He 13,12).



Dicionário Bíblico 2723