Dicionário Bíblico 1596

SANTO

1596 É tudo aquilo que está afastado, separado do impuro ou do profano para o serviço de Deus. Santo é sobretudo aquilo que constitui o "numinoso"da divindade, isto é, a majestade de Deus inacessível às criaturas, a própria glória divina. O povo de Deus deve ser "santo"para assemelhar-se a Deus e entrar em comunhão com ele (Lv 20,7 Lv 20,26). Os cristãos são chamados "santos"porque pelo batismo foram consagrados a Cristo (Rm 1,7 1Co 1,2) para viver uma vida nova (Rm 6,3-14).

Santo é também o compartimento da tenda da aliança (Ex 26,33) e do templo (1R 6,3 1R 6,5 1R 6,17) que dava acesso ao Santo dos Santos. No Santo estava o altar do incenso (Ex 30,1-30), a mesa dos pães da proposição e o candelabro de sete braços (Ex 25,23-40).

Santos são nossos intercessores (1Co 12,12 1Co 12,20s, Ap 5,8 Ex 32,11 Ex 32,14 1S 7,8-10 Rm 15,30 Ep 6,18s; 1Th 5,25 He 13,18 Jc 5,16). Temos comunhão com eles (1Co 12,26s). Estão com Cristo no céu (2Co 5,1-8 Ph 1,23s; Ap 4,4 Ap 6,9 Ap 7,9 Ap 7,14s, Ap 14,1-4 Ap 19,1-6 Ap 20,4). Deus opera milagres por meio deles (Ex 8,9-11,10 1R 17-18 2R 2,8 2R 2,14 2R 2,21 Mc 6,13 Ac 3,6 Ac 5,15 Ac 14,7 Ac 19,11s; Jc 5,17).


SANTO DOS SANTOS

1599 Ou Lugar Santíssimo (1R 6,3), era a parte mais sagrada da tenda da aliança (Ex 26,33s) ou do templo de Jerusalém (1R 6,16). Nela estava guardada a arca da aliança. Ali só o Sumo Sacerdote podia entrar no dia da Expiação (Lv 16,2 He 9,3-10). Este recinto estava separado do Santo pelo véu protetor (cf. Nb 4,5 e nota).

SANTUÁRIO DAS ALTURAS

Ver "Lugares altos".

SATÃ

3148 O termo hebraico "Satã", ou Satanás, significa" acusador", "adversário" (Jb 1,6 cf. e nota). Mais tarde passou a designar o inimigo de Deus e do homem (Za 3,1 e nota), tornando-se o nome próprio do anjo decaído e tentador do homem (Sg 2,24 e nota; cf. Ap Ap 12,9).

Jesus venceu as tentações de Satanás, que o queria desviar de sua missão (Mt 4,1-11 Lc 22,28). Inaugurando o Reino de Deus neste mundo, Jesus veio pôr fim ao reino de Satanás (Mt 12,28 Lc 10,18 Jn 12,31). O cristão participa desta vitória de Cristo (2Co 6,14 1Jn 5,18s), que no fim dos tempos será definitiva (Ap 12-20). Ver "Demônios", "Dominações".


SEFELA

Região entre a planície da costa do mar Mediterrâneo e as montanhas de Judá, entre 300 e 400 m de altitude (Jos 10,40 1Ch 27,28).

SERAFIM

3236 O termo vem do hebraico saraf, "arder". Em Nm 21,8s (ver a nota) indica as serpentes "ardentes"ou venenosas. Mais tarde designa uma espécie de seres celestiais que purificavam pelo fogo (Is 6,2). Os serafins simbolizam a santidade divina que purifica o pecador.

SERPENTE

3238 Havia muitas serpentes venenosas na Palestina (Am 5,19 Pr 30,19 Ps 140,4). Segundo a opinião popular alimentavam-se de pó (Gn 3,14 Mi 7,17 Is 65,25).

Os israelitas associavam serpentes e espíritos maus. Ela era símbolo do mal e da desgraça (Gn 3,1-5 Is 27,1 Sl 74,13s; Jb 3,8), da falsidade (Gn 49,17), da astúcia (Gn 3,1 Mt 3,7 Mt 10,16 Mt 23,33); constituindo, por isso, um perigo mortal (Si 21,2 Pr 23,32).

Também em Israel havia encantadores de serpentes (Ps 58,5s; Jr 8,17 Qo 10,11 Si 12,13 Jc 3,7).

Entre os orientais, certas serpentes são adoradas, como deuses da fecundidade e transmissores da vida (emblemas fálicos). Por isso, no templo se adorava a serpente de bronze (Nb 21,4-9 2R 18,4 Sg 16,7). Cristo, pendurado na árvore da morte (a cruz) é a serpente que dá a vida (Jn 8,28 12,32s), vencendo a serpente que se pendurara na "árvore da vida" (Gn 3,1s).


SERVIÇO

Ver "Ministérios".

SERVO

3901 Deus libertou Israel do Egito para que o servisse no deserto (Ex 7,16 1R 8,23). Por isso o povo de Deus em geral (Ps 34,23 Ps 35,27) e os escolhidos de Deus (Gn 26,24 Ex 14,31 Ap 10,7) são chamados servos. Por causa do uso do termo nos cânticos do "servo do Senhor" (Is 42,1-9 Is 49,1-13 Is 50,4-11 Is 52,13-53,12) o título foi aplicado em sentido messiânico a Jesus (Mt 12,18 Ac 3,13 Ph 2,7-9).

SETENTA

(Septuaginta, LXX). Nome dado à tradução dos livros do AT, escritos em hebraico e aramaico, para o grego. Foi feita no Egito entre 250 e 100 aC. O nome "Setenta"provém da lenda, segundo a qual a tradução foi levada a termo por setenta e dois doutores da Lei enviados de Jerusalém. Os escritores do NT e os cristãos dos primeiros séculos utilizaram esta tradução. No Ocidente, a partir do século V foi substituída pela Vulgata.


SIÃO

3996 Colina de Jerusalém situada ao sul do templo e ao norte da piscina de Siloé. Em geral se identifica com Jerusalém (2S 5,7 Is 2,2s).

Na fenomenologia religiosa, a montanha é o lugar da presença divina. Deus se revela no Sinai ou Horeb (Ex 3,1 Ex 33,6 Ex 19,11-20 1R 19,1s).

Na Palestina, o povo sente atração pelos lugares altos (Ex 17,9 Nb 22-24 1S 7,1 1S 9,12-25 1R 3,4 1Ch 16,39).

Cristo escolhe os apóstolos, anuncia as bem-aventuranças, transfigura-se, aparece ressuscitado sobre uma montanha (Lc 6,12 Lc 9,28 Mc 3,13 Mc 6,46 2P 1,18 Mt 5,1s; Mt 17,1-9 Mt 28,16-20).

A luta contra os lugares altos é uma das causas da centralização do culto no templo, situado no monte Sião. Paulatinamente, vão sendo atribuídas a Sião todas as prerrogativas do Sinai (Dt 12,1-14 Dt 14,22-26 2Ch 30 2R 23,1s; Ps 9,12-15 Ps 84,5-8 Ps 20,2s; Jn 4,20).

Em Sião aparecem a Lei, a "Glória"e os fenômenos teofânicos do Sinai (2R 22-23 Is 2,3 Ps 99 Ga 4,25s; He 12,18-24).


SIDÔNIA

3282 Antigo porto fenício na costa do Mediterrâneo, ao norte de Tiro. Junto com Tiro simboliza a civilização pagã corrupta (Lc 10,13-15).

SILO

3271 Antigo santuário, ao norte de Betel, onde foi depositada a arca da aliança (Jos 18,1-10). O santuário foi destruído pelos filisteus (1S 1,9 1S 4-5).

SILOÉ

3314 Piscina dentro dos muros de Jerusalém, na parte baixa da cidade, para onde corriam as águas da fonte de Gion, através de um túnel construído pelo rei Ezequias (2R 20,20).


SINAGOGA

3521 Edifício em que os judeus celebravam as suas reuniões religiosas (Mt 4,23 Mt 6,2), especialmente aos sábados. Ser expulso da sinagoga equivalia a ser excluído da comunidade judaica (Lc 6,22 Jn 9,22 Jn 12,42 Jn 16,2).

SINAI

2444 Ver "Horeb", "Sião", "Deserto" e "Peregrinação".

SOBERBA

Ver "Humildade", "Orgulho".


SODOMA

3411 Ver Gn 18,20 (e nota) e "Gomorra".

SOFRIMENTO

De Jesus ver Cristo, o "Servo do Senhor".

De Maria, ver Maria, mãe do "Servo Sofredor".

Dos justos e pecadores, ver "Retribuição", "Perseguição".
3475
Como fonte de Redenção, ver "Cruz", "Redenção".


SUMO SACERDOTE

1861 É o chefe dos servidores do templo e supervisor do culto. Como mediador por excelência entre Deus e seu povo, oferecia o sacrifício cotidiano (Ex 29,42) e fazia os ritos do dia da Expiação (cf. Lv 16,1-34 e notas). Era o presidente do sinédrio, desde o reinado dos hasmoneus. O cargo era vitalício, mas por razões políticas o Sumo Sacerdote acabava sendo deposto. Por isso, no NT fala-se em sumos sacerdotes. Jesus é o Sumo Sacerdote por excelência, cujo sacerdócio é perfeito e eterno, superior ao sacerdócio imperfeito de Aarão (He 5,1-10 He 7).



TABERNÁCULOS

1259 Ver "Festa", "Jerusalém".

TADEU

Um dos doze apóstolos (Mt 10,3 Mc 3,18), chamado Judas por Lucas (Lc 6,16 Ac 1,13).

TALIÃO

Lei que no AT permitia ao indivíduo vingar-se na mesma proporção da ofensa ou crime sofridos (cf. Ex 21,23-25 Lv 24,17-19 Dt 19,21 e notas). Contra esta lei. Jesus exige de seus discípulos a não-violência e o amor aos inimigos (Mt 5,38-48). Ver "Vingança de sangue".

TÁRSIS

3550 Colônia fenícia na Espanha (cf. Ez 27,12 Jn 1,3 e notas).

TEMOR DE DEUS

3084 Na evolução bíblica podem perceber-se duas classes de temor: o temor sagrado (Gn 15,1-7 Gn 18,27 Gn 28,15-17 Ex 3,1-5 Ex 34,10-13 Jg 6,22s); e o temor moral, ocasionado pelo pecado (Gn 3,9s; Is 6,3-7).

Mas a noção de temor interioriza-se: deixa de ser terror para se transformar na atitude religiosa de evitar o mal e observar os mandamentos (Dt 5,28-6,13 Dt 17,19s; Ex 20,18-21 Jb 1,6-12 Pr 8,12-21 Si 2,14-18).

Desse modo, o temor é o grande mandamento e o princípio da sabedoria (Dt 31,12s; Pr 1,7 Pr 9,7-12 Jb 28,23-28 Si 1,11-20 e notas; Si 15,1-6).

Os justos -judeus ou pagãos -são os tementes a Deus (Gn 22,11-13 Ex 1,17-21 Jb 1,1-8 Ac 9,31 Ac 10,1s); os ímpios são os que não temem a Deus (Ps 35,2-4 Is 63,17s; Rm 3,10-18).

O temor teofânico transforma-se em admiração ante as palavras e as obras de Cristo (Mt 8,27 Lc 4,22 Lc 2,9-18 Lc 2,33 Lc 2,47); o temor de Javé passa a ser o "temor do Senhor" (Ac 9,31 2Co 5,11 Ep 5,21).

O AT foi o período do temor; o NT é o do amor (Rm 8,14-16 2Tm 1,6s; 1Jn 1,3-8 He 12,18-24).


TEMPERANÇA

3567 Não devemos deixar-nos levar por excessos no comer e no beber (Si 31,12-31 Si 32,1-13 Si 37,27-31 Pr 23,1-3 Pr 23,20s, Pr 23,29-35 Is 28,1-4).

No contexto hebraico, os jovens são convidados a afastar-se das mulheres estrangeiras por causa do perigo de idolatria (Pr 2,16-19 Pr 5,3-14 Pr 6,24-35 Si 9,9 Si 23,22-27 Qo 7,26-28).

Por falta de temperança o homem porta-se às vezes como os animais (Rm 1,26-29 1Co 6,9s; 1Tm 1,9s; 1P 4,3).

O cristão, filho da luz pelo batismo, não deve tomar parte nas orgias noturnas (Rm 13,11-14 Jn 12,36 1Jn 1,6s; 1Jn 5,7s; Ga 5,19-21 Col 3,5-10 1Co 6,11).

O cristão, chamado a receber o prêmio eterno, deve portar-se como um atleta (1Co 9,25 1Th 5,6-8 Ep 5,18 1P 1,13 2Tm 4,7s; Ap 2,10 Ap 21,8 Ap 22,15).

Uma das paixões mais difíceis de dominar é o amor do dinheiro. A temperança ajuda a vencê-la (Si 31,1-11 Pr 10,2 Pr 11,4 Jr 17,11 Mt 6,24 Mt 19,21-26 Lc 16,9-24).

Outra paixão humana, que a temperança deve moderar, é o orgulho. Ver "Humildade".


TEOFANIA

206
Revelação ou manifestação sensível da glória de Deus, ou através de um anjo, ou através de fenômenos impressionantes da natureza. Assim Deus apareceu a Abraão (Gn 18), a Isaac (Gn 26,2) e a Jacó (Gn 32,25-31 Gn 35,9); revelou seu nome a Moisés (Ex 3), sua Lei a Israel (Ex 19s).

No NT Deus já não aparece nas forças da natureza. Aparece no Homem-Cristo: na encarnação (Lc 2,1-2 Jn 1,14-18 Tt 2,11-14 Tt 3,4-7 1Jn 3,2-8); na ressurreição (Mc 16,9-20 Lc 24,1s; Jn 20,21).

Manifestações teofânicas temos nas descrições do batismo de Jesus (Mt 3,16s), de sua transfiguração (Mt 17,1-8), ressurreição (Mt 28,1-7) e ascensão ao céu (Ac 1,3-11).


TEMPLO

3577 O primeiro templo, construído por Salomão entre 967 e 964 (1R 6-8), foi destruído por Nabucodonosor em 587 aC.

O segundo templo, construído por Zorobabel em 515 aC, foi profanado por Antíoco Epífanes em 167 aC (cf. 1M 4,59 2M 1,9 e notas). Herodes o Grande o restaurou a partir do ano 20 aC, tornando-o uma das construções mais grandiosas do Médio Oriente. Mas foi destruído pelos romanos no ano 70 dC.

Ver "Cristo", "Peregrinação", "Festa", "Jerusalém"e "Sião".


TESSALÔNICA

3610 Fundada em 315 aC, tornou-se cidade livre e capital da província romana da Macedônia. Na sua segunda viagem missionária, Paulo visitou a cidade e fundou ali uma florescente comunidade, para a qual escreveu duas epístolas (Ac 17,1-13 Ac 20,4 Ac 27,2).

TEMPO

3538 A eternidade é o "tempo"de Deus: Ele existia antes de qualquer criatura (Jr 1,5 2Tm 1,9 Ps 89,2 1Co 2,7); e existirá depois (Ap 21,6 Ap 22,13).

O tempo de Israel decorre entre a libertação do Egito e o "dia de Javé" (Is 13,6-11 Am 5,18-20 Ez 7,5-10 Za 12-14).

No NT, o "século presente", o reino de Satã, estende-se desde a Criação até a Parusia (Rm 12,2 1Co 10,11 Ga 1,4 He 9,26). Opõe-se ao "século futuro", o Reino de Deus, que não terá fim (Ap 14,1-5 Ap 21,2 Ap 22,5 Rm 8,18-23 He 6,5). Entre a Redenção e o "século futuro"decorre o "tempo favorável"da conversão (Rm 13,11s; 2Co 6,1s; Tt 2,11-14). É um tempo breve, um tempo de prova (1P 1,6 2Co 6,1-10 Col 4,5 Ep 5,16 Jn 16,16-22).

Nenhum cálculo humano pode fixar o tempo determinado por Deus (Mt 12,38s; Mt 16,1-4 Ac 1,1-7).

Hora de Jesus, ver "Caná".


TESTAMENTO

O termo significa "disposição testamentária", ato jurídico pelo qual alguém divide seus bens em favor dos herdeiros, após sua morte (Lc 22,29 Ga 3,15-17 He 9,16). Significa também a aliança, ou pacto, pelo qual Deus se compromete a cumular de bens o seu povo, desde que este cumpra certas condições. O "Antigo Testamento" (2Co 3,14) é a aliança do Sinai; o "Novo Testamento"é o pacto que Deus estabeleceu por meio de Jesus Cristo (Jr 31,31 Lc 22,20), superando o AT (2Co 3,6).

TENDA DA REUNIÃO

2698 Chamada também "tabernáculo", "tenda do encontro", "tenda da aliança" (Nb 7,89 e nota), "tenda do testemunho" (Ac 7,44) ou "morada" (Ex 25,9 e nota), é o santuário israelita do deserto. Neste santuário portátil Moisés encontrava-se com Deus para receber revelações ou suplicar pelo povo. A tenda da reunião tinha duas repartições, separadas por um véu: o Santo e o Santo dos Santos.

TESTEMUNHO

3855 O testemunho humano está regulado pela Lei (Nb 5,13 Nb 35,30 Dt 6,7); o falso testemunho é severamente sancionado (Ex 20,16 Ex 23,1 Dt 5,20 Dt 19,16-20 Pr 19,5 Pr 24,28 Da 13 Mc 10,19).

Os profetas dão testemunho do nome de Deus (Mi 1,2 Jr 29,23 Ml 3,5). Mas é sobretudo o povo de Deus que deve dar testemunho (Is 43,9-10 Is 44,8 Is 55,4).

Jesus, a grande testemunha (Jn 18,37 1Tm 6,13 Ap 1,5 Jn 13,11 Jn 13,32 Jn 5,31-40 Jn 8,12-14 Jn 15,26 1Jn 5,6-8).

Os cristãos devem ser testemunhas (Ac 1,8 Ac 1,21s; Ac 10,41 Ac 5,32).

O martírio é o testemunho supremo (Ac 7 Ap 2,13 Ap 6,9).

O falso testemunho em juízo é proibido porque prejudica inocentes e inocenta culpados (Ex 20,16 Ex 23,1 Dt 5,20 Pr 19,5 Pr 24,28 Mt 19,18 Mc 10,19).


TENTAÇÃO

3584 A tentação bíblica não se situa propriamente no quadro da luta pessoal por adquirir a perfeição, mas na realização do plano de Deus. A tentação, portanto, é a fuga do homem ao plano de Deus: tentação de Abraão (Gn 22,1-18 Si 44,20 1M 2,52): tentação do Povo no deserto (Dt 8,2-5 Ex 16,4 Ps 77,17-56 Ps 94,6-11); tentação de Cristo por um falso messianismo (Mt 4,1-11 Mt 16,21-23 Mt 26,36-46 He 2,14-18 He 4,15).

A tentação tem uma origem (Gn 3,1s; Jn 13,2 Ac 5,3 Rm 7,22s; 1P 5,8s). Todos nós somos tentados (1Co 7,5 1Th 3,5). Deus a permite porque nos chama para a vida do Homem-Novo (Jc 1,13-15 1Co 10-13). Liberta da tentação aos que lhe pedem (Si 33,1 Mt 6,13). A tentação deve ser combatida (Mt 18,7s; Mt 26,41 Ep 6,11-16 1P 5,9), e pode ser vencida (Lc 22,31s; 1Co 10,13 2Co 3,5 Ph 4,13 Jc 1,12 2P 2,9 Ap 2,10).

TETRARCA

Governador da quarta parte de um determinado território. No NT o título indica qualquer governante de um reino dividido, ou um príncipe inferior ao rei (Mt 14,1 Lc 3,1 Lc 9,7), ou mesmo igual ao rei (Mt 14,9).


TEXTO MASSORÉTICO (TM)

É o texto crítico da Bíblia Hebraica, estabelecido definitivamente entre 750 e 1000 dC. É o fruto do trabalho árduo dos massoretas, iniciado após a destruição de Jerusalém, para chegar a um texto hebraico definitivo. A massorá (= tradição) consta de sinais de vocalização do texto consonantal, para a pronúncia correta das palavras, e de estatísticas marginais sobre ocorrências do texto. O TM das atuais edições críticas do texto hebraico da Bíblia baseia-se num manuscrito hebraico do séc. X dC, e apresenta poucas divergências em relação aos manuscritos descobertos em Qumrân.

TIAGO

1842 Conhecem-se vários personagens do NT com este nome:

1. Tiago o Maior, filho de Zebedeu e irmão de João, apelidado "filho do trovão" (
Mt 10,2 Mc 3,17); foi decapitado por Herodes Agripa entre 41 e 44 dC (Ac 12,2);
2. Tiago filho de Alfeu, um dos Doze (Mt 10,3);
3. Tiago o Menor, irmão de José e Judas, primo de Jesus (Mt 13,55 Mt 27,56 Ga 1,19). É o bispo de Jerusalém e considerado também como o autor da Epístola de Tiago (ver a Introdução ); morreu martirizado em 62 dC.


TIBIEZA

Ver "Zelo".

TIMÔTEO

3628 Era filho de um grego pagão e de uma mãe judia. Converteu-se ao cristianismo, foi companheiro de missão de Paulo (Ac 16,1-3) e seu amigo fiel (Rm 16,21).

TIRO

3716 Famosa cidade marítima da Fenícia, situada numa ilha. Seus navegadores e navios controlavam o comércio e a navegação no Mediterrâneo (cf. Is Is 23 Ez 26-28 Mt 11,19-22 Mt 14,37-42). Ver "Sidônia".


TOMÉ

3614 Um dos doze apóstolos, chamado Dídimo (Mt 10,3 Mc 3,18), que teve dificuldades em crer na ressurreição de Jesus (Jn 20,24-29).

TRABALHO

Na ótica bíblica é anterior ao pecado (Gn 2,15), embora, após o pecado, apareça como penoso (Gn 3,19 Jb 5,7). Recorda a obra criadora de Deus (Ex 20,8s; Gn 1,1-2,3 Si 38,34), que aparece como um trabalhador (Gn 2,7 Ps 8,4 Jn 5,17 Jn 6,28). A Bíblia exorta ao trabalho (Ex 20,9 Qo 9,10 Si 7,15 1Th 4,11 2Th 3,10-12), critica o preguiçoso e elogia a pessoa trabalhadora (Pr 6,6-11 Pr 13,4 Pr 16,26 Pr 21,25 Pr 31,13-27 Si 38,25s; Mt 25,14s).

Também Jesus é um operário, "filho do carpinteiro" (Mc 6,3 Mt 13,35).
2097 Paulo gloria-se do trabalho das suas mãos (Ac 18,3 Ac 20,34 1Co 4,12).


TRADIÇÃO

3652 No Antigo Testamento (Ex 12,26 Jg 6,13 Dt 32,7 Ps 44,2 Jr 6,16). No Novo Testamento (Mt 28,20 Mc 16,15 Jn 20,30 Jn 21,25 Ac 15,41 1Co 11,2 1Co 15,3s; Ph 4,9 2Tm 2,2 2Jn 1,12). Ver "Revelação".

TRANSFIGURAÇÃO

688 Entronização de Jesus como Messias Sacerdotal (Mt 17,2-8 Is 9,1s; Is 42,6 Ex 28,4-13 Za 3,1-5 Ps 103,1s; He 5,5 Ez 44,17 Ap 1,12-17 Ap 5,1-14) e novo Moisés. Ver "Teofania".

TREVAS

419 A ausência de luz, ou escuridão, simboliza o afastamento de Deus e de sua salvação. Ao criar o mundo Deus triunfou sobre as trevas (Gn 1,2 Is 45,7). As trevas significam a desgraça (Ex 10,21-23 Ex 14,20 Am 5,18), o reino de Satanás e do pecado (Ac 26,18 Ep 6,12). O homem tem que se decidir entre o reino das trevas e o da luz (Jn 1,5 Jn 3,19 Jn 8,12). Quem ama o próximo, caminha na luz (1Jn 1,6 1Jn 2,9-11).

TRINDADE

3694 Cristo apresenta-se como Filho de Deus: há entre ambos um mútuo conhecimento (Mt 11,25-27 Mt 21,33-41 Lc 2,49s; Jn 6,40-57 Jn 8,12-59 Jn 12,20-28 Jn 17,4-26).

A vida cristã é apresentada por Paulo em referência a um Deus-Trindade (Rm 8,12-33 Col 1,13-20 Ep 2,12-18 Ep 4,1-6). O batismo, tanto em Cristo como em nós, tem uma dimensão trinitária (Rm 6,3-11 1Co 6,11 Tt 3,1-7 Mt 3,13-17). A atividade cristã tem origem na vida trinitária (1Co 12,4-6 Ga 4,4-6 Rm 5,1-5).

Fórmulas trinitárias (Mt 28,19 2Co 1,21s; 2Co 13,12s; 2Th 2,13 1P 1,2).


TRÔADE

3695 Porto marítimo da província da Ásia, no mar Egeu. São Paulo passou por ali na segunda e na terceira viagens missionárias (Ac 16,8-11 Ac 20,5-10).

TRONOS

3619 Ver "Dominações".



UNÇÃO

4131 De altares, reis e sacerdotes (Gn 28,11-19 1S 10,1-8 1S 16,1-13 1R 1,38-40 Ex 29,44 Ex 30,22s).

Depois do exílio, a unção é relacionada com o Espírito (Is 42,1-9 Is 61,1s).

Cristo, recebendo o Espírito sem o rito da unção, é o ungido pelo Espírito (Mt 3,16 Ac 10,36-38).

A Unção ou Crisma é um rito muito apto para exprimir o dom do Espírito (2Co 1,21s; Ac 13,2s; Ac 9,17 2Tm 1,6s).

A Unção dos Enfermos (Lc 10,34 Mc 6,12s; Jc 5,14s).


UNGIDO

Ver "Cristo".

UNIDADE

3724 Todos os membros da Igreja receberam dos apóstolos a mesma vida cristã, que devem aceitar pela fé (1Co 1,10-16 Rm 10,14-17 1Th 1,8 Col 2,6s; Ga 1,6-9).

Fé-Batismo-Espírito são os três laços que unem os cristãos (Rm 10,9-11 Ga 2,16-20 Ep 3,17 Ep 4,1-6).

Cristo, Cabeça da Igreja e centro de unidade do universo (Col 1,18-20 Col 2,9s; Ep 1,9 Ep 1,22 Jn 17,21-26).

Serviço pastoral, fonte de unidade na Igreja (Mt 16,18s; Mt 12,25 Mt 18,15-18 Lc 22,32).

Paulo prega o mistério de Cristo que realiza a unidade entre judeus e gentios (Ep 1,22 Ep 2,13-18 1Co 12,13 CL 3,10s).

Alegorias paulinas que exprimem a unidade da Igreja (1Co 3,6-16 Rm 11,17-29 2Co 11,2-6 Ep 4,2-6).

Unidade na variedade dos carismas (1Co 12-14 Ep 4,1-16 Ph 2,1-5). Ver "Eucaristia, sacramento da unidade".


UNIVERSALISMO

449 No AT aparecem certos impulsos universalistas (Gn 22,18 Is 2,2-4 Mi 4,1-3). Anuncia-se até a conversão dos pagãos (Is 66,18-24 Za 2,15 Ml 1,11). Recordam-se personagens que não pertencem ao povo bíblico (Gn 14,18 Jos 2,1 Rt 4,10).

Mas predomina a tendência ao fechamento, para não se contaminar (Dt 7,1-8 Ex 19,5).

Segundo os Evangelhos, Cristo nega-se a fazer apostolado entre os pagãos (Mt 10,5 Mt 15,24 Mc 7,27). Acolhe, contudo, alguns estrangeiros (Mt 8,5-10 Mt 15,28). Ante a recusa dos judeus, anuncia a passagem aos gentios (Mt 21,43 Lc 13,28). Após a ressurreição aparece a missão universalista (Mt 28,19 Mc 16,15 Ac 1,8).

A redação dos Evangelhos deixa transparecer a preocupação por afirmar o universalismo; magos (Mt 2,1-12), centurião romano (Mc 15,39), Simeão (Lc 2,29-32).

O universalismo da Igreja foi uma dura conquista (Ac 8,5 10,1-11,26; Ac 15,1-33 Ga 2,1-14 Ga 5,11 Ep 1,1s; Col 1,15-29).

O Apocalipse vê todas as raças na Jerusalém celeste (Ap 7,9 Ap 21,24-26).


URIM E TUMIM

2497 Ver Ex 28,30 e nota.



VAIDADE

1120 Prevenir-se contra (Ps 119,37 Qo 1,2 Qo 2,1 Qo 2,11 Qo 2,15 Is 5,21 1P 3,3-5). Exemplos (2S 24,9-15 Is 39,1-6 Mt 23,4-7 Ac 12,21-23). Vaidade feminina (2R 9,30 Is 3,16-24 Jr 4,30 1Tm 2,9 1P 3,3-5).

VERBO

Ver "Cristo", "Palavra".


VERDADE

Para nós, ocidentais, a verdade é a conformidade entre o pensamento e a realidade. Na Bíblia a verdade corresponde a um desejo de conhecimento prático para a vida. Está relacionada com a Lei, a revelação e a palavra de Deus. Verdade identifica-se por isso com fidelidade.

Verdadeiro é aquilo que tem firmeza, consistência e em que o homem pode confiar. Deus é verdadeiro porque é fiel à sua aliança e às suas promessas (Ex 34,6s; Dt 7,9 2S 7,28s; Ps 31,6 Ps 138,2). Sobre a palavra de Deus, que é a verdade, o homem pode basear sua vida (Ps 26,3 Mt 7,24-27).

A Lei é verdadeira porque constitui um apoio firme que dá proteção ao homem (Ne 9,13 Ps 93,5 Ps 119,86).

Na literatura sapiencial, verdade é igual a sabedoria (Pr 23,23 Qo 12,10 Si 4,28).

No sentido moral, verdade equivale a sinceridade de coração (2R 20,3), justiça e honestidade (Is 59,14). No NT a verdade adquire um cunho cristão, equivalendo a "evangelho" (Ga 2,5 Ga 2,14 Col 1,5 2Tm 2,15). Para João, a verdade é o próprio Cristo (Jn 1,1 Jn 8,40 Jn 14,6 Jn 17,17 Jn 18,37), a palavra do Pai que Cristo veio anunciar neste mundo (Jn 1,17 Jn 8,40-46).

A verdade de Deus manifesta-se em Cristo (2Co 1,20 Ep 4,20); por isso, o Apocalipse chama-o "Fiel" e "Verdadeiro" (Ap 19,11).

3603 O testemunho de Cristo é completado pela ação do Espírito (Jn 14,26 Jn 16,13).

O conhecimento da verdade exige disposições prévias (2Tm 2,10-12 2Tm 3,7 Ep 4,15 Ep 6,14). O cristão é aquele que anda na verdade de Cristo (2Jn 1,4 3Jn 1,3s).


VIDA

2146 O Deus de Israel é um Deus vivo (Jos 3,10-13 Dt 5,22-27 Ps 36,6-10 Ps 84,1-3 Jr 2,13). A vida é um dom precioso (Qo 9,4 Jb 2,4). Mas a vida é instável e breve (Gn 45,26s; Nb 21,8s; Jg 15,19 2R 1,2 2R 8,9 Jb 20,8 Jb 33,22 Ps 18,5s; Ps 22,16 Ps 31,11 Ps 88,4 Ps 88,7 Ps 116,8 Qo 5,12 Qo 8,13 Si 18,10 Si 40,1-4 Si 51,10 Sg 2,5 Mt 6,25).

A verdadeira vida se manifesta em Cristo (Jn 5,26 1Jn 1,1s; 1Jn 5,9-13 1Jn 5,20s, o Autor da Vida (Ac 3,15). Pelo Batismo ele comunica a vida aos que crêem (Rm 6,3-11 Col 2,11-13 Ga 2,19s; Ep 2,5-10 1Co 15,21s).

Por isso a vida do cristão é uma vida em Cristo: é preciso viver nele (Col 2,6-8 Ph 2,5): falar e agir nele (2Co 2,12 2Co 13,3); sofrer com ele (Rm 16,12 1Co 15,18 Ph 4,1 1Th 3,8); alegrar-se nele (Ph 3,1 Ph 4,4-10); ser glorificado nele (Rm 15,17 1Co 1,30s; 1Co 15,31 2Co 10,17 Ph 3,3); amar nele (Rm 16,8 1Co 4,17 Ga 3,27s; Col 3,11). Ver ,"Retribuição".


VIGILÂNCIA

3784 No contexto da Parusia é um dos pilares da moral cristã(Mc 13,33-37 Mt 24,42-44 Mt 25,13 Lc 12,36-40 1Th 5,1-7 2Tm 4,5-7 2P 3,10).

É preciso vigiar nas tentações (Mt 26,37-46 1Co 16,13 Col 4,2 Ep 6,1-20 1P 5,8).

Os anciãos de Éfeso devem vigiar nos combates pela fé (Ac 20,29-31 1Co 16,13).

A vigilância tende a manifestar-se nas vigílias litúrgicas e na oração (Ep 6,18 Col 4,2 Lc 6,12 Lc 21,36 Mc 14,38).


VINDA DE CRISTO

1344 Ver "Parusia".

VINGANÇA DE SANGUE

2279 Na concepção bíblica, o sangue derramado de uma pessoa clama ao céu por vingança (Gn 4,10 2M 8,3 Ez 24,6-8). O vingador do sangue, um parente da vítima, age em nome de Deus para punir o crime (Gn 4,11 2S 4,11 Dt 24,16), aplicando a lei do talião (Ex 21,12-23). Para impedir que o homicida involuntário fosse morto injustamente, a Lei previa cidades de refúgio (Jos 20,1-9).

Jesus, em vez da vingança, manda suportar as injustiças e amar os inimigos (Mt 5,38-42). O cristão deve vingar o mal com o bem (Rm 12,19-21). A vingança pertence a Deus (Dt 32,35 Dt 32,41 Jr 51,36) e não ao homem (Lv 19,18 Pr 20,22 Si 28,1-6 Mt 6,14 Lc 11,4 1Co 6,7 Ep 4,26 1Th 5,15). Ver "Redenção".


VINHA

3756 A Terra Prometida era uma vinha (Nb 13,20-26 Is 27,2-5). O povo de Israel é uma videira transplantada do Egito (Ps 80,9-19). A restauração de Israel é uma nova plantação da vinha (Am 9,13-15 Os 14,5-10).

A festa dos Tabernáculos é a festa da colheita da uva (Lv 23,40 2M 10,7); mas esta acabará, porque a vinha não dará mais fruto (Is 5,1-30 Jr 8,13-17).

Israel é uma vinha estéril (Is 5,1-7); por isso, Deus escolherá uma nova vinha (Mt 20,1-16 Mt 21,28-46) que é Cristo (Jn 15,1-12).

Cristo, nova Videira, dá o vinho novo da sabedoria (Pr 9,1-5 Is 55,1s; Jn 2,1-11 Mc 2,22 Mt 26,29).


VIRGEM MARIA

Ver "Maria".

VIRGINDADE

3758 No AT, a esterilidade era uma vergonha, mas a estéril pode ter uma fecundidade espiritual (Sg 3,13s; Sg 4,1).

Certos atos sagrados exigiam abstinência conjugal (1S 21,5-7 Ex 19,15).

Cristo faz um convite à castidade perpétua (Mt 19,12 Mt 19,21 1Co 7,1 1Co 7,7s, 1Th 4,1-7).

O termo "virgindade"tem um sentido metafórico: não cair na idolatria (Ap 14,4 Ap 21,2 2Co 11,2).

A castidade é uma virtude matrimonial (Rm 13,13 1Co 6,15 Ga 5,23-25).

A castidade é recomendada particularmente aos mensageiros do Evangelho (2Co 6,6 1Tm 4,12 1Tm 5,2 1Tm 5,22).

134

VIRTUDE

Natureza (Mt 7,13 Mt 7,18s; Mc 12,28-34 Ga 5,6 Ga 6,2 Col 3,2 Col 3,14 2P 1,10). Progresso na virtude (Pr 4,18 Rm 12,9-17 Ph 3,12s; 1Th 4,1 1Th 5,22 1Tm 4,7 2P 1,5-8 2P 3,18 Ap 22,11.

VIÚVAS

3829 A lei do levirato e as leis sociais insistem na proteção às viúvas (Ex 22,21-23 Dt 10,18 Dt 24,17-21 Dt 26,12s; Is 1,17-23 Jb 29,13).

3873 Situação miserável das viúvas. Alguns milagres anunciam a sua felicidade messiânica (1R 17,8-15 2R 4,1-7 Ps 146,9).

Por isso, Jerusalém, esposa infiel, quando abandonada de Deus, é chamada viúva (Is 54,4-8 Lm 1,1 Ba 4,12 Ap 18,7).

As viúvas na Igreja apostólica constituíam uma espécie de ordem religiosa (1Co 7,8 1Co 7,39s, 1Tm 5,3-16 Ac 6,1-6 Jc 1,27 Lc 21,1-4)


VOCAÇÃO

1789 Cristo é o grande "chamado". Nele todas as coisas foram chamadas à existência (Ep 1,4-6 Ep 1,11-14 Rm 8,29 1P 1,20s; Col 1,15-23 Jn 1,1-3 Gn 1,1-2,4).

Esta vocação em Cristo pode ser individual e comunitária. Deus chama grandes homens para formar comunidades: Abraão (Gn 12); Moisés (Ex 3,6); Samuel (1S 3); Isaías (Is 6); Cristo (He 10,2-5 Mt 26,28 Ac 20,28 1P 2,9s) que fundou a comunidade apostólica. Chama também comunidades ou povos através desses homens escolhidos; assim chamou Israel e a Igreja.

Esquema bíblico-literário da vocação:

- Procede da liberdade soberana de Deus (Jr 1,4s; Rm 8,30 1Co 1,9s; Ga 1,15).
- Exige o despojamento, na fé, pela obediência (Gn 12 Mt 4,18-22 Mt 16,24-26 Mt 8,18-22).
- Suscita quase sempre o temor no coração dos chamados (Ex 3,6 Jg 6,22 Is 6,5 Jr 1,6).
- Investe o "chamado"de uma missão, que a Bíblia costuma assinalar com a mudança do nome (Gn 17,4-8 Gn 17,19 Lc 1,13 Lc 1,31s, Lc 1,59-63 Jn 1,42). Esta investidura corresponde, geralmente, a uma comunicação do Espírito: Profetas (1S 10,6 1S 16,13 Is 11,2 Is 42,1); apóstolos (Jn 20,22 Jn 15,26 Jn 16,7 Ac 2,1s).

Na Igreja todos somos iguais por razão da vocação em Cristo (Ep 1,22s; Ep 4,11-16 Ep 5,23 Col 1,18 Col 2,19 1Co 12,13 1Co 10,17 Ga 3,28s; Mt 23,8-12).

Contudo, temos funções diferentes, que supõem uma vocação na e para a comunidade. Ver "Carisma", Igreja", " Ministérios", Sacerdócio", "Profeta".


VONTADE DE DEUS

2324 Ver "Mistério", "Salvação", "Obediência".

VULGATA

Tradução da Bíblia feita por S. Jerônimo entre 385 e 405 dC, em parte dos originais gregos, hebraicos e aramaicos, em parte aproveitando traduções latinas anteriores. Chama-se "Vulgata"por ter sido traduzida para a linguagem então falada pelo povo no Império Romano. Esta tradução tornou-se o texto que a Igreja Católica usa ainda hoje em seus documentos oficiais. Mas as traduções da Bíblia em línguas modernas são, hoje em dia, feitas diretamente dos originais.



XEOL

1375
É o nome hebraico dado no AT para os "infernos", "abismo" ou "morada dos mortos" (Gn 37,35 Is 38,18 e nota). Julgava-se que o Xeol ficava debaixo da terra.

Jesus, ao morrer, desceu ao Xeol (Ac 2,24-31 Rm 10,7 Ep 4,8-10) para anunciar aos mortos a sua vitória sobre a morte pela ressurreição (Ap 1,18 Mt 27,51-53 1P 3,19s e nota). Ver "Hades", "Abismo".


ZACARIAS

3987 Há três personagens com este nome, que significa "o Senhor se recorda":

1. Um profeta assassinado no templo (
2Ch 24,20-22 Mt 23,35);
2. Um profeta que exortou os judeus a reconstruir o templo (Esd 5,1);
3. Um sacerdote da classe de Abias, esposo de Isabel e pai de João Batista (Lc 1,5-67 Lc 3,2).


ZELO

3983 O Deus de Israel é um Deus único e ciumento (Ex 3,14 Ex 20,3-6 Ex 34,14 Dt 32,16s; Jos 24,19-24). É um fogo devorador (Dt 4,24 Is 33,14 So 1,18).

Os profetas são homens devorados pelo zelo de Deus (Nb 25,11 1R 19,14 Si 48,2 Ps 69,10). O mesmo zelo ardia no coração de Cristo (Mt 21, 12s).

O reino de Deus não suporta a tibieza (Ap 3,19 Mt 11,12 Tt 2,14). Este zelo exprime-se na oração e no culto (Nb 14,13-19 Ez 20,9-14 Ez 36,21-23 Jn 14,21 Mt 6,9-13 Lc 11,2-4).

Paulo estava cheio de zelo pela conversão dos hebreus e dos pagãos (Rm 9,3 Rm 10,19 Rm 11,11-14).

Existe um falso zelo: o daqueles que querem sobrepor a justiça da Lei à liberdade cristã (Mt 23,15 Ac 21,20 Rm 10,2 Ac 5,17 Ac 13,45 Ac 17,5): o de Paulo antes da conversão (Ac 22,3 Ph 3,6 Ga 1,13); o dos zelotes (Ac 5,35-39 Ac 23,12-15).

O zelo cristão não é áspero, é animado pela caridade e paciência (Jc 3,14-18 Lc 9,51-56 Mt 13,24-30 Mt 13,36-43).


ZELOTES

3324 É o sobrenome do apóstolo Simão (Lc 6,15). Era também o nome de um partido revolucionário e nacionalista, muito ativo entre o ano 6 e 70 dC. Seus membros eram fanáticos opositores da dominação romana. Seu ideal era estabelecer uma teocracia, expulsando pela força os dominadores estrangeiros (Ac 5,37).







Dicionário Bíblico 1596