Dicionário Bíblico 29


DEPORTAÇÃO

É a remoção forçada de povos vencidos, de seus países para outros territórios, praticada pelos assírios e babilônios. A finalidade prática era enfraquecer o inimigo e, eventualmente, colonizar territórios próprios. As vítimas da deportação estão em desterro ou exílio. Israel foi submetido várias vezes a deportações. Os assírios puseram fim ao reino do Norte, deportando a população de Israel em 734 aC (2R 15,29 Tb 1,2) e depois da queda de Samaria, em 722 aC (2R 17,6 2R 18,11). Em 597 e 587 aC os babilônios desterraram os habitantes de Judá para a Babilônia (2R 24,8-17 2R 25,7-12 Ez 3,15).

A deportação, embora não resultasse em prisão, causava grandes sofrimentos. Os exilados eram arrancados de sua terra natal e de suas propriedades e tinham dificuldade em praticar sua religião. A situação dos exilados os colocava entre o escravo e o cidadão; podiam adquirir propriedades, exercer profissões, mas sem gozar dos direitos de cidadãos livres.

Sob o ponto de vista religioso o exílio é considerado como punição pela idolatria e infidelidade a Deus, um tempo de purificação e expiação (Ez 11,14-21 Ez 20,32-44). Mas foi também um tempo de renovação da esperança, tornando-se um símbolo da conversão, ou volta a Deus (cf. Ez 33-48 Is 40-55). Ver "Cativeiro".


DESCIDA DE CRISTO AOS INFERNOS

Ver "Inferno", "Abismo", "Geena" e "Xeol".

DESERTO

3831 Os desertos na Palestina não são de areia, mas sim de montanhas calcárias, onde a vegetação não cresce mais por falta de chuva. O deserto da Judéia é uma estreita faixa situada entre a parte mais alta das montanhas e o vale do rio Jordão, e a depressão do mar Morto. O deserto do Negueb, ao sul de Judá, constitui o limite extremo-sul habitável da Terra Prometida.

A experiência da aliança com Deus no deserto do Sinai deixou profunda marca na alma israelita (
Ex 19). Ali Israel foi provado por Deus; sentiu fome e sede, mas Deus o alimentou com maná (Ex 16) e o dessedentou com água tirada do rochedo (Ex 17,1-7). Na solidão do deserto aprendeu a seguir a Deus com fidelidade (Jr 2,2). Por isso, o deserto na Bíblia é tanto símbolo da provação, como da renovação espiritual (Os 2,16s; 1R 19,1-8 Ez 20,34-37).

João Batista preparou-se para sua missão e começou a pregar o batismo de conversão no deserto (Mt 3,1-3 Mc 1,4 Lc 1,80). Após o batismo no Jordão, Jesus retirou-se durante 40 dias para o deserto, onde foi tentado pelo demônio e preparou-se para pregar o Reino de Deus (Mt 4,1). Ver "Negueb"e "Sinai".


DEUTEROCANÔNICO

Ver "Canônico".

DIA DA EXPIAÇÃO

305 Ver as notas em Lv 16,1-34 e Ac 27,9; ver também " Expiação", "Bode Expiatório".

DIA DO SENHOR

921 É o dia em que Deus vem para julgar. Este dia em geral é visto como um dia de punição para os pagãos, para os inimigos de Deus e de seu povo, e de salvação para Israel (cf. Is 13 Ez 7,1-27 e nota; Jl 4,9-14). Mais tarde os profetas anunciaram o dia do Senhor como punição também para Israel, para quem a eleição divina não é uma garantia incondicional (cf. Am 3,1s; Am 5,18 e nota). Segundo o NT este dia vai coincidir com o da vinda gloriosa de Cristo, para o qual se volta toda a esperança cristã (1Co 1,8 1Th 5,2-4).

No NT, o primeiro dia da semana, por ser o dia da Ressurreição do Senhor Jesus Cristo, foi chamado "Dia do Senhor" (Ap 1,10). Ver "Parusia", "Culto"e "Sábado".


DIÁCONO

753 O termo significa "assistente", alguém que serve à mesa (Jn 2,5 Jn 2,9). Foram chamados "diáconos"os cristãos escolhidos pelos apóstolos para servirem aos pobres da Igreja de Jerusalém (Ac 6,1-7). Mas estes diáconos logo começaram a dedicar-se também à pregação do Evangelho (Ac 6,8-7,53 Ac 8,5-13). Eles são os auxiliares dos "epíscopos" (cf. Ac 20,28 e nota) na direção das jovens comunidades cristãs (Ph 1,1 1Tm 3,8-13). Ver "Anciãos", "Bispo"e "Culto".

DIÁSPORA

Ou "dispersão", é o termo aplicado aos judeus espalhados pelo mundo pagão do Império Romano (Jn 7,35). Na era apostólica a população do Império Romano era de aproximadamente 55 milhões, dos quais 4,5 milhões (8%) eram judeus da diáspora.

DILÚVIO

973 A narrativa de Gn 6,5-9,19 descreve uma inundação catastrófica, chamada dilúvio, do qual salvaram-se apenas Noé, sua família e os animais que o acompanhavam na arca. Muitos povos antigos falam de extraordinárias inundações que em épocas muito remotas destruíram a terra. As narrativas mais próximas ao Gênese são as da Mesopotâmia. É possível que no fundo destas narrativas esteja a lembrança remota de inundações catastróficas mas de proporções limitadas (cf. Gn 7,19s e nota).

DISCÓRDIA

Deve ser evitada (Pr 6,19 1Co 3,3 1Co 6,7 1Co 11,16 Ph 2,3 2Tm 2,14 Jc 4,1. Tem conseqüências funestas (Si 28,12 Mt 12,25 Mc 3,24s; ; Jc 3,14-17).

DIVÓRCIO

1666 É a ruptura do laço matrimonial, permitida pela Lei de Moisés (cf. Dt 24,1-4 e nota). Nas tribos do Médio-Oriente era usual a poligamia (Jg 8,30 2S 3,7 2S 16,21 1R 11,1-8 Gn 4,19). Mas o progresso da fé num Deus único orientará os costumes para a fidelidade a uma só mulher, como sinal da fidelidade a um só Deus (Esd 9,1s; Esd 10,3 Ml 2,10-11 Tb 8,1s; Qo 9,1-9 Si 26,1-18).

A própria criação postula a monogamia (Gn 2,18-24 Gn 1,26-31). A este ideal se refere Jesus (Mc 10,2-9 Mt 19,3-9 1Co 7,10-11 Lc 16,18) ao proibir o divórcio (Mt 5,31s; cf. Rm 7,2s; 1Co 7,10s. 1Co 7,27 1Co 7,39) e proclamar a indissolubilidade do Matrimônio, sacramento de união entre Cristo e a Igreja (Ep 5,22-23).


DÍZIMO

Era a contribuição obrigatória, entregue ao santuário para sustentar os sacerdotes e levitas (Nb 18,21-32), os pobres, os órfãos e as viúvas (cf. Dt 14,22-29 Tb 1,7s e notas). A contribuição referia-se à décima parte dos cereais, do vinho e do azeite. Os fariseus pagavam, porém, o dízimo até dos produtos mais insignificantes, como as hortaliças (Mt 23,23). Ver "Esmola".

DOMINAÇÕES

Personificação de poderes supraterrestres, relacionados com Satã, príncipe deste mundo (Rm 8,38 1Co 15,24 Ep 1,21), mas que não são os anjos maus. O cristão não deve temê-los pois são criaturas de Deus (Col 1,16), mesmo que possam hostilizá-lo (Ep 6,12), porque Cristo os subjugou (Col 2,10-15 1P 3,22). Ver "Principados", "Potestades", "Satã".


DOMINGO

3098 Ver "Sábado".


DOUTOR DA LEI

1027 Ou escriba, é o homem entendido nas coisas da Lei (Lc 5,17 Mt 23,3). Eles recebiam o título honorífico de rabi (Mt 23,7s) e ensinavam a Lei ao povo (Lc 2,46 Rm 2,20). Seu trabalho de instrução é elogiado em Si 39,1-11; mas Jesus os criticou por seu casuísmo teológico-jurídico e sua conduta hipócrita. O cristão que tem o dom de ensinar é também chamado doutor (Ac 13,1 1Co 12,28s).

DOZE

Na Bíblia, "doze"é o número sagrado da "eleição": Os doze patriarcas, pais das doze tribos (Gn 35,22-26 Gn 42,13 Gn 42,32 Gn 49,28 Ac 7,8s).

Cristo elege doze apóstolos (Mc 3,13-19 Jn 6,70); que recebem uma especial instrução e seguem o Mestre (Lc 8,1s; Lc 9,12 Lc 18,31-34 Mc 4,10-11 Mc 14,17s; Lc 9,2 Lc 9,5 Mc 6,7). Constituem o fundamento da Igreja (Ep 2,20 Ap 21,14 Ap 7,4-12 Mt 19,28 Lc 22,30). Cristo come com eles a Ceia Pascal (Jn 13,1-20 Mt 26,20-29); ora por eles ao Pai (Jn 17,17); é a eles que as mulheres anunciam o encontro do túmulo vazio (Lc 24,9-10 Lc 24,45-49 Jn 20,19-23 Mt 28,18-20). Ver "Apóstolos".


ECOLOGIA

As criaturas manifestam a sabedoria e a grandeza do Criador (Jb 28 Jb 38,2-41,25 Jb 42,5 Ps 19,2-7 Pr 8,27-31). O pecado e a violência do homem perturbam a ordem da natureza (Gn 3,17 6,17-8,14; Ex 7,8-11,10; Is 1,4-9 2R 17,7-28). As criaturas participarão da redenção escatológica (Is 11,6-9 Is 65,17 Rm 8,21s; 2Co 5,19 2P 3,3-13 Ap 21,1).

A importância da água (Gn 1,7 Gn 2,10-11 Gn 7,11 Is 24,18 Jb 38,22-28 Lv 26,4 Dt 11,14 Is 30,23s; Jr 5,24 Ps 1,3 Ps 104,3-18). Seu valor simbólico (Ez 36,24-30 Ez 47,12 Jr 31,9 Is 49,10 Is 41,17-20 Si 24,25-31); as águas que dão vida (Jn 7,37-39 Jn 4,10-14 1Co 10,4 Ap 22,1 Ap 22,17); as águas batismais (2R 5,10-14 Mt 3,11 Ac 8,36 1Co 6,11 Ep 5,26 Rm 6,3-11 Tt 3,5).

A importância das plantas (Gn 1,11s. Gn 1,29-30 Gn 2,9 Gn 3,22s; Dt 20,19s; Ps 104,13-18).

Os animais e sua relação com o homem (Gn 1,20-30 Gn 2,19s; Gn 6,19-21 Gn 9,2-5 Nb 22,22-35 1R 17,6 Jn 2,3-7 Jb 38,39-39,30 Jb 40,15-41,26; Ps 147,9 Mc 1,13 Mt 6,26 Ac 28,3-6).


ÉDEN

1096 Ver Gn 2,8.10-14 e notas. Ver "Paraíso". 2680

EDOM

1098 Ou "edomitas", nome dos descendentes de Esaú, irmão de Jacó (cf. Gn 25,25 Gn 25,30 Gn 33,1-17 Ab 9-15 e notas). Eles ocupavam a região ao sul do mar Morto, dos dois lados do vale da Arabá, até o Golfo de Ácaba.

EFÁ

1141 Medida de capacidade, equivalente a 45 litros ou três arrobas. Ver a tabela de Medidas, pesos, moedas.


ÉFESO

1142 Importante cidade do litoral oeste da Ásia Menor, desde 133 aC capital da província romana da Ásia. Com uma população de 250 mil habitantes e um estádio para 24 mil pessoas, era famosa pelo seu templo de Ártemis e pelas práticas de feitiçaria. Paulo passou por Éfeso durante a segunda viagem (Ac 18,19-21) e ali se deteve por três anos durante a terceira viagem missionária (19,1-20,1). O sucesso de sua pregação fez com que muitos queimassem seus papiros mágicos (19,18s), mas suscitou também tumultos, levando Paulo a abandonar a cidade.

EFOD

1143 Pode indicar uma estátua de um ídolo (cf. Jg 8,27 Jg 17,5 e notas) ou a parte da veste sacerdotal que continha a bolsa dos urim e tumim, usados para dar as respostas oraculares (cf. Ex 25,7 Ex 28,6 e notas).

EFRAIM

1144 Nome do segundo filho de José e Asenet (Gn 41,52), que passou também a ser o da tribo que dele descende. Junto com Manassés é destacado nas bênçãos de Jacó (Gn 49,22-26) e de Moisés (Dt 33,13-17). Por extensão, Efraim, sobretudo na linguagem poética, engloba todas as tribos do reino do Norte (Jr 7,15). No NT é também o nome de um vilarejo para onde Jesus se retirou antes de sua paixão (Jn 11,54).

ELEIÇÃO

Em virtude da aliança, Deus escolheu livremente para si a nação de Israel, como seu próprio povo (Dt 14,2). Esta eleição está relacionada com o êxodo do Egito (Am 9,7 Os 13,4 Mi 6,3-5 Ez 20,5s), mas já teve início com os patriarcas (Jr 11,5 Jr 33,26). Em virtude da eleição divina são chamados eleitos os patriarcas (Gn 12,1-7), Moisés, os levitas, o rei (2S 7,14-16) e os membros do povo de Deus em geral (Ex 19,1-9). A eleição, porém, não é mérito e sim fruto do amor imerecido de Deus (cf. Dt 7,6-8 e notas).

No NT eleitos são os que do judaísmo se converteram ao cristianismo (Rm 9,27 Rm 11,5-7), os cristãos em geral (1P 2,9), os apóstolos (Lc 6,13 Jn 6,70), especialmente Pedro (Ac 15,7) e Paulo (Ac 9,15).

ELIAS

1112 O nome significa "meu Deus é o Senhor". É o nome do profeta que defendeu intrepidamente a religião javista contra Acab e Jezabel, promotores do culto a Baal. A figura deste profeta austero causou tal impacto no meio do povo, que em torno dele surgiu um ciclo de narrativas de caráter legendário, marcadas por lances dramáticos e milagres (cf. 1R 17-19 1R 21,17-28 2R 1-2). Por causa de seu fim misterioso descrito como assunção ao céu (cf. 2R 2,1-18 e nota; Si 48,9-12), começou-se a esperar o seu retorno (cf. Ml 3,22-24 e nota), crença muito viva no tempo de Jesus. O próprio Jesus afirma que Elias de fato já veio na pessoa de João Batista (cf. Mc 9,13 e nota).


ENAQUITAS

1410 População legendária de gigantes que ocupava a região de Hebron, quando os israelitas começaram a conquista de Canaã (Nb 13,22 Dt 2,10-12 e notas).

ENCARNAÇÃO

Grande mistério (Rm 11,33 1Tm 3,16), no qual participou Deus Pai (Jn 3,16 Rm 8,3 Ga 4,4), Deus Filho (Jn 1,14 He 1,2 He 10,7-10 1Jn 4,2) e Deus Espírito Santo (Is 7,14 Mt 1,18 Lc 1,35 Rm 1,3-4 Col 2,9).

ENFERMIDADE

1522 É conseqüência do pecado (Gn 2,17 Gn 3,19 Dt 28,20-22 Si 31,22 Si 38,15 Jn 5,14); é provação de Deus (Tb 2,9-14 Tb 12,13s; Jb 5,17-19 Ps 34,20 Jn 9,3). Como proceder na enfermidade: chamar o médico e usar remédios (Si 18,20s; Si 38,9-14); rezar a Deus (2R 20,1-7 Sg 16,6-13 Si 38,13s; Ph 2,25-27); chamar o padre e receber a unção dos enfermos (Jc 5,14s); cuidar mais da vida espiritual (Ps 39,7s; Lc 10,41s; Lc 12,31 Rm 8,18 1Co 11,30 He 13,14 1P 5,7); visitar os enfermos (Gn 48,1 Jb 2,11 Si 7,34s; Mt 25,39s).

35

ESCÂNDALO

Ameaças contra o escândalo (Pr 28,10 Mt 18,6-9 Mc 9,42 Lc 17,1 1Co 8,12): exortações contra o escândalo (Mt 13,57 Mt 15,12 Lc 7,23 Jn 6,62 Jn 7,41).

Cristo é pedra de escândalo (Is 8,14 Is 28,16 Rm 9,33 Lc 2,34), sobretudo para os fariseus (Mt 15,12); para os judeus (1Co 1,23).

ESCATOLOGIA

Ver "Parusia".


ESCRAVATURA

Ver "Redenção". 2487 2978

ESCRIBA

3165 Desde o tempo de Esdras o escriba é um entendido nas coisas da Lei. Por isso é também chamado doutor da Lei ou rabi. Com o fim do profetismo, cabia sobretudo ao escriba o ensino e interpretação da Lei ao povo (cf. Si 38,24 e nota). Por isso, os escribas tornaram-se os líderes espirituais da nação. Depois de longos estudos junto de algum mestre, pelos 40 anos, a pessoa era ordenada escriba com o rito da imposição das mãos. No tempo de Jesus eram famosas as escolas de escribas dirigidas por Hillel e Chammai.

ESCRITA

2111 É conhecida desde o quarto milênio aC, tanto no Egito, como na Mesopotâmia. Entre os israelitas a arte de escrever era conhecida apenas por pessoas instruídas e de boa posição, especialmente os escribas profissionais (Is 29,11s). A escrita hebraica se desenvolveu da escrita fenícia e tem 23 consoantes. É conhecida sob duas formas: a antiga, ainda em uso entre os samaritanos, e a quadrada, que aparece nos manuscritos do I séc. dC em diante. O sistema de vogais que fixa a pronúncia das palavras só foi inventado pelos massoretas pelo séc. VI/VII dC. Os manuscritos bíblicos foram escritos sobre papiro ou pergaminho.


ESCRITURA (SAGRADA)

3961 Ver "Bíblia" 414 e "Como ler a Bíblia com proveito", na Introdução Geral desta Bíblia.

ESMOLA

O mandamento (Tb 4,7 Tb 14,11 Lc 14,12); é um ato de religião (Pr 19,17 Si 35,4 Mt 25,35 He 13,16); exemplos (1R 17,10 Tb 1,3 Jb 31,16 Ac 9,36 Ac 10,2 2Co 8,2).

ESPERANÇA

1691 No AT Deus é a essência, meta final e garantia da esperança (Ps 130,5-7) do indivíduo (71,5) e do povo em geral (Jr 14,8 Jr 17,13). Espera-se no poder do braço do Senhor (Is 51,5), do qual vem a salvação (Gn 49,18). Espera-se a vinda da glória do Senhor (Ac 1,11 1Th 4,13-5,11), a conversão de Israel e das nações, a nova aliança baseada no perdão dos pecados (Si 2,11 Mt 18,11 He 2,17 He 4,16 2P 3,9).

Apesar de sua história cheia de contradições e infidelidades, Israel conservou a esperança na graça divina (Os 12,7 Jr 29,11 Jr 31,17 Is 40,31). Foram os profetas que ergueram a bandeira da esperança nos momentos críticos da história, apontando a renovação dos tempos messiânicos (Os 2 Is 40-66 Ez 36-37).

No NT a salvação prometida torna-se de certo modo já presente pela fé: a justificação, a filiação divina, o dom do Espírito e o novo Israel, composto de judeus e pagãos convertidos a Cristo. Por isso muda também o conteúdo e a motivação da esperança. A esperança do cristão é uma "viva esperança" (1P 1,3), que liberta do temor da morte (Ep 2,12 1Th 4,13), pois ela está unida ao amor (1Co 13,13) e à fé em Cristo. O cristão espera a salvação (1Th 5,8), a justiça (Ga 5,5), a ressurreição (1Co 15), a vida eterna (Tt 1,2 Tt 3,7), a visão de Deus e sua glória (Rm 5,2). Sua esperança é alegre e corajosa (Rm 12,12 1Th 5,8), pois está firmemente ancorada em Cristo (He 6,18s). Ver "Parusia"e Introdução Geral .


ESPIRITISMO

2226 Constata-se na Bíblia a prática da evocação dos mortos (1S 28,3-20 2R 21,6 2R 23,24 Is 8,19 Is 29,4), mas é severamente proibida (Lv 19,31 Lv 20,27 Dt 18,10-12 1Ch 10,13 Is 8,19 Is 44,25).

Outras práticas mágicas (Ex 7,11s; 2R 17,17 2R 21,6 2Ch 33,6 Ps 58,5s; Ac 8,9 Ac 19,18-20 2Th 2,9 Ap 13,13s; Ap 16,14).

Adivinhação (Gn 41,8 Lv 19,26 Lv 19,31 1S 28,7 Si 12,13 Si 34,5 Is 47,13s; Jr 8,17 Ez 21,26 Os 4,12 Ac 16,16).

Castigo severo previsto (Ex 22,17 Lv 20,6 Dt 4,19 Dt 13,1-5 Dt 17,3 Si 34,1-7 Is 44,25 Is 47,9 Jr 23,16 Jr 23,30-32 Jr 28,15-17 Jr 29,8 Mt 12,27 Ac 13,8-11 Ac 16,16-18 Jl 5,19s; Ap 21,8).

Não existe reencarnação (Qo 9,10 Si 14,12-19 Mt 13,30 Mt 25 Lc 16,9 Lc 16,19-32 Rm 2,5-8 2Co 5,6-10 Jl 6,6s; He 9,27). Ver Lv 19,31 1Ch 10,13 e notas; ver "Necromancia".


ESPÍRITO (SANTO)

1601 Em hebraico e grego "espírito"significa ar em movimento, hálito ou vento. Por isso também é sinal ou princípio de vida (Gn 6,17 Gn 7,15 Ez 37,10-14), a força vital (Jr 10,14), a sede dos sentimentos, pensamentos e decisões da vontade (Ex 35,21 Is 19,3 Jr 51,11 Ez 11,19). Deus é que dá o espírito e age no homem pelo seu espírito (Gn 6,3 Ez 2,2 e nota).

O Espírito falou pelos profetas (Ez 2,2 Ez 3,12-14 Ez 8,3 Ez 11,1) e suscitou "testemunhas" (Ac 1,8 Ac 1,22 Ac 2,32 Ac 3,15 Ac 10,39-41).

No NT fala-se em bons e maus espíritos (He 1,14 Ap 4,5 Mc 1,13 Mc 1,23 Mc 1,26 Ac 5,16).

O Espírito é também Deus verdadeiro, uma pessoa distinta do Pai e do Filho (Mt 28,19 Mc 13,11 Ac 5,3s; Ac 20,28 Ac 28,25s; 1Co 3,16s; Jn 14,16). Procede do Pai e do Filho (Mt 10,20 Jn 14,26 Jn 15,26 Jn 16,13-15 Ga 4,6 Tt 3,5s); foi prometido e enviado (Lc 24,49 Jn 7,39 Jn 14,16s; Jn 15,26 Ac 1,5 Ac 4,31); foi comunicado pelos apóstolos (Ac 8,14-17 Ac 10,44-47 Ac 11,15-17 Ac 19,2-6 1Th 1,4s); foi dado a cada cristão e é o princípio da vida espiritual e garantia da ressurreição (Rm 8,2 Rm 8,11 Lc 12,11s; Jn 14,26 Jn 16,12s; Ac 4,31s; Tt 3,5); concede dons e provoca frutos (Is 11,2s; Za 12,10 Jl 5,22s; 1Co 12,4-14,40 Ep 1,13s; 2Tm 1,7).

O Espírito é o Paráclito, isto é, "advogado"dos cristãos no tribunal do mundo (Jn 14,15-17 Jn 14,25-26 Jn 15,26-27 Jn 16,7-14 Mc 13,11). Ver "Paráclito".


ESPOSO

546 O amor de Deus por Israel é comparado ao do noivo por sua noiva, ou do esposo pela esposa (Os 2,16 Jr 2,2 Jr 2,30-37 Jr 3,1-13 Ez 16,8). Deus tem "ciúmes" por causa de Israel infiel; por isso castiga-o, mas também lhe promete um coração novo (Jr 30,17 Jr 31,2-4 Jr 31,21-22 Ez 16,53-63) e novas bodas após o castigo do exílio (Os 2,16-25 Os 3,1-5 Lm 1,1-21 Is 49,14-21 Is 50,1-2 Is 51,17s; Is 54,1-10 Ct 1,1s).

João Batista chama Jesus de noivo (Jn 3,29 Ep 5,22s), sendo ele o amigo do noivo.

Em Cristo, Deus realiza as bodas definitivas com a Igreja, que é a noiva (2Co 11,2) ou esposa de Cristo (Ap 21,9). Por isso, o Reino é uma festa de casamento (Mt 22,1-14 Mt 25,1-13 Lc 14,16-24 Jn 2,1-11 Jn 3,25-30 Mt 9,14-15 Ep 5,25s; Ga 4,21-23 2Co 11,1-3).

Os esponsórios de Deus em Cristo são o fundamento da moral conjugal cristã (Mt 19,1-9 Ep 5,22-23 1Co 6,15-20 1Co 11,3-16 1P 3,1-7 Col 3,18-19). Ver "Matrimônio".

38

ESSÊNIOS

Associação religiosa judaica da Palestina, de caráter monacal e tendência ascética. Sua origem provém, provavelmente, dos assideus (cf. 1M 2,42 e nota). Não são mencionados na Bíblia. Com a descoberta dos escritos do mar Morto (1947) e das ruínas de Qumrân, ficaram melhor conhecidos os costumes e a doutrina dos essênios e seu possível relacionamento com os fariseus e o NT.

Características do grupo: Os candidatos passavam por um período de um ano de "postulantado"e dois anos de "noviciado"; o candidato era aprovado como membro após um juramento e recebia uma doutrina secreta. Praticavam a pobreza, o celibato e a obediência a um superior. Faziam abluções rituais e orações matinais. Veneravam Moisés e os anjos. Observavam o sábado, mas estavam separados do culto do templo. Segundo alguns, João Batista teria sido membro da seita dos essênios (Lc 1,60 Lc 3,1-21).

ESTACAS SAGRADAS

Ver "Postes Sagrados".


ESTADO

2525 O poder vem de Deus (Pr 8,15s; Pr 11,14 Si 10,1 Si 10,4 Si 17,17 Da 2,21 Mt 22,21 Jn 19,11 Rm 13,1s). Os funcionários públicos são responsáveis diante de Deus (2Ch 19,6 Qo 5,7 Sg 6,2-9 Ep 6,9 He 13,17 Ap 19,16). Devem ser escolhidos entre os mais dignos (Ex 18,21-23 Dt 1,12-17 Ps 101,6 Pr 14,35): devem ser justiceiros e benignos (Dt 25,1-3 Pr 17,15 Pr 20,28 Pr 29,12 Sg 1,1 Sg 12,17-19 Jr 22,2-5 Jr 22,13-19 Lc 3,14 Jn 7,24); devem edificar pelo bom exemplo (Dt 17,15-20 1R 2,1-4 1R 6,11-13 Qo 10,16s).

Os súditos devem honrar as autoridades como representantes de Deus (Ex 22,27 1S 24,7 Jn 19,11 Ac 23,4s; Rm 13,7 1Tm 2,1-3); devem obedecê-las (Rm 13,1-7 Tt 3,1 He 13,17 1P 2,13-15); devem pagar impostos (Mt 22,15-21 Rm 13,7).

Mas antes de tudo se deve obedecer a Deus (Tb 1,15-20 1M 2,19-22 2MC 7,1s. 2M 7,30 Ac 4,18s; Ac 5,29 Ac 5,40-42). Ver "Autoridade".


ESTELA (PILAR SAGRADO)

2765 Ou coluna sagrada, de origem cananéia, era uma pedra colocada de pé por chefes em recordação de façanhas. Embora de origem profana, podia ser colocada em santuários e acabava assumindo a finalidade religiosa (cf. Gn 28,18 e nota) de localizar a presença divina. Mais tarde, para combater os costumes pagãos, o seu uso foi condenado (Ex 23,24 Lv 26,1 Dt 7,5 Dt 16,22 cf. 2Ch 14,2 e nota).

EUCARISTIA

538 "Fração do pão" rito tipicamente cristão (Ac 2,42 Ac 2,46 Mt 26,26 1Co 10,16 1Co 11,24). Celebra-se no domingo, dia da Ressurreição (Ac 20,7 Ac 20,11). Nela o Ressuscitado está presente (Lc 24,30-35).

É o "pão da vida", refeição pascal (Jn 6,4) e messiânica. É o novo maná, dado pelo novo Moisés (Ps 78,24 Ps 105,40 Sg 16,20 Is 55,1-3 Pr 9,5 Si 24,20 Jn 6,1-15 Jn 6,22-59 Mt 14,19-21 Mt 15,32-39).

761 É o banquete nupcial e escatológico (Mt 22,2-14 Mt 25,1-13 Lc 14,12-24 Jn 2,1-12 Ap 14,1-3 Ap 3,20-21). É o sacramento de Unidade (1Co 10,16-17 1Co 11,17-34 Jn 17,1s; Ac 2,42-46 Lc 24,30-35), prometido e instituído por Cristo (Jn 6 Mt 26,26-28 Mc 14,22-24 Lc 22,19-20 1Co 11,23-25).


EUNUCO

1156 Ver as notas em Sg 3,14 Is 56,1-8 e Ac 8,26s.

EVANGELHO

1440 É a "Boa-Nova" anunciando a chegada do Reino de Deus em Cristo (Lc 4,43-44 Mc 1,1 Ac 13,32-33 Is 40,9-11 Is 61,1-2 Lc 4,16-22 Mt 11,2-6). Esta feliz boa-nova é anunciada aos pobres (Lc 6,20-23 Lc 2,10 Mt 5,3-12). É o anúncio da salvação (Ac 13,26 Rm 1,16-17 Rm 10,14-17 Ep 1,13); é a pregação do mistério que se realiza em Cristo e na Igreja, incluindo judeus e pagãos (Col 1,26-29 Col 4,2-4 Ep 3,1-7 Rm 1,1-6). Ver a Introdução aos Evangelhos Sinóticos.

40

EXÍLIO

Ver "Deportação".


ÊXODO

Ver "Moisés", "Páscoa", "Peregrinação", "Libertação". Ver também a Introdução ao livro do Êxodo e as notas em Ex 15,17 e Ex 19,1-24,11).

EXPIAÇÃO

304 No início, a expiação é compreendida materialisticamente como uma reparação exterior por uma falta legal (Lv 14,11-20 Lv 14,53-54 Lv 23,26-32 Dt 13,7-11 Dt 17,2-7 Dt 19,15-21 Nb 35,32-34 2S 12,13-15).

A expiação visa restabelecer a comunhão entre Deus e o homem, rompida por sua rebeldia. Em textos mais antigos, com a expiação procura-se acalmar a ira divina, punindo o pecador ou praticando um ato cultual (cf. 1S 26,19 2S 21,1-14 e notas). Há também ritos expiatórios para apagar o pecado, representado como mancha, pelo sangue de uma vítima (Lv 16,14-16). Deus é quem institui a expiação e a efetua(Lv 17,11), quando lhe são oferecidos os sacrifícios pelo pecado e pela culpa.

Deus, intransigente no início, deixa-se dobrar pela sua misericórdia (Jr 7,16 Jr 11,13-20 Gn 19,2-22 Jb 42,8-10 Am 7,3-10); e concede o perdão dos pecados (Os 14,3-5 Jr 3,21-22).

No NT, o povo que pecou muito tem necessidade dum "justo" que se imole por ele e o reconduza a Deus (Is 41,1-9 Is 49,1-6 Is 50,4-9 Is 52,13-53,12; Mt 12,15-21 Ph 2,8-11 Jn 12,31-34 Jn 11,47-54 1P 2,21-25).

S. Paulo apresenta a obra salvífica de Cristo pela cruz como uma reconciliação entre Deus e os homens (Rm 5,9-11 2Co 5,18-20 Col 1,20 Ep 2,13-16).

O sacrifício de Cristo, de valor infinito, reparou para sempre todos os pecados (He 7,26-28 He 10,4-14 He 9,25-26 Ap 12,9-12 Rm 5,18-19). A Igreja, isto é, os cristãos associam-se à expiação de Cristo (Ph 3,10 Rm 8,17 1P 4,13). Ver "Dia da Expiação".


EXTERMÍNIO

631 Veja "Anátema".

FACE

1275 Muitas vezes o termo designa o próprio Deus, enquanto se volta ou se relaciona com o homem. "Contemplar a face" é ser admitido à presença de Deus; "ver a face de Deus"é algo perigoso para o homem (Ex 33,20-23). O homem pede que Deus não lhe esconda a sua face (Ps 27,8s), mas lhe mostre uma face compassiva (Nb 6,25).

FAMÍLIA

1623 Ver "Esposo" 546 .


FARAÓ

2747 Título bíblico dos reis egípcios. Veja os nomes de alguns faraós na Tabela Cronológica da História Bíblica .

FARISEUS

2750 Partido religioso judaico, cujos membros se dedicavam ao estudo e observância da Lei mosaica e suas tradições, especialmente o sábado, a pureza ritual e os dízimos. Os precursores dos fariseus são os assideus do tempo dos Macabeus (cf. 1M 2,42 e nota). Sob João Hircano I começaram a fazer oposição à sua política filo-helenística e por ter usurpado o sumo sacerdócio.

Os fariseus, embora defensores da teocracia, politicamente eram moderados frente ao domínio romano, se comparados à ferrenha oposição dos zelotes e ao apoio dado pelos saduceus. Comparados a estes últimos, os fariseus eram progressistas quanto às crenças religiosas: criam na existência dos anjos, na ressurreição e na imortalidade (Mt 22,23-33 Ac 23,6-10). Entre o povo gozavam de grande prestígio e liderança. Jesus condenava não a doutrina (Mt 23,3) mas a hipocrisia e soberba dos fariseus (Mt 23,13-36) que os levava a desprezar a massa "ignorante" (Lc 18,9-14). Ver "Essênios".


1201 No AT a fé é raramente mencionada (cf. Ha 2,4 e nota). Mas crer é a atitude característica do homem perante Deus. Ela implica numa adesão da inteligência em reconhecer a Deus em todas as suas manifestações de amor e suas exigências para com o seu povo. A atitude de Abraão é o modelo da verdadeira fé que salva (Ga 3,6): ele jogou a sua vida, confiando na Palavra de Deus (Gn 12,1-2 Gn 13,14-18 Ez 33,23-24 Si 44,19-21 Jn 8,56 Rm 4,1s; He 11,8-12).

O Êxodo é o tempo da prova na fé (Ex 4,1-9 Ex 33,1-6 Dt 1,45-46 Dt 4,1-8 Dt 6,20-25 Dt 10,12-22).

A fé inclui a esperança de um mundo melhor (Is 40,1-41,20 Is 43,1-21 Is 49,22-23).

No NT acreditar é prestar fé à Palavra de Deus em Cristo (Ac 24,14 Lc 24,25-27); é obedecer a Deus (He 11,1s; Rm 1,5 Rm 10,16s; Rm 15,18 Rm 16,19 Rm 16,26 2Co 5,5s); é confiar nele (Mc 11,22-24 Ac 3,16 1Co 13,2); é converter-se, aceitando o Evangelho (1Th 1,8-9 Rm 10,17 2Co 5,18s; Ac 3,12-16).

Jesus exige fé em sua pessoa (Jn 6,29-40). O coração da fé é a obra salvífica de Cristo, sobretudo a sua morte e ressurreição (1Co 15,1-20 Rm 4,24 Rm 10,9).

Paulo coloca a fé em Cristo como indispensável para a salvação (Rm 1,16). Mas quando opõe fé a obras, fala das obras da Lei mosaica e não dos frutos da fé cristã (Rm 4,13-25 Jl 3,1s; Ep 2,8-10 Mt 7,16-27 Jn 15,1-3 Jn 15,6-8 Jc 2,16-26).

Alguns textos de primitivas profissões de fé: Lc 24,34 1Co 15,3-5 1Th 4,4 2Co 5,15 Rm 4,25 Rm 6,4 Rm 6,9 Ph 2,6-11.

A Igreja é a depositária da fé: Mt 16,16-19 Mt 18,17s; Mt 28,20 Mc 16,15 Lc 22,31s; Jn 21,15-17 Ac 1,24s; Ac 15,7s; Ac 20,28 1Co 1,10 1Tm 6,20s; 2Tm 4,2-5 Tt 3,10s; 2Jn 1,10.


FÉLIX

2132 Procurador romano da Judéia, de 52 a 60 dC; foi o segundo marido de Drusila, esposa do rei Agripa II (Ac 23,26).

FENÍCIA

Região que abrange o monte Líbano e a zona litorânea desde o monte Carmelo. Seus habitantes dedicavam-se ao comércio e à navegação, fundando colônias em Chipre, Rodes, Sardenha, Sicília, França Meridional e norte da África. No tempo de Cristo a região pertencia à província romana da Síria. No AT é conhecida como Tiro e Sidônia; pertencia à Terra Prometida mas jamais foi anexada (Jos 13,4-6). Jesus visitou a região (Mt 15,21) e Paulo a atravessou (Ac 15,3).

FESTA

1256 Israel conhece várias festas religiosas:

Festa da Lua Nova, que marcava o início do mês (
1S 20,5-26 Ez 46,1-7 Nb 28,11-14 Ne 10,33-34 Ga 4,10 Col 2,16-20).

O dia festivo semanal era o Sábado (Ex 16,4-36 Ex 20,8-11 Is 56,1-6 Is 58,13-14).

A Festa dos Tabernáculos era celebrada em ação de graças pela colheita das azeitonas e das uvas (Jg 9,27 Jg 21,19-24). Era chamada também "festa da Colheita"ou "Festa" (Ex 23,16 Ex 34,22 Ne 8,14 Jn 7,11 cf. Lv 23,33-44 e nota; Dt 16,13-16 Lv 23,34-44); atinge em Cristo o seu significado pleno (Jn 7,37-39 1Co 10,4).

A Festa das Semanas era celebrada após a colheita do trigo. É chamada "das semanas"porque se fazia sete semanas após a festa dos Ázimos (Nb 28,26). É conhecida também sob o nome de "festa da Colheita" (Ex 23,16) ou "festa das Primícias"da colheita do trigo (34,22). Mais tarde recebeu o nome de Pentecostes (Tb 2,1 2M 12,31s; Ac 2,1), porque se celebrava cinqüenta dias depois da oferta do primeiro feixe de espigas de cevada (Lv 23,9-14 Dt 26,1-11). Sendo de origem agrária, Pentecostes é uma festa alegre. Nela o israelita agradecia a Deus pela colheita do trigo, oferecendo-lhe as primícias (primeiros frutos) do que foi semeado nos campos (Ex 23,16 Ex 34,22). Na época pós-exílica começou a ser celebrada nesta festa a promulgação da Lei de Moisés (Lv 23,15-21 e nota). Na festa de Pentecostes, após a morte de Jesus, a comunidade cristã, reunida no Cenáculo, recebeu o dom do Espírito Santo (Ac 2,14). Ver "Páscoa", "Sábado", "Ázimos".


FESTO

1277 Foi procurador romano da Judéia depois de Félix (Ac 24,27) e morreu em 62 aC.

FILACTÉRIOS

3001 Dt 6,4-9 e nota.

FILHO DO HOMEM

722 A expressão bíblica significa muitas vezes simplesmente "homem", "criatura pequena, frágil" (Ps 8,5 Ps 51,12 Jb 25,6). O profeta Ezequiel é chamado pelo Senhor de "filho do homem", para acentuar a distância entre Deus e o homem (cf. Ez 2,1 e nota). Em Daniel a expressão indica os israelitas (cf. Da 7,13 e nota), "os santos do Altíssimo" (Da 7,18s). Para afastar as falsas esperanças de um messianismo político, Jesus aplicou esta expressão a si mesmo. Deste modo sublinhava ao mesmo tempo sua fragilidade humana, enquanto Servo Sofredor (Mc 8,31 Mc 10,45 Is 53,10) e sua grandeza sobrenatural e gloriosa (Mc 8,38 Mc 12,36 Mc 14,62). Após a ressurreição 14 a expressão "filho do Homem"foi entendida em sentido messiânico (Ac 7,56 Ap 1,13).


FILHOS

São a honra dos pais (Pr 17,6 Ps 128,3): devem ser educados (Pr 22,15 Si 22,3 cf. Mt 11,16-19 Ep 4,14 Ga 4,1s); devem honrar os pais (Ex 20,12 Ex 21,17 Dt 27,16 Si 3,3 7,27s); devem obedecer-lhes (Dt 21,18-21 Pr 1,8s; Si 3,7s; Lc 2,51 Ep 6,1-3 Col 3,20); aceitar a correção (Pr 12,1 Pr 13,1 Si 3,16 20,5s; Lm 3,27 He 12,9); mostrar gratidão (Tb 4,4 Tb 9,4 Pr 10,1 Pr 23,22 Si 3,11s). Ver "Adoção".

FILIPE

2753 Há vários personagens bíblicos com este nome:

1. Filipe, rei da Macedônia, pai de Alexandre Magno (
1M 1,1 1M 6,2);
2. Filipe III da Macedônia (1M 8,5), derrotado pelos romanos em 197 aC;
3. Filipe, amigo de Antíoco Epífanes (1M 6,14-63 2M 9,29 2M 13,23);
4. Filipe, filho de Herodes o Grande e Cleópatra, tetrarca da Ituréia e Traconites (Lc 3,1), do ano 2 a 34 dC; ao morrer, sua tetrarquia passou ao controle da província romana da Síria;
5. Filipe, filho de Herodes com Mariamne II. Era casado com Herodíades, que o abandonou para viver com Herodes Antipas (Mt 14,3);
6. Filipe, um dos apóstolos, natural de Betsaida (Jn 1,43-46). É mencionado na multiplicação dos pães (Jn 6,5-7), como intermediário entre Jesus e alguns pagãos (Jn 12,21s) e num diálogo com Jesus (Jn 14,8-10);
7. Filipe, um dos sete diáconos (Ac 6,5s), pregador do evangelho (Ac 8,5-13 Ac 8,26-40), visitado por Paulo antes de ser preso em Jerusalém (Ac 21,9).


FILISTEUS

2758 Povo não-semita (cf. 1S 17,26 e nota), proveniente de Cáftor, ou Creta (Dt 2,23 Am 9,7). Invadiram a costa marítima de Canaã no séc. XII aC, pelo que depois esta região foi denominada Palestina. Oprimiram Israel na época dos juízes (Jg 14-16) e de Saul. Mas Davi os subjugou (2S 5,17-25). Com a divisão do reino (931 aC) tornaram-se praticamente independentes e no tempo dos Macabeus desapareceram como povo.


Dicionário Bíblico 29