Dicionário Bíblico 3077

JUSTIÇA (JUSTO)

3077 A justiça no AT não é apenas distributiva, que consiste em "dar a cada um o seu" (cf. Ex 23,6-8 Dt 25,15) ou cumprir os deveres cívicos, mas inclui também a perfeição moral religiosa. Ser justo é não cometer maldade (Ps 15,2), agir de acordo com a vontade de Deus (Gn 6,9 Ez 14,20 Ez 18,5), respeitar o direito dos fracos e dos pobres (Is 28,6 Am 1,3-2,8 Am 5,7). Praticar a justiça é amar ao próximo (Mt 25,37 Mt 25,46 1Jn 3,10). Sem a prática da justiça o culto perde seu significado (Ps 50 Is 1,10-20 Si 34-35). Só conhece a Deus quem pratica a justiça (Jr 22,16).

Deus é justo enquanto age de acordo com a sua própria natureza. Ele pune os inimigos do povo eleito (Dt 33,21) e os pecadores de Israel (Am 5,20 Is 5,16), mas também é fiel às suas promessas de salvação (Rm 1,17), tornando o homem agradável a Deus pela graça (3,5.20-30).

No NT são chamados "justos" os que no AT esperavam o Reino, observando a Lei (Mt 1,19 Mt 21,32 Mc 6,20 Lc 23,50 Ac 10,22 Ac 10,35). A justiça cristã é ainda conformidade com a Lei (Ep 6,1 Rm 2,12-14 Rm 2,25s; Mt 5,20-6,1 Mt 23,4-7 Ph 4,8 1Th 2,10). Devido ao pecado, a Lei torna-se insuficiente para conseguir a justiça (Rm 3,20s; Rm 7,7-13 Ga 3,15-22).

Cristo é o único modelo desta justiça (He 1,8 1Jn 3,7 1P 2,21): realizando-a com a sua morte e ressurreição (1P 3,18-22 Ac 3,15 Rm 5,18 1Co 1,30 2Co 5,21).

A justiça cristã torna-se assim um dom de Deus através de Cristo (Rm 3,21-31 Rm 5,1-10 Ph 3,9), é um estado novo e permanente (Ep 4,20-24 Ep 2,15), é uma participação na filiação divina (1Jn 2,29 1Jn 3,7-10 Rm 8,28-30). O Espírito Santo substitui a Lei como princípio interior de retidão: é a Lei da liberdade (Rm 8,2-11 Jc 1,25 Jc 2,12). E um estado de santidade (Rm 6,19 1Co 1,30 Rm 1,17 Ph 3,9s). Esta justiça tem como fruto as "obras da luz" (Ep 5,9-11 Ep 6,14-18 Ph 1,9-11 2Tm 2,22).


JUSTIFICACÃO

1985 Justificar é declarar alguém inocente (Dt 25,1 Is 5,23). O plano de Deus é justificar a muitos homens por meio do sofrimento de seu Servo (Is 53,11). Jesus veio para justificar os pecadores (Mt 9,13). A justificação se obtém não pelas boas obras mas pela fé em Jesus Cristo (Rm 3,21-4,25 Ga 2,15s; Ep 2,1-12). É um dom gratuito de Deus em Cristo (Rm 3,23-25 Rm 4,5-8 Rm 5,9-11 Rm 5,18-21 Tt 3,7). É efeito da obediência, da morte e ressurreição de Cristo (Rm 5,19 Rm 3,24s; Ga 2,21). Supõe um ato de fé (Rm 3,26-30 Rm 5,1 Rm 10,6 Ga 2,16-21 Ga 3,6-12) e recebe-se no batismo (Tt 3,5-7 Rm 6,1-14 Ep 4,22-24). Justificado, o homem recebe o perdão dos pecados e participa da vida divina pela graça.



LEI DE MOISÉS

525 Ou Lei de Deus (Jos 24,26), é o conjunto das leis e prescrições religiosas e civis colecionadas nos cinco livros de Moisés ( Pentateuco), atribuídos a Moisés. Estes livros, que constituíam a parte básica da leitura e instrução nas sinagogas, contêm, além de coleções (Ex 25-31 Ex 36-40 Lv 1-16 Lv 23-27 Nb 1-10 Nb 17-19), alguns códigos mais amplos: Código da Aliança (Ex 20,23-23,19), a Lei de Santidade (Lv 17-22) e o Código Deuteronômico (Dt 12-26).

Além destas leis escritas, os fariseus observavam a tradição oral, a Mixná, também atribuída a Moisés.

Posição de Jesus perante a Lei de Moisé s: Jesus não veio para abolir a Lei de Moisés mas cumpri-la no seu essencial (Mt 5,17). Observa a Lei (Jn 2,13 Jn 5,1 Jn 7,10 Mt 26,17-19 Lc 22,7-15). Jesus, porém, além de criticar o abandono da Lei de Moisés por parte dos fariseus em favor de suas tradições (Mt 15,2-9), contesta a própria Lei (Mt 12,1-8 Mt 12,9 Mt 12,14 Lc 13,1-17 Jn 5,9-12 Mc 1,41 Mc 7,14-23 Lc 7,14 Mt 5,21-48). A atuação de Cristo frente à Lei é um esforço por tirar as conseqüências da sua redução ao amor de Deus e do próximo (Mt 7,12 Mt 22,34-40 Mc 12,28-34 Lc 10,25-29).

Posição de Paulo perante a Lei: A polêmica que aparece em At 7,1-53; 10,1-11,18 atinge o seu ponto culminante com o apóstolo dos pagãos (Ga 1,16 Ac 15,1-33): somos justificados não pelas obras da Lei mas pela fé em Cristo (Rm 3,20-28 Ga 2,16-21 Ga 3,11). A Lei não justificou nem a judeus nem a gentios (Rm 2,12-24). A Lei era transitória (Rm 5,20 Rm 7,1-6 Ga 2,19 Ga 3,13).

A Lei de Cristo (1Co 9,21 Ga 6,2) é a "plenitude"da Lei mosaica (Rm 13,8-10). É a pessoa de Cristo (Ep 4,20). É a lei do Espírito (Rm 8,2). É a lei da liberdade (Ga 5,1 Ga 5,13), a lei da fé (Rm 3,27). É o mandamento novo (Jn 13,34 Jn 15,12 1Jn 3,23).

Além da Lei de Moisés e da Lei de Cristo existe a Lei natural (Ac 14,16 Rm 1,19s; Rm 2,14s).


LEITE E MEL

2347 São produtos naturais da terra de Canaã, obtidos sem muito trabalho. Por isso a Terra Prometida é descrita, em oposição ao deserto, como "terra onde corre leite e mel" (Ex 3,8 Nb 13,27 Dt 6,3). Leite e mel simbolizam as bênçãos divinas da Terra Prometida. A abundância de leite é sinal de prosperidade e riqueza e imagem da felicidade dos tempos messiânicos (Jl 4,18 Is 55,1 Is 60,16).

LEPRA

1510 Duvida-se que esta palavra nas traduções bíblicas indique a mesma doença que nós hoje conhecemos por lepra ou "mal de Hansen". De fato, "lepra"nas versões da Bíblia traduz o termo hebraico sara'at, que inclui qualquer doença de pele e mesmo manchas em paredes ou roupas (cf. Lv 13-14 e notas).

Não se justifica, pois, pela Bíblia o ostracismo social em que nossa sociedade coloca os "leprosos" (hansenianos). O motivo pelo qual na Bíblia se isola o "leproso"não é o medo de um contágio por algum bacilo, mas o da impureza ritual ( puro-impuro). Cristo curou o leproso tocando-o com a mão (Mc 1,40-45), sem temor algum de contágio ou impureza, mostrando assim que a impureza que contamina é aquela que vem do coração (Mc 7,15-23).

A lepra (hanseníase ou hansenose) que nós hoje conhecemos é uma enfermidade crônica, moderadamente contagiosa, com alterações principalmente na pele e nos nervos periféricos. Primeiros sinais: manchas mais claras na pele que se caracterizam pela "dormência" (insensibilidade à dor, ao frio e ao calor); aos poucos as inflamações nos nervos periféricos vão produzindo deformidades nas extremidades (mãos e pés). Hoje a ciência descobriu vários remédios que curam ou interrompem o processo da doença, sobretudo se a assistência médica for logo procurada. Feito o tratamento adequado a pessoa pode voltar ao seu trabalho e ao convívio familiar, sem perigo nenhum de contágio.

É, pois, um preconceito desumano, destruidor da fraternidade e nada cristão negar emprego ou vaga na escola a um hanseniano, ou, pior ainda, rejeitá-lo do convívio familiar.


LEVIRATO

O termo vem do latim levir, "cunhado". Normalmente o casamento entre cunhados era proibido (Lv 18,16 Lv 20,21). Mas a lei do levirato obriga o cunhado a casar-se com a cunhada, quando esta ficou viúva sem ter tido um filho homem (cf. Dt 25,5s e nota). O primeiro filho desta união era considerado filho e herdeiro do falecido. A finalidade principal de tal matrimônio era conservar o nome do falecido e a propriedade dentro do clã (cf. Gn 38 Rt 4,3-5 Mt 22,24 e notas).


LEVITA

2114 Na tradição israelita é um membro da tribo de Levi, o terceiro filho de Jacó e Lia (Gn 29,34 Gn 35,22-26). Mas originariamente "levita"era alguém que exercia funções sacerdotais. Com o tempo, todos os que exerciam funções sacerdotais foram identificados com a tribo de Levi. Mais tarde, quando o sacerdócio de Jerusalém passou a ser considerado o único legítimo, os sacerdotes que exerciam as funções fora de Jerusalém foram degradados à função de auxiliares do culto (1Ch 23,4-6). Ver as notas em Nb 3,11-13 Nb 8,10-12 Nb 18,20-25.

LIBAÇÃO

2627 Rito complementar de um sacrifício, que consistia em derramar azeite, água e vinho em torno do altar (Gn 35,14 2S 23,16 Dt 32,38). Paulo usa o termo em sentido figurado (Ph 2,17 2Tm 4,6).


LÍBANO

2437 Cadeia montanhosa ao norte da Palestina. O nome vem de laban, que significa "ser branco", e alude aos picos cobertos de neve (Jr 18,14).

LIBERDADE

4056 Cristo nos libertou da Lei mosaica (Rm 6,17-23 Rm 7,1-6 Ga 4,4-31 Lc 4,18s). Consiste na libertação do pecado (Jn 8,31-36 Rm 6,22 Ga 5,1 Ga 5,13 Jc 1,25 Jc 2,12 1P 2,15s). Vem pela fé em Cristo (Rm 6,17-23 Ga 4,21-30). Onde age o Espírito aí há liberdade (Rm 8,2 2Co 3,17); a liberdade tem limites (Ga 5,13-26).

LIBERTAÇÃO

2879 Ação pela qual uma pessoa ou um povo são tirados da escravidão, tornando-se livres. No AT o povo de Deus passou por duas experiências históricas de libertação: da escravidão do Egito (cf. Ex 3,12 Ex 19,1-24,11) e do cativeiro da Babilônia. No NT a libertação não é uma experiência político-temporal, mas sobretudo espiritual. Só Cristo pode libertar a pessoa humana (Jn 8,32-36 Rm 6,18-22) da Lei, do pecado e da morte (Rm 7,3-6 Rm 8,2), para colocá-la a seu serviço e ao de seus irmãos (1Co 7,21s; 1Co 9,19).


LÍNGUA

3569 É necessário dominá-la (Pr 25,28 Qo 5,2 Mt 12,36 Ep 4,29 Ep 5,3s; Col 4,6 Jc 1,19 Jc 1,26 Jc 3,2-12). As más línguas (Ps 52,4 Ps 57,5 Ps 140,4 Pr 18,8 Si 9,18 Si 28,17-23).

3647 Falar em línguas é um carisma. É a oração de louvor, dirigida a Deus em estado de exaltação mística. Por ser incompreensível, necessita de um intérprete para ser entendida pela assembléia (1Co 12,10-30 1Co 13,1 1Co 13,8 1Co 14). É um dom prometido aos discípulos de Cristo (Mc 16,17), mas inferior à profecia. O fenômeno se realizou no dia de Pentecostes (Ac 2,3s. Ac 2,11 Ac 2,15).


LUA NOVA (NEOMÊNIA)

305
No calendário lunar a lua nova marca o início do mês; era considerada um dia santo. Nesse dia não se trabalhava (Am 8,5), promoviam-se banquetes familiares de caráter religioso (1S 20,5-26), ofereciam-se sacrifícios (Nb 28,11-15 Is 1,12s; Os 2,13), consultava-se a Deus (2R 4,23) e o luto e o jejum eram interrompidos (Jdt 8,5s).


LUGARES ALTOS

3590 Ou "santuários das alturas" (em hebraico bamot ) designa santuários cananeus em geral construídos numa colina, ou topo de um monte (Nb 33,52). Os israelitas praticavam o culto em tais santuários antes da construção do templo (1R 3,2). Mais tarde, sobretudo com a centralização do culto promovida pelo rei Josias (2R 22-23), foi proibida a freqüência aos lugares altos (Dt 12,2-14), que foram destruídos e profanados (2R 23,5 2R 23,19. Ver "Festa".

LUZ

4061 Deus criou a luz natural, o dia, o sol, a lua e as estrelas (Gn 1,3 Gn 1,5 Gn 1,16-18). Em sentido simbólico, a luz identifica-se com a vida (Jb 3,20 Jb 38,15) e a proteção divina (Jb 29,3 Ps 27,1). A luz é o lugar da felicidade, da vida; as trevas, o lugar da infelicidade e da morte (Jb 30,26 Is 8,21-9,2) A luz simboliza a glória divina (Ex 13,21 Ba 5,9), inacessível ao homem (1Tm 6,16). A luz é símbolo de Cristo (Jn 8,12). Diante de Cristo que é luz é preciso optar (Rm 13,12-14 Jn 3,17-21). Os homens são filhos da luz e filhos das trevas, cegos e videntes (1Jn 1,5-7 1Jn 2,9s; Ep 5,7-18 Jn 12,36).

Os cristãos são chamados "filhos da luz"por terem recebido a graça e a luz da verdade, que devem difundir pelo bom exemplo (Mt 5,14 Ep 5,8). A conversão é iluminação (Is 2,5 Ac 26,17s; 2Co 6,14-16 Mt 5,13-16).




MACEDÔNIA

2222 Região na costa setentrional do mar Egeu, habitada pelos macedônios, que corresponde à metade da atual Grécia e Albânia. É a terra de Alexandre Magno (1M 1,1). Mais tarde, como província romana, foi visitada por Paulo, na segunda e terceira viagens missionárias (Ac 16,9-12 Ac 18,5 Ac 20,1-3).

MADIANITAS

2340 Coligação de tribos árabes (Gn 25,2) cujas pastagens estavam ao leste do Golfo de Ácaba. Às vezes penetravam até a planície de Jezrael (Jg 6-7) ou se empregavam como guias de caravanas (Gn 37,28 Gn 37,36). Moisés casou-se com a filha de um sacerdote madianita (cf. Ex 2,15-21 e nota) e instituiu juízes a conselho do sogro (Ex 18,13-27). Mas houve também choques armados com os madianitas, pouco antes de Israel entrar em Canaã (Nb 25,6-18 Nb 31,1-12).

MÃE

1624 Ver "Mulher".

MAGOG

Filho de Jafé (Gn 10,2), antepassado dos povos do Norte que viviam junto ao mar Negro. Nos textos apocalípticos simboliza os inimigos de Israel (Ez 38,2 Ez 39,6 Ap 20,7-9).


MAGOS

Originariamente eram uma tribo meda, que desempenhava funções sacerdotais na religião persa. Como tais sacerdotes se dedicavam à astronomia, astrologia e forças ocultas, mago passou a ser sinônimo de feiticeiro (Ac 8,9-11 Ac 13,6-8). Os sábios do Oriente que vieram adorar o menino Jesus são chamados "magos" (Mt 2,1-12).

MAL

1163 Problema do mal: Solução anterior à religião hebraica: dualismo, princípio do bem e princípio do mal (Ps 103,5-9 Jb 26,12 Ap 20,1-13). Certos textos atribuem a Deus o mal (1S 16,14-23 Am 3,6).

Outra solução vê a causa do mal no pecado pessoal (Gn 3,16-19 1R 8,33-46 Jr 4,1-22 Jb 4,6-5,7 Qo 8,10-14). Esta solução é insuficiente pois muitos justos, sem pecado, sofrem (Ez 18,2-28 Jn 9,1-3).

Solução-compensação: os que sofrem nesta vida serão felizes na outra (2M 7,9-36 Sg 3,1-9 Lc 16,19-26 Lc 6,19-26 1Co 15,1-34).

Outra solução faz do sofrimento um castigo educativo (Os 2,4-19 Jr 31,18-20 Dt 4,25-32).

Ainda uma outra solução complementar das anteriores: o sofrimento expiação (Dt 8,2-6 Pr 3,11s; Jb 5,17-19 Jb 33,19-28 2Co 5,1-5 2Co 5,18-21 Ga 3,10-13 He 2,9-18 He 12,5-12 Rm 3,25s).

Cristo aceita livremente fazer-se instrumento de salvação dos seus irmãos pelo sofrimento (Mt 20,17-28 1P 2,21-25 Ep 5,1-9 Rm 8,18-21 2Co 5,1-5). Desde então o sofrimento de cada homem participa no de Cristo (2Co 6,1-10 Col 1,24).


MALDIÇÃO

903 Ver "Imprecação".

MANÁ

2248 Nome de alimento miraculoso que sustentou a caminhada de Israel pelo deserto. Sobre a origem e natureza do "maná" veja as notas em Ex 16,15 e Nb 11,7-9. O maná tornou-se símbolo da providência divina, do alimento dos tempos messiânicos e da Eucaristia (Jn 6,31 1Co 10,1-22 He 9,4 Ap 2,17).

MANUSCRITO

Como a imprensa é uma invenção moderna (1450), os livros antigos eram escritos à mão, donde "manuscritos". Escrevia-se em tiras de couro ( pergaminho) ou papiro produzido no Egito, que eram enroladas, formando um rolo, ou dobradas para formar um códice.


MÃO (DE DEUS)

1484 Simboliza o poder soberano e terrível de Deus (Dt 3,24 Jb 19,21 1P 5,6), que intervém neste mundo (Ps 31,6-16) e domina a história dos homens (Ex 13,3 Ex 13,14 1S 5,9 Ac 4,28-30). O Pai entregou todo o poder nas mãos de Jesus (Jn 3,35 Jn 13,3).

MARIA

2260 Conhecem-se várias Marias na Bíblia:

1. Maria Madalena, curada por Jesus, que assistiu sua morte e sepultura e o viu ressuscitado (
Lc 8,2 Lc 24,10 Jn 20,1 Jn 20,11 Jn 20,16).
2. Maria, mãe de Tiago Menor e José (Mc 15,47 Mt 27,56 Mt 27,61 Lc 24,10).
3. Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro (Lc 10,39 Lc 10,42 Jn 1,11-12,3).
4. Maria, mãe de Marcos (Ac 12,12).
5. Maria, uma cristã de Roma (Rm 16,6).
6. Maria, ou Míriam, irmã de Moisés (Nb 26,59).
7. Maria, mãe de Jesus (Mt 1-2 Lc 1-2).


MARIA (MÃE DE JESUS)

2259 É a cheia de graça (Lc 1,28): Indica a beleza e a fidelidade da esposa (Si 26,13-15).

Maria, Filha de Sião : Os profetas convidaram a Filha de Sião a "alegrar-se"pela presença do Messias (So 3,14-18 Za 2,14 Is 12,6). Lucas (Lc 1,28-38) saúda a Virgem com um grito de alegria. Em Ac 1,12-14, onde se narra o nascimento da "Nova Sião" (a Igreja), Maria encontra-se presente.

Maria,a bendita entre as mulheres (Jg 5,24 Jdt 13,17s; Lc 1,42). A aliança de Deus com Abraão é fonte de bênçãos (Gn 12,2s; Gn 13,16 Gn 15,5 Gn 17,2-6 Gn 22,17). Deus abençoará o fruto das entranhas daqueles que lhe são fiéis (Dt 7,12s; Lc 1,42).

Maria, Arca da Aliança : A expressão "o Senhor está contigo" (Lc 1,28) é uma fórmula da Aliança. Deus está com Maria como esteve com Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, etc. (Gn 26,3 Gn 26,24 Gn 31,3 Ex 3,12 2S 7,9 Jr 1,6-8 Dt 20,1-4 Is 7,14 Is 41,8-14 Is 43,1-5).

Maria, mãe do Messias, Servo Sofredor (Gn 3,15-17 Is 7,14 Mi 5,1-15 Mt 1,23 Jn 19,25-27 Ap 12).

Cântico da Serva do Senhor: No Magnificat distinguem-se três coisas: o cântico de vitória e de louvor (Lc 1,47-49); o cântico dos pobres de Javé (Lc 1,50-53); o cântico da Aliança com Abraã (Lc 1,54s; Gn 15,5s; He 11,8-19).


MAR MORTO

939 Mar interno da Palestina, onde desemboca o rio Jordão. Suas águas contêm 25% de sais minerais, não permitindo a existência de nenhuma forma de vida. Tem cerca de 80 km de comprimento por 15 de largura e está a 394 m abaixo do nível do mar. Na parte sul do mar Morto estavam, provavelmente, localizadas as cidades de Sodoma e Gomorra. A noroeste do mar Morto, no deserto de Judá, foram descobertos antigos manuscritos da Bíblia, relacionados com as ruínas do mosteiro de Qumrân.

MAR VERMELHO

2975 Tradução grega da expressão hebraica "mar dos Juncos" (yam suf). Foi identificado, no passado, com o Golfo de Suez ou o Golfo de Ácaba (Nb 14,25 Nb 21,4 Dt 1,40), que teria sido atravessado pelos israelitas a pé enxuto, depois de saírem do Egito. Hoje se admite que o "mar dos Juncos"tenha sido uma pequena enseada do mar Mediterrâneo (mar Sirbônico), ou a zona pantanosa do norte do Delta do Nilo (cf. Ex 10,19 Ex 14,21-31 e notas).

MATEUS

2265 Um dos doze apóstolos, identificado com Levi, filho de Alfeu, cobrador de impostos (Mt 9,9 Mc 2,14). É considerado como o autor do Primeiro Evangelho. Ver a Introdução ao Evangelho de Mateus.


MATRIMÔNIO

1620 Tem dupla finalidade: a ajuda mútua (Gn 2,18-24 Tb 8,5-8 Si 40,23 1Co 7,1-9) e a procriação (Gn 1,28 Gn 9,1 Tb 8,9 Mt 22,24-28). A Lei permitia o divórcio (cf. Dt 24,1-4 e nota) e a poligamia (cf. Gn 4,19 e nota); mas Jesus condena ambas as práticas (Mt 5,32 Mt 19,9 Mc 10,2-10 Lc 16,18 Rm 7,2s; 1Co 7,10s. 1Co 7,39) e exalta o valor do celibato por causa do Reino dos Céus (Mt 19,12 Lc 18,29).

2225 Aliança entre Deus e Israel é comparada com a relação existente entre os esposos (Os 1-2 Is 54,5-7 Jr 2,2 Ez 16,6-14 Ps 45 Ct 1,8). Deus é o esposo fiel e ciumento (Jr 31,3s; Ct 8,6 Is 62,3-5).

2256 Jesus se apresenta como o esposo da nova aliança (Lc 5,33-39 Jn 3,28-30 Mt 22,1-14 Mt 25,1-13 Ap 19,7s; Ap 21,1s).

Nesta linha, Paulo vê na união matrimonial um sacramento (sinal) da relação entre Cristo e a Igreja (Ep 5,23-33).


MEDIADOR

2269 É o intermediário entre duas partes que procuram entrar em acordo. As religiões sentem necessidade de mediadores entre Deus e os homens. Moisés (Nb 14,13-20), os anjos, os reis, os profetas e sacerdotes exercem esta função no judaísmo. As mediações do AT são insuficientes (2Co 3,6-9 Rm 7,7-13 Ga 3,10s; He 10,1-11) para colocar o homem em comunhão com Deus. Jesus é o único verdadeiro mediador (1Tm 2,5 He 8,6 He 9,14s), solidário com os homens (He 5,7-9), pelo qual temos acesso ao Pai (He 9,11-25 He 12,24).

MELQUISEDEC

2284 Rei e sacerdote que ofereceu pão e vinho após a vitória de Abraão sobre os seqüestradores de Ló (cf. Gn 14,18-20 e nota). É considerado uma figura de Cristo (He 5,6 He 5,10 He 7,1-18), eterno sacerdote.

MEMORIAL

2999 É a parte dos sacrifícios de cereais que, com ou sem incenso, é queimada pelo sacerdote no altar, em combinação com a oferta de comestíveis (cf. Lv 2,2 e nota), sendo o restante reservado à manutenção dos sacerdotes. É, pois, a parte do sacrifício que pertence exclusivamente a Deus: a oferta faz Deus lembrar-se do homem, ou leva o homem a lembrar-se de Deus, a quem pertencem todos os sacrifícios.


MENTIRA

É proibida (Ex 23,7 Pr 12,22 Mt 5,37 Mt 12,35-37 Jn 8,44 Ep 4,25 Col 3,9); é perniciosa (Pr 19,9 Pr 19,22 Si 20,24-26 Ap 22,15); veracidade (Za 8,16 Jn 1,47 Rm 9,1 1Co 13,6 Ga 1,20).

MERECIMENTO

Nosso (Si 16,14 Jr 25,14 Ac 3,12 1Co 3,3); de Cristo (Jn 1,17 Jn 3,16s; Jn 15,5 Jn 15,8 Rm 3,23s; Rm 5,8-10 Rm 5,20 Rm 6,23 Ep 1,2 Ph 2,8 Col 1,14).

MESSIAS

695 É "o ungido", o rei elevado à sua dignidade por uma unção com óleo (1S 10,1 1S 16,13 2S 2,4 1R 1,39). O termo é também aplicado a Ciro, rei dos persas (Is 45,1). Pela unção a pessoa passa a gozar de uma relação especial com Deus e participa de sua autoridade (cf. 1S 24,7 2S 1,14). O Sumo Sacerdote também era ungido para exercer sua função (Lv 4,3-16 Lv 6,15). O termo "ungido"passou a designar o futuro rei (Da 9,25s), descendente de Davi, esperado pelos judeus (Mc 10,47s). Em grego, Cristo corresponde ao hebraico "Messias" (Jn 1,41 Jn 4,25), tornando-se um título de Jesus (Rm 1,1).


MIDRAXE

Exposição e ilustração da Sagrada Escritura, em uso no judaísmo, que visa aplicar o texto para o momento presente, exortando a bem viver (cf. Ez Ez 16 Is 60-62 Ps 78).

MILAGRE

2360 Os judeus tinham um conceito de milagre bastante diferente do nosso. Todas as manifestações de Deus, na natureza e na história, eram para eles maravilhosas (Ps 138,14 Jb 5,9). Atribuem a Deus todos os acontecimentos, como a derrota dum inimigo, um vento impetuoso, um rumor de passos (1S 14,22s. 1S 14,45; Gn 24,12-21 Ex 14,21-23 2S 5,24). A história do povo eleito, no seu conjunto, é um milagre (Ex 7,10-13 Ne 9,20s; 1R 18,18-40 Is 7,10-14).

Também os magos faziam milagres (Ex 7,10-23 Ex 8,1-15 Ex 9,8-26 Nb 22-24). No entanto, os milagres só são sinais de Deus se houver fé (Ex 7,3-9 Dt 4,34 Dt 6,22).

A essência do milagre na Bíblia está em ser ele um sinal do poder e da misericórdia de Deus (cf. Dt 13,2-6 e nota). O que importa é esta função de sinal e não o fato de estar acima das assim chamadas "leis da natureza". Aliás, o israelita não distinguia entre causalidade natural e ação direta de Deus (Ps 19,1-7 Ps 104 Ps 135,6s; Jb 38). Por isso não distinguia entre sinais "naturais"e "sobrenaturais". Também os milagres de Jesus são vistos como sinais da bondade divina, que provocam experiências de salvação (Mt 12,38s; Mc 8,11s) e levam a crer na doutrina e na pessoa de Jesus (Jn 2,11 Jn 2,18 Jn 2,23). Os milagres são sinais do Reino de Deus que vence a Satã (Mt 12,28 Ac 2,22 Ac 10,38).


MILAGRES DE JESUS

2369 8. Cego: Mc 8,22.
9. Cego Bartimeu: Mc 10,46 Mc 10,52 Lc 18,35.
10. Cego de nascença: Jn 9.
11. Criado do oficial romano: Mt 8,13 Lc 7,1s.
12. Curas em massa: Mt 4,23 Mc 1,34 Lc 8,2.
13. Figueira amaldiçoada: Mt 21,19 Mc 11,13.
14. Filho do oficial romano: Jn 4,46.
15. Hidrópico: Lc 14,2.
16. Jesus aparece no lago de Tiberíades: Jn 21,1.
17. Jesus caminha sobre as águas: Mt 14,25.
18. Jesus envia o Espírito Santo: Ac 2,1s.
19. Jesus passa incólume pelos inimigos: Lc 4,29s.
20. Jesus passa por portas trancadas: Jn 20,19.
21. Leprosos (dez): Lc 17,12.
22. Mão seca: Mt 12,10.
23. Mulher encurvada: Lc 13,11.
24. Mulher que sofria de hemorragia: Mt 9,20 Mc 5,25 Lc 8,43.
25. Multiplicação dos pães, primeira: Mt 14,19 Mc 6,43 Lc 9,12 Jn 6,10; segunda: Mt 15,32 Mc 8,5.
26. Orelha de Malco: Lc 22,50.
27. Paralítico: Mt 9,2 Mc 2,3 Lc 3,18.
28. Pesca milagrosa: Lc 5,5-10.
29. Possessa, filha da mulher cananéia: Mt 15,22 Mc 7,24.
30. Possessa, Maria Madalena: Mc 16,9 Lc 8,2.
31. Possesso: Mc 1,23 Lc 4,31s.
32. Possesso cego e mudo: Mt 12,22.
33. Possesso, menino: Mt 17,14 Mc 9,16s; Lc 9,38.
34. Possesso mudo: Mt 9,32 Lc 11,14.
35. Possessos de Gérasa: Mt 8,28 Lc 8,30.
36. Ressurreição: Mt 28,2 Mc 16,1 Lc 24,1 Jn 20,1.
37. Ressuscita a filha de Jairo: Mt 9,25 Mc 5,41 Lc 8,54.
38. Ressuscita Lázaro: Jn 11,1s.
39. Ressuscita o jovem de Naim: Lc 7,11.
40. Sogra de S. Pedro: Mt 8,15 Mc 1,31 Lc 4,38.
41. Surdo-mudo: Mc 7,32.
42. Tempestade no lago: Mt 8,24 Mc 4,37 Lc 8,22.
43. Transfiguração: Mt 17,2 Mc 9,1s; Lc 9,28.
44. Trevas na morte de Jesus: Mt 27,45 Mc 15,33 Lc 23,44.
45. Vinho feito de água em Caná: Jn 2,1-11.


MINISTÉRIOS

Ver "Carisma", "Bispo", "Sacerdote", "Diácono". 753

MISERICÓRDIA

2297 O termo hebraico "hesed " (misericórdia) designa todos os laços que ligam os membros de uma comunidade: favor, benevolência, afeto, bondade (Gn 20,13 Gn 47,29 1S 20,8-15 Ps 36,6-11).

No começo da aliança fala-se exclusivamente da misericórdia de Deus, no sentido de amor gratuito (Dt 7,7-13 Dt 9,4-6 Ez 16,3-14 2S 7,12-15 Is 54,10 Da 9,4).

Misericórdia de Deus é amor aos mais pobres, entre os quais sobressaem os pecadores (Is 14,1s; Is 49,13-15 Lc 10,29-37 Jn 10,1-21 Ex 34,6s; Is 27,11 Is 30,18 Lc 7,36-50 Lc 15,1-32).

Esta graça e misericórdia de Deus corporizam-se em Cristo (2Co 5,18-21 2Co 8,9 Ga 2,21 He 2,5-13 Ep 2,4-7 Col 2,13s; Tt 2,11 Tt 3,4).

A misericórdia do homem, como resposta à misericórdia de Deus, é mais importante que os atos de culto (Os 6,6 Mt 5,7 Mt 9,10-13 Mt 12,1-7 Mt 23,23 Lc 10,29-37 Lc 6,36-38 Lc 13,6-9 Lc 15,1-32).


MISSA

Ver "Eucaristia".

MISSÃO

684 Deus enviou seu Filho a este mundo para salvá-lo e lhe dar a vida (Jn 10,36 Jn 16,27s; Jn 6,38 Lc 4,18 Lc 19,10). O Pai e o Filho enviam o Espírito Santo (Jn 14,16 Ac 2,1-11). Jesus enviou os apóstolos pelo mundo para continuarem a sua missão (Mc 3,13 Mc 16,15s; Mt 10,1-42 Mt 28,18s; Jn 20,21).

MISTÉRIO

2486 No mundo grego "mistério"eram cerimônias religiosas secretas, nas quais tomavam parte apenas pessoas iniciadas. "Mistério"tem o sentido geral de "coisa oculta, obscura, secreta". No NT o termo é usado não tanto no sentido de algo incompreensível à razão, mas como revelação: "Mistério"são as ações de Deus para estabelecer o seu reino (Mt 13,35 Ap 10,7), por meio de Jesus Cristo e da Igreja (Ep 1,9s; Ep 3,1-9 Col 4,3); é a sabedoria divina revelada em Cristo (1Co 2,7s; Col 1,25-27 1Tm 3,16), especialmente o plano de Deus, inacessível ao homem mas revelado por Jesus Cristo, de salvar todos os homens (Rm 16,25s).


MOAB

2392 Um dos filhos de Ló. A origem dos moabitas, descendentes de Moab, é descrita de modo vergonhoso (cf. Gn 19,30-38 e nota), por causa de sua constante rivalidade com os israelitas (Nb 22,1-4 Is 15 Jr 48 Ez 25,8-11). Ver "Amon".

MOCIDADE

3964 Idade das paixões (Ps 25,7 Qo 11,9s; Jr 31,19 2Tm 2,22 Tt 2,6); temor de Deus (Ps 119,9 Qo 12,1 Si 51,13-15 1P 5,5); disciplina necessária (1S 2,26 Pr 1,8s; Pr 4,1 Si 6,18-20 Si 25,3 Lc 2,46 1P 5,5).

MOEDA

3531 Inicialmente as transações comerciais se faziam pelos sistemas de permuta de mercadorias. Depois as mercadorias passaram a ser avaliadas por unidades de peso de metal precioso (ouro ou prata). O costume de cunhar moedas, enquanto dinheiro garantido pelas autoridades quanto ao peso e pureza do metal, foi introduzido no séc. VI aC pelos persas. No tempo de Cristo circulavam na Palestina moedas romanas, gregas e locais, cunhadas em ouro, prata e bronze. Sobre o tipo e valor das moedas, veja a tabela específica.


MOISÉS

O nome é de origem egípcia (cf. Ex 2,10 e nota). Casado com uma madianita (Ex 2,11-22) ou etíope (Nb 12,1), Moisés é apresentado na tradição bíblica como um homem de origem israelita. É o libertador dos israelitas da opressão egípcia, promulgou as leis de Deus e conduziu o povo a Canaã, mas morreu sem ali entrar. A ele se atribui a "Lei de Moisés", um cântico (Dt 32,1-43), uma bênção (Dt 33,1-29) e um salmo (Ps 90).

Para o judaísmo Moisés é o personagem mais importante da história da salvação, uma figura do Messias (Dt 18,15-18). No NT é visto como mensageiro de Deus e mediador da Lei, que recebeu no Sinai; é a testemunha e o modelo de fé (Ac 7,17-44 He 11,23-29). Mas Jesus lhe é superior como chefe, redentor, legislador e profeta (Mt 17,3 Jn 1,45 Ac 7,35 Hb 3,2s). Ver "Lei de Moisés".

MOLOC

3941 Divindade cananéia a que se ofereciam sacrifícios humanos (Lv 20,5 2R 16,3 2R 23,10).

MONTANHA

2424 Em oposição ao Egito e à Babilônia, a Palestina é uma região de montanhas; por isso a expressão "subir do Egito" ou "subir a Jerusalém". Montanhas caracterizam a região da Judéia, Samaria e Galiléia em oposição à planície costeira do Mediterrâneo.

A montanha é considerada habitação da divindade. Por isso os santuários se localizavam muitas vezes no topo dos montes ( lugares altos).

Foi nos montes Sinai (
Dt 33,2) e Tabor (Mt 17,1-8) que Deus se revelou. A colina de Sião, sobre a qual estão Jerusalém e o templo, é a montanha "onde o Senhor habitará para sempre" (Ps 68,17) e implantará seu reino escatológico (Is 2,2-5).


MORTE

2403 É o destino universal do homem (Jos 23,14 1R 2,2 Qo 12,7). A Escritura não reflete sobre a morte como processo fisiológico. Mesmo quando diz "exalou o espírito"ou "Deus retira o hálito de vida"não se refere à alma em sentido atual, mas à aparência externa da cessação de respiração (Jb 34,14 Qo 12,7 Mt 27,50 Lc 23,46 Jn 19,30).

A morte repentina e prematura é considerada efeito da ira de Deus (Jb 15,32 Ps 55,24 Nb 27,3), especialmente a morte dos pecadores (Ps 34,23 Pr 11,7 Si 41,1 Lc 16,22).

Deus é o Senhor da vida e da morte (1S 2,6 Jb 14,5). Esta aparece como hostil a Deus, pertencendo ao império de Satã (1Co 15,26 Ap 6,8 Ap 20,12s; He 2,14).

A morte é vista como conseqüência do pecado (Gn 2,17 Gn 3,19 Sg 2,23s; Si 25,24 Rm 5,12 1Co 15,21s).

O Xeol é o reino da morte, considerado como uma gruta subterrânea debaixo das águas do abismo (Gn 37,35 1R 2,6 Pr 9,18 Jb 10,21s).

No AT é difícil encontrar a idéia de uma vida para além da morte. Contudo, alguns textos mais tardios falam duma futura ressurreição (Da 12,2 2M 7,9 2M 7,11 2M 7,14 2M 7,23) e de uma vida junto de Deus (Sg 5,15s; Sg 6,18s).

No NT Cristo aniquilou a morte com a sua própria morte (Rm 5,6-8 2Co 5,14s; Ga 3,13 Col 1,18). Descendo ao Xeol (1P 3,19 1P 4,6), recebeu as chaves do reino da morte (Ap 1,18), o último inimigo a ser vencido (1Co 15,25s; Ap 20,14).

O cristão, batizado em Cristo, deve morrer diariamente (Rm 6,11s; Rm 8,10 2Co 4,7-12 2Co 6,9).


MULHER

3870 A condição social da mulher no AT é bastante má (Lv 27,3s; Gn 16,1-14 Gn 30,1-4 Gn 24,16-30 Nb 27,1-10 Dt 22,23-29).

A literatura sapiencial reconhece-lhe, contudo, alguns valores (2S 11,1-5 Ez 24,15-18 Si 36,23-27 Pr 5,15-18 Pr 12,4 Pr 31,10-31).

Certas atitudes de Cristo manifestam a vontade de libertar a mulher da sua condição (Lc 8,1-3 Lc 10,38-42 Jn 12,1-8). Assim, as mulheres vão tomando importância no NT (1Co 7,3-5 1Co 11,11s; Jn 20,1-7 Rm 16,1s. Rm 16,6 Rm 16,12 Ac 5,14 Ac 16,13-15 Ph 4,2s).

O Evangelho de Lc preocupa-se por dar relevo às mulheres na vida de Cristo (Lc 7,36-50 Lc 8,1-3 Lc 10,38-42 Lc 18,1-6).

Proclama-se a igualdade radical entre homem e mulher (Ga 3,28 Gn 1,27), contudo, mesmo no NT, em alguns aspectos, a mulher é vista à luz da sociologia judaica (1Co 11,2-12 1Co 14,34s; 1Tm 2,11s).


MUNDO

A palavra tem várias significações:

O universo, ou cosmo (Ps 24,1). A idéia que os escritores bíblicos tinham do mundo era a dos homens de seu tempo. Concebiam-no como uma casa com três divisões: uma gruta o Xeol ; um rés-do-chão -a terra firme, morada do homem, colocada sobre o grande abismo (1S 2,8 1Ch 16,30 Ps 24,2 Jb 38,4), apoiada em quatro colunas (1S 2,8 Is 24,18 Is 40,21 Jr 31,37 Mi 6,2 Ps 18,16 Jb 9,6), e coberta pela abóbada do firmamento (Gn 1,14-18) no qual Deus dependurou as estrelas (Gn 1,16 Jos 10,12s; Si 46,4) e sobre o qual havia um mar de águas doces (Gn 7,11 Gn 8,2 Is 24,18 Ml 3,10); um primeiro andar -o céu, a morada de Deus.

4022 O judaísmo distingue o mundo presente, sujeito à corrupção, ao pecado (Is 13,11-13 Jn 14,27 1Co 1,20s), e o mundo vindouro que corresponde ao reino de Deus (Jn 13,1 Jn 16,28 1Co 6,2).

3914 Mundo é também tudo que se opõe a Deus e a Cristo (Jn 1,10 Ep 2,2). Deus, porém, ama o mundo e enviou seu Filho para salvar a todos que nele crerem (Jn 3,16).


NABATEUS

Grupo de tribos do deserto, apegadas à vida nômade, talvez descendentes dos recabitas (Jr 35,1-11). Após a destruição de Jerusalém viviam espalhados na região de Petra, ao sul do mar Morto. Mantinham caravanas de comércio entre a Arábia, a Mesopotâmia e o Mediterrâneo. São mencionados várias vezes nos livros dos Macabeus. Quando S. Paulo fugiu de Damasco, Aretas, um rei nabateu, controlava a cidade (2Co 11,32).

NAÇÕES

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Dicionário Bíblico 3077