Diretório 2013 5


1.2. Dimensão cristológica


Identidade específica

6 A dimensão cristológica, como a trinitária, deriva diretamente do sacramento que configura ontologicamente a Cristo Sacerdote, Mestre, Santificador e Pastor do seu Povo[23]. Os presbíteros, além disso, participam do único sacerdócio de Cristo como colaboradores dos Bispos: esta determinação é propriamente sacramental e, por isso, não pode ser entendida numa perspectiva meramente “organizativa”.

Aos fiéis que, permanecendo enxertados no sacerdócio comum ou batismal, são constituídos no sacerdócio ministerial, é dada uma participação indelével no mesmo e único sacerdócio de Cristo na dimensão pública da mediação e da autoridade, em relação à santificação, ao ensino e à condução de todo o Povo de Deus. Assim, se, por um lado, o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico estão necessariamente ordenados um ao outro, dado que um e outro, cada um a seu modo, participam do único sacerdócio de Cristo, por outro lado, eles diferem entre si essencialmente, e não apenas em grau[24].

Neste sentido, a identidade do sacerdote é nova em relação à de todos os cristãos que, mediante o Batismo, já participam no único sacerdócio de Cristo e são chamados a dar testemunho d’Ele em toda a terra[25]. A especificidade do sacerdócio ministerial, entretanto, se define não a partir de uma suposta “superioridade” relativamente ao sacerdócio comum, e sim pelo serviço que é chamado a prestar em favor de todos os fiéis, para que estes possam aderir à mediação e ao poder de Cristo, que se tornam visíveis pelo exercício do sacerdócio ministerial.

Nesta sua peculiar identidade cristológica, o sacerdote deve ter consciência de que a sua vida é um mistério inserido totalmente no mistério de Cristo e da Igreja dum modo novo e específico, e que isto o empenha totalmente no ministério pastoral e dá sentido à sua vida[26]. Esta consciência da sua identidade é de especial importância no contexto cultural secularizado, em que «o sacerdote parece “alheio” ao sentimento coral, precisamente pelos aspectos mais fundamentais do seu ministério, como aqueles de ser homem do sagrado, subtraído ao mundo para interceder a favor do mundo, constituído em tal missão por Deus e não pelos homens (cf. Hb
He 5,1)»[27].

[23]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 18-31; Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 2; C.I.C., can. CIC 1008.
[24]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 10; Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 2.
[25]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II., Decr. Apostolicam actuositatem: AAS 58 (1966), AA 3; João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de dezembro de 1988), CL 14: AAS 81 (1989), 409-413.
[26]    Cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 13-14; Audiência geral (31 de março de 1993): l.c., 784-797.
[27]    Bento XVI, Discurso aos participantes do Congresso Teológico promovido pela Congregação para o Clero (12 de março de 2010).


7 Tal consciência – fundada sobre o ligame ontológico com Cristo – se afasta de concepções “funcionalistas”, que pretenderam ver o sacerdote apenas como agente social ou dispensador de ritos sagrados, «correndo o risco de atraiçoar o próprio Sacerdócio de Cristo»[28] e reduzindo a vida do sacerdote a um mero cumprimento do dever. Todos os homens têm um natural anseio religioso, que lhes distingue dos outros seres vivos e que lhes faz procurar a Deus. Por isso, aquilo que as pessoas buscam no sacerdote é o homem de Deus, junto do qual possam descobrir a Sua Palavra, a Sua Misericórdia e o Pão do céu, «que dá vida ao mundo» (Jn 6,33): «Deus é a única riqueza que, de modo definitivo, os homens desejam encontrar num sacerdote»[29].

Sendo cônscio da sua identidade, o sacerdote, diante da exploração, da miséria ou da opressão, da mentalidade secularizada ou relativista, que põe em dúvida as verdades fundamentais da nossa fé, ou de tantas outras situações da cultura pós-moderna, encontrará ocasião para exercitar o seu ministério específico de pastor, chamado a anunciar ao mundo o Evangelho. O presbítero é «escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus» (He 5,1). Diante das almas, ele anuncia o mistério de Cristo, a cuja luz apenas pode ser compreendido plenamente o mistério do homem[30].

[28]    Ibid.
[29]    Bento XVI, Discurso aos participantes da plenária da Congregação para o Clero (16 de março de 2009): l.c., 393.
[30]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, GS 22: AAS 58 (1966), 1042.


Consagração e missão

8 Cristo associa os Apóstolos à sua própria missão. «Como o Pai me enviou, assim eu vos envio a vós» (Jn 20,21). Na própria sagrada Ordenação está ontologicamente presente a dimensão missionária. O sacerdote é escolhido, consagrado e enviado para atualizar eficazmente esta missão eterna de Cristo[31], de quem se torna autêntico representante e mensageiro. Não se trata de uma simples função de representação extrínseca, mas constitui um verdadeiro instrumento de transmissão da graça da Redenção: «Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza, e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou» (Lc 10,16).

Pode-se, portanto, dizer que a configuração a Cristo, mediante a consagração sacramental, define o sacerdote no seio do Povo de Deus, fazendo-o participar a seu modo no poder santificador, de magistério e pastoral do próprio Jesus Cristo, Cabeça e Pastor da Igreja[32]. O sacerdote, tornando-se mais parecido com Cristo, torna-se – graças a Ele, não a si mesmo – colaborador da salvação dos irmãos: não é mais ele que vive e existe, mas Cristo nele (cf. Gl Ga 2,20).

Agindo in persona Christi Capitis, o sacerdote torna-se o ministro das ações salvíficas essenciais, transmite as verdades necessárias à salvação e apascenta o Povo de Deus, conduzindo-o rumo à santidade[33].

Mas a conformação do sacerdote a Cristo não passa somente pela atividade evangelizadora, sacramental e pastoral. Verifica-se também na oblação de si mesmo e na expiação, ou seja, aceitando com amor os sofrimentos e os sacrifícios próprios do ministério sacerdotal[34]. O Apóstolo são Paulo expressou esta dimensão qualificante do ministério com a célebre expressão: «Me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja» (Col 1,24).

[31]    Cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Declaração Dominus Iesus sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja (6 de agosto de 2000), 13-15: AAS 92 (2000), 754-756.
[32]    Cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 18.
[33]    Cf. ibid., PDV 15.
[34]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 12.


1.3. Dimensão pneumatológica


Caráter sacramental

9 Na ordenação presbiteral, o sacerdote recebeu o selo do Espírito Santo, que fez dele um homem assinalado com o caráter sacramental a fim de ser, para sempre, ministro de Cristo e da Igreja. Seguro da promessa de que o Consolador permanecerá com ele para sempre (cf. Jn 14,16-17), o sacerdote sabe que nunca perderá a presença e o poder eficaz do Espírito Santo, para poder exercer o seu ministério e viver a caridade pastoral – fonte, critério e medida do amor e do serviço – como dom total de si para a salvação dos seus irmãos. Esta caridade determina no presbítero o seu próprio modo de pensar, de agir e de comportar-se com os outros.



Comunhão pessoal com o Espírito Santo

10 É ainda o Espírito Santo que, na Ordenação, confere ao sacerdote a missão profética de anunciar e explicar, com autoridade, a Palavra de Deus. Inserido na comunhão da Igreja com toda a ordem sacerdotal, o presbítero será guiado pelo Espírito de Verdade, que o Pai enviou por meio de Cristo, e que lhe ensina todas as coisas, recordando tudo o que Jesus disse aos Apóstolos. Portanto, o presbítero, com a ajuda do Espírito Santo e o estudo da Palavra de Deus nas Escrituras, à luz da Tradição e do Magistério[35], descobre a riqueza da Palavra que deve anunciar à comunidade eclesial que lhe foi confiada.

[35]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Dei Verbum: AAS 58 (1966),
DV 10; Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 4.


Invocação do Espírito

11 O sacerdote é ungido pelo Espírito Santo. Isto comporta não apenas o dom do sinal indelével conferido pela unção, mas também a necessidade de invocar constantemente o Paráclito – dom do Cristo ressuscitado – sem o qual o ministério do presbítero seria estéril. O sacerdote pede diariamente a luz do Espírito Santo para imitar a Cristo.

Mediante o caráter sacramental e identificando a sua intenção com a da Igreja, o sacerdote está sempre em comunhão com o Espírito Santo na celebração da liturgia, sobretudo na Eucaristia e nos outros sacramentos. É o próprio Cristo que age em favor da Igreja, por meio do Espírito Santo invocado na Sua potência eficaz pelo sacerdote, celebrante in persona Christi[36].

Portanto, a celebração sacramental recebe a sua eficácia da palavra de Cristo, que a instituiu, e da potência do Espírito, que a Igreja frequentemente invoca mediante a epiclese.

Isto é particularmente evidente na Oração eucarística, na qual o sacerdote, invocando a potência do Espírito Santo sobre o pão e sobre o vinho, pronuncia as palavras de Jesus para que aconteça a transubstanciação do pão no corpo “dado” e do vinho no sangue “derramado” de Cristo, e se torne sacramentalmente presente o seu único sacrifício redentor[37].

[36]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbyterorum Ordinis,
PO 5; Catecismo da Igreja Católica, CEC 1120.
[37]    Cf. Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum caritatis (22 de fevereiro de 2007), 13; 48.


Força para guiar a comunidade

12 É, enfim, na comunhão do Espírito Santo que o sacerdote encontra a força para guiar a comunidade que lhe foi confiada e para mantê-la na unidade querida pelo Senhor[38]. A oração do sacerdote no Espírito Santo pode ser modelada pela oração sacerdotal de Jesus Cristo (cf. Jn 17). Ele deve rezar, portanto, pela unidade dos fiéis, para que sejam uma coisa só, a fim de que o mundo creia que o Pai enviou o Filho para a salvação de todos.

[38]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 6.


1.4. Dimensão eclesiológica


“Na” e “diante da” Igreja

13 Cristo, origem permanente e sempre nova da salvação, é o mistério fontal de que deriva o mistério da Igreja, seu Corpo e sua Esposa, chamada pelo seu Esposo a ser instrumento de redenção. Por meio da missão confiada aos Apóstolos e aos seus Sucessores, Cristo continua a dar a vida à sua Igreja. É nessa que o ministério dos presbíteros encontra o seu locus natural e cumpre a sua missão.

Por meio do mistério de Cristo, o sacerdote, exercendo o seu múltiplo ministério, é inserido também no mistério da Igreja que, «na fé, toma consciência de não existir por si mesma, mas pela graça de Cristo, no Espírito Santo»[39]. Deste modo, o sacerdote, enquanto é inserido na Igreja, coloca-se também à frente dela[40].

A expressão eminente desta colocação do sacerdote na e diante da Igreja é a celebração da Eucaristia, na qual ele «convida o povo a elevar os corações para o Senhor, na oração e na ação de graças, e associa-o a si na oração que ele, em nome de toda a comunidade, dirige a Deus Pai por Jesus Cristo no Espírito Santo»[41].

[39]    João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis,
PDV 16.
[40]    Cf. ibid. PDV 16
[41]    Institutio Generalis Missalis Romani (2002), 78.


Participante do caráter esponsal de Cristo

14 O sacramento da Ordem, efetivamente, torna o sacerdote participante não só do mistério de Cristo Sacerdote, Mestre, Cabeça e Pastor, mas, de alguma maneira, também de Cristo «Servo e Esposo da Igreja»[42]. Esta é o «Corpo» dEle, que a amou e a ama a ponto de dar a vida por ela (cf. Ef Ep 5,25); regenera-a e purifica-a continuamente por meio da palavra de Deus e dos sacramentos (cf. ibid. 5,26); esforça-se por torná-la cada vez mais bela (cf. ibid. 5,27) e, enfim, a sustenta e a trata com solicitude (cf. ibid.5,29).

Os presbíteros, que – colaboradores da Ordem Episcopal – constituem com o seu Bispo um único Presbitério[43] e participam, em grau subordinado, do único sacerdócio de Cristo, de certo modo, participam, também, à semelhança do Bispo, daquela dimensão esponsal em relação à Igreja, que é bem simbolizada no rito da ordenação episcopal com a entrega do anel[44].

Os presbíteros, que «em cada uma das comunidades locais de fiéis tornam, por assim dizer, presente o Bispo, a que estão unidos mediante um confiante e generoso espírito»[45], deverão ser fiéis à Esposa e, como ícones viventes do Cristo Esposo, tornar operante a multiforme doação de Cristo à sua Igreja. Chamado por um ato de amor sobrenatural, absolutamente gratuito, o sacerdote deve amar a Igreja como Cristo a amou, consagrando a ela todas as suas energias e dando-se com caridade pastoral até dar quotidianamente a sua própria vida.

[42]    João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 3.
[43]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 28; Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 7; Decr. Christus Dominus, CD 28; Decr. Ad gentes, AGD 19; João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 17.
[44]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium LG 28; Pontificale romanum, Ordinatio Episcoporum, Presbyterorum et Diaconorum, cap. I., n. 51, Ed. typica altera, 1990, 26.
[45]    Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 28.


Universalidade do sacerdócio

15 O mandamento do Senhor de ir a todos os povos (cf. Mt Mt 28,18-20) constitui uma outra modalidade deste estar do sacerdote «à frente» da Igreja[46]. Enviado – missus – pelo Pai, por meio de Cristo, o sacerdote pertence «in modo immediato» à Igreja universal[47], que tem a missão de anunciar a Boa Nova até «aos confins da terra» (Ac 1,8)[48].

«O dom espiritual, recebido pelos sacerdotes na ordenação, prepara-os para uma vastíssima e universal missão de salvação»[49]. Com efeito, pela Ordem e ministério recebido, todos os sacerdotes são associados ao Corpo Episcopal e, em comunhão hierárquica com ele, segundo a sua vocação e graça, servem ao bem de toda a Igreja[50]. Portanto, a incardinação[51] não deve fechar o sacerdote numa mentalidade restrita e particularista, mas abri-lo ao serviço de outras Igrejas, porque toda a Igreja é a realização particular da única Igreja de Jesus Cristo.

Neste sentido, cada sacerdote deve receber uma formação que lhe permita servir a Igreja universal e não apenas especializar-se num único lugar ou numa tarefa específica. Esta “formação para a Igreja universal” significa estar pronto a enfrentar as mais diversas circunstâncias, com a constante disponibilidade de servir, sem condições, a Igreja inteira[52].

[46]    Cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 16.
[47]    Cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Carta sobre a Igreja como comunhão Communionis notio (28 de maio de 1992), 10: AAS 85 (1993), 844.
[48]    Cf. João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de dezembro de 1990), RMi 23: AAS 83 (1991), 269.
[49]    Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 10; cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 32.
[50]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 28; Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 7.
[51]    Cf. C.I.C., can. CIC 266, § 1.
[52]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 23 LG 26; Sagrada Congregação para o Clero, Notas diretivas Postquam Apostoli (25 de março de 1980), 5; 14; 23: AAS 72 (1980), 346-347; 353-354; 360-361; Tertuliano, De praescriptione, 20, 5-9: CCL 1, 201-202; Congregação para a  Doutrina da Fé, Carta Communionis notio sobre alguns aspectos da Igreja entendida como comunhão, 10: l.c., 844.


Missionariedade do sacerdócio para uma Nova Evangelização

16 O presbítero, participante da consagração de Cristo, é envolvido na sua missão salvífica de acordo com o seu último mandamento: «Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi» (Mt 28,19-20 cf. Mc 16,15-18 Lc 24,47-48 Ac 1,8). A tensão missionária é parte constitutiva da existência do sacerdote – que é chamado a se fazer “pão partido para a vida do mundo” –, porque «a missão primeira e fundamental, que deriva dos santos mistérios celebrados, é dar testemunho com a nossa vida. O enlevo pelo dom que Deus nos concedeu em Cristo, imprime à nossa existência um dinamismo novo que nos compromete a ser testemunhas do seu amor. Tornamo-nos testemunhas quando, através das nossas ações, palavras e modo de ser, é Outro que aparece e Se comunica»[53].

«Os presbíteros, por força do sacramento da Ordem, são chamados a partilhar a solicitude pela missão: “o dom espiritual que os presbíteros receberam na Ordenação prepara-os, não para uma missão limitada e restrita, mas para uma vastíssima e universal missão de salvação [...]” (Presbyterorum Ordinis PO 10). Todos os sacerdotes devem ter um coração e uma mentalidade missionária, estarem abertos às necessidades da Igreja e do mundo»[54]. Esta exigência da vida da Igreja no mundo contemporâneo deve ser sentida e vivida por cada presbítero. Por isso, cada sacerdote é chamado a ter espírito missionário, isto é, um espírito verdadeiramente “católico” que, partindo de Cristo, se dirige a todos, a fim de que «todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade» (1Tm 2,4).

Por isso, é importante que ele tenha plena consciência desta realidade missionária do seu sacerdócio e a viva em total sintonia com a Igreja, que sente a necessidade de enviar os seus ministros para os lugares onde é mais urgente a sua missão, especialmente junto aos mais pobres[55]. Daí derivará também uma mais justa distribuição do clero[56]. A propósito, devemos reconhecer o quanto estes sacerdotes que se disponibilizam a servir noutras dioceses ou países são um grande dom, tanto para a Igreja particular para a qual são enviados quanto para aquela que os envia.

[53]    Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum caritatis, 85.
[54]    João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio, RMi 67: l.c., 315-316.
[55]    Cf. Congregação para o Clero, Carta circular A identidade missionária do Presbítero na Igreja como dimensão intrínseca do exercício dos tria munera (29 de junho de 2010), 3.3.5: LEV, Cidade do Vaticano 2011, 307.
[56]    Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 23; Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 10; João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, PDV 32; Sagrada Congregação para o Clero, Notas diretivas Postquam Apostoli (25 de março de 1980): l.c., 343-364; Congregação para a Evangelização dos Povos, Guia pastoral para os sacerdotes diocesanos das Igrejas dependentes da Congregação para a Evangelização dos Povos (1 de outubro de 1989), 4: EV 11, 1588-1590; C.I.C., can. CIC 271.


17 «Todavia, hoje verifica-se uma crescente confusão que induz muitos a deixarem inaudível e inoperante o mandato missionário do Senhor (cf. Mt Mt 28,19). Muitas vezes, pensa-se que toda a tentativa de convencer os outros em questões religiosas seja um limite posto à liberdade. Seria lícito somente expor as próprias idéias e convidar as pessoas a agir segundo a consciência, sem favorecer uma conversão a Cristo e à fé católica. Diz-se que basta ajudar os homens a serem mais homens ou mais fiéis à própria religião, que basta construir comunidades capazes de trabalhar pela justiça, pela liberdade, pela paz e pela solidariedade. Além disso, alguns defendem que não se deveria anunciar Cristo a quem não O conhece, nem favorecer a adesão à Igreja, pois seria possível ser salvos mesmo sem um conhecimento explícito de Cristo e sem uma incorporação formal à Igreja»[57].

O Servo de Deus Paulo VI também se dirigiu aos sacerdotes ao afirmar: «não deixaria de ter a sua utilidade que cada cristão e cada evangelizador aprofundasse na oração este pensamento: os homens poderão salvar-se por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se nós não lhes anunciarmos o Evangelho; mas nós, poder-nos-emos salvar se, por negligência, por medo ou por vergonha – aquilo que São Paulo chamava exatamente “envergonhar-se do Evangelho” (cf. Rm Rm 1,16) – ou por se seguirem ideias falsas, nos omitirmos de o anunciar? Isso seria, com efeito, trair o apelo de Deus que, pela voz dos ministros do Evangelho, quer fazer germinar a semente; e dependerá de nós que essa semente venha a tornar-se uma árvore e a produzir todo o seu fruto»[58]. Por isso, mais do que nunca, o clero deve sentir-se apostolicamente empenhado em unir todos os homens a Cristo, na sua Igreja. «Todos os homens são chamados a esta unidade católica do Povo de Deus, a qual anuncia e promove a paz universal»[59].

Portanto, não são admissíveis todas aquelas opiniões que, em nome dum malentendido respeito às culturas particulares, tendem a desnaturar a ação missionária da Igreja, chamada a cumprir o mesmo ministério universal de salvação, que transcende e deve vivificar todas as culturas[60]. A dilatação universal é intrínseca ao ministério sacerdotal e, por conseguinte, irrenunciável.

[57]    Congregação para a Doutrina da Fé, Nota doutrinal sobre alguns aspectos da Evangelização (3 de dezembro de 2007), 3: AAS 100 (2008), 491.
[58]    Paulo VI, Exort. ap. pós-sinodal Evangelii nuntiandi (8 de dezembro de 1975), EN 80: AAS 68 (1976), 74.
[59]    Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 13.
[60]    Cf. Congregação para a evangelização dos Povos, Guia pastoral para os sacerdotes diocesanos das Igrejas dependentes da Congregação para a Evangelização dos Povos: l.c., 1580-1650; João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio, RMi 54 RMi 67: l.c., 301-302; 315-316.



18 Desde os inícios da Igreja, os apóstolos obedeceram o último mandamento do Senhor ressuscitado. Sobre as suas pegadas, a Igreja através dos séculos «evangeliza sempre e jamais interrompeu o caminho da evangelização»[61].

«A evangelização, no entanto, realiza-se de um modo diferente, segundo as diversas situações em que acontece. Num sentido próprio é a “missio ad gentes” dirigida àqueles que não conhecem Cristo. Num sentido mais lato, fala-se de “evangelização”, relativo ao aspecto ordinário da pastoral»[62]. A evangelização é a ação da Igreja que proclama a Boa Notícia em vista da conversão, do convite à fé, do encontro pessoal com Jesus, do tornar-se seu discípulo na Igreja, do empenhar-se em pensar como Ele, julgar como Ele e viver como Ele viveu[63]. A evangelização começa com o anúncio do Evangelho e encontra o seu último cumprimento na santidade do discípulo que, como membro da Igreja, tornou-se evangelizador. Neste sentido, a evangelização é a ação global da Igreja, «a tarefa central e unificadora do serviço que a Igreja, e nela os fiéis leigos, são chamados a prestar à família dos homens»[64].

«O processo evangelizador, consequentemente, é estruturado em etapas ou “momentos essenciais”: a ação missionária para os não crentes e para aqueles que vivem na indiferença religiosa; a ação catequética e de iniciação para aqueles que optam pelo Evangelho e para aqueles que necessitam completar ou reestruturar a sua iniciação; e a ação pastoral para os fiéis cristãos já maduros, no seio da comunidade cristã. Esses momentos, no entanto, não são etapas concluídas: reiteram-se, se necessário, uma vez que darão o alimento evangélico mais adequado ao crescimento espiritual de cada pessoa ou da própria comunidade»[65].

[61]    Ratzinger Card. Josef, Conferência para o Jubileu dos catequistas (10 de dezembro de 2000): http://www.vatican.va/romancuria/congregations/cfaith/documents/rcconcfaithdoc20001210jubilcatechists-ratzingerpo.html.
[62]    Congregação para a Doutrina da Fé, Nota doutrinal sobre alguns aspectos da Evangelização (3 de dezembro de 2007), 12: AAS 100 (2008), 501.
[63]    Cf. Congregação para o Clero, Diretório Geral para a Catequese (15 de agosto de 1997), 53: LEV, Cidade do Vaticano 1997, 55-56.
[64]    João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de dezembro de 1988),
CL 37.
[65]    Congregação para o Clero, Diretório Geral para a Catequese (15 de agosto de 1997), 49.


19 «Contudo, observamos um processo progressivo e preocupante de descristianização e de perda dos valores humanos essenciais. Uma boa parte da humanidade de hoje não encontra na evangelização permanente da Igreja o Evangelho, ou seja, uma resposta convincente à pergunta:  como viver? [...] Todos têm necessidade do Evangelho; o Evangelho destina-se a todos e não apenas a um círculo determinado, e portanto somos obrigados a procurar novos caminhos para levar o Evangelho a todos»[66]. Mesmo que preocupante, esta descristianização não pode nos levar  a duvidar da capacidade que o Evangelho tem de tocar o coração dos nossos contemporâneos: «Alguém talvez se pergunte se o homem e a mulher da cultura pós-moderna, das sociedades mais avançadas, ainda saberão abrir-se ao querigma cristão. A resposta deve ser positiva. O querigma pode ser compreendido e acolhido por qualquer ser humano, em qualquer tempo ou cultura. Mesmo os ambientes mais intelectuais ou mais simples podem ser evangelizados. Devemos, até, crer que também os chamados pós-cristãos possam, de novo, ser tocados pela pessoa de Jesus Cristo»[67].

O Papa Paulo VI já afirmara que «as condições da sociedade obrigam-nos a todos a rever os métodos, a procurar, por todos os meios ao alcance, e a estudar o modo de fazer chegar ao homem moderno a mensagem cristã, na qual somente ele poderá encontrar a resposta às suas interrogações e a força para a sua aplicação de solidariedade humana»[68]. O Beato João Paulo II apresentou o novo milênio deste modo: «Hoje tem-se de enfrentar com coragem uma situação que se vai tornando cada vez mais variada e difícil com a progressiva mistura de povos e culturas que caracteriza o novo contexto da globalização»[69]. Assim, iniciou-se uma “nova evangelização”, que não é porém uma “reevangelização”[70], pois o anúncio é «sempre o mesmo. A cruz está erguida sobre o mundo que gira»[71]. É nova, enquanto «procuramos, além da evangelização permanente, jamais interrompida e que nunca se deve deter, uma nova evangelização, capaz de se fazer ouvir por aquele mundo que não encontra o acesso à evangelização “clássica”»[72].

[66]    Ratzinger Card. Josef, Conferência para o Jubileu dos catequistas (10 de dezembro de 2000, l.c.
[67]    Congregação para o Clero, Carta circular A identidade missionária do Presbítero na Igreja como dimensão intrínseca do exercício dos tria munera (29 de junho de 2010), 3.3.
[68]    Paulo VI, Discurso ao Sacro Colégio dos Cardeais (22 de junho de 1973): AAS 65, 1973, 383, citado na Exort. ap. pós-sinodal Evangelii nuntiandi (8 de dezembro de 1975),
EN 3.
[69]    João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de janeiro de 2001), NM 40: AAS 93 (2001), 294-295.
[70]    João Paulo II, Discurso à Assembléia do CELAM, Port-au-Prince (9 de março de 1983): AAS 75 (1983), 771-779.
[71]    João Paulo II, Homilia da Santa Missa no santuário da Santa Cruz de Mogila (9 de junho de 1979): AAS 71 (1979), 865.
[72]    Ratzinger Card. Josef, Conferência para o Jubileu dos catequistas (10 de dezembro de 2000), l.c..


20 A nova evangelização faz referência, sobretudo[73] mas não exclusivamente[74], “às Igrejas de antiga fundação”[75], onde estiveram aqueles que, «batizados embora na Igreja católica, abandonaram os sacramentos ou até mesmo a fé»[76]. Os sacerdotes têm «o dever de anunciar a todos o Evangelho de Deus, realizando o mandato do Senhor: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a todas as criaturas” (Mc 16,15)»[77]. São «ministros de Jesus Cristo no meio dos povos»[78], «devedores de todos, para comunicarem a todos a verdade do Evangelho, de que gozam no Senhor»[79], tanto mais quanto «o número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o Seu Filho, é evidente a urgência da missão»[80]. O Beato João Paulo II afirmava solenemente: «Sinto chegado o momento de empenhar todas as forças eclesiais na nova evangelização e na missão ad gentes. Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja se pode esquivar deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos»[81].

[73]    Bento XVI, Carta Apostólica sob a forma de Motu proprio Ubicumque et semper, com a qual se institui o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização (21 de setembro de 2010): l.c., 790-791.
[74]    Cf. Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Africae munus (19 de novembro de 2011), LEV, Cidade do Vaticano 2011, 165.
[75]    Bento XVI, Carta Apostólica sob a forma de Motu proprio Ubicumque et semper, com a qual se institui o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização (21 de setembro de 2010): l.c., 790-791.
[76] Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, LG 28; cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Nota doutrinal sobre alguns aspectos da Evangelização (3 de dezembro de 2007), 12: l.c., 501; Paulo VI, Exort. ap. pós-sinodal Evangelii nuntiandi (8 de dezembro de 1975), EN 52: l.c., 40-41.
[77]    Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbyterorum Ordinis, PO 4.
[78]    Ibid., PO 2.
[79]    Ibid., PO 4.
[80]    João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de dezembro de 1990), RMi 3: AAS 83 (1991), 251-252.
[81]    Ibid. RMi 3


21 Os sacerdotes devem empenhar todas as suas forças nesta nova evangelização, cujas características foram definidas pelo Beato João Paulo II: «nova em seu ardor, em seus métodos e em sua expressão»[82].

Em primeiro lugar, «é preciso reacender em nós o zelo das origens, deixando-nos invadir pelo ardor da pregação apostólica que se seguiu ao Pentecostes. Devemos reviver em nós o sentimento ardente de Paulo que o levava a exclamar: “Ai de mim se não evangelizar!” (
1Co 9,16)»[83]. De fato, «quem verdadeiramente encontrou Cristo, não pode guardá-Lo para si; tem de O anunciar»[84]. A exemplo dos Apóstolos, o zelo apostólico é fruto da experiência surpreendente que nasce da proximidade de Jesus. «A missão é um problema de fé, é a medida exata da nossa fé em Cristo e no Seu amor por nós»[85]. O Senhor não cessa de enviar o seu Espírito, de cuja força devemos nos deixar regenerar em vista daquele «renovado impulso missionário, expressão de uma nova e generosa abertura ao dom da graça»[86]. «É essencial e indispensável que o presbítero se decida, com viva consciência e determinação, não apenas a acolher e evangelizar aqueles que o procuram, tanto na paróquia como em outros lugares, mas a “levantar- se e ir” em busca, primeiro, dos batizados que por motivos diversos não vivem sua pertença à comunidade eclesial, e também daqueles que pouco ou nada conhecem a Jesus Cristo»[87].

Os sacerdotes se recordem que não podem empenhar-se sozinhos na missão. Como pastores do seu povo, formem as comunidades cristãs para o testemunho evangélico e o anúncio da Boa Nova. A «nova missionariedade não poderá ser delegada a um grupo de “especialistas”, mas deverá corresponsabilizar todos os membros do povo de Deus. [...] É preciso um novo ímpeto apostólico, vivido como compromisso diário das comunidades e grupos cristãos»[88]. A paróquia não é apenas um lugar para se fazer a catequese, mas é também um ambiente vivo no qual deve acontecer a nova evangelização[89], «concebendo-se numa “missão permanente”» [90]. Cada comunidade é imagem da própria Igreja, «chamada, por sua natureza, a sair de si mesma dirigindo-se ao mundo, para ser sinal do Emanuel, do Verbo que se fez carne, do Deus-conosco»[91]. «Na paróquia, os presbíteros precisarão de convocar os membros da comunidade, consagrados e leigos, para prepará-los adequadamente e enviá-los em missão evangelizadora a cada pessoa, a cada família, até mesmo mediante visitas domiciliares, e a todos os ambientes sociais nos próprios territórios»[92]. Recordando-se que a Igreja é «mistério de comunhão e missão»[93], os pastores levarão as comunidades a serem testemunhas com a sua «fé professada, celebrada, vivida e rezada»[94] e com o seu entusiasmo[95]. O Papa Paulo VI exortava à alegria: «E que o mundo do nosso tempo que procura, ora na angústia, ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes e descoroçoados, impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, e a alegria de Cristo que receberam por primeiro»[96]. Os fiéis precisam ser encorajados por seus pastores, a fim de que não tenham mêdo de anunciar a fé com franqueza, tanto mais quanto quem evangeliza experimenta que o próprio ato missionário é fonte de renovação pessoal: «De fato, a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece!»[97].

[82]    João Paulo II, Discurso à Assembléia do CELAM, Port-au-Prince (9 de março de 1983): l.c., 771-779.
[83]    João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de janeiro de 2001), NM 40.
[84]    Ibid. NM 40
[85]    João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de dezembro de 1990), RMi 11: l.c., 259-260.
[86]    Bento XVI, Carta Apostólica sob a forma de Motu proprio Ubicumque et semper, com a qual se institui o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização (21 de setembro de 2010): l.c., 790-791.
[87]    Congregação para o Clero, Carta circular A identidade missionária do Presbítero na Igreja como dimensão intrínseca do exercício dos tria munera (29 de junho de 2010), 3.3.1: l.c., 28.
[88]    João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de janeiro de 2001), NM 40: l.c., 294-295.
[89]    João Paulo II, Homilia da Santa Missa no santuário da Santa Cruz de Mogila (9 de junho de 1979), l.c.
[90]    Congregação para o Clero, Carta circular A identidade missionária do Presbítero na Igreja como dimensão intrínseca do exercício dos tria munera (29 de junho de 2010), conclusão: l.c., 36.
[91]    Ibid., 11.
[92]    Ibid., 28.
[93]    João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores gregis (16 de outubro de 2003), : l.c., 873-875
[94]    Bento XVI, Carta ap. em forma de Motu proprio Porta fidei (11 de outubro de 2011), 9: AAS 103 (2011), 728.
[95]    Cf. Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Africae munus (19 de novembro de 2011), 171.
[96]    Paulo VI, Exort. ap. pós-sinodal Evangelii nuntiandi (8 de dezembro de 1975), EN 80.
[97]    João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de dezembro de 1990), RMi 2.


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