Gênesis (CNB) 24

Isaac casa com Rebeca

24 1 Abraão já era velho, avançado em anos, e o Senhor o havia abençoado em tudo. 2 Abraão disse ao mais antigo dos criados da casa, administrador de todos os seus bens: “Põe a mão debaixo de minha coxa 3 e jura-me pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não escolherás para meu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu moro. 4 Pelo contrário, irás à minha terra natal buscar entre os meus parentes uma mulher para meu filho Isaac”.
5
E o criado lhe disse: “E se a mulher não quiser vir comigo para cá, deverei levar teu filho para a terra donde saíste?” 6 Abraão respondeu: “Guarda-te de levar meu filho de volta para lá. 7 O Senhor, Deus do céu, tirou-me da casa de meu pai e de minha terra natal e me jurou: ‘À tua descendência darei esta terra’. Ele mesmo enviará seu anjo diante de ti e tu vais trazer de lá uma mulher para meu filho. 8 Ora, se a mulher não quiser vir contigo, ficarás livre deste juramento. Mas de maneira alguma levarás meu filho de volta para lá”. 9 Então o criado pôs a mão sob a coxa de seu Senhor Abraão e prestou-lhe juramento nos termos propostos.
10
O criado tomou dez camelos de seu Senhor e se pôs a caminho, levando consigo tudo o que seu Senhor tinha de melhor, e dirigiu-se à Mesopotâmia, à cidade de Nacor. 11 Fez descansar os camelos fora da cidade, junto a um poço d’água, já de tarde, à hora em que as mulheres costumam ir apanhar água. 12 E disse: “Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, que o dia de hoje me seja favorável. Mostra-te benigno com meu Senhor Abraão. 13 Vou ficar junto à fonte, enquanto as moças da cidade vêm buscar água. 14 Para eu saber que te mostras benigno com meu Senhor, vamos combinar o seguinte: se eu disser a determinada moça: ‘Inclina o cântaro, por favor, para eu beber’ e ela responder: ‘Bebe, que vou dar de beber também aos camelos’, será esta que destinas a teu servo Isaac”.
15
Ora, ainda não tinha acabado de falar, quando chegou Rebeca filha de Batuel, filho de Melca, a mulher de Nacor, irmão de Abraão. Ela trazia o cântaro no ombro. 16 A jovem era muito bela, virgem, e nenhum homem a tinha conhecido. Desceu à fonte, encheu o cântaro e tornou a subir. 17 O criado lhe correu ao encontro e disse: “Por favor, dá-me de beber um pouco de água do teu cântaro”. – 18 “Bebe, meu Senhor”, respondeu ela, e logo abaixou o cântaro, apoiando-o sobre a mão, para dar-lhe de beber. 19 Depois de lhe ter dado de beber, ela disse: “Vou tirar água também para os camelos, a fim de beberem à vontade”. 20 Esvaziou depressa o cântaro no bebedouro, correu de novo ao poço para apanhar mais e tirou água para todos os camelos. 21 O homem a observava em silêncio e se perguntava se o Senhor tinha tornado bem sucedida sua viagem ou não. 22 Quando os camelos acabaram de beber, o homem pegou para ela um anel de cinco gramas de ouro, dois braceletes de cem gramas de ouro 23 e lhe perguntou: “De quem és filha? Dize-me, por favor: não haveria em casa de teu pai um lugar para eu pernoitar?” 24 Ela respondeu: “Sou filha de Batuel, o filho que Melca deu a Nacor”. 25 E acrescentou: “Em nossa casa há palha em abundância e lugar para pernoitar”. 26 Então o homem ajoelhou-se e adorou o Senhor, 27 dizendo: “Bendito seja o Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, que não negou sua amizade e fidelidade a meu Senhor, conduzindo-me à casa do irmão de meu Senhor”. 28 A jovem correu para casa e contou à mãe o que acontecera.
29
Rebeca tinha um irmão, de nome Labão. Ele saiu correndo até à fonte em busca do homem, 30 pois tinha visto o anel e os braceletes na mão da irmã e tinha ouvido quando ela dizia: “Assim me falou o homem”. Encontrou o homem com os camelos, parado junto à fonte 31 e disse-lhe: “Vem, abençoado do Senhor! Por que continuas parado aí fora? Já preparei a casa e um lugar para os camelos”. 32 Enquanto o homem entrou em casa, Labão descarregou os camelos e deu-lhes palha e forragem; e ao homem, bem como a seus companheiros, deu-lhes água para lavarem os pés. 33 Depois serviram-lhe comida, mas o homem disse: “Não comerei enquanto não falar de meu assunto”. Labão respondeu: “Fala, pois”.
34
Então ele falou: “Sou um criado de Abraão. 35 O Senhor tem abençoado muito meu Senhor, e ele se tornou rico. Deu-lhe ovelhas e bois, prata e ouro, escravos e escravas, camelos e jumentos. 36 Sara, a mulher de meu Senhor, depois de velha, deu-lhe ainda um filho, que recebeu todos os seus bens. 37 O meu Senhor fez-me jurar e ordenou: ‘Não escolhas para o meu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, em cuja terra eu moro. 38 Ao contrário, vai à casa de meu pai e dos meus parentes, para trazer uma mulher para meu filho’. 39 Eu disse a meu Senhor: ‘E se a mulher não quiser vir comigo?’ 40 Ele me respondeu: ‘O Senhor, em cuja presença eu ando, enviará contigo seu anjo e dará feliz êxito à viagem: tu escolherás dentre meus parentes e da casa de meu pai uma mulher para meu filho. 41 Ficarás livre do juramento quando fores até os meus parentes; se eles te negarem a mulher, estarás livre do juramento’.
42
Ao chegar hoje à fonte, eu disse: ‘Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, peço-te que eu tenha êxito na viagem que estou fazendo. 43 Vou colocar-me junto à fonte de água. A jovem que vier buscar água e a quem eu disser: Dá-me de beber, por favor, um pouco de água de teu cântaro, 44 e que responder: Bebe, não somente tu, mas tirarei água também para os camelos, essa deverá ser a mulher que o Senhor destinou para o filho do meu Senhor’.
45
Não havia ainda acabado de dizê-lo para mim mesmo, quando vi Rebeca vindo com o cântaro ao ombro. Ela desceu à fonte e tirou água. Então eu lhe falei: ‘Dá-me de beber, por favor’. 46 Ela logo baixou o cântaro de cima do ombro e disse: ‘Bebe, que eu vou dar de beber aos camelos’. Eu bebi e ela deu de beber também aos camelos. 47 Perguntei-lhe: ‘De quem és filha?’ Ela respondeu: ‘Sou filha de Batuel filho de Nacor, nascido de Melca’.
Então pus-lhe o anel no nariz e os braceletes nas mãos, 48
ajoelhei-me para adorar o Senhor, bendizendo o Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, que me tinha guiado pelo caminho certo a fim de escolher a filha de seu irmão para esposa do seu filho. 49 Portanto, dizei-me se estais dispostos ou não a demonstrar amizade e fidelidade a meu Senhor, a fim de que eu saiba o que fazer”.
50
Labão e Batuel responderam: “Isso vem do Senhor; nós não podemos dizer-te nada que não seja de sua vontade. 51 Aí tens Rebeca, leva-a contigo, para que seja a esposa do filho de teu amo, conforme a palavra do Senhor”.
52
Quando o criado de Abraão ouviu estas palavras, prostrou-se em terra diante do Senhor. 53 Tirou da bagagem os objetos de prata e ouro e os vestidos e os deu a Rebeca. Ofereceu também presentes ao irmão e à mãe. 54 Então com os companheiros se pôs a comer e beber e foi dormir.
Pela manhã, ao levantar, disse o criado: “Deixai-me voltar para junto de meu Senhor”. 55
O irmão e a mãe de Rebeca disseram: “Fique a jovem conosco ainda uns dez dias, depois partirá”. 56 Ele respondeu: “Não retardeis minha volta, já que o Senhor deu feliz êxito à minha viagem. Deixai-me partir para que volte a meu Senhor”. 57 Disseram-lhe: “Vamos chamar a jovem e perguntar sua opinião”. 58 Chamaram Rebeca e lhe perguntaram: “Queres ir com este homem?” E ela respondeu: “Quero”. 59 Deixaram, pois, partir sua irmã Rebeca, juntamente com sua ama de leite, o criado de Abraão e seus homens. 60 Abençoaram Rebeca, dizendo:
“Tu, irmã nossa, multiplica-te aos milhares
e os teus descendentes conquistem as cidades inimigas”.
61
Rebeca levantou-se com suas criadas, montaram nos camelos e acompanharam o homem. E assim o criado levou Rebeca e partiu.
62
Isaac andava perto do poço de Laai-Roí; ele morava, então, na região do Negueb. 63 Assim, ao cair da tarde, saiu para passear pelo campo e, erguendo os olhos, viu camelos chegando. 64 Rebeca também, erguendo os olhos, viu Isaac. Ela desceu do camelo 65 e perguntou ao criado: “Quem é aquele homem que vem caminhando pelo campo ao nosso encontro?” O criado respondeu: “É o meu Senhor”. Ela puxou o véu e se cobriu. 66 Então o criado contou a Isaac tudo o que havia feito. 67 E Isaac introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe, e recebeu-a por esposa. Isaac amou-a, consolando-se assim da morte da mãe.

Descendentes de Abraão e Cetura

25 1 Abraão tomou outra mulher, de nome Cetura. 2 Dela nasceram Zanrã, Jecsã, Madã, Madiã, Jesboc e Sué. 3 Jecsã gerou Sabá e Dadã. Filhos de Dadã são os assuritas, os latusitas e os loomitas. 4 Os filhos de Madiã foram Efa, Ofer, Henoc, Abida e Eldaá. Todos esses são filhos de Cetura. 5 Abraão, porém, deu todos os seus bens a Isaac. 6 Aos filhos das concubinas fez doações, mas ainda em vida afastou-os do filho Isaac, mandando-os rumo às terras do oriente.

Morte de Abraão

7 Estes são os anos de vida de Abraão: viveu cento e setenta e cinco anos 8 e expirou. Morreu numa feliz velhice, idoso e cumulado de anos, e foi reunir-se a seus antepassados. 9 Os filhos Isaac e Ismael sepultaram-no na gruta de Macpela, no campo do heteu Efron, filho de Seor, em frente de Mambré. 10 Neste campo, comprado por Abraão aos heteus, foram sepultados Abraão e a mulher Sara. 11 Depois da morte de Abraão, Deus abençoou o filho Isaac, que ficou morando junto ao poço de Laai-Roí.

Descendência de Ismael

12 Estes são os descendentes de Ismael, o filho que Agar, a escrava egípcia de Sara, dera a Abraão. 13 Estes são os nomes dos filhos de Ismael, em ordem de nascimento. O primogênito de Ismael foi Nabaiot, depois Cedar, Adbeel, Mabsam, 14 Masma, Duma, Massa, 15 Hadad, Tema, Jetur, Nafis e Cedma. 16 São esses os filhos de Ismael e os seus nomes, de acordo com as aldeias e acampamentos: foram doze chefes de doze tribos. 17 Ismael viveu cento e trinta e sete anos e expirou. Morreu e foi reunir-se a seus antepassados. 18 Seus filhos habitavam desde Hévila até Sur, em frente ao Egito na direção de Assur. Assim, Ismael estabeleceu-se em frente de todos os seus irmãos.


Isaac e Jacó

Nascem Esaú e Jacó

19 Eis a história dos descendentes de Isaac, filho de Abraão. Abraão gerou Isaac. 20 Isaac tinha quarenta anos quando se casou com Rebeca, filha do arameu Batuel e irmã do arameu Labão. Ela veio de Padã-Aram.
21
Isaac suplicou ao Senhor por sua mulher, que era estéril. Foi atendido pelo Senhor, e Rebeca concebeu. 22 Mas os meninos chocavam-se no ventre. Ela disse: “Se é assim, o que adianta viver?” E foi consultar o Senhor, 23 que lhe respondeu:
“Duas nações trazes no ventre,
em tuas entranhas dois povos se dividirão.
Um povo será mais forte que o outro,
e o mais velho servirá ao mais novo”.
24
Quando chegou o tempo de dar à luz, ela tinha gêmeos no ventre. 25 O primeiro saiu todo ruivo, peludo como um manto de pele, e foi chamado Esaú. 26 Depois saiu o irmão, segurando com a mão o calcanhar de Esaú, e foi chamado Jacó. Isaac tinha sessenta anos quando eles nasceram.

Esaú vende a primogenitura

27 Quando os meninos cresceram, Esaú tornou-se um hábil caçador e homem rude, ao passo que Jacó era pacífico e morava em tendas. 28 Isaac gostava mais de Esaú porque comia da caça, mas Rebeca preferia Jacó.
29
Certo dia, Jacó preparou uma sopa de lentilhas. Esaú chegou do campo, muito cansado 30 e disse a Jacó: “Dá-me de comer desse negócio vermelho, pois estou exausto”. Foi por isso que Esaú recebeu o nome de Edom. 31 Jacó respondeu-lhe: “Vende-me agora mesmo o teu direito de primogênito”. 32 Esaú ponderou: “Estou morrendo de fome, e de que me serve a primogenitura?” 33 Jacó insistiu: “Jura-me agora mesmo!” E Esaú jurou e vendeu o direito de primogênito a Jacó. 34 Então Jacó deu-lhe pão com a sopa de lentilhas. Esaú comeu e bebeu, levantou-se e foi embora. Desprezou assim a sua primogenitura.

Isaac e Abimelec

26 1 Ocorreu novamente uma fome no país, depois daquela primeira no tempo de Abraão. Isaac foi até Gerara, junto a Abimelec, rei dos filisteus, 2 pois o Senhor lhe aparecera e tinha dito: “Não desças ao Egito. Vai morar na terra que eu te indico. 3 Nesta terra fica migrando, e eu estarei contigo e te abençoarei. Pois a ti e à tua descendência darei todas estas terras, cumprindo o juramento que fiz a teu pai Abraão. 4 Multiplicarei tua descendência como as estrelas do céu e lhe darei todas estas terras. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra. 5 Isso, em consideração a Abraão, que obedeceu à minha voz e observou meu mandamento, os meus preceitos, as minhas prescrições e leis”. 6 Assim Isaac foi morar em Gerara.
7
Quando os homens do lugar lhe perguntavam por sua mulher, ele dizia: “É minha irmã”. Temia dizer que era sua mulher, para que os homens do lugar não o matassem por causa de Rebeca, pois era muito bonita. 8 Como se prolongasse sua permanência em Gerara, certo dia, Abimelec, rei dos filisteus, olhava pela janela e viu Isaac acariciando Rebeca, sua mulher. 9 Abimelec mandou chamar Isaac e lhe disse: “Não há dúvida que é tua mulher. Por que então dizes: ‘É minha irmã’?” Isaac respondeu: “Pensei comigo: vou ser morto por causa dela”. 10 Abimelec respondeu: “Por que nos fizeste isso? Faltou pouco para que alguém de nossa gente dormisse com tua mulher, e assim tu terias atraído sobre nós uma culpa”. 11 Então Abimelec decretou para todo o povo: “Aquele que tocar neste homem, ou em sua mulher, morrerá”.
12
Isaac fez naquela terra sua semeadura e colheu naquele ano cem vezes o que semeou, pois o Senhor o abençoou. 13 Foi enriquecendo sempre mais, até tornar-se um homem muito rico. 14 Possuía rebanhos de ovelhas e bois e numerosa criadagem, de modo que os filisteus ficaram com inveja dele. 15 Os filisteus entupiram todos os poços abertos pelos criados do pai Abraão, enchendo-os de terra. 16 E Abimelec disse a Isaac: “Vai-te embora daqui, porque chegaste a ser muito mais poderoso do que nós”.
17
Isaac partiu e acampou junto à torrente de Gerara, onde se estabeleceu. 18 Reabriu os poços cavados no tempo do pai Abraão e entupidos pelos filisteus depois da morte de Abraão, dando-lhes os mesmos nomes que seu pai lhes havia dado.
19
Os criados de Isaac cavaram um poço junto à torrente e descobriram um veio de água. 20 Mas os pastores de Gerara começaram a discutir com os de Isaac, afirmando que a água era deles. O poço recebeu o nome de Esec (Desafio), porque causa da contenda que suscitou. 21 Escavaram outro poço, que também causou discussão, e recebeu o nome de Sitna (Inimizade). 22 Indo mais longe, cavou mais um poço, pelo qual já não houve rixas, e pôs-lhe o nome de Reobot (\Espaço), dizendo: “Agora o Senhor já nos deu espaço, e podemos prosperar nesta terra”.
23
Dali subiu para Bersabéia. 24 Naquela noite apareceu-lhe o Senhor e disse:
“Eu sou o Deus de teu pai Abraão;
nada temas, pois estou contigo.
Eu te abençoarei e multiplicarei tua descendência
por causa de meu servo Abraão”.
25
Ergueu ali um altar, invocou o nome do Senhor e armou o acampamento. Os criados de Isaac puseram-se a cavar ali um poço.
26
Abimelec veio visitá-lo de Gerara com seu amigo Ocozat e com Ficol, general do exército. 27 Isaac disse-lhes: “Por que viestes a mim, vós que me odiais e me expulsastes do vosso meio?” 28 Eles disseram: “Porque vimos claramente que o Senhor está contigo e achamos que deveria haver um juramento entre nós. Queremos fazer aliança contigo. 29 Jura que nunca nos farás mal algum, como nós nunca te atacamos mas te fizemos somente o bem, deixando-te partir em paz. Pois tu és o abençoado pelo Senhor”. 30 Isaac preparou-lhes um banquete, e eles comeram e beberam. 31 Na manhã seguinte levantaram-se e fizeram um juramento mútuo. Isaac os despediu, e eles partiram em paz.
32
Naquele mesmo dia vieram os servos de Isaac informá-lo acerca do poço que estavam cavando e disseram: “Achamos água”. 33 Isaac chamou o poço de Siba. Por isso a cidade se chama Bersabéia até hoje.
34
Quando Esaú completou quarenta anos, casou-se com Judite, filha do heteu Beeri, e com Basemat, filha do heteu Elon. 35 Elas causaram muitos aborrecimentos a Isaac e Rebeca.

Isaac abençoa Jacó

27 1 Quando Isaac ficou velho, seus olhos se enfraqueceram e já não podia ver. Chamou, então, o filho mais velho Esaú: “Meu filho!” Este respondeu: “Aqui estou!” 2 Isaac lhe disse: “Como vês, já estou velho e não sei qual será o dia de minha morte. 3 Pega tuas armas, flechas e arco e sai para o campo. Se apanhares alguma caça, 4 prepara-me um saboroso assado, como sabes que eu gosto, e traze-o para que eu o coma e te dê a bênção antes de morrer”.
5
Rebeca escutava o que Isaac dizia a seu filho Esaú. Esaú saiu para o campo à procura de caça para o pai. 6 Rebeca disse a seu filho Jacó: “Olha, ouvi teu pai falar com teu irmão Esaú e dizer-lhe: 7 ‘Traze-me uma caça e prepara-me um saboroso assado para que eu o coma e te abençoe diante do Senhor, antes de minha morte’. 8 Agora, meu filho, escuta bem o que te mando: 9 vai até ao rebanho e traze-me dois cabritos gordos. Com eles farei para teu pai um assado saboroso como?ele gosta. 10 Depois, leva-o a teu pai para que ele coma e te dê a bênção antes da sua morte”. 11 Jacó respondeu a Rebeca, sua mãe: “Mas meu irmão Esaú é um homem peludo, enquanto minha pele é lisa! 12 Se o pai me tocar, vai me considerar um impostor, e atrairei sobre mim a maldição em vez da bênção”. 13 A mãe lhe disse: “Caia sobre mim tua maldição, meu filho, mas obedece-me. Vai pegar os cabritos para mim”.
14
Ele foi pegar os cabritos para a mãe, e ela preparou um assado saboroso como o pai gostava. 15 Rebeca tomou as melhores vestes que o filho mais velho, Esaú, tinha?em casa e vestiu com elas o filho mais novo, Jacó. 16 Com as peles dos cabritos cobriu-lhe as mãos e a parte lisa do pescoço. 17 Pôs nas mãos do filho Jacó o assado e o pão que havia preparado. 18 Este os levou ao pai e disse: “Meu pai!” Isaac respondeu: “Estou ouvindo! Quem és tu, meu filho?” 19 E Jacó respondeu ao pai: “Eu sou Esaú, teu filho primogênito. Fiz como me ordenaste. Levanta-te, senta-te e come de minha caça, para me abençoares”. 20 Isaac disse ao filho: “Como conseguiste achar a caça tão depressa, meu filho?” Ele respondeu: “O Senhor teu Deus me deu sorte”. 21 Isaac disse a Jacó: “Vem cá, meu filho, para que eu te apalpe e veja se és ou não meu filho Esaú”. 22 Jacó achegou-se ao pai Isaac, que o apalpou e disse: “A voz é a voz de Jacó, mas as mãos são as de Esaú”. 23 E não o reconheceu, pois as mãos estavam peludas como as do irmão Esaú. Então decidiu abençoá-lo. 24 Perguntou-lhe ainda: “Tu és, de fato, meu filho Esaú?” Ele respondeu: “Sou”. 25 Isaac continuou: “Meu filho, serve-me da tua caça para eu comer e te abençoar”. Jacó o serviu e ele comeu. Trouxe-lhe também vinho e ele bebeu. 26 Disse-lhe então seu pai Isaac: “Aproxima-te, meu filho, e beija-me”. 27 Jacó se aproximou e o beijou. Quando sentiu o cheiro das suas roupas, abençoou-o dizendo:
“Este é o cheiro do meu filho:
é como o aroma de um campo que o Senhor abençoou!
28
Que Deus te conceda o orvalho do céu
e a fertilidade da terra,
trigo e vinho em abundância.
29
Que os povos te sirvam
e as nações se prostrem diante de ti;
sê o Senhor de teus irmãos,
e diante de ti inclinem-se os filhos de tua mãe.
Maldito seja quem te amaldiçoar
e bendito, quem te abençoar”.
30
Apenas Isaac tinha acabado de abençoar Jacó, que logo saíra da presença do pai, quando seu irmão Esaú voltou da caça. 31 Também ele preparou um assado saboroso, levou-o ao pai e disse: “Que meu pai se levante e coma da caça de seu filho para abençoá-lo”. 32 Isaac, seu pai, perguntou-lhe: “Quem és tu?” E ele respondeu: “Sou teu filho primogênito Esaú”. 33 Isaac ficou profundamente perturbado e disse: “E quem, então, foi caçar e me trouxe a caça? Eu comi de tudo isso antes que viesses. Eu o abençoei, e abençoado ficará”. 34 Ao ouvir as palavras do pai, Esaú pôs-se a gritar e chorar amargamente e lhe disse: “Abençoa-me também a mim, meu pai”. 35 Mas Isaac respondeu: “Teu irmão veio com disfarce e usurpou tua bênção”. 36 Esaú lhe disse: “É com razão que se chama Jacó, pois com esta já são duas vezes que levou vantagem sobre mim; primeiro tirou-me a primogenitura e agora usurpou a minha bênção”. E acrescentou: “Não reservaste nenhuma bênção para mim?” 37 Respondeu Isaac e disse a Esaú: “Olha, eu fiz de Jacó o teu Senhor, e todos os parentes o servirão. Eu lhe garanti o trigo e o vinho. Que poderia eu fazer por ti, meu filho?” 38 E Esaú disse ao pai: “Não tens mais do que uma bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai”. E chorou em voz alta. 39 Então Isaac o atendeu e disse:
“Longe da terra fértil será a tua morada
e sem o orvalho que desce do céu.
40
Viverás da tua espada e servirás a teu irmão;
mas logo que te soltares, sacudirás o jugo de teu pescoço”.

Jacó na Mesopotâmia

41 Esaú começou a nutrir ódio contra Jacó por causa da bênção que o pai lhe dera, e dizia a si mesmo: “Estão perto os dias de luto por meu pai. Depois vou matar meu irmão Jacó”. 42 Rebeca soube o que seu filho mais velho Esaú havia dito e mandou chamar Jacó, o filho mais novo. Disse-lhe: “Olha, teu irmão Esaú planeja uma vingança mortal contra ti. 43 Escuta o que vou te dizer, meu filho: foge para Harã, para junto de meu irmão Labão. 44 Fica alguns anos com ele, até que passe a fúria de teu irmão, 45 a sua ira se amaine e ele se esqueça do que lhe fizeste. Depois mandarei buscar-te. Por que haveria eu de perder os dois num só dia?”
46
Rebeca queixou-se junto a Isaac: “Essas moças hetéias estão aborrecendo minha vida. Se Jacó se casar com uma dessas hetéias da região, que me adianta viver?”

28 1 Isaac chamou Jacó, deu-lhe a bênção e ordenou: “Não cases com nenhuma das moças de Canaã. 2 Vai a Padã-Aram, à casa de Batuel, teu avô materno. Casa-te lá com uma das filhas de Labão, irmão de tua mãe. 3 Que o Deus Poderoso te abençoe, te faça fecundo e te multiplique, para te tornares uma comunidade de povos. 4 Conceda-te a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência, a fim de possuíres a terra em que \agora vives como migrante, e que Deus deu a Abraão”. 5 Isaac se despediu de Jacó, e este partiu para Padã-Aram, para junto de Labão, filho do arameu Batuel, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.
6
Esaú viu que Isaac tinha abençoado Jacó, mandando-o a Padã-Aram para escolher ali uma mulher, e que, ao lhe dar a bênção, havia dito: “Não te cases com uma cananéia”. 7 E Jacó, obedecendo aos pais, tinha ido a Padã-Aram. 8 Esaú percebeu então que o pai não gostava das moças de Canaã. 9 Foi para junto de Ismael, filho de Abraão, e tomou para mulher Maelet filha de Ismael e irmã de Nabaiot, além das mulheres que já tinha.

Sonho e voto de Jacó em Betel

10 Jacó saiu de Bersabéia e dirigiu-se a Harã. 11 Chegou a um lugar onde resolveu passar a noite, pois o sol já se havia posto. Serviu-se de uma das pedras do lugar como travesseiro e dormiu ali. 12 Em sonho, viu uma escada apoiada no chão e com a outra ponta tocando o céu. Por ela subiam e desciam os anjos de Deus. 13 No alto da escada estava o Senhor, que lhe dizia: “Eu sou o Senhor, Deus de teu pai Abraão, o Deus de Isaac. A ti e à tua descendência darei a terra em que estás dormindo. 14 Tua descendência será como a poeira da terra. Tu te expandirás para o ocidente e para o oriente, para o norte e para o sul. Em ti e em tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. 15 Estou contigo e te guardarei aonde quer que vás, e te reconduzirei a esta terra. Nunca te abandonarei até cumprir o que te prometi”.
16
Ao despertar, Jacó disse: “Sem dúvida o Senhor está neste lugar, e eu não sabia”. 17 Cheio de pavor, acrescentou: “Como é terrível este lugar! Isto aqui só pode ser a casa de Deus e a porta do céu”. 18 Jacó levantou-se bem cedo, tomou a pedra que lhe servira de travesseiro, colocou-a de pé para servir de coluna sagrada e derramou óleo sobre ela. 19 Ele chamou aquele lugar Betel, \Casa de Deus. Anteriormente, a cidade chamava-se Luza.
20
Jacó fez, então, este voto: “Se Deus estiver comigo e me proteger nesta viagem, se ele me der pão para comer e roupa para vestir, 21 e se eu voltar são e salvo para a casa de meu pai, então o Senhor será meu Deus. 22 Esta pedra que ergui como coluna sagrada será transformada em casa de Deus, e eu te darei o dízimo de tudo o que me deres”.

Jacó encontra Raquel

29 1 Jacó continuou a viagem e chegou às terras do oriente. 2 Viu no campo um poço junto ao qual descansavam três rebanhos, pois era desse poço que os rebanhos bebiam água. Havia uma grande pedra na boca do poço. 3 Só quando todos os rebanhos estavam reunidos é que rolavam a pedra da boca do poço e davam de beber às ovelhas. Depois recolocavam a pedra em seu devido lugar. 4 Jacó perguntou-lhes: “De onde sois, irmãos?” – “Somos de Harã”, responderam. 5 E Jacó continuou: “Conheceis Labão filho de Nacor?” – “Conhecemos”, responderam. 6 “Ele está bem?”, perguntou Jacó. E disseram: “Sim, está bem. Olha, aí vem sua filha Raquel com as ovelhas”. 7 E ele lhes disse: “Ainda é cedo para reunir os rebanhos. Por que não dais de beber às ovelhas e não as levais de novo a pastar?” 8 Eles responderam: “Não podemos fazê-lo enquanto não se reunirem todos os rebanhos. Só então removeremos a pedra da boca do poço e daremos de beber às ovelhas”. 9 Jacó ainda conversava com eles quando chegou Raquel com o rebanho do pai, pois era pastora. 10 Ao ver Raquel filha da Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, Jacó aproximou-se, removeu a pedra de cima do poço e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe. 11 Em seguida beijou Raquel e chorou em voz alta. 12 Contou a Raquel que era sobrinho de seu pai e filho de Rebeca, e ela foi correndo contar ao pai. 13 Logo que Labão soube das notícias de Jacó, filho de sua irmã, correu ao encontro dele, abraçou-o, beijou-o e o levou para casa. Jacó contou a Labão o que havia acontecido e 14 Labão lhe disse: “Realmente tu és meu osso e minha carne”. E Jacó ficou com Labão durante um mês.

Casamento com Lia e Raquel

15 Depois Labão disse a Jacó: “Será que me vais servir de graça por seres meu sobrinho? Dize-me qual deve ser o salário”. 16 Ora, Labão tinha duas filhas. A mais velha se chamava Lia e a mais nova Raquel. 17 Lia tinha um olhar apagado, mas Raquel era bonita de corpo e de rosto. 18 Jacó ficou enamorado de Raquel e disse a Labão: “Eu te servirei sete anos por Raquel, tua filha mais nova”. 19 Labão respondeu: “É melhor confiá-la a ti do que entregá-la a um estranho. Fica comigo”. 20 Jacó serviu por Raquel sete anos, que lhe pareceram dias, tanto era o amor por ela. 21 Jacó disse a Labão: “Dá-me minha mulher, pois completou-se o tempo e quero viver com ela”. 22 Labão reuniu todos os homens do lugar e deu um banquete. 23 Chegada a noite, porém, tomou a filha Lia e levou-a a Jacó, que dormiu com ela. 24 (Labão dera à filha Lia a escrava Zelfa, para lhe servir de criada.) 25 Ao amanhecer, Jacó viu que era Lia e disse a Labão: “Por que fizeste isso comigo? Não te servi por Raquel? Por que me enganaste?” 26 E Labão respondeu: “Não é costume em nosso lugar dar a filha mais nova antes da mais velha. 27 Termina esta semana de festa e depois te será dada também a outra pelo serviço que me prestarás durante outros sete anos”.
28
Assim o fez Jacó. Completada a semana, Labão deu-lhe por mulher sua filha Raquel, 29 e com ela a escrava Bala para servi-la como criada. 30 Jacó se uniu também a Raquel e amou Raquel mais do que Lia. Por ela serviu mais sete anos.

Deus dá filhos a Jacó

31 Quando o Senhor viu que Lia era desprezada, tornou-a fecunda, ao passo que Raquel permaneceu estéril. 32 Lia concebeu e deu à luz um filho, a quem chamou Rúben, pois dizia: “Agora que o Senhor olhou para minha aflição, meu marido me amará”. 33 Concebeu de novo e deu à luz outro filho, dizendo: “O Senhor ouviu que eu era desprezada e deu-me mais este”. E deu-lhe o nome de Simeão. 34 Concebeu outra vez e deu à luz um filho e disse: “Desta vez meu marido se apegará a mim, pois lhe dei três filhos”. Por isso o chamou Levi. 35 Concebeu novamente e deu à luz um filho, dizendo: “Agora sim posso louvar o Senhor”. Por isso o chamou Judá. E parou de ter filhos.

30 1 Vendo que não conseguia dar filhos a Jacó, Raquel ficou com ciúmes da irmã e disse a Jacó: “Dá-me filhos, senão eu morro!” 2 Jacó irritou-se com Raquel e lhe disse: “Por acaso estou no lugar de Deus que te fez estéril?” 3 Ela respondeu: “Aí tens minha escrava Bala. Une-te a ela para dar à luz sobre os meus joelhos. Assim terei filhos também eu por meio dela”. 4 Deu-lhe, pois, a escrava por mulher e Jacó se uniu a ela. 5 Bala concebeu e deu a Jacó um filho. 6 Raquel disse: “Deus me fez justiça, atendeu meu pedido e deu-me um filho”. Por isso, chamou-o Dã. 7 Bala, escrava de Raquel, concebeu outra vez e deu um segundo filho a Jacó. 8 E Raquel disse: “Batalhas sobre-humanas travei com minha irmã e a venci”. Por isso o chamou Neftali.
9
Percebendo que tinha parado de ter filhos, Lia tomou a escrava Zelfa e a deu a Jacó por mulher. 10 Zelfa, escrava de Lia, deu a Jacó um filho. 11 E Lia disse: “Que sorte!” e chamou-o Gad. 12 Zelfa, escrava de Lia, deu um segundo filho a Jacó. 13 Lia disse: “Para felicidade minha, pois as mulheres me felicitarão”; e chamou-o Aser.
14
Certo dia, na época da colheita do trigo, Rúben saiu e achou no campo umas mandrágoras. Ele as trouxe para Lia, sua mãe. Raquel disse a Lia: “Dá-me por favor algumas mandrágoras de teu filho”. 15 Lia respondeu: “Ainda te parece pouco tirar-me o marido, para quereres tirar-me também as mandrágoras que meu filho me deu?” – “Pois bem”, disse Raquel, “que Jacó durma esta noite contigo em troca das mandrágoras de teu filho”. 16 Quando Jacó voltou do campo pela tarde, Lia saiu-lhe ao encontro e disse: “Dorme comigo, pois comprei este direito em troca de algumas mandrágoras de meu filho”. E Jacó dormiu aquela noite com ela. 17 Deus atendeu Lia, que concebeu e deu a Jacó o quinto filho. 18 Lia disse: “Deus me recompensou por ter dado minha escrava a meu marido”. E deu ao filho o nome de Issacar. 19 Lia concebeu de novo e deu a Jacó o sexto filho 20 e disse: “Deus me fez um belo presente. Agora meu marido me honrará, pois dei-lhe seis filhos”. E chamou-o Zabulon. 21 Depois deu à luz uma filha, que ela chamou Dina. 22 Então Deus se lembrou de Raquel. Deus a atendeu, tornando-a fecunda. 23 Ela concebeu e deu à luz um filho e disse: “Deus retirou a minha desonra”. 24 Ela lhe deu o nome de José, pois disse: “Que o Senhor me dê mais um filho”.

Deus dá prosperidade a Jacó

25 Quando Raquel deu à luz José, Jacó disse a Labão: “Deixa-me ir para meu lugar, para minha terra. 26 Dá-me as mulheres, pelas quais te servi, e os meus filhos, pois vou partir. Bem sabes o quanto trabalhei para ti”. 27 Labão respondeu: “Sem dúvida fui favorecido com a tua presença: fiquei sabendo, por adivinhação, que o Senhor me abençoou por causa de ti. 28 Fixa o teu salário, e eu te pagarei”. 29 Jacó respondeu: “Sabes muito bem como te servi e como os rebanhos se desenvolveram sob os meus cuidados. 30 Era pouco o que possuías antes de minha chegada. Mas tudo aumentou consideravelmente, e o Senhor te abençoou por minha causa. Agora já é tempo de eu fazer algo também para minha família”. 31 Labão lhe disse: “Dize-me o que te devo dar”. “Não tens de me dar nada – respondeu Jacó – senão fazer o que vou dizer-te. Voltarei a apascentar e guardar teu rebanho. 32 Hoje vou passar por toda a criação e separar todo animal escuro entre os cordeiros e todo animal malhado ou listrado entre as cabras. Eles serão meu salário. 33 A minha honestidade ficará comprovada quando chegar o dia de receber o salário: todo animal meu que não for malhado ou listrado entre as cabras, ou escuro entre os cordeiros, seja considerado roubo”. 34 E Labão respondeu: “Pois bem, seja como dizes”.
35
Naquele mesmo dia Labão separou todos os bodes com malhas ou listras, todas as cabras malhadas ou com manchas brancas e os cordeiros de tonalidade escura e os entregou a seus filhos. 36 Colocou-os à distância de uns três dias de onde estava Jacó, o qual continuou a apascentar o resto do rebanho de Labão.
37
Jacó colheu varas verdes de álamo, de amendoeira e de plátano. Fez nelas algumas incisões e as descascou, deixando o branco das varas a descoberto. 38 Colocou depois as varas assim descascadas nos bebedouros, no lugar onde os animais iam beber e onde se acasalavam. 39 Assim, as fêmeas que eram cobertas diante das varas davam crias listradas, raiadas ou malhadas. 40 Jacó separava então esses cordeiros e dirigia as ovelhas para o que havia de listrado e escuro no rebanho de Labão. Assim constituiu um rebanho separado, que ele não deixava misturar-se com as ovelhas de Labão. 41 E sempre que as fêmeas vigorosas entravam em cio, Jacó punha as varas à vista, nos bebedouros, para que se acasalassem diante das varas. 42 Diante das fracas, porém, não as punha, e assim as crias fracas eram de Labão e as?fortes de Jacó. 43 Deste modo Jacó tornou-se muito rico, dono de numerosos rebanhos,?de escravos e escravas, de camelos e jumentos.

Jacó deixa Labão


Gênesis (CNB) 24