AUDIÊNCIAS 2002

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 6 de março de 2002

A alegria das criaturas de Deus pela Sua providência




1. A nossa viagem pelos Salmos da Liturgia das Laudes leva-nos agora a um hino, que nos seduz sobretudo pelo maravilhoso quadro primaveril da última parte (cf. Sl Ps 64,10-14), um cenário cheio de vigor, esmaltado de cores, percorrido por vozes de alegria.

Na realidade, o Salmo 64 tem uma estrutura mais ampla, fruto do entrelaçamento de duas tonalidades diferentes: em primeiro lugar, sobressai o tema histórico do perdão dos pecados e do acolhimento junto de Deus (cf. vv. 2-5); depois, é feita menção do tema cósmico da acção de Deus em relação aos mares e aos montes (cf. vv. 6-9a); por fim, é desenvolvida a descrição da primavera (cf. vv. 9b-14): no panorama cheio de sol e árido do Próximo Oriente, a chuva fecundante é a expressão da fidelidade do Senhor à criação (cf. Sl Ps 103,13-16). Para a Bíblia, a criação é a sede da humanidade e o pecado é um atentado à ordem e à perfeição do mundo. Portanto, a conversão e o perdão dão de novo integridade e harmonia ao cosmos.

2. A primeira parte do Salmo leva-nos ao interior do templo de Sião. Ali acorre o povo com o seu montão de misérias morais, para invocar a libertação do mal (cf. Sl Ps 64,2-4). Uma vez obtida a absolvição das culpas, os fiéis sentem-se hóspedes de Deus, próximos d'Ele, prontos para serem admitidos à sua mesa e para participarem na festa da intimidade divina (cf. vv. 4b-5).

Depois, o Senhor que se eleva no templo é representado com um perfil glorioso e cósmico. De facto, diz-se que Ele é a "esperança dos confins da terra e dos mares longínquos... firma as montanhas com a Sua força... aplaca o bramido dos mares, o estrondo das vagas... os que habitam os confins da terra tremem perante os Seus prodígios", do Oriente até ao Ocidente (cf. vv. 6-9).

3. No interior desta celebração de Deus Criador, encontramos um acontecimento que desejo realçar: o Senhor consegue dominar e silenciar até o estrondo das águas do mar, que na Bíblia simbolizam a desordem, em oposição à ordem da criação (cf. Jb Jb 38,8-11). Eis a forma de exaltar a vitória divina não só sobre o nada, mas também sobre o mal: por este motivo ao "bramido do mar" e ao "estrondo das suas ondas" associa-se também "o tumulto dos povos" (cf. Sl Ps 64,8), isto é, a rebelião dos soberbos.

Santo Agostinho comenta de maneira eficaz: "O mar representa o mundo actual: amargo de salsugem, agitado pela tempestade, onde os homens com a sua cupidez pervertida e desordenada, se tornam como os peixes que se devoram uns aos outros. Olhai para este mar agitado, para este mar amargo, cruel com as suas ondas!... Irmãos, não nos comportemos assim, porque o Senhor é a esperança de todos os confins da terra" (Exposição sobre os Salmos II, Roma 1990, pág. 475).

A conclusão que o Salmo nos sugere é fácil: aquele Deus, que elimina a confusão e o mal do mundo e da história, pode vencer e perdoar a maldade e o pecado que o orante leva consigo e apresenta no templo, com a certeza da purificação divina.

4. A este ponto, entram no cenário as outras águas: as da vida e da fecundidade, que na Primavera regam a terra e, em pensamento, representam a vida nova do fiel perdoado. Os versículos finais do Salmo (cf. Sl Ps 64,10-14), como se dizia, encerram uma grande beleza e significado. Deus mata a sede da terra fendida pela aridez e pelo gelo do inverno, dessedentando-a com a chuva. O Senhor é semelhante a um agricultor (cf. Jo Jn 15,1), que faz crescer o grão e nascer a erva com o seu trabalho. Prepara o terreno, irriga os sulcos, revira os torrões, rega todas as partes do seu campo.

O Salmista usa dez verbos para descrever esta amorosa acção do Criador em relação à terra, que é transfigurada numa espécie de criatura viva. De facto, "tudo canta a brada de alegria" (Ps 64,14). A este propósito, são sugestivos os três verbos relacionados com o símbolo da veste: "as colinas revestem-se de alegria, os campos cobrem-se de rebanhos, e os vales enchem-se de trigais" (vv. 13-14). A imagem é a de uma pradaria salpicada pela candura das ovelhas; as colinas revestem-se talvez com os vinhedos, sinal de alegria pelo seu produto, o vinho, que "torna alegre o coração do homem" (Ps 103,15); os vales revestem-se com o manto dourado das searas. O versículo 12 recorda a coroa, que poderia fazer pensar nas grinaldas dos banquetes, colocadas na cabeça dos convidados (cf. 28, 1.5).

5. Todas juntas, as criaturas, como que numa procissão, dirigem-se ao Criador e Soberano, dançando e cantando, louvando e rezando. Mais uma vez a natureza torna-se um sinal eloquente da acção divina; é uma página aberta para todos, pronta para manifestar a mensagem nela delineada pelo Criador, porque "pela beleza e grandeza das criaturas pode chegar-se, por analogia, ao conhecimento do seu Autor" (Sg 13,5 cf. Rm Rm 1,20). Contemplação teológica e abandono poético fundem- se juntos neste poema e tornam-se adoração e louvor.

Mas o encontro mais intenso, o que o Salmista tem em vista com todo o seu cântico, é aquele que une criação e redenção. Como a terra na Primavera ressurge pela acção do Criador, assim o homem ressurge do seu pecado pela acção do Redentor. Criação e história estão de tal forma sob o olhar providencial e salvífico do Senhor, que vence as águas agitadas e destruidoras e dá a água que purifica, fecunda e mata a sede. De facto, o Senhor "cura os atribulados de coração e pensa-lhe as chagas", mas também "cobre os céus com as nuvens e... prepara a chuva para a terra;... faz crescer as ervas nas montanhas" (Ps 146,3 Ps 146,8).

Desta forma, o Salmo torna-se um cântico à graça divina. É ainda Santo Agostinho quem, ao comentar o nosso Salmo, recorda este dom transcendente e único: "O Senhor nosso Deus diz ao teu coração: eu sou a tua riqueza. Não te preocupes com aquilo que o mundo te promete, mas com o que te promete o Criador do mundo! Está atento ao que Deus te promete, se observares a justiça; e despreza aquilo que o homem te promete para te afastar da justiça. Não te preocupes, portanto, com aquilo que o mundo promete! Tem antes em consideração o que o Criador do mundo promete" (l.c., pág. 481).

Saudação do Santo Padre


Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos de língua francesa, em particular aos responsáveis europeus da Pastoral dos Migrantes. Que Cristo, vencedor do pecado e do mal, abra os vossos corações à riqueza da misericórdia divina, afim de que as vossas vidas dêem frutos abundantes de santidade e de solidariedade. De boa vontade concedo a todos a Bênção Apostólica.

Dirijo a minha saudação especial a todos os grupos de estudantes presentes na audiência de hoje, incluindo os seminaristas do Seminário Nacional do Beato João XXIII, em Massachussetts. Convido-vos a abrir-vos à graça de Cristo, especialmente como preparação para a Páscoa, para que possa ser cheia de alegria e de paz. Sobre todos os peregrinos e visitantes de língua inglesa, em particular os da Dinamarca e dos Estados Unidos, invoco as abundantes bênçãos de Deus.

Saúdo com afecto os visitantes de língua espanhola, em particular os peregrinos de Madrid e de diversos Países latino-americanos. Que o nosso respeito e amor pela criação se transforme num cântico de agradecimento e de louvor a Deus.
Muito obrigado.

Saúdo agora todos os peregrinos belgas e holandeses. Desejo que a vossa peregrinação aos túmulos dos Apóstolos durante este período da Quaresma seja uma boa preparação espiritual para a celebração da Páscoa. Concedo-vos do coração a Bênção Apostólica.
Seja louvado Jesus Cristo!

Caríssimos Irmãos e Irmãs, obrigado por esta vossa visita e pelas orações que tendes feito pelo meu completo restabelecimento. Meditámos em conjunto a Palavra de Deus tirada do Salmo 64. Ela convida-nos a não nos determos naquilo que o mundo promete, mas a considerar antes o que promete o criador do mundo. É com estes sentimentos que vos exorto a confiar sempre na Providência divina, fonte de paz e de serenidade.

Continuemos a percorrer o itinerário quaresmal, com o olhar voltado para Cristo, que podemos encontrar na intimidade da oração. Dirijo a cada um de vós a minha saudação afectuosa, com um pensamento particular para os jovens, os doentes e os novos casais.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 13 de março de 2002

Deus renova os prodígios do seu amor




Queridos irmãos e irmãs,

1. A Liturgia, ao inserir nas Laudes de uma manhã o Salmo 76 que acabamos de proclamar, deseja recordar-nos que o início do dia nem sempre é luminoso. Assim como alvorecem dias tenebrosos, nos quais o céu está coberto de nuvens e ameaçado pela tempestade, assim também a nossa vida conhece dias repletos de lágrimas e de receio. Por isso, já no alvorecer a oração se torna lamento, súplica e invocação de ajuda.

O nosso Salmo é, precisamente, uma oração que se eleva para Deus com insistência, profundamente animada pela confiança, aliás, pela certeza da intervenção divina. De facto, para o Salmista o Senhor não é um imperador impassível, confinado no seu luminoso céu, indiferente às nossas vicissitudes. Desta impressão, que por vezes nos oprime o coração, surgem perguntas tão amarguradas que fazem vacilar a fé: "Deus está a desmentir o seu amor e a sua eleição?

Esqueceu-se dos tempos em que nos amparava e nos fazia felizes?". Como veremos, estas perguntas desaparecerão devido a uma renovada confiança em Deus, redentor e salvador.

2. Sigamos, então, o desenvolvimento desta oração que começa com uma tonalidade dramática, na angústia, para depois, pouco a pouco, se abrir à serenidade e à esperança. Eis diante de nós, em primeiro lugar, a lamentação sobre o presente triste e sobre o silêncio de Deus (cf. vv. 2-11). É dirigido ao céu, aparentemente mudo, um brado que pede ajuda, as mãos elevam-se em súplica, o coração desfalece devido às aflições. Nas noites em que não se dorme, feitas de lágrimas e de orações, "volta ao coração" um cântico, como diz o versículo 7, uma estrofe desconfortada ressoa continuamente no fundo da alma.

Quando o sofrimento chega ao ápice e se deseja afastar o cálice do sofrimento (cf. Mt Mt 26,39), as palavras explodem e tornam-se perguntas dilacerantes, como já se disse (cf. Sl Ps 76,8-11). Este brado interpela o mistério de Deus e do seu silêncio.

3. O Salmista pergunta porque é que o Senhor o recusa, porque mudou o seu rosto e o seu modo de agir, esquecendo o amor, a promessa de salvação e a ternura misericordiosa. "A direita do Altíssimo", que realizara os prodígios salvíficos do Êxodo, parece estar paralisada (cf. v. 11). E este é um verdadeiro e próprio "tormento", que faz vacilar a fé de quem reza.

Se fosse assim, Deus seria irreconhecível, tornar-se-ia um ser cruel ou uma presença como a dos ídolos, que não sabem salvar porque são incapazes, indiferentes e impotentes. Nos versículos da primeira parte do Salmo 76 encontra-se todo o drama da fé no tempo das provações e do silêncio de Deus.

4. Mas há motivos de esperança. É o que sobressai na segunda parte da súplica (cf. vv. 12-21), semelhante a um hino destinado a repropor a confirmação corajosa da própria fé também nos dias tenebrosos do sofrimento. Canta-se o passado de salvação, que teve a sua epifania de luz na criação e na libertação da escravidão do Egipto. O presente amargo é iluminado pela experiência salvífica do passado, que é uma semente lançada na história: ela não morreu, mas simplesmente foi sepultada, para depois germinar (cf. Jo Jn 12,24).

Por conseguinte, o Salmista recorre a um importante conceito bíblico, o do "memorial", que não é apenas uma vaga recordação confortadora, mas é a certeza de uma acção divina que nunca virá a faltar: "Tenho na memória as gestas do Senhor, lembro-me das Suas maravilhas" (Ps 76,12).

Professar a fé nas obras de salvação do passado faz ter fé em tudo o que o Senhor é constantemente e, portanto, também no tempo presente. "Ó Deus, santos são os Vossos caminhos... Vós sois o Deus que opera prodígios" (vv. 14-15). Assim o presente, que parecia não ter futuro nem luz, é iluminado pela fé em Deus e aberto à esperança.

5. A fim de apoiar esta fé o Salmista provavelmente cita um hino mais antigo, talvez cantado na liturgia do templo de Sião (cf. vv. 17-20). É uma clamorosa teofania na qual o Senhor entra na história, agitando a natureza e sobretudo as águas, símbolo da confusão, do mal e do sofrimento. É muito bonita a imagem do caminho de Deus sobre as águas, sinal do seu triunfo sobre as forças negativas: "Sobre o mar foi o Vosso caminho, e a Vossa senda, no meio de águas caudalosas, sem que se conhecesse o Vosso caminho" (v. 20). E o pensamento dirige-se para Cristo que caminha sobre as águas, símbolo eloquente da sua vitória sobre o mal (cf. Jo Jn 6,16-20).

Por fim, recordamos que Deus guiou o seu povo, "como um rebanho", "pela mão de Moisés e de Aarão" (Ps 76,21), o Salmo leva-nos implicitamente a uma certeza: Deus conduzir-nos-á de novo à salvação. A sua mão poderosa e invisível estará connosco através da mão visível dos pastores e dos guias por Ele estabelecidos. O Salmo, que começou com um brado de sofrimento, no final suscita sentimentos de fé e de esperança no grande pastor das nossas almas (cf. He 13,21 1P 2,25).

Saudações

Com afecto, saúdo os peregrinos de língua portuguesa, confio à Virgem Mãe a vossa caminhada quaresmal para a Pácoa, invocando, com a minha Bênção sobre os presentes e seus familiares, a abundância das graças da Redenção.

Acolho com alegria os peregrinos de língua francesa, em particular os grupos de Irmãos da Instrução Cristã, assim como os jovens dos Colégios de Rueil-Malmaison e de Loquidy. Que a vossa peregrinação a Roma possa reavivar a vossa fé e renovar a vossa vida cristã. Com a Bênção Apostólica.

Desejo saudar os estudantes de Latim da Katedralskolan em Skara, na Suécia, e os estudantes da Egmont Hojskollen, na Dinamarca. Agradeço ao Coro de Phoenix pelas suas canções em louvor do Senhor. Sobre todos os peregrinos e visitantes de língua inglesa presentes nesta Audiência, especialmente os que vieram da Inglaterra, Japão e Estados Unidos, invoco do coração a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua espanhola, em particular as Senhoras e Cavalheiros de Nossa Senhora do Pilar, de Saragoça. Perante a proximidade da celebração da Páscoa, convido todos a prepararem-se interiormente para renovar as promessas do próprio Baptismo, que nos inunda com a luz de Deus, ao incorporar-nos em Cristo na vida da divina graça.
Obrigado pela vossa atenção.

Saúdo do coração os fiéis húngaros, em primeiro lugar os que vieram de Budapeste. A Quaresma seja para vós um tempo de renovação espiritual. Do coraçã vos concedo a Bênção Apostólica.
Seja louvado Jesus Cristo!

Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos de língua italiana: o Cardeal Severino Poletto, Arcebispo de Turim, e em particular aos fiéis que trazem a Chama Beneditina da paz e são acompanhados por D. Riccardo Fontana, Arcebispo de Espoleto-Núrsia. Ela partiu este ano dos Estados Unidos da América, depois de ter sido acesa pelo Cardeal Edward Egan, Arcebispo de Nova Iorque. Como símbolo da paz, esta chama permanece hoje junto dos túmulos dos Apóstolos, e continuará depois, indo para Núrsia. Caríssimos, faço votos para que essa significativa iniciativa suscite em todos um generoso compromisso pela solidariedade e pela paz.

Uma saudação, agora, para os militares do Centro de Cavalaria da Área de Viterbo e aos soldados da aviação do Aeroporto "Fabri" de Viterbo.

Saúdo os fiéis da comunidade paroquial do Santíssimo Redentor em Ruvo de Puglia, vindos aqui na ocasião do centenário da fundação da sua paróquia, com o Pároco e com o Bispo diocesano, D. Luís Martella. Desejo que essa feliz ocorrência torne a vossa comunidade cristã um lugar privilegiado de profunda formação espiritual.

O meu pensamento vai, por fim, para os jovens, os doentes e os novos casais.

O caminho quaresmal que estamos a percorrer vos conduza, caros jovens, à maturidade da fé em Cristo; faça crescer em vós, queridos doentes, a esperança em Cristo crucificado que sempre nos defende nas provações; vos ajude, amados novos casais, a fazer da vossa vida uma missão de amor fiel e generoso.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 20 de março de 2002

A alegria e a esperança dos humildes encontra-se em Deus




Caríssimos Irmãos e Irmãs

1. Uma voz feminina orienta-nos hoje na oração de louvor ao Senhor da vida. De facto, na narração do Primeiro Livro de Samuel, é Ana quem entoa o hino que acabamos de proclamar, depois de ter oferecido ao Senhor o seu menino, o pequeno Samuel. Ele será profeta em Israel e assinalará com a sua acção a passagem do povo hebraico para uma nova forma de governo, a monárquica, que terá como protagonistas o desventurado rei Saul e o glorioso rei David. Ana deixará atrás de si uma história de sofrimentos porque, como diz a narração, o Senhor "tinha-a feito estéril" (1S 1,5).

No antigo Israel a mulher estéril era considerada como um ramo seco, uma presença morta, também porque impedia que o marido tivesse uma continuidade na recordação das gerações seguintes, um facto importante numa visão ainda incerta e obscura do além.

2. Mas Ana tinha posto a sua confiança no Deus da vida e rezara da seguinte forma: "Senhor dos exércitos, se Vos dignardes olhar para a aflição da Vossa serva e Vos lembrardes de mim; se não Vos esquecerdes da Vossa escrava e lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias da minha vida" (v. 11). E Deus ouviu o brado desta mulher humilhada, dando-lhe precisamente Samuel: o ramo seco produziu um rebento vivo (cf. Is Is 11,1); o que era impossível aos olhos humanos tornou-se uma realidade palpitante naquela criança que iria ser consagrada ao Senhor.

O cântico de agradecimento, que veio aos lábios desta mãe, será retomado e reelaborado por outra mãe, Maria, que, permanecendo virgem, irá gerar por obra do Espírito de Deus. Com efeito, o Magnificat da mãe de Jesus deixa entrever em filigrana o cântico de Ana que, precisamente por isso, é chamado "o Magnificat do Antigo Testamento".

3. Na realidade, os estudiosos fazem notar que o autor sagrado pôs nos lábios de Ana uma espécie de salmo real, cheio de citações ou alusões a outros Salmos.

Sobressai em primeiro plano a imagem do rei hebraico, invadido por adversários mais poderosos, mas que no final é salvo e triunfa porque, ao seu lado, o Senhor quebra o arco dos fortes (cf. 1S 2,4). É significativo o final do cântico quando, numa solene epifania, entra em cena o Senhor: "Tremerão diante do Senhor os seus inimigos! Trovejará do céu sobre eles. O Senhor julga os últimos confins da terra! Ele dará o império ao Seu Rei, e exaltará o poder do Seu ungido" (v. 10). Em hebraico, a última palavra é precisamente "Messias", isto é "ungido", que permite transformar esta oração real em cântico de esperança messiânica.

4. Desejaríamos realçar dois temas neste hino de agradecimento que exprime os sentimentos de Ana. O primeiro dominará também o Magnificat de Maria e é a transformação do destino realizada por Deus. Os fortes são humilhados, os fracos "revestidos de vigor"; os saciados vão desesperadamente à procura de alimento e os famintos sentam-se para um banquete sumptuoso; o pobre é arrancado da poeira e recebe "um trono de glória" (cf. vv. 4.8).

É fácil sentir nesta antiga oração a orientação das sete acções que Maria vê realizar na história por Deus Salvador: "Exerceu a força com o Seu braço e aniquilou os que se elevavam no seu próprio conceito. Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e aos ricos despediu-os com as mãos vazias. Tomou a Seu cuidado Israel, Seu servo" (Lc 1,51-54).

É uma profissão de fé pronunciada pelas duas mães em relação ao Senhor da história, que se manifesta em defesa dos últimos, dos pobres e infelizes, dos ofendidos e dos humilhados.

5. Outro tema que desejamos esclarecer relaciona-se ainda mais com a figura de Ana: "A estéril foi mãe de sete filhos e a mulher que tinha muitos filhos deixou de conceber" (1S 2,5). O Senhor que inverte os destinos é também aquele que está na origem da vida e da morte. O seio estéril de Ana era semelhante a um túmulo; e não obstante Deus fez germinar nele a vida, porque ele "tem nas Suas mãos a alma de todo o ser vivente, e o sopro de vida de todos os homens" (Jb 12,10). Em continuidade, canta-se logo a seguir: "O Senhor é que dá a morte e a vida, leva à habitação dos mortos e tira dela" (1S 2,6).

A esperança já não diz respeito apenas à vida do menino que nasce, mas também à que Deus pode fazer desabrochar depois da morte. Desta forma, abre-se um horizonte quase "pascal" de ressurreição. Isaías cantará: "Os vossos mortos reviverão, os seus cadáveres ressuscitarão, despertarão jubilosos os que jazem no sepulcro! Porque o vosso orvalho é um orvalho de luz, e a terra das sombras dará à luz" (Is 26,19).

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, e em particular as professoras e as alunas do Colégio Mira Rio, de Lisboa. Ao desejar a todas uma feliz Páscoa, concedo de bom grado, a vós e às vossas famílias, a minha mais ampla Bênção apostólica.

Agora saúdo todos os peregrinos belgas e holandeses.

Formulo votos a fim de que a vossa peregrinação aos túmulos dos Apóstolos durante este período de Quaresma seja uma boa preparação espiritual para a celebração da Páscoa. Concedo-vos a Bênção apostólica do íntimo do coração. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo cordialmente os peregrinos húngaros, de modo especial os pastores das Igrejas calvinista e evangélica.
Vivemos o período da preparação para poder festejar dignamente a morte e a ressurreição de nosso Senhor.
Para esta preparação, concedo-vos de coração a Bênção apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Dou as cordiais boas-vindas aos peregrinos checos de Olomouc. Possa esta vossa peregrinação aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo revigorar a vossa fé e amor a Cristo e à sua Igreja.
Abençoo-vos com o amor paterno no coração. Louvado seja Jesus Cristo!

Sede bem-vindos, peregrinos eslovacos de Bratislava!
Irmãos e Irmãs, o tempo da Quaresma exorta-vos a todos a reconhecer Jesus Cristo como nossa esperança suprema. Convido-vos a ser, no mundo, testemunhas fiéis da Boa Nova da Redenção. É de bom grado que vos abençoo, a vós e às vossas famílias na Pátria.
Louvado seja Jesus Cristo!

É-me grato saudar os peregrinos de língua francesa, em particular os jovens do Centro "Madeleine Daniélou", de Rueil-Malmaison, da Escola de Santa Maria, de Neuilly, e os outros grupos de jovens vindos da França. A vossa peregrinação vos confirme na alegria de ser cristãos! Concedo-vos a minha Bênção apostólica!

É-me grato dar as calorosas boas-vindas a todos os visitantes de expressão inglesa, presentes nesta Audiência. Em particular, saúdo a Delegação do Ministério do Interior, do Reino da Tailândia. Sobre todos vós, especialmente os peregrinos vindos da Dinamarca, do Japão e dos Estados Unidos da América, invoco a alegria e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo todos os fiéis de língua espanhola e, de modo especial, os alunos do Instituto "Rey Don García", de Nájera (La Rioja), do Colégio "La Inmaculada" de Cartagena e do Liceu Europeu, de Madrid, assim como os fiéis argentinos aqui presentes. A todos desejo uma fecunda participação na Semana Santa, já iminente, e uma alegre celebração da Páscoa.

Ao dirigir a palavra aos peregrinos de língua italiana, o meu pensamento volta-se para o Prof. Marco Biagi, barbaramente assassinado ontem à noite em Bolonha, perto da sua casa, quando voltava do trabalho. Enquanto exprimo aos seus familiares a minha proximidade espiritual neste trágico momento de dor, elevo ao Senhor a minha prece de sufrágio pela alma do saudoso economista. Ao deplorar com toda a firmeza esta nova manifestação de violência insensata, faço votos para que na querida Nação italiana se consolide um clima de compreensão entre as partes sociais, em ordem a uma solução pacífica dos problemas existentes.

Agora, dirijo uma saudação especial aos participantes na peregrinação do Santuário de Nossa Senhora da Guarda, em Génova. Caríssimos, encorajo-vos a continuar o vosso compromisso de adesão a Cristo, para oferecer um corajoso testemunho do Evangelho em cada um dos âmbitos da sociedade, inspirando-vos no exemplo de virtude da Virgem Maria, modelo de perfeição cristã.
Depois, saúdo as Religiosas que frequentam o curso promovido pela União das Superioras Maiores da Itália, e os fiéis das várias paróquias.

Enfim, saúdo os jovens, os doentes e os novos casais.

Ontem, a Liturgia fez-nos celebrar a festividade de São José, homem justo, sempre disposto a cumprir a vontade de Deus.

Exorto-vos a vós, queridos jovens, especialmente a vós estudantes provenientes de várias localidades, a imitá-lo para poderdes corresponder todos os dias aos desejos do Senhor. São José vos ajude a vós, dilectos doentes, a tirar do sofrimento o ensejo para cooperar no amor de Deus que salva o homem. E formulo-vos a vós, estimados novos casais, os votos de um amor casto e fecundo, que se alimente da oração e da fidelidade quotidiana aos desígnios divinos.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 27 de março de 2002

Rumo a uma humanidade nova redimida por Cristo morto e ressuscitado por nós




Queridos Irmãos e Irmãs,

1. Amanhã começa o Tríduo pascal, que nos fará reviver o acontecimento central da nossa salvação. Serão dias de oração e meditação mais intensos, durante os quais reflectiremos, ajudados pelos sugestivos ritos da Semana Santa, sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo.

No Mistério pascal encontra-se o sentido e o cumprimento da história humana. "É por isso realça o Catecismo da Igreja Católica que a Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a "festa das festas", a "Solenidade das solenidades", como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (grande sacramento). Santo Atanásio chama-lhe "o grande domingo", tal como a Semana Santa é chamada no Oriente "a semana maior". O mistério da Ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra o nosso velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo lhe seja submetido" (n. 1169).

2. Amanhã, Quinta-Feira Santa, contemplaremos Cristo que no Cenáculo, na vigília da sua paixão, Se entregou a Si mesmo à Igreja, instituiu o sacerdócio ministerial e deu aos seus discípulos o mandamento novo, o mandamento do amor. No sacramento da Eucaristia Ele quis permanecer connosco, tornando-se nosso alimento de salvação. Depois da sugestiva Santa Missa in Cena Domini, estaremos em vigilante adoração com o Senhor, obedientes ao desejo que Ele manifestou aos Apóstolos no Horto das Oliveiras: "Ficai aqui e vigiai comigo" (Mt 26,38).

Na Sexta-Feira Santa percorreremos de novo os trágicos acontecimentos da paixão do Redentor até à crucifixão no Gólgota. A adoração da Cruz permitir-nos-á compreender mais profundamente a misericórdia infinita de Deus. Passando conscientemente aquele grande sofrimento, o Filho unigénito do Pai fez-se anúncio definitivo de salvação para a humanidade. Sem dúvida, o caminho da Cruz é difícil! Mas só nele nos é confiado o Mistério da morte que dá a vida.

Depois, o clima recolhido e silencioso do Sábado Santo oferecer-nos-á a ocasião de esperar, rezando com Maria, o acontecimento glorioso da Ressurreição, revivendo já a alegria profunda.
Na Vigília pascal, no cântico do "Glória" será revelado o esplendor do nosso destino: formar uma humanidade nova, redimida por Cristo morto e ressuscitado por nós.

Quando no dia da Páscoa nas Igrejas de todas as regiões da terra se cantar "Dux vitae mortuus regnat vivus", "o Senhor da vida estava morto; mas agora, vivo, triunfa" (Sequência), poderemos compreender e amar profundamente a Cruz de Cristo: sobre ela, venceu de uma vez por todas o pecado e a morte!

3. No Tríduo pascal fixaremos o olhar, de modo mais intenso, no rosto de Cristo. Rosto sofredor e agonizante, que nos faz compreender melhor a dramaticidade dos acontecimentos e das situações que, também nestes dias, afligem a humanidade; Rosto resplandecente de luz, que abre à nossa existência uma esperança renovada.

Na Carta Apostólica Novo millennio ineunte escrevi: "Passados dois mil anos destes acontecimentos, a Igreja revive-os como se tivessem sucedido hoje. No rosto de Cristo, ela a Esposa contempla o seu tesouro, a sua alegria. "Dulcis Iesu memoria, dans vera cordis gaudia": "Como é doce a recordação de Jesus, fonte de verdadeira alegria do coração!"" (n. 28).
No Getsémani sentir-nos-emos em sintonia particular com todos os que estão sob o peso da angústia e da solidão. Ao meditar o processo ao qual Jesus foi submetido, recordaremos todos os que são perseguidos devido à sua fé e por causa da justiça.

Acompanhando Cristo até ao Gólgota, através do caminho doloroso, a nossa oração elevar-se-á confiante por quem sofre no corpo e no espírito o peso do mal e do pecado.

Na hora suprema do sacrifício do Filho de Deus, colocaremos confiantes aos pés da Cruz o anseio pelo qual aspiram todos os corações: o desejo da paz!

Maria Santíssima, que seguiu fielmente o seu Filho até aos pés da Cruz, fará com que, depois de ter contemplado juntamente com ela o rosto sofredor de Cristo, gozemos da luz e da alegria que promanam do rosto resplandecente do Ressuscitado. Estes são os meus votos: que seja um Tríduo verdadeiramente Santo, para vivermos uma Páscoa feliz e confortadora!



                                                                            Abril de 2002

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 3 de abril de 2002

A glória do Senhor no juízo




Caríssimos Irmãos e Irmãs:

1. A luz, a alegria e a paz, que no tempo pascal inundam a comunidade dos discípulos de Cristo e se difundem em toda a criação, invadem este nosso encontro, que tem lugar no clima intenso da Oitava de Páscoa. É o triunfo de Cristo sobre o mal e sobre a morte, que celebramos durante estes dias. Com a sua morte e a sua ressurreição, é estabelecido definitivamente o reino de justiça e de amor desejado por Deus.

É precisamente ao tema do reino de Deus que se refere a Catequese de hoje, dedicada à reflexão sobre o Salmo 97 [96]. Este Salmo começa com a solene proclamação: "O Senhor é Rei! A terra exulta e as numerosas ilhas alegram-se", e distingue-se como uma celebração do Rei divino, Senhor do cosmos e da história. Portanto, poderíamos dizer que nos encontramos na presença de um Salmo "pascal".

Sabemos como o anúncio do reino de Deus era importante na pregação de Jesus. Deus não é apenas o reconhecimento da dependência do ser criado em relação ao Criador; é também a convicção de que no interior da história estão inseridos um projecto, um desígnio e uma trama de harmonias e de bens, desejados por Deus. Tudo isto se realizou plenamente na Páscoa da morte e da ressurreição de Jesus.

2. Agora, percorramos o texto do Salmo, que a liturgia nos propõe na celebração das Laudes. Imediatamente depois da aclamação do Senhor rei, que ressoa como um toque de trombeta, abre-se diante do orante uma grandiosa epifania divina. Referindo-se ao uso de citações ou alusões a outros trechos dos Salmos ou dos Profetas, sobretudo de Isaías, o Salmista delineia a irrupção no cenário do mundo do grande Rei, que aparece circundado por uma série de ministros ou forças cósmicas: as nuvens, as trevas, o fogo e os relâmpagos.

Ao lado deles, outra série de ministros personifica a sua acção histórica: a justiça, o direito e a glória. O seu ingresso no cenário faz a criação estremecer. A terra exulta em todos os lugares, também nas ilhas, consideradas como a área mais remota (cf. v. 1). O mundo inteiro é iluminado por relâmpagos de luz e a terra estremece (cf. v. 4). Os montes que, segundo a cosmologia bíblica, encarnam as realidades mais antigas e sólidas, derretem-se como se fossem de cera (cf. v. 5), como já cantava o profeta Miqueias: "Olhai, o Senhor sai do seu lugar e desce... desfazem-se as montanhas e os vales derretem-se como cera junto do fogo" (1, 3-4). Nos céus ressoam hinos angélicos que exaltam a justiça, ou seja, a obra de salvação levada a cabo pelo Senhor para os justos. Enfim, toda a humanidade contempla a revelação da glória divina, ou seja, da misteriosa realidade de Deus (cf. Sl Ps 97 [96], 6), enquanto os "inimigos" isto é, os iníquos e os injustos, cedem perante a força irresistível do juízo do Senhor (cf. v. 3).

3. Depois da teofania do Senhor do universo, o Salmo descreve dois tipos de reacção diante do grande Rei e do seu ingresso na história. Por um lado, os idólatras e os ídolos caem por terra confusos e derrotados; por outro, os fiéis reunidos em Sião para a celebração litúrgica em honra do Senhor, elevam com alegria um hino de louvor. A cena dos "adoradores de estátuas" (cf. vv. 7-9) é essencial: os ídolos prostram-se diante do único Deus e os seus seguidores cobrem-se de vergonha. Os justos assistem exultantes ao juízo divino, que elimina a mentira e a falsa religiosidade, fontes de miséria moral e de escravidão. Eles entoam uma profissão de fé luminosa: "Porque Tu és, ó Senhor, o Altíssimo sobre a terra inteira, mais elevado do que todos os deuses" (v. 9).

4. Ao quadro que descreve a vitória sobre os ídolos e sobre os seus adoradores opõe-se aquele que poderíamos definir como o maravilhoso dia dos fiéis (cf. vv. 10-12). Com efeito, fala-se de uma luz que se levanta para o justo (cf. v. 11): é como se despontasse uma aurora de alegria, de festa e de esperança, também porque como se sabe a luz é símbolo de Deus (cf. 1Jn 1,5).
O profeta Malaquias declarava: "Para vós que temeis o Senhor brilhará o sol da justiça" (3, 20). À luz, associa-se a felicidade: "Alegria para os corações rectos. Justos, alegrai-vos com o Senhor e celebrai a sua memória santa!" (Ps 97 [96], 11-12).

O reino de Deus é uma fonte de paz e de serenidade, pois aniquila o império das trevas. Uma comunidade judaica contemporânea de Jesus cantava: "A injustiça vacila diante da justiça, como as trevas se afastam da luz; a injustiça desaparecerá para sempre e a justiça, como o sol, mostrar-se-á como princípio de ordem do mundo" (Livro dos mistérios, do Qumran: 1 Q 27, I, 5-7).

5. Antes de deixar o Salmo 97 [96], é importante encontrar nele, para além da face do Senhor Rei, também o rosto do fiel. Ele é descrito com sete traços, sinal de perfeição e de plenitude. Aqueles que esperam a vinda do grande Rei divino odeiam o mal e amam o Senhor, são os hasidim, ou seja, os fiéis (cf. v. 10), caminham pela senda da justiça e são rectos de coração (cf. v. 11), alegram-se diante das obras de Deus e dão graças ao santo nome do Senhor (cf. v. 12). Peçamos ao Senhor que estes traços espirituais brilhem inclusivamente nos nossos rostos.

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs!

Saúdo cordialmente os presentes e ouvintes de língua portuguesa, nomeadamente um grupo de peregrinos vindos de Portugal, com votos de paz e de alegria, e que Deus vos conceda, como fruto da Páscoa de Cristo, a abundância dos bens do Espírito Santo! Com a minha Bênção apostólica.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa, sobretudo os jovens de Reims e de Orleães. Que a luz de Cristo ressuscitado, vencedor do mal e da morte, encha o coração dos crentes de uma alegria profunda, fonte de confiança renovada e de dinamismo missionário! Concedo a todos de coração a Bênção apostólica.

Dou calorosas boas-vindas aos Irmãos Franciscanos de Brooklyn que realizam uma peregrinação a Roma e a Assis. Agradeço também aos Coros presentes o seu louvor a Deus com o canto.

Sobre todos os peregrinos e visitantes de língua inglesa presentes na Audiência de hoje, sobretudo os que provêm da Inglaterra, Irlanda, Japão e dos Estados Unidos da América, invoco cordialmente a graça e a paz do Senhor Ressuscitado.

Saúdo os fiéis de língua espanhola; de modo especial os Seminaristas de Barbastro, e os grupos provenientes de várias paróquias de Cartagena, Albacete, Petrola, Múrcia e Valência; a Associação de Donas de Casa, da cidade de Pego, bem como os alunos dos Colégios de Alicante aqui presentes; saúdo também os peregrinos de Cidade Juarez (México) e os estudantes da Escola Italiana de Bogotá. Feliz Páscoa a todos!

"Verdadeiramente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão" (Lc 24,34).

Com estas palavras do Evangelho de São Lucas saúdo todos os peregrinos belgas e holandeses.
Faço votos para que a vossa peregrinação aos túmulos dos Apóstolos na Oitava de Páscoa vos fortaleça na vossa vocação cristã, um dom de Cristo Ressuscitado!

Concedo-vos de coração a Bênção apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo cordialmente os fiéis húngaros. Na semana de Páscoa exultamos dia após dia. A fonte da nossa alegria é a ressurreição do Senhor. Ao voltar para as vossas casas acompanhe-vos Cristo ressuscitado durante esta semana e em todos os dias.

Concedo-vos de coração a Bênção apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo, por fim, os jovens, os doentes e os novos casais aqui presentes, como de costume, neste encontro semanal.

Caríssimos jovens e sobretudo vós, numerosos jovens e moças pertencentes a várias paróquias e oratórios da Arquidiocese ambrosiana, que fazeis este ano a vossa "Profissão de fé" sede protagonistas entusiastas na Igreja e na sociedade, e com a vossa fidelidade ao Evangelho contribuí para a construção da civilização do amor, que se funda em Cristo morto e ressuscitado por nós.
Caríssimos doentes, ao dirigir um pensamento afectuoso a cada um de vós, desejo de coração que a luz da Ressurreição ilumine e ampare o vosso sofrimento quotidiano, e o torne um fecundo benefício para toda a humanidade.

E a vós, caríssimos novos casais, peço que tireis todos os dias do Mistério pascal a força e a alegria para um amor sincero e inexaurível.

Com estes votos, abençoo-vos a todos de coração.




AUDIÊNCIAS 2002