AUDIÊNCIAS 2002

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 12 de junho de 2002

Louvor ao Senhor criador




Queridos irmãos e irmãs,

1. A Antiga tradição hebraica reserva um lugar particular ao Salmo 91, que agora ouvimos como cântico do homem justo ao Deus criador. O título atribuído ao Salmo indica, de facto, que ele é destinado ao dia de sábado (cf. v. 1). É, pois, o hino que se eleva ao Senhor eterno e glorioso quando, ao pôr do sol de sexta-feira, se entra no santo dia da oração, da contemplação, do sereno repouso do corpo e do espírito.

No centro do Salmo, ergue-se, solene e grandiosa, a figura do Deus altíssimo (cf. v. 9), à volta do qual se esboça um mundo harmonioso e em paz. Perante ele é colocada também a pessoa do justo que, segundo uma concepção querida ao Antigo Testamento, está repleto de bem-estar, alegria e longa vida, como natural consequência da sua existência honesta e fiel. Trata-se da denominada "teoria da retribuição", pela qual todo o delito tem um castigo sobre a terra e todo o acto bom tem uma recompensa. Mesmo se há nesta visão uma componente de verdade, todavia como Job fará pensar e como dirá Jesus (cf. Jo Jn 9,2-3) a realidade da dor humana é muito mais complexa e não pode ser simplificada tão facilmente. O sofrimento humano, de facto, deve ser considerado na perspectiva da eternidade.

2. Mas examinemos agora este hino sapiencial através dos aspectos litúrgicos. Ele é constituído por um intenso apelo ao louvor, ao canto alegre da acção de graças, ao ar de festa da música, marcada pela harpa de dez cordas, pela lira e pela cítara (cf. vv. 2-4). O amor e a fidelidade do Senhor devem ser celebrados através do canto litúrgico que é conduzido "com arte" (cf. Sl Ps 46,8). Este convite vale também para as nossas celebrações, porque encontram sempre um resplendor não só nas palavras e nos ritos, mas também nas melodias que o animam.

Depois deste apelo a não extinguir mais o fio interior e exterior da oração, verdadeira respiração constante da humanidade fiel, o Salmo 91 propõe, em duas imagens, o perfil do ímpio (cf. vv. 7-10) e do justo (cf. vv. 13-16). O ímpio, porém, é posto perante o Senhor, "o excelso para sempre" (v. 9), que fará morrer os seus inimigos e dispersará todos os que fazem o mal (cf. v. 9). De facto, só à luz divina se consegue compreender em profundidade o bem e o mal, a justiça e a perversão.

3. A figura do pecador é delineada com uma imagem vegetal: "os pecadores germinam como a erva e florescem todos os que fazem o mal" (v.8). Mas este florescer está destinado a secar e a desaparecer. O Salmista, efectivamente, multiplica os verbos e as palavras que descrevem a destruição: "Espera-os uma ruína eterna... os teus inimigos, Senhor, perecerão, serão dispersos todos os que fazem o mal" (vv 8.10).

Na raiz deste êxito catastrófico está o mal profundo que ocupa o espírito e o coração do perverso: "O homem insensato não compreende e o estulto não penetra nestas coisas" (v. 7). Os adjectivos aqui usados pertencem à linguagem sapiencial e denotam a brutalidade, a cegueira, a surdez de quem pensa poder tornar-se perverso sobre a face da terra, sem travões morais, com a ilusão de que Deus está ausente e indiferente. O orante, por outro lado, está certo de que o Senhor, mais cedo ou mais tarde, aparecerá no horizonte para fazer justiça e dobrar a arrogância do insensato (cf Ps 13).

4. Eis-nos, pois, diante da figura do justo, representada como uma grande pintura e cheia de cores. Também neste caso se recorre a uma imagem vegetal, fresca e verdejante (cf. Sl Ps 91,13-16). Diferente do ímpio que é como a erva dos campos, viçosa mas passageira, o justo ergue-se para o céu, sólido e majestoso como a palmeira e o cedro do Líbano. Por outro lado, os justos "estão plantados na casa do Senhor " (v. 14) isto é, têm uma relação muito mais sólida e estável com o templo e, por isso, com o Senhor, que nele estabeleceu a sua morada.

A tradição cristã jogará também com o duplo significado da palavra grega phoinix, usada para traduzir o termo hebraico que indica a palmeira. Phoinix é o nome grego da palmeira, mas também o da ave que chamamos "fénix". Ora, é sabido que a fénix era símbolo da imortalidade, porque se imaginava que aquela ave renascia das próprias cinzas. O cristão faz uma experiência semelhante graças à sua participação na morte de Cristo, fonte de vida nova (cf. Rm Rm 6,3-4). "Deus... de mortos que estávamos pelos pecados, fez-nos reviver em Cristo" diz a Carta aos Efésios com ele também nos ressuscitou" (2, 5-6).

5. Uma outra imagem representa o justo e é de tipo animal, destinada a exaltar a força que Deus concede, mesmo quando chega a velhice: "Tu me dás força como a de um búfalo, e me unges com óleo novo" (Ps 91,11). Por um lado, o dom da potência divina faz triunfar e dá segurança (cf. v. 12); por outro, a fronte gloriosa do justo é consagrada pelo óleo que dá uma energia e uma bênção protectora. O Salmo 91 é, pois, um hino de optimismo, fortalecido pela música e pelo canto. Ele celebra a confiança em Deus que é fonte de serenidade e paz, mesmo quando se assiste ao sucesso aparente do ímpio. Uma paz que é completa mesmo na velhice (cf. v. 15), estação vivida ainda na fecundidade e na segurança.

Concluímos com as palavras de Orígenes, traduzidas por São Jerónimo, que tiram a sua razão da frase em que o salmista diz a Deus: "unges-me com óleo novo" (v. 11). Orígenes comenta: "A nossa velhice tem necessidade do óleo de Deus. Como quando os nossos corpos estão cansados não se fortalecem senão ungindo-os com o óleo; como a chamazinha da lâmpada se extingue se não lhe acrescentamos óleo, assim também, a chamazinha da minha velhice tem necessidade, para crescer, do óleo da misericórdia de Deus. De resto, também os Apóstolos sobem ao monte das Oliveiras (cf. Act Ac 1,12), para receber luz do óleo do Senhor, pois estavam cansados e as suas lâmpadas tinham necessidade do óleo do Senhor... Por isso, rezemos ao Senhor para que a nossa velhice, toda a nossa fadiga e todas as nossas trevas sejam iluminadas pelo óleo do Senhor" (74 Homilias sobre o Livro dos Salmos, Milão, 1993, PP 280-282, passim).



Saudações

Queridos irmãos e irmãs!

Uma cordial saudação aos peregrinos e ouvintes de língua portuguesa: o Senhor Jesus encha de alegria os vossos corações, e o seu Espírito ilumine a vossa mente para cumprirdes fiel e plenamente o projecto de Deus a vosso respeito. Como estímulo à santidade, desça a minha Bênção sobre vós e sobre quantos vos são queridos.

Sinto-me feliz por saudar os peregrinos e turistas de língua inglesa, presentes nesta Audiência. Sobre todos vós, sobretudo sobre quantos provêm da Inglaterra, da Irlanda, da Austrália, de Singapura, do Japão e dos Estados Unidos da América, invoco a alegria e a paz do Salvador Ressuscitado.

Dou de coração as boas-vindas aos peregrinos e visitantes de língua alemã. Oxalá o amor e a verdade de Nosso Senhor inspire as vossas orações! Concedo de coração a todos vós, assim como a quantos nos ouvem através da Rádio Vaticana ou da Televisão, a Bênção apostólica.

Saúdo com afecto os peregrinos provenientes de Bratislava, Trnava e Cunovo. Queridos irmaos e irmas, a vossa visita a Roma seja para vós a ocasiao de aprofundar a consciencia da vossa pertença r Igreja Católica.
Com este desejo concedo-vos a minha Bençao apostólica a vós e aos vossos familiares.
Louvado seja Jesus Cristo!

Queridos irmaos e irmas da Croácia, ao rezar incessantemente com Cristo e n'Ele, a Igreja manifesta a sua natureza autentica de Comunidade orante e implora a salvaçao e a paz para toda a humanidade. Esta oraçao indica, entre outras coisas, a presença do Reino de Deus na terra e anuncia os tempos escatológicos.

Saúdo o grupo de Oficiais do Exército Croata com o Vigário-Geral do Ordinariato Militar na República da Croácia, assim como os outros peregrinos croatas, concedendo-lhes, bem como rs suas famílias, a Bençao apostólica.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Por fim, o meu pensamento dirige-se aos jovens, aos doentes e aos novos casais. A vós, queridos jovens, desejo que encontreis na amizade com Jesus a força necessária para vos preparardes para as tarefas que vos esperam na Igreja e na sociedade. Exorto-vos a vós, queridos doentes, a considerar os sofrimentos e as provas quotidianas como uma oportunidade que Deus vos oferece para cooperar na salvaçao das almas. E a vós, amados novos casais, convido-vos a tornar visível o amor do Senhor na vossa recíproca fidelidade e no generoso acolhimento da vida.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 19 de junho de 2002

Os benefícios de Deus a favor do povo




Queridos irmãos e irmãs,

1. "E Moisés fez ouvir a toda a assembleia de Israel as palavras deste cântico, até ao fim" (Dt 31,30). Lê-se assim na abertura do cântico que acabamos de proclamar, tirado das últimas páginas do livro do Deuteronómio, precisamente do capítulo 32. Dele, a Liturgia das Laudes escolheu os primeiros doze versículos, reconhecendo neles um jubiloso hino ao Senhor que protege e cura com amor o seu povo no meio dos perigos e das dificuldades do dia. A análise do cântico revelou que se trata de um texto antigo mas posterior a Moisés, sobre cujos lábios foi posto, para lhe conferir um carácter de solenidade. Este cântico litúrgico situa-se na própria origem da história do povo de Israel. Não faltam nessa página orante notas ou ligações com alguns Salmos e com a mensagem dos profetas: desta forma, ela tornou-se uma sugestiva e intensa expressão da fé de Israel.

2. O cântico de Moisés é mais amplo do que o trecho proposto pela Liturgia das Laudes, que constitui apenas o seu prelúdio. Alguns estudiosos pensaram detectar na composição um género literário que tecnicamente é definido com a palavra hebraica rîb, isto é "controvérsia", "litígio processual". A imagem de Deus presente na Bíblia não se mostra absolutamente como a do ser obscuro, uma energia anónima e feia, um acontecimento incompreensível. Ao contrário, é uma pessoa que tem sentimentos, age e reage, ama e condena, participa na vida das suas criaturas e não é indiferente às suas obras. Assim, no nosso caso, o Senhor convoca uma espécie de assembleia judicial, na presença de testemunhas, denuncia os delitos do povo acusado, exige uma pena, mas deixa impregnar a sua sentença por uma misericórdia infinita. Seguimos agora os vestígios desta vicissitude, embora nos detenhamos apenas nos versículos que a Liturgia nos propõe.

3. Vem imediatamente a menção dos espectadores-testemunhas cósmicos: "Escutai, ó céus... ouça, toda a terra" (Dt 32,1). Neste processo simbólico Moisés serve de autoridade pública. A sua palavra é eficaz e fecunda como a profética, expressão da divina. Observe-se o fluxo significativo das imagens para a definir: trata-se de sinais deduzidos da natureza como a chuva, o orvalho, o aguaceiro, a chuvada e as gotas de água que fazem com que a terra seja verdejante e coberta de caules de trigo (cf. v. 2).

A voz de Moisés, profeta e intérprete da palavra divina, anuncia a iminente entrada em cena do grande juiz, o Senhor, do qual ele pronuncia o nome santíssimo, exaltando uma das suas numerosas características. De facto, o Senhor é chamado a Rocha (cf. v. 4), um título que aparece em todo o nosso cântico (cf. vv. 15.18.30.31.37), uma imagem que exalta a fidelidade estável e indiscutível de Deus, que é muito diferente da instabilidade e da infidelidade do povo. O tema é desenvolvido com uma série de afirmações sobre a justiça divina: "A Sua obra é perfeita; todos os Seus caminhos são a própria justiça; Deus de verdade, jamais iníquo, constantemente equitativo e recto" (v. 4).

4. Depois da solene apresentação do Juiz supremo, que também é a parte lesada, o objectivo do cantor desloca-se para o acusado. Para o definir, ele recorre a uma eficaz representação de Deus como pai (cf. v. 6). As suas criaturas, tão amadas, são chamadas seus filhos, mas infelizmente são "raça perversa" (cf. v. 5). Com efeito, sabemos que já no Antigo Testamento se tem uma concepção de Deus como pai solícito em relação aos seus filhos que com muita frequência desiludem (Ex 4,22 Dt 8,5 Ps 102,13 Si 51,10 Is 1,2 Is 63,16 Os 11,1-4). Por isso, a denúncia não é fria mas apaixonada: "É assim que recompensas o Senhor, povo louco e insensato? Não é Ele o teu Pai, o teu Criador? Não foi Ele que te formou e te consolidou?" (Dt 32,6). De facto, é muito diferente insurgir-se contra um soberano implacável ou revoltar-se contra um pai amoroso.

Para tornar concreta a acusação e fazer com que a conversão provenha da sinceridade do coração, Moisés faz apelo à memória: "Recorda-te dos dias antigos, medita os anos de cada século" (v. 7). Com efeito, a fé bíblica é um "memorial", isto é, uma redescoberta da acção eterna de Deus que se espalha com o passar do tempo; é tornar presente e eficaz aquela salvação que o Senhor proporcionou e continua a oferecer ao homem. O grande pecado de infidelidade coincide, então, com o "esquecimento", que apaga a recordação da presença divina em nós e na história.

5. O acontecimento fundamental que não se deve esquecer é o da travessia do deserto depois da saída do Egipto, o tema fundamental do Deuteronómio e de todo o Pentateuco. Desta forma, recorda-se a viagem terrível e dramática no deserto do Sinai, "nas solidões ululantes e selvagens" (v. 10), como se diz com uma imagem de grande impacto emotivo. Mas ali Deus inclina-se sobre o seu povo com uma ternura e doçura surpreendentes. Com o símbolo paterno entrelaça-se alusivamente também o materno da águia: "Protegeu-o e velou por ele. Guardou-o como a menina dos Seus olhos. Como a águia vela pelo seu ninho. E paira sobre as suas aguiazinhas; estende as asas para as recolher, e leva-as sobre as suas penas robustas" (v. 10.11). O caminho no deserto transforma-se então num percurso tranquilo e sereno, porque há o manto protector do amor divino.

O cântico remete também para o Sinai, onde Israel se tornou aliado do Senhor, a sua "porção" e "herança", isto é, a realidade mais preciosa (cf. v. 9; Ex 19,5). O cântico de Moisés torna-se desta forma um exame de consciência de todos para que, finalmente, os benefícios divinos sejam correspondidos com a fidelidade, e não com o pecado.

Saudações

Uma saudação afectuosa para todos os peregrinos de língua portuguesa, implorando sobre os vossos passos aquela protecção de Deus, comparável à terna segurança de uma águia que vigia pelos seus filhotes e os leva nas suas penas robustas. Sob o manto protector do amor divino, dou-vos a minha Bênção.

Dirijo a minha saudação de boas-vindas aos vários grupos aqui presentes: em particular aos funcionários da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e às Irmãs que tomam parte no Programa para Formadores organizado pela União Internacional dos Superiores Gerais. Sobre todos os peregrinos e visitantes de língua inglesa, especialmente os que vieram da Inglaterra, Suécia, Japão e Estados Unidos, invoco as bênçãos abundantes de Deus Todo-Poderoso.

Saúdo os fiéis de língua espanhola, especialmente o grupo de operadores e ouvintes da Rádio Tele Táxi, de Barcelona, encorajando-os a prosseguir o seu trabalho com grande espírito de sacrifício.

Convido a todos a reconhecer o amor que Deus nos tem e a corresponder-lhe com uma acção de graças nascida do coração.
Obrigado pela vossa atenção.

Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos provenientes da paróquia de São Gorazd de Popol'cany e de Hlohovec.

Carissimos Irmaos e Irmas, celebram-se nesta ocasiao as ordenações sacerdotais na Eslováquia. Agradeçamos a Cristo, Sumo Sacerdote, o dom dos novos sacerdotes e rezemos por eles, para que anunciem fielmente o Evangelho.

De boa vontade vos abençoo, bem como aos vossos familiares e a todos os novos sacerdotes. Seja louvado Jesus Cristo!

Saùdos os peregrinos provenientes das duas paróquias eslovenas: Slovenj Gradec e Bizeljsko. A visita das belezas de Roma e das raizes do cristianismo suscite em vós uma renovada fidelidade para seguir o caminho do Senhor. Sobre vós e os que vos sao queridos, invoco a bençao de Deus.
Seja louvado Jesus Cristo!

Dirijo agora uma cordial saudaçao de boas-vindas aos peregrinos de lingua italiana. Saùdo em particular a delegaçao da Comuna de Capaccio Paestum, orientada pelo Bispo D. José Rocco Favale e pelos Administradores pùblicos, assim como os fiéis de Falconara Albanese, acompanhados pelos seus Administradores Comunais. Saùdo ainda os participantes no congresso sobre Liturgia, promovido pela Companhia de Jesus, e os do simpósio indo-cristao, promovido pelo Movimento dos Focolares.

O meu pensamento vai, também, para os representantes da Fundaçao "Piccola casa Santa Maria Aprutina", de Taranto e para os fiéis de Casatenovo.

Agradeço-vos a todos, caros peregrinos, pela vossa visita e invoco de boa vontade sobre vós e sobre as vossas Comunidades, abundantes dons celestiais para um testemunho cristao cada vez mais sólido.

Dou, ainda, as boas-vindas aos jovens, aos doentes e aos novos casais. Desejo-vos, caros jovens, que encontreis na amizade com Jesus a força necessária para ser suas testemunhas. Exorto-vos, queridos doentes, a considerar os sofrimentos e as provações de cada dia como uma ocasiao privilegiada para cooperar na salvaçao das almas. E convido-vos, amados novos casais, a viver e manifestar o amor do Senhor na vossa familia.


Celebra-se amanhã o Dia Mundial do Refugiado, promovido pelas Nações Unidas para chamar a atenção sobre quinze milhões de seres humanos, obrigados a transpor as fronteiras dos seus Países para fugir às perseguições ou à violação dos seus direitos fundamentais.
Que os responsáveis das Nações escutem o aviso que chega de um tão trágico êxodo de indivíduos e de famílias e actuem de modo a oferecer uma resposta adequada aos problemas dramáticos destes nossos irmãos e irmãs.



JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 26 de junho de 2002

A grandeza do Senhor e a dignidade do homem




Queridos irmãos e irmãs,

1. "O homem..., no centro deste empreendimento, revela-se um gigante. Revela-se divino, não em si, mas no seu princípio e no seu destino. Por conseguinte, seja honrado o homem, a sua dignidade, o seu espírito, a sua vida". Com estas palavras, em Julho de 1969 Paulo VI confiava aos astronautas americanos que partiam para a lua o texto do Salmo 8, que agora aqui se ouviu, para que entrasse nos espaços cósmicos (Insegnamenti VII [1969], págs. 493-494).

De facto, este hino é uma celebração do homem, uma criatura que, se for comparada com a grandeza do universo, é insignificante, é uma "cana" frágil, para usar uma imagem do grande filósofo Blaise Pascal (Pensamentos, n. 264). Contudo, é uma "cana pensante" que pode compreender a criação, porque é senhor da criação, "coroado" pelo próprio Deus (cf. Sl Ps 8,6). Como acontece com frequência nos hinos que exaltam o Criador, o Salmo 8 começa e acaba com uma solene antífona dirigida ao Senhor, cuja magnificência está espalhada no universo: "Ó Senhor, nosso Deus, como é grande o vosso nome em toda a terra" (vv. 2.10).

2. O verdadeiro e próprio conteúdo do cântico deixa imaginar uma atmosfera nocturna, com a lua e as estrelas que se acendem no céu. A primeira estrofe do hino (cf. vv. 2-5) é dominada por um confronto entre Deus, o homem e o universo. Na cena sobressai antes de tudo o Senhor, cuja glória é cantada pelos céus, mas também pelos lábios da humanidade. O louvor que surge espontâneo nos lábios das crianças silencia e confunde as conversas arrogantes dos que negam Deus (cf. v. 3). Eles são definidos como "insensatos, corruptos e abomináveis", porque se iludem que podem desafiar e opor-se ao Criador com a sua razão e acção (cf. Sl Ps 13,1).

Logo a seguir, eis que se abre um sugestivo cenário de uma noite estrelada. Face a este horizonte infinito surge a eterna pergunta: "Que é o homem?" (Ps 8,5). A primeira e imediata resposta fala de nulidade, quer em relação à grandeza dos céus, quer sobretudo a respeito da majestade do Criador. Com efeito, o céu, diz o Salmista, é "teu", a lua e as estrelas "por ti foram fixadas" e são "obra dos teus dedos" (cf. v. 4). É bonita esta última expressão, mais do que a mais comum "obra das tuas mãos" (v. 7): Deus criou estas realidades colossais com a facilidade e o esmero de um bordado ou um trabalho de cinzel, com o toque leve de quem faz deslizar os seus dedos pelas cordas da arpa.

3. Por conseguinte, a primeira reacção é de assombro: como pode Deus "recordar-se" e "ocupar-se" desta criatura tão frágil e delicada (cf. v. 5)? Mas eis a grande surpresa: ao homem, criatura frágil, Deus concedeu uma dignidade maravilhosa: fez com que ele fosse pouco inferior aos anjos ou, como também pode ser traduzido o original hebraico, pouco inferior a um Deus (cf. v. 6).

Entramos, desta forma, na segunda estrofe do Salmo (cf. vv. 6-10). O homem é visto como o lugar-tenente real do próprio Criador. De facto, Deus "coroou-o" como um vice-rei, destinando-o a um senhorio universal: "Tudo submetestes debaixo dos seus pés" e o adjectivo "tudo" ressoa enquanto desfilam as várias criaturas (cf. vv. 7-9). Mas este domínio não é conquistado pela capacidade do homem, realidade frágil e limitada, nem é obtido com uma vitória sobre Deus, como queria o mito grego de Prometeu. É um domínio proporcionado por Deus: às mãos frágeis e por vezes egoístas do homem está confiado todo o horizonte das criaturas, para que ele conserve a sua harmonia e beleza, o use mas não abuse, faça emergir os seus segredos e desenvolva as suas potencialidades.

Como declara a Constituição pastoral Gaudium et spes do Concílio Vaticano II, "o homem foi criado à "imagem de Deus", capaz de reconhecer e amar o seu Criador, que o constitui senhor de todas as criaturas terrenas, para as governar e usar, glorificando a Deus" (n. 12).

4. Infelizmente, o governo do homem, afirmado no Salmo 8, pode ser mal compreendido e deformado pelo homem egoísta, que muitas vezes se revelou mais um tirano insensato do que um governador sábio e inteligente. O Livro da Sabedoria adverte-nos contra os desvios deste género, quando esclarece que Deus formou "o homem... para dominar sobre as criaturas..., e governar o mundo com santidade e justiça" (9, 2-3). Mesmo num contexto diferente, também Job faz apelo ao nosso Salmo para recordar sobretudo a debilidade humana, que não mereceria tanta atenção por parte de Deus: "Que é o homem, para que faças caso dele e ponhas nele a tua atenção, para que o visites todas as manhãs e o proves a cada instante?" (7, 17-18). A história documenta o mal que a liberdade humana semeia no mundo com as devastações ambientais e com as injustiças sociais mais clamorosas.

Ao contrário dos seres humanos, que humilham os próprios semelhantes e a criação, Cristo apresenta-se como o homem perfeito, "coroado de glória e de honra... em virtude de ter padecido a morte, a fim de que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos" (He 2,9). Ele reina sobre o universo com aquele domínio de paz e de amor que prepara o novo mundo, os novos céus e a nova terra (cf. 2P 3,13), Aliás, a sua autoridade real como sugere o autor da Carta aos Hebreus aplicando-lhe o Salmo 8 é exercida através da entrega suprema de si na morte "em benefício de todos".

Cristo não é um soberano que se deixa servir, mas que serve e se consagra ao próximo: "Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos" (Mc 10,45). Desta forma, Ele recapitula em si "todas as coisas que há no Céu e na Terra" (Ep 1,10).Nesta luz cristológica, o Salmo 8 revela toda a força da sua mensagem e da sua esperança, convidando-nos a exercer a nossa soberania sobre a criação, não dominando-a, mas amando-a.



Saudações

Queridos Irmãos e Irmãs

Amados peregrinos de língua portuguesa, é de coração que vos dou as boas-vindas e peço a Cristo que guarde no seu Coração sagrado as vossas famílias e comunidades cristãs, abençoando a todos com a sua paz e o seu amor.

Dirijo as minhas cordiais boas-vindas aos peregrinos eslovacos, provenientes de Martin.
Caros peregrinos, no próximo sábado celebraremos a festividade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. A vossa peregrinação às Basílicas que lhes estão consagradas aprofunde a vossa dedicação à Igreja, fundamentada sobre os Apóstolos. É de bom grado que vos concedo a Bênção apostólica, a vós e aos vossos entres queridos.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dou as boas-vindas aos peregrinos francófonos, em particular ao Cardeal Henri Schwery e ao grupo da Diocese de Sião, bem como aos jovens do Liceu de Santa Maria de Blois. Com a minha Bênção apostólica.

É-me grato saudar as Religiosas Missionárias Servas do Espírito Santo, por ocasião do seu Capítulo geral. Agradeço aos coros os seus cânticos de louvor a Deus. Transmito também as minhas saudações especiais aos numerosos peregrinos da Arquidiocese de Newark e aos estudantes do Liceu central católico de Grand Rapids, no Michigão. Sobre todos os visitantes aqui presentes, de modo particular aos oriundos da Noruega, Suécia, Japão e Estados Unidos da América, invoco cordialmente a alegria e a paz em nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo com afecto os peregrinos de língua espanhola, de forma especial os membros da Confraria de São Pedro Apóstolo, de Santander, que se dedicam à atenção aos necessitados com muita generosidade e hoje estão acompanhados do Bispo, D. José Vilaplana. Faço votos, para eles e para os outros grupos aqui presentes, a fim de que esta visita a Roma seja uma ocasião propícia para fortalecer a sua fé.

Agora, dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de expressão italiana. Caríssimos, agradeço-vos a vossa presença e faço votos a fim de que o encontro do dia de hoje constitua para todos uma ocasião propícia para crescer na fé e no amor a Cristo.

Depois, como de costume, dirijo o meu pensamento para os jovens, os doentes e os novos casais.

Estes dias de calor intenso recordam-nos que começou o Verão, tempo de turismo e de peregrinações, de férias e de descanso. Caros jovens, enquanto penso nos vossos coetâneos que ainda devem fazer os exames escolares, faço votos, para vós que já estais de férias, a fim de que aproveiteis o Verão para fazer experiências sociais e religiosas úteis. E a vós, queridos doentes, desejo-vos que encontreis conforto e alívio na proximidade dos vossos familiares. E a vós, dilectos novos casais, dirijo-vos o convite a aproveitar este período de Verão para aprofundar a vossa importante missão na Igreja e na sociedade.

Concedo a cada um de vós a minha Bênção.



                                                                              Julho de 2002

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-feira 3 de julho de 2002

O poder de Deus Criador




1. O conteúdo do Salmo 92, sobre o qual hoje nos detemos, é sugestivamente expresso por alguns versículos do Hino que a Liturgia das Horas propõe para as vésperas da segunda-feira: "Ó imenso criador, / que ao ímpeto das correntes marcastes o percurso e o limite / na harmonia da criação / tu que à áspera solidão / da terra sequiosa /deste o refrigério / das correntes e dos mares".

Antes de entrar no coração do Salmo, dominado pela imagem das águas, desejamos captar a sua tonalidade de fundo, o género literário que o domina. De facto, este Salmo, como os Salmos 95-98, é definido pelos estudiosos da Bíblia como "o cântico do Senhor rei". Exalta aquele Reino de Deus, fonte de paz, de verdade e de amor, que nós invocamos no "Pai-Nosso" quando imploramos: "Venha a nós o Vosso Reino!".

Com efeito, o Salmo 92 começa precisamente com uma exclamação de júbilo que diz assim: "Reina o Senhor" (v. 1). O Salmista celebra a realeza de Deus, isto é, a sua acção eficaz e salvífica, criadora do mundo e redentora do homem. O Senhor não é um imperador impassível, confinado no seu céu distante, mas está presente no meio do seu povo como Salvador poderoso e grande no amor.

2. Na primeira parte do hino de louvor prevalece o Senhor rei. Como um soberano Ele senta-se num trono de glória, um trono inabalável e eterno (cf. v. 2). O seu manto é o esplendor da transcendência, o cinto das suas vestes é a omnipotência (cf. v. 1). Precisamente a soberania omnipotente de Deus revela-se no centro do Salmo, caracterizado por uma imagem impressionante, a das águas caudalosas.

O Salmista menciona de modo mais particular a "voz" dos rios, ou seja, o bramido das suas águas. Efectivamente, o fragor de grandes cataratas produz, sobre aqueles que estão ensurdecidos e com todo o seu corpo tomado pelo estremecimento, uma sensação de grande força. O Salmo 41 recorda esta sensação quando diz: "O abismo chama outro abismo no fragor das vossas cataratas.

Todas as vossas vagas e torrentes passaram sobre mim" (v. 8). Face a esta força da natureza o ser humano sente-se pequeno. Mas o Salmista usa-a como trampolim para exaltar o poder, muito maior, do Senhor. À tripla repetição da expressão "as correntes elevam" (cf. Sl Ps 92,3) a sua voz, corresponde a tripla afirmação do poder superior de Deus.

3. Os Padres da Igreja gostam de comentar este Salmo aplicando-o a Cristo "Senhor e Salvador". Orígenes, traduzido por São Jerónimo em latim, afirma: "O Senhor reinou, revestiu-se de beleza. Isto é: aquele que anteriormente tinha tremido na miséria da carne, resplandece agora na majestade da divindade". Para Orígenes, os rios e as águas que elevam as suas vozes representam as "figuras eminentes dos profetas e dos apóstolos", que "proclamam o louvor e a glória do Senhor, anunciam os seus juízos para todo o mundo" (cf. 74 homilias sobre o livro dos Salmos, Milão 1993, PP 666 pp. 666 e 669).

Santo Agostinho desenvolve de modo ainda mais amplo o símbolo das correntes e dos mares. Como rios repletos de águas fluentes, isto é, cheios do Espírito Santo e fortificados, os Apóstolos já não têm receio e finalmente levantam a sua voz. Mas "quando Cristo começou a ser anunciado por tantas vozes, o mar começou a agitar-se". Na agitação do mar do mundo escreve Agostinho parece que a barca da Igreja flutua receosa, contrariada por ameaças e perseguições, mas "no alto, o Senhor é admirável": ele "caminhou sobre as águas do mar e acalmou o seu fragor" (Exposições sobre os salmos, III, Roma 1976, pág. 231).

4. Mas o Deus soberano de todas as coisas, omnipotente e invencível, está sempre próximo do seu povo, ao qual dá os seus ensinamentos. Eis a ideia que o Salmo 92 oferece no seu último versículo: ao trono altíssimo do céu sucede o trono da arca do templo de Jerusalém, o poder da sua voz cósmica é substituído pela doçura da sua palavra santa e inefável: "São dignos de fé os Vossos testemunhos, da Vossa casa é própria a santidade, ó Senhor, por toda a extensão dos dias" (v. 5).

Encerra-se desta maneira um hino breve mas de grande intensidade. É uma oração que gera confiança e esperança nos fiéis que muitas vezes se sentem agitados, receosos de serem arrastados pela tempestade da história e atingidos por ameaçadoras forças obscuras.

Podemos reconhecer um eco deste Salmo no Apocalipse de João, quando o Autor inspirado, ao descrever a grande assembleia celeste celebra a derrocada da Babilónia opressiva, e afirma:

"Ouvi, então, como que a voz de uma grande multidão, como o ruído de muitas águas e como o ribombar de grandes trovões que dizia: "Aleluia! Eis que o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso, tomou posse do Seu Reino"" (19, 6).

5. Concluimos a nossa reflexão sobre o Salmo 92 dando a palavra a São Gregório de Nazianzo, o "teólogo" por excelência entre os Padres. Fazemo-lo com um seu bonito cântico no qual o louvor a Deus, soberano e criador, assume um aspecto trinitário: "Tu [Pai], criaste o universo, a cada coisa atribuíste o lugar que lhe compete e tudo mantiveste em virtude da tua providência... é Deus-Filho o teu Verbo: de facto, é consubstancial ao Pai, e igual a Ele na honra. Ele conciliou harmoniosamente o universo, para reinar sobre tudo. E, abraçando tudo, o Espírito Santo, Deus, de tudo cuida e tudo defende. A Ti proclamarei, Trindade viva, como único e só monarca... força inabalável que rege os céus, cuja visão não é acessível aos olhos mas que contempla todo o universo e conhece qualquer profundidade secreta da terra até aos abismos. Ó Pai, sê benigno comigo: ... que eu possa encontrar misericórdia e graça, porque a ti são dadas glória e graças até ao fim dos tempos" (Ct 31, em Poesias/1, Roma 1994, PP 65-66).

Saudações

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa que porventura aqui se encontrem, com votos de paz e alegria no Senhor. Para todos imploro abundantes dons divinos, para que caminheis na "vida nova" à luz da fé, apoiados na esperança da Páscoa eterna com Cristo, com a minha Bênção apostólica.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa, nomeadamente os jovens de Dijon e o grupo das Ilhas Maurícias. De maneira muito especial, dou as boas-vindas aos peregrinos da Córsega, vindos a Roma com D. André Lacrampe, para participar na ordenação episcopal de D. Dominique Mamberti. Saúdo com uma especial estima a Mãe e toda a família do Bispo nomeado, a quem exprimo os meus fervorosos parabéns. A minha oração o acompanhe na missão que a Providência lhe confia como Núncio apostólico no Sudão e Delegado apostólico na Somália. Concedo-vos a todos a Bênção apostólica.

Saúdo cordialmente os visitantes de língua espanhola, de modo particular os grupos paroquiais de Jaén e de outras paróquias espanholas, a Irmandade da Divina Pastora das Almas, de Cantillana (Sevilha) e os Pueri Cantores de Burgos. Saúdo, também, os recém-formados da Academia Superior da Polícia do Chile e os peregrinos de Porto Rico e Guatemala. A todos convido a dirigirem-se ao Pai, para que seja benigno e nos conceda a sua misericórdia e a sua graça.

Saúdo cordialmente os fiéis húngaros, especialmente os alunos do Seminário greco-católico e os estudantes das Escolas católicas de Budapeste e Szentendre.
O Verão seja para vós o tempo do repouso e do restauro do corpo e do espírito. É de coração que vos concedo a todos a Bênção apostólica.

Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos peregrinos da República Checa. Caríssimos, sexta-feira, celebra-se na vossa terra a solenidade dos Santos Cirilo e Metódio, apóstolos dos Eslavos. Milhares de vozes cantarão nas igrejas e na peregrinação nacional a Veléhrad: "Não morrerá a raça que não deixar de acreditar; conserva-nos, Senhor, a herança dos pais". Sim, sede testemunhas de Cristo com a vossa fé bem viva.

Quero dirigir uma cordial saudação aos peregrinos de língua italiana, em particular aos participantes no Meeting de Missiologia, organizado pelo "Centro Internacional de Animação Missionária" e pelas Irmãs Mercedárias do Santíssimo Sacramento. Dirijo o meu pensamento para os jovens de várias paróquias da Itália, vindos a Roma para prestar serviço litúrgico na Basílica de São Pedro durante o tempo de Verão. Saúdo também, afectuosamente, os fiéis da paróquia de São Tomé em Roma, vindos aqui em conjunto com um grupo de romenos ortodoxos e jovens de Minsk, acolhidos pela comunidade paroquial. Animo-vos a todos, para prosseguir no caminho da santidade pessoal, seguindo sempre fielmente o Evangelho.

Dirijo, finalmente, um pensamento muito afectuoso aos jovens, aos doentes e aos novos casais. Celebramos hoje a festa do apóstolo Tomé. A sua intercessão aumente a vossa fé, caros jovens, para que estejais prontos a dar um corajoso testemunho cristão em todas as circunstâncias da vida. Ajude-vos, queridos doentes, a oferecer todos os sofrimentos de cada dia em comunhão com toda a Igreja, para que no mundo se realize a civilização do amor. Dê-vos forças também a vós, amados novos casais, no compromisso de pôr na base da vossa família a íntima união com Deus.




AUDIÊNCIAS 2002