AUDIÊNCIAS 2002

Também os Padres da Igreja nos seus comentários ao Salmo 83 dão um realce particular ao v. 6: "Felizes os que em Vós têm a sua força, que têm a peito as peregrinações". As antigas traduções do Saltério falavam da decisão de realizar as "ascensões" rumo à cidade santa. Portanto, para os Padres, a peregrinação a Sião tornava-se o símbolo do progresso contínuo dos justos para as "tendas eternas", onde Deus acolhe os seus amigos na alegria total (cf. Lc Lc 16,9).

Gostaríamos de nos deter um momento acerca desta "ascensão" mística, que tem na peregrinação terrena uma imagem e um sinal. E fá-lo-emos com as palavras de um escritor cristão do século VII, abade do mosteiro do Sinai.

4. Trata-se de São João Clímaco, que dedicou um tratado inteiro A Escada do Paraíso para explicar os numerosos degraus pelos quais a vida espiritual se eleva. No fim da sua obra ele cede a palavra à própria caridade, situada no cimo da escada do progresso espiritual.

É ela que convida e exorta, propondo sentimentos e atitudes que já foram sugeridos pelo nosso Salmo: "Subi, irmãos, ascendei. Cultivai, no vosso coração o profundo desejo de subir sempre (cf. 83, 6). Escutai as Escrituras que convidam: "Vinde, subamos à Montanha do Senhor, à Casa do Deus de Jacob" (Is 2,3), que fez os nossos pés rápidos como os de um cervo e nos indicou como meta um lugar sublime, para que, seguindo as suas veredas, saíssemos vencedores (cf. Sl Ps 17,33). Apressemo-nos, então, todos como está escrito enquanto não tivermos encontrado, na unidade da fé, o rosto de Deus, e reconhecendo-O, não tivermos alcançado o homem perfeito na maturidade completa da idade de Cristo (cf. Ef Ep 4,13)" (A Escada do Paraíso, Roma 1989, pág. 355).

5. Em primeiro lugar, o Salmista pensa na peregrinação concreta que, de Sião, conduz às várias localidades da Terra Santa. A chuva que está a cair parece ser uma antecipação das bênçãos jubilosas que o envolverão como um manto (cf. Sl Ps 83,7) quando estiver diante do Senhor no templo (cf. v. 8). A viagem cansativa através "do vale do pranto" (cf. v. 7) é transfigurada pela certeza de que a meta é Deus, aquele que dá vigor (cf. v. 8), escuta a súplica do fiel (cf. v. 9) e torna-se o seu "escudo" protector (cf. v. 10).

É precisamente nesta luz que a peregrinação concreta se transforma como intuíram os Padres numa parábola da vida inteira, passada entre o afastamento e a intimidade com Deus, entre o mistério e a revelação. Também no deserto da existência quotidiana, os seis dias de trabalho semanal são fecundados, iluminados e santificados pelo encontro com Deus no sétimo dia através da liturgia e da oração.

Caminhemos, então, também quando estamos no "vale do pranto", tendo o olhar fixo naquela meta luminosa de paz e de comunhão. Também nós repetimos no nosso coração a bem-aventurança final, semelhante a uma antífona que conclui o Salmo: "Senhor dos exércitos, feliz o homem que em vós confia!" (v. 13).

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Saúdo com afecto os peregrinos de língua portuguesa. A todos exprimo votos de felicidade e de paz em Cristo, que estendo igualmente aos seus familiares, ao dar-lhes a minha Bênção.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa, em particular o grupo da União Nacional dos Combatentes da África do Norte, vindos do Departamento do Vosgos, assim como os jovens provenientes do Líbano. Desejo a todos uma boa peregrinação e abençoo-vos a todos do íntimo do meu coração.

É-me grato saudar os peregrinos de expressão inglesa, presentes na Audiência do dia de hoje, de modo particular os que vieram da Inglaterra, Irlanda, Dinamarca e Japão. Sobre todos vós, invoco cordialmente a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo os fiéis de língua espanhola. Caminhai com o olhar fixo na meta luminosa da paz e exclamai: "Senhor dos exércitos, ditoso é o homem que confia em ti".
Muito obrigado!

Dilectos peregrinos húngaros, saúdo-vos cordialmente a todos.
Nestes dias, em que começa o novo ano escolar, faço votos a fim de que ele seja para os estudantes uma oportunidade para cultivar os valores culturais e espirituais.
Com estes bons votos, concedo-vos de coração a Bênção apostólica.
Louvado seja Jesus Cristo!

É com alegria que saúdo os peregrinos lituanos.
Caríssimos, permanecei unidos sempre na oração de toda a Igreja, a fim de que Deus possa conceder-vos a graça de ser renovados no Espírito, para transmitirdes aos outros a fé e a esperança. O Senhor vos acompanhe e vos abençoe a todos.
Louvado seja Jesus Cristo!

Estimados Seminaristas do Seminário Menor e queridos Estudantes do Liceu Clássico arquiepiscopal de Zagrábia, saúdo-vos a todos cordialmente. Sede bem-vindos!
Enquanto vos confio a todos à Bem-Aventurada Virgem, que na vossa Cidade é particularmente venerada sob o título de Mãe de Deus da Porta de Pedra, concedo-vos a todos a minha Bênção apostólica.
Louvados sejam Jesus e Maria!

Agora, dirijo uma expressão de cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. De modo particular, saúdo os numerosos fiéis da Paróquia de S. Tâmaro "in Grumo Nevano" e do Santuário de Maria Santíssima dos Anjos "in Pantano".

Finalmente, o meu pensamento volta-se para os jovens, os doentes e os novos casais. O luminoso exemplo de Santo Agostinho, cuja memória celebramos neste dia, vos encoraje, a vós queridos jovens, a projectar o vosso futuro em plena fidelidade ao Evangelho. E vos ajude a vós, dilectos doentes, a enfrentar o sofrimento com coragem, encontrando em Cristo a serenidade e o conforto necessários. E vos leve a vós, caríssimos novos casais, a nutrir um amor cada vez mais profundo a Deus, entre vós mesmos e para com os vossos irmãos.

Por fim, o Santo Padre quis ainda recordar a triste situação de sofrimento em que a insistência e a gravidade do mau tempo lançou várias populações, sobretudo nos Continentes europeu e asiático:

Nestas últimas semanas, o mau tempo abateu-se sobre algumas regiões da Europa e da China Central, milhões de pessoas devem enfrentar trágicas dificuldades. As populações da República Checa e da Alemanha, atingidas por inundações catastróficas, preparam-se para um longo trabalho de reconstrução. Enquanto asseguro a todos a minha proximidade no afecto e na oração, encorajo e abençoo os esforços de solidariedade que têm sido realizados entre as nações e até mesmo entre as próprias populações, vítimas destes dolorosos acontecimentos.



                                                                           Setembro de 2002

JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


A nova cidade de Deus, centro de toda a humanidade

4 de setembro de 2002




1. A Liturgia quotidiana das Laudes, além dos Salmos, propõe sempre um Cântico tirado do Antigo Testamento. De facto, sabemos que, paralelamente ao Saltério, verdadeiro e próprio livro da oração de Israel e depois da Igreja, existe uma espécie de outro "Saltério" distribuído pelas várias páginas históricas, proféticas e sapienciais da Bíblia. Também ele é constituído por hinos, súplicas, louvores e invocações, muitas vezes de grande beleza e intensidade espiritual.

Na nossa peregrinação espiritual pelas orações da Liturgia das Laudes, já encontramos muitos destes cânticos que constelam as páginas bíblicas. Tomamos agora em consideração um, deveras admirável, obra de um dos máximos profetas de Israel, Isaías, que viveu no oitavo século a.C. Ele é testemunha de momentos difíceis vividos pelo reino de Judá, mas também cantor da esperança messiânica numa linguagem poética altíssima.

2. É o caso do Cântico que acabámos de escutar e que está colocado quase na abertura do seu livro, nos primeiros versículos do capítulo 2, precedidos por uma nota redaccional posterior que diz assim: "Visão profética de Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém" (Is 2,1). Por conseguinte, o hino é concebido como uma visão profética, que descreve uma meta para a qual tende, na esperança, a história de Israel. Não é por acaso que as primeiras palavras são: "No fim dos tempos" (v. 2), isto é, na plenitude dos tempos. Por isso, é um convite a não nos fixarmos no presente tão pobre, mas a sabermos intuir, sob a superfície dos acontecimentos quotidianos, a presença misteriosa da acção divina, que conduz a história para um horizonte muito diferente de luz e de paz.

Esta "visão", com sabor messiânico, será retomada ulteriormente no capítulo 60 do mesmo livro num cenário mais amplo, sinal de uma nova meditação das palavras fundamentais e incisivas do profeta, precisamente as do Cântico que agora proclamámos. O profeta Miqueias (cf. 4, 1-3) retomará o mesmo hino, ainda que termine (cf. 4, 4-5) de maneira diferente do oráculo de Isaías (cf. Is Is 2,5).

3. No centro da "visão" de Isaías ergue-se o monte Sião, que virá idealmente diante de todos os outros montes, sendo habitado por Deus e, por conseguinte, é lugar de contacto com o céu (cf. 1R 8,22-53). Dele, segundo o oráculo de Isaías 60, 1-6, difundir-se-á uma luz que rasgará e afastará as trevas e para ele se dirigirão procissões de povos de todas as partes da terra.

Este poder de atracção que Sião possui, está fundado sobre duas realidades que promanam do monte de Jerusalém: a Lei e a Palavra do Senhor. Elas constituem, na verdade, uma única realidade, que é fonte de vida, de luz e de paz, expressão do mistério do Senhor e da sua vontade.

Quando as nações alcançam o cume de Sião, onde se ergue o templo de Deus, eis que se realiza aquele milagre que desde sempre a humanidade espera e pelo qual suspira. Os povos deixam cair das mãos as armas, que depois são recolhidas para serem forjadas em instrumentos pacíficos de trabalho: as espadas são transformadas em relhas de arados, as lanças em foices. Desta forma, delineia-se um horizonte de paz, de shalôm (cf. Is Is 60,17), como se diz em hebraico, palavra querida sobretudo à teologia messiânica. Finalmente desaparecem de uma vez por todas a guerra e o ódio.

4. O oráculo de Isaías conclui-se com um apelo, que está em sintonia com a espiritualidade dos cânticos de peregrinação a Jerusalém: "Casa de Jacob, vinde, caminhemos à luz do Senhor" (Is 2,5). Israel não deve permanecer espectador desta transformação histórica radical; não se pode dissociar do convite que ressoou na abertura nos lábios dos povos: "Vinde, subamos à Montanha do Senhor" (v. 3). Também nós, cristãos, somos interpelados por este Cântico de Isaías. Ao comentá-lo, os Padres da Igreja do quarto e quinto séculos (Basílio Magno, João Crisóstomo, Teodoro de Ciro, Cirilo de Alexandria) vêem-no realizado com a vinda de Cristo. Por conseguinte, identificavam na Igreja o "monte do templo do Senhor... erigido no cimo dos montes", do qual saía a Palavra do Senhor e para o qual acorriam os povos pagãos, na nova era de paz inaugurada pelo Evangelho.

5. Já o mártir São Justino na sua Primeira Apologia, escrita por volta de 153, proclamava a realização do versículo do Cântico que diz: "sairá de Jerusalém a palavra do Senhor" (cf. v. 3). Ele escrevia: "De Jerusalém sairão homens para o mundo, num número de doze; e estes eram incultos; não sabiam falar, mas graças ao poder de Deus revelaram a todo o género humano que tinham sido enviados por Cristo para ensinar a todos a Palavra de Deus. E nós, que antes nos matávamos uns aos outros, não só já não combatemos os inimigos, mas para não mentir e não enganar quantos nos interrogam, morremos de bom grado confessando Cristo" (Primeira Apologia, 39, 3; Os apologistas gregos, Roma 1986, pág. 118).

Por isso, de modo particular nós, cristãos, aceitamos o apelo do profeta e procuramos lançar as bases daquela civilização do amor e da paz na qual não haja mais guerra, "nem morte, nem pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Ap 21,4).

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, desejando-lhes todo o bem, com as graças divinas, na sua caminhada como novo Povo de Deus. Em particular, sejam bem-vindos os portugueses das paróquias de São Pedro do Porto, de Santa Maria da Feira e alguns visitantes de Lisboa, Vilela e Portimão. Saúdo também um grupo de brasileiros e a tripulação do Navio-Escola "Brasil". A todos felicito e abençoo, assim como as vossas famílias.

Agora saúdo os peregrinos provenientes dos Países Baixos e da Bélgica, em particular os seminaristas e os professores do Seminário Maior "Sint Janscentrum". Faço votos a fim de que a vossa peregrinação aos túmulos dos Apóstolos revigore a vossa fé, de maneira que cada um possa dar a sua contribuição para a evangelização da nossa sociedade. Concedo-vos de coração a Bênção apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo-me, agora, aos peregrinos checos de Brodek no Prerova.
É-me grato ver-vos aqui em Roma, junto da Cátedra de Pedro. Formulo votos a fim de que esta peregrinação vos enriqueça na fé e aumente em vós o amor e a fidelidade a Cristo.
Acompanhe-vos a minha Bênção apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo com afecto os peregrinos provenientes da Eslováquia.
Dou as minhas especiais boas-vindas aos jovens peregrinos da organização humanitária chamada "Sociedade dos amigos das crianças no orfanato" SORRISO COMO DÁDIVA. Abençoo o seu trabalho em benefício das crianças abandonadas, em ordem a ajudá-las a encontrar uma nova família.

É de bom grado que vos abençoo a todos, bem como os vossos entes queridos na Pátria. Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo de coração os participantes no primeiro simpósio científico dedicado ao insigne teólogo esloveno do século XX, Franco Grivcu. Os frutos do vosso trabalho beneficiem as populações eslovena e internacional. Por isso, acompanhe-vos a minha Bênção apostólica.

É-me grato saudar os peregrinos de língua francesa, especialmente os Sacerdotes de São Tiago, acompanhados dos seus familiares. Convido-vos a todos a trabalhar para que se desenvolva a civilização do amor e da paz, enquando vos abençoo a todos do íntimo do meu coração.

Saúdo de bom grado os atletas e os representantes da Federação "Khmer Kampuchea Krom". Dirijo uma saudação cordial também aos Irmãos Religiosos da África, que estão a participar num programa de renovação espiritual. Sobre todos os visitantes de língua inglesa, presentes na Audiência de hoje, especialmente os que provêm da Irlanda, de Malta, das Filipinas, da África do Sul e dos Estados Unidos da América, invoco a alegria e a paz em nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo os fiéis de expressão espanhola e, de maneira especial, os Franciscanos das várias Províncias da Espanha, assim como os peregrinos das Dioceses de Alcalá, Múrcia, Tarragona e Barquisimento. Interpelados por este cântico, sede construtores da civilização do amor e da paz!

Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua italiana. Em particular, saúdo os Alunos Oficiais da Academia Militar de Módena, os membros da Cruz Branca de Biassono, que recordam o 25º aniversário de fundação da sua Secção, e os fiéis de Nembro, acompanhados do seu pároco.

Por fim, saúdo os jovens, os doentes e os novos casais.

Queridos jovens, enquanto vos preparais para retomar as habituais actividades diárias, depois do período de férias, exorto-vos a ser, em todas as circunstâncias, verdadeiras testemunhas de esperança e de paz.

Convido-vos a vós, dilectos doentes, a encontrar conforto no Senhor que sofre, que continua a sua obra de redenção na vida de cada homem.

E a vós, estimados novos casais, faço-vos votos a fim de que o vosso amor seja cada vez mais verdadeiro e solidário para com o próximo.

Concedo-vos a todos a minha Bênção apostólica!



AUDIÊNCIA DO PAPA JOÃO PAULO II


Sobre os valores da verdade e da justiça

é possível construir uma vida digna do homem

11 de setembro de 2002

1. De todas as partes do mundo, numerosas pessoas dirigem hoje o pensamento para a Cidade de Nova Iorque onde, a 11 de Setembro do ano passado, as torres gémeas do World Trade Center caíram devido a um atroz atentado, matando nas suas ruínas muitos dos nossos irmãos e irmãs inocentes.


À distância de um ano desejamos de novo recordar estas vítimas do terrorismo e recomendá-las à misericórdia de Deus. Ao mesmo tempo, desejamos renovar às suas famílias e aos seus queridos a expressão da nossa proximidade espiritual. Mas queremos também interpelar as consciências de quem planificou e mandou executar um projecto tão bárbaro e cruel.

À distância de um ano do dia 11 de Setembro de 2001 repetimos que nenhuma situação de injustiça, nenhum sentimento de frustração, nenhuma filosofia ou religião podem justificar uma aberração assim. Cada pessoa humana tem o direito ao respeito da própria vida e dignidade, que são bens invioláveis. É Deus quem o diz, o direito internacional que o sanciona, a consciência humana que o proclama e a convivência civil que o exige.

2. O terrorismo é e será sempre uma manifestação de crueldade desumana que, precisamente como tal, nunca poderá resolver os conflitos entre seres humanos. A prepotência, a violência armada, a guerra são escolhas que semeiam e geram unicamente ódio e morte. Só a razão e o amor são meios válidos para superar e resolver as rivalidades entre as pessoas e os povos.

Contudo é necessário e urgente um esforço concorde e resoluto para empreender novas iniciativas políticas e económicas capazes de resolver as situações escandalosas de injustiça e de opressão, que continuam a afligir muitos membros da família humana, criando condições favoráveis à explosão incontrolável do rancor. Quando os direitos fundamentais são violados é fácil cair vítima das tentações do ódio e da violência. É necessário construir juntos uma cultura global da solidariedade, que dê de novo aos jovens a esperança no futuro.

3. Gostaria de transmitir a todos a palavra da Bíblia: "O Senhor... vem governar a terra; governará a terra com justiça, e os povos na Sua fidelidade" (Ps 95,13). Só da verdade e da justiça podem surgir a liberdade e a paz. Sobre estes valores é possível construir uma vida digna do homem. Sem eles, só existe ruína e destruição. Elevemos a Deus, neste tristíssimo aniversário, a nossa oração para que o amor possa vencer o ódio e, com o empenho de todas as pessoas de boa vontade, a concórdia e a solidariedade possam afirmar-se em todos os recantos da terra.
A prece do Papa pelas vítimas do terrorismo



Irmãos e Irmãs, a memória dos trágicos acontecimentos da história humana não obscurece a confiança na bondade e fidelidade infinitas de Deus. A sua imutável vontade de amor e de paz, que se manifestou em Cristo morto e ressuscitado, é fundamento de esperança segura para cada homem e para todos os povos.

Dominum deprecemur. Te rogamus audi nos.

1. Pelas vítimas da violência e do terrorismo e, em particular, por aqueles que, há um ano, foram cruelmente arrancados do meio dos seus entes queridos, para que possam ser recebidos no banquete da vida, onde não haverá mais pranto, nem luto ou angústia.

Peçamos ainda pelos vivos, a fim de que não lhes falte o alívio da fé e o apoio fraternal.

2. Pela Igreja, sinal e instrumento de unidade para o género humano, a fim de que, mediante a pregação e o testemunho do Evangelho, ela espalhe, alimente e fortaleça a esperança dos homens de boa vontade, orientando os seus passos ao longo dos caminhos da justiça e da paz.

3. Pelos crentes de todas as religiões, para que, em nome de Deus, misericordioso e amante da paz, rejeitem com firmeza toda a forma de violência, comprometendo-se em resolver os conflitos com o diálogo sincero e paciente, respeitador das diferentes experiências históricas, culturais e religiosas.

4. Pelas crianças e pelos jovens, que são a esperança do novo milénio, a fim de que, perante os exemplos e os modelos de autêntica dignidade humana, sejam ajudados a construir a civilização do amor e da paz, num mundo em que se defendam os direitos de todos, e os bens sejam distribuídos com equidade em toda a parte.

Pai Santo, Deus de infinita misericórdia, tende piedade das inúmeras injustiças que mancham a consciência do género humano. Infundi no coração de cada homem e de cada mulher o sopro do vosso Espírito Santo para que, em conjunto e no dia-a-dia, cresçam na concórdia e formem uma grande família, onde todos sejam recebidos e reconhecidos como vossos filhos. Nós vos pedimos por Jesus Cristo, Filho da Virgem Imaculada, nosso Senhor, que vive e reina pelos séculos dos séculos.





PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Deus é rei e juiz do universo

18 de setembro de 2002




Queridos Irmãos e Irmãs:

1. "Proclamai ante os povos: "O Senhor é quem reina"". Esta exortação do Salmo 95 (v. 10), que agora proclamámos, oferece como que a tonalidade sobre a qual se modula todo o hino. De facto, ele insere-se entre os chamados "Salmos do Senhor rei", que incluem os Salmos 95-98, além do 46 e do 92.

Já tivemos no passado a ocasião de encontrar e comentar o Salmo 92, e sabemos como estes cânticos têm no centro a figura grandiosa de Deus, que ampara todo o universo e governa a história da humanidade.

Também o Salmo 95 exalta tanto o Criador dos seres, como o Salvador dos povos: Deus "fixou o orbe, não vacilará; governa os povos com equidade" (v. 10). Aliás, no original hebraico o verbo traduzido com "julgar" significa na realidade "governar": desta forma temos a certeza que nós não estamos abandonados às forças obscuras da confusão ou do acaso, mas estamos sempre nas mãos de um Soberano justo e misericordioso.

2. O Salmo começa com um convite festivo a louvar a Deus, um convite que abre imediatamente uma perspectiva universal: "Cantai ao Senhor terra inteira!" (v. 1). Os fiéis são convidados a "narrar a glória" de Deus "entre os povos", depois a dirigirem-se "a todas as nações" para proclamar "os seus prodígios" (v. 3). Aliás, o Salmista interpela directamente as "famílias dos povos" (v. 7) para convidar a glorificar o Senhor. Por fim, pede aos fiéis que digam "entre os povos: o Senhor reina" (v. 10), e esclarece que o Senhor "julga as nações" (v. 10), "todos os povos" (v. 13). Esta abertura universal por parte de um pequeno povo esmagado pelos grandes impérios é muito significativa. Este povo sabe que o seu Senhor é o Deus do universo e que "os deuses dos pagãos são nada" (v. 5).

O Salmo está substancialmente constituído por dois quadros. A primeira parte (cf. vv. 1-9) inclui uma solene epifania do Senhor "no seu santuário" (v. 6), isto é, no templo de Sião. Ela é precedida e seguida pelos cânticos e ritos sacrificais da assembleia dos fiéis. Desfila premente o fluxo do louvor face à majestade divina: "Cantai ao Senhor um cântico novo... cantai... cantai... bendizei... anunciai a sua salvação... narrai a sua glória... proclamai os seus prodígios... rendei ao Senhor glória e poder... rendei ao Senhor glória... transportai ofertas... prostrai-vos" (vv. 1.3.7-9).

O gesto fundamental perante o Senhor rei, que manifesta a sua glória na história da salvação é, por conseguinte, o cântico de adoração, de louvor e de bênção. Estas atitudes deveriam estar presentes também no âmbito da nossa liturgia quotidiana e da nossa oração pessoal.

3. No centro deste cântico encontramos uma declaração anti-idolátrica. A oração revela-se assim como que um caminho para alcançar a pureza da fé, segundo a nossa afirmação lex orandi, lex credendi: a norma da verdadeira oração é também norma de fé, é lição sobre a verdade divina. Com efeito, ela pode ser descoberta precisamente através da comunhão íntima com Deus realizada na oração.

O Salmista proclama: "é grande o Senhor e mui digno de louvor, mais terrível que todos os deuses. Os deuses dos pagãos são nada, mas o Senhor criou os céus" (vv. 4-5). Através da liturgia e da oração purifica-se a fé de todas os degenerações, abandonam-se aqueles ídolos aos quais se sacrifica facilmente algo de nós durante a vida quotidiana, passa-se do medo face à justiça transcendente de Deus à experiência viva do seu amor.

4. Mas eis-nos no segundo quadro, o que se abre com a proclamação da realeza do Senhor (cf. vv. 10-13). Agora quem canta é o universo, também nos seus elementos mais misteriosos e obscuros, como o mar, segundo a antiga concepção bíblica: "Alegrem-se os céus, exulte a terra! Ressoe o mar e quanto nele existe! Sorriam os campos e todos os seus frutos, exultem também todas as árvores dos bosques, na presença do Senhor que se aproxima, porque Ele vem governar a terra" (vv. 11-13).

Como dirá São Paulo, também a natureza, juntamente com o homem, "aguarda ansiosa... de ser também ela, libertada da servidão da corrupção para participar, livremente, da glória dos filhos de Deus" (Rm 8,19 Rm 8,21).

E nesta altura, gostaríamos de deixar espaço à leitura cristã deste Salmo realizada pelos Padres da Igreja, que viram neles uma prefiguração da Encarnação e da Crucifixão, sinal da realeza paradoxal de Cristo.

5. Assim, no início do sermão pronunciado em Constantinopla no Natal de 379 ou de 380, São Gregório de Nazianzo retoma algumas expressões do Salmo 95: "Cristo nasce: glorificai-o! Cristo desce do céu: ide ao seu encontro! Cristo está na terra: levantai-vos! "Cantai ao Senhor, terra inteira" (v. 1), e, para reunir os dois conceitos, "rejubilem os céus e exulte a terra" (v. 11) devido àquele que é celeste mas que, depois, se tornou terreno" (Homilias sobre a natividade, Discurso 38, 1, Roma 1983, pág. 44).

Desta forma o mistério da realeza divina manifesta-se na Encarnação. Aliás, aquele que reina "tornando-se terreno", reina precisamente na humilhação sobre a Cruz. É significativo que muitos antigos lessem o v. 10 deste Salmo com uma sugestiva integração cristológica: "O Senhor reinou do madeiro".

Por isso já a Carta de Barnabé ensinava que "o reino de Jesus está no madeiro" (VIII, 5; Os Padres Apostólicos, Roma 1984, pág. 198) e o mártir São Justino, citando quase integralmente o Salmo na sua Primeira Apologia, concluia convidando todos os povos a rejubilar porque "o Senhor reinou do madeiro" da Cruz (Os apologistas gregos, Roma 1986, pág. 121).

Floresceu neste terreno o hino do poeta cristão Veneziano Fortunato, Vexilla regis, no qual é exaltado Cristo que reina do alto da Cruz, trono de amor e não de domínio: Regnavit a ligno Deus. De facto, já durante a sua existência terrestre, Jesus admoestava: "Quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se escravo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos" (Mc 10,43-45).

Saudações

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa: desejo a todos felicidades, paz e graça no Senhor! Saúdo, em particular, os brasileiros visitantes aqui presentes e um grupo da Paróquia da Sagrada Família de Cacoal, no Estado de Rondônia. Que a luz de Cristo ilumine vossa caminhada, para serdes testemunhas vivas de fé e de esperança nas vossas famílias e comunidades. De coração vos abraço e vos abençôo.

Sinto-me feliz por saudar os peregrinos de língua francesa, presentes nesta audiência. Sede homens e mulheres de louvor, dando graças ao Senhor pelos seus dons! Abençoo-vos de todo o coração.

Saúdo os fiéis de língua espanhola; em especial os peregrinos de Ecatepec e Hermosillo, do México. Interpelados por este Salmo, recordai-vos de que a Cruz é um trono de amor e não de poder e de que, por isso, quem deseja ser o primeiro de todos deve tornar-se servidor de todos. Muito obrigado!

Dou as cordiais boas-vindas aos peregrinos e visitantes de língua inglesa, sobretudo às peregrinações diocesanas de Cloyne na Irlanda, de Thunder Bay no Canadá e de Boston, nos Estados Unidos da América. Sobre todos vós aqui presentes, e sobre as vossas famílias e comunidades, invoco a alegria e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo com grande alegria os peregrinos e visitantes de língua alemã, de maneira especial os que provêm da Bélgica e da Holanda. Que o vosso coração esteja repleto de louvor e graça pelos dons recebidos de Deus! Concedo-vos de coração, a vós e aos vossos entes queridos, assim como a quantos nos ouvem através da rádio e da televisão, a Bênção apostólica.

Dou as minhas cordiais boas-vindas aos peregrinos provenientes da Diocese de Hradec Králové, e de Kretín nad Moravou. Celebraremos no próximo sábado a solenidade de Sao Mateus, Apóstolo e Evangelista. A sua resposta à vocação de Cristo continue a iluminar a vossa vida cristã.
Com estes votos abençoo-vos de coraçao. Louvado seja Jesus Cristo!

Por fim, o meu pensamento dirige-se aos jovens, aos doentes, e aos novos casais.
Queridos jovens, a amizade com Jesus seja para vós fonte de alegria e motivo inspirador de todas as vossas opções empenhativas.

Queridos doentes, procurai na oração o conforto e a serenidade nos momentos de sofrimento e de provaçao. Estimados novos casais, o contacto constante com o Senhor vos sirva de estímulo para corresponder à vossa vocação familiar.



PAPA JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

25 de setembro de 2002

A nossa salvação está próxima

Queridos irmãos e irmãs,


1. O Salmo 84, que agora proclamámos, é um cântico jubiloso e repleto de esperança no futuro da salvação. Ele reflecte o momento exaltante da volta de Israel do exílio na Babilónia para a terra dos antepassados. A vida nacional recomeça naquele querido lar, que tinha sido apagado e destruído pela conquista de Jerusalém por parte do exército do rei Nabucodonosor, em 586 a.C.

De facto, no original hebraico do Salmo ouve-se ressoar repetidamente o verbo shûb, que indica a vinda dos deportados, mas significa também "vinda" espiritual, isto é, "conversão". Por conseguinte, o renascimento não se refere apenas à nação, mas também às comunidades dos fiéis, que tinham vivido o exílio como uma punição dos pecados cometidos e que viam agora a repatriação e a nova liberdade como uma bênção divina, em virtude da conversão alcançada.

2. O Salmo pode ser acompanhado no seu desenvolvimento, segundo duas etapas fundamentais. A primeira, marcada pelo tema da "vinda", com todos os valores que mencionámos.

Celebra-se antes de tudo a vinda física de Israel: "Senhor... Vós sois quem restaurais a parte de Jacob" (v. 2); "Restaurai-nos, ó Deus, nossa salvação... Será que já não nos restituirás a vida...?" (vv. 5.7). Este é um precioso dom de Deus, que se preocupa em libertar os seus filhos da opressão e se empenha na sua prosperidade. Com efeito, Ele "ama tudo o que existe... perdoa a todos, porque todos são dele, o Senhor que ama a vida" (cf. Sb Sg 11,24 Sb Sg 11,26).

Mas, paralelamente a esta "vinda", que na prática unifica os dispersos, há outra "vinda", mais interior e espiritual. O Salmista reserva-lhe um amplo espaço, atribuindo-lhe um relevo particular, que é válido não só para o antigo Israel mas para os fiéis de todos os tempos.

3. Nesta "vinda" o Senhor age eficazmente, revelando o seu amor ao perdoar a iniquidade do seu povo, ao eliminar todos os seus pecados, ao abandonar todo o seu desdém e ao pôr fim à sua ira (cf. Sl Ps 84,3-4).

Precisamente a libertação do mal, o perdão das culpas e a purificação dos pecados criam um novo povo de Deus. Isto é expresso através de uma invocação, que também entrou na liturgia cristã: "Concedei, Senhor, que vejamos os vossos favores; seja-nos oferecida a vossa salvação" (v. 8).
Mas a esta "vinda" de Deus que perdoa deve corresponder a outra "vinda", isto é, a conversão do homem que se arrepende. De facto, o Salmo declara que a paz e a salvação são oferecidas a quem "já não voltará ao desvio" (cf. v. 9). Quem percorre com decisão os caminhos da santidade recebe os dons da alegria, da liberdade e da paz.

Sabemos que, com frequência, as palavras bíblicas que se referem ao pecado recordam um enganar-se no caminho, um falhar a meta, um desviar-se da via recta. A conversão é, precisamente, um "voltar" para o caminho linear, que leva para a casa do Pai, que nos espera para nos abraçar, perdoar e nos fazer felizes (cf. Lc Lc 15,11-32).

4. Assim, chegamos à segunda parte do Salmo (cf. Sl Ps 84,10-14), tão querida à tradição cristã. Nela é descrito um mundo novo, em que o amor de Deus e a sua fidelidade, como se fossem pessoas, se abraçam; de modo semelhante, também a justiça e a paz se beijam, quando se encontram. A verdade germina como numa renovada primavera; e a justiça, que para a Bíblia é também salvação e santidade, desce do céu para começar o seu caminho no meio da humanidade.

Todas as virtudes, primeiro expulsas da terra devido ao pecado, entram agora de novo na história e, cruzando-se, desenham o mapa de um mundo pacífico. Misericórdia, verdade, justiça e paz tornam-se como que os quatro pontos cardeais desta geografia do espírito. Também Isaías canta: "Destilai, ó céus, lá das alturas, o orvalho, e as nuvens façam chover a vitória; abra-se a terra e produza o fruto da salvação; ao mesmo tempo faça germinar a justiça! Eu sou o Senhor, que crio tudo isto" (45, 8).

5. As palavras do Salmista, já no segundo século com Santo Ireneu de Lião, foram interpretadas como anúncio da "geração de Cristo por parte da Virgem" (Adversus haereses, III, 5, 1). Com efeito, a vinda de Cristo é a fonte da misericórdia, o desabrochar da verdade, o florescer da justiça e o esplendor da paz.

Por isso o Salmo, sobretudo na sua parte final, é lido de novo em chave natalícia pela tradição cristã. Eis como o interpreta Santo Agostinho, num dos seus discursos para o Natal. Deixemos que seja ele a concluir a nossa reflexão. ""A verdade surgiu da terra": Cristo, que disse: "Eu sou a verdade" (Jn 14,6) nasceu da Virgem. "E a justiça aproximou-se do céu": quem crê n'Aquele que nasceu, não se justifica sozinho, mas é justificado por Deus. "A verdade surgiu da terra": porque "o Verbo se fez homem" (Jn 1,14). "E a justiça aproximou-se do céu"; porque "qualquer graça excelente e qualquer dom perfeito provêm do alto" (Jc 1,17). "A verdade surgiu da terra", isto é, tomou um corpo de Maria. "E a justiça aproximou-se do céu"; porque "o homem nada pode receber se não lhe for concedida pelo céu" (Jn 3,27)" (Discursos, IV/1, Roma 1984, pág. 11).



Saudações

Queridos Irmãos e Irmãs

Aos grupos do Brasil e de Portugal e demais peregrinos de língua portuguesa, as minhas boas-vindas com uma saudação afectuosa, sobre todos implorando a misericórdia, a verdade, a justiça e a paz, que frutificam numa vida fiel a Deus.

Recebo cordialmente os peregrinos francófonos, em particular os membros da secção aquitana do Instituto dos Altos Estudos da Defesa Nacional, a Associação "Ciência-Filosofia-Teologia" de Paris e o grupo de São Vicente de Paulo, de Canteleu. Cristo Salvador torne fecundos os esforços de todos os artífices de paz e os ajude a procurar incansavelmente o Reino de Deus e a sua justiça.

É-me grato saudar as Irmãs Felicianas, presentes em Roma para a sua Assembleia bienal, assim com as Irmãs Beneditinas Missionárias, que participam numa Semana de Encontro. Sobre todos os visitantes de língua inglesa, presentes na Audiência de hoje, especialmente aos oriundos da Inglaterra, Irlanda, Austrália e Estados Unidos da América, invoco a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo cordialmente os peregrinos da Lituânia.

Caríssimos, seja incessante a vossa oração pela paz e pela justiça no mundo, e as vossas obras se inspirem em Cristo e no seu Evangelho.

O Senhor vos abençoe a todos. Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de Bratislava e de Nitra. Saúdo de maneira particular o grupo da Paróquia de Santo Egídio de Bardejov, que vieram agradecer o dom da Basílica Menor. Caros Irmãos e Irmãs, faço votos a fim de que a vossa peregrinação aos túmulos dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo represente para cada um de vós a renovação da fé cristã.

É com prazer que vos abençoo, a vós a às vossas famílias na Pátria.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua italiana, em particular aos componentes da AVIS de Milão e de Parabiago, aos fiéis de Travacò Siccomario e aos ministrantes de Linguaglossa. Depois, dirijo uma palavra de estima e de profundo encorajamento aos representantes da "Catholica Unio Internationalis", vindos a Roma para a Assembleia geral, bem como aos Missionários da Consolata, participantes no curso de formação.

Agora, como de costume, o meu pensamento volta-se para os jovens os doentes e os novos casais.

Caríssimos jovens, sede sempre fiéis ao ideal evangélico e realizai-o nas vossas actividades quotidianas. Dilectos doentes, a graça do Senhor vos sirva de ajuda nos vossos sofrimentos quotidianos. E a vós, estimados novos casais, dirijo-vos uma saudação paternal, convidando-vos a abrir a vossa alma ao amor divino, a fim de que vivifique a vossa existência familiar.



                                                                         Outubro de 2002


AUDIÊNCIAS 2002