Discursos João Paulo II 2002

DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AOS MEMBROS DAS ASSOCIAÇÕES CRISTÃS DOS


TRABALHADORES ITALIANOS (A.C.L.I.)


Sábado, 27 de Abril de 2002

Caríssimos Irmãos e Irmãs
das Associações Cristãs
dos Trabalhadores Italianos

1. Sinto-me feliz por me encontrar de novo convosco, por ocasião da Conferência Organizativa e Programática da vossa Associação. A todos dirijo uma cordial saudação, começando pelo Presidente, Senhor Luigi Bobba, a quem agradeço as nobres expressões com que quis ilustrar-me o significado deste encontro.

Perante os novos cenários e as rápidas mudanças da sociedade, desejais renovar o vosso empenho de assumir profundamente a antiga e sempre nova tarefa de evangelizar o trabalho e a vida social. E quereis fazer isto numa atitude de confiante abertura ao futuro.
Desta forma respondeis ao convite que selou o Jubileu: "Sigamos em frente com esperança! (...) o nosso passo tem de fazer-se mais lesto para percorrer as estradas do mundo" (NMI, n. 58).

Por isto vós, responsáveis e membros das A.C.L.I., hoje sois chamados a ser de novo as "abelhas operárias" da Doutrina social da Igreja, estrada-mestra para responder aos grandes desafios da época contemporânea. Estudai a Doutrina social, anunciai-a em toda a sua integridade, fazei propostas concretas que mostrem com imediata evidência a centralidade da pessoa humana. Fazei frutificar esta herança preciosa, actualizando a vossa tradicional fidelidade à Igreja, aos trabalhadores, aos valores de uma sã democracia. Sede sempre determinados no empenho de defender o homem, a sua dignidade, os seus direitos, a sua dimensão transcendente.
2. Isto significa que se deve trabalhar concretamente para construir "uma sociedade do trabalho livre, da empresa e da participação" (Centesimus annus, CA 35), dando corpo a novas e partilhadas perspectivas de autêntico desenvolvimento.

Eis o motivo da urgência, que tive ocasião de realçar por ocasião do Jubileu dos trabalhadores, de uma coligação global a favor do trabalho digno. Isto requer que se faça o possível para permitir efectivas possibilidades de trabalho para todos, garantindo ao mesmo tempo uma adequada retribuição a cada um. Também será necessário ocupar-se das modalidades de exercício do trabalho, fazendo com que não entrem em conflito com o equilíbrio pessoal e familiar, e não impeçam o desenvolvimento harmonioso do projecto de vida de cada um. As rápidas transformações que se verificam nos sistemas produtivos devem ser acompanhadas com inteligência, dedicando sempre atenção às exigências das áreas geográficas e das classes sociais menos favorecidas.

3. Um empenho corajoso e determinado nesta direcção não poderá deixar de reafirmar o papel da família, primeira escola também daquelas virtudes sociais que são a alma do desenvolvimento. Portanto, são necessárias políticas sociais à medida da família, políticas de formação e de trabalho orientadas para conciliar o tempo de trabalho e o tempo que se deve dedicar à família.
De igual importância será a decisão de investir no diálogo entre as gerações, formando e valorizando jovens capazes de dar sabor e iluminar a nossa sociedade como sal da terra e luz do mundo. Por isso a formação e a elaboração cultural são parte essencial do empenho das A.C.L.I.

Por fim, a atenção para fortalecer o tecido da solidariedade e da vida social, leva-vos sem dúvida a uma abertura europeia e mundial. Nesta perspectiva, exorto-vos a seguir com criatividade tanto o debate sobre o processo "constituinte" em acto na União Europeia como o do alargamento da mesma União, dando voz à inspiração cristã e às razões das livres formações sociais.

4. Caríssimos Irmãos e Irmãs! Sei que estais empenhados em numerosas iniciativas de animação e de serviço, tendo particularmente a preocupação de defender as pessoas mais carentes de instrução e de recursos. Hoje sois chamados a alargar os confins da vossa acção social, em relação aos novos fenómenos da imigração e da mundialização.

Em particular, o fenómeno da globalização, que é o novo nome do problema social, impõe que se façam todos os esforços a fim de que as forças em campo convirjam num autêntico espírito de fraternidade. O vínculo estreito entre a dimensão local e a global requer, sobretudo nos países mais favorecidos, formas de responsabilidade mais exigentes em relação aos Países em vias de desenvolvimento. Esta responsabilidade deverá manifestar-se com urgência também em relação aos recursos da terra e da salvaguarda da criação. Encontra-se nisto também o sentido profundo do convite, várias vezes repetido, para "globalizar a solidariedade".

Trabalhando com esta coerência, realizareis a fidelidade à Igreja de que falei no início: a "globalização da solidariedade", de facto, é consequência directa daquela caridade universal que é a alma do Evangelho. Sereis de igual modo fiéis ao homem, do qual continuareis a recordar os deveres e a promover os direitos no contexto das novas condições em que se encontra a economia mundial. E fareis isto sem nunca faltar à fidelidade aos valores democráticos, em que se inspirou a Associação desde as suas origens.

5. Este é o tempo de fiéis leigos que saibam reconhecer na realidade social e no trabalho as esperanças e as angústias das pessoas do nosso tempo, leigos capazes de testemunhar com a sua vida os "valores do Reino", mesmo quando isto requer que se vá contra a corrente em relação às lógicas do mundo. Chegou o tempo de leigos que, num contexto social percorrido por tantas esperanças falazes, queiram testemunhar a esperança que não engana (cf. Rm Rm 5,5).

Este forte empenho "missionário" exige um igual empenho contemplativo. Vós sabeis que a contemplação cristã não subtrai, mas convida ao empenho na história. O Papa exorta-vos a ser, neste início de milénio, anúncio vivo da constante presença de Cristo, que caminha com a humanidade de todos os tempos.

Com estes votos, à luz do tempo pascal e na iminência da Festa de São José Operário, concedo de coração a vós e às vossas famílias a minha Bênção.



DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DE ANGOLA


JUNTO À SANTA SÉ POR OCASIÃO DA


APRESENTAÇÃO DAS CARTAS CREDENCIAIS


29 de Abril de 2002



Senhor Embaixador,

Seja bem-vindo ao Vaticano, onde tenho o prazer de acolhê-lo por ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola junto da Santa Sé. Agradeço-lhe as delicadas palavras que me dirigiu e, de modo particular, a saudação transmitida da parte do Senhor Presidente José Eduardo dos Santos e do Governo angolano. Peço-lhe a cortesia de fazer chegar ao Senhor Presidente da República e demais autoridades a expressão da minha estima, que acompanho com uma especial oração ao Senhor para que sustente os seus esforços nesta hora em que parecem finalmente apresentar-se concretas esperanças de paz.

De facto, foi com grande satisfação que ouvi dos seus lábios a confirmação de que Angola retomou o caminho da concórdia nacional; uno-me à alegria geral da Nação por ver os seus líderes optarem pela paz. Que Deus os ajude a porem em acto os acordos já alcançados, procurando a solução dos problemas nacionais no seio das competentes Instituições democráticas; estas foram surgindo ao longo destes desventurados anos de guerra civil que não deixaram de condicionar a sua vida, necessitando ainda daquele suplemento de alma-pátria que se requer dos seus elementos para servirem acima de tudo o bem comum e salvaguardarem a fraternidade entre todos os filhos e filhas de Angola. Faço ardentes votos por que, graças ao sentido vivo da solidariedade e da vida comunitária que são valores profundos da cultura africana, os obstáculos e as resistências à busca do bem comum sejam rapidamente superados e se instaure uma vida colectiva pacífica e solidária, na qual todas as animosidades sejam esquecidas, as convicções de cada um respeitadas e a compreensão entre as várias componentes sócio-políticas afirmada na sábia utilização das diferenças para o enriquecimento comum.

Para isso, importa que os responsáveis pela vida pública tudo façam por favorecer a construção de um futuro melhor para o conjunto dos seus compatriotas e, de modo particular, para os mais desfavorecidos dentre eles. Ganhando assim a sua confiança, tornar-se-á mais fácil atender as justas aspirações da população por uma vida à medida dos seus anseios. Na verdade, "quatro sucessivas décadas conturbadas pela linguagem das armas" - como justamente referia Vossa Excelência - geraram enormes desequilíbrios sociais; a saída da presente situação requer a união do povo inteiro à volta dos ideais de fraternidade e cooperação na concórdia e no estabelecimento da justiça, impedindo que vivam, lado a lado, pessoas a quem falta o necessário e outras que esbanjam sem coração.

Aqui entram em jogo a justiça e a solidariedade, virtudes sociais que devem orientar as decisões económicas e políticas dos Organismos nacionais e internacionais, quando se trata de promover políticas que visam abordar os problemas da distribuição e partilha dos recursos disponíveis. E o incremento da solidariedade é precisamente um dos objectivos principais do empenhamento da Santa Sé na diplomacia internacional. Mediante a sua actividade, procura encorajar a cooperação recíproca entre os Estados soberanos, uma cooperação que visa o desenvolvimento humano integral e a salvaguarda da dignidade do homem (cf. Const. conciliar Gaudium et spes GS 76). Por isso, Senhor Embaixador, como não hei-de desejar o melhor sucesso à Conferência de Doadores que o seu Governo tem em mente organizar para a "ressurreição" de Angola?! É a hora de se fazerem vivos os verdadeiros amigos do povo angolano, ajudando-o a criar condições dignas de vida e uma segurança efectiva para todos.

No seu discurso, manifestava a esperança de ver a Igreja empenhada nesta fase de implantação duma paz definitiva e de reconciliação entre todos os angolanos. É conhecida de todos a acção incansável e generosa da Igreja de Angola em prol da justiça e da paz, e posso assegurar que os Pastores e fiéis católicos não deixarão de colaborar no futuro, de modo leal e cordial, com aqueles que têm a peito o verdadeiro bem do país, na luta pela dignidade humana e pelo desenvolvimento material e espiritual de todos. É que "a Igreja caminha com os homens e vive real e intimamente solidária com a sua história" (Exort. apostólica Ecclesia in Africa ), empenhando-se na edificação duma sociedade próspera e justa, de acordo com os meios de que dispõe. Pelas suas instituições de educação, ajuda a libertar as pessoas da grave forma de miséria que é a falta de formação cultural e religiosa. Mediante as suas obras nos sectores da saúde, procura promover o respeito da vida humana e testemunhar a solicitude de Deus pelos que sofrem. E, com as restantes formas de assistência e promoção social, presta o seu contributo para o desenvolvimento da nação e o progresso da justiça.

A Igreja envolve, na sua solicitude, todo o homem e o homem todo, atribuindo porém um lugar central à sua dimensão espiritual e religiosa, ou seja, à abertura da pessoa e das sociedades ao absoluto de Deus. Para ela, anunciar Cristo comporta revelar ao homem a sua dignidade inalienável, assente no próprio Deus que criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança (cf. Gen Gn 1,26). A acreditação de Vossa Excelência junto da Santa Sé é um testemunho da importância que o seu povo atribui aos valores espirituais e à mensagem evangélica. Não duvido que a sua função, iniciada oficialmente hoje, fortalecerá os vínculos de colaboração e amizade entre o seu país e a Sé Apostólica, em benefício de todos os angolanos.

Senhor Embaixador,

No momento em que inicia a sua missão junto da Santa Sé, faço votos por que possa exercê-la com a maior satisfação e proveito. Esteja certo de que encontrará sempre aqui um acolhimento solícito e uma compreensão cordial junto dos meus colaboradores. Sobre Vossa Excelência, família e directos colaboradores, sobre o povo angolano e as suas autoridades, invoco de todo o coração a abundância das Bênçãos divinas.




JOÃO PAULO II


NA SESSÃO PLENÁRIA DO PONTIFÍCIO CONSELHO


PARA A PASTORAL DOS MIGRANTES E ITINERANTES


29 de Abril de 2002


Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Caríssimos Irmãos e Irmãs

1. É-me grato dar-vos as minhas cordiais boas-vindas por ocasião da Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, que tem como tema o mundo do mar. É com afecto que saúdo o Presidente do vosso Conselho, D. Stephen Fumio Hamao, a quem agradeço as amáveis palavras que me quis dirigir em nome de todos os presentes. A cada um de vós, exprimo a minha sincera gratidão pelo cuidado atento e pelo esforço generoso com que, na vossa actividade, tendes a peito a solicitude da Igreja para com todos aqueles que estão comprometidos neste complexo âmbito da mobilidade humana.

Santo Agostinho escreve: "Contemplo a grandeza do mar à minha frente, extasio-me e admiro; procuro o [seu] autor..." (Homilia sobre o Ps 41,7). Estas palavras resumem muito bem a atitude do cristão diante da criação, grande dádiva de Deus à humanidade, e especialmente diante da majestade e da beleza do mar. Estou persuadido de que estes sentimentos animam todos aqueles que, no seu apostolado, trabalham no vasto mundo da emigração e do turismo, tendo o mar como ponto de referência.

Trata-se de um âmbito social bastante diversificado, em que, se não são poucos os desafios, também não faltam as oportunidades de evangelização.

2. O incremento da mobilidade humana e o processo de globalização influíram de maneira notável nos fluxos migratórios e turísticos, e na actividade das pessoas do mar. Aumentaram as ocasiões de encontro. Porém, ao lado de importantes vantagens que derivam deste fenómeno, existem também efeitos negativos, separações dolorosas e situações complexas e difíceis. Penso, por exemplo, nos marítimos obrigados a viver prolongados períodos de separação das suas famílias; nos ritmos de trabalho extenuantes interrompidos unicamente por breves paragens nos portos a que muitas pessoas do mar estão submetidas; nos numerosos emigrantes que sulcam os mares e os oceanos em busca de melhores condições de vida e, não raro, descobrem realidades tristes, muito diferentes das situações anunciadas pelos meios de comunicação.

Também não se podem esquecer as singulares ofertas turísticas de "paraísos artificiais", onde se exploram, com finalidades meramente comerciais, populações e culturas locais, em benefício de um turismo que, em determinados casos, não respeita nem sequer os mais elementares direitos humanos das pessoas do lugar.

3. É importante que não se deixe de prestar assistência espiritual às pessoas que fazem parte da grande família do mar. É necessário oferecer-lhes a oportunidade de encontrar Deus e de descobrir nele o verdadeiro sentido da vida. É tarefa dos crentes testemunhar que os homens e as mulheres são chamados a viver em toda a parte uma "humanidade nova", reconciliada com Deus (cfr. Ef Ep 2,15).

Se houver o apoio de agentes pastorais qualificados, os turistas poderão estimar mais as férias e os cruzeiros, porque não serão apenas viagens de prazer. Sem dúvida, gozarão do seu tempo livre e de um merecido período de descanso mas, ao mesmo tempo, serão ajudados a dialogar com as pessoas e as civilizações com que entram em contacto e a transcorrer momentos de reflexão e de oração. Também é importante não fazer faltar aos migrantes um acolhimento fraterno e uma assistência religiosa adequada, de tal maneira que se sintam compreendidos nos seus problemas e bem recebidos nas sociedades que respeitam a sua identidade cultural. Os próprios clandestinos, que correm perigo a bordo de embarcações de emergência, não devem ser abandonados a si mesmos.

Em cada situação, será necessário assegurar condições de trabalho mais justas e respeitadoras das exigências individuais e familiares e, em conjunto, deverá registar-se um esforço em ordem a propor adequadas oportunidades de cultivar a fé e a prática religiosa. Isto exige o delineamento de uma pastoral atenta às diversas condições, com formas de presença apostólica adaptadas às múltiplas necessidades das pessoas.

4. A vossa Sessão Plenária quer focalizar melhor estes aspectos, tendo em consideração o facto de que se impõe uma abordagem global em relação a uma realidade humana e social tão complexa. Os agentes pastorais não cessarão de agir em colaboração e comunhão fraterna entre si, para enfrentar de maneira eficaz os grandes desafios apresentados por este singular "campo" missionário.

Em ordem a esta finalidade, é útil ter em conta as normas já em vigor, enunciadas na Carta Apostólica Stella maris e na Instrução De pastorali migratorum cura, da qual está a ser preparada uma edição actualizada, assim como as indicações do documento Orientações para a Pastoral do Turismo. Também não se pode esquecer a necessidade de formar correctamente os fiéis leigos, chamados a trabalhar neste âmbito apostólico, e de suscitar uma renovada consciência nas Comunidades cristãs acerca dos problemas da mobilidade humana, mediante uma actualização constante.

Enquanto formulo votos a fim de que a vossa Sessão Plenária contribua para aprofundar a compreensão destas diferentes situações sociais e pastorais, encorajo-vos a fazer progredir todas as iniciativas válidas em favor da evangelização deste sector tão complexo.

Confio os trabalhos do vosso encontro à protecção maternal de Maria, Stella maris, a quem pedimos que nos conduza rumo ao porto de um mundo mais solidário, mais fraterno e mais unido. Com estes sentimentos concedo-vos a todos, do íntimo do coração, a Bênção apostólica.



MENSAGEM DO SANTO PADRE


JOÃO PAULO II


AOS PARTICIPANTES NO


ENCONTRO NACIONAL ITALIANO DO


"MOVIMENTO JUVENIL GUANELIANO"



Caríssimos jovens "guanelianos"

1. É-me grato dirigir-vos a minha afectuosa saudação a vós que, oriundos das diversas regiões italianas, vos reunistes na localidade de Como para participar no Encontro Nacional do Movimento Juvenil Guaneliano. Esta importante Assembleia prolonga e aprofunda, à luz e na alegria do tempo pascal, a entusiasmante experiência que compartilhastes, durante o ano de 2000, com muitos outros vossos coetâneos, prevenientes de todas as partes do mundo, por ocasião da inesquecível Jornada Mundial da Juventude, em Tor Vergata. Ao mesmo tempo, o encontro destes dias em Como constitui para vós uma ulterior e significativa etapa ao longo do caminho de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude, em Toronto, para a qual desde já marco encontro convosco.

2. Os trabalhos desta Assembleia de Como vêem-vos comprometidos num aprofundado confronto com a experiência de dois verdadeiros discípulos do Senhor: os Beatos Dom Luís Guanella e Irmã Clara Bosatta. Não tenhais incertezas, no momento de vos pordes na sua escola de santidade, de maneira particular através da dedicação aos últimos e aos abandonados, impelidos pela completa e inabalável confiança na Providência.

Dom Guanella e a Irmã Clara viveram tão fascinados pela caridade de Cristo, que se fizeram profundamente solidários para com o sofrimento dos pobres, em quem viam resplandecer o Rosto do Senhor (cf. Mt Mt 25,31-46). Esta mensagem de sensibilidade e de atenção para com o próximo é mais necessária do que nunca no nosso mundo contemporâneo que, com frequência, corre o risco de naufragar no egoísmo e na indiferença, e tem uma necessidade radical de testemunhas generosas do ideal do amor e da partilha em relação a todos, sobretudo no que diz respeito aos irmãos mais provados.

Sem dúvida, trata-se de um ideal elevado e comprometedor, mas não deveis pensar que não está ao vosso alcance. O segredo do "bom êxito espiritual" de Luís e de Clara não consiste, porventura, na simplicidade de vida, fundamentada numa espiritualidade sólida, feita de oração assídua e de referência constante à Eucaristia?

Caros amigos, permiti-me dirigir-vos, a este propósito, uma palavra de franqueza: sem a oração, não é possível obter bom êxito no empreendimento de se tornar santo! A oração abre-nos para o Alto, para Jesus Cristo, formando-nos para ver as pessoas e as situações a partir do ponto de vista do Seu próprio amor. Na oração, esforçamo-nos por construir dentro de nós mesmos o homem novo, formado segundo o coração de Jesus Cristo.

3. Procurai a força na graça sacramental da Eucaristia, que vos há-de permitir permanecer solidamente ancorados na vontade de Deus. A devoção eucarística deve forjar toda a vossa vida, orientar as vossas opções, inspirando em vós os ideais de solidariedade e ajudando-vos a viver em comunhão com os vossos irmãos, a começar por aqueles que vivem ao vosso lado para, em seguida, chegardes a abraçar espiritualmente cada um dos seres humanos.

A este propósito, foi com satisfação que tomei conhecimento do facto de que no primeiro sábado de cada mês vos encontrais no Santuário do Sagrado Coração, nessa cidade, para a adoração eucarística nocturna. Congratulo-me convosco por esta importante inciativa, que desejais viver em conjunto até mesmo durante o presente encontro. Trata-se de um forte testemunho que vai contra a corrente, em relação à mentalidade comum, porque propõe uma singular "discoteca do silêncio", onde se pode encontrar Jesus Cristo "de coração a coração" e fazer da Eucaristia o princípio inspirador das opções fundamentais da vida.

Possa Jesus Cristo ser verdadeiramente, e cada vez mais, o centro da vossa existência pessoal e comunitária, em conformidade com esta feliz intuição do Beato Luís Guanella: "Ele quer falar contigo, de coração a coração!".

Apraz-me repetir-vos, de maneira particular a vós, aquilo que confiei a todos os jovens, durante o encontro da juventude em Tor Vergata: "A Eucaristia plasme a vossa vida, a vida da família que haveis de formar. Que ela oriente todas as vossas opções de vida... [Ela] vos inspire ideais de solidariedade e vos faça viver em comunhão com os vossos irmãos dispersos pelos quatro cantos da terra" (Homilia na Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude).

4. O encontro com Jesus Cristo, na oração e na Eucaristia, não deixará de iluminar a vossa existência com uma nova luz, impelindo-vos a ser suas testemunhas junto dos vossos coetâneos. Nesta perspectiva, dirijo-vos também a vós o convite a ser missionários do Evangelho nos âmbitos em que realizais as vossas actividades quotidianas. Levai a palavra de Jesus, que é palavra de vida e de esperança, a todos, de maneira especial àqueles que se encontram em dificuldade e correm o perigo de perder o sentido e o valor da sua própria vida.

Gostaria de vos renovar, nesta circunstância significativa, o apelo que lancei a todos os jovens em Tor Vergata: assumi o compromisso de ser as sentinelas da manhã, no alvorecer do tercerio milénio. Trata-se de um compromisso essencial, que conserva intacta toda a sua validade e toda a sua urgência nesta primeira parte do século, sobre cujo horizonte se debruçam, infelizmente uma vez mais, as nuvens obscuras da violência e do medo. Hoje, mais do que nunca, são necessárias pessoas cuja vida seja santa, sentinelas que anunciem ao mundo inteiro uma renovada manhã de esperança, de fraternidade e de paz.

5. Dilectos amigos do Movimento Juvenil Guaneliano! Continuai, com entusiasmo e generosidade, a sulcar o caminho que empreendestes, em íntima comunhão com toda a comunidade eclesial. Esforçai-vos por ser, em todos os ambientes, "sal da terra e luz do mundo" (cf. Mt Mt 5,13-14): na escola e na universidade, no mundo do trabalho e no desporto, na família e também no meio dos vossos amigos.

Confio-vos a vós à protecção maternal da Virgem Maria, discípula fiel do seu Filho Jesus Cristo e exemplo para todos os crentes, da plena adesão à graça de Deus. Invoco sobre todos e cada um de vós, também a celeste intercessão dos Beatos Luís Guanella e Clara Bosatta, a fim de que vos acompanhem durante estes dias de encontro e ao longo de todo o vosso caminho espiritual, pessoal e comunitário.

Com estes sentimentos, enquanto vos asseguro a minha proximidade na oração, abençoo-vos de coração, a vós, aos sacerdotes, aos animadores do vosso Movimento e a todos os vossos amigos.

Vaticano, 20 de Abril de 2002.



MENSAGEM DO SANTO PADRE


JOÃO PAULO II


AO PONTIFÍCIO SEMINÁRIO CAMPANO (ITÁLIA)


POR OCASIÃO DO 90° ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO


Ao Rev.do Pe. VITTORIO LIBERTI, S.J.
Superior da Província italiana da Companhia de Jesus

Foi com profundo reconhecimento que tomei conhecimento de que a Província italiana da Companhia de Jesus se prepara para comemorar o 90º aniversário de fundação do Pontifício Seminário Campano Inter-Regional de Nápoles-Posilipo. Nesta feliz circunstância, apraz-me enviar-lhe, assim como à Comunidade educanda e docente, aos alunos e a quantos tomarem parte nestas celebrações jubilares, a minha cordial e benévola saudação.

No início do século passado, num contexto de grande fermento eclesial e cultural, o Seminário foi erigido por vontade dos Bispos da Campânia, em resposta ao ardente desejo do meu venerado predecessor São Pio X, de oferecer ao Instituto de Estudos Teológicos, por ele desejado, uma sede que fosse idónea. A nova obra foi confiada pelo próprio Pontífice aos Sacerdotes da Companhia de Jesus, a fim de que os seminaristas fossem formados na espiritualidade que é própria do presbitério diocesano, à luz da pedagogia inaciana. Em particular, indicou ao Seminário uma tarefa específica: "A elevadíssima finalidade de fazer com que os sacerdotes sejam capazes da piedade e da doutrina que os há-de tornar exemplares no exercício do seu ministério" (Carta de 4 de Março de 1910).

À distância de noventa anos, podem constatar-se os frutos nascidos de uma instituição tão provindencial para as Comunidades diocesanas da Campânia. Com efeito, ela desempenhou um papel significativo na evangelização dessa Região, cultivando e incrementando as suas tradições religiosas e culturais.

Desejo manifestar a minha profunda gratidão a essa Província da Companhia de Jesus, pelo esforço realizado nas últimas décadas, em ordem a formar os futuros pastores do Povo de Deus.

Trata-se de um precioso serviço prestado à Igreja, no sulco de uma longa e estimada tradição.
Nesta feliz circunstância, formulo a toda a Comunidade do Seminário os votos de um generoso e renovado impulso espiritual. "Fazei-vos ao largo!": este seja o compromisso de todos, que dê um novo ímpeto às iniciativas de formação do próprio Seminário, em sintonia com as expectativas da Igreja universal, projectada para o terceiro milénio. Cresça em cada um a adesão a Cristo, fonte de renovada vitalidade apostólica, para estar à altura das expectativas do Povo de Deus neste nosso tempo. Tanto hoje como no passado, para poder realizar a vocação que lhe é própria, o sacerdote deve cultivar em primeiro lugar uma familiaridade íntima e constante com o Mestre divino. É somente assim que o seu ministério poderá ser animado por uma paixão ardente pelo Evangelho e pela salvação do mundo inteiro.

A Virgem Maria estenda a sua protecção maternal sobre o Seminário Campano Inter-Regional, assista a Província italiana da Companhia de Jesus e a ajude a caminhar para a frente, mantendo-se sempre fiel ao carisma inaciano.

Asseguro aos Superiores e aos alunos, uma especial lembrança na oração, enquanto a todos concedo uma cordial e afectuosa Bênção apostólica, tornando-a de bom grado extensiva a quantos compartilham a alegria desta feliz celebração jubilar.

Vaticano, 8 de Março de 2002.



DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AO SEGUNDO GRUPO DE BISPOS


DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DA NIGÉRIA


EM VISITA "AD LIMINA APOSTOLORUM"


Terça-feira, 30 de Abril de 2002

Queridos Irmãos no Episcopado!

1. É para mim uma grande alegria receber-vos, membros do segundo grupo de Bispos nigerianos, por ocasião da vossa visita ad Limina apostolorum: "Graça e paz vos sejam dadas, da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 1,7). O antigo costume de "vir visitar Pedro" é uma reminiscência da visita do Apóstolo Paulo a Jerusalém, do tempo passado com Cefas (cf. Gl Ga 1,18) que o Senhor constituiu como "pedra" sobre a qual iria edificar a sua Igreja.

No abraço fraterno de Pedro e Paulo, a primeira comunidade cristã reconheceu os Gentios convertidos de Paulo como irmãos e irmãs autênticos na fé, e na narração de Paulo o dom abundante da graça sobre aqueles novos crentes, toda a comunidade encontrou motivos ainda mais profundos para louvar a misericórdia infinita de Deus (cf. Act ss.). De igual modo o nosso encontro de hoje reafirma a comunhão das vossas Igrejas particulares vibrantes e fecundas com o Sucessor de Pedro e com a Igreja universal, e ao mesmo tempo damos graças pela vida e pelo testemunho dos sacerdotes, dos religiosos e dos leigos do vosso País, que servem o Senhor em fidelidade e gratidão.

Já partilhei com o primeiro grupo de Bispos nigerianos algumas reflexões e preocupações suscitadas pelos vossos relatórios sobre a situação específica da Igreja no vosso País. Agora, ofereço-vos outros temas de reflexão a vós que tendes nas vossas comunidades locais a missão de "ensinar, santificar e governar" (Christus Dominus, CD 11).

2. Partilho a vossa preocupação pastoral pelo desenvolvimento pacífico dos vossos povos, não só em termos de progresso material, mas também e em particular, em relação a uma autêntica liberdade política, à harmonia étnica e ao respeito dos direitos dos cidadãos. Deveis fazer as seguintes perguntas: De que forma se pode encarnar o Evangelho nestas circunstâncias? De que forma a Igreja e os cristãos individualmente podem enfrentar, no melhor modo possível, as questões urgentes implícitas na edificação de um futuro melhor para si próprios e para os próprios filhos?

Podemos encontrar uma resposta nos objectivos que há cinco anos estabelecestes no Plano Pastoral Nacional para a Nigéria. Naquele amplo programa elaborado pela vossa Comissão Episcopal sobre a Missão, dois grandes temas explicam aquela que considerais como missão pastoral da Igreja na Nigéria no terceiro milénio cristão: a nova evangelização e a responsabilidade da Igreja na sociedade civil. Foi neste duplo contexto que conseguistes inserir virtualmente todos os vossos objectivos destinados à transformação da humanidade a partir de dentro, à renovação da inocência do coração das pessoas e, como foi recomendado pela Assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos, à edificação da Igreja como família. Este último elemento é a chave dos dois primeiros: como reconheceram os Padres sinodais, a Igreja como família de Deus, "é uma expressão da natureza da Igreja, particularmente apropriada para África. Com efeito, a imagem acentua a atenção pelo outro, a solidariedade, as calorosas relações de acolhimento, de diálogo e de mútua confiança" (Ecclesia in Africa ). Com efeito, quando o anúncio e a catequese conseguem edificar a Igreja como família, toda a sociedade é beneficiada: a harmonia entre os diversos grupos étnicos recebe uma base sólida, evita-se o etnocentrismo e encorajam-se a reconciliação, maior solidariedade e a partilha dos recursos entre as pessoas, a vida social impregna-se cada vez mais da consciência dos deveres que provêm do respeito pela dignidade de cada ser humano, que é um dom de Deus.

3. A missão da Igreja na Nigéria, assim como em toda a parte, deriva da sua própria natureza de sacramento de união com Deus e da unidade de todos os membros da família humana (cf. Lumen gentium, LG 1). Assim como numa família, a paz e a harmonia devem ser edificadas constantemente, assim também na Igreja as diferenças não devem ser consideradas motivo de conflito ou de tensão, mas fonte de força e unidade na diversidade legítima. A paz, a harmonia, a unidade, a generosidade e a cooperação não são porventura os sinais de uma família forte e sadia?
Devem ser estas as características que distinguem todas as relações no âmbito da Igreja. "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus" (Mt 5,16).

De igual modo, a honestidade e a abertura ao diálogo constituem uma atitude cristã necessária tanto no interior da comunidade como fora, em relação a outros crentes e homens e mulheres de boa vontade. Uma compreensão errada ou incompleta da inculturação ou do ecumenismo, contudo, não deve comprometer o dever de evangelizar, que é um elemento essencial da identidade católica. A Igreja, apesar de mostrar grande respeito e estima pelas religiões não-cristãs professadas por muitos africanos, não pode deixar de sentir a urgência de levar a Boa Nova a milhões de pessoas que ainda não ouviram a mensagem salvífica de Cristo. Como escreveu o Papa Paulo VI na Evangelii nuntiandi: "ela pensa que essas multidões têm o direito de conhecer as riquezas do mistério de Cristo (cf. Ef. Ep 3,8), nas quais nós acreditamos que toda a humanidade pode encontrar, numa plenitude inimaginável, tudo aquilo que ela procura às apalpadelas a respeito de Deus, do homem, do seu destino, da vida e da morte e da verdade" (n. 35).

4. Além disso, a evangelização e o desenvolvimento humano integral, o progresso de qualquer pessoa e de todas as pessoas, estão intimamente relacionados. O Concílio Vaticano II, na sua Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo Contemporâneo, explica isto muito bem: "Mas a Igreja, ao procurar o seu fim próprio de salvação, não só comunica ao homem a vida divina, mas ainda projecta, de certo modo, sobre todo o universo, o reflexo da sua luz, sobretudo sanando e elevando a dignidade da pessoa humana, firmando a coesão da sociedade humana dando à actividade diária dos homens um sentido e um significado mais profundos. Desta forma a Igreja, através dos seus membros e de toda a comunidade, crê que pode contribuir muito para tornar cada vez mais humana a família dos homens e a sua história" (Gaudium et spes, GS 40). De facto, é na encarnação do Verbo de Deus que a história humana encontra o seu significado autêntico. É Jesus Cristo, o Redentor da humanidade, o fundamento da dignidade humana restabelecida. Por este motivo, anunciar Jesus Cristo significa revelar às pessoas a sua dignidade inalienável: "por seu turno, a Igreja, que recebeu a missão de manifestar o mistério de Deus, desse Deus que é o fim último do homem, revela, ao mesmo tempo, ao homem o sentido da própria existência, isto é, a verdade íntima acerca do ser humano" (Ibid., 41).

Precisamente porque as pessoas receberam uma extraordinária dignidade, não deveriam ser reduzidas a viver em condições políticas, culturais, económicas e sociais infra-humanas. Esta é a base teológica da luta pela defesa da justiça e da paz social, pela promoção, a libertação e o desenvolvimento humano integral de todas as pessoas e de cada indivíduo. Por conseguinte, os Padres da Assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a África, fizeram justamente notar que "o desenvolvimento integral supõe o respeito da dignidade humana, que só pode realizar-se na justiça e na paz" (Ecclesia in Africa ).

5. Este vínculo entre evangelização e desenvolvimento humano explica a presença da Igreja no campo social, no âmbito da vida pública e social. Seguindo o exemplo do seu Senhor, ela exerce o seu papel profético em nome de todas as pessoas, sobretudo dos pobres, dos que sofrem, dos indefesos. Ela torna-se a voz dos que não têm voz, insistindo sobre o facto de que a dignidade da pessoa humana deveria estar sempre no centro dos programas locais, nacionais e internacionais. Ela "interpela a consciência dos Chefes de Estado e dos responsáveis pela vida pública, para que garantam sempre mais a libertação e o desenvolvimento dos seus povos" (Ibid., 70).

Por conseguinte, o anúncio da Boa Nova exige a promoção de iniciativas que contribuam para o desenvolvimento e para a nobilitação das pessoas na sua existência material e espiritual. Também denuncia e combate tudo quanto degrada ou destrói a pessoa humana. "O exercício do ministério da evangelização no campo social, que é um aspecto do múnus profético da Igreja, compreende também a denúncia dos males e das injustiças. Mas convém esclarecer que o anúncio é sempre mais importante do que a denúncia" (Sollicitudo rei socialis SRS 41). Por conseguinte, como Pastores de almas, deveis pregar o Evangelho de maneira positiva sempre, em qualquer ocasião oportuna e inoportuna (cf. 2Tm 4,2), para edificar a Família de Deus que é a Igreja, na caridade e na verdade, e para servir toda a família humana que aspira por uma justiça, por uma liberdade e por uma paz cada vez maiores.

6. Estimados Irmãos, estas são algumas reflexões suscitadas pela vossa visita aos túmulos dos Apóstolos e que quis acrescentar aos comentários já feitos por ocasião da visita do primeiro grupo de Bispos nigerianos. Tenho esperança no facto de que a vossa peregrinação dê nova força ao vosso ministério, para que nunca vos canseis de pregar a palavra de Deus, celebrando os Sacramentos, orientando a grei confiada à vossa solicitude e procurando todos os que se afastaram ou ainda não ouviram a voz do Senhor. A Igreja na Nigéria permanece sempre próxima do meu coração: rezo para que a alegria da Ressurreição do Senhor e os dons da sabedoria e da coragem do Espírito se tornem cada vez mais visíveis na vida dos membros do vosso povo, para que possam ser verdadeiramente "filhos generosos da Igreja, que é família do Pai, Fraternidade do Filho, Imagem da Trindade" (Ecclesia in Africa ). Ao confiar-vos a vós, os sacerdotes, os religiosos e os leigos à amorosa protecção de Maria, Rainha da África, e à intercessão do vosso querido Cipriano Michael Iwene Tansi, concedo de coração a minha Bênção apostólica como penhor de graça e de comunhão em nosso Senhor Jesus Cristo.



                                                                             Maio de 2002


Discursos João Paulo II 2002