Discursos João Paulo II 2002 - 17 de Maio de 2002

DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AO NOVO EMBAIXADOR DO BENIM


JUNTO DA SANTA SÉ


Sexta-feira, 17 de Maio de 2002

Senhor Embaixador

1. É com alegria que dou as boas-vindas a Vossa Excelência na ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República do Benim junto da Santa Sé.

Estou-lhe grato pelas gentis palavras que me dirigiu, assim como pelos bons votos que me transmitiu da parte de Sua Excelência o Senhor Mathieu Kérékou, Presidente da República do Benim. Ficar-lhe-ia grato se se dignar transmitir-lhe os votos cordiais que formulo pela sua pessoa e pelo cumprimento da sua missão ao serviço do povo do Benim. Peço também ao Todo-Poderoso que conceda a todos os seus compatriotas uma vida pacífica e digna, na concórdia e na unidade.

2. Vossa Excelência, Senhor Embaixador, realçou a qualidade das relações de colaboração que unem o seu país com a Santa Sé. A implantação e a abertura da Nunciatura Apostólica em Cotonou são um sinal evidente de que ela contribuirá para fortalecer os vínculos de cooperação e para lhes dar um novo impulso. Alegro-me pelos esforços empreendidos depois de mais de vinte anos pelo seu país e por todos os seus habitantes; eles abrem o caminho para uma participação activa de todos na vida pública, cujo pluralismo e diversidade dos componentes políticos, culturais e religiosos constituem uma riqueza para o dinamismo nacional. Tendo consciência da necessidade de concorrer de modo responsável para o bem comum, todos se devem dedicar à edificação de uma sociedade que se comprometa cada vez mais pela justiça, a igualdade e a paz, convidando também quantos são responsáveis da res publica a trabalhar a fim de que todos possam dispor dos meios necessários para as suas necessidades.

3. A consolidação do estado de direito e da democracia é uma garantia do respeito das liberdades fundamentais de todos os cidadãos. Ela constitui também para toda a sociedade uma base indispensável para o desenvolvimento global e para o bem-estar duradouro para todos. O contexto da mundialização faz com que seja mais evidente a necessidade de trabalhar para o bem comum, favorecendo assim a estabilidade política dos países e a expansão económica de uma região ou continente. Neste espírito, quando a África do Leste ainda hoje conhece numerosos focos de tensão e luta sem cessar contra a pobreza que alimenta a violência, o seu país está chamado a desempenhar um papel activo para manter os equilíbrios geopolíticos na região. É com o exemplo da honestidade das suas instituições, assim como mediante um diálogo construtivo com todos os protagonistas da sociedade civil, com os responsáveis dos países vizinhos e com a comunidade internacional, que uma nação é capaz de realizar eficazmente a sua missão.

4. As diferentes tradições religiosas presentes no seu país são chamadas a trabalhar juntas, com todos os habitantes do Benim, para a promoção do bem comum e para a instauração de um clima de paz, feito de confiança e de estima recíprocas. Por ocasião do Dia de oração pela paz no mundo realizado em Assis no dia 24 de Janeiro passado, tive a ocasião de recordar que é indispensável que as pessoas e as comunidades religiosas se comprometam no restabelecimento da paz e que elas "manifestem a rejeição mais radical de qualquer forma de violência, começando por aquela que pretende agir em nome da religião, chegando a recorrer ao nome santíssimo de Deus para ofender o homem" (n. 4). Por seu lado, a Igreja católica está disposta a dar incessantemente o seu contributo leal e generoso para a realização deste nobre propósito. Mediante o seu empenho nas obras da saúde, da educação ou da promoção social, na fidelidade à sua missão de serviço, ela deseja apoiar os homens no seu desenvolvimento integral e difundir a Boa Nova do Evangelho que anuncia a paz, o amor e a liberdade para todos. Ela dedica uma atenção muito especial aos mais pobres e às crianças que, por vezes, são vítimas inocentes de tráficos inaceitáveis. De igual modo, ela tem a preocupação de prosseguir e intensificar o diálogo com as outras comunidades religiosas presentes no território nacional, a fim de unir as forças de todos os homens de boa vontade com vista ao crescimento do país e a uma paz social mais estável. As comunidades católicas desejam participar quotidianamente nos esforços comuns, a fim de contribuir para o desenvolvimento material e espiritual de todos, para fazer desaparecer as causas da divisão e para edificar uma sociedade cada vez mais unida e mais solidária, dedicando-se a despertar as consciências e os corações para o respeito mútuo e para a responsabilidade de todos na busca do bem comum.

5. Senhor Embaixador, gostaria de saudar cordialmente, por seu intermédio, os membros da comunidade católica do Benim. O meu pensamento dirige-se para um nobre filho da sua nação, o Cardeal Bernardin Gantin, que celebrou recentemente o octogésimo aniversário do seu nascimento. Depois de ter desempenhado o seu ministério de Bispo ao serviço da Arquidiocese de Cotonu, ele foi, e continua a ser, junto do Sucessor de Pedro uma importante voz da África, trabalhando infatigavelmente pelos seus irmãos e servindo generosamente Cristo e a sua Igreja.

6. No momento em que começa a sua missão junto da Santa Sé, formulo-lhe os meus melhores votos. Tenha a certeza de que encontrará sempre aqui, junto dos meus colaboradores, um acolhimento atento e uma compreensão cordial.

Sobre Vossa Excelência, sobre todo o povo do Benim e seus dirigentes, invoco de coração a abundância das bênçãos divinas.



DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AO NOVO EMBAIXADOR DO SUDÃO


JUNTO À SANTA SÉ POR OCASIÃO


DA APRESENTAÇÃO DAS CARTAS CREDENCIAIS


17 de Maio de 2002



Senhor Embaixador

1. É com prazer que recebo Vossa Excelência, por ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República do Sudão junto da Santa Sé.

As palavras que Vossa Excelência acaba de me dirigir, e pelas quais estou verdadeiramente agradecido, demonstram que as Autoridades do seu País têm a peito o desenvolvimento das relações de estima e de colaboração entre o Sudão e a Sé Apostólica, em ordem a uma acção diplomática cada vez mais fecunda. Ficar-lhe-ia grato se apresentasse a Sua Excelência o Senhor Presidente Omar Hassan Al-Bachir, de quem o Senhor Embaixador acaba de me transmitir os amáveis desejos de bem, os bons votos que formulo como retribuição, tanto pela sua pessoa como pelo cumprimento da sua alta função ao serviço da Nação. Através da sua pessoa, Senhor Embaixador, desejo dirigir também as minhas cordiais saudações a todos os habitantes do Sudão, enquanto rezo ao Deus Todo-Poderoso que lhe conceda as energias necessárias para edificar na concórdia e na unidade uma sociedade cada vez mais pacífica e mais fraternal.

2. Enquanto recordava a tragédia que continua a mortificar a Terra Santa, Vossa Excelência observava que todas as nações que desejam comprometer-se de maneira responsável ao longo do caminho do progresso e do desenvolvimento devem trabalhar sem trégua pela instauração de uma paz duradoura, fundamentada sobre a justiça e o perdão. Por ocasião do encontro de oração realizado em Assis, no dia 24 do passado mês de Janeiro, na presença dos responsáveis das grandes religiões do mundo, recordei que o compromisso pela justiça e a disposição para o perdão são "pilares" indispensáveis sobre os quais se pode edificar uma paz duradoura. Com efeito, é necessário que as nações realizem obras de justiça, no respeito pela dignidade das pessoas e dos povos; e isto supõe que todos os membros da comunidade nacional tenham consciência dos seus direitos e dos seus deveres, e que as pessoas responsáveis pelo bem comum tenham a solicitude de distribuir os lucros e as responsabilidades entre os indivíduos, e entre a colectividade em geral. Este compromisso deve ser acompanhado de uma vontade concreta de trabalhar pela reconciliação das comunidades nacionais e de se abrir ao perdão, a única atitude capaz de purificar os corações e de restabelecer em profundidade os relacionamentos humanos perturbados.

Enquanto o seu País procura, no tempo presente, as soluções concretas e adequadas para sair da espiral da violência, que põe a dura prova as populações civis e os seus bens, exprimo o vivo desejo de ver todos os habitantes encontrar em conjunto o caminho de uma colaboração leal e responsável, em ordem a contribuir para o termo definitivo dos conflitos que, desde há muitos anos, levam o seu País a mergulhar na miséria. A modernização progressiva da economia, das instituições e dos estilos de vida caminham pari passu com um diálogo de paz construtivo e um compromisso sério em ordem ao abandono das armas. Estes são os elementos que hão-de abrir o caminho para o advento de uma sociedade reconciliada e solidária.

3. Nesta perspectiva, é desejável que se trabalhe cada vez mais em prol da compreensão e do respeito recíproco entre todos, o que passa necessariamente através do respeito do direito à existência e à identidade das minorias presentes no interior de um determinado país; isto constitui um sinal clarividente de uma sociedade que sabe integrar as riquezas culturais que a compõem, e favorecer a participação de todos na vida política, económica e social do País. Ao mesmo tempo, é importante que as pessoas rejeitem toda a discriminação fundamentada sobre critérios étnicos, culturais ou religiosos. A unidade nacional edifica-se no acolhimento da diversidade, procurando fazer com que ela concorra para o bem comum e para o desenvolvimento integral de todos os seus habitantes.

4. Vossa Excelência realçou que o governo da República do Sudão se preocupa em revigorar as liberdades religiosas, sobretudo através da sua inscrição na nova Constituição. Como recordei por ocasião da minha visita pastoral ao seu País, em 1993, "a liberdade dos indivíduos e das comunidades de professar e de praticar a sua religião constitui um elemento essencial para a coexistência pacífica. A liberdade de consciência e a liberdade de procurar a verdade e de agir em conformidade com a sua própria crença religiosa pessoal são tão fundamentais para o ser humano, que todo o esforço em ordem a limitá-las leva inevitavelmente a conflitos implacáveis" (Discurso ao Presidente da República, em Cartum, 10 de Fevereiro de 1993, n. 5). Tal liberdade não põe em discussão a vida social, porque toda a verdadeira iniciativa religiosa permite às pessoas que professam a sua religião descobrir que são irmãos em humanidade com todos os seus compatriotas.

5. Senhor Embaixador, permita-me saudar, por seu intermédio, os Pastores e os fiéis da comunidade católica que vive no Sudão, corajosa na provação e solícita em testemunhar todos os dias a esperança cristã e os valores evangélicos. Que ela continue, na caridade, a sua missão eminente de servir a Jesus Cristo, indo ao encontro dos seus irmãos, sustentada pela intercessão de Santa Josefina Bakhita! A Igreja católica estará, por sua vez, sempre disponível para colocar as suas competências e as suas intuições ao serviço da promoção humana de todos os habitantes do Sudão, nos campos da educação, da saúde e da assistência social. E ela cumpre esta missão na fidelidade ao seu Senhor e com a vontade consciente de oferecer, em particular mediante um diálogo leal com os seus irmãos muçulmanos, novos caminhos para que sejam instauradas a justiça e a paz, às quais os povos aspiram de maneira tão ardente.

6. Senhor Embaixador, no momento em que Vossa Excelência dá oficialmente início à sua missão junto da Sé Apostólica, formulo-lhe os meus votos mais cordiais pela nobre tarefa que o espera. De resto, tenha a certeza de que encontrará sempre aqui, junto dos meus colaboradores, o acolhimento atento e compreensivo de que poderá vir a ter necessidade.

Sobre Vossa Excelência, os responsáveis da sua Nação e todo o povo do Sudão, invoco do íntimo do coração a abundância das Bênçãos divinas.



DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AO NOVO EMBAIXADOR DA ISLÂNDIA


JUNTO DA SANTA SÉ


Sexta-feira, 17 de Maio de 2002


Senhor Embaixador

É com grande prazer que o recebo no Vaticano para a aceitação formal das Cartas Credenciais mediante as quais Vossa Excelência é nomeado Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Islândia junto da Santa Sé. Tendo em mente as lembranças duradouras da hospitalidade que a Islândia me reservou em 1989, peço-lhe que transmita as minhas saudações cordiais ao Presidente, Sua Excelência o Senhor Olafur Ragnar Grimsson, assim como ao governo e aos seus compatriotas. Asseguro a todos e a cada um as minhas orações pelo bem-estar e a prosperidade de toda a Nação.

O vigésimo quinto aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a Islândia e a Santa Sé constitui uma fonte de enorme satisfação, e alegro-me com Vossa Excelência pelos inúmeros factores espirituais e culturais que desejou mencionar e que contribuem para fazer dos vínculos entre a Islândia e a Santa Sé uma expressão de grande amizade e de respeito mútuo. Esta ocasião impele-me a reflectir sobre o contexto e a finalidade da diplomacia, de maneira especial num período que o Senhor Embaixador quis definir como "incerto e complexo".

A transformada configuração da comunidade internacional num mundo que se está a globalizar tem efeitos devastadores sobre as relações existentes entre os países e os povos.

Talvez não se trate tanto do facto de que os elementos essenciais da comunidade internacional estão a mudar. Os governos nacionais, as redes de comércio e de finanças, as agências internacionais e as organizações não governamentais, as Igrejas e as associações civis de todos os tipos: estes são os elementos da sociedade do presente, como foram no passado e como serão no futuro previsível. A estes elementos deveriam acrescentar-se, como factor fundamental e cada vez mais influente, os meios de comunicação - com frequência dotados de poderosos vínculos políticos e comerciais - que estão, eles também, a passar por um período de rápida transição, como resultado dos incessantes progressos tecnológicos.

Contudo, o ponto mais amplo e mais importante a considerar é que, se tais elementos são por si mesmos mais ou menos estáveis, a sua interacção e os seus relacionamentos não o são: efectivamente, eles estão a mudar com grande rapidez, sob as pressões da globalização.

Um dos principais efeitos disto é que, no mundo, observamos a mudança das fontes do poder, enquanto a autoridade política se multiplica de várias maneiras. Por exemplo, é claro que os líderes comerciais e financeiros dos dias de hoje exercem uma parte da autoridade que outrora pertencia exclusivamente aos governantes políticos. Por conseguinte, os efeitos da globalização, tanto sobre a natureza como sobre a prática da democracia, têm necessidade de ser examinados com uma atenção posterior. Levantam-se interrogações que se tornam cada vez mais prementes, à luz dos acontecimentos mais recentes: que possibilidade existe de que as políticas sejam globais, e não apenas nacionais? Quem seria responsável pela execução e a implementação de tais políticas? Que possibilidade existe de uma fiscalização democrática, certa e autêntica, das forças que estão cada vez mais em vigor no fórum internacional? E o que dizer dos tribunais internacionais? Quem é que deve designar os juízes e decidir o contexto legal dentro do qual tais tribunais deverão trabalhar? Sem dúvida, estas e outras interrogações análogas exigem atenção.

Nem os indivíduos nem as nações podem evitar os efeitos destas transformações na arena internacional. Por exemplo, em virtude das mudanças no relacionamento entre o comércio e o governo, as relações internacionais e o comércio entre os Estados, não raro, misturam-se.

Talvez isto seja inevitável, mas traz consigo o risco de reduzir os intercâmbios entre os Estados e os povos a transações comerciais, de tal forma que tudo passa a ser incluído na categoria da economia, como já se verifica nas sociedades em que a ideologia do consumismo está a prevalecer. Se esta tendência não for acompanhada e enriquecida de outras preocupações sociais e culturais, também a diplomacia deixará de servir o desenvolvimento integral dos indivíduos e dos povos, e o bem comum de toda a família humana, como deve ser. A fim de ser fiel à vocação que lhe é própria, num período como o presente, a diplomacia tem necessidade de fazer da pessoa humana o núcleo da sua visão e do critério do seu compromisso; ela precisa de ser orientada por uma sólida compreensão da pessoa humana e da sociedade dos homens.

Também a Igreja católica está intimamente comprometida na vida da comunidade internacional, não a fim de promover os interesses nacionais ou ideológicos, mas para servir o desenvolvimento integral dos povos, em conformidade com o mandamento evangélico. As raízes cristãs da Islândia remontam pelo menos à Idade Média, e esta herança espiritual, esta alma cristã, é o mais profundo manancial da índole do seu povo e das suas tradições.

Ela constitui inclusivamente o recurso em que a sua Nação se deve inspirar, enquanto desempenha a parte que lhe é própria na construção da Europa do futuro. Embora seja numericamente exígua, a comunidade católica da Islândia tem contribuído de maneira convicta para esta tarefa, de modo especial no contexto das fecundas relações ecuménicas dos últimos tempos.

Senhor Embaixador, estou persuadido de que a sua missão ajudará a consolidar ainda mais os relacionamentos já cordiais, que se desenvolveram entre a Islândia e a Santa Sé ao longo destes últimos vinte e cinco anos. No momento em que Vossa Excelência está a assumir as suas responsabilidades, no âmbito da comunidade diplomática acreditada junto da Santa Sé, formulo-lhe os meus sinceros bons votos e asseguro-lhe que os diversos Departamentos da Cúria Romana estarão sempre prontos a assisti-lo no cumprimento dos seus deveres. Sobre Vossa Excelência e a sua família, mas também sobre o querido povo da Islândia, invoco de bom grado as abundantes Bênçãos de Deus Todo-Poderoso.



DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AOS MEMBROS DA COMUNIDADE


DA ABADIA AUSTRÍACA DA SANTA CRUZ


Sexta-feira, 17 de Maio de 2002


Reverendo Abade Gregor
Reverendo Padre Decano da Escola
Ilustres Reitores dos Seminários sacerdotais
Estimados Professores e queridos Estudantes

1. É com grande alegria que vos dou as boas-vindas ao Palácio Apostólico. Escolhestes o tempo da Novena pentescostal para realizar esta peregrinação a Roma, aos Túmulos dos Apóstolos e à Sé de Pedro, por ocasião do Bicentenário da Escola Superior de Teologia e de Filosofia da Santa Cruz. Esta peregrinação conjunta, chefiada pelo Reverendo Abade, não só revigora a Comunidade académica dos Professores e dos Estudantes, mas exprime também a finalidade última dos vossos estudos e dos vossos esforços: uma communio profunda e indestrutível com Deus Uno e Trino, na sua santa Igreja, hoje aqui na terra e, no futuro, na bem-aventurança dos Céus!

2. Durante estes dias do Pentecostes rezamos: "Veni, sancte Spiritus, reple tuorum corda fidelium; et tui amoris in eis ignem accende!".

A vossa peregrinação jubilar está destinada a ser uma importante pedra angular ao longo do vosso caminho de comunidade de estudos teológicos: o espírito de fidelidade ao Magistério e à tradição da Igreja, que a Abadia da Santa Cruz e a vossa Escola demonstraram desde a sua fundação (1802), possa experimentar, graças à obra do Espírito Santo, uma renovação vital e "dar asas" ao vosso apostolado. O vosso mais íntimo desejo de receber o "Espírito de verdade" (Jn 16,13), que foi próprio também dos discípulos reunidos com Maria, abre-vos para a grandiosa tarefa que vos confio vivamente a todos: ser agentes entusiastas e estimulantes da nova evangelização da Europa.

3. Solidamente enraizada na tradição espiritual da Ordem dos Cistercienses, agora a vossa Escola está a enfrentar o desafio de uma séria formação dos sacerdotes e dos religiosos do nosso tempo. Por isto, estou sinceramente agradecido ao Abade e aos Monges do Mosteiro da Santa Cruz. Formulo votos cordiais à Escola Superior de Teologia e de Filosofia da Santa Cruz e a todos os seus membros, a fim de que consigam crescer na fé, na esperança e na caridade. É por isso que vos confio a todos, aos vossos entes queridos e aos vossos irmãos que ficaram no Mosteiro, à intercessão de Maria, Magna Mater Austriae, de São Bernardo e de todos os Santos da Ordem dos Cistercienses, enquanto vos concedo do íntimo do coração, a todos e a cada um, a minha Bênção apostólica.



DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


NO ENCONTRO COM OS ALUNOS


DOS IRMÃOS DAS ESCOLAS CRISTÃS


Sábado, 18 de Maio de 2002

Caríssimos Irmãos e Irmãs

1. É com grande alegria que vos recebo, por ocasião do terceiro centenário da presença na Itália dos Irmãos das Escolas Cristãs. Desde que, em 1702, proveniente da França, chegou a Roma Frei Gabriel Drolin, a semente por ele lançada à terra com heróicos sacrifícios deu abundantes frutos no âmbito da educação. A Igreja sentiu sempre uma predilecção particular por este campo porque, na fidelidade a Cristo, tudo realiza para que o homem tenha a vida "em abundância" (cf. Jo Jn 10,10). Por conseguinte, sinto-me feliz por me encontrar hoje com os herdeiros desta admirável obra, à qual desejais fielmente dar prosseguimento, seguindo as pegadas de São João Baptista de La Salle e de Gabriel Drolin.

Saúdo com afecto o Superior-Geral, Frei Álvaro Rodríguez Echeverría, ao qual agradeço as gentis palavras que me dirigiu. Saúdo-vos a todos, dando a cada um as cordiais boas-vindas.

2. No seu testamento, São João Baptista de La Salle escreveu palavras memoráveis, que explicam o significado eclesial de todo o ano tricentenário que estais a celebrar: "Aos Irmãos recomendo que sejam sempre e totalmente obedientes à Igreja, sobretudo em tempos tão terríveis e, para disso dar provas, jamais se separem do nosso Santo Padre o Papa e da Igreja de Roma, recordando sempre que enviei a Roma dois Irmãos para pedir a Deus a graça de que a sua Sociedade lhe estivesse sempre e totalmente submetida".

Estas palavras nada perderam do seu vigor e actualidade, e inspiram a missão que vos foi confiada ao serviço da formação integral dos jovens, de acordo com os ensinamentos da Igreja.

3. Frei Gabriel Drolin foi escolhido por La Salle para testemunhar fidelidade ao Papa naqueles tempos de jansenismo, e para plantar a árvore da Sociedade das Escolas Cristãs à sombra e sob o olhar abençoador do Sucessor de Pedro. Para todos os educadores lassalistas ele permanece um modelo inspirador de grande força e relevância.

Em 21 de Novembro de 1691, juntamente com o Fundador e com outro Irmão, emitiu aquele que será chamado o "voto heróico", para garantir ao futuro das Escolas Cristãs, a qualquer preço e de qualquer forma, uma fidelidade sem cálculos nem limites: "mesmo se ficássemos só nós os três e fôssemos obrigados a pedir esmola e a viver unicamente de pão".

Em 1702 está pronto para partir da França para uma missão importante e difícil: fazer conhecer uma nova realidade educativa, pedagógica e metodológica, nascida havia vinte anos do outro lado dos Alpes.

4. O pensamento ascético-educativo lassalista debruça-se não tanto sobre "como educar", mas sobre "o modo de ser para educar", ou seja, como viver em si o tom e a substância do educador. O modelo é Cristo, Mestre porque aberto à escuta, exemplo porque testemunha. La Salle tem por finalidade a Educação dos jovens através da renovação do educador.

Se o educador, com o testemunho e com as palavras, não é modelo para os jovens, a escola não obtém a sua finalidade. "Vós dizia aos seus sois os embaixadores e os ministros de Cristo na profissão que exerceis; portanto, deveis comportar-vos como representantes do próprio Cristo. Ele quer que os jovens olhem para vós como para ele próprio, que recebam os vossos ensinamentos como se fosse ele próprio quem ensina: devem estar persuadidos de que é a verdade de Cristo que fala pelos vossos lábios, que é em seu nome que ensinais e que é ele próprio que vos dá a autoridade sobre eles" (Med. III, para o tempo do retiro, n. 2).

Os vinte e seis anos que Frei Gabriel passou em Roma, como único representante do Instituto, constituam uma lição de fidelidade total à sua vocação religiosa e educativa. São exemplo de um profundo espírito religioso e de realismo sadio ao enfrentar os imprevistos quotidianos. Por isso, Frei Gabriel é um modelo para quem olhar com admiração também hoje, porque a fidelidade ao carisma e à missão lassalista exigem sempre coragem e força de espírito intrépida e a toda a prova.

As obras educativas lassalistas continuam a ser um recurso providencial para o bem da juventude, da Igreja e de toda a sociedade. Por isso, a fidelidade ao carisma necessita mais do que nunca de nova inspiração e criatividade, para poder responder, de maneira adequada, às necessidades do mundo de hoje.

5. Caríssimos, como tive a oportunidade de escrever na Exortação apostólica Vita consecrata, "vós não tendes apenas uma história gloriosa para recordar e narrar, mas uma grande história a construir! Olhai o futuro, para o qual vos projecta o Espírito, a fim de realizar convosco ainda grandes coisas" (n. 110). Estas palavras aplicam-se também a vós, aqui na Itália e em todo o mundo. Uma tarefa de grande importância espera a Família lassalista. Vós, estimados Irmãos, associados, professores, pais, ex-alunos e jovens, estais chamados a confirmar o vosso empenho de fidelidade e de renovação.

Ao longo dos séculos, no contexto social e cultural da sociedade italiana, caminhastes ao lado dos jovens, baseando o serviço educativo nos grandes valores da solidariedade, da tolerância, do pluralismo, do serviço e da cultura.

6. Faço votos sinceros para que a data tricentenária represente uma oportunidade não só para olhar para o caminho percorrido, mas também para revitalizar um projecto fortemente positivo para o homem do terceiro milénio.

Sem dúvida, o vosso venerado Fundador, juntamente com Frei Gabriel Drolin, do Céu, não vos deixarão faltar o seu apoio espiritual. Confio à Mãe de Deus, Maria Santíssima, todas as vossas escolas e casas religiosas, sobretudo as que estão na Itália e, de modo muito especial, em Roma.

Agradeço-vos mais uma vez o caloroso encontro de hoje e, ao encorajar-vos a prosseguir com entusiasmo e generosidade, abençoo-vos a todos de coração.



DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II


AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL


DO EQUADOR EM VISITA AD VISITA


"AD LIMINA APOSTOLORUM"


Segunda-feira, 20 de maio de 2002

Queridos Irmãos no Episcopado!

1. É com prazer que vos recebo hoje, Pastores e guias das Igrejas particulares do Equador, durante a visita ad limina que realizais para renovar os vínculos de unidade com o Sucessor de Pedro, "princípio e fundamento perpétuos e visíveis da unidade de fé e de comunhão" (Lumen gentium, LG 18). Diante dos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo tivestes a ocasião de aprofundar o aspecto mais íntimo da vossa missão apostólica: ser testemunhas de Cristo e anunciadores incansáveis da sua mensagem ao Povo de Deus e a todos os homens. Além disso, o contacto com os diversos Organismos da Cúria Romana não só vos ofereceu a oportunidade de tratar os assuntos que estão directamente relacionados com as comunidades cristãs às quais presidis, mas também de tomar uma consciência mais clara da dimensão universal que diz respeito a todos os sucessores dos Apóstolos, dando assim novo estímulo à solicitude por "toda a actividade comum à Igreja inteira, em ordem sobretudo a dilatar a fé e a fazer brilhar para todos os homens a luz plena" (Lumen gentium, LG 23).

Agradeço sentidamente as palavras que me dirigiu, em nome de todos, o Senhor Cardeal António J. González Zumárraga, Arcebispo de Quito e Primaz do Equador, com as quais manifestou os vossos sentimentos de proximidade e adesão, fazendo-me participar, ao mesmo tempo, das numerosas aspirações pastorais que vos animam.

Face aos desafios que vos preocupam, desejo reafirmar-vos o meu encorajamento com as palavras que pronunciei na minha inesquecível visita ao vosso País: iluminados por tantos exemplos de história gloriosa e fortalecidos pelo Espírito Santo, "continuai o vosso trabalho pastoral, e procurai dar uma resposta às necessidades e aos problemas que a Igreja experimenta hoje no Equador" (Discurso na Catedral metropolitana, Quito, 29 de Janeiro de 1985, n. 2).

2. Vejo com satisfação como vós, Pastores do Equador, aceitastes aquele convite, que recentemente propus a toda a Igreja, ao sugerir que se façam indicações programáticas concretas para cumprir a exigência de "levar o anúncio de Cristo às pessoas, plasmar as comunidades, permear em profundidade a sociedade e a cultura através do testemunho dos valores evangélicos", como exortei no final do grande acontecimento espiritual e eclesial do Grande Jubileu (Novo millennio ineunte, 29). Em sintonia com este critério foi elaborado o "Plano global de pastoral da Igreja no Equador 2001-2010", que se propõe realizar actividades efectivas, continuadas e coordenadas que dinamizem a pastoral ordinária nesta primeira década do novo milénio.

Neste sentido, recordo-vos que qualquer plano pastoral deve ter como meta última e irrenunciável a santidade de todos os cristãos, que não pode "contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial" (ibid., 31). Por isso, não devem ser poupados esforços para promover aqueles recursos mais fundamentais da acção evangelizadora, sem os quais seria comprometido seriamente o bom êxito de qualquer programação. Entre eles, deve ser incluída, sem dúvida, uma pastoral vocacional pormenorizada e organizada, que tenha em conta os ambientes do mundo indígena com as suas peculiaridades, mas sem criar separações nem, muito menos, discriminações. De facto, quantos estão chamados a ser apóstolos de Cristo, devem proclamar e dar a todos, sem distinção, testemunho do Evangelho.

Deve ser dada grande atenção também à formação permanente dos sacerdotes, que contemple, além da devida actualização teológica, um empenho constante na sua vida espiritual, que contribua para fortalecer a fidelidade aos compromissos assumidos com a ordenação e torne dinâmica toda a sua obra pastoral a partir da sua experiência de vida em Cristo.

É necessário dedicar especial atenção à formação dos leigos e ao seu papel e missão na Igreja. Em muitos casos a sua colaboração nas tarefas mais directamente eclesiais, como a catequese, as actividades caritativas e a animação de grupos e comunidades, é um contributo precioso para a acção da Igreja e, precisamente por isso, é necessário evitar qualquer forma de actuação que não se integre plenamente na vida paroquial ou nos programas diocesanos.

Além disso, os fiéis leigos têm uma tarefa específica, isto é, o testemunho de uma vida exemplar no mundo, a busca da santidade na família, no trabalho e na vida social, assim como o compromisso de impregnar "de espírito cristão o pensamento e os costumes, as leis e as estruturas da comunidade em que vivem" (Apostolicam actuositatem, AA 13). Por isso, é preciso pedir a todos os baptizados não só que manifestem a sua identidade cristã, mas também que sejam artífices efectivos, no seu âmbito de competências, de uma ordem social inspirada cada vez mais na justiça e menos condicionada pela corrupção, pelo antagonismo desleal ou pela falta de solidariedade.

Seria um absurdo invocar os princípios éticos, denunciando algumas situações moralmente deploráveis, e não exigir de quantos trabalham no âmbito da economia, da política ou da administração pública que ponham em prática os valores proclamados com tanta insistência pela Igreja e pelos seus Pastores.

3. A Igreja começa o novo milénio com a firme convicção de que "Cristo há-de ser proposto a todos com confiança" (Novo millennio ineunte, 40), fiel ao mandamento do Senhor de "fazer discípulos em todas as nações" (Mt 28,19). Esta exigência inclui também as crianças e os jovens nas diversas fases da sua educação, onde o desenvolvimento integral da pessoa exige a dimensão transcendente e religiosa. Por isso, a missão da Igreja neste campo coincide com o direito fundamental das famílias de educar os filhos de acordo com a própria fé. Os Pastores não podem permanecer impassíveis perante o facto de que uma parte das novas gerações, sobretudo as menos dotadas de meios económicos, se veja privada da abertura ao significado da vida e de uma formação religiosa que será fundamental para toda a sua existência. É desejável que, com a colaboração sincera entre todos os que têm a responsabilidade neste campo, se encontrem as fórmulas adequadas para que o direito à liberdade de educação se torne depressa uma realidade mais total e efectiva para todos.

Além disso, é preciso propor a mensagem de Cristo com confiança aos diversos grupos culturais e étnicos, dos quais o Equador, por natureza e história, é particularmente rico. Nesta tarefa apaixonante são iluminadoras as palavras de São Paulo que, por um lado se faz "tudo para todos, para salvar alguns" (1Co 9,22) e, por outro, insiste para que, com a revelação definitiva de Deus em Cristo, não haja "judeu nem grego... pois todos vós sois um em Cristo" (Ga 3,28), mesmo que para alguns possa ser escândalo e loucura para outros (cf. 1Co 1,23).

De facto, a Igreja, firmemente radicada na fé em Cristo, único Salvador de todo o género humano, considera uma grande riqueza a multiplicidade das formas, provenientes de sensibilidades e tradições diversas, nas quais se pode exprimir a única mensagem evangélica e eclesial. Desta forma, põe-se em relevo o respeito devido a cada cultura e, ao mesmo tempo, a sua capacidade de ser transformada e purificada para se tornar uma forma íntima na qual todas as pessoas ou grupos podem encontrar o único Deus, plena e definitivamente revelado em Cristo. Precisamente esta convergência fundamental na mesma fé fará as vezes de fermento, para que as diversas línguas e sensibilidades encontrem fórmulas de expressão religiosa e litúrgica que realcem a comunhão íntima com a Igreja universal e evitem atentamente que, nas comunidades cristãs, haja "estrangeiros (ou) hóspedes, mas... concidadãos dos santos e familiares de Deus" (Ep 2,19).

De facto, uma atitude que consistisse em ocupar-se exclusivamente em manter intactas todas as componentes tradicionais de um grupo humano, não só comprometeria o anúncio autêntico da Boa Nova do Evangelho, que é também fermento nas diversas culturas e promotora de nova civilização, mas que, paradoxalmente, também iria favorecer o seu isolamento em relação às outras comunidades, e sobretudo em relação à grande família do Povo de Deus presente em todo o mundo.

4. No vosso País, sobretudo em alguns territórios, é muito importante a obra evangelizadora realizada por numerosos missionários, sacerdotes, religiosos e religiosas, que muitas vezes estão afastados da sua Pátria de origem, aos quais é preciso agradecer de coração o generoso dom de si. Com abnegada dedicação eles recordam-nos que a evangelização não conhece fronteiras e que também as comunidades eclesiais equatorianas devem orientar a sua atenção pastoral para além das suas fronteiras. A este respeito, é encorajador que o aumento de vocações à vida contemplativa tenha permitido nos últimos anos ajudar os mosteiros noutros Países. É um sinal do impulso missionário que nunca deve faltar em qualquer comunidade cristã e que é desejável que se continue a promover com decisão e numa perspectiva clarividente.

Existem também muitos equatorianos que, sobretudo nos últimos anos, deixaram a sua terra para irem à procura de melhores condições de vida, enfrentando muitas vezes enormes dificuldades de carácter material e espiritual. Com a atitude do Bom Pastor, convido-vos vivamente a ocupar-vos de maneira eficaz desta parte da grei, planificando uma pastoral da emigração que ajude as famílias desagregadas a não perderem o contacto com os que estão no estrangeiro e que estabeleça os elos de ligação necessários com as Dioceses de destino, a fim de lhes garantir a assistência religiosa necessária, de forma a que as suas raízes e tradições cristãs não enfraqueçam. Mesmo se muitos deles não poderão voltar, pelo menos a breve prazo, é preciso fazer o possível para que os núcleos familiares se possam recompor e para que todos os que já sofreram por terem de abandonar a sua terra-pátria, não sintam também o abandono dos seus Pastores e da comunidade eclesial que os fez nascer na fé.

5. Estimados Irmãos, estou consciente das numerosas preocupações que acompanham o vosso ministério pastoral, como a instabilidade de numerosas famílias, a desorientação em grande medida da juventuse, a influência de mentalidades laicistas na sociedade, uma certa superficialidade na prática religiosa ou o ataque das seitas e dos grupos pseudo-religiosos. Além disso, viveis, com os vossos fiéis, a ansiedade de uma situação social e económica cheia de incertezas.

Perante todas estas realidades, que podem fazer pensar num horizonte obscuro para as vossas comunidades cristãs, desejo encorajar-vos a não desanimar e convido-vos "a ter o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora" (Novo millennio ineunte, 58). A extraordinária experiência eclesial do Grande Jubileu do ano 2000 continua a ser instrutiva, porque pôs em relevo a capacidade inexaurível da mensagem de Cristo de chegar aos corações dos homens de hoje e a incomensurável força transformadora do Espírito, fonte de uma esperança que "não desilude" (Rm 5,5). Também hoje devemos escutar as palavras que Jesus dirigiu aos seus discípulos amedrontados: "Digo-vos isto para terdes paz em Mim; no mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo!" (Jn 16,33).

6. Peço à nossa Mãe do Céu, que invocais como Nossa Senhora da Apresentação do Quinche, que vos oriente no ministério pastoral que vos foi confiado e que proteja todos os amados filhos e filhas equatorianos. Peço-vos que lhes transmitais a afectuosa saudação do Papa, sempre muito próximo de todos os seus desejos e preocupações. Transmiti também o agradecimento sincero da Igreja aos vossos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos empenhados, pela sua generosa dedicação à causa do Evangelho. Tenho-os presentes a todos nas minhas orações e concedo-lhes de coração, assim como agora a vós, a Bênção apostólica.




Discursos João Paulo II 2002 - 17 de Maio de 2002