DIscursos João Paulo II 2004

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


SENHOR GEORGE WALKER BUSH


4 de Junho de 2004



Senhor Presidente

1. Dou as calorosas boas-vindas a Vossa Excelência, à Senhora Bush e à ilustre Delegação que o acompanha. Faço extensivas as minhas saudações cordiais e afectuosas a todo o povo dos Estados Unidos, que Vossa Excelência representa. Estou-lhe grato por ter desejado encontrar-se novamente comigo, não obstante as dificuldades apresentadas pelos seus numerosos compromissos durante a presente visita à Europa e à Itália, e pela minha própria partida, amanhã de manhã, para um encontro com os jovens na Suíça.

2. Vossa Excelência está a visitar a Itália para comemorar o 60º aniversário da libertação de Roma e para honrar a memória de muitos soldados norte-americanos, que deram a vida pelo seu país e pela liberdade dos povos da Europa. Uno-me à sua pessoa, recordando o sacrifício dos valorosos defuntos e pedindo ao Senhor a fim de que os erros do passado, que deram lugar a tragédias terríveis, nunca voltem a repetir-se. Hoje, também eu penso com grande emoção nos inúmeros soldados polacos que morreram pela liberdade da Europa.

No dia de hoje, o nosso pensamento volta-se também para os vinte anos, durante os quais a Santa Sé e os Estados Unidos mantêm relações diplomáticas formais, estabelecidas em 1984, sob o governo do Presidente Reagan. Tais relações promoveram a compreensão mútua sobre importantes questões de comum interesse e de cooperação concreta em diferentes áreas.

Transmito as minhas saudações ao Presidente Reagan e à sua Senhora, que lhe está tão próxima na doença. A este propósito, gostaria de expressar também a minha estima a todos os Representantes dos Estados Unidos junto da Santa Sé, juntamente com o meu apreço pela competência, a sensibilidade e o grande compromisso com que têm favorecido o desenvolvimento das nossas relações.

3. Senhor Presidente, a sua visita a Roma tem lugar num momento de grande solicitude pela situação permanente de grave agitação no Médio oriente, tanto no Iraque como na Terra Santa. Vossa Excelência conhece a posição inequívoca da Santa Sé a este propósito, expressa em numerosos documentos, através de contactos directos e indirectos, e nos inúmeros esforços diplomáticos que foram realizados, desde que o Senhor Presidente me visitou, primeiro em Castel Gandolfo, a 23 de Julho de 2001, e de novo no Palácio Apostólico em 28 de Maio de 2002.

4. O claro desejo de todos é que agora esta situação seja resolvida quanto antes possível, com a participação activa da comunidade internacional e, em particular, a Organização das Nações Unidas, a fim de assegurar a rápida volta do Iraque à soberania, em condições de segurança para todo o seu povo. A recente nomeação do Chefe de Estado no Iraque e a formação de um governo iraquiano ad interim constituem passos encorajadores para a consecução desta finalidade. Que esta esperança de paz seja fomentada também na Terra Santa e leve a renovadas negociações, orientadas por um compromisso sincero e firme no diálogo entre o Governo de Israel e a Autoridade Palestina.

5. A ameaça do terrorismo internacional permanece uma fonte de preocupação constante. Ela atingiu seriamente as relações normais e pacíficas entre os Estados e os povos, desde o trágico dia 11 de Setembro de 2001, que não hesitei em definir como "um dia obscuro na história da humanidade". Nas últimas semanas, evidenciaram-se outros acontecimentos deploráveis, que perturbaram a consciência cívica e religiosa de todos, tornando mais difícil um compromisso sereno e decidido nos valores humanos comuns: na ausência de tal compromisso, jamais se vencerá a guerra e o terrorismo. Que Deus dê força e sucesso a todos aqueles que não cessam de esperar e de trabalhar pela compreensão entre os povos, no respeito pela segurança e pelos direitos de todas as nações e de cada homem e mulher.

6. Ao mesmo tempo, Senhor Presidente, aproveito este ensejo para reconhecer o grande compromisso do seu Governo e das numerosas agências humanitárias da sua Nação, particularmente as de inspiração católica, em ordem a ultrapassar as condições cada vez mais intoleráveis em vários países africanos, onde o sofrimento causado pelos conflitos fratricida, as enfermidades endémicas e a pobreza degradante já não pode ser ignorado.

Continuo a acompanhar também com grande estima o seu empenhamento na promoção dos valores morais no seio da sociedade norte-americana, particularmente no que se refere ao respeito pela vida e pela família.

7. Sem dúvida, uma compreensão mais completa a mais profunda entre os Estados Unidos da América e a Europa desempenhará um papel decisivo na resolução dos grandes problemas que acabei de mencionar, assim como muitas outras questões que a humanidade contemporânea está a enfrentar. Senhor Presidente, formulo votos a fim de que a sua visita dê um impulso novo e poderoso a tal cooperação.

Senhor Presidente, durante o cumprimento da sua excelsa missão de serviço à sua Nação e à paz no mundo, garanto-lhe as minhas preces e invoco cordialmente sobre a sua pessoa as bênçãos divinas da sabedoria, da fortaleza e da paz.


Durante o encontro o Presidente George Walker Bush entregou ao Papa a "Presidential Medal of Freedom" (Medalha Presidencial da Liberdade). Palavras do Santo Padre:


Senhor Presidente, estou-lhe grato por este gesto sincero.

Que a aspiração à liberdade, à paz e a um mundo mais humano, simbolizada por esta Medalha, inspire os homens e as mulheres de boa vontade de todos os tempos e lugares.

Deus abençoe a América!





VIAGEM APOSTÓLICA DE JOÃO PAULO II À SUÍÇA


DISCURSO NA CERIMÓNIA DE CHEGADA


Berna, 5 de Julho de 2004

Senhor Presidente

Venerados Irmãos
Ilustres Senhores e Senhoras

1. É pela terceira vez que a Providência divina me traz a este nobre País, a Suíça, ponto de convergência de idiomas e culturas, para me encontrar com um povo guardião de tradições antigas e aberto à modernidade.

Dirijo a minha cordial e deferente saudação ao Senhor Presidente da Confederação Helvética e agradeço-lhe as palavras de boas-vindas. Saúdo as demais Autoridades e estou-lhes grato pela hospitalidade, assim como por tudo o que realizaram a fim de facilitar, também desta vez, a minha permanência na Suíça.

Saúdo fraternalmente o Presidente da Conferência Episcopal, os Bispos presentes e, através deles, as Comunidades eclesiais de todos os Cantões do vosso País. O meu pensamento dirige-se com deferência também aos cristãos das outras Confissões e a todas as pessoas de boa vontade que actuam neste País.

2. A finalidade desta minha peregrinação apostólica é encontrar os jovens católicos da Suíça por ocasião da sua reunião nacional. Encontrar-me-ei com eles nesta tarde, na Arena de Berna, e será uma festa para eles e também para mim.

É o dever de anunciar o Evangelho de Cristo que me impele ao longo das veredas do mundo, para o repropor aos homens e ás mulheres do terceiro milénio, em particular às novas gerações. Cristo é o Redentor do homem! Quem nele crê e O segue, torna-se construtor da civilização do amor e da paz.

3. Queridos habitantes da Suíça, permiti-me bater idealmente ao coração de cada um de vós, entrando nas vossas casas e nos vários lugares onde viveis e desempenhais as vossas actividades diárias. A todos gostaria de propor de novo o alegre anúncio evangélico de Cristo salvador, formulando a cada um os votos da sua paz.

Com estes sentimentos, imploro do Senhor a abundância dos seus dons sobre o País inteiro.

Deus abençoe a Suíça!





VIAGEM APOSTÓLICA DE JOÃO PAULO II À SUÍÇA

DISCURSO DO SANTO PADRE

DURANTE O ENCONTRO COM OS JOVENS

NO "PALÁCIO DE GELO"


Berna, 5 de Junho de 2004



Queridos jovens suíços, sinto-me feliz por me encontrar hoje convosco. O vosso entusiasmo rejuvenesceu o meu coração. Obrigado! Obrigado pela vossa cordialidade. Vós sois o futuro positivo da Suíça.

1. "Steh auf! Lève-toi! Alzati! Sto Se! Levanta-te!" (Lc 7,14).


No dia de hoje esta palavra do Senhor ao jovem de Naim ressoa com vigor na nossa assembleia e dirige-se a vós, estimados jovens amigos, moças e rapazes católicos da Suíça!

O Papa veio de Roma para a escutar juntamente convosco, dos lábios de Cristo, e para se fazer eco da mesma. Caríssimos amigos, saúdo todos vós com carinho e agradeço-vos a vossa calorosa hospitalidade. Saúdo inclusivamente os vossos Bispos, os Sacerdotes, os Religiosos, as Religiosas e os Animadores que estão ao vosso lado ao longo do vosso caminho.

Dirijo uma particular e deferente saudação ao Presidente da Confederação Helvética, Sua Ex.cia o Senhor Joseph Deiss; ao Presidente do Conselho Sinodal das Igrejas Reformadas de Berna-Jura-Soleure, Pastor Samuel Lutz, e aos vossos amigos de outras Confissões, que desejaram participar no presente encontro.

2. O Evangelho de Lucas fala de um encontro: de um lado está o cortejo triste que acompanha até ao cemitério o jovem filho de uma mãe viúva; do outro, o grupo em festa dos discípulos que seguem Jesus e O escutam. Também hoje, jovens amigos, é possível vir a fazer parte daquele cortejo triste que caminha ao longo da estrada da aldeia de Naim. Isto acontecerá, se vos deixardes guiar pelo desespero, se as miragens da sociedade consumista vos seduzirem e vos distraírem da verdadeira alegria, levando-vos a mergulhar nos prazeres passageiros, se a indiferença e a superficialidade vos dominarem, se diante do mal e do sofrimento tiverdes dúvida da presença de Deus e do seu amor por cada indivíduo em particular, se procurardes saciar a sede interior de amor verdadeiro e puro, na deriva de uma afectividade desordenada.

É precisamente nestes momentos que Cristo se aproxima de cada um de vós e, como disse ao jovem de Naim, dirige a palavra que sacode e desperta: "Levanta-te!". "Acolhe o convite que te faz levantar!".

Não se trata de simples palavras: é o próprio Jesus que se encontra diante de vós, o Verbo de Deus que se fez carne. Ele é "a luz verdadeira que a todo o homem ilumina" (Jn 1,9), a verdade que nos torna livres (cf. Jo Jn 14,6) e a vida que o Pai nos concede em abundância (cf. Jo Jn 10,10). O cristianismo não é um simples livro de cultura ou uma ideologia, e nem sequer apenas um sistema de valores ou de princípios, por mais elevados que sejam. O cristianismo é uma pessoa, uma presença e um rosto: Jesus, que dá sentido e plenitude à vida do homem.

3. Pois bem, agora eu digo-vos, prezados jovens: não tenhais medo de vos encontrardes com Jesus: pelo contrário, procurai-O na leitura atenta e disponível da Sagrada Escritura e na oração pessoal e comunitária; buscai-O na participação activa da Eucaristia; ide à sua procura, encontrando-vos com um Sacerdote no sacramento da Reconciliação; ponde-vos à sua busca na Igreja, que se manifesta a vós através dos grupos paroquiais, dos movimentos e das várias associações; procurai-O no rosto do irmão que sofre, que está em necessidade, que é estrangeiro.
Esta busca caracteriza a existência de muitos jovens coetâneos que percorrem a via, a caminho da Jornada Mundial da Juventude que, no Verão do próximo ano, vai ser celebrada em Colónia.

Convido-vos cordialmente desde já, inclusive vós, para este grande encontro de fé e de testemunho.

Como vós, um dia também eu tive vinte anos. E eu gostava de praticar desportos, esquiar e recitar. Eu estudava e trabalhava. Tinha aspirações e preocupações. Naqueles anos já distantes, naquela época em que a minha terra natal tinha sido ferida, primeiro pela guerra e depois pelo regime totalitário, eu buscava um sentido a dar à minha vida. E encontrei-o no seguimento do Senhor Jesus.

4. A juventude é o momento em que também tu, dilecto jovem, querida jovem, te interrogas sobre o que fazer da tua existência, como contribuir e para fazer do mundo um lugar um pouco melhor, como promover a justiça e construir a paz.

Este é o segundo convite que te dirijo: "Escuta!". Nunca te canses de treinar na difícil disciplina da escuta. Escuta a voz do Senhor que te fala através dos acontecimentos da vida quotidiana, mediante as alegrias e os sofrimentos que a acompanham, através das pessoas que se encontram ao teu lado, da voz da consciência sequiosa de verdade, de felicidade, sedenta de bondade e de beleza.

Se tu souberes abrir o teu coração e a tua mente com disponibilidade, descobrirás a "tua vocação", ou seja, aquele projecto que, desde sempre, Deus no seu amor pensou para ti.

5. E poderás constituir uma família, alicerçada no matrimónio como pacto de amor, entre um homem e uma mulher que se comprometem numa comunhão de vida estável e fiel. Poderás afirmar com o teu testemunho pessoal que, não obstante todas as dificuldades e obstáculos, é possível viver plenamente o matrimónio cristão, como experiência repleta de sentido e como "boa notícia" para todas as famílias.

Se tal for a tua vocação, poderás ser sacerdote, religioso ou religiosa, entregando com coração inconsútil a tua vida a Cristo e à Igreja, tornando-te desta maneira um sinal da presença amorosa de Deus no mundo contemporâneo. Poderás ser, como muitos já foram antes de ti, um apóstolo intrépido e indefesso, vigilante na oração, feliz e disponível no serviço em benefício da comunidade.
Sim, também tu poderias ser um deles! Bem sei que, diante desta proposta, te sentes vacilante.

Contudo, eu digo-te: não tenhas medo! Deus não se deixa vencer em generosidade! Depois de quase sessenta anos de sacerdócio, sinto-me feliz por prestar aqui, perante todos vós, o meu testemunho: é bonito poder despender-se até ao fim pela causa do Reino de Deus!

6. Há ainda o terceiro convite: jovem da Suíça, "põe-te a caminho!". Não te contentes com os debates; não esperes, para fazer o bem, as ocasiões que talvez nunca se apresentaram. Chegou a hora de agir!

No início deste terceiro milénio também vós, jovens, sois chamados a proclamar a mensagem do Evangelho com o testemunho da vida. A Igreja tem necessidade das vossas energias, do vosso entusiasmo, dos vossos ideais juvenis, para fazer com que o Evangelho permeie o tecido da sociedade e suscite uma civilização de justiça autêntica e de amor sem discriminações. Hoje, mais do que nunca, num mundo muitas vezes desprovido de luz e sem a coragem dos ideais nobres, não é a hora de te envergonhares do Evangelho (cf. Rm Rm 1,16). Pelo contrário, chegou o momento de o anunciares dos telhados (cf. Mt Mt 10,27).

O Papa, os vossos Bispos e a comunidade cristã inteira contam com o vosso compromisso e com a vossa generosidade, enquanto vos acompanham com confiança e esperança: jovens da Suíça, ponde-vos a caminho! O Senhor caminha convosco.

Tende nas vossas mãos a Cruz de Cristo. Nos vossos lábios, as palavras de Vida. No vosso coração, a graça salvífica do Senhor ressuscitado!

Steh auf! Lève-toi! Alzati! Sto Se! Levanta-te! É Cristo que vos fala. Ponde-vos à sua escuta!









VIAGEM APOSTÓLICA DE JOÃO PAULO II À SUÍÇA


DISCURSO DO SANTO PADRE


NO ENCONTRO COM A ASSOCIAÇÃO


DOS EX-GUARDAS SUÍÇOS


NA RESIDÊNCIA "VICTORIAHEIM"


Domingo, 6 de Junho de 2004


Caríssimos

1. No encerramento desta peregrinação apostólica à Suíça, tenho a alegria de me encontrar convosco, componentes da Associação dos ex-Guardas Suíços e com os vossos familiares. Dirijo a cada um de vós a minha mais cordial saudação. Nestes mais de vinte e cinco anos de Pontificado, tive a oportunidade de conhecer muitos de vós no Vaticano e é um prazer rever-vos agora, em companhia das respectivas famílias. Obrigado pela vossa agradável presença! Dirijo um agradecimento especial ao Presidente da vossa Associação, Sua Ex.cia o Senhor Jacques Babey, pelas amáveis palavras que me transmitiu no nome de todos vós.

2. O Sucessor de Pedro tem uma singular dívida de reconhecimento em relação à comunidade católica deste País, porque é dela que provêm os Guardas Suíços que, há cinco séculos, desempenham um serviço peculiar na salvaguarda da ordem e da segurança no Vaticano, em Castel Gandolfo e lá onde o Papa vai para cumprir o seu ministério. Afirma-se no Evangelho que a bondade da árvore se reconhece pelos seus frutos (cf. Mt Mt 7,17-18). Pois bem, os jovens que daqui vão a Roma para desempenhar este serviço especial ao Sumo Pontífice são rapazes que honram as respectivas famílias e as paróquias de toda a Suíça.

3. Eles honram também esta benemérita Associação, que se preocupa em manter sempre vivo, aqui na Pátria, o interesse por este serviço à Igreja, a fim de que o Corpo da Pontifícia Guarda Suíça possa beneficiar de um revezamento constante e válido. Agradeço-vos profundamente tudo quanto fizestes e continuais a fazer, enquanto vos encorajo a perseverar no vosso compromisso de testemunho de Cristo e de fidelidade à Igreja no meio de um mundo que se transforma.
A Virgem Maria vele sempre sobre vós e as vossas famílias.

Abençoo-vos a todos do íntimo do coração!





DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS PARTICIPANTES NA REUNIÃO DO CONSELHO


PÓS-SINODAL DA ASSEMBLEIA ESPECIAL


DO SÍNODO DOS BISPOS DA ÁFRICA


Terça-feira, 15 de Junho de 2004



Venerados Irmãos no Episcopado!

1. Dirijo a cada um de vós uma cordial saudação, neste tempo que se segue à solenidade do Corpus Domini, enquanto estais reunidos para o décimo segundo encontro do Conselho pós-sinodal da Secretaria Geral da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África.

Este Conselho pós-sinodal, eleito pelos Padres sinodais no final da Assembleia Especial para a África há já dez anos encorajou várias vezes os Bispos da África no esforço de concretizar as conclusões do Sínodo, contidas na Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Africa. De facto, reunindo-vos regularmente, estais em condições de verificar as realizações, os projectos e os progressos das Igrejas locais africanas. Elas são tanto mais louváveis e dignas de admiração quanto mais as situações políticas e socioeconómicas são ainda, na maior parte, tragicamente desfavoráveis, mesmo que existam alguns sinais confortadores.

Eis por que, mais uma vez, vos renovo a expressão da minha gratidão pela importante obra que realizais ao serviço da colegialidade episcopal. De facto, vós ofereceis constantemente ao Sucessor de Pedro conselhos iluminados, baseados na vossa experiência pastoral da situação da Igreja e da sociedade civil no Continente africano.

2. Defini a primeira Assembleia Especial como "o Sínodo da ressurreição e da esperança" (Ecclesia in Africa ) e deveras foi assim, porque já se entreviam nalguns lugares os primeiros sinais deste novo florescimento. Contudo, infelizmente parece que este Continente não conhece tréguas nem paz duradouras. Juntam-se aos conflitos internacionais os focos endémicos de luta que semeiam terror e devastações entre as populações, desejosas unicamente de viver uma serenidade finalmente reencontrada.

A isto acrescentam-se outros flagelos que atingem a África e os africanos: a pobreza, derivante quer de uma árdua situação económica quer das difíceis condições nas quais se encontram os sectores da educação e da saúde. A este propósito, não podemos deixar de recordar o drama social da Sida; a insegurança devida aos conflitos em curso ou latentes e, por fim, a corrupção ainda presente em demasiados níveis da sociedade civil! Encerra-se assim o círculo vicioso que provoca a gangrena neste jovem corpo cheio de vigor.

Para quebrar estas novas correntes é necessário o esforço conjunto de todas as forças vivas da sociedade, sobretudo as da Igreja, que já estão a agir e intervêm em todos os níveis com abnegação e dedicação. A Igreja universal, fiel ao seu papel profético em relação à África, por seu lado, já recordou aos grandes do mundo cinco prioridades para restituir aos africanos tudo aquilo de que foram privados, muitas vezes com violência: o respeito da vida e das diversidades religiosas, o desenraizamento da pobreza, o fim do tráfico das armas, a solução dos conflitos e a acção em vista de um desenvolvimento motivado pela solidariedade.

3. Sem dúvida, a nossa esperança é forte porque se baseia em Cristo e dele recebe vigor e inspiração. A Assembleia Especial para a África realçou a dimensão familiar da Igreja, insistindo sobre a noção de Igreja-família de Deus, e na Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Africa acolhi esta bonita expressão tão significativa da paternidade divina. Neste quadro "familiar", parece-me que é importante recordar a necessidade de uma autêntica reconciliação fraterna, depois das feridas provocadas pelos conflitos que ainda envenenam as relações interpessoais, interétnicas e internacionais nas várias regiões da África.

Não teria chegado o momento, como solicitam numerosos pastores da África, de aprofundar esta experiência sinodal africana? O crescimento excepcional da Igreja na África, o rápido intercâmbio dos Pastores, os novos desafios que o Continente deve enfrentar requerem respostas que unicamente o prosseguimento do esforço exigido pela concretização da Ecclesia in Africa poderia oferecer, voltando desta forma a dar renovado vigor e reforçada esperança a este Continente em dificuldade.

Em sinal de comunhão colegial e de gratidão pela vossa incansável disponibilidade e inestimável serviço, concedo-vos a vós, membros do Conselho pós-sinodal da Secretaria Geral da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África, a minha afectuosa Bênção.



MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II


AO BISPO DE ROTEMBURGO-ESTUGARDA,


POR OCASIÃO DO 9° "KATHOLIKENTAG"


NA ALEMANHA





Ao meu venerado Irmão Gebhard Fürst
Bispo de Rotemburgo-Estugarda


Venerado Irmão no Episcopado
Dilectos Irmãos e prezadas Irmãs em Cristo


1. "Viver com a força de Deus". Foi sob este lema que muitos cristãos católicos e numerosos hóspedes de outras confissões e do mundo político e social em geral se reuniram em Ulm, por ocasião do 95º "Katholikentag" alemão. De Roma, saúdo quantos participaram na cerimónia de inauguração, na praça adjacente à Catedral de Ulm. Com a sua elevada torre, a Catedral é como um dedo apontado para o céu, que nos indica Deus, Criador de toda a vida. É a fonte da nossa esperança e da nossa força. A nossa força é a alegria do Senhor (cf. Ne Ne 8,10). Saúdo também todos aqueles que acompanham esta manifestação através da rádio e da televisão. A paz do Senhor Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, que permanece sempre próximo da sua Igreja, esteja convosco! Dirijo uma saudação especial ao Bispo da Diocese de Rotemburgo-Estugarda e à Comissão central dos católicos alemães que, em conjunto, organizaram esta manifestação. Além disso, saúdo os demais Bispos da Alemanha, de todos os outros países europeus e do mundo inteiro, cuja presença sublinha a comunhão dos católicos, vivida nas diversas dioceses da Alemanha com os irmãos e as irmãs da mesma confissão, na grande Igreja universal.

2. "Viver com a força de Deus". É para este lema, tirado da segunda Carta aos Coríntios, que se orienta o programa do presente "Katholikentag" de Ulm. Este lema leva a vivificar, mediante a força de Deus, todas as celebrações litúrgicas, os diálogos e as orações. Exorto-vos a transcorrer estes dias em conjunto com os olhos e o coração abertos, a fim de vos tornardes novamente conscientes do modo como age com vigor em vós a força de Deus que, através do vosso testemunho de fé, pode ser vivida também na sociedade. Durante as manifestações deste grande encontro de católicos, em que participam também muitos outros cristãos, exorto-vos, como cristãos crentes, a erguer corajosamente a vossa voz, quando forem postos em discussão os fundamentos da fé cristã e da convivência humana, quando forem espezinhados os valores cristãos do matrimónio e da família e quando estiver em jogo a unicidade da vida, como dádiva de Deus! Animai-vos uns aos outros num renovado empenho em favor dos pobres e dos marginalizados, da paz e da justiça em toda a face da terra! Dai a todos o testemunho da vossa esperança (cf. 1P 3,15).

3. O lugar do vosso encontro, a cidade de Ulm, encontra-se na margem do Danúbio, o grande rio que liga o Leste ao Oeste da Europa. Nas últimas décadas, tornou-se cada vez mais forte no continente a consciência de uma identidade europeia e do seu sentido de pertença dos povos europeus. Precisamente há algumas semanas, outros dez Estados, entre os quais oito da Europa Central e Oriental, começaram a fazer parte da União Europeia. Este alargamento pode tornar-se um grande benefício para toda a comunidade. A Europa não é uma união mera e casual de Estados, ligados uns aos outros só geograficamente. Apesar da sua multiplicidade cultural, com base nos valores humanos e cristãos, a Europa deve tornar-se uma unidade cada vez mais espiritual, que inspire as acções dos homens. Por conseguinte, utilizemos as possibilidades que a Europa unida nos oferece para uma melhor difusão do Evangelho de Jesus Cristo, de maneira que ninguém fique desprovido do extraordinário dom salvífico de Deus! Os cristãos empenharam-se em prol da unidade europeia e continuam a comprometer-se em vista desta finalidade. Também nos dias de hoje a Europa tem necessidade da contribuição dos cristãos e do cristianismo, para um bom desenvolvimento dos seus povos. Como afirmei na minha Exortação Apostólica pós-sinodal Ecclesia in Europa, este continente precisa "de fazer um salto qualitativo na tomada de consciência da sua herança espiritual. O estímulo para isso só lhe pode vir de uma nova escuta do Evangelho de Cristo" (n. 120). Quem vive com a força de Deus e, juntamente com ela, deseja edificar a sociedade, deve assumir este compromisso em todos os lugares e em todas as épocas.

4. Amados Irmãos e Irmãs! Nestes dias, deixai-vos mobilizar pela dinamicidade de Deus, que ilumina e liberta! Ponde todos os sofrimentos humanos, a vossa falta de forças e o vosso limite na grandeza de Deus, cujo amor é maior do que o nosso coração. Ele deseja fazer-nos participar na sua vida divina e dar-nos o amor e a força de que temos necessidade para nos colocarmos ao serviço do nosso próximo e para darmos testemunho da nossa fé comum no tempo e na sociedade. A fim de poderdes viver com a força de Deus, confio todos vós, que estais reunidos em Ulm por ocasião do "Katholikentag", à intercessão da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, e a São Bonifácio, de quem a Igreja recorda nestes dias o martírio, ocorrido há 1250 anos, e concedo-vos a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo de 2004.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AO PRIMEIRO GRUPO DE BISPOS


DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DA COLÔMBIA


EM VISITA "AD LIMINA APOSTOLOUM"


Quinta-feira, 17 de Junho de 2004



Queridos Irmãos no Episcopado!

1. É com prazer que vos saúdo cordialmente, Bispos das Províncias eclesiásticas de Medellín, Barranquilla, Cali, Cartagena, Manizales, Popayán e Santa Fé de Antioquia, que formais o primeiro grupo que vem em visita "ad Limina" da amada Colômbia. Na peregrinação aos túmulos dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e nos encontros com o Bispo de Roma e com os seus colaboradores, encontrareis um novo dinamismo para prosseguir a vossa missão episcopal, conscientes de que Cristo está presente na sua Igreja (cf. Mt Mt 28,20) e a guia com a força do seu Espírito, para ela que seja, no meio do mundo, sinal de salvação. Que Ele, Mestre de pastores, vos encha de esperança e vos leve a ser suas testemunhas na nossa vida (cf. 1P 3,15), edificando assim todos os fiéis confiados à vossa atenção pastoral.

Agradeço a D. Alberto Giraldo Jaramillo, Arcebispo de Medellín, as suas amáveis palavras com as quais me renovou a adesão de todos vós e das comunidades eclesiais a que presidis em nome do Senhor, apresentando-me ao mesmo tempo as orientações pastorais que guiam o vosso ministério para que os homens e as mulheres da Colômbia caminhem para a comunhão íntima com Deus, Uno e Trino, e vivam em paz como membros de uma grande família.

2. A vossa presença faz-me renovar a proximidade e o afecto que sinto pelo vosso País. Recordo aquela visita que pude realizar em 1986, que teve por lema: "Com a paz de Cristo pelos caminhos da Colômbia". Foram dias profundos e cheios de actividade, durante os quais pude ver directamente os rostos repletos de esperança dos colombianos, apreciar a acção que a Igreja realiza com tanto entusiasmo, dirigir a todos uma palavra de conforto e recordar-lhes o inefável amor de Deus por cada um.

A Igreja nessa Nação tem dado frutos de santidade. Nos últimos anos tive a alegria de elevar aos altares dois novos beatos, originários precisamente das vossas terras: o generoso sacerdote Mariano Euse, no ano 2000 e, mais recentemente a Madre Laura Montoya, venerada como mãe dos indígenas. Precedentemente, um grupo de jovens estudantes colombianos da Ordem Hospitaleira alcançaram a honra do martírio e foram beatificados em 1992. Estes exemplos de santidade são pérolas preciosas que embelezam a história eclesial do vosso País, no qual a fé cristã faz parte do seu rico património espiritual.

3. Realizais a visita ad Limina depois da celebração do Grande Jubileu do ano 2000, no qual, como indiquei, foi "um rio de água viva, o mesmo que jorra incessantemente "do trono de Deus e do Cordeiro" [Ap 22, 1] e inundou a Igreja" (Novo millennio ineunte NM 1). Vindes, portanto, a Roma com a bagagem de um rio de graça que revitalizou as vossas Igrejas particulares. Por isso, há motivos para ter esperança no futuro, trabalhando ao serviço do Reino de Deus, animados pela palavra de Jesus Cristo: "Duc in altum" (Lc 5,4).

Com estas palavras de Jesus que propus como lema para o Terceiro Milénio cristão, desejo animar-vos a prosseguir, sem desânimo e com total confiança no Senhor, as tarefas da evangelização, missão primordial da Igreja. De facto, foi esta a tarefa que Jesus confiou aos seus apóstolos antes de subir aos céus para se sentar à direita do Pai, como celebrámos liturgicamente há pouco. Naquela ocasião Jesus disse-lhes: "Ide por todo o mundo..." (Mc 16,15), garantindo ao mesmo tempo a sua presença próxima e misteriosa.

4. A Igreja, fiel ao mandato de Jesus continua a fazer da evangelização a sua principal acção. Ela inclui muitos aspectos, todos eles muito importantes, onde quer que as circunstâncias concretas, de acordo com os tempos e os lugares, aconselhem a primazia de uns sobre os outros, sem descuidar nenhum. No caso particular do vosso País, onde faz anos que se vive um conflito interno que causa tantas vítimas inocentes, tanto sofrimento às famílias e à sociedade; que gera pobreza, insegurança e diminui as capacidades de progresso integral, vós tendes a consciência de que nas opções pastorais deve ser dada prioridade à paz e à reconciliação, contribuindo desta forma para edificar a sociedade sobre os sólidos princípios cristãos da verdade, da justiça, do amor e da liberdade e fomentando também o perdão que nasce do desejo sincero de reconciliação com Deus e com os irmãos.

Há dois anos, por ocasião do Centenário da Consagração da Colômbia ao Sagrado Coração de Jesus, prática piedosa que nestes dias foi renovada em tantas comunidades do vosso país, escrevi-vos: "A sociedade que ouve e segue a mensagem de Cristo caminha para a paz autêntica, rejeita qualquer forma de violência e gera novas formas de convivência pelo caminho seguro e firme da justiça, da reconciliação e do perdão, fomentando vínculos de unidade, fraternidade e respeito de todos" (n. 4).

Nunca hesiteis em pôr todo o zelo e compromisso pastorais na promoção da reconciliação, que deriva da evangelização, com a íntima convicção de que ela iluminará a acção dos leigos cristãos e poderá ser remédio eficaz e permanente para os males duros e difíceis de que muitos dos cidadãos da vossa Nação padecem actualmente, devido ao conflito civil interno, que causou tantos mortos, inclusivamente entre os servos do Evangelho. Entre eles, desejo recordar D. Isaías Duarte, Arcebispo de Cali, assim como os sacerdotes e religiosos assassinados nos últimos anos. Esta situação penosa levou numerosos colombianos a viver na pobreza e corre o perigo de fomentar uma cultura de morte e de violência em vez de uma cultura da vida e da solidariedade, que caracteriza as vossas raízes católicas.

5. Outro campo da acção pastoral que exige especial atenção é o da promoção e defesa da instituição familiar, hoje tão afectada por diversas frentes com numerosos e subtis argumentos. Assistimos a uma corrente, muito difundida nalgumas partes, que tende para enfraquecer a sua verdadeira natureza.

Conheço a intrepidez com que defendeis e promoveis esta instituição, que tem a sua origem em Deus e no seu plano de salvação (cf. Familiaris consortio FC 49). Por isso, é necessário continuar a proclamar com determinação, como um autêntico serviço à sociedade, a verdade sobre o matrimónio e a família estabelecida por Deus. Não fazer isto constituiria uma grave omissão pastoral que levaria os crentes ao erro, assim como aqueles que têm a grave responsabilidade de tomar as decisões sobre o bem comum da Nação. Esta verdade é válida não só para os católicos, mas também para todos os homens e mulheres sem distinção, porque o matrimónio e a família constituem um bem insubstituível da sociedade, a qual não pode permanecer indiferente diante a sua degradação e da perda da sua identidade.

Em relação a isto, a pastoral familiar realizada principalmente por casais que pertencem a movimentos ou associações de espiritualidade matrimonial, e que são exemplos com a educação dos seus filhos deve acompanhar os casais jovens e as famílias em dificuldades, assim como quantos se preparam para o matrimónio, a descobrir os valores do matrimónio cristão e a serem fiéis ao compromisso assumido ao receber o sacramento. De igual modo, é importante ensinar-lhes que, na geração dos filhos, se devem orientar pelo critério de uma paternidade responsável, ajudando-os além disso na sua formação humana e religiosa, aprendida no próprio lar, num ambiente de convivência serena e de ternura, como expressão do amor de Deus para com todos os seus filhos.

6. Um sinal de esperança para a Igreja na Colômbia é o florescimento vocacional que distingue as vossas comunidades eclesiais e é expressão da sua vitalidade. A região de onde provindes é rica de vocações sacerdotais e religiosas, sendo os vossos seminários uma bênção especial para a Igreja, porque os sacerdotes que neles se formam não só servem nas vossas Igrejas particulares mas, além disso, alguns deles não hesitam em prestar o seu serviço deslocando-se para outras áreas mais necessitadas.

Por conseguinte, animo-vos a continuar este caminho, sem descuidar no futuro de uma pastoral vocacional assídua, conscientes do papel insubstituível de cada comunidade eclesial nesta tarefa, baseada antes de mais numa incessante oração ao Dono da messe para que mande trabalhadores para a sua messe e, além disso, ao educar as crianças e os jovens para enfrentar os desafios da vida cristã, apresentai-lhes também as condições para ouvir a chamada divina a seguir Cristo pelo caminho da vida sacerdotal ou consagrada mediante os conselhos evangélicos.

7. Queridos Irmãos, desejo estimular-vos com estas reflexões no serviço à Igreja de Deus que peregrina na Colômbia. Ao regressar às vossas dioceses animai os sacerdotes, os consagrados e os fiéis a viver a sua fé em Cristo. Levai a minha saudação aos jovens, chamados a ser "sentinelas da manhã" neste novo milénio, esperança da Igreja e da Nação; em particular, tenho presentes os jovens colombianos que nos Seminários e casas de formação se preparam para o sacerdócio ou para a vida religiosa, as famílias, escolas de rica humanidade e de virtudes cristãs, e de maneira muito especial quantos sofrem pelo sequestro de alguns dos seus membros; os pobres e necessitados, que devem ser sempre objecto dos vossos desvelos e atenções; os profissionais dos diversos âmbitos da actividade humana, para que sejam construtores da sociedade renovada nestes momentos tão particulares da vossa história; os enfermos e os idosos.

Sobre vós e sobre as vossas comunidades cristãs desçam as bênçãos do Senhor, por intercessão da Virgem de Chiquinquirá, Mãe de todos os colombianos, que tem nas suas mãos o rosário, "oração pela paz... vínculo de comunhão e de fraternidade que nos une a todos em Cristo". Como confirmação destes votos, acompanhe-vos a Bênção Apostólica que vos concedo de bom grado e faço extensiva às vossas dioceses.






DIscursos João Paulo II 2004