AUDIÊNCIAS 2004

PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 1° de setembro de 2004

Louvor ao verdadeiro Deus


Amados Irmãos e Irmãs

1. O Deus vivo e o ídolo inerte embatem-se no Salmo 113 B, que acabámos de ouvir, e faz parte da série dos Salmos das Vésperas. A antiga tradução grega da Bíblia chamada dos Setenta, seguida pela versão latina da antiga Liturgia cristã, uniu este Salmo em honra do verdadeiro Senhor ao Salmo precedente. Disto derivou uma única composição que é, contudo, claramente cadenciada em dois textos distintos (cf. Sl Ps 113 A e 113 B).

Depois de uma palavra inicial, dirigida ao Senhor para dar testemunho da sua glória, o povo eleito apresenta o seu Deus como o Criador todo-poderoso: "O nosso Deus está no céu e realiza tudo o que deseja" (Ps 113 B, 3). "Fidelidade e graça" são as virtudes típicas do Deus da aliança, em relação ao povo por Ele eleito, Israel (cf. n. 1). Assim, o cosmos e a história encontram-se sob a sua soberania, que é poder de amor e de salvação.

2. Ao Deus verdadeiro, adorado por Israel, são imediatamente opostos "os ídolos das gentes" (v. 4). A idolatria é uma tentação de toda a humanidade, em todas as terras e em todos os tempos. O ídolo é uma coisa inanimada, nascida das mãos do homem, estátua fria, sem vida. O Salmista descreve-a com ironia nos seus sete membros, totalmente inúteis: boca muda, olhos cegos, ouvidos surdos, narinas insensíveis aos aromas, mãos inertes, pés paralisados, garganta desprovida da emissão de sons (cf. vv. 5-7).

Depois desta crítica cruel dos ídolos, o Salmista expressa um desejo sarcástico: "Fiquem como eles os que os fazem e todos os que neles confiam" (v. 8). É um desejo expresso de uma forma seguramente eficaz, para produzir um efeito de dissuasão radical em relação à idolatria. Quem adora os ídolos da riqueza, do poder e do sucesso perde a sua dignidade de pessoa humana. O profeta Isaías dizia: "Os fabricantes de estátuas nada são e as suas coisas preferidas não têm valor. Os seus devotos nada vêem nem conhecem, e por isso acabam por ser enganados" (44, 9).

3. Ao contrário, os fiéis do Senhor sabem que encontram no Deus vivo o "seu auxílio" e o "seu escudo" (cf. Sl Ps 113 B, 9-13). Eles são apresentados segundo uma categoria tríplice. Em primeiro lugar está "a casa de Israel", ou seja, todo o povo, a comunidade que se reúne no templo para rezar. Ali encontra-se também a "casa de Araão", que remete para os sacerdotes, guardiães e anunciadores da Palavra divina, chamados a presidir ao culto. Por fim, evocam-se aqueles que temem o Senhor, ou seja, os fiéis autênticos e constantes, que no judaísmo sucessivo ao exílio babilónico e mais tarde denotam também aqueles pagãos que se aproximavam da comunidade e da fé de Israel com um coração sincero e com uma busca genuína. Assim será, por exemplo, o centurião romano Cornélio (cf. Act Ac 10,1-2 Act Ac 10,22), sucessivamente convertido ao cristianismo por São Pedro.

Sobre estas três categorias de verdadeiros crentes desce a bênção divina (cf. Sl Ps 113 B, 12-15). Segundo a concepção bíblica, ela é fonte de fecundidade: "Que o Senhor vos multiplique, a vós a aos vossos filhos" (v. 14). Enfim os fiéis, felizes pelo dom da vida, recebido do Deus vivo e criador, entoam um breve hino de louvor, respondendo à bênção eficaz de Deus com a sua bênção agradecida e confiante (cf. vv. 16-18).

4. De modo vivaz e sugestivo, um Padre da Igreja do Oriente, São Gregório de Nissa (século IV), na quinta Homilia sobre o Cântico dos Cânticos, evoca o nosso Salmo para descrever a passagem da humanidade do "gelo da idolatria" à primavera da salvação. Com efeito, recorda São Gregório, a própria natureza humana se transformou, por assim dizer, "em seres imóveis" e sem vida "que se fizeram objecto de culto", como de facto está escrito: "Fiquem como eles os que os fazem e todos os que neles confiam". "E era lógico que isto acontecesse. Assim como, com efeito, aqueles que dirigem o seu olhar para o verdadeiro Deus recebem em si as peculiaridades da natureza divina, também o homem que se volta para a vaidade dos ídolos passou a ser como aquele que olhava, tornando-se pedra. Portanto, dado que a natureza humana, que se tornou pedra por causa da idolatria, permaneceu imóvel diante do melhor, encerrada no gelo do culto dos ídolos, por este motivo nasce neste Inverno tremendo o Sol da justiça e desponta a Primavera do sopro do meio-dia, que derrete este gelo e aquece, com o nascer dos raios daquele sol, tudo o que está por baixo; e assim o homem, que foi transformado em pedra por obra do gelo, aquecido pelo Espírito e pelos raios do Logos, voltou a ser a água que jorrava para a vida eterna" (Homilias sobre o Cântico dos Cânticos, Roma 1988, PP 133-134).

Saudações

Amados Irmãos e Irmãs

Louvar a Deus, na sua Trindade beatíssima, nos dá a certeza de que o Senhor é o nosso escudo e a nossa ajuda. Demos glória ao Altíssimo com as nossas vidas! Saúdo os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, especialmente os grupos de Portugal e do Brasil, com cordiais votos de paz e prosperidade.

Que Deus vos abençoe!

É com afecto que saúdo os fiéis vindos da Espanha e da América Latina, de maneira particular as Servas do Espírito Santo e os peregrinos de Madrid e do México, assim como os paroquianos da paróquia de Nossa Senhora do Pilar, de Assunção, no Paraguai.
Muito obrigado pela vossa visita!

Quero saudar cordialmente os meus compatriotas. No dia de hoje celebra-se o 65º aniversário da invasão nazista na Polónia e do início da segunda guerra mundial. Nesta ocasião, transmito uma especial saudação a todos os defensores da nossa pátria que ainda estão vivos, enquanto confio à misericórdia de Deus as vítimas da guerra. A todos os polacos, formulo votos a fim de que nunca mais devam viver o drama da guerra. O Deus da bondade conceda ao mundo a graça da Paz!

Louvado seja Jesus Cristo!

APELO DO SANTO PADRE


Foi com grande dor e preocupação que recebi as novas e graves notícias relativas aos atentados terroristas em Israel e na Rússia, onde morreram numerosas pessoas, vítimas indefesas e inocentes.
Também no atormentado Iraque não se interrompe a espiral de violência cega que impede um restabelecimento imediato da convivência civil. A execração pela bárbara execução dos doze cidadãos nepaleses é acompanhada da trepidação pela sorte dos dois jornalistas franceses, ainda reféns dos seus raptores.

Dirijo um apelo premente a fim de que cesse em toda a parte o recurso à violência, sempre indigna de qualquer boa causa, e para que os dois jornalistas franceses sejam tratados com humanidade e restituídos ilesos, quanto antes, aos seus entes queridos.

No dia de hoje, 1 de Setembro, celebra-se o aniversário da invasão da Polónia e do início da segunda guerra mundial, que semeou o luto na Europa e noutros continentes. Voltando a pensar naqueles dias, nestes momentos de tensões graves e difundidas, invoquemos de Deus, Pai de todos os homens, o dom precioso da paz.





PAPA JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-Feira 8 de setembro de 2004

Festa da Natividade de Maria Santíssima


Amados Irmãos e Irmãs

1. Hoje, a Liturgia recorda a Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria. Esta festa, muito sentida pela piedade popular, leva-nos a admirar em Maria Menina a aurora puríssima da Redenção. Contemplamos uma menina como todas as outras, e ao mesmo tempo única, a "bendita entre as mulheres" (Lc 1,42). Maria é a Imaculada "filha de Sião", destinada a tornar-se a Mãe do Messias.

2. Olhando para Maria Menina, como deixar de pensar nos pequenos inermes de Beslan, na Ossésia, vítimas de um sequestro bárbaro e tragicamente massacrados? Encontravam-se dentro de uma escola, lugar em que se aprendem os valores que dão sentido à história, à cultura e à civilização dos povos: o respeito recíproco, a solidariedade, a justiça e a paz. Contudo, entre aquelas paredes eles experimentaram o ultraje, o ódio e a morte, consequências nefastas de um fanatismo cruel e de um desprezo insensato pela pessoa humana.

Neste momento, o olhar dirige-se para todas as crianças inocentes que, em todas as partes da terra, são vítimas da violência dos adultos. Crianças obrigadas a empunhar as armas e educadas a odiar e a matar; crianças levadas a pedir esmolas nas ruas, exploradas para obter lucros fáceis; crianças maltratadas e humilhadas pela prepotência e pelos abusos dos adultos; crianças abandonadas a si mesmas, privadas do calor da família e de uma perspectiva de futuro; crianças que morrem de fome, crianças mortas nos numerosos conflitos em várias regiões do mundo.

3. Trata-se de um forte grito de dor da infância ferida na sua dignidade. Ele não pode, não deve deixar ninguém indiferente. Caríssimos Irmãos e Irmãs, diante do berço de Maria Menina, havemos de ter a renovada consciência de que devemos tutelar e defender estas criaturas frágeis e construir para elas um futuro de paz. Oremos juntos a fim de que lhes sejam criadas as condições de uma existência tranquila e segura.


Oração dos fiéis pelas vítimas da violência



Irmãos e Irmãs, acolhendo o convite do Santo Padre, elevemos a Deus a nossa oração.

Digamos todos juntos: Ouvi-nos Senhor!

1. Pelas crianças de Beslan, arrancadas da vida com a violência feroz enquanto se preparavam para começar o ano escolar, e pelos seus pais, parentes e amigos, massacrados juntamente com elas: para que Deus, na sua misericórdia, lhes abra as portas da sua casa, oremos.

Ref. Ouvi-nos Senhor!

2. Pelos feridos, pelas famílias das vítimas e por todos os membros da comunidade de Beslan que, com o coração angustiado, choram a morte dos seus entes queridos: a fim de que, sustentados pela luz da fé e confortados pela solidariedade de numerosas pessoas no mundo, saibam perdoar quantos lhes fizeram mal, oremos.

Ref. Ouvi-nos Senhor!

3. Por todas as crianças que, em muitas regiões da terra, sofrem e morrem por causa da violência e dos abusos dos adultos: para que o Senhor lhes faça sentir o conforto do seu amor e ponha fim à dureza de coração de quem é causa de sofrimento para elas, oremos.

Ref. Ouvi-nos Senhor!

4. Pelas inúmeras pessoas raptadas na atormentada terra do Iraque, em particular pelas duas jovens voluntárias italianas, sequestradas ontem em Bagdad: a fim de que todas sejam tratadas com respeito e restituídas sãs e salvas ao afecto dos seus entes queridos, oremos.

Ref. Ouvi-nos Senhor!

5. Pela justiça e pela paz no mundo: para que o Senhor ilumine as mentes de quantos são oprimidos pela funesta sugestão da violência e abra os corações de todos ao diálogo e à reconciliação, para construir um futuro de esperança e de paz, oremos.

Ref. Ouvi-nos Senhor!

[Santo Padre]
Deus, nosso Pai, Vós criastes os homens para que vivam em comunhão entre si. Fazei-nos compreender que cada criança é uma riqueza da humanidade, e que a violência contra o próximo evidentemente não conduz ao futuro. Nós vos pedimos, por intercessão da Virgem Mãe de Jesus Cristo, nosso Senhor. Ele vive e reina pelos séculos dos séculos!



Saudação

Amados Irmãos e Irmãs

Na Festa da Natividade de Maria Santíssima, elevemos o nosso coração à Mãe de Jesus Cristo, para que proteja a infância e interceda junto a Deus nosso Pai, pedindo pela paz e pela reconciliação dos homens e das mulheres do nosso tempo. Com estes votos, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de visitantes portugueses de Évora.
Com a minha Bênção!

É-me grato acolher os peregrinos francófonos, presentes aqui na manhã de hoje, de modo particular os peregrinos de Dijon e de Nice. Possa a vossa estadia em Roma confirmar a vossa fé e fazer de vós testemunhas do Evangelho! Confio todos vós à Bem-Aventurada Virgem Maria!

Dou as calorosas boas-vindas aos peregrinos e visitantes de expressão inglesa, presentes na hodierna Audiência. Saúdo de modo particular os grupos provenientes da Inglaterra, da Irlanda, da Dinamarca, do Japão, do Canadá, de Singapura e dos Estados Unidos da América. Desejo-vos uma agradável permanência em Roma e, cordialmente, invoco sobre todos vós a alegria e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo!

Saúdo com afecto os fiéis oriundos da Espanha e da América Latina, de modo especial as Servas de Maria Ministras dos Enfermos, os peregrinos de Cuenca, São Sebastião, Teruel e Panamá, assim como os fiéis da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, de Passaic, nos Estados Unidos da América.
Muito obrigado pela vossa visita!

Dirijo uma saudação cordial aos fiéis húngaros, especialmente ao grupo proveniente da Paróquia de Ózd. Concedo-vos do íntimo do coração a Bênção Apostólica.
Louvado seja Jesus Cristo!

Uma cordial saudação aos peregrinos eslovacos!
Caríssimos, agradeço-vos a vossa visita e, enquanto invoco de bom grado sobre vós e as vossas famílias a incessante assistência divina, concedo-vos de todo o coração uma especial Bênção, que faço extensiva a todo o povo eslovaco.
Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo cordiais palavras de saudação a todos os peregrinos croatas aqui presentes. É de bom grado que concedo a Bênção Apostólica a cada um deles e às respectivas famílias.
Louvados sejam Jesus e Maria!

Queridos peregrinos polacos, hoje celebra-se a Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Enquanto glorificamos a Imaculada Mãe do Filho de Deus, na sua figura de Menina, não podemos deixar de recordar as recentes vítimas do terrorismo em Ossésia, assim como todas as crianças que, nos vários quadrantes do mundo, sofrem devido à violência dos adultos. Não cessemos de rezar, a fim de que cada criança seja acolhida com respeito e amor.
Oremos também pela paz no mundo!

Agora dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua italiana. Saúdo-vos com afecto particular, prezados seminaristas de Trento, enquanto vos exorto a deixar-vos iluminar sempre por Cristo, manancial da nossa alegria.

Saúdo-vos, estimados jovens, caros doentes e dilectos novos casais.

A celeste Mãe de Deus, que no dia de hoje recordamos como Menina, seja sempre o vosso sustentáculo ao longo do caminho de uma adesão mais perfeita a Cristo e ao seu Evangelho!











PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 15 de setembro de 2004

As núpcias do Cordeiro


Amados Irmãos e Irmãs

1. O Livro do Apocalipse está repleto de Cânticos que são elevados a Deus, Senhor do universo e da história. Ouvimos agora um, o qual encontramos constantemente em cada uma das quatro semanas nas quais se desenvolve a Liturgia das Vésperas.

Este hino é marcado pelo "aleluia", palavra de origem hebraica que significa "louvai o Senhor" e que curiosamente no Novo Testamento se encontra apenas neste trecho do Apocalipse, onde é repetida cinco vezes. A Liturgia selecciona do texto do capítulo 19 apenas alguns versículos. No quadro narrativo do trecho, eles são entoados no céu por uma "grande multidão": é como um coro poderoso que se eleva da parte de todos os eleitos, os quais celebram o Senhor na alegria e na festa (cf. Ap Ap 19,1).

2. Por conseguinte, a Igreja, na terra, harmoniza o seu cântico de louvor com o canto dos justos que já contemplam a glória de Deus. Desta forma, estabelece-se uma via de comunicação entre história e eternidade: ela tem o seu ponto de partida na liturgia terrena da comunidade eclesial e a sua meta na celeste, onde já chegaram os nossos irmãos e irmãs que nos precederam no caminho da fé.

Nesta comunhão de louvor celebram-se substancialmente três temas. Em primeiro lugar, os grandes atributos de Deus, a sua "salvação, glória e poder" (v. 1; cf. v. 7), isto é, a transcendência e a omnipotência salvífica. A oração é contemplação da glória divina, do mistério inefável, do oceano de luz e de amor que é Deus.

Em segundo lugar, o Cântico exalta o "reino" do Senhor, ou seja o projecto divino de redenção em relação ao género humano. Retomando um tema preferido pelos chamados Salmos do Reino de Deus (cf. Sl Ps 46 Ps 95-98), nele se proclama que o "Senhor nosso Deus... começou o seu reinado" (Ap 19,6), intervindo com a máxima autoridade na história. Sem dúvida, ela está confiada à liberdade humana que gera bem e mal, mas tem a sua última palavra nas opções da divina providência. O livro do Apocalipse celebra precisamente a meta para a qual a história é orientada mediante a obra eficaz de Deus, mesmo no meio de tempestades, lacerações, devastações realizadas pelo mal, pelo homem e por Satanás.

Canta-se noutra página do Apocalipse: "Nós te damos graças, Senhor que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e entraste na posse do teu reinado" (11, 17).

3. Por fim, o terceiro tema do hino é típico do livro do Apocalipse e da sua simbologia: "Chegou o momento das núpcias do Cordeiro, a sua esposa já está pronta" (19, 7). Como teremos ocasião de aprofundar nas ulteriores meditações sobre este Cântico, a meta definitiva para a qual o último livro da Bíblia nos conduz é o encontro nupcial entre o Cordeiro, que é Cristo, e a esposa purificada e transfigurada, que é a humanidade redimida.

A expressão "chegou o momento das núpcias do Cordeiro" refere-se ao momento supremo como diz o nosso texto "nupcial" da intimidade entre criaturas e Criador, na alegria e na paz da salvação.

4. Concluimos com as palavras de um dos sermões de Santo Agostinho, que ilustra e exalta da seguinte forma o canto do Aleluia no seu significado espiritual: "Nós cantamos em uníssono esta palavra e reunidos à sua volta em comunhão de sentimentos, estimulamo-nos reciprocamente a louvar Deus. Mas pode louvar Deus com tranquilidade de consciência aquele que não cometeu acção alguma da qual se possa arrepender. Além disso, no que se refere ao tempo presente no qual somos peregrinos na terra, cantamos o Alleluia como conforto para sermos fortalecidos ao longo do caminho; o Alleluia que pronunciamos agora é como o canto do viandante; contudo, percorrendo este caminho cansativo, tendemos para aquela pátria onde haverá o repouso, onde, tendo desaparecido todas as vicissitudes que nos empenham agora, nada mais haverá do que o Alleluia" (n. 255, 1: Sermões, IV/2, Roma 1984, pág. 597).



Saudações

Amados Irmãos e Irmãs:

Minha calorosa saudação aos peregrinos de língua portuguesa, hoje bem representados pelos Oficiais, Cadetes e tripulação do navio-escola "Brasil", e bem assim pela "Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima" de Lisboa. A todos exprimo meu cordial afecto, com os votos de que saibam servir à Pátria com amor e fidelidade. A todos abençoo de coração.

Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos meus compatriotas. Saúdo de modo particular os peregrinos membros do partido "Prawo i Sprawiedliwosc" (Direito e Justiça), acompanhados das respectivas famílias.

Dou as boas-vindas à delegação do Parlamento Regional da Pomerânia Ocidental. Agradeço às Autoridades e a todos os habitantes dessa Região a sua benevolência, enquanto peço a Deus que os abençoe abundantemente.

Além disso, saúdo os peregrinos da Academia de Agricultura, de Szcsecin, que está a celebrar o 50º aniversário de fundação. Formulo-vos votos a fim de que alcanceis numerosos êxitos científicos nas décadas futuras, para o bem dos agricultores em geral e de toda a população.

Abençoo de coração todos vós aqui presentes, bem como os vossos entes queridos.
Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo calorosamente os peregrinos francófonos, de modo particular os grupos que vieram da França e do Canadá. Que a vossa vida inteira seja um Aleluia, um cântico de louvor e de glória ao Senhor!

Dirijo uma deferente saudação de boas-vindas aos peregrinos da República Checa, de forma especial aos fiéis oriundos de Dobruska e de Brno. Na hodierna memória litúrgica de Maria, Virgem das Dores, invoco sobre todos vós e as vossas famílias a sua protecção maternal e abençoo-vos do íntimo do coração!

É-me grato saudar os peregrinos de expressão inglesa, presentes nesta Audiência, especialmente os que vieram da Inglaterra, da Suécia e dos Estados Unidos da América. Sobre todos vós e os vossos entes queridos, invoco as bênçãos divinas da paz e da alegria.

É com carinho que saúdo os peregrinos provenientes de Detva e de Surany. Caríssimos, visitei a vossa Pátria há precisamente um ano. Permanecei fiéis a Cristo e à sua Igreja. Que vos sirva de ajuda a intercessão de Maria Virgem das Dores Padroeira da Eslováquia cuja memória litúrgica estamos a celebrar hoje.

Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo os peregrinos de língua espanhola: os membros da Orquestra Sinfónica Juvenil de Costa Rica; o grupo da Companhia "Stanhome"; assim como os demais grupos vindos da Espanha, México, Chile, Argentina e outros países latino-americanos. Desejo-vos a alegria de louvar a Deus com a oração e com as obras de todos os dias.

Muito obrigado pela vossa atenção!

É com grande alegria que dirijo uma cordial saudação de boas-vindas a todos os participantes eslovenos no Congresso científico sobre a figura e a vida heróica do ex-Arcebispo de Liubliana, D. Anton Vovk.

Concedo-vos a todos, do íntimo do coração, a minha Bênção Apostólica.

Agora, dou as minhas boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. Saúdo de maneira particular as Servas Franciscanas do Bom Pastor, congregadas para a celebração do centenário do nascimento da fundadora, Serva de Deus Madre Teresa Napoli; os participantes no Curso promovido pelo Ateneu da Santa Cruz; os representantes da Associação "Primosole" de Palermo; e os participantes na maratona São Pio de Pietrelcina.

Dirijo o meu pensamento aos jovens, aos doentes e aos novos casais.

Caríssimos, hoje celebramos a memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores, que permaneceu fielmente ao lado da cruz de Jesus. Formulo-vos bons votos a fim de que nela possais encontrar o conforto e o sustento para superar todos os obstáculos na vossa existência quotidiana.





PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 22 de setembro de 2004

A paixão voluntária de Cristo servo de Deus

Caríssimos Irmãos e Irmãs de língua portuguesa


1. Ouvindo hoje o trecho hínico do capítulo 2 da primeira Carta de São Pedro apresentou-se de maneira expressiva aos nossos olhos o rosto de Cristo que sofre. Assim como acontecia com os leitores daquela Carta nos primeiros tempos do cristianismo, também aconteceu nos séculos durante a proclamação litúrgica da Palavra de Deus e na meditação pessoal.

Inserido na Carta, este canto apresenta uma tonalidade litúrgica e parece reflectir o alcance orante da Igreja das origens (cf. Cl CL 1,15-20 Fl 2, 6-11; 1Tm 3,16). Ele está marcado também por um diálogo ideal entre autor e leitores, ritmado pela alternância dos pronomes pessoais "nós" e "vós": "Cristo também padeceu por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos... Ele levou os nossos pecados no seu corpo, para que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomos curados" (1P 2,21 1P 2,24).

2. Mas o pronome que mais se repete encontra-se no original grego, hos, quase martelado no início dos versículos principais (cf. 2, 22.23.24): é "Ele", o Cristo paciente, Ele que não cometeu pecado, Ele, que ao ser ultrajado não reagia ameaçando, Ele que carregou na Cruz o peso dos pecados da humanidade para os cancelar.

O pensamento de Pedro, assim como o dos fiéis que recitam este hino, sobretudo na Liturgia das Vésperas do período quaresmal, correm para o Servo de Javé descrito no célebre quarto canto do Livro do profeta Isaías. É uma personagem misteriosa, interpretada pelo cristianismo em chave messiânica e cristológica, porque antecipa os pormenores e o significado da Paixão de Cristo: "Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores... foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades... fomos curados pelas suas chagas... Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca" (Is 53,4 Is 53,5 Is 53,7).

Também o perfil da humanidade pecadora delineado sob a imagem de um rebanho perdido, num versículo que não é retomado na Liturgia das Vésperas (cf. 1P 2,25), provém da antiga elegia profética: "Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada um o seu próprio caminho" (Is 53,6).

3. Por conseguinte, são duas as figuras que se cruzam no hino petrino. Em primeiro lugar está Ele, Cristo, que se encaminha pela estrada áspera da paixão, sem se opor à injustiça e à violência, sem recriminações nem desafogos, mas entregando-se a si mesmo e a sua dolorosa vicissitude "àquele que julga com justiça" (1P 2,23). Um acto de confiança pura e absoluta que será selada na Cruz com as célebres últimas palavras, bradadas em voz alta como extremo abandono à obra do Pai: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23,46 cf. Sl Ps 30,6).

Não se trata, portanto, de uma resignação cega e passiva, mas de uma confiança corajosa, destinada a ser exemplo para todos os discípulos que percorrerão o caminho obscuro da prova e da perseguição.

4. Cristo é apresentado como o Salvador, solidário connosco no seu "corpo" humano. Ele, nascendo da Virgem Maria, fez-se nosso irmão. Portanto, pode estar ao nosso lado, partilhar o nosso sofrimento, carregar o nosso mal, "os nossos pecados" (1P 2,24). Mas Ele é também e sempre o Filho de Deus e esta sua solidariedade connosco torna-se radicalmente transformadora, libertadora, expiadora, salvífica (cf. ibidem).

E assim a nossa pobre humanidade é arrancada dos caminhos desviados e pervertidos do mal e reconduzida à "justiça", isto é, ao projecto de Deus. A última frase do hino é particularmente comovedora. Recita: "pelas suas chagas fomos curados" (cf. v. 24). Vemos aqui o preço que Cristo pagou para nos curar!

5. Concluímos deixando a palavra aos Padres da Igreja, ou seja, à tradição cristã que meditou e rezou com este hino de São Pedro.

Relacionando uma expressão deste hino com outras reminiscências bíblicas, Santo Ireneu de Lião sintetiza da seguinte forma a figura de Cristo Salvador, numa passagem do seu tratado Contra as heresias: "Há um só e mesmo Cristo Jesus, Filho de Deus, que, mediante a sua paixão, nos reconciliou com Deus e ressuscitou dos mortos, que está à direita do Pai e é perfeito em todas as coisas: era ofendido mas não restituía as ofensas, "ele que, ao ser maltratado, não ameaçava" e ao sofrer uma violência tirânica, pedia ao Pai que perdoasse àqueles que o crucificaram. Ele salvou-nos verdadeiramente, ele é o Verbo de Deus, ele é o Unigénito do Pai, Jesus Cristo nosso Senhor" (III, 16, 9, Milão 1997, pág. 270).

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs
de língua portuguesa

Saúdo os que me ouvem, desejando-lhes todo o bem, com as graças divinas, na sua caminhada como novo Povo de Deus. Em particular, seja bem-vindo o grupo de portugueses aqui presentes: abençoando-vos, penso em vossos parentes e amigos.

Que sejais felizes!

Dirijo uma saudação aos peregrinos da Espanha e da América Latina, de maneira especial aos que vieram de Fuente Álamo e aos membros da Federação de Famiíias Numerosas, de Madrid; aos alunos do Colégio Mexicano; assim como aos fiéis oriundos de El Salvador, do Chile e de Zárate, na Argentina. Imitemos Cristo que, sofrendo, não ameaçava nem buscava vingança, mas pedia ao Pai que perdoasse aqueles que O tinham crucificado.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa, aqui presentes na manhã de hoje, em particular o grupo das Irmas dominicanas, de Paris, e os peregrinos que vieram do Quebeque. Enquanto vos formulo votos de uma boa peregrinaçao a Roma, confio todos vós ao Senhor Jesus, que nos amou com o maior amor, entregando a sua vida por nós.

Dou as minhas calorosas boas-vindas aos peregrinos e visitantes de expressao inglesa, presentes na Audiencia hodierna. Saùdo de modo especial os grupos vindos da Inglaterra, da Irlanda, da Escócia, da Dinamarca, da Austrália e dos Estados Unidos da América. Enquanto vos desejo uma agradável estadia em Roma, invoco cordialmente sobre todos vós a paz e a consolaçao em nosso Senhor Jesus Cristo. Boas férias!

É-me grato saudar todos os peregrinos de lingua polaca. Nomeadamente, saùdo os professores e os estudantes da Academia Mineiro-Metalùrgica, de Cracóvia. Estou feliz por dar as boas-vindas a uma representaçao tao numerosa desse Ateneu, que está a festejar 85 anos de existencia. Para os anos vindouros, faço votos a fim de que se obtenham muitos frutos cientificos e haja uma fecunda participaçao na vida económica do nosso pais.

Abençoo do intimo do coraçao todos vós aqui presentes, bem como os vossos entes queridos.
Louvado seja Jesus Cristo!

Saùdo com cordialidade os peregrinos provenientes de Trencin-Orechové, na Eslováquia, e os alunos do Seminário diocesano de Sao Gorazd, de Nitra.

Hoje, na Diocese de Nitra celebra-se a memória litùrgica de Sao Hemeramo, Padroeiro da Catedral. Permanecei fiéis a este património espiritual. É de bom grado que vos abençoo.
Louvado seja Jesus Cristo!

Dirijo as minhas cordiais saudações de boas-vindas aos peregrinos de lingua italiana. De modo particular, saùdo os fiéis da Diocese de Sao Severo, acompanhados do Bispo D. Michele Seccia; os participantes na Maratona promovida pelo Centro Desportivo Italiano, com a Comunidade de Tirano; e os representantes da Cooperativa de Nossa Senhora do Socorro, de Sciacca.

Carissimos, faço votos a fim de que a vossa visita aos lugares santos desta Cidade sirva para consolidar a vossa adesao a Cristo e faça crescer a caridade no seio das vossas familias e das vossas comunidades.

Conforme a tradiçao, agora dirijo o meu pensamento aos jovens, aos doentes e aos novos casais.

Carissimos, sede sempre fiéis ao ideal evangélico e realizai-o nas vossas actividades quotidianas.





PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 29 de setembro de 2004

As núpcias do Rei



1. "Vou recitar ao rei o meu poema": estas palavras, inseridas na abertura do Salmo 45 (44), orientam o leitor no que se refere ao carácter fundamental deste hino. O escriba da corte que o compôs revela-nos imediatamente que se trata de um carme em honra do soberano hebraico. Aliás, voltando a percorrer os versículos da composição, nota-se que se está na presença de um epitalâmio, ou seja, de um cântico nupcial.

Os estudiosos comprometeram-se em identificar as coordenadas históricas do Salmo, tendo como base alguns indícios como a ligação da rainha à cidade fenícia de Tiro (cf. v. 13) mas sem conseguir realizar uma identificação exacta do casal real. É relevante o facto de que na cena há um rei hebraico, porque isto permitiu que a tradição judaica transformasse o texto em cântico ao rei Messias, e que a tradição cristã voltasse a ler o Salmo em chave cristológica e, em virtude da presença da rainha, também em perspectiva mariológica.

2. A Liturgia das Vésperas faz-nos usar este Salmo como oração, subdividindo-o em dois momentos. Agora nós ouvimos a primeira parte (cf. vv. 2-10) que, depois da introdução já evocada do escriba autor do texto (cf. v. 2), apresenta um retrato maravilhoso do soberano que está para celebrar as suas núpcias.

Por isso, o judaísmo reconheceu no Salmo 45 (44) um cântico nupcial, que exalta a beleza e a intensidade do dom de amor entre os cônjuges. Em particular, a mulher pode repetir com o Cântico dos Cânticos: "O meu amado é para mim e eu para ele" (2, 6). "Eu sou para o meu amado e o meu amado é para mim" (6, 3).

3. O perfil do esposo real é traçado de modo solene, com o recurso a todos os aspectos de um cenário de corte. Ele tem condecorações militares (cf. Sl Ps 44,4-6), a que se acrescentam sumptuosas vestes perfumadas, enquanto ao fundo brilham os palácios revestidos de marfim nas suas salas grandiosas e ressoantes de músicas (cf. vv. 9-10). No centro eleva-se o trono e é mencionado o ceptro, dois sinais do poder e da investidura real (cf. vv. 7-8).

Nesta altura, gostaríamos de sublinhar dois elementos. Em primeiro lugar a beleza do esposo, sinal de um esplendor interior e da bênção divina: "Tu és o mais belo dos filhos dos homens" (v. 3). Precisamente com base neste versículo, a tradição cristã representou Cristo em forma de homem perfeito e fascinante. Num mundo muitas vezes marcado por torpezas e fealdades, esta imagem é um convite a encontrar a "via pulchritudinis" na fé, na teologia e na vida social para ascender à beleza divina.

4. Porém, a beleza não é um fim em si mesma. A segunda nota que gostaríamos de propor diz respeito exactamente ao encontro entre beleza e justiça. Com efeito, o soberano "avança... em defesa da verdade, da misericórdia e da justiça" (v. 5); ele "ama a justiça e odeia a injustiça" (cf. v. 8) e o seu é um "ceptro de justiça" (v. 7). A beleza deve-se unir à bondade e à santidade de vida, de maneira a fazer resplandecer no mundo o rosto luminoso de Deus bom, admirável e justo.

Segundo os estudiosos, no v. 7 o apelativo "Deus" seria dirigido ao próprio rei, porque consagrado pelo Senhor e, portanto, de certa forma pertencente à área divina: "O teu trono, como o de um deus, é eterno e duradouro". Ou então, poderia ser uma invocação ao único rei supremo, o Senhor, que se debruça sobre o rei-Messias. Sem dúvida, a Carta aos Hebreus, aplicando o Salmo a Cristo, não hesita em reconhecer a divindade plena e não meramente simbólica do Filho que entrou na glória (cf. Hb He 1,8-9).

5. Na esteira desta leitura cristológica, concluímos remetendo para a voz dos Padres da Igreja, que a cada versículo atribuem ulteriores valores espirituais. Assim, sobre a frase do Salmo em que se diz que "Deus te abençoou para sempre" (Ps 45 [44], 3), São João Crisóstomo tece a seguinte aplicação cristológica: "O primeiro Adão foi cumulado de uma grandíssima maldição, mas o segundo, de grande bênção. O primeiro tinha ouvido: "Maldita seja a terra por tua causa" (Gn 3,17) e, de novo: "Maldito o que executa com negligência o mandato do Senhor!" (Jr 48,10), "Maldito o que não respeitar as palavras desta lei" (Dt 27,26) e "O enforcado é uma maldição de Deus" (Dt 21,23). Vês quantas maldições? Foste libertado de todas estas maldições por obra de Cristo, que se fez maldição (cf. Gl Ga 3,13): com efeito, assim como se humilhou para depois te erguer e morreu para te tornar imortal, assim tornou-se maldição para te encher de bênção. O que é que podes comparar com esta bênção, quando por meio de uma maldição te concede uma bênção? De facto, Ele não tinha necessidade de bênção, mas concede-te a mesma" (Expositio in Psalmum XLIV, 4 ).

O meu coração vibra com belas palavras; vou recitar ao Rei o meu poema! A minha língua é como pena de hábil escriba.

Tu és o mais belo dos filhos dos homens! O encanto se derramou em teus lábios! Por isso, Deus te abençoou para sempre.

Ó herói, coloca a tua espada à cintura; ela é o teu adorno e a tua glória.
Avança e cavalga triunfante em defesa da verdade, da misericórdia e da justiça; a tua direita realizará prodígios.

As tuas flechas são penetrantes, a ti se submetem os povos, perdem a coragem os inimigos do rei.
O teu trono, como o de um deus, é eterno e duradouro, um ceptro de justiça é o teu ceptro real.
Amas a justiça e odeias a injustiça; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo da alegria, preferindo-te aos teus companheiros.

As tuas vestes exalam mirra, aloés e cássia. Nos palácios de marfim alegram-te os sons da lira.
Entre as damas da tua corte há filhas de reis, à tua direita está a rainha ornada com ouro de Ofir.

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos francófonos, presentes na manhã de hoje, em particular o grupo da escola nacional católica "Blomet" e os fiéis de Namur. Possa a vossa permanência em Roma constituir uma ocasião para aumentar a vossa fé e a confiança em Cristo.

Dirijo uma calorosa saudação de boas-vindas aos peregrinos de expressão inglesa, hoje aqui presentes, inclusivamente os grupos que vieram da Bretanha e da Irlanda, da Escandinávia e dos Estados Unidos da América. Saúdo especialmente os novos estudantes do Venerável Colégio Inglês. Sobre todos vós, invoco a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.

É com afecto que saúdo os peregrinos e as famílias de língua espanhola. De modo particular, o grupo da Irmandade do Rocio, de Madrid, o grupo de fiéis vindos do Panamá, e os Professores e Alunos de Bacharelado, oriundos de Salta, na Argentina. Desejo a todos vós uma feliz permanência em Roma, e que cresçais na fé testemunhada pelos Apóstolos. Muito obrigado pela vossa atenção!

Dou-vos as cordiais boas-vindas, meus compatriotas! Saúdo os presbíteros da Diocese de Quielce, que celebram o 25º aniversário de sacerdócio. Dirijo a minha saudação também aos doentes, aos portadores de deficiência e aos funcionários das "Obras Hospitalares". Saúdo de maneira particular os participantes na peregrinação do "Solidarnosc". Nascido em terra polaca, este movimento abriu as portas da liberdade em muitos países da Europa. Estou feliz porque o espírito do "Solidarnosc" continua a unir um número tão elevado de pessoas na nossa Pátria. Formulo votos a fim de que este espírito sadio penetre também a Europa unida. Abençoo-vos todos de coração. Que Deus vos recompense!

É de todo o coração que saúdo o coro de exilados da Lituânia. Juntamente convosco, dou graças ao Senhor pelo corajoso testemunho cristão, que destes na hora da prova. Faço votos a fim de que a vossa presença na Cidade dos Apóstolos e dos Mártires confirme a vossa fé, esperança e caridade. Acompanho-vos com a oração e concedo-vos de bom grado a minha Benção. Louvado seja Jesus Cristo!

Transmito as minhas cordiais boas-vindas aos peregrinos vindos da Boémia Meridional. Ontem, a Igreja que está na República Checa festejou o seu Padroeiro, Sao Venceslau. Ele não se apegou às suas origens nobres desta terra, mas sim às celestiais, que lhe foram conferidas mediante o Baptismo. Permanecei fiéis à sua herança espiritual. Abençoo-vos de coração!

Dirijo uma cordial saudação de boas-vindas aos estudantes do Ginásio "S. Tomás de Aquino", de Kosice, na República Eslovaca. Caríssimos jovens, estou-vos grato por este encontro e, enquanto invoco sobre vós a perene assistência divina, concedo-vos de bom grado a Bênção Apostólica. Louvado seja Jesus Cristo!

Agora, dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua italiana, em particular aos Irmãos no Episcopado, participantes no Encontro promovido para os Ordinários Militares, e aos numerosos Sacerdotes estudantes dos Pontifícios Colégios São Pedro e São Paulo, de Roma. Além disso, saúdo os fiéis da Diocese de Belluno-Feltre, acompanhados do seu Pastor, D. Giuseppe Andrich, assim como os representantes da Associação de Séniores das Empresas "Fiat". Agradeço-vos a todos a vossa participação, enquanto formulo votos de que alcanceis todos os bens a que aspirais no Senhor.

Enfim, saúdo os jovens, os doentes e os novos casais. Caríssimos, asseguro para cada um de vós uma particular lembrança na oração, enquanto vos abençoo de todo o coração.
                                                                             Outubro de 2004



AUDIÊNCIAS 2004