AUDIÊNCIAS 2004

PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 6 de outubro de 2004

A Rainha e a Esposa


1. O doce retrato feminino que nos foi oferecido constitui o segundo quadro do díptico com o qual se compõe o Salmo 44, um sereno e jubiloso cântico nupcial, que a Liturgia das Vésperas nos faz ler. Assim, depois de ter contemplado o rei que está a celebrar as núpcias (cf. v. 2-10), agora os nossos olhos fixam-se na figura da rainha esposa (cf. vv. 11-18). Esta perspectiva nupcial permite que dediquemos o Salmo a todos os casais que vivem com intensidade e vigor interior o seu matrimónio, sinal de um "mistério grandioso", como sugere Paulo, o do amor do Pai pela humanidade e de Cristo pela sua Igreja (cf. Ef Ep 5,32). Contudo, o Salmo apresenta um ulterior horizonte.

De facto, no cenário encontra-se o rei hebreu e precisamente nesta perspectiva a tradição judaica sucessiva leu nele um perfil do Messias davídico, enquanto o cristianismo transformou o hino num cântico em honra de Cristo.

2. Mas agora, a nossa atenção fixa-se no perfil da rainha que o poeta da corte, autor do Salmo (cf. Sl Ps 44,2), pinta com grande delicadeza e sentimento. A indicação da cidade fenícia de Tiro (cf. v. 13) faz supor que se trata de uma princesa estrangeira. O apelo a esquecer o povo e a casa do pai (cf. v. 11), do qual a princesa teve que se afastar, adquire então um significado particular.

A vocação nupcial é uma mudança na vida e altera a existência, como já emerge no livro do Génesis: "o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne" (2, 24). A rainha esposa caminha agora, com o seu cortejo nupcial que leva os dons, em direcção ao rei deslumbrado pela sua beleza (cf. Sl Ps 44,12-13).

3. É relevante a insistência com que o Salmista exalta a mulher: ela é "toda formosura" (v. 14) e esta magnificência é expressa pelo hábito nupcial completamente decorado de ouro e enriquecido com preciosos bordados (cf. vv. 14-15).

A Bíblia ama a beleza como reflexo do esplendor do próprio Deus; também as vestes podem ser sinal de uma luz interior resplandecente, de uma candura da alma.

O pensamento corre paralelamente, por um lado, para as páginas do Cântico dos Cânticos (cf. cc 4 e 7) e, por outro, para a retomada do Apocalipse que compara as "núpcias do Cordeiro", isto é de Cristo, com a comunidade dos redimidos, realçando o valor simbólico das vestes nupciais: "chegou o momento das núpcias do Cordeiro; a sua esposa já está ataviada. Ele ofereceu-lhe um vestido de linho resplandecente e puro. O linho representa as boas obras dos santos" (Ap 19,7-8).
4. Paralelamente com a beleza, é exaltada a alegria que transparece no jubiloso cortejo das "virgens, suas amigas", as donzelas que acompanham a esposa "com alegria e júbilo" (cf. Sl Ps 44,15-16). O júbilo genuíno, muito mais profundo que a simples alegria, é expressão de amor, que participa no bem da pessoa amada com serenidade de coração.

Mas, segundo as palavras conclusivas de bons votos, delineia-se outra realidade ínsita radicalmente no matrimónio: a fecundidade. De facto, fala-se de "filhos" e de "gerações" (cf. vv. 17-18). O futuro, não só da dinastia mas também da humanidade, realiza-se precisamente porque o casal oferece ao mundo novas criaturas.

Trata-se de um tema relevante nos nossos dias, no Ocidente muitas vezes incapaz de confiar a própria existência ao futuro através da geração e da tutela de novas criaturas, que continuem a civilização dos povos e realizem a história da salvação.

5. Muitos Padres da Igreja, como se sabe, leram o retrato da rainha aplicando-o a Maria, a partir do apelo inicial: "Filha, escuta, vê e presta atenção..." (v. 11). Assim acontece, por exemplo, na Homilia sobre a Mãe de Deus de Crisipo de Jerusalém, um capadócio que na Palestina foi um dos monges que iniciaram o mosteiro de Santo Eutímio e, quando sacerdote, foi guarda da santa Cruz na basílica da Anastasis em Jerusalém.

"Dirige-se a ti o meu discurso disse ele dirigindo-se a Maria a ti que estás destinada para esposa do grande soberano; dirige-se a ti o meu discurso, a ti que estás para conceber o Verbo de Deus, do modo que Ele conhece... "Escuta filha e vê, presta atenção"; verifica-se de facto o feliz anúncio da redenção do mundo. Presta atenção e o que ouvires aliviará o teu coração... "Esquece o teu povo e a casa de teu pai": não prestes atenção aos parentes terrenos, porque tu serás transformada numa rainha celeste. E ouve diz quanto te ama Aquele que é o Criador e Senhor de todas as coisas. "Porque o rei diz deixou-se prender pela tua beleza": o próprio Pai tomar-te-á como sua esposa; o Espírito predisporá todas as condições necessárias para estas núpcias... Não penses que darás à luz um menino humano, "porque ele é o teu Senhor e tu adorá-lo-ás". O teu Criador tornou-se o teu menino; concebê-lo-ás e, com os outros, adorá-lo-ás como teu Senhor" (Textos marianos do primeiro milénio, I, Roma 1988, pág. 605-606).

Salmo 44, 11-18

Filha, escuta, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Porque o rei deixou-se prender pela tua beleza; ele é agora o teu senhor: presta-lhe homenagem!

As filhas de Tiro vêm com presentes, os mais ricos do povo imploram o teu favor.

A filha do rei é toda formosura, os seus vestidos são de brocados de ouro. Em vestes de muitas cores é apresentada ao rei; as donzelas, suas amigas, seguem-na em cortejo. Avançam com alegria e júbilo e entram felizes no palácio real.

No lugar de teus pais, estarão os teus filhos; farás deles príncipes sobre toda a terra. Celebrarei o teu nome por todas as gerações, e os povos hão-de louvar-te para sempre.



Saudações

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa. Em particular, dirijo-me aos professores portugueses provindos de diversas universidades e a um grupo de peregrinos da Diocese de Funchal. A todos concedo a minha Bênção.

É-me grato dar as boas-vindas aos peregrinos de expressão inglesa, presentes na hodierna Audiência, especialmente os que vieram da Bretanha, da Irlanda e dos Estados Unidos da América. Saúdo de modo particular os jovens oriundos do Sudão e os candidatos ao diaconato, do Colégio Norte-Americano. Invoco sobre todos vós as bênçãos divinas da paz e da alegria.
Saúdo cordialmente os peregrinos de língua espanhola, especialmente os fiéis da Espanha, da Argentina, da Costa Rica e do México. Peçamos ao Senhor por todos os casais chamados a gerar novas vidas, continuadoras da civilização e da história da salvação.

É com cordialidade que saúdo os peregrinos provenientes da Lituânia. Formulo votos a fim de que a vossa visita a Roma, no mês dedicado ao Rosário, revigore a vossa confiança na intercessão da Mãe de Deus.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dou as minhas cordiais boas-vindas aos peregrinos vindos de Rajhrad, na República Checa. No corrente mês de Outubro, consagrado ao Santo Rosário, exorto-vos a redescobir a comunhão com a Virgem Maria, por intermédio desta nobre oração. Ao formular estes votos, é de bom grado que abençoo todos vós.

Louvado seja Jesus Cristo!

É com carinho que dou as boas-vindas aos peregrinos que vieram de Kosice e de Presov, assim como às Irmãs do Divino Redentor, que celebram o aniversário da sua consagração religiosa. Irmãos e Irmãs, é de bom grado que vos abençoo.

Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo cordialmente os peregrinos polacos, oriundos da Polónia e do estrangeiro. Começámos o mês de Outubro, dedicado ao Rosário. Amanhã celebraremos a festa da Bem-Aventurada Virgem Maria do Rosário. Confio à sua salvaguarda a Santa Igreja e o meu ministério nela. Confio-lhe as expectativas relativas à paz no mundo e também nas famílias e nas consciências humanas.
Deus abençoe todos vós!

Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua italiana, bem como aos jovens, aos doentes e aos novos casais.

Caríssimos, amanhã a Igreja celebrará a festa de Nossa Senhora do Rosário. Convido-vos a valorizar esta oração tão querida à vossa tradição do povo cristão. Fazei do Rosário a vossa prece de todos os dias.





PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 13 de outubro de 2004

Deus Salvador



1. Encontramo-nos diante do solene hino de bênção que abre a Carta aos Efésios, uma página de grande densidade teológica e espiritual, admirável expressão da fé talvez da liturgia da Igreja dos tempos apostólicos.

O hino é reproposto, por quatro vezes, em todas as semanas em que se desenvolve a Liturgia das Vésperas, para que o fiel possa contemplar e apreciar este grandioso ícone de Cristo, centro da espiritualidade e do culto cristão, mas também princípio de unidade e de sentido do universo e de toda a história. A bênção eleva-se da humanidade ao Pai que está nos céus (cf. v. 3), partindo da obra salvífica do Filho.

2. Ela começa com o projecto eterno divino, que Cristo está chamado a realizar. Neste desígnio brilha antes de tudo a nossa eleição para sermos "santos e imaculados" não somente a nível ritual como pareceriam sugerir estes adjectivos usados no Antigo testamento para o culto sacrifical mas "no amor" (cf. v. 4). Trata-se, por conseguinte, de uma santidade e de uma pureza moral, existencial e interior.

Contudo, o Pai tem em mente para nós uma meta ulterior: destina-nos através de Cristo para acolher o dom da dignidade filial, tornando-nos filhos no Filho e irmãos de Jesus (cf. Rm Rm 8,15 Rm Rm 8,23 Rm 9,4 Ga 4 Ga 5). Este dom da graça efunde-se através "do Filho dilecto", o Unigénito por excelência (cf. vv. 5-6).

3. Desta maneira o Pai realiza em nós uma transformação radical: uma libertação total do mal, "a redenção mediante o sangue" de Cristo, "a remissão dos pecados" através "da riqueza da sua graça" (cf. v. 7). A imolação de Cristo na cruz, acto supremo de amor e de solidariedade, derrama sobre nós um raio superabundante de luz, de "sabedoria e de inteligência" (cf. v. 8). Somos criaturas transfiguradas: cancelado o nosso pecado, conhecemos o Senhor em plenitude. E sendo o conhecimento, na linguagem bíblica, expressão de amor, ela introduz-nos mais profundamente no "mistério" da vontade divina (cf. v. 9).

4. Um "mistério", isto é, um projecto transcendente e perfeito, que tem como conteúdo um admirável plano salvífico: "submeter tudo a Cristo, reunindo nele o que há no céu e na terra" (v. 10). O texto grego sugere que Cristo se tornou o kephalaion, ou seja, o ponto cardeal, o eixo central para o qual converge e adquire sentido toda a criação. A mesma palavra grega remete para outra, preferida pelas Cartas aos Efésios e aos Colossenses: kephalé, "cabeça", que indica a função cumprida por Cristo no corpo da Igreja.

Agora o olhar é mais amplo e cósmico, mesmo incluindo a dimensão eclesial mais específica da obra de Cristo. Ele reconciliou "consigo todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus" (CL 1,20).

5. Concluimos a nossa reflexão com uma oração de louvor e de gratidão pela redenção de Cristo realizada em nós. Fazemo-lo com as palavras de um texto conservado num antigo papiro do IV século.

"Nós te invocamos, ó Senhor Deus. Tu conheces todas as coisas, nada passa despercebido aos teus olhos, Mestre de verdade. Criastes o universo e velas sobre cada ser. Tu guias pelo caminho da verdade aqueles que andavam nas trevas e na penumbra da morte. Tu queres salvar todos os homens e fazer com que conheçam a verdade. Todos juntos, oferecemos-te louvores e hinos de agradecimento". O orante continua: "Tu redimiste-nos, com o sangue precioso e imaculado do teu único Filho, de toda a corrupção e da escravidão. Libertaste-nos do demónio e concedeste-nos glória e liberdade. Estávamos mortos e fizeste-nos renascer, alma e corpo, no Espírito. Estávamos manchados e purificaste-nos. Por conseguinte, pedimos-te, Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação: confirma-nos na nossa vocação, na adoração e na fidelidade". A oração conclui-se com a invocação: "Fortifica-nos, ó Senhor benévolo, com a tua força. Ilumina a nossa alma com o teu conforto... Concede-nos olhar, procurar e contemplar os bens do céu e não os da terra. Assim, pela força da tua graça será prestada glória ao poder omnipotente, santíssimo e digno de qualquer louvor, em Cristo Jesus, o Filho predilecto, com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém" (A. Hamman, Orações dos primeiros cristãos, Milão 1955, PP 92-94).




Saudações

Saúdo com grande afecto os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os grupos de Lisboa e do Brasil. Fostes abençoados pelo Pai celeste com todas as bênçãos espirituais em Cristo; recebem-se na Eucaristia. Sede amigos e adoradores frequentes da Eucaristia!

Saúdo cordialmente os peregrinos franceses, de modo particular o grupo da "Rádio cristã da França". A vossa peregrinação vos ajude a acolher generosamente o dom que Deus vos faz do seu amor de Pai.

Saúdo as Irmãs Franciscanas dos Pobres e garanto-lhes a minha oração pelo seu Capítulo Geral. Saúdo de igual modo os grupos de peregrinos diocesanos provenientes da Indonésia e da Escócia, e os Capelãos militares americanos. Sobre todos os visitantes de língua inglesa, sobretudo da Inglaterra, Dinamarca e dos Estados Unidos da América, invoco as bênçãos da alegria e da paz de Deus.

É com prazer que dou as boas-vindas aos peregrinos e visitantes da Alemanha, Áustria, Suíça e Liechtenstein. Dirijo uma calorosa saudação aos hóspedes do Collegium Germanicum, que vieram em peregrinação a Roma por ocasião da Ordenação sacerdotal, assim como os fiéis da Arquidiocese de Hamburgo. Louvai o Senhor com toda a vossa vida! O espírito de Deus vos acompanhe.

Saúdo com afecto os fiéis de língua espanhola, em particular os vários grupos que vieram da Espanha e os peregrinos do México e de Porto Rico, assim como os demais visitantes da América Latina. Agradeçamos ao Senhor pela redenção que Cristo realizou em nós.
Muito obrigado pela vossa presença.

Saúdo cordialmente os fiéis da Paróquia de Todos os Santos em Blato de Korcula.
Caríssimos, ao exortar-vos a seguir o exemplo de generosidade da vossa concidada, a Beata Maria de Jesus Crucificado Petkovic, confio-vos à sua intercessão e concedo-vos a Bênção Apostólica.

Louvados sejam Jesus e Maria!

Saúdo os peregrinos de língua italiana, entre os quais se encontram muitos grupos paroquiais. Em particular, dirijo um pensamento cordial aos fiéis das paróquias da Imaculada em Modugno, de São Francisco de Assis em Gela, e dos Santos Pedro e Paulo em Latina.

A vós, amados jovens, doentes e novos casais, desejo que imiteis o exemplo da Virgem Maria, mulher eucarística. No início do Ano Eucarístico, esforçai-vos, como ela, a seguir Jesus, caminho, verdade e vida. Sede adoradores frequentes da Santíssima Eucaristia!





PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 20 de outubro de 2004

Vaidade das riquezas




1. A nossa meditação acerca do Salmo 48 será marcada por duas etapas, precisamente como faz a Liturgia das Vésperas, que no-lo propõe em dois tempos. Comentaremos agora de maneira essencial a primeira parte, na qual a reflexão se inspira numa situação de mal-estar, como no Salmo 72. O justo deve enfrentar "dias maus", porque "o cerca a maldade dos inimigos", que se "vangloriam nas suas riquezas" (cf. Sl Ps 48,6-7).

A conclusão a que chega o justo é formulada como uma espécie de provérbio, que se reencontrará também no fim de todo o Salmo. Ela sintetiza de modo límpido a mensagem dominante da composição poética: "O homem que vive na opulência não permanecerá: é semelhante aos animais que são abatidos" (v. 13). Noutras palavras, a "grande riqueza" não é uma vantagem, ao contrário! É melhor ser pobre e unido a Deus.

2. No provérbio parece ressoar a voz austera de um antigo sábio bíblico, o Eclesiastes ou Qoelet, quando descreve o destino aparentemente igual de cada criatura viva, o da morte, que vanifica completamente o apego frenético às coisas terrenas: "Assim como saiu nu do ventre de sua mãe, de novo nu partirá como veio, e nada levará do seu esforço, nada nas mãos quando se for... Porque é o mesmo o destino dos filhos dos homens e o destino dos animais; um mesmo fim os espera... Todos vão para um mesmo lugar" (Qo 5,14 Qo 3,10-20).

3. Uma profunda obtusidade se apodera do homem quando se ilude que evita a morte preocupando-se por acumular bens materiais: não é casualmente que o Salmista fala de um "não compreender" com uma marca quase grosseira.

Contudo, o tema será explorado por todas as culturas e espiritualidades e será expresso na sua substância de maneira definitiva por Jesus que declara: "Guardai-vos de toda a ganância, porque, mesmo que um homem viva na abundância, a sua vida não depende dos seus bens" (Lc 12,15). Depois ele narra a famosa parábola do rico insensato, que acumula bens sem medida não pensando na cilada que a morte lhe está a preparar (cf. Lc Lc 12,16-21).

4. A primeira parte do Salmo centra-se completamente nesta ilusão que conquista o coração do rico. Ele está convencido que consegue "comprar" também a morte, procurando quase corrompê-la, um pouco como fez para obter todas as outras coisas, ou seja, o sucesso, o triunfo sobre o próximo no âmbito social e político, a prevaricação impune, a saciedade, os confortos, os prazeres.

Mas o Salmista não hesita em qualificar esta pretensão estulta. Ele recorre a uma palavra que tem um valor também financeiro, "resgate": "Infelizmente, o homem não consegue escapar nem pagar a Deus o seu resgate. O resgate da sua vida é muito caro e nunca se pagaria o suficiente; nunca chegaria para poder viver para sempre, sem chegar a ver a sepultura" (Ps 48,8-10).

5. O rico, apegado às suas imensas fortunas, está convencido de que consegue dominar também a morte, do modo como dispôs de tudo e de todos com o dinheiro. Mas por muito grande que seja a cifra que está disposto a oferecer, o seu destino será inexorável. De facto, ele, como todos os homens e mulheres, ricos ou pobres, sábios ou estultos, deverá encaminhar-se para o túmulo, assim como aconteceu também com os poderosos e deverá deixar na terra aquele ouro tão amado, aqueles bens materiais tão idolatrados (cf. vv. 11-12).

Jesus insinua aos seus ouvintes esta pergunta perturbadora: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?" (Mt 16,26). Não é possível mudança alguma porque a vida é dom de Deus, que "tem nas suas mãos a vida de todo o ser vivo, e o sopro de vida de todos os homens" (Jb 12,10).

6. Entre os Padres que comentaram o Salmo 48 merece uma atenção particular Santo Ambrósio, que alarga o seu sentido segundo uma visão mais ampla, precisamente a partir do convite inicial do Salmista: "Ouvi bem isto, povos de toda a terra; escutai, habitantes do mundo inteiro".

O antigo Bispo de Milão comenta: "Reconhecemos aqui, precisamente no início, a voz do Senhor salvador que chama os povos para a Igreja, para que renunciem ao pecado, se tornem seguidores da verdade e reconheçam a vantagem da fé". De resto, "todos os corações das várias gerações humanas eram impuros com o veneno da serpente e a consciência humana, escrava do pecado, não era capaz de se afastar dele". Por isso o Senhor "promete, por sua iniciativa, o perdão na generosidade da sua misericórdia, para que o culpado não tenha mais receio, mas, em total consciência, se alegre por ter que oferecer agora os seus ofícios de servo ao Senhor bom, que soube perdoar os pecados, premiar as virtudes" (Comentário aos doze Ps 1, SAEMO, VIII, Milão-Roma 1980, pág. 253).

7. Sente-se ressoar, nestas palavras do Salmo, o convite evangélico: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo" (Mt 11,28-29). Ambrósio continua: "Como quem virá para visitar os doentes, como um médico que virá para curar as nossas feridas dolorosas, assim ele nos perspectiva a cura, para que os homens o ouçam bem e todos corram com solicitude confiante para receber o remédio da cura... Chama todos os povos à nascente da sabedoria e do conhecimento, a todos promete a redenção, para que ninguém viva na angústia, para que ninguém viva no desespero" (n. 2: ibidem, págs. 253.255).



Saudações

A minha saudação amiga aos brasileiros e restantes peregrinos de língua portuguesa presentes, invocando sobre vossos compromissos de vida a coragem e a luz que jorram da Eucaristia. Nela está a vossa salvação.

É com alegria que recebo os peregrinos de língua francesa. Saúdo o grupo do Instituto de Direito canónico de Estrasburgo e os coroinhas de Missa da Suíça. A vossa estadia vos fortaleça na fé em Cristo e a vossa fidelidade à sua Igreja!

Sinto-me feliz por dar as boas-vindas aos peregrinos de língua inglesa presentes nesta Audiência, sobretudo os provenientes da Inglaterra, Escócia e Estados Unidos da América. Invoco sobre todos vós as bênçãos da paz e da alegria em nosso Senhor Jesus Cristo.

Saúdo agora todos os peregrinos provenientes dos Países Baixos, sobretudo os da Arquidiocese de Utreque, acompanhados pelo seu Arcebispo, o Cardeal Simonis, e os peregrinos da Diocese de Groninga, com o seu Bispo, D. Eijk.

Faço votos por que São Bonifácio fortaleça o vosso amor e o vosso compromisso pela Igreja no vosso país.

Concedo-vos de coração a Bênção Apostólica.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dou as boas-vindas aos meus concidadãos que vieram da Polónia e de outras partes do mundo.

De modo particular saúdo os peregrinos da nova diocese de Swidnica com o seu Pastor, D. Ignacy Dec. Desejo rquela nova comunidade diocesana que se desenvolva e cresça bem como povo de Deus da Baixa Silésia. Dou as boas-vindas também aos peregrinos da Diocese de Pelpin com o seu Bispo, D. Jan Szlaga. Saúdo a peregrinação de famílias dos alunos da Escola materna n. 5 de Cracóvia e faço votos por que a estadia em Roma fortaleça espiritualmente a vós a aos vossos filhos.

Desejo agradecer a todos as orações, as expressões de unidade e o apoio benévolo que me oferecestes durante estes vinte e seis anos de Pontificado. O Senhor vos recompense abundantemente e vos abençoe.

O meu pensamento dirige-se, por fim, aos jovens, aos doentes e aos novos casais. Caríssimos, a oração do santo Rosário, recitada com devoção todos os dias, vos ajude a compreender cada vez mais o mistério de Jesus redentor do homem e a experimentar a ternura materna de Maria.



PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 27 de outubro de 2004

A riqueza humana não salva




1. A Liturgia das Vésperas, no seu desenvolvimento progressivo, apresenta-nos de novo o Salmo 48 de tipo sapiencial, do qual agora foi proclamada a segunda parte (cf. vv. 14-21). Como a precedente (cf. vv. 1-13) sobre a qual já reflectimos, também esta parte do Salmo condena a ilusão gerada pela idolatria da riqueza. Esta é uma das tentações constantes da humanidade: apegando-se ao dinheiro, considerado dotado de uma força invencível, que se ilude de poder "comprar também a morte", afastando-a de si.

2. Na realidade a morte irrompe com a sua capacidade de arrasar qualquer ilusão, destruindo todos os obstáculos, humilhando qualquer confiança em si próprio (cf. v. 14) e encaminhando ricos e pobres, soberanos e súbditos, estultos e sábios para o além. Eficaz é a imagem que o Salmista esboça apresentando a morte como um pastor que conduz com mão firme o rebanho das criaturas corruptíveis (cf. v. 15). Por conseguinte, o Salmo 48 propõe-nos uma meditação realista e severa sobre a morte, meta iniludível e fundamental da existência humana.

Com frequência, nós procuramos de todas as formas ignorar esta realidade, afastando o seu pensamento do nosso horizonte. Mas esta fadiga, além de ser inútil, é também inoportuna. A reflexão sobre a morte, de facto, revela-se benéfica porque relativiza tantas realidades secundárias que infelizmente absolutizámos, precisamente como a riqueza, o sucesso, o poder... Por isso, um sábio do Antigo Testamento, Ben Sirac, admoesta: "Em todas as tuas obras, lembra-te do teu fim, e jamais haverás de pecar" (7, 36).

3. Mas eis no nosso Salmo uma mudança decisiva. Se o dinheiro não consegue "resgatar-nos" da morte (cf. Sl Ps 48,8-9), há contudo alguém que nos pode redimir daquele horizonte obscuro e dramático. De facto, diz o Salmista: "Deus há-de resgatar a minha vida, há-de arrancar-me ao poder da morte" (v. 16).

Abre-se assim, para o justo, um horizonte de esperança e de imortalidade. À pergunta feita no início do Salmo ("Por que hei-de temer?": v. 6), é agora dada a resposta: "Não te preocupes, se alguém enriquece" (v. 17).

4. O justo, pobre e humilhado na história, quando chega à última fronteira da vida, não possui bens, não tem nada para depositar como "resgate" para deter a morte e subtrair-se ao seu abraço gélido. Mas eis a grande surpresa: o próprio Deus deposita um resgate e arranca das mãos da morte o seu fiel, porque Ele é o único que pode vencer a morte, inexorável em relação às criaturas humanas.

Por isto o Salmista convida a "não temer" e a não invejar o rico sempre mais arrogante na sua glória (cf. ibid.) porque, quando chegar à morte, será despojado de tudo, não poderá levar consigo nem ouro nem prata, nem fama nem sucesso (cf. vv. 18-19). O fiel, ao contrário, não será abandonado pelo Senhor, que lhe indicará "o caminho da vida, saciá-lo-á de alegria na sua presença, e de delícias eternas, à sua direita" (cf. Sl Ps 15,11).

E então poderíamos citar, como conclusão da meditação sapiencial do Salmo 48, as palavras de Jesus que nos ilustra o verdadeiro tesouro que desafia a morte: "Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mt 6,19-21).

6. Em continuidade com as palavras de Cristo, Santo Ambrósio no seu Comentário ao Salmo 48 recorda de maneira clara e firme a inconsistência das riquezas: "Todas elas são coisas caducas que se vão mais depressa de quando vieram. Um tesouro deste tipo não passa de um sonho. Quando acordas já desapareceu, porque o homem que consegue curar a embriaguez deste mundo e apropriar-se da sobriedade da virtude, despreza todas estas coisas e não dá valor algum ao dinheiro" (Comentário a doze Ps 23, SAEMO, VIII, Milão-Roma 1980, pág. 275).

7. Por conseguinte, o Bispo de Milão convida a não se deixar ingenuamente atrair pelas riquezas e pela glória humana: "Não tenhas receio, nem sequer quando sentires que engrandeceu a glória de alguma família poderosa! Sabe olhar profundamente com atenção, e ela mostrar-se-á vazia se não tiver consigo um mínimo da plenitude da fé". De facto, antes que Cristo viesse, o homem estava arruinado e vazio: "A queda desastrosa daquele antigo Adão esvaziou-nos, mas encheu-nos da graça de Cristo. Ele despojou-se a si mesmo para nos encher e para fazer habitar na carne do homem a plenitude da virtude". Santo Ambrósio conclui que precisamente por isto, podemos exclamar agora, com São João: "Da sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça" (Jn 1,16) (cf. ibid.).

Saudações

Saúdo cordialmente os peregrinos francófonos, de maneira especial os sacerdotes da Diocese de Metz, com o seu Bispo D. Raffin, o grupo de jovens confirmados da Diocese de Valença, com o seu Bispo D. Lagleize, e todos os jovens presentes aqui esta manhã. A vossa peregrinação a Roma reavive a vossa fé e abra os vossos corações à esperança!

Dou calorosas boas-vindas a todos os peregrinos e visitantes de língua inglesa presentes hoje na audiência. Saúdo de modo particular os grupos da Inglaterra, Irlanda, Dinamarca, Grécia e Estados Unidos da América. Ao desejar-vos uma permanência agradável na Cidade Eterna, invoco cordialmente sobre vós a alegria e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Desejo-vos uma feliz estadia em Roma!

Saúdo os peregrinos da Espanha e da América Latina, especialmente as Carmelitas Missionárias Teresianas, as Servas de Maria Ministras dos Enfermos, os grupos de Carmona, Réus, Castilla e Ciudad Real, e os militares espanhóis. Saúdo também os cooperadores salesianos, os diocesanos de Santo André de Tuxla, assim como os estudantes chilenos. Obrigado pela vossa presença!

Dirijo as minhas cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua polaca. Saúdo o Senhor Cardeal Franciszek Macharski e o seu Auxiliar D. Jan Szkodon. Saúdo de novo os peregrinos de Bydgoszcz com o seu pastor D. Jan Tyrawa. Desejo saudar de maneira particular o grupo de representantes dos administradores locais e dos técnicos municipais.

Iniciámos o Ano da Eucaristia. Exorto-vos a fazer com que este ano se torne ocasião para uma participação consciente nas Santas Missas de cada domingo e de cada festa. Louvado seja Jesus Cristo.

Por fim, dirijo a minha afectuosa saudação aos jovens, aos doentes e aos novos casais.

Caríssimos, exorto-vos a fundar a vossa vida em Cristo, para serdes suas testemunhas e construtores da civilização do amor.



                                                                       Novembro de 2004

PAPA JOÃO PAULO II


AUDIÊNCIA


Quarta-Feira 3 de novembro de 2004

Hino dos resgatados




1. O Cântico agora proposto assinala a Liturgia das Vésperas com a simplicidade e a intensidade de um louvor coral. Ele pertence à solene visão de abertura do Apocalipse, que apresenta uma espécie de Liturgia celestial a que também nós, ainda peregrinos sobre a terra, nos associamos durante as nossas celebrações eclesiais.

O hino, composto por alguns versículos tirados do Apocalipse e unificados pelo uso litúrgico, baseia-se em dois elementos fundamentais. O primeiro, delineado brevemente, é a celebração da obra do Senhor: "(Tu) criaste todas as coisas, por tua vontade foram criadas e existem" (4, 11). Com efeito, a criação revela o imenso poder de Deus. Como diz o Livro da Sabedoria, "na grandeza e na beleza das criaturas contempla-se, por analogia, o seu Criador" (13, 5). De modo semelhante, o Apóstolo Paulo observa: "O que é invisível nele [no mundo] o seu poder e divindade tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo" (Rm 1,20). Por isso, é obrigatório o cântico de louvor elevado ao Criador, para celebrar a sua glória.

2. Neste contexto, pode ser interessante recordar que o imperador Diocleciano, sob cujo reino talvez tenha sido composto o Apocalipse, se fazia chamar com o título de "Dominus et deus noster" e exigia que não só se dirigissem a ele com estes apelativos (cf. Suetónio, Domiciano, XIII).

Obviamente, os cristãos recusavam-se a tributar semelhantes títulos a uma criatura humana, por mais poderosa que fosse, e só dirigiam as suas aclamações de adoração ao verdadeiro "Senhor e Deus nosso", Criador do universo (cf. Ap Ap 4,11) e Àquele que é, juntamente com Deus, "o Primeiro e o Último" (1, 17), sentado com Deus seu Pai no trono celeste (cf. 3, 21): Cristo morto e ressuscitado, aqui simbolicamente representado como um "Cordeiro [que] estava de pé", embora tenha sido "imolado" (5, 6).

3. De facto, este é o segundo elemento, amplamente desenvolvido, do hino que estamos a comentar: Cristo, Cordeiro imolado. Os quatro seres viventes e e os vinte e quatro anciãos aclamam-no com um cântico que começa com esta aclamação: "Tu és digno [ó Senhor] de receber o livro e de abrir os selos, porque foste morto" (5, 9).

Por isso, o centro do louvor é Cristo, com a sua histórica obra de redenção. Precisamente por isso, Ele é capaz de decifrar o sentido da história: é Ele que "abre os selos" (Ibid.) do livro que contém o projecto desejado por Deus.

4. Contudo, a sua não é somente uma obra de interpretação, mas também um acto de realização e de libertação. Porque foi "imolado", Ele pôde "resgatar" (Ibid.) homens que provêm das origens mais diversas.

O verbo grego utilizado não remete explicitamente para a história do Êxido, em que nunca se fala de "resgatar" os israelitas; todavia, a continuação da frase contém uma alusão evidente à célebre promessa feita por Deus ao Israel do Sinai: "Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa" (Ex 19,6).

5. Pois bem, esta promessa tornou-se realidade: de facto, o Cordeiro constituiu para Deus "um reino de sacerdotes... e reinarão sobre a terra" (Ap 5,10), e este reino está aberto à humanidade inteira, chamada a formar a comunidade dos filhos de Deus, como recordará São Pedro: "Vós, porém, sois linhagem escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido em propriedade, a fim de proclamardes as maravilhas daquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável" (1P 2,9).

O Concílio Vaticano II faz referência explícita a estes textos da Primeira Carta de Pedro e do Livro do Apocalipse quando, apresentando o "sacerdócio comum" que pertence a todos os fiéis, explica as modalidades com que eles o exercem: "Os fiéis têm uma parte na oblação da Eucaristia, por virtude do seu sacerdócio régio, e exercem-no na recepção dos sacramentos, na oração e na acção de graças, no testemunho de uma vida santa, pela abnegação e por uma caridade activa" (Lumen gentium LG 10).

6. O hino do Livro do Apocalipse, que hoje meditamos, conclui-se com uma aclamação final, proclamada por "miríades de miríades" de anjos (Ap 5,11). Ele diz respeito ao "Cordeiro imolado", a quem é atribuída a mesma glória destinada a Deus Pai, porque "é digno de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força" (5, 12). É o momento da contemplação pura, do louvor jubiloso, do cântico de amor a Cristo no seu mistério pascal.

Esta imagem luminosa da glória celeste é antecipada na Liturgia da Igreja. Efectivamente, como recorda o Catecismo da Igreja Católica, a Liturgia é "acção" de Cristo inteiro ("Christus totus"). Aqueles que aqui a celebram já vivem, de certa forma, para além dos sinais, na Liturgia celeste, onde a celebração é totalmente comunhão e festa. É desta Liturgia eterna que o Espírito e a Igreja nos tornam partícipes quando celebramos, nos sacramentos, o Mistério da salvação (cf. nn. 1136 e 1139).

Saudações

Caríssimos Irmãos e Irmãs
de língua portuguesa

Neste clima de canto gozoso à comunidade celestial, saúdo a todos com afecto, de modo especial aos brasileiros da Associação "Mar a dentro" e à Comunidade "Canção Nova", juntamente a um numeroso grupo de peregrinos da vossa terra, desejando paz e felicidade, com a minha Bênção Apostólica.

Dou as calorosas boas-vindas aos peregrinos e visitantes de expressão inglesa, presentes na Audiência do dia de hoje. Saúdo de maneira particular os grupos vindos da Inglaterra, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Malta e Estados Unidos da América.

Enquanto vos formulo os bons votos de uma agradável permanência em Roma, invoco cordialmente sobre vós a alegria e a paz em nosso Senhor Jesus Cristo.

Boas-vindas a todos os peregrinos de língua polaca. De modo particular, saúdo a peregrinação da Arquidiocese de Danzigue, sob a orientação do Arcebispo D. Tadeusz Goglowski, e da Diocese de Tarnów.

Estou feliz por ver aqui presentes os representantes dos coroinhas de toda a Polónia, acompanhados do Delegado da Conferência Episcopal Polaca para a Pastoral dos Coroinhas, o Bispo D. Grzegorz Balcerek. Agradeço a todos os coroinhas da Polónia o seu serviço no altar e exorto-os a fim de que, ao longo do Ano da Eucaristia, procurem ajudar com maior zelo os presbíteros e as comunidades paroquiais a viver este grandioso mistério que se realiza durante cada Missa.

Agradeço cordialmente a vós aqui presentes e a todos aqueles que, nestes dias e de várias formas, me expressaram a sua benevolência. O bom Deus vos recompense com as suas graças.
Abençoo todos vós de coração.

Dirijo as cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua italiana. De modo particular, saúdo os Missionários participantes no Curso promovido pela Pontifícia Universidade Salesiana e os fiéis de Carbonara de Bari.

Além disso, saúdo os jovens, os doentes e os novos casais.

Caríssimos, acabámos de celebrar a Solenidade de todos os Santos e a comemoração dos Fiéis Defuntos, e amanhã celebraremos a memória de São Carlos Borromeu, que me é particularmente cara. Possam estas celebrações estimular cada um de vós a seguir o exemplo dos Santos, que despenderam a sua vida ao serviço de Deus e do próximo.




AUDIÊNCIAS 2004