Discursos João Paulo II 1978 - Sábado, 11 de Novembro de 1978

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AO PREFEITO DE ROMA


Praça da "Ara Coeli"

12 de Novembro de 1978

Senhor Presidente!

Estou-lhe sinceramente grato pelas nobres expressões que Vossa Ex.cia acaba de dirigir-me; e agradeço, na pessoa de Vossa Ex.cia, a toda a Administração municipal, à qual tenho a alegria e a honra de expressar a minha cordial saudação.

Este primeiro encontro com aqueles a quem pertence interpretar, tutelar e servir os interesses duma cidade como Roma, cujo glorioso e arcano destino se entrelaça tão intimamente com as vicissitudes da Igreja de Cristo que tem aqui, por providencial disposição, o seu centro visível, suscita em mim uma vaga de sentimentos, de recordações, de nobres e solenes pensamentos difícil de conter. A esta Cidade, que foi soberana dominadora de povos, mestra admirável de civilização, artífice insuperada de eruditas Leis, chegou um dia o humilde pescador da Galileia, o Apóstolo Pedro, humanamente desprovido e indefeso, mas sustentado interiormente pela força do Espírito, que fazia dele o portador corajoso do Alegre Anúncio destinado a conquistar o mundo. A esta mesma Cidade chega agora um novo sucessor de Pedro, também ele marcado por tantos limites humanos, mas confiante na indefectível ajuda da graça, e proveniente dum País para o qual Vossa Ex.cia, Senhor Presidente, quis ter palavras de :simpatia e cordialidade.

O novo Papa inicia hoje oficialmente o seu ministério de Bispo de Roma e de Pastor duma diocese sem igual no mundo. Sinto vivamente a responsabilidade derivante dos complexos problemas que a cura pastoral duma comunidade vertiginosamente desenvolvida nestes anos traz consigo. E não posso deixar de olhar com simpatia a quem, tendo sobre os ombros a honra e o peso da administração cívica da Cidade, se dedica a melhorar as condições ambientais, a superar as situações sociais inadequadas, e a elevar o nível geral de vida da população.

Ao desejar que estas finalidades, para as quais tende tão importante serviço à comunidade, sejam felizmente atingidas, exprimo também o voto por que a Administração, fazendo sua uma visão do bem comum compreensiva de todos os autênticos valores humanos, saiba reservar também uma atenção aberta e cordial para as exigências postas pela dimensão religiosa da Urbe, que, pelos incomparáveis valores cristãos que caracterizam a sua fisionomia, é centro de atracção de peregrinos provenientes de todas as partes do mundo.

Com estes sentimentos, invoco a bênção de Deus sobre esta Cidade que eu já considero minha, e desejo para Vossa Ex.cia Senhor Presidente, para os seus Colaboradores e para toda a grande família do povo romano, serena prosperidade e civil progresso, na concórdia operante, no respeito recíproco, no desejo sincero duma convivência pacífica, harmoniosa e justa.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS BISPOS DA NOVA ZELÂNDIA


EM VISITA « AD LIMINA APOSTOLORUM »


Segunda-feira, 13 de Novembro de 1978



Queridos Irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo

Sempre ficarei agradecido a Deus por me ter dado oportunidade de visitar a Nova Zelândia. Embora a minha estadia entre vós, em 1973, fosse breve, deu-me grande satisfação. Acreditai que as minhas recordações desses dias estão ainda vivas e constituem uma razão mais para eu fazer tudo quanto estiver em meu poder, que possa servir o vosso amado povo no Evangelho de Cristo. E hoje espero, com a graça de Deus, desempenhar o meu ministério pontifício para convosco, meus Irmãos Bispos: como Sucessor de Pedro desejo confirmar-vos na profissão da fé apostólica; de maneira que vós, regressando às vossas terras, continueis com pujante vigor e nova fortaleza a pregar Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, e a acompanhar o vosso povo a fim de compreender plenamente a sua dignidade cristã e vir na totalidade a alcançar o seu destino último.

O Concílio Vaticano II desejou evitar todas as aparências de triunfalismo na Igreja. Segundo isso, insistiu em ter Cristo chamado a sua Igreja "a uma reforma contínua de que perpetuamente necessita, como instituição humana e terrena" (Unitatis Redintegratio UR 6). O Concílio nunca teve qualquer intenção de proclamar que a Igreja tivesse sempre à mão soluções fáceis para os problemas individuais (Cfr. Gaudium et Spes GS 33); desejou contudo insistir positivamente na missão de ensinar que pertence à Igreja, em ter ela recebido de Deus luz para oferecer soluções aos problemas que dizem respeito à humanidade em conjunto (Cfr. Gaudium et Spes GS 12). O Concilio desejou que, por meio da pregação do Evangelho, toda a gente fosse iluminada pela luz de Cristo que brilha na face da Igreja (Cfr. Lumen Gentium LG 1).

A Igreja reflecte verdadeiramente a luz de Cristo, e de Cristo recebeu uma mensagem correspondeste às aspirações fundamentais do coração humano. Na Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo, é-nos recordado que "os Bispos, a quem está confiado o encargo de governar a Igreja de Deus, devem pregar, juntamente com os seus sacerdotes, a mensagem de Cristo, de tal maneira que todas as actividades terrenas dos fiéis sejam penetradas pela luz do Evangelho" (Gaudium et Spes GS 43). Como Bispos, estais procurando constantemente desempenhar esta missão de serviço pastoral, levar o tesouro da palavra de Deus a influir de maneira que atinja a vida de cada membro do rebanho e a levar ainda a luz de Cristo à vida dos indivíduos e das comunidades.

Desejo certificar-vos hoje que estou profundamente consciente dos laços que nos unem na Igreja e na sua comunhão jerárquica. Podeis contar com as minhas orações e o meu apoio para todos os vossos trabalhos apostólicos. Em particular, estou de acordo convosco na vossa missão de defender a vida humana em todas as suas fases. Em todos os vossos esforços catequéticos e em todo o vosso trabalho pela educação católica, podeis contar com a solidariedade da Igreja universal. Que importante trabalho não é prover as crianças de escolas católicas, nas quais possam crescer por meio de tudo a caminho d'Ele que é a cabeça, Cristo (Ep 4,15)! Que enorme obrigação não é para um Bispo conservar o depósito da doutrina cristã, de maneira que as gerações novas possam cada uma receber a plenitude da fé apostólica! E a que profunda sensibilidade paterna e a que chefia espiritual não é chamado o Bispo a fim de unir efectivamente a Diocese inteira consigo mesmo, no exercício da vigilância colectiva que se requer para que se mantenha a verdadeira educação católica! Por meio da palavra, do exemplo e da oração, deve o Bispo inspirar cada membro da família cristã a realizar o que lhe compete, para a luz de Cristo penetrar cada pessoa em to dos os aspectos vitais da vida moderna.

Apesar das dificuldades e obstáculos, nunca devemos hesitar no nosso dever de trabalhar pela restauração da unidade cristã, conforme os ardentes desejos do coração de Cristo. A orientação do Concílio ecuménico é decisiva, e o seu chamamento para a conversão e a santidade de vida é ainda mais imperativo hoje do que era há 14 anos quando foi lançado o seguinte apelo: "Lembrem--se todos os fiéis que tanto melhor promoverão e realizarão mesmo a união dos cristãos, quanto mais se esforçarem por levar uma vida mais pura, de acordo com o Evangelho" (Unitatis Redintegratio UR 7). A grande herança do Concílio foi resumida sucintamente por Paulo VI nas linhas finais do seu testamento, que eu proponho uma vez mais à piedosa meditação vossa e da Igreja inteira: "continue-se a obra de nos aproximarmos dos Irmãos separados, com muita compreensão, muita paciência e grande amor; mas sem nos afastarmos da verdadeira doutrina católica". Este trabalho delicado está acima das forças humanas; só o Espírito Santo o pode levar a efeito. Com amor intenso devemos pedir ao Pai: "venha a nós o Vosso Reino, seja feita a vossa vontade".

Com estas reflexões, reitero a expressão do meu afecto em Cristo Jesus a todos os católicos e a todos os vossos compatriotas da Nova Zelândia. Especial amor dedico aos pobres, aos doentes e a todos os que sofrem. Envio uma especial saudação ao povo Maori, animando-o a manter-se forte na fé e fervoroso no amor.

A minha Bênção Apostólica a todos vós que estais em Cristo (1P 5,14).



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


A UM GRUPO DE FIÉIS E RELIGIOSOS


DA ARQUIDIOCESE DE ERNAKULAM (ÍNDIA)


Terça-feira, 14 de Novembro de 1978

Caríssimos em Cristo

Ainda este mês, o Cardeal Joseph Parecattil comemorará o 25° aniversário da sua Ordenação episcopal, e é para mim um prazer celebrar este acontecimento recebendo um grupo de fiéis de Ernakulam.

A vossa presença aqui é, de facto, uma representação da Arquidiocese inteira: claro, Religiosos e leigos, reunidos à volta do vosso Arcebispo, unidos, na comunhão de fé e amor com a Igreja universal, sob a protecção de Jesus Cristo, o Príncipe dos Pastores (1P 5,4). O mistério sublime da Igreja local está assim ordenado em toda a sua beleza, e o Bispo de Roma alegra-se com a vossa presença e encontra imenso apoio espiritual no amor de filhos, que vós lhe mostrais como a Sucessor de Pedro.

A minha mais sincera esperança é que a vossa visita a esta Sé de Pedro e a renovação do vosso acto de fé, diante do seu túmulo na Basílica, terá significado duradoiro no resto das vossas vidas. Todo o edifício da Igreja está ligado à profissão da divindade do Senhor Jesus: Vós sois o Cristo, o Filho de Deus vivo (Mt 16,11). Toda a nossa eclesiologia encontra sentido nesta sublime realidade; a nossa vocação como cristãos é de proclamar a autenticidade das nossas vidas que recebemos pela fé.

Um Bispo é chamado, em particular, a dar testemunho da fé em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Filho de Deus e Filho de Maria. Isto fez o Cardeal Parecattil durante um quarto de século, e eu desejo hoje, na presença de todos vós, prestar-lhe homenagem e a todo o Episcopado, que é alto dom de Deus destinado a assegurar que a fé da sua Igreja será transmitida, conservada e alimentada.

As minhas felicitações acompanham o Cardeal e todos vós, no regresso a Ernakulam. No amor do Salvador abraço todos os membros da comunidade eclesial, especialmente os que sofrem ou estão dalgum modo aflitos. Garanto-vos que a Igreja vos está agradecida pelas vocações sacerdotais e religiosas que têm surgido no meio de vós, e por todos os frutos de justiça e santidade que mostrastes na vida cristã.

Fortificados pela graça de Deus e atendendo á exortação da Sagrada Escritura, não deixemos de olhar para Jesus, autor e consumador da fé que nos leva à perfeição (He 12,2). Esta é a minha prece por Ernakulam, nesta alegre ocasião e sempre. Com a minha Bênção Apostólica.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS JOVENS PRESENTES NA BASÍLICA DE SÃO PEDRO


Quarta-feira, 15 de Novembro de 1978

Também hoje esta Patriarcal Basílica Vaticana está cheia de alegre juventude, que oferece aos meus olhos e sobretudo ao meu coração um espectáculo grandioso e animador.


Agradeço-vos, caros meninos e meninas, e caros jovens das escolas, das paróquias e das associações católicas, a alegria e o conforto que me trazeis com a vossa numerosa presença, confirmação de quanto é vivamente sentido entre vós o problema religioso-moral, como resposta a aspirações profundas do espírito.

Desejo assegurar-vos que sigo os vossos problemas, as vossas dificuldades; comparticipo as vossas expectativas; desejo acompanhar-vos no vosso caminho.

Já o repeti em diversas ocasiões: vós, jovens, sois a esperança da Igreja e da sociedade. Tal afirmação, todavia, à primeira vista tão evidente, precisa talvez duma pausa de reflexão.

Primeiramente, os adultos — pais, educadores, homens responsáveis da Igreja e da sociedade civil — estão verdadeiramente convencidos da esperança que vós representais? Os motivos de ansiedade, derivados dalgumas expressões de vida da hodierna juventude, poderiam ter enfraquecido essa confiante certeza, fonte de inteligente e intensa operosidade, em vista da vossa formação.

E vós, caros jovens, sentis verdadeiramente, em profundidade, ser a esperança e a alegre promessa do dia de amanhã? Certamente, não basta terdes a consciência de estar na idade juvenil, para que ela vos dê o sentido daquela interior confiança, a única que permite olhar para o futuro com a tranquila segurança de a pessoa ser capaz de transformar as forças operantes no mundo, no sentido da construção duma convivência verdadeiramente digna do homem.

Ser jovem significa viver em si uma incessante novidade de espírito, alimentar urna contínua busca do bem, dar largas a um impulso para a transformação de si cada vez em melhor, realizar uma perseverante vontade de entrega. Quem nos consentirá tudo isto? Tem acaso o homem em si mesmo o vigor para enfrentar com as próprias forças as insídias do mal, do egoísmo e — digamo-lo claramente — as insídias desagregadoras do "príncipe deste mundo", sempre activo para dar ao homem, primeiro, um falso sentido das suas autonomias, e conduzi-lo, depois, através do resultado desastroso, ao abismo de desespero?

A Cristo, o eternamente jovem; a Cristo, vencedor de toda a expressão de morte; a Cristo, ressuscitado para sempre; a Cristo, que comunica no Espírito Santo a continua, exuberante vida do Pai — devemos recorrer nós todos, jovens e adultos, com a intenção de fundar e assegurar a esperança do dia de amanhã, que vós construireis, mas se encontra já potencialmente presente no dia de hoje.

Cristo Jesus deve vencer; todas as vezes que a Sua graça abate em nós as forças do mal, renova Ele a nossa juventude, alarga os horizontes da nossa esperança e fortifica as energias da nossa confiança.

A vitória de Cristo nos nossos corações exige o exercício da virtude da fortaleza, terceira virtude cardeal, a qual constitui o tema escolhido para a Audiência geral de hoje.

Esta virtude, que nos permite enfrentar os perigos e suportar as adversidades — como afirma São Tomás de Aquino —, consente ao homem combater corajosamente, "agere contra" com vista nos ideais da justiça, da honestidade e da paz, pelos quais vos sentis profundamente atraídos. Não se pode pensar em construir um mundo novo se não se é forte e corajoso em vencer as falsas ideias da moda, os critérios de violência do mundo e as sugestões do mal. Tudo isto exige ultrapassarmos as barreiras do medo para darmos o nosso testemunho a Cristo e oferecermos ao mesmo tempo — as duas realidades sobrepõem-se — uma imagem do homem verdadeiro, que se exprime unicamente no amor, no dom de si.

Também a vós quero indicar o exemplo de fortaleza dum jovem de 18 anos, Santo Estanislau Kostka, patrono da juventude, que, para seguir a própria vocação ao estado religioso, apesar de ser de complexão franzina e de natureza sensível, enfrenta a oposição do ambiente, foge à perseguição dos seus, e realiza, a pé e em segredo, a viagem de Viena a Roma, para poder entrar no noviciado dos jesuítas e corresponder assim à chamada do Senhor. O seu túmulo, na igreja de Santo André ao Quirinal, é meta, sobretudo neste mês, de piedosas visitas de muitos jovens.

Vede, caros jovens: seguir a Cristo, construir o homem em vós e fazer esforços para que ele se construa nos outros, exige corajosos propósitos e a força tenaz de os cumprir, auxiliando-vos uns aos outros mesmo em associações, que permitam a união dos vossos esforços, o aprofundamento recíproco das vossas convicções e o incitamento recíproco e a ajuda amigável.

Confiai-vos à graça do Senhor que grita dentro de nós e para nós: coragem!

A vitória sobre o mundo será de Cristo. Quereis manter-vos do Seu lado e enfrentar com Ele este combate do amor, animados por invencível esperança e corajosa Fortaleza?

Não estareis sós; todos estarão convosco, também o Papa, que vos ama e vos abençoa.





DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS CADETES E OFICIAIS


DAS ESCOLAS CENTRAIS ANTI-INCÊNDIO


Quarta-feira, 15 de Novembro de 1978



Caros jovens

Da melhor vontade satisfaço os desejos que me expressaram os vossos Superiores de me deter neste Pátio de São Dâmaso convosco, Alunos das Escolas anti-incêndio de Roma, para vos dirigir, seja embora brevemente, a minha palavra de satisfação e de aplauso por aquilo que "sois" e por aquilo que "fazeis":

— Vós "sois" jovens entusiastas e generosos que desejais testemunhar ao novo Papa, como já os vossos companheiros mais antigos fizeram em anos passados com o meu venerado Predecessor Paulo VI, a vossa fé em Deus e a vossa confiança na Igreja. Por isto vos apresento agradecimentos e vos expresso toda a minha simpatia e solidariedade.

— Vós "fazeis" exercício para vos adestrardes, na disciplina do corpo e do espírito, para prestar à comunidade um precioso serviço para a defesa e a incolumidade dos cidadãos, embora à custa de graves perigos; pois bem: sabei unir ao exercício das virtudes humanas, próprias da vossa futura profissão, o ideal nobre e nobilitante que vos faz reconhecer, no irmão em perigo ou carecido de auxílio, o próprio Cristo (cfr. Mt Mt 25,31-45).

Desejo também que, voltando às vossas casas no termo do vosso tirocínio, ponhais em prática todas estas boas intenções na vida, tanto privada como pública: na formação da vossa futura família, em que já sonhais, e na vossa inserção na sociedade como bons e honestos cidadãos, amantes do progresso, da justiça, da paz e do respeito mútuo.

Com estes votos, saúdo e agradeço de novo aos Oficiais do Comando, ao Capelão-chefe e a todos vós, caros jovens, que sois a esperança da Igreja e da sociedade, e a todos concedo a minha Bênção, que desejo tornar extensiva aos vossos amigos, aos vossos parentes e às pessoas de família que vos são mais queridas.



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


ÀS RELIGIOSAS DA UNIÃO INTERNACIONAL


DAS SUPERIORAS-GERAIS (U.I.S.G.)


Quinta-feira, 16 de Novembro de 1978

Queridas Irmãs

Ecce quam bonum et iucundum habitare fratres in unum... Gostam com certeza deste salmo e neste momento estão a vivê-lo. Está já praticamente ultrapassado o tempo em que as Congregações religiosas tinham pouco contacto entre si, tanto por razões geográficas corno talvez também por outras. Bendito seja Deus! Felicito-as, minhas Irmãs, porque de muitas maneiras dão testemunho dum tesouro único confiado pelo próprio Cristo à sua Igreja — o tesouro dos conselhos evangélicos!

Não há dúvida de que a União Internacional das Superioras-Gerais à qual pertencem, acaba precisamente de sair da infância. Não tem mais do que treze anos! No entanto já tem dado bons frutos. O novo Papa, tal corno o seu muito estimado predecessor Paulo VI que tantas vezes as acolheu, deseja que ela ainda dê muito mais. A célebre parábola da vinha e do vinhateiro deve estar presente muitas vezes ao meu espírito, como ao das Irmãs (Jn 15,1-8).

O encontro que acabam de realizar tinha como tema "A vida religiosa e a nova humanidade". um tema fundamental, muito antigo e muito actual, Se todo o Povo de Deus é chamado a converter-se numa nova humanidade em Cristo e por Cristo (Constituição Lumen Gentium LG 5), os caminhos que levam a essa nova humanidade que o mesmo é dizer à santidade são diversos e devem continuar a sê-lo. Precisamente, o capítulo 6 da Lumen Gentium, sem fazer a mínima segregação entre os membros do Povo de Deus — o que seria contrário ao projecto redentor de Cristo, projecto de santidade e de unidade para o mundo —, lança constantemente urna luz sobre o caminho que têm de percorrer. Após o Concilio, as Congregações religiosas multiplicaram, de facto, os tempos e os meios de aprofundamento dos valores religiosos essenciais. Voltaram a alicerçá-los na consagração primordial, ontológica e indelével que é o Baptismo. E todas as Religiosas como que transmitiram umas às outras uma palavra de ordem: "Antes de mais, sejamos cristãs!", preferindo ou acrescentando algumas estoutra: "Antes de mais, sejamos mulheres!".

É evidente que as duas não se excluem. Estas expressões incisivas encontraram um eco favorável numa grande parte do Povo de Deus. Mas o aspecto positivo de uma tal tomada de consciência não podia dispensar uma vigilância continua e prudente. O tesouro dos conselhos evangélicos e o compromisso amadurecido e irrevogável de fazer deles a regra fundamental duma existência cristã não suportariam ser relativizados por qualquer opinião pública mesmo eclesial. E a Igreja e mesmo o próprio mundo têm mais do que nunca necessidade de homens e mulheres que sacrifiquem tudo para seguir a Cristo ao jeito dos apóstolos. E isto a tal ponto que a renúncia ao amor conjugal, aos bens materiais e ao uso absolutamente independente da liberdade se tornam incompreensíveis sem o amor a Cristo. Este radicalismo é necessário para anunciar de maneira profética, mas sempre muito humilde, esta humanidade nova segundo Cristo: totalmente disponível para Deus e totalmente disponível para os homens. Cada Religiosa deve dar testemunho da primazia de Deus na sua vida, consagrando todos os dias um tempo suficientemente prolongado a estar na Sua presença para. confessar-Lhe o seu amor e, sobretudo, para deixar-se amar por Ele. Cada Religiosa deve, cada dia, através do seu estilo de vida, dar a conhecer que ela escolheu a simplicidade e os meios pobres em tudo o que diz respeito à sua vida pessoal e comunitária. Cada Religiosa deve, cada dia, viver a vontade de Deus e não a sua, para mostrar que os projectos humanos, tanto os seus como os da sociedade, não são os únicos da história, mas que existe um plano de Deus a exigir o sacrifício da própria liberdade. Este profetismo verdadeiro dos conselhos evangélicos vivido dia após dia e totalmente possível com a graça de Deus não é uma lição orgulhosa dada ao povo cristão, mas uma luz absolutamente indispensável à vida da Igreja — por vezes tentada a apoiar-se em meios poderosos — e igualmente indispensável à humanidade que anda errante pelos caminhos sedutores do materialismo e do ateísmo.

E se a consagração das Irmãs a Deus é de facto uma realidade tão profunda, não deixa de ser importante o levar de forma permanente o sinal exterior constituído por um hábito religioso simples e adaptado: é uma maneira de lembrarem constantemente a si mesmas o compromisso que rompe com o espírito do mundo; é um testemunho silencioso mas eloquente; é um sinal que o nosso mundo secularizado precisa de encontrar no seu caminho, além de ser desejado por muitos cristãos e mesmo por não cristãos. Peço-lhes que reflectam bem sobre isso.

Este é, minhas Irmãs, o preço da sua participação real no anúncio e na edificação desta "nova humanidade". Porque o homem não pode sentir-se saciado, para além dos bens terrestres tão necessários para viver e infelizmente tão mal repartidos, senão através do conhecimento e do amor de Deus, inseparáveis do acolhimento e do amor para com todos os homens, sobretudo dos mais pobres humana e moralmente. Toda a procura, toda a transformação das Congregações se devem efectuar nesta perspectiva; caso contrário trabalharão em vão!

Tudo isto, minhas Irmãs, faz parte do ideal que querem pessoalmente alcançar e para o qual impulsionam maternal e firmemente as suas companheiras de itinerário evangélico. Na prática — sabem-no melhor do que outros — tropeçam de quando em quando com inevitáveis contingências: quer sejam as rápidas mudanças sociais dum país, quer o número reduzido e o envelhecimento dos membros das comunidades, quer ainda o vento da procura e das experiências intermináveis, as exigências das jovens, etc... Acolham todas estas realidades. Tomem-nas a sério, mas nunca de maneira trágica! Procurem com calma soluções graduais, claras, corajosas. Permanecendo totalmente fiéis a si mesmas, procurem com outras. Acima de tudo, sejam filhas da Igreja, não só nas palavras mas nas obras! Mantendo uma fidelidade sempre renovada ao carisma dos seus fundadores, as Congregações devem de facto esforçar-se por corresponder à esperança da Igreja, aos compromissos que a Igreja, com os seus Pastores, considera hoje mais urgentes, de modo a enfrentar uma missão que tanta necessidade tem de cooperadores qualificados.

Uma garantia deste amor exemplar à Igreja — inseparável do amor a Cristo Jesus - é o diálogo que devem manter com o responsável das Igrejas locais onde estão inseridas, mediante uma vontade de fidelidade e dedicação a essas Igrejas, e é-o também a relação cheia de confiança com a nossa Congregação para os Religiosos e os Institutos Seculares.

Queridas Irmãs, é imenso o capital de generosidade das suas Congregações. Empreguem essas forças com discernimento. Não deixem que elas se dispersem inconsideradamente.

Peço-lhes que transmitam a cada uma das Irmãs, qualquer que seja o lugar que ocupe na Congregação de que são responsáveis, o afecto do Papa e também a esperança que ele deposita em cada uma na renovação duma prática exigente dos conselhos evangélicos, no testemunho significativo de todas as comunidades religiosas, cuja fé ardente e impulso apostólico, assim como as relações interpessoais, hão-de fazer exclamar os que procuram caminhos novos numa sociedade cansada de materialismo, violência e medo: "Encontrámos um modelo para imitar!...". Sim, minhas Irmãs, seguindo as pegadas de Santa Catarina de Sena e de Santa Teresa de Ávila, as Irmãs podem mostrar dentro da própria Igreja o lugar que compete à Mulher.

Que o Espírito Santo actue poderosamente em todas! Com Maria, que foi perfeitamente dócil â Sua acção, vivam na escuta da Palavra de Deus e ponham-na por obra, até à Cruz! Que o dom total a Cristo seja sempre para todas uma fonte de alegria, de dinamismo e de paz! As Irmãs e a todas a quem representam, a nossa Bênção Apostólica!



DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II


AOS BISPOS DO CANADÁ EM VISITA


« AD LIMINA APOSTOLORUM »


Sexta-feira, 17 de Novembro de 1978



Queridos Irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo

Constitui rica fonte de vigor pastoral reunirmo-nos no nome de Jesus e na unidade da Igreja. Para mim pessoalmente, é verdadeira alegria dar-vos as boas-vindas como a Irmãos no Episcopado, associados no Evangelho, pastores de notável parte do Povo de Deus, no Canadá. As vossas Dioceses são extremamente importantes para a Igreja universal, e para mim, que o imperscrutável desígnio de Deus colocou agora na Sé de Pedro a fim de me tornar o Servo de todos.

Segundo a verdadeira noção, expressa pelo Concílio Vaticano II, "Diocese é a porção do Povo de Deus, que se confia a um Bispo para que a apascente com a colaboração do presbitério, de tal modo que — unida ao seu pastor e reunida por ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaristia — constitui uma Igreja particular, na qual está e opera a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica" (Decreto Christus Dominus CD 11). Este é o mistério do amor de Deus em que nós estamos hoje a reflectir: o Bispo como pastor duma Igreja particular em que se verifica a unidade católica.

Esta unidade é efectuada e garantida pelo Evangelho e pela Eucaristia. Na verdade, o Concílio recorda-nos: "Entre os principais encargos dos Bispos ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho" (Const. dogm. Lumen Gentium LG 25). 0 Bispo encontra a sua identidade em evangelizar, em ser arauto daquele Evangelho que São Paulo nos garante ser poder de Deus para a salvação de todo o crente (Ram.1,16.). No mais alto nível do nosso ministério de evangelização está a Eucaristia, que nós, com o Concílio, sinceramente reconhecemos como "fonte e coroa de toda a evangelização" (Decreto Presbyterorum Ordinis PO 5).

Da palavra de Deus e da sua mais alta promulgação na Eucaristia recebemos nós gozo e vigor para sermos pais, irmãos e amigos dos nossos sacerdotes, que têm o encargo vital de colaborar connosco na comunicação do mistério de Cristo. Oxalá a alegria, que o Evangelho produz nas nossas vidas, contagie o ministério dos nossos sacerdotes e os ajude a compreender quanto necessita deles Cristo na Sua missão salvadora. Junto do túmulo de Pedro estamos também procurando humildemente a graça de corresponder às nossas responsabilidades para com todos os nossos rebanhos com renovada fortaleza e amor pastoral maior ainda. Graças ao Evangelho de Cristo é que nós avaliamos todas as situações pastorais e os problemas, que dizem respeito ao nosso ministério. Unicamente sobre esta base podemos nós construir a Igreja, que é o germe e começo do Reino de de Deus na terra e fermento de toda a sociedade. Graças à palavra de Deus encontramos nós energia para promover a justiça, testemunhar o amor, defender o carácter sagrado da vida e proclamar a dignidade da pessoa e do seu destino transcendente. Em suma, com o poder do Evangelho partimos nós serena e confiadamente a proclamar as investigáveis riquezas de Cristo (Ep 3,8). Por causa da importância da palavra de Deus, somos chamados a dar prioridade pastoral absoluta à conservação cada vez mais eficaz e ao ensino do depósito da fé. A este respeito incita-nos constantemente São Paulo à vigilância apostólica: Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo que há-de julgar os vivos e os mortos, e em nome da sua aparição e do seu reino: prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, censura e exorta com bondade e doutrina (2Tm 4,1-2).

Ao mesmo tempo, somos impelidos, como Bispos, a um profundo interesse pastoral pela sagrada disciplina comum à Igreja inteira (Cfr. Const. dogm. Lumen Gentium LG 23). Requerem-se sensibilidade, para captar a actividade delicada e soberana do Espírito Santo na vida do nosso povo, e humilde compreensão de esta actividade vir a completar-se de maneira especial graças ao ministério dos Bispos que, unidos com o Colégio episcopal inteiro e com Pedro sua cabeça, têm a promessa de ser assistidos pelo Espírito Santo, de maneira que possam conduzir efectivamente os fiéis à salvação.

Neste momento da vida da Igreja há dois aspectos especiais de disciplina sacramental que merecem particular atenção da Igreja universal, e eu desejo mencioná-los com a intenção de ser útil aos Bispos em toda a parte. Tais pontos formam parte da disciplina geral de que a Sé Apostólica é a principal responsável e em que o Papa deseja auxiliar os seus Irmãos no Episcopado e oferecer uma palavra de ânimo e orientação pastoral para se conseguir o bem espiritual dos fiéis. São tais assuntos a prática da primeira Confissão antes da primeira Comunhão, e a questão da absolvição geral.

Depois dalgumas experiências iniciais, Paulo VI renovou em 1973 a disciplina da Igreja Latina quanto à primeira Confissão. Num espírito de fidelidade exemplar, numerosos Bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, professores e catequistas começaram a explicar a importância duma disciplina, que a suprema Autoridade da Igreja confirmara, e a aplicá-la para bem dos fiéis. As comunidades eclesiais sentiram-se confortadas ao saber que a Igreja universal confirmara um assunto pastoral em que anteriormente existira justificável divergência de opiniões. Estou agradecido pela vigilância de vós próprios a este respeito e rogo-vos continueis a explicar as razões da solicitude da Igreja em manter esta disciplina universal, tão rica de base doutrinal e tão confirmada pela experiência de muitas Igrejas locais. Quanto às crianças que atingiram o uso da razão, deseja a Igreja afirmar energicamente o valor pastoral de elas experimentarem a manifestação sacramental da reconciliação antes de serem iniciadas na participação eucarística do Mistério Pascal.

Como Pastor Supremo, Paulo VI manifestou de igual modo solicitude profunda pela grande questão da reconciliação no seu aspecto sacramental de confissão individual. Ao receber uma visita ad limina no princípio deste ano, referiu-se com alguma extensão às Normas Pastorais que regulam a prática da absolvição geral (Alocução de 20 de Abril de 1978, aos Bispos dos Estados Unidos da América), mostrando que estas normas dependem de facto do magistério solene do Concílio de Trento ao tratar do preceito divino da confissão individual. Uma vez mais indicou Paulo VI o carácter de absoluta excepção que reveste a absolvição geral. Ao mesmo tempo pediu aos Bispos que ajudassem os seus sacerdotes "a terem em apreço cada vez maior o seu esplêndido ministério como confessores... As outras actividades, por falta de tempo, poderão ser adiadas ou mesmo abandonadas, mas não a do confessionário". Agradeço-vos o que fizestes e também o que vireis a fazer para mostrar a importância da esclarecida disciplina da Igreja numa matéria que está tão intimamente relacionada com o ministério da reconciliação. Em nome do Senhor Jesus, certifiquemos todos os nossos sacerdotes da grande eficácia sobrenatural do perseverante ministério exercido pela confissão auricular, em conformidade com o preceito do Senhor e o ensino da Igreja. Mais uma vez certifiquemos o nosso povo dos grandes benefícios derivados da confissão frequente. Estou verdadeiramente convencido das palavras do meu predecessor Pio XII: "Não foi sem inspiração do Espírito Santo que este uso foi introduzido na Igreja» (AAS 35, 1943, p. 235).

Foi Nosso Senhor Jesus Cristo que insistiu na indissolubilidade essencial do matrimónio. A sua Igreja não pode permitir que o ensinamento de Cristo nesta matéria venha a obscurecer-se. Seria ela infiel ao seu Mestre se não repetisse insistentemente, como tem feito: todo aquele que se divorcia do seu cônjuge e se casa com outro, comete adultério (Mc 10,11 Mc 10,12). A união indissolúvel entre marido e mulher é grande mistério ou sinal sacramental comparável àquela que une Cristo e a Igreja. É defendendo a transparência deste sinal, que nós melhor revelaremos o amor que ele significa: o amor sobrenatural que prende o Salvador àqueles a quem salva.

Do meu amor fraterno estai certos em todas as vossas actividades apostólicas. Estou unido convosco e com o vosso clero — por quem peço todos os dias — agradecendo a Deus tantas graças concedidas aos vossos diocesanos: o seu renovado sentido de solidariedade colectiva na missão da Igreja, os recentes sinais dum despertar espiritual, o aumento de devoção à palavra de Deus, a consciência mais profunda da responsabilidade social e a fortaleza dos jovens em corresponder aos chamamentos de Cristo. Oxalá a renovação, que todos desejamos, inclua também preservação e robustecimento da grande herança canadiana de serviço evangélico, especialmente em fornecer missionários em grande número à Igreja universal, que preguem o Evangelho de Cristo. Oxalá a alegria e a paz de Cristo Jesus sejam em grande medida comunicadas por meio do ministério pastoral vosso e dos vossos amados sacerdotes. E oxalá todos nós encontremos ânimo e perseverança para compreender plenamente que a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo (1Jn 1,3).

(Em francês)

Colocando alegremente as vossas passadas nas passadas dos vossos Predecessores, viestes, queridos Irmão, ajoelhar-vos sobre o túmulo do Apóstolo Pedro, como eu mesmo fiz tantas vezes, vindo de Cracóvia.

Esta diligência pessoal e comunitária, sempre comovedora, encerra significado profundíssimo, um compromisso extremamente exigente. Todos nós sabemos que — em dependência de Cristo que é a única pedra angular — o humilde pescador da Galileia foi chamado, por Jesus em pessoa, Pedra ou Rocha da Igreja. É tal Rocha que permite ao Povo de Deus crescer através do tempo e do espaço sobre bases sólidas, isto é sobre a fé essencial, permanecer em ligação profunda e permanente com Cristo, Fonte de Vida, manter e reconstruir a unidade entre os discípulos, resistir à usura do tempo e às correntes externas — e às vezes internas — de dissolução e desagregação. Sem dúvida, o Espírito Santo está sempre activo, e alegro-me convosco das renovações inesperadas, dos aprofundamentos reais que ides verificando nas vossas comunidades. São os frutos do Espírito. Mas nós, Pastores, devemos ser vigilantes, clarividentes, na esperança e na humildade. As forças de dissolução e desagregação estão também activas. A parábola da boa semente e do joio é sempre actual. Por isso devemos nós — nós primeiro, os Pastores — professar, alto e bom som, a fé a doutrina da Igreja, toda a doutrina da Igreja. É por isso que precisamos de aderir e de com ousadia obter a adesão dos fiéis à disciplina sacramental da Igreja, penhor da continuidade e autenticidade da acção salvadora de Cristo, penhor da dignidade e unidade do culto cristão, e penhor enfim de vitalidade verdadeira do Povo de Deus. Eis o que requer o serviço — que nos é comum — da salvação das almas. Eis o que implica, antes de mais, a visita "ad limina Apostolorum".

Ajude-vos o próprio Senhor Jesus a vos tornardes, com Pedro, a rocha sobre a qual se edifiquem as vossas comunidades. O meu serviço, bem meu, está em contribuir para vos confirmar. Com a oração vos acompanharei no vosso ministério. Rezai também por mim. E juntos abençoemos todas as vossas comunidades diocesanas.




Discursos João Paulo II 1978 - Sábado, 11 de Novembro de 1978