Isaías (CNB) 27

27 1 Naquele dia o Senhor vai castigar
com sua espada dura, grande e forte,
Leviatã, a serpente tortuosa, serpente
escorregadia.
Matará o monstro que habita o oceano.

 Deus defende sua vinha

2 Nesse dia, aquela vinha agradável,
cantai para ela!
3
Eu, o Senhor, sou responsável por ela.
Cuido de regá-la sempre que é preciso.
E, para que ninguém venha estragá-la,
dia e noite eu a vigio.
4
Nada me aborrece.
– Quem fará de mim carrascal e espinheiro?
– Em guerra avançarei contra ela
e vou até incendiar,
5
a não ser que procure minha proteção
e faça as pazes comigo,
sim, faça as pazes comigo!

 Renovação de Israel

6 No futuro Israel criará raízes,
Israel dará flores e botões,
e de frutos cobrirá a face da terra.
7
Acaso \Deus lhe bateu,
como bateu nos que batiam \Israel?
Ou matou da mesma forma
como matou seus assassinos?
8
Está castigando na exata medida
quando os expulsa, quando os joga para longe,
com seu forte sopro, como num dia de vento leste.
9
É assim que se vai pagar o pecado de Jacó.
E o resultado de se afastarem de suas culpas será
reduzirem a pó as pedras do altar,
como se fossem pedras de cal,
e não deixarem de pé nenhum tronco
sagrado, nem altar de incenso.

 Samaria abandonada

10 Aquela cidade fortificada transformou-se num deserto,
pastagem abandonada, largada como terreno baldio.
Aí bezerros vão pastar, deitar e quebrar uns ramos.
11
O galho seco quebra, vêm mulheres e catam para acender fogo.
Este povo não percebe as coisas,
por isso, Aquele que o fez dele não terá pena,
Aquele que o formou não lhe terá misericórdia.

 Reunião final em Jerusalém

12 Naquele dia o Senhor vai bater as espigas
desde o rio Eufrates até o córrego do Egito
e sereis catados um a um, filhos de Israel!
13
Naquele dia se tocará a grande trombeta
e voltarão os dispersos pela Assíria
e os que se refugiaram no Egito.
Estarão todos adorando o Senhor
na montanha santa, em Jerusalém.


Israel e Judá

 Furacão sobre Samaria

28 1 Ai da coroa soberba dos bêbados de Efraim,
flor murcha que lhes serve de esplêndido enfeite
na cabeça do vale da fartura.
Andam tontos de vinho.
2
Pois aí vem alguém, apoiado e
sustentado pelo Senhor;
que parece tempestade de granizo,
furacão avassalador e inundação violenta;
com força tudo derruba ao chão.
3
E será calcada aos pés
a coroa soberba dos bêbados de Efraim.
4
A flor murcha que serve de esplêndido enfeite
na cabeça do vale da fartura
será como figo temporão:
quem o vê, pega e devora de uma vez.
5
Naquele dia é o Senhor dos exércitos
que há de ser esplêndida coroa,
grinalda majestosa, para o resto do seu povo.
6
Será ele o espírito de justiça
dos que se assentam para julgar,
será ele a valentia
dos que se empenham na batalha
à porta da cidade.

 Os chefes religiosos de Judá

7 Também estão tontos de vinho,
cambaleando embriagados.
O sacerdote e o profeta cambaleiam
embriagados, tontos de vinho,
a vista embaralhada no momento das visões,
as idéias confusas na hora das decisões.
8
As mesas estão cheias de vômito,
não há um lugar limpo. \Dizem:
9
“A quem quer mostrar ensinamento?
A quem quer explicar sua doutrina?
A moleque desmamado que mal largou
de mamar?
10
É só lei e mais lei, lei e mais lei!
Linha pra cá, linha pra lá, linha pra cá,
linha pra lá!
Vai lá, vem cá; vai lá, vem cá!”.
11
Pois é mesmo numa fala enrolada,
numa língua estrangeira
que se vai falar a esse povo!
12
Já alguém lhes tinha dito:
“Aqui é o repouso!
Deixem os cansados descansarem!
Aqui é o lugar do repouso!”
Mas não quiseram atender!
13
Agora é esta para eles a Palavra do Senhor:
“Lei e mais lei, lei e mais lei.
Linha pra cá, linha pra lá, linha pra cá,
linha pra lá!
Vai lá, vem cá, vai lá, vem cá!”
Isso para que ao andarem,
acabem caindo de costas,
sejam derrotados, laçados e presos.

 A pedra angular

14 Por isso é bom ouvirdes a Palavra do Senhor,
insolentes, governantes do meu povo em Jerusalém.
15
Vós mesmos dissestes:
“Fizemos aliança com a morte,
com a morada dos mortos fizemos um acordo:
Quando aquele vendaval nos invadir,
não nos vai atingir,
temos um abrigo na Falsidade,
nós nos escondemos por trás da Mentira”.
16
Por isso diz o Senhor Deus:
“Colocarei no monte Sião uma pedra,
pedra testada, pedra angular de valor,
para alicerce seguro:
quem nela confiar, não ficará abalado.
17
Pego o direito como esquadro
e a justiça servirá de prumo.
A chuva de granizo destruirá o abrigo da Falsidade,
seu esconderijo a enchente vai inundar.
18
Vossa aliança com a Morte será quebrada,
cairá o acordo com a Morada dos mortos.
Aquele vendaval ao chegar por cima de
vós passará.
19
A qualquer hora que invadir, ele vos agarrará,
seja hoje, seja amanhã, de dia ou de noite.
Pois que só a aflição faz entender a lição!”
20
A cama será muito curta para alguém nela se esticar;
o cobertor, estreito demais, para que a alguém possa cobrir.
21
Como no monte Farasim, o Senhor se levantará
como no vale de Gabaon, irado ficará,
até realizar o seu trabalho,
um novo trabalho,
até terminar o seu serviço,
um serviço muito estranho...
22
Pois então, deixai de zombar,
para que não vos apertam as algemas.
Pois acabou! Destruição decidida!
Eu o ouvi do Senhor dos exércitos,
e é para todo o país.

 A sabedoria do agricultor 

23 Inclinai os ouvidos para ouvir a minha voz!
Prestai atenção para escutar a minha palavra!
24
Fica o lavrador o ano inteiro preparando
a terra para o plantio,
passa o ano arando e gradeando seu terreno?
25
Quando acaba de aplanar a superfície,
não espalha o funcho e não semeia o cominho?
Não planta o trigo e a cevada, o milho e
a aveia no lugar apropriado?
26
Foi seu Deus quem lhe mostrou isso,
ensinou tudo com exatidão.
27
O funcho não se bate com a debulhadora,
nem se pisoa o cominho com a carroça batedeira,
o funcho se debulha com uma vara
e o cominho se bate com um ramo.
28
É para macetar o trigo? – Não!
Não se deve ficar pisoando sem parar,
basta passar sobre ele, sem esmigalhar,
o animal com a carroça e a roda batedeira.
29
Tudo isso vem do Senhor, o Deus dos exércitos,
fabuloso ao planejar, magnífico em realizar.

 Ariel

29 1 Ai! Ariel, Ariel,
cidade que Davi sitiou!
Juntai um ano a outro,
que o ciclo das festas complete o seu giro
2
e, então, vou estrangular Ariel
e aí só haverá choro e lágrimas.
Ela será para mim o que diz o seu nome, Ariel.
3
Mandarei acampar à tua volta, cerco-te de trincheiras
e armo contra ti máquinas de guerra.
4
Estarás caída, falando do chão,
lá da poeira, teu falar é um cochicho,
tua voz sobe da terra
semelhante ao sussurro de alma penada.
5
Tua multidão de arrogantes virou poeira,
o batalhão dos valentes é palha que voa.
Mas de repente, num instante,
6
o Senhor dos exércitos olhará por ti
com estalos e trovões, ribombos colossais,
temporal e vendaval, coriscos e faíscas.
7
Não passará de pesadelo, de alucinação noturna,
essa multidão de todas as nações
fazendo o cerco a Ariel,
todos esses que a atacam, agridem, estrangulam.
8
A multidão de todas as nações
que fazem guerra ao o monte Sião,
será como o faminto que sonha estar comendo,
mas ao acordar está de barriga vazia,
será como o sedento que sonha estar bebendo,
e ao acordar tem a garganta afadigada e seca.

 Cegueira diante da revelação

9 Fazei-vos de estúpidos para ficardes estúpidos,
fazei-vos de cegos para ficardes cegos,
ficai embriagados sem tomar vinho,
tontos, sem bebida fermentada.
10
O Senhor é quem vos prepara
um vento embriagador,
é ele quem vos tapa os olhos,
quem vos cobre a cabeça.
11
Essa revelação toda será para vós como o texto de um documento lacrado. Se alguém apresentar esse documento a quem sabe ler, dizendo: “Leia por favor!”, ele dirá: “Não posso ler, está lacrado!” 12 Se o derem a quem não sabe ler, há de responder: “Não sei ler!”

 Formalismo religioso

13 Disse o Senhor:
“Esse povo me procura só de palavra,
honra-me apenas com a boca,
enquanto o coração está longe de mim.
Seu temor para comigo é feito
de obrigações tradicionais e rotineiras.
14
Por isso continuarei
a surpreender esse povo,
com um grande e espantoso milagre.
Aí a esperteza dos seus sábios se perde,
e a clareza dos inteligentes se apaga”.

 O barro e o oleiro

15 Ai daqueles que tentam esconder-se do Senhor,
fazendo segredo daquilo que planejam!
Eles tramam no escuro dizendo;
“Ninguém verá, ninguém saberá!”
16
Que absurdo!
O barro vai se comparar ao oleiro?
Pode uma obra qualquer dizer ao seu autor:
“Tu não me fizeste!”,
ou a cerâmica dizer ao oleiro:
“Tu não entendes de nada!”?
17
E não é que, daqui a muito pouco,
a floresta do Líbano
será transformada num bosque,
e a capoeira virará floresta?
18
Os surdos nesse dia vão ouvir
a leitura das palavras deste livro
e, sem névoa ou escuridão,
os olhos dos cegos hão de ver.
19
Os humilhados encontrarão a cada dia
mais alegria no Senhor,
e a festa da gente mais pobre
será o Santo de Israel.
20
Pois acabou o prepotente, calou o gozador,
foram eliminados os empreiteiros da maldade,
21
os que, com poucas palavras,
incriminavam uma pessoa,
tapeavam o juiz no tribunal
e, com prosa vazia, derrotavam o justo.
22
Por isso, assim diz o Senhor
à casa de Jacó, ele que libertou Abraão:
“Não é agora que Jacó será humilhado,
não é agora que ele vai corar o rosto!
23
Mas ao verem a obra de minhas mãos em seu meio,
meu santo nome hão de glorificar,
hão de reconhecer o Santo de Jacó,
hão de respeitar o Deus de Israel.
24
Os espíritos inquietos provarão o bom senso,
os que se queixam receberão ensinamento”.

 Sobre a aliança com o Egito 

30 1“Ai de vós, filhos rebeldes – oráculo do Senhor –:
fazeis planos que não vêm de mim,
fechais acordos sem minha inspiração,
acumulando erros sobre erros.
2
Tomais o caminho para descer ao Egito,
sem pedir o meu conselho;
pedis proteção ao faraó
e à sombra do Egito quereis vos abrigar.
3
Mas a proteção do faraó será a vossa decepção,
o abrigar-se à sombra do Egito será o vosso fracasso.
4
Mesmo que os embaixadores estejam em Tânis,
e os delegados tenham chegado a Hanes,
5
serão todos enganados
por um povo que lhes será inútil.
Não haverá ajuda ou qualquer proveito,
apenas decepção e fracasso”.

 O Egito, monstro inútil

6 Proclamação sobre os animais do Negueb.
Através de uma região dura e difícil,
de onde vêm a leoa e o leão que ruge,
a víbora e o dragão voador,
estão levando em lombo de mulas suas riquezas,
seus tesouros em corcovas de camelos,
para um povo que de nada lhes servirá.
7
O Egito não vale nada,
sua proteção nada adianta,
por isso o chamo de Raab, o inútil.

 Testamento de Isaías

8 Agora, vai escrever isso numa prancheta,
registra tudo em documento,
para que fique nos dias futuros,
documentado para sempre.
9
Sim, esse povo é rebelde, filhos mentirosos,
filhos que não querem ouvir a lei do Senhor.
10
Aos videntes, dizem:
“Não tendes que ver nada!”,
e aos que têm visões:
“Não nos mostreis o que é mais correto.
Falai-nos de coisas agradáveis,
trazei-nos visões de ilusão!
11
Saí do caminho,
afastai-vos do trajeto!
Tirai de nossa frente o Santo de Israel!”
12
Por isso, assim diz o Santo de Israel:
“Já que desprezais minha mensagem
e buscais apoio na exploração e na malícia,
colocando aí vossa esperança,
13
esse pecado será para vós
como trinca que aparece,
provocando saliência numa parede alta,
e, de repente, sem esperar, tudo desaba.
14
A parede espatifa qual pote de barro,
pote quebrado sem dó nem piedade,
e depois não se acha dele um caco sequer
para tirar uma brasa do fogo
ou um gole d’água do poço”.
15
Assim disse o Senhor Deus, o Santo de Israel:
“Na conversão e na serenidade
está a vossa salvação,
na calma e na confiança, a vossa força”.
Não aceitastes, porém,
16
e dissestes: “Não!
A cavalo vamos escapar!”
Pois tentem escapar!
“Montaremos cavalos ligeiros!”
Seus perseguidores serão mais velozes!
17
Mil terão medo de um só,
pela ameaça de cinco, vós fugireis
só ficando um ou outro,
como mastro no alto do morro
ou estandarte no topo da colina.

 Perdão

18 Em vista disso, o Senhor espera a hora de vos perdoar.
Ele toma a iniciativa de mostrar-vos compaixão,
pois o Senhor é um Deus justo
– felizes os que nele esperam!
19
Sim, povo de Sião, cidadão de Jerusalém,
não deves chorar tanto,
ele vai se interessar pelo clamor da tua súplica.
Basta ouvir, e ele responde.
20
O Senhor vos dará, sim,
pão de crise, água racionada,
mas, depois, teu Mestre não se
esconderá mais,
teus próprios olhos hão de ver aquele
que te ensina.
21
Sempre que estiveres para te desviar
para um lado ou para outro,
poderás ouvir atrás de ti a palavra de
Quem te orienta:
“O caminho é este, por aqui deves andar!”
22
Terás como coisa imunda
o brilho prateado dos teus ídolos,
o revestimento dourado de tuas imagens.
Deves jogar tudo fora como imundície,
dizendo: “Fora!”.
23
Deus, então, dará chuva para as tuas
semeaduras,
para tudo o que plantares nesta terra.
E, assim, o pão produzido nesta terra
será farto e gostoso.
Naquele dia até teu rebanho vai pastar
em pastagens espaçosas.
24
Teus bois e jumentos que trabalharam na terra
vão comer ração ventilada e limpada a pá e forcado.
25
No alto de cada serra, no pico de cada morro,
haverá regos d’água correndo permanentes,
no dia da grande mortandade,
no dia em que as torres vão cair!
26
A lua vai brilhar como o sol
e o brilho do sol será sete vezes maior,
brilho de sete dias,
quando o Senhor enfaixar
as quebraduras do seu povo,
no dia de curar suas feridas.

 Contra a Assíria

27 Olha! O Senhor vem de longe, em pessoa,
sua ira é de fogo, sua pancada é pesada,
os lábios carregados de raiva,
a língua, um fogo devastador.
28
Seu sopro é como rio na enchente,
que sobe até o pescoço,
para abanar as nações com a peneira da calamidade,
para pôr na boca dos povos uma rédea que os tire do caminho.
29
Estareis cantando como em noite sagrada de festa,
o coração alegre, caminhando ao som da flauta
para a montanha do Senhor,
ao encontro daquele que é a rocha de Israel.
30
E o Senhor explode sua voz de trovão,
faz pesar a pancada do seu braço,
estala sua ira em faíscas de fogo devorador,
coriscos, temporal e granizo.
31
A essa voz do Senhor a Assíria se apavora,
enquanto ele a espanca com a vara.
32
E, então, a cada vez que a vara bater,
o castigo que o Senhor lhe aplica,
será ao som de tamborins e cítaras,
pois em guerra santa a estará combatendo.
33
Já faz tempo que está preparado
o Tofet, \a grelha dos sacrifícios humanos,
cova larga e funda, cheia de fogo e lenha.
O sopro do Senhor queimará tudo
como um rio de enxofre derretido.

 Inútil pacto com o Egito

31 1 Ai dos que descem ao Egito em busca
de ajuda!
Eles se apoiam nos cavalos,
confiam nos carros, que são muitos,
e nos cavaleiros, que são valentes.
Só não olham para o Santo de Israel,
só não procuram o Senhor!
2
Ele, porém, é sábio,
e é capaz de trazer a desgraça.
Mas a sua palavra ele não retira,
levanta-se contra essa corja de malfeitores,
contra a ajuda aos que praticam a injustiça.
3
O egípcio é homem, não deus,
seus cavalos são carne, não espírito.
Basta o Senhor erguer o braço,
e o protetor já escorrega,
o protegido cai no chão
e os dois juntos se acabam de vez.
4
Pois assim disse-me o Senhor:
“Quando o leão, adulto ou novo,
já rugiu para atacar a presa,
se uma turma de pastores
apronta contra ele uma gritaria,
ele não se apavora com os gritos
nem dá atenção à barulheira dos pastores.
Assim também descerá o Senhor dos exércitos
para guerrear na montanha de Sião,
combater na sua colina.
5
Assim com a ave de asas abertas,
o Senhor dos exércitos defenderá Jerusalém,
cobrindo e libertando, sobrevoando e livrando.”
6
Filhos de Israel, voltai para Aquele
contra quem fostes a fundo na rebelião!
7
Naquele dia cada um vai renegar
seus ídolos de prata ou de ouro,
que – grande pecado – vossas mãos fabricaram.
8
A Assíria cairá sob espada não-humana,
espada não deste mundo vai derrotá-la!
Tentará escapar dessa espada,
mas seus jovens serão escravizados.
9
De medo, sua rocha cederá,
frente à bandeira tremem os comandantes –
oráculo do Senhor, cujo fogo está em Sião,
cuja fornalha está em Jerusalém.

 O reino da justiça

32 1 Vede: o rei governará com justiça,
os dirigentes, dentro do direito.
2
Cada um será abrigo contra o vento,
ou teto a proteger da chuva,
igual ao córrego no chão seco,
ou sombra de uma rocha no deserto.
3
Os olhos dos que enxergam já não serão cobertos,
não serão tapados os ouvidos dos que escutam,
4
a cabeça dos confusos buscará idéias claras
e a língua dos gagos, esperta, falará com perfeição.
5
Ninguém mais vai chamar de nobre ao corrupto
nem ao ladrão de excelência.
6
Pois o corrupto só fala de corrupção,
sua cabeça só produz perversidade,
praticando monstruosidades
e dizendo disparates contra o Senhor.
Deixa o faminto sem comer e, sem
beber, o que está com sede.
7
São terríveis as manobras do patife,
só planeja impostura,
para aniquilar os humildes com
discursos mentirosos,
mesmo quando o pobre só reclama seus
direitos.
8
Aquele que é nobre realmente,
só planeja coisas nobres
só se ergue para gestos nobres.

 A vaidade ruinosa e o fruto da justiça

9 Mulheres fúteis, acordai, escutai minha voz!
Madames convencidas, atenção ao que eu falo!
10
Daqui a um ano e alguns dias,
vós, hoje tão seguras, tremendo estareis,
pois estará perdida a safra de uvas,
nada se poderá colher.
11
Que as fúteis se deixem impressionar,
apavorem-se as convencidas.
Tirai as roupas, ficai nuas e passai uma
corda na cintura.
12
Batei no peito pelas roças bonitas,
com saudade das parreiras carregadas de cachos,
13
pois nas lavouras do meu povo
só crescerão urtigas e espinheiros,
assim como também nas casas alegres da cidade em festa.
14
O palácio está abandonado, parou o tumulto da cidade,
o morro do Ofel e a Torre de Vigia
viraram cavernas para sempre,
alegria dos jumentos selvagens, pasto
das manadas de cabras,
15
até que sobre nós se derrame o espírito que vem do alto.
Aí, então, o que era deserto virá a ser um bosque
e o que era um bosque será uma floresta.
16
O direito vai morar no que é deserto,
a justiça tomará assento no bosque.
17
E o fruto da justiça será a paz!
A prática da justiça resultará
em tranqüilidade e segurança duradouras.
18
O meu povo, então, passará a morar em
ambiente feliz,
em residência segura, moradia tranqüila,
19
mesmo que o bosque venha abaixo,
a cidade entre em decadência.
20
Felizes vós que semeais à beira d’água
e deixais soltos o boi e o jumento.

 Esperança no Senhor

33 1 Ai de ti que destróis, quando não foste destruído,
que roubas, quando não foste roubado!
Quanto acabares de destruir, serás tu destruído!
Quando acabares de roubar, serás tu roubado!
2
Senhor, tem piedade de nós! Em ti nós esperamos!
Sejas tu o braço que nos segura cada manhã,
a nossa salvação nos momentos de angústia.
3
Fogem os povos ao barulho que provocas,
quando te ergues, perdem-se as nações!
4
Ajuntam-se conquistas quais montes de larvas,
sobre elas se precipitam como bandos de gafanhotos.
5
Exaltado é o Senhor, porque mora nas alturas,
porque enche Sião de direito e de justiça.
6
Esta será a garantia de teus dias:
a riqueza que salva é a sabedoria e o conhecimento de Deus.
O temor do Senhor é seu verdadeiro tesouro.
7
Os mensageiros pedem socorro na rua,
os arautos da paz choram com amargura!
8
As estradas estão desertas, o movimento nas ruas parou!
Quebrou-se a aliança, testemunhas nada valem,
o ser humano não conta.
9
O país, em luto, vai murchando,
envergonhado, o Líbano seca,
o Saron parece um deserto,
encolhem-se o Basã e o Carmelo.
10
“Agora eu me levanto, diz o Senhor,
agora fico de pé, agora tomo a iniciativa!
11
Vós gerais um cisco, dais à luz uma palha,
meu sopro, qual fogo queima a todos.
12
Os povos serão queimados com se faz com a cal,
como feixes de espinhos atirados ao fogo.
13
Vós que estais longe ouvi o que eu fiz,
vós que estais perto notai minha valentia!”
14
Os pecadores em Sião ficaram apavorados,
um tremor tomou conta dos maldosos.
Quem de vós pode ficar junto ao calor desse fogo?
Quem pode morar nessa fornalha que não se apaga?
15
Aquele que caminha na justiça e só fala a verdade,
que se recusa a ficar rico com a exploração,
que esconde a mão para não aceitar suborno,
que tapa os ouvidos para não ouvir proposta assassina,
que fecha os olhos para não apoiar a injustiça,
16
esse vai morar nas alturas, o alto da rocha será seu refúgio.
Lá recebe o alimento, e a água lhe é garantida.

 Restauração de Jerusalém

17 Um rei em seu esplendor
teus olhos vão contemplar,
verás um país de grande extensão.
18
Na memória repassarás os momentos de pavor:
“Onde está o fiscal?
Onde o homem da balança?
Onde aquele que contava as torres?”
19
Não mais terás de ver aquele povo arrogante,
de fala complicada de se ouvir,
língua estranha que ninguém entende.
20
Olha bem para Sião, a cidade de nossas festas!
Teus olhos hão de ver Jerusalém,
uma moradia segura,
tenda que nunca se desmonta,
cujos ganchos nunca saem do lugar
e cujos cordões nunca se soltam.
21
Pois lá estará o Senhor, um governante para nós,
num lugar de rios com largos canais,
onde, porém, não navegam grandes barcos com remadores
nem navios de guerra.
22
Será o Senhor o nosso juiz, o nosso legislador,
o nosso rei e salvador.
23
(Tuas cordas estão frouxas, assim não po­dem firmar o mastro, nem abrir a vela.)
Serão tantas as conquistas, que até os
cegos estarão repartindo,
até os aleijados correrão a pegar sua parte.
24
Nenhum cidadão poderá dizer: “Estou doente!”
Do povo que aí mora foi retirado o castigo.


Pequeno apocalipse

 O julgamento da terra

34 1 Aproximai-vos, nações, para ouvir!
Povos, prestai atenção!
Que a terra escute, com tudo o que nela existe!
E o mundo inteiro também ouça, com tudo o que nele brota.
2
Pois a ira do Senhor é contra todas as nações,
seu ódio, contra os exércitos todos.
Já os votou ao interdito,
tudo entregou à matança.
3
Seus defuntos estarão espalhados,
os cadáveres exalando o mau cheiro,
as montanhas encharcadas de sangue.
4
Todo o exército do céu se dissolverá,
como um rolo de papiro o céu se enrolará,
o batalhão das estrelas murchará
como folha de parreira ou de figueira.

 Massacre em Edom

5 Minha espada ficou bêbada no céu.
E sobre Edom se precipita
para executar esse povo que condenei à morte.
6
A espada do Senhor está pingando sangue,
ensebada de gordura,
sangue de cordeiros e cabritos,
gordura do lombo dos carneiros.
Pois em Bosra se oferece ao Senhor um sacrifício,
matança muito grande na terra de Edom.
7
Com eles morrem búfalos,
bezerros e touros.
Sua terra já bebeu muito sangue,
o chão está ensebado de gordura.
8
Pois é dia de vingança para o Senhor,
dia de acertar as contas em favor de Sião.
9
Seus córregos serão de piche,
o pó da terra vira breu
e o seu chão ficará como piche fervente.
10
Noites e dias, jamais se apaga,
soltando sua fumaça para sempre.
De geração em geração, fica no abandono,
anos e anos e ninguém passa por lá.
11
Seus herdeiros são a gralha e o ouriço,
a coruja e o corvo fazem lá a sua morada.
\Deus aí esticará a linha do caos e o prumo do vazio.
12
Não haverá classe alta, ninguém para proclamar o reinado,
seus líderes desapareceram.
13
Dentro dos palácios crescerão espinhos,
urtigas e unhas-de-gato nos quartéis.
Será moradia do chacal,
esconderijo de bandos de avestruzes.
14
Lá se encontrarão a hiena e o gato do mato,
o cabrito selvagem chamando os
companheiros,
lá descansará Lilit, ali encontrará repouso.
15
Lá se aninhará a cobra para botar,
botar e chocar com o calor do seu corpo,
lá se reúnem as aves de rapina,
cada qual com a sua companheira.
16
Procurai no livro do Senhor, podeis ler:
não vai faltar nenhum desses bichos,
nenhum estará sem o companheiro,
pois foi a boca do Senhor que mandou,
o seu sopro reuniu todos eles.
17
Foi ele quem sorteou as glebas entre eles,
o próprio Deus pegou uma corda
para medir as divisas de cada um.
Serão eles seus proprietários para sempre,
de geração em geração ali vão morar.

 O regresso a Sião

35 1 Alegrem-se o deserto e a terra seca,
dance o chão duro, florido como a palma.
2
Que se cubra de flores, dance e comemore,
pois Deus lhe deu o esplendor do Líbano,
a beleza do Carmelo e do Saron.
Eles hão de ver a glória do Senhor,
a majestade do nosso Deus.
3
Fortalecei esses braços cansados,
firmai os joelhos vacilantes.
4
Dizei aos aflitos: “Coragem! Nada de medo!
Aí está o vosso Deus, é a vingança que chega,
é o pagamento de Deus, ele vem para vos salvar!”
5
Então, os olhos dos cegos vão se abrir
e abrem-se também os ouvidos dos surdos.
6
Então os aleijados vão pular como cabritos
e a língua dos mudos entoará um cântico,
porque águas vão correr no deserto,
rios na terra seca.
7
O chão duro vai se mudar em pântano
e o seco vai se encher de minas d’água,
o lugar onde dormiam os chacais
será lavoura de juncos e papiros.
8
Haverá aí uma estrada, um caminho,
que será chamado de caminho santo.
Nenhum impuro passará por ele.
Será para eles um caminho reto:
nele nem os tolos se perderão.
9
Aí não haverá leão,
nem qualquer animal selvagem
poderá alcançar esse caminho,
ou nele será encontrado.
Por ele só andarão os que foram libertados.
10
Os que foram resgatados pelo Senhor voltarão
e chegarão a Sião cantando louvores,
cobertos de alegria sem fim.
Alcançaram a felicidade e o prazer,
a dor e a tristeza foram-se embora.
IsAÍas e o rei Ezequias

 Invasão de Senaquerib

36 1 No ano quatorze do rei Ezequias, o rei da Assíria Senaquerib atacou todas­ as cidades fortificadas de Judá e delas se apossou. 2 De Laquis, o rei da Assíria mandou ao rei Ezequias em Jerusalém um alto funcionário, acompanhado de forte contingente militar.­ Ele se postou junto do canal do reservatório de cima, na estrada do campo do Pisoeiro. 3 Saí­ram ao seu encontro o administrador do pa­lácio Eliacim filho de Helcias e o escrivão Sobna, além do secretário Joaé filho de Asaf. 4 O funcionário do rei da Assíria preveniu: “Di­zei a Ezequias o seguinte: Assim diz o grande­ rei, o rei da Assíria: Que confiança é essa que estás demonstrando? 5 Pensas que palavras saídas da boca bastam como estratégia e valentia para a guerra? Em quem te apoias, para tentar resistir-me? 6 Ah! Tu te apoias no Egito,­ essa taquara rachada que fere, deixando farpas­ na mão de quem nele se apoia! Pois isso é o faraó do Egito para quem nele confia. 7 Ou vais me dizer: ‘É em nosso Deus que confia­mos!’ Mas não eram dedicados a ele os luga­res­ altos e os altares que Ezequias eliminou, dizendo a Judá e a Jerusalém: ‘É só aqui, diante­ do único altar, que se deve adorar!’? 8 Faze, então uma aposta com meu senhor, o rei da Assíria: ele te dá dois mil cavalos, se arranjares­ cavaleiros para montar todos eles. 9 Como, en­tão, serás capaz de derrotar o menor dos ge­nerais do meu rei? Estás confiando no Egito para teres carros e cavaleiros! 10 E será que foi contra a vontade do Senhor que ataquei o teu país para destruí-lo? Foi o Senhor quem me disse:­ ‘Ataca este país e acaba com ele!’”
11
Eliacim, Sobna e Joaé disseram: “Fala com estes teus servos em aramaico, que nós enten­demos. Não nos fales em hebraico, senão o pes­soal que está em cima da muralha vai en­tender”. 12 O funcionário assírio respondeu: “Por acaso foi apenas ao rei ou só a vós, que o meu senhor mandou trazer esta mensagem? Não foi também para o pessoal na muralha, con­denado também ele a comer as próprias fezes e a beber a própria urina?”
13
O funcionário assírio tomou posição e falou bem alto, em hebraico: “Escutai a palavra do grande rei, o rei da Assíria: 14 Assim diz o rei: Não deixeis que Ezequias vos enga­ne! Ele não é capaz de salvar-vos! 15 Que Ezequias não vos faça confiar no Senhor, dizen­do: ‘Ele vai livrar-vos de verdade, não vai per­mitir que esta cidade caia nas mãos do rei da Assíria’. 16 Não deis ouvidos a Ezequias! Pois assim diz o rei da Assíria: Fazei aliança comigo! Passai para o meu lado, e cada um poderá continuar comendo os frutos­ da própria videira e da própria figueira e beben­do a água da própria cisterna. 17 Isso, até que eu venha levá-los para um outro país igual ao vosso, onde também existem o trigo­ e o vi­nho, o pão e as videiras. 18 Não deixeis Ezequias enganar-vos dizendo: ‘O Senhor vai nos libertar!’ Por acaso o deus de qualquer dos outros países conseguiu libertá-los das mãos do rei da Assíria? 19 Onde é que estão agora os deuses de Emat e de Arfad? E os deuses de Sefarvaim, onde estão? Alguém foi capaz­ de livrar Samaria de minha mão? 20 Qual dos deuses de todos esses povos foi ca­paz de li­vrar seu país de minha mão? E o Senhor, então, há de livrar Jerusalém?”
21
Todos ficaram calados. Ninguém respondeu coisa alguma, pois o rei tinha dado ordem para que ninguém respondesse. 22 O admi­nistrador do palácio, Eliacim filho de Hel­cias , o escrivão Sobna e o secretário Joaé filho de Asaf, depois de rasgarem as próprias­ rou­pas, foram a Ezequias contar tudo o que o alto funcionário do rei da Assíria tinha dito.

 Ezequias consulta Isaías

37 1 Ao receber a notícia, o rei Ezequias rasgou sua veste, depois vestiu-se de saco e foi para o Templo do Senhor. 2 Mandou o administrador do Palácio, Eliacim, o escrivão Sobna e os sacerdotes mais idosos, todos vestidos de luto, à procura do profeta Isaías?fi­lho de Amós, 3 para dizerem: “Assim diz Ezequias: Hoje é dia de aflição, de castigo e de humilhação, como se na hora de os filhos nas­cerem não há forças para dar à luz! 4 Quem?de­ra o Senhor, teu Deus, tenha ouvido o que?dis­se o funcionário enviado pelo rei da Assíria a fim de insultar o Deus vivo e, assim, castigue as palavras que ouviu! Faze uma oração em favor do resto que ainda se possa encontrar!”
5
Ao chegarem os funcionários do rei Ezequias, 6 Isaías lhes disse: “Assim direis ao vosso chefe: Não temas pelo que ouviste, as palavras com que os funcionários do rei da Assíria me vieram insultar. 7 Vou soprar-lhe uma coisa, e ao ouvir a tal notícia, ele há de voltar ao seu país, onde será assassinado à?es­pada”. 8 Ao regresssar, o funcionário do rei da As­síria foi encontrá-lo lutando em Lebna (pois sa­bia que o rei havia deixado Laquis, 9 ao rece­ber a notícia de que Taraca, o rei da Etiópia, ti­nha saído em guerra contra ele). Senaquerib mandou então delegados a Ezequias com esta mensagem: 10 “Assim falareis ao rei de Judá, Ezequias: Que o teu Deus em quem confias não te engane dizendo: ‘Jerusa­lém não vai cair nas mãos do rei da Assíria!’ 11 Certamente já ou­viste falar da maneira co­mo os reis da As­sí­ria tratam os países que eles resolvem ani­qui­lar. Será que tu vais esca­par? 12 Por aca­so os deuses das nações que meus pais ani­qui­laram­ pu­deram livrá-las? É o caso de Goza, Hara, de Resef e dos edenitas que povoam Telbasar. 13 Onde está o rei de Emat? e o rei de Arfad? o de Lair? e os reis de Sefarvaim, de Ana e de Ava?”
14
Ezequias pegou a carta trazida pelos mensageiros e leu. Foi para a Casa do Senhor, de­senrolou a carta na presença do Senhor 15 e fez ao Senhor esta prece: 16 “Senhor dos exércitos, Deus de Israel, sentado entre os querubins, tu és o único para todos os povos da ter­ra e foste tu que fizeste o céu e a terra. 17 Fique atento o teu ouvido, Senhor, para que possas escutar, abre bem os teus olhos, Senhor, para ver e ouvir tudo o que Senaquerib manda dizer, insultando o Deus vivo. 18 É verdade que os reis da Assíria passaram a fio de es­pada esses países todos e os seus territórios.­ 19 Jogaram ao fogo os seus deuses, mas foi por­que não são deuses e sim objetos produzidos por mão humana, artefatos de madeira ou pedra que puderam ser destruídos. 20 Senhor nosso Deus, livra-nos, pois, das suas mãos! Assim todos os reinos da terra ficarão sabendo que tu és o Senhor, o único Deus!”
21
Isaías, filho de Amós, passou a Ezequias a seguinte resposta: “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Quanto à súplica que me fizeste a respeito de Senaquerib, rei da Assíria, 22 esta é a resposta que lhe dá o Senhor:
A filha de Sião te despreza, zomba de ti,
a cidade de Jerusalém por trás de ti
meneia a cabeça.
23
A quem desafiaste? A quem insultaste?
Contra quem levantaste a voz?
Contra quem dirigiste teu olhar altivo?
Foi contra o Santo de Israel.
24
Por meio dos teus ministros insultaste o Senhor!
Disseste: ‘Com a multidão dos meus carros,
subi às alturas das montanhas, aos píncaros do Líbano,
cortei-lhe os cedros mais altos, os ciprestes mais bonitos,
cheguei a seu ponto mais alto, ao mais fechado da floresta.
25
Eu, eu cavei poço para beber água estrangeira,
com a sola do pé sequei
todos os rios do Egito’.
26
– Acaso nunca ouviste falar?
Eu é que venho executando isso há muito tempo,
eu planejei e agora estou pondo em prática.
O teu papel era fazer das cidades
fortificadas montões de ruínas,
27
seus cidadãos, de mãos atadas, morrendo
de medo e vergonha.
Eles eram como uma plantinha do chão,
um capim verde, ou erva nascida no telhado,
que seca ao soprar do vento do deserto.
28
Acompanho-te quando te sentas e te levantas,
sei do teu sair e do teu chegar.
29
Já que me odeias,
e tua arrogância chegou aos meus ouvidos,
porei uma argola no teu nariz
e um freio na tua boca,
para te levar de volta
pelo mesmo caminho que te trouxe aqui.
30
– E para ti, \Ezequias, eis o sinal:
Este ano se comerá do que nascer sem plantar,
no outro ano também, do que daí ainda nascer,
no terceiro ano, porém, deveis semear e colher,
até uvas plantareis e de seus frutos comereis.
31
Assim também o resto que sobrar da casa de Judá
novas raízes há de criar, debaixo do chão,
e frutos, pelo alto, voltará a produzir.
32
Pois de Jerusalém sairá um resto,
do monte Sião sairá gente salva.
O amor apaixonado do Senhor dos exércitos
é que faz tudo isso!
33
Pois a respeito do rei da Assíria, assim diz o Senhor:
Na cidade não vai entrar,
nem uma flecha vai atirar,
não se protegerá com escudo
nem trincheiras fará ao seu redor.
34
Pelo caminho que aqui o trouxe
ele há de voltar!
Na cidade ele não entra – oráculo do Senhor!
35
Eu mesmo vou proteger esta cidade, eu a salvo,
por causa de mim e também do meu servo Davi”.
36
O anjo do Senhor saiu pelo acampamento assírio provocando a morte de cento e oitenta e cinco mil. De manhã, ao acordar, era só cadáveres que havia.
37
O rei da Assíria Senaquerib, então, levantou acampamento e foi-se embora, de volta para Nínive. 38 E aconteceu que, estando ele prostrado em adoração no templo do seu deus Nesroc, seus filhos Adramelec e Sarasar o assassinaram à espada e fugiram para a terra de Ararat. Seu filho Assaradon ficou como rei no seu lugar.


Isaías (CNB) 27