Juízes (CNB) 9

9 1 Abimelec filho de Jerobaal foi a Siquém encontrar-se com os irmãos de sua mãe e com todos os parentes dela, e disse-lhes: 2 “Falai assim a todos os cidadãos de Siquém: O que é melhor para vós? O domínio de setenta homens, todos eles filhos de Jero­baal, ou de um homem só? Lembrai-vos também de que eu sou osso de vossos ossos e carne de vossa carne”. 3 Os irmãos de sua mãe repetiram todas essas palavras aos cidadãos de Siquém e inclinaram o coração deles para Abimelec, dizendo: “É nosso irmão”. 4 Deram­ a Abimelec setenta moedas de prata do templo­ de Baal-Berit, com os quais contratou alguns miseráveis e aventureiros, para serem seus ja­gunços. 5 Depois ele foi à casa de seu pai em Efra e matou seus irmãos, os setenta filhos ho­mens de Jerobaal, de uma só vez. Restou so­mente Joatão, o filho mais novo de Jero­baal, que estava escondido. 6 Então todos os habitantes de Siquém e de Bet-Melo se reuni­ram junto a um carvalho que havia em Siquém­ e proclamaram rei a Abimelec.

 Parábola de Joatão: o rei das árvores

7 Informado disso, Joatão foi postar-se no cume do monte Garizim e se pôs a gritar em alta voz:
“Ouvi-me, cidadãos de Siquém, e Deus vos ouça. 8
Certa vez, as árvores puseram-se a caminho a fim de ungir um rei para si, e disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. 9 Mas ela respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?’ 10 Então as árvores disseram à figueira:­ ‘Vem reinar sobre nós’. 11 E ela respondeu: ‘Iria eu renunciar à minha doçura e aos sa­borosos frutos, para me balançar acima das árvores?’ 12 As árvores disseram então à videira: ‘Vem reinar sobre nós’. 13 E ela respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?’ 14 Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. 15 E o espinheiro respon­deu-lhes: ‘Se, de verdade, quereis ungir-me como vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!’
16
E agora, vede! Foi com lealdade e retidão que agistes, proclamando rei a Abi­melec? Agistes bem para com Jerobaal e sua casa e o recompensastes segundo merecia? 17 Meu pai lutou por vós, arriscando a vida, e libertou-vos do poder de Madiã. 18 Hoje, porém, vos insurgistes contra a casa de meu pai, massacrando seus filhos, seten­ta homens, de uma só vez. Proclamastes rei sobre os habitantes de Siquém a Abi­melec, filho de uma escrava do pai, só por ser vos­so irmão. 19 Se, pois, agistes hoje em lealdade e retidão com Jerobaal e sua casa, sejais felizes com Abimelec e seja ele feliz convosco. 20 Mas, se não for assim, saia fogo de Abimelec e devore os cidadãos de Siquém e de Bet-Melo. E saia fogo dos cidadãos de Siquém e de Bet-Melo e devore Abimelec”. 21 Temendo Abimelec, seu irmão­, Joatão escapou e refugiou-se em Bara, onde se estabeleceu.
22
Abimelec dominou sobre Israel durante três anos. 23 Mas Deus enviou um espírito de desordem e semeou a discórdia entre Abi­melec e os cidadãos de Siquém, que começaram a traí-lo. 24 Assim, a morte cruel dos setenta filhos de Jerobaal e a efusão do seu sangue devia recair sobre Abimelec, seu irmão, e sobre os cidadãos de Siquém, que o ajudaram. 25 Os cidadãos de Siquém armaram contra ele emboscadas no alto das montanhas e cometiam roubos, despojando os que passavam. E Abimelec foi informado disso.

 Desafio e derrota de Gaal

26 Ora, Gaal filho de Obed veio com seus irmãos a Siquém e conquistou a confiança dos cidadãos. 27 Estes saíram pelos campos, vindimaram as vinhas e pisaram as uvas; depois organizaram festejos, entraram no templo de seu deus, comendo e bebendo, e amaldiçoando Abimelec. 28 Gaal filho de Obed bradava: “Quem é Abimelec – e Siquém –, para que o sirvamos? Não são o filho de Jerobaal e seu intendente, Zebul, servos dos homens de Hemor, o pai de Siquém? Por que nós deveríamos servi-lo? 29 Quem me dera ter poder sobre este povo, para eliminar Abimelec. Eu lhe diria: ‘Ajunta um exército numeroso e vem!’”
30
Ora, Zebul, prefeito da cidade, ouvindo o que Gaal tinha dito, ficou extremamente irado. 31 Enviou secretamente mensageiros a Abimelec, dizendo: “Olha, Gaal filho de Obed e seus irmãos vieram a Siquém e estão instigando a cidade contra ti. 32 Portanto, sai de noite com as tropas que estão contigo e fica escondido no campo. 33 De manhã cedo, ao nascer do sol, cai sobre a cidade. Quando Gaal e suas tropas estiverem saindo contra ti, faze com ele o que tuas mãos conseguirem!”.
34
Abimelec levantou-se então, de noite, com todo o seu exército, e pôs emboscadas em quatro lugares junto de Siquém. 35 Gaal filho de Obed saiu e ficou parado à entrada da porta da cidade. Abimelec, por sua vez, saiu das emboscadas com todo o seu exército. 36 Quando Gaal viu aquela gente, disse a Zebul: “Olha, uma multidão vem descendo dos montes”. Zebul respondeu-lhe: “Estás vendo a sombra dos montes como se fossem homens”. 37 Gaal replicou: “Não, é gente que desce do Umbigo da Terra e um esquadrão que vem pelo caminho do carvalho do adivinho”. 38 Então Zebul disse-lhe: “Onde está a tua língua valente, tu que dizias: ‘Quem é Abimelec, para que nós o sirvamos?’ Não é este o povo que tu desprezavas? Sai e combate contra ele”. 39 Saiu, pois, Gaal, à vista do povo de Siquém e combateu contra Abi­melec. 40 Mas Abimelec pôs-se a perseguir Gaal, que escapou. Muitos tombaram ao tentar­ alcançar a porta da cidade. 41 Abi­melec deteve-se em Aruma, e Zebul expulsou da cidade Gaal e seus irmãos, que não puderam mais morar em Siquém.

 Abimelec se vinga de Siquém

42 No dia seguinte, o povo estava saindo para o campo. Informado disso, 43 Abimelec tomou seu exército, dividiu-o em três grupos­ e emboscou-se no campo. Ao ver o povo sair da cidade, pôs-se em marcha e atacou-o. 44 Abimelec e seu grupo investiram e tomaram posição às portas da cidade, enquanto os outros dois grupos perseguiam os inimigos que se espalhavam pelo campo e os des­barataram. 45 Abimelec lutou todo aquele dia contra a cidade e, depois de tomá-la, matou seus habitantes e demoliu-a, semeando-a com sal.
46
Ao ouvirem isso, os que habitavam a Torre de Siquém entraram no abrigo subterrâneo do templo de El-Berit. 47 Informado de que os habitantes da torre de Siquém estavam todos apinhados ali, 48 Abimelec subiu ao monte Selmon com toda a sua gente. Munido de um machado, cortou um galho de árvore e, trazendo-o no ombro, disse aos companheiros: “Fazei depressa o que me vistes fazer”. 49 Então cada um deles cortou rapidamente um galho; depois, seguindo seu chefe, cercaram o abrigo subterrâneo e puseram-lhe fogo. Por causa da fumaça e do fogo morreram mil pessoas, entre homens e mulheres, que habitavam a Torre de Siquém.

 Morte de Abimelec, em Tebes

50 Em seguida, partindo dali, Abimelec foi à cidade de Tebes, assediou-a e a conquistou. 51 Havia na cidade uma torre fortificada, onde se tinham refugiado todos os homens e mulheres e todos os chefes da cidade. Tinham trancado a porta e estavam sobre o terraço da torre, nas defesas. 52 Abi­melec dirigiu-se à torre e investiu contra ela. Aproximando-se da porta, tentava pôr-lhe fogo.
53
Nisso, uma mulher deixou cair uma pedra de moinho sobre a cabeça de Abimelec e fraturou-lhe o crânio. 54 Abimelec gritou logo para o seu escudeiro: “Puxa da espada e mata-me, para que ninguém diga que fui morto por uma mulher”. E o escudeiro traspassou-o. 55 Vendo-o morto, todos os homens de Israel voltaram para suas casas.
56
Assim Deus retribuiu a maldade praticada por Abimelec contra seu pai, matando seus setenta irmãos. 57 E assim também Deus fez recair sobre a cabeça dos siquemitas o mal que tinham feito. Veio sobre eles a maldição proferida por Joatão filho de Jerobaal.

 Os juízes Tola e Jair

10 1 Depois de Abimelec, surgiu Tola filho de Fua, filho de Dodo, da tribo de Issacar, para libertar Israel. Morava em Samir, na montanha de Efraim. 2 Foi juiz de Israel durante vinte e três anos. Então morreu e foi enterrado em Samir.
3
Depois dele surgiu Jair, o galaadita, que foi juiz durante vinte e dois anos. 4 Teve trinta filhos, que montavam em trinta jumentos e eram donos de trinta cidades em Galaad, chamadas até hoje “aldeias de Jair”. 5 Ao mor­rer, Jair foi enterrado em Camon.


Ciclo de Jefté

 A opressão amonita

6 Os israelitas continuaram a fazer o que é mau aos olhos do Senhor. Serviram aos ídolos de Baal e de Astarte, aos deuses de Aram, de Sidônia e de Moab, aos deuses dos amo­nitas e dos filisteus. Abandonaram o Senhor e não lhe prestaram culto. 7 Por isso a ira do Senhor inflamou-se contra Israel, e ele os entregou às mãos dos filisteus e dos amo­nitas. 8 Estes, durante dezoito anos, afligiram e oprimiram Israel, todos os israelitas que estavam do outro lado do Jordão, na terra dos amorreus, em Galaad. 9 Os amonitas chegavam a atravessar o Jordão, para combater contra as tribos de Judá, Benjamim e Efraim, causando grande angústia em Israel.
10
Então os israelitas clamaram ao Senhor, dizendo: “Pecamos contra ti, pois abandonamos o nosso Deus para servir aos ídolos de Baal”. 11 E o Senhor lhes respondeu­: “Não vos oprimiram os egípcios, os amor­reus, os amonitas, os filisteus, 12 os sidô­nios, os amalecitas e os madianitas? E quando clamastes a mim não vos salvei eu de seu poder? 13 Mas vós me abandonastes e ser­vistes a outros deuses. Por isso não tornarei a salvar-vos. 14 Ide clamar aos deuses que escolhestes. Que vos salvem eles na hora da aflição”.
15
Mas os israelitas disseram ao Senhor: “Pecamos! Faze-nos o que te parecer melhor, contanto que nos livres hoje!” 16 Eliminaram então os deuses estrangeiros de seu meio e serviram ao Senhor, que não agüentou mais ver o sofrimento de Israel.

 O juiz Jefté

17 Os amonitas se mobilizaram e acamparam em Galaad, enquanto os israelitas se reuniram e acamparam em Masfa. 18 O povo e os chefes de Galaad diziam: “Quem começará finalmente a combater os amonitas? Ele será o chefe de todos os habitantes de Galaad”.

11 1 O galaadita Jefté era um valente guerreiro. Era filho de uma prostituta e seu pai era Galaad. 2 Galaad teve também filhos de sua esposa. Quando estes cresceram, expulsaram Jefté, dizendo-lhe: “Não terás herança alguma na casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher”. 3 Por isso Jefté fugiu de seus irmãos e estabeleceu-se na terra de Tob. Juntaram-se a ele alguns vagabundos e praticavam assaltos.
4
Certo tempo depois, os amonitas entraram em guerra contra Israel. 5 Quando os amonitas declararam a guerra, os anciãos de Galaad foram buscar Jefté do país de Tob. 6 Disseram-lhe: “Vem para ser nosso comandante. Vamos combater contra os amonitas”. 7 Jefté respondeu-lhes: “Não sois vós os que me odiais? Expulsastes-me da casa de meu pai. Por que recorreis a mim agora que estais na desgraça?” 8 Os anciãos de Galaad responderam: “É por isso que agora voltamos a ti. Vem conosco para lutar contra os amonitas e ser o chefe de todos nós que moramos em Galaad”. 9 Jefté lhes respondeu: “Se me quereis de volta para combater os amonitas e o Senhor os entregar a mim, eu serei o vosso chefe”. 10 Os anciãos de Galaad lhe responderam: “O Senhor é testemunha de que faremos o que dizes”. 11 Jefté acompanhou os anciãos de Galaad e o povo o nomeou chefe e comandante. Em Masfa, Jefté repetiu diante do Senhor o que antes havia dito.
12
Depois, Jefté enviou mensageiros ao rei dos amonitas, dizendo: “Que há entre mim e ti para que me venhas combater em meu país?” 13 O rei dos amonitas respondeu aos mensageiros de Jefté: “A questão é esta: ao subir do Egito, Israel tomou minha terra desde o Arnon até o Jaboc e até o Jordão. Devolve-o agora pacificamente”. 14 Jefté tornou a enviar mensageiros ao rei dos amonitas 15 e lhe disse: “Assim diz Jefté: Israel não tomou a terra de Moab nem a terra dos amonitas. 16 Ao subir do Egito, Israel andou pelo deserto até o mar Vermelho e chegou a Cades. 17 Então Israel enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: ‘Deixa-me passar por tua terra, mas o rei de Edom não atendeu. Enviou mensageiros ao rei de Moab, que também não atendeu. Por isso, Israel permaneceu em Cades. 18 Depois, caminhando pelo deserto, os israelitas contornaram a terra de Edom e a terra de Moab. Chegando ao orien­te da terra de Moab, acamparam do outro lado do Arnon, sem entrar no território de Moab, pois o Arnon é a fronteira de Moab. 19 Então Israel enviou mensageiros a Seon, rei dos amorreus, rei de Hesebon, e lhe disse: ‘Deixa-me atravessar tua terra para chegar­ ao meu lugar’. 20 Mas Seon não confiou em Israel e não permitiu que atravessasse seu território. Ao contrário, reuniu todas as tropas e, em Jasa, combateu-o firmemente. 21 Mas o Senhor, Deus de Israel, entregou Seon e toda sua gente às mãos de Israel, que os derrotou e tomou posse de toda a terra habitada pelos amorreus. 22 Israel apoderou-se de todo o território dos amorreus, desde o Arnon até o Jaboc e desde o deserto até o Jordão. 23 E agora que o Senhor, Deus de Israel, expulsou os amorreus diante de Israel, seu povo, tu queres nos expulsar? 24 Não basta possuíres o que Camos, teu deus, te legou? O que o Senhor, nosso Deus, nos le­gou é nossa propriedade. 25 Serás melhor que Balac filho de Sefor, rei de Moab? Reivindicou ele algum direito de Israel? Ou entrou com ele em guerra? 26 Durante trezentos anos, Israel ocupou Hesebon e suas aldeias, Aroer e suas aldeias, bem como todas as cidades que estão nas margens do Arnon. Por que não tentaste recuperá-las durante esse tempo? 27 Não cometi, pois, nenhuma falta contra­ ti. És tu que ages mal comigo, declarando-me a guerra. O Senhor é quem julga. Julgue ele hoje entre os israelitas e os amonitas”. 28 Mas o rei dos amonitas não deu ouvidos à mensagem que Jefté lhe enviou.

 A promessa de Jefté

29 O espírito do Senhor veio sobre Jefté, e este, atravessando Galaad e Manassés, passou por Masfa de Galaad, de onde marchou contra os amonitas. 30 Jefté fez um voto ao Senhor, dizendo: “Se entregares os amonitas em minhas mãos, 31 a primeira pessoa que sair da porta de minha casa para vir ao meu encontro, quando eu voltar vencedor sobre os amonitas, pertencerá ao Senhor e eu a oferecerei em holocausto”.
32
Jefté passou às terras dos amonitas para combater contra eles, e o Senhor entregou-os em suas mãos. 33 Derrotou-os desde Aroer até a entrada de Menit – conquistando vinte cidades – e até Abel-Carmim. A derrota foi estrondosa, e os amonitas ficaram subjugados pelos israelitas.
34
Quando Jefté voltou para sua casa em Masfa, sua filha veio-lhe ao encontro, dançando ao som do tamborim. Era filha única; ele não tinha outro filho nem filha. 35 Ao vê-la, rasgou as vestes e exclamou: “Ai, minha filha, tu me abalaste! És a causa da minha desgraça! Pois fiz uma promessa ao Senhor e não posso voltar atrás”. 36 Então ela respondeu: “Meu pai, se fizeste um voto ao Senhor, trata-me segundo o que prometeste, porque o Senhor concedeu que te vingasses de teus inimigos, os amonitas”. 37 Depois, disse ao pai: “Concede-me apenas o que te peço: deixa-me livre durante dois meses para ir vagar pelas montanhas com minhas companheiras e chorar minha virgindade”. – 38 “Podes ir”, respondeu ele, e deixou-a partir por dois meses. Ela foi com suas companheiras chorar, pelas montanhas, a sua virgindade. 39 Passados os dois meses, voltou para seu pai, que cumpriu nela o voto que tinha feito. Ela não tinha conhecido homem. Daí o costume que se conserva em Israel: 40 todos os anos as filhas de Israel se juntam para chorarem, por quatro dias, a filha de Jefté de Galaad.

 Conflito com Efraim. Morte de Jefté

12 1 Os efraimitas se reuniram e atravessaram o Jordão em direção a Safon. Disseram a Jefté: “Por que foste combater os amonitas sem nos chamar para irmos contigo? Vamos queimar-te junto com tua casa”. 2 Jefté lhes respondeu: “Eu e o meu povo tivemos grandes conflitos com os amonitas. Eu vos pedi socorro, mas não me livrastes de suas mãos. 3 Percebendo que não me salvaríeis, arrisquei minha vida: ataquei os amonitas e o Senhor os entregou a meu poder. Por que subistes hoje para combater contra mim?”
4
Então Jefté reuniu todos os homens de Galaad para lutar contra Efraim. Os homens de Galaad derrotaram os de Efraim, porque disseram: “Vós os galaaditas sois uns fugiti­vos­ de Efraim”. (Galaad fica no meio de Efraim e de Manassés.) 5 Galaad se apoderou­ dos vaus do Jordão que davam acesso a Efraim. Quando algum dos efraimitas fugiti­vos dizia: “Deixa-me passar”, os homens de Galaad perguntavam-lhe: “És efraimita?” Se respondesse “não”, 6 mandavam-lhe dizer xi­bolet. Se ele dissesse sibolet, por não conseguir pronunciar certo, agarravam-no e o degolavam nos vaus do Jordão. Naquela oca­sião­ tombaram quarenta e dois mil homens de Efraim.
7
Jefté foi juiz de Israel durante seis anos. Então morreu Jefté, o galaadita, e foi enterrado em sua cidade, no Galaad.

 Os juízes Abesã, Elon e Abdon

8 Depois dele, Abesã de Belém foi juiz de Israel. 9 Teve trinta filhos, deu trinta filhas em casamento a gente de fora e para os filhos mandou trazer trinta mulheres de fora. Foi juiz de Israel durante sete anos. 10 Ao morrer, Abesã foi sepultado em Belém.
11
Depois, o zabulonita Elon foi juiz de Israel durante dez anos. 12 Ao morrer, o zabu­lonita Elon foi sepultado em Aialon, no país de Zabulon.
13
Depois, Abdon filho de Hilel, de Faraton foi juiz de Israel. 14 Teve quarenta filhos e trinta netos, que montavam em setenta jumentos. Abdon foi juiz de Israel durante oito anos. 15 Ao morrer, Abdon filho de Hilel, de Faraton, foi sepultado em Faraton, na terra de Efraim, na montanha de Amalec.


Ciclo de Sansão

 Opressão filistéia. Nascimento de Sansão

13 1 Os israelitas tornaram a fazer o que é mau aos olhos do Senhor e ele en­tregou-os às mãos dos filisteus, durante quarenta anos.
2
Ora, havia um homem de Saraá, da tribo de Dã, de nome Manué, cuja mulher era estéril e não teve filhos. 3 O anjo do Senhor apare­ceu à mulher e disse-lhe: “Tu és estéril e não tiveste filhos, mas ficarás grávida e darás à luz um filho. 4 Toma cuidado de não beberes vinho nem bebida embriagante, nem comeres­ coisa alguma impura, 5 pois ficarás grávida e darás à luz um filho. A navalha não deve tocar­ sua cabeça, porque ele será consagrado ao Senhor desde o ventre materno, e começará a libertar Israel das mãos dos filisteus”.
6
A mulher foi dizer ao marido: “Veio me visitar um homem de Deus, cujo aspecto era terrível como o de um anjo do Senhor. Não lhe perguntei de onde vinha, nem ele me reve­lou o seu nome. 7 Ele disse-me: ‘Ficarás grávi­da e darás à luz um filho. De hoje em diante, toma cuidado para não beberes vinho nem be­bida embriagante, nem comeres nada de impuro, pois o menino será con­sagrado a Deus, desde o ventre materno até sua morte’”.
8
Então Manué orou ao Senhor: “Peço-te, Senhor, que o homem de Deus que enviaste venha de novo e nos diga como devemos tratar o menino que vai nascer”. 9 Deus escutou a oração de Manué, e o anjo do Senhor apresentou-se de novo à mulher, que se achava no campo. Manué, seu marido, não estava com ela. 10 Depressa a mulher correu para avisar o marido: “O homem que se encontrou comigo outro dia apareceu-me de novo”. 11 Manué levantou-se e acompanhou sua mulher. Chegando junto do homem, perguntou-lhe: “És tu o homem que falou com esta mulher?” Ele respondeu: “Sou eu mesmo”. 12 Manué perguntou: “Quando tua palavra se cumprir, de que maneira havemos de criar esse menino? O que ele deve fazer?” 13 O anjo do Senhor respondeu a Manué: “Abstenha-se tua mulher de tudo o que lhe disse, 14 não coma nada do que nascer da videira, não beba vinho nem bebida embriagante, não coma nada de impuro, em suma, faça tudo o que lhe prescrevi”.
15
Manué disse ao anjo do Senhor: “Peço-te, fica conosco enquanto te preparamos um cabrito”. 16 O anjo do Senhor respondeu a Manué: “Mesmo que me faças ficar, não provarei da tua comida. Mas, se quiseres, oferece um holocausto ao Senhor”. Sem saber que se tratava do anjo do Senhor, 17 Manué perguntou-lhe: “Qual é teu nome, para que possamos te honrar quando tua palavra se cumprir?” 18 E o anjo do Senhor lhe disse: “Por que perguntas o meu nome? Ele é maravilhoso!”
19
Manué tomou o cabrito e a oblação e ofereceu sobre a rocha um sacrifício ao Senhor que faz maravilhas, e Manué e sua mulher ficaram observando. 20 Enquanto se elevavam as chamas de cima do altar para o céu, subiu também com as chamas do altar o anjo do Senhor. À vista disso, Manué e sua mulher caíram com o rosto em terra. 21 O anjo do Senhor não lhes apareceu mais. Manué compreendeu então que tinha sido o anjo do Senhor 22 e disse à mulher: “Certamente vamos morrer, porque vimos a Deus”. 23 Mas a mulher lhe disse: “Se o Senhor nos quisesse matar, não teria aceito de nossas mãos o holocausto e a oblação; não nos teria deixado ver tudo isso que acabamos de ver, nem ouvir o que ouvimos”.
24
Ela deu à luz um filho e deu-lhe o nome de Sansão. O menino cresceu, e o Senhor o abençoou. 25 O espírito do Senhor começou a agir nele no Campo de Dã, entre Saraá e Estaol.

 Casamento de Sansão

14 1 Sansão desceu a Tamna e viu ali uma jovem filistéia. 2 Voltando para casa, comunicou a seus pais: “Em Tamna vi uma jovem filistéia; agora ide pedi-la como esposa para mim!” 3 Os pais lhe responderam: “Será que não há mulher entre as moças de tua parentela ou em todo o teu povo, para que te vás casar entre esses filisteus incircun­sisos?” Mas Sansão insistiu com o pai: “Pede-me esta mulher, pois só ela me agradou”. 4 Os pais não sabiam que isso vinha do Se­nhor, o qual buscava um pretexto contra os filisteus, pois naquele tempo os filisteus do­minavam sobre Israel.
5
Sansão desceu com os pais a Tamna. Ao chegar às vinhas de Tamna, de repente um leãozinho saiu-lhe ao encontro, rugindo. 6 O espírito do Senhor apoderou-se de Sansão que, sem nada na mão, esquartejou o leão como se fosse um cabrito. Mas não contou aos pais o que fizera. 7 Depois desceu a Tamna, falou com a mulher e ela lhe agradou. 8 Mais tarde, quando voltava para casar-se com ela, fez um desvio para ver a carcaça do leão e encontrou ali um enxame de abelhas com mel. 9 Recolheu o mel no côncavo das mãos e foi comendo pelo caminho. Alcançando os pais, deu-lhes mel e eles também comeram. Mas não lhes contou que havia retirado o mel da carcaça do leão.
10
O pai desceu também à casa da noiva, e Sansão deu ali uma festa, como os jovens costumam fazer. 11 Quando o viram, os filisteus destacaram-lhe trinta companheiros como escolta. 12 “Vou propor-vos um enigma”, disse-lhes Sansão. “Se durante os sete dias da festa conseguirdes decifrá-lo corretamente para mim, dar-vos-ei trinta túnicas de linho e trinta mudas de roupa. 13 Mas se não puderdes decifrá-lo, sereis vós a dar-me trinta túnicas de linho e trinta mudas de roupa”. Eles disseram: “Propõe teu enigma, queremos ouvir!” 14 Sansão lhes disse:
“Do que come saiu comida
e do forte saiu doçura”.
Nos três primeiros dias não puderam decifrar o enigma. 15
No quarto dia disseram à mulher de Sansão: “Seduz teu marido para que nos explique o enigma. Do contrário te queimaremos com a casa de teu pai. Ou nos convidastes para nos roubar?” 16 A mulher de Sansão começou então a chorar sobre seu ombro e disse: “Tens apenas ódio e não amor por mim! Propuseste um enigma para minha gente, mas não me revelaste o sentido!” Sansão lhe disse: “Nem mesmo a meus pais revelei o sentido, e deveria revelá-lo a ti?” 17 Ela chorou sobre seu ombro durante os sete dias da festa. No sétimo dia, de tanto ela o importunar, Sansão lhe revelou o sentido e ela o contou à sua gente. 18 No sétimo dia, antes do pôr-do-sol, os homens da cidade disseram a Sansão:
“O que é mais doce que o mel?
O que é mais forte que o leão?”
Sansão lhes disse:
“Se não tivésseis lavrado com minha novilha,
não teríeis encontrado a solução do enigma!”
19
Então o espírito do Senhor apoderou-se de Sansão. Ele desceu a Ascalon, matou ali trinta homens, despojou-os e deu as mudas de roupa aos que adivinharam o enigma. Depois, fervendo de ira, subiu para a casa do pai. 20 A mulher de Sansão, porém, foi dada a um dos companheiros da escolta.

 Vingança de Sansão

15 1 Algum tempo depois, por ocasião da colheita do trigo, Sansão foi visitar sua mulher, levando um cabrito. “Quero ficar no quarto com minha mulher!”, disse ele. Mas o pai dela não lhe permitiu entrar. 2 Explicou: “Eu pensei que devias ter muito ódio por ela, e por isso a dei a teu companheiro. Sua irmã mais nova não é mais boni­ta do que ela? Aceita-a no lugar da outra!” 3 Sansão respondeu: “Desta vez sou inocente do prejuízo que vou causar aos filisteus!” 4 Ele foi embora e capturou trezentas raposas; pegou tochas, amarrou-lhes as caudas duas a duas e a cada dupla atou uma tocha no meio. 5 Depois acendeu as tochas e soltou­ as raposas nos trigais dos filisteus, incen­diando tudo, tanto o trigo já empilhado como o que estava ainda de pé, tanto as vinhas co­mo os olivais. 6 Os filisteus perguntaram: “Quem fez isso?” – “Foi Sansão”, disseram, “o genro daquele homem de Tamna, por ter ele dado sua mulher ao companheiro”. Então os filisteus subiram e queimaram a mu­lher com seu pai. 7 Sansão lhes disse: “Já que fizestes tal coisa, não descansarei enquanto não me vingar de vós!” 8 E atracou-se com eles numa luta corpo a corpo, provocando grande matança. Depois desceu para morar na gruta de Etam.

 A queixada de jumento

9 Os filisteus subiram, acamparam em Judá e fizeram uma incursão na região de Lequi, que significa “Queixada”. 10 Os homens de Judá perguntaram: “Por que subistes contra nós?” Responderam: “Subimos para prender Sansão, para fazer-lhe o mesmo que ele nos fez”. 11 Então três mil homens de Judá desceram até a gruta de Etam e disseram a Sansão: “Não sabes que estamos sob o domí­nio dos filisteus? Por que fizeste isso conosco?” Sansão lhes respondeu: “Eu lhes fiz pagar o que fizeram comigo”. 12 Eles disseram: “Viemos para te prender e entregar aos filisteus”. Sansão respondeu: “Só jurai-me que não me ireis matar vós mesmos”. 13 Eles disseram: “Não! Viemos apenas para te prender e entregar. De maneira alguma te queremos matar”. Amarraram-no com duas cordas­ novas e o retiraram da gruta.
14
Ao chegar a Lequi, os filisteus vieram a seu encontro com gritos de guerra. Então o espírito do Senhor apoderou-se dele e as cordas sobre os braços tornaram-se como fios de linho a queimar no fogo, e as amarras das mãos se desfizeram. 15 Havia ali uma queixada de burro recém-morto. Ele estendeu a mão, agarrou-a e com ela matou mil homens. 16 Depois Sansão disse:
“Com uma queixada de burro
eu os amontoei,
com uma queixada de burro,
mil homens matei”.
17
Dizendo isto, jogou fora a queixada e chamou aquele lugar Ramat Lequi, Alto da Queixada. 18 Como estivesse com muita sede, Sansão suplicou ao Senhor: “Tu concedeste pelas mãos de teu servo esta grande vitória. Agora, porém, vou morrer de sede ou cair nas mãos desses incircunsisos!”
19
Deus abriu então um fosso em Lequi, do qual saiu água. Sansão bebeu, recobrou as forças e reanimou-se. Por isso deram o nome de Fonte do Suplicante à fonte que até hoje se acha em Lequi.
20
Sansão foi juiz de Israel, no tempo dos fi­listeus, durante vinte anos.

 As portas de Gaza

16 1 Sansão foi a Gaza, viu ali uma prostituta e entrou na casa dela. 2 Quando os habitantes souberam que Sansão havia chegado, cercaram-no e ficaram de emboscada na porta da cidade a noite inteira. Ficaram tranqüilos durante a noite inteira, pensando: “Ao clarear da manhã vamos matá-lo”. 3 Mas Sansão dormiu só até à meia noite. Então levantou-se, agarrou o duplo portão da cidade com os dois postes e arrancou-os com ferrolhos e tudo. Pôs tudo nas costas e levou ao alto do monte que está defronte de Hebron.

 Sansão e Dalila. Morte de Sansão

4 Sansão enamorou-se de uma mulher que habitava no vale de Sorec, cujo nome era Dalila. 5 Então os chefes filisteus foram pro­curá-la e disseram-lhe: “Seduze Sansão e descobre donde lhe vem essa força enorme, e como poderíamos vencê-lo e subjugá-lo. Se fizeres isso, te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata”.
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Dalila perguntou então a Sansão: “Dize-me, eu te rogo, donde vem a tua força enorme? Com que deveriam amarrar-te para ficares subjugado?” 7 Respondeu-lhe Sansão: “Se me amarrassem com sete cordas de arco, novas e ainda não curtidas, ficaria fraco e seria como qualquer outro homem”. 8 Os chefes filisteus levaram a Dalila sete cordas de arco, novas e ainda não curtidas, com as quais ela o amarrou, 9 enquanto alguns homens se emboscaram no quarto. Dalila gritou: “Sansão, os filisteus!” Mas ele despedaçou as cordas como se despedaça um fio de estopa chamuscada pelo fogo, e o segredo de sua força ficou desconhecido.
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Dalila disse a Sansão: “Zombaste comigo, contando-me mentiras. Conta-me agora, por favor, com que te deveriam amarrar”. 11 Ele respondeu: “Se eu for amarrado com cor­das grossas, novas e ainda não usadas, fi­carei fraco e serei como qualquer outro ho­mem”. 12 Dalila tomou cordas grossas novas, amarrou-o com elas e, na presença dos homens emboscados no quarto, gritou: “Sansão, os filisteus!” Mas ele despedaçou as cor­das de seus braços como se fossem fios.
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Dalila disse a Sansão: “Até agora zombaste comigo e me contaste mentiras. Conta-me como deveriam amarrar-te!” Sansão respondeu: “Se teceres as sete tranças de minha cabeleira com a urdidura de um tear e as fixares com um pino, ficarei fraco e serei como qualquer outro homem”. 14 Ela o fez dormir, teceu as sete tranças de sua cabe­leira com a urdidura, fixou-as com um pino e gritou: “Sansão, os filisteus!” Despertando do sono ele arrancou o pino do tear e a urdidura.
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Então ela lhe disse: “Como podes dizer que me amas, se não confias em mim? Três vezes já me enganaste, não me revelando de onde vem tua enorme força”. 16 Como ela o importunasse e insistisse todos os dias com suas lamúrias, ele caiu num desespero mortal 17 e acabou revelando-lhe todo o segredo: “A navalha”, disse, “jamais passou sobre minha cabeça, porque sou consagrado a Deus desde o ventre de minha mãe. Se ra­parem minha cabeça, minha força me aban­donará e eu ficarei fraco, igual a qualquer outro homem”.
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Percebendo que ele lhe havia contado todo o seu segredo, Dalila mandou chamar os chefes dos filisteus: “Vinde todos aqui, porque desta vez Sansão me contou todo
o seu segredo”. Eles acorreram, trazendo o dinheiro que haviam prometido. 19
Dalila fez Sansão adormecer no colo e chamou um homem, que cortou as sete tranças de Sansão. Este foi enfraquecendo e de repente sua força o abandonou. 20 Então Dalila gritou: “Sansão, os filisteus!” Despertando do sono, ele pensou: “Sairei desta como das outras vezes e me livrarei”. Mas ele não sabia que o Senhor o havia abandonado. 21 Os filisteus agarraram-no e em seguida furaram-lhe os olhos. Depois, levaram-no a Gaza, preso com duas correntes de bronze, e o puseram na prisão, a girar a mó do moinho.
22
Entretanto, começaram a crescer os cabelos que tinham sido cortados.
23
Os chefes dos filisteus reuniram-se para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagon e para festejar. Diziam:
“Nosso deus entregou às nossas mãos
nosso inimigo Sansão”.
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O povo também, vendo isto, louvava o
seu deus e fazia coro:
“Nosso deus entregou às nossas mãos
nosso inimigo,
que devastava nossa terra e a muitos dos
nossos matou”.
25
Quando já estavam bem alegres, disseram: “Chamai Sansão, para nos divertir”. Tiraram-no do cárcere, e ele dançava diante deles. Como o tivessem colocado entre as colunas, 26 Sansão disse ao rapaz que o levava pela mão: “Deixa que eu toque as colunas que sustentam o edifício e me encoste nelas para descansar um pouco”. 27 A casa estava repleta de homens e mulheres. Achavam-se ali todos os chefes dos filisteus, e cerca de três mil homens e mulheres que, do teto, estavam vendo Sansão que os divertia. 28 Então ele invocou o Senhor, dizendo: “Senhor Deus, lembra-te de mim! Dá-me, ó Deus, só mais uma vez a força que eu tinha, para me vingar dos filisteus, fazendo-os pagar, de uma só vez, a perda de meus dois olhos”. 29 E, apalpando as duas colunas centrais que sustentavam o templo, apoiou-se contra uma com a mão direita e contra a outra com a esquerda 30 e disse: “Morra eu com os filisteus!” Então, sacudindo com grande for­ça \as colunas, fez o edifício desabar sobre todos os chefes e o resto da multidão que ali estava. E foram muito mais numerosos os que Sansão matou ao morrer, do que os que matara quando vivo. 31 Os parentes e toda a casa de seu pai vieram e levaram o cadáver, sepultando-o entre Saraá e Estaol, no túmulo­ de seu pai Manué.
Sansão fora juiz de Israel durante vinte anos.


Episódios finais

 Micas e o levita


Juízes (CNB) 9