AUDIÊNCIAS 2000 - AUDIÊNCIA



AUDIÊNCIA

Quarta-feira 9 de Fevereiro de 2000




A glória da Trindade na história

Caríssimos Irmãos e Irmãs:

1. Como ouvistes dos leitores, este nosso encontro foi aberto pelo "Grande Hallel", o Salmo 136[135], que é uma solene litania para solista e coro: ela eleva-se ao hesed de Deus, isto é, ao seu amor fiel que se revela nos eventos da história da salvação, em particular na libertação da escravidão do Egipto e no dom da terra prometida. O Credo do Israel de Deus (cf. Dt Dt 26,5-9 Jos 24,1-13) proclama as acções divinas no interior da história humana: o Senhor não é um imperador impassível, aureolado de luz e relegado aos céus dourados; Ele observa a miséria do seu povo no Egipto, escuta o seu clamor e desce para o libertar (cf. Êx Ex 3,7-8).

2. Pois bem, agora procuraremos ilustrar esta presença de Deus na história, à luz da revelação trinitária que, embora seja realizada plenamente no Novo Testamento, já é de algum modo antecipada e oculta no Antigo. Iniciaremos, pois, com o Pai, cujas características já se podem divisar na acção de Deus que intervém na história como pai amoroso e solícito para os justos que a Ele clamam. Ele é "pai dos órfãos e defensor das viúvas" (Ps 68,6); é pai também em relação ao povo rebelde e pecador.

Duas páginas proféticas de extraordinária beleza e intensidade introduzem um delicado solilóquio de Deus com os seus "filhos degenerados" (cf. Dt Dt 32,5). Nele Deus manifesta a sua constante e amorosa presença no enredo da história humana. Em Jeremias, o Senhor exclama: "Sou como um pai para Israel... Porventura, não é ele o Meu filho querido, ternamente amado por Mim? Todas as vezes que falo contra ele, mais viva se Me torna a sua lembrança. O Meu coração comove-se ao pensar nele. Terei compaixão dele" (31, 9.20). A outra estupenda confissão de Deus lê-se em Oseias: "Quando Israel era ainda menino, Eu o amei e chamei do Egipto o Meu filho... Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos Meus braços, mas não reconheceram que era Eu Quem cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como a espuma que acariciava as suas faces, e dei-lhes alimento... O Meu coração dá voltas dentro de Mim, comove-se a Minha compaixão" (11, 1.3-4.8).

3. Destes trechos bíblicos devemos tirar a conclusão de que Deus Pai de modo algum é indiferente em relação às nossas vicissitudes. Antes, Ele chega a enviar o Filho primogénito precisamente ao coração da história, como afirma o próprio Cristo no diálogo nocturno com Nicodemos: "Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único, para que todo o que n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele" (Jn 3,16-17). O Filho insere-se no interior do tempo e do espaço como o centro vivo e vivificante que dá sentido definitivo ao fluir da história, salvando-a da dispersão e da banalidade. Em particular para a cruz de Cristo, fonte de salvação e de vida eterna, converge toda a humanidade com as suas alegrias e as suas lágrimas, com a sua conturbada vicissitude de bem e mal: "E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim" (Jn 12,32). Com uma frase fulgurante, a Carta aos Hebreus proclamará a perene presença de Cristo na história: "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre!" (13, 8).

4. Para descobrir sob o fluxo dos eventos esta presença secreta e eficaz, para intuir o Reino de Deus que já está no meio de nós (cf. Lc Lc 17,21), é necessário ir para além da superfície das datas e dos acontecimentos históricos. Aqui entra em acção o Espírito Santo. Embora o Antigo Testamento ainda não apresente uma revelação explícita da sua pessoa, podem bem "apropriar-se" a Ele certas iniciativas salvíficas. É Ele que move os juízes de Israel (cf. Jz Jg 3,10), David (cf. 1S 16,13), o rei-Messias (cf. Is Is 11,1-2 Is 42,1), mas sobretudo é Ele que efunde nos profetas, os quais têm a missão de revelar a glória divina oculta na história, o desígnio do Senhor subjacente às nossas vicissitudes. O profeta Isaías apresenta uma página de grande eficácia, que será retomada por Cristo no seu discurso programático na sinagoga de Nazaré: "O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Ele Me ungiu; enviou-Me a levar a boa nova aos que sofrem, a curar os de coração despedaçado, a anunciar a libertação aos prisioneiros; a proclamar um ano de graças da parte do Senhor" (61, 1-2; Lc 4,18-19).

5. O Espírito de Deus não só revela o sentido da história, mas imprime força para colaborar no projecto divino que nela se cumpre. À luz do Pai, do Filho e do Espírito a história cessa de ser uma sucessão de eventos que se dissolvem no abismo da morte, mas torna-se um terreno fecundado pela semente da eternidade, um caminho que leva àquela meta sublime em que "Deus será tudo em todos" (1Co 15,28). O Jubileu, que evoca "o ano de misericórdia" anunciado por Isaías e inaugurado por Cristo, quer ser a epifania desta semente e desta glória, para que todos esperem, sustentados pela presença e ajuda de Deus, um mundo novo, mais autenticamente cristão e humano.

Cada um de nós então, ao balbuciar alguma coisa do mistério da Trindade operante na nossa história, faça sua a admiração adorante de São Gregório de Nazianzo, teólogo e poeta, quando canta: "Glória a Deus Pai e ao Filho, Rei do universo. Glória ao Espírito, digno de louvor e inteiramente santo. A Trindade é um só Deus que criou e preenche todas as coisas... vivificando tudo com o seu Espírito, a fim de que toda a criatura cante ao seu sábio Criador, causa única do viver e do perdurar. Mais do que qualquer outra, a criatura racional sempre o celebre como grande Rei e Pai bom" (Poemas dogmáticos, XXI, Hymnus alias: ).

Saudações

Queridos Irmãos e Irmãs!

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, ao invocar para todos o olhar amoroso de Jesus Cristo, criador de horizontes eternos sobre a vida e a família de cada um de vós, como uma saudação especial ao grupo de visitantes brasileiros.A todos abençoo em nome do Senhor.
* * *


Apresento cordiais boas-vindas aos membros do Colégio Misto dos Bispos Pentecostais da África e da América. Espero que a vossa visita a Roma ajude a revigorar as relações ecuménicas entre os católicos e os pentecostais. Saúdo os membros da Organização Tâmil de Roma, que estão a celebrar o vigésimo quinto aniversário da sua fundação. Sobre todos os peregrinos da Inglaterra, Austrália, Japão e Estados Unidos da América invoco de coração as abundantes bênçãos de Deus Omnipotente.

* * *



Dou as minhas cordiais boas-vindas a todos os peregrinos de língua espanhola. De modo especial saúdo os componentes da Missão Libanesa Maronita na Argentina, o grupo de vinicultores espanhóis e os peregrinos de S. Filipe (Chile).

A graça do Espírito Santo, neste Ano jubilar, vos fortaleça para serdes luz do mundo nos vossos ambientes.

Muito obrigado!


Saúdo agora os peregrinos de língua italiana, de modo particular os da Diocese de Massa Carrara-Pontremoli, acompanhados do seu Bispo, D. Eugénio Binini. Caríssimos, agradeço-vos a visita e exprimo grande satisfação por esta iniciativa jubilar. De coração faço votos por que a memória da encarnação do Filho de Deus e da salvação operada com a sua morte e ressurreição revigore o vosso quotidiano empenho de testemunho evangélico.

Saúdo, depois, o Presidente da Câmara Municipal e a Junta de Neptuno, o Presidente e o Conselho da Primeira Circunscrição de Roma, bem como os membros da Associação Nacional de Administradores Condominiais e Imobiliários. A todos agradeço a presença.

* * *



Saúdo, enfim, os Jovens, os Doentes e os jovens Casais.

Pensando na festa da Bem-aventurada Virgem de Lourdes, que celebraremos no próximo dia 11 de Fevereiro, quereria convidar-vos, caros jovens, a confiar-vos sempre à materna protecção de Maria, a fim de que vos ajude a conservar um coração generoso, disponível e repleto de entusiasmo apostólico.

A Bem-aventurada Virgem de Lourdes, a cuja intercessão recorrem com confiança numerosos doentes no corpo e no espírito, dirija para todos vós, queridos irmãos e irmãs doentes, o seu olhar de consolação e de esperança, e vos sustente em carregar a cruz quotidiana em estreita união com a redentora de Cristo.

Maria vos acompanhe, prezados jovens esposos, no vosso caminho, para que as vossas famílias sejam comunidades de intensa vida espiritual e de concreto testemunho cristão.



JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-feira 16 de Fevereiro de 2000

Queridos Irmãos e Irmãs,


1. Depois da abertura da Porta Santa nas quatro Basílicas Romanas, estamos agora a progredir a grandes passos no itinerário eclesial de conversão e reconciliação proposto pelo Jubileu. Como se sabe, um dos aspectos espirituais mais significativos e profundos do Jubileu é a peregrinação, sinal da condição de todo o ser humano enquanto homo viator. Como sublinhei na Bula de proclamação do Jubileu, é "exercício de ascese activa, de arrependimento pelas faltas humanas, de vigilância constante sobre a própria fragilidade, de preparação interior para a conversão do coração" (Incarnationis mysterium, 7).

Este significado interior da peregrinação é ulteriormente aprofundado e completado pelos conteúdos de fé e de espiritualidade que promanam dos lugares sagrados, que por antiga tradição são meta de peregrinações individuais e comunitárias. Com efeito, assim como o tempo, de igual modo também o espaço é marcado por particulares intervenções salvíficas de Deus e, precisamente por isto, alguns lugares podem favorecer um peculiar contacto com o divino (cf. Carta sobre a peregrinação, 2).

2. Na consciência destes fundamentais conteúdos espirituais da peregrinação, decidi visitar, em referência às celebrações jubilares, a terra que foi marcada de modo singular pelas intervenções de Deus na História da salvação. Nas próximas semanas, portanto, tenho intenção de ir em peregrinação, se Deus quiser, a alguns lugares particularmente ligados à encarnação do Verbo de Deus.

Seria meu desejo visitar antes de tudo Ur dos Caldeus (cf. Carta sobre a peregrinação, 5), o actual Tal-al-Muqayyar no sul do Iraque, lugar de origem de Abraão, que se deslocou depois com a família para Harran (cf. Gn Gn 11,31), onde, segundo a narração bíblica, ele ouviu a Palavra do Senhor que o convidava a deixar a sua terra e a pôr-se a caminho rumo ao país que lhe haveria de ser indicado (cf. Gn Gn 12,1-3).

Com aquele convite, Abraão era constituído instrumento de um desígnio de salvação que abraçaria o futuro povo da Aliança, ou melhor todos os povos do mundo. Ele obedeceu e pôs-se em viagem. Com ele a salvação de Deus começou a caminhar pelas estradas da história humana.

3. Por isso é importante "pôr-se na esteira de Abraão", para redescobrir os traços da presença amorosa de Deus ao lado do homem e reviver a experiência de fé daquele que São Paulo qualificará como pai de todos aqueles que, circuncidados ou não, crêem (cf. Rm Rm 4,11-12). Com a sua fé traduzida em opções concretas e às vezes até dramáticas, como o abandono da segurança da própria terra ou o sacrifício do único filho Isaac, Abraão obtém aquela justiça que o tornou amigo de Deus, aderiu plenamente ao plano divino para si e para a sua descendência e o tornou o arquétipo de uma multidão de crentes.

Ao caminhar "na esteira de Abraão" aprende-se, por isso, a avaliar de maneira concreta as exigências de uma atitude de fé autêntica e experimenta-se o dinamismo da iniciativa divina, que em Cristo terá o seu ponto de chegada.

Conscientes do próprio inseparável vínculo com o antigo povo da Aliança, os cristãos reconhecem em Abraão o "pai na fé" por antonomásia e sentem-se felizes de imitar o seu exemplo, pondo-se a caminho "na sua esteira".

4. É por estas considerações que, em nome de toda a Igreja, eu desejaria ir orar e reflectir no lugar, Ur dos Caldeus, de onde Abraão partiu. Visto que isto não foi possível, quero realizar pelo menos espiritualmente uma semelhante peregrinação. Por esta razão, na próxima quarta-feira, numa especial celebração que se terá na Sala Paulo VI, reviveremos juntos os momentos salientes da experiência de Abraão, bem sabendo que para o grande Patriarca olham não só quantos se ufanam de descenderem dele fisicamente, mas também todos aqueles que se sentem sua descendência espiritual.

Depois desta primeira paragem, será possível prosseguir com o espírito repleto de gratidão em direcção das outras etapas, através das quais se desenvolveu a História da salvação, a começar pelo Monte Sinai, onde Moisés teve a revelação do Nome Santíssimo de Deus e foi introduzido no conhecimento do seu mistério.

Convido-vos desde agora a acompanhar-me com a oração nesta minha peregrinação aos lugares ligados à História da salvação, que terá o seu início precisamente na próxima quarta-feira, com a especial celebração dedicada a Abraão, pai de todos os crentes.

Saudações



Amados peregrinos de língua portuguesa, o meu abraço fraterno para todos vós a começar pelo Senhor Arcebispo de Maringá com seus fiéis e colaboradores diocesanos, para o grupo do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Porto Alegre, e para as «Famílias de Nazaré» do Patriarcado de Lisboa. Possais vós, que seguis as pegadas da fé de Abraão, descobrir os traços da presença amorosa de Deus no caminho da vossa vida e obedecer ao seu chamamento: com estes votos dou-vos, extensiva a vossos familiares e comunidades, a Bênção Apostólica.

Sinto-me feliz por acolher os francófonos presentes nesta manhã. De modo particular saúdo os peregrinos das dioceses de Bordéus, Orleães e Beauvais. Dirijo uma saudação especial à Congregação de São João: possa cada um discernir a sua vocação e permanecer-lhe fiel, para continuar a responder com generosidade aos apelos da Igreja! Que o ano jubilar vos ajude a crescer na fé em Cristo e a testemunhá-la com ardor!

A todos dou com muito afecto a Bênção Apostólica.


Hoje, apresento especiais boas-vindas aos inumeráveis peregrinos da Escócia, guiados pelo Cardeal Thomas Winning, assim como à direcção e aos alunos do Colégio Inglês em Valhadolid. Sobre todos os peregrinos e visitantes de língua inglesa, de modo especial aos da Grã-Bretanha, Irlanda, Suécia, Japão e Estados Unidos da América, invoco as bênçãos de Deus Omnipotente.


Dou as minhas cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua espanhola, em especial aos diversos grupos procedentes da Argentina, Bolívia e Chile, de outros países latino-americanos e da Espanha. Convido-vos todos a acompanhar-me com as vossas orações nesta peregrinação e realizar espiritualmente o itinerário que conduz a Cristo, o Filho de Deus que se fez homem por nós. Muito obrigado!


Saúdo os peregrinos eslovenos de Smihel Pliberk da Caríntia austríaca. Com a visita às Portas santas e com a riqueza espiritual do Jubileu desejais fazer crescer e revigorar a vossa fé. Possa a vossa visita romana consolidar-vos e fazer-vos activos apóstolos na vida quotidiana.
Com estes votos concedo a minha Bênção Apostólica.


Saúdo os peregrinos de Auschwitz. Essa cidade é uma particular testemunha da terrível guerra que provocou milhões de vítimas. A vossa cidade traz os sinais do sofrimento e do martírio de muitas nações. A voz de Auschwitz, o brado do homem torturado, deveria incessantemente despertar o mundo a fim de que, na história da humanidade, jamais se repetisse a tragédia que ali se consumou. Agradeço-vos tudo o que fazeis para manter viva a memória deste doloroso passado.
Estou-vos grato pelo dom que trouxestes para o Papa. Sinto-me profundamente ligado à terra de Auschwitz e muitas recordações me unem a ela. Obrigado pela vossa presença e abençoo-vos de todo o coração.


Dirijo cordiais boas-vindas a todos os peregrinos de língua italiana; em particular aos participantes no curso do "Studium" para futuros Postuladores e Colaboradores da Congregação para as Causas dos Santos, aos quais desejo que trabalhem com fruto ao serviço do grande património de santidade, que a Igreja possui, e o enriqueçam quotidianamente com o seu testemunho pessoal.
Saúdo depois, com afecto, o numeroso grupo de jovens da Comunidade "Cenáculo", provenientes da Itália, da Croácia e da França, guiados pelo Bispo de Saluzzo (Itália), D. Diego Bona. O Papa está convosco, caríssimos; aprecia a vossa obra e acompanha-vos com a sua oração. Não desanimeis diante das dificuldades. A Cruz seja o vosso sustento e vos venha de Cristo, morto e ressuscitado, o constante estímulo a perseverardes no caminho empreendido, de maneira a serdes testemunhas de esperança na sociedade.

Saúdo os membros do Conselho Geral dos Italianos no Estrangeiro, assim como os da Confederação Nacional dos Cultivadores Directos da Federação Provincial de Bréscia, e a todos agradeço a presença.

Ao saudar, por fim, os Jovens, os Doentes e os jovens Casais, é-me grato recordar os Santos Cirilo e Metódio, cuja memória celebrámos no início desta semana.

O exemplo dos dois Santos Irmãos de Salonica, co-Padroeiros da Europa, suscite em vós, caros jovens, o desejo de servir com generosidade o Evangelho, nos ambientes em que se desenvolve a vossa vida quotidiana. O seu testemunho obtenha para vós, queridos doentes, a graça de aceitardes das mãos de Cristo a dor e o sofrimento, para fazer deles ocasião de salvação para vós e para os irmãos. A protecção dos Santos Cirilo e Metódio torne as vossas famílias, prezados jovens esposos, autênticas "igrejas domésticas", onde se cresce cada dia no amor recíproco e na abertura à vida.

Apelo em favor do Arcebispo de Bukavu

Notícias preocupantes continuam a chegar da República Democrática do Congo. Nos dias passados, D. Emmanuel Kataliko, Arcebispo de Bukavu, foi impedido pelas autoridades locais de retornar à sua Diocese. É uma grave violação que fere dolorosamente todos os católicos!

Enquanto me sinto solidário com o Clero e os fiéis de Bukavu, formulo votos por que aquele benemérito Prelado possa retornar, quanto antes, para junto do rebanho que lhe foi confiado.
Ao mesmo tempo, elevo também um premente apelo em favor da aplicação mais rápida dos acordos de paz de Lusaka, pedindo ao Senhor unidade e reconciliação para aquela dilecta Nação.










AUDIÊNCIA

Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2000



Queridos Irmãos e Irmãs!

Desejo que o grande Jubileu seja para todos uma experiência de fé, com uma conversão do coração através de uma mudança de vida, em vista do testemunho evangélico renovado. Oxalá encontreis a amizade com Deus e a sua graça, para as relações fraternas com todos!
Saúdo cordialmente os peregrinos de língua francesa, sobretudo os seminaristas de Nanci, os jovens de Tolosa e os de Reims que receberão o Sacramento da Confirmação. Que todos caminhem seguindo os passos de Cristo! A todos concedo de bom grado a Bênção Apostólica.

Apresento especiais boas-vindas à Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que durante estes dias realiza o seu encontro em Roma. Agradeço-vos a dedicação com que pondes os próprios conhecimentos e experiências ao serviço da Santa Sé, no vosso importante campo de investigação. Saúdo os Diáconos da Arquidiocese de Southwark, os grupos ecuménicos da Inglaterra e Suécia, e os peregrinos de Hong-Kong e Taiwan. Com afecto dou as boas-vindas ao grupo de peregrinos de muitas Dioceses dos Estados Unidos da América e da Irlanda. Visto que estamos a reflectir neste Ano jubilar sobre o exemplo de Abraão, procuremos crescer na fé e na aceitação da iniciativa salvífica de Deus na nossa vida. Invoco as bênçãos de Deus Omnipotente sobre vós e as vossas famílias.

Saúdo com afecto os peregrinos de língua espanhola, especialmente os grupos das Dioceses de Huelva e Santander, de Xirivella, São João de Alfarache e Sabiñánigo na Espanha, assim como os que vieram da Argentina, México e outros países latino-americanos. Que a vossa visita a Roma neste Ano jubilar cumule o vosso coração, impelindo a conversão sincera e fortalecendo a fé, de modo que retorneis às vossas famílias e comunidades levando a alegria da graça de Deus, juntamente com a minha bênção paternal.


De coração saúdo o grupo de peregrinos eslovacos provenientes de Trnava, Detvianska Huta, Látky, Banská Bystrica e Zázrivá.
Caros Irmãos e Irmãs, celebrámos ontem a festa da Cátedra de São Pedro Apóstolo. Formulo votos por que a visita ao túmulo de São Pedro vos sirva de estímulo para um sempre mais generoso empenho de testemunho cristão na vossa Pátria.
De bom grado concedo a Bênção Apostólica a vós e aos vossos entes queridos.
Louvado seja Jesus Cristo!

Saúdo de coração os peregrinos croatas aqui presentes e concedo-lhes a Bênção Apostólica.
Louvados sejam Jesus e Maria!

Saúdo os peregrinos de Smartno pri Litiji, na Eslovénia, que com a visita r Porta Santa em Roma desejais professar a própria fé e renovar o pessoal empenhamento apostólico. Com estes votos vos concedo a minha Bençao Apostólica.

Saúdo todos os peregrinos de língua italiana. Em particular, dirijo um cordial pensamento aos fiéis da Arquidiocese de Tarento, vindos em peregrinação a Roma juntamente com o Arcebispo, D. Benigno Luigi Papa. Caríssimos, agradeço de coraçao a vossa grata visita e faço votos por que a peregrinaçao jubilar vos ofereça a providencial ocasiao para revigorardes a vossa adesao a Cristo e renovardes os vossos generosos propósitos de testemunho evangélico.

Saúdo, depois, os participantes no encontro anual dos Bispos amigos do Movimento dos Focolarinos, junto do "Centro Mariápolis" de Castel Gandolfo. Venerados e queridos Irmaos no Episcopado, no decurso do vosso encontro ocupa um lugar privilegiado a reflexao sobre a oraçao de Jesus na Última Ceia "para que todos sejam um só" (Jn 17,21). Fiéis e espiritualidade da unidade e através dum constante intercâmbio de experiências, prossegui a vossa missão de construtores de comunhão no interior das Conferências Episcopais, no seio do presbitério e nas comunidades diocesanas. Ao desejar todo o bom êxito e vossa reunião, acompanho os meus votos com a oração ao Senhor e a Maria, Mae da unidade.
Saúdo também os alunos da Escola de Polícia de Alexandria e o grupo de sacerdotes da Obra Romana de Peregrinações, agradecendo-lhes a participação.


Por fim, saúdo os Jovens, os Doentes e os jovens Casais.

Caríssimos, sois sempre bem-vindos. O Papa tem no seu coração um lugar especial para vós. A todos dirijo a minha afectuosa saudação, que acompanho com uma especial benção para cada um de vós e para as pessoas que vos são queridas.

Depois do Angelus

E agora dirigir-me-ei para a Sala Paulo VI, onde presidirei a uma celebração litúrgica na recordação do Patriarca Abraão, nosso pai na fé.

Será esta a primeira etapa daquela peregrinação a alguns lugares relacionados com a história da salvação, que prosseguirei amanhã partindo para o Egipto e o Monte Sinai.

A Praça de São Pedro estará ligada, mediante a televisão, com a Sala Paulo VI: quem quiser permanecer poderá seguir, através dos grandes écrans colocados nesta Praça, tudo o que se realizará na contígua Sala, e pôr-se assim espiritualmente a caminho "na esteira de Abraão". Desse modo, poderá reviver o momento inicial desta "história da salvação" que atingiu o seu ápice quando, na plenitude dos tempos, o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria.

A vicissitude de Abraão tem uma importância fundamental para os crentes de todas as épocas, e portanto também para nós que olhamos para ele como para um modelo de incondicionada submissão à vontade de Deus.



                                                                                   Março de 2000

AUDIÊNCIA

Quarta-feira 1° de Março de 2000

Queridos Irmãos e Irmãs,


1. É com grande alegria que, na semana passada, pude ir em peregrinação ao Egipto nas pegadas de Moisés. O momento culminante desta experiência extraordinária foi a paragem aos pés do Monte Sinai, a Montanha Santa: santa porque nela Deus se revelou ao seu servo Moisés e lhe manifestou o seu Nome; além disso, santa porque ali Deus deu ao seu povo a Lei, os Dez Mandamentos; enfim santa porque, com a sua presença constante, os fiéis fizeram do Monte Sinai um lugar de oração.

Agradeço a Deus ter-me concedido deter-me em oração no lugar em que Ele introduziu Moisés numa mais clara compreensão do seu Mistério, falando-lhe na sarça ardente, e ofereceu a ele e ao povo eleito a lei da Aliança, lei da vide e da liberdade para cada homem. Desta Aliança, Deus mesmo se tornou fundamento e garante.

2. Como tive a ocasião de dizer no sábado passado, os Dez Mandamentos abrem-nos o único futuro autenticamente humano, e isto porque eles não constituem a arbitrária imposição de um Deus tirano. Javé inscreveu-os na pedra, mas incidiu-os sobretudo em cada coração humano como universal lei moral, válida e actual em todos os tempos e lugares. Esta lei impede que o egoísmo e o ódio, a mentira e o desprezo destruam a pessoa humana. Com a sua constante referência à Aliança divina, os Dez Mandamentos evidenciam o facto de que o Senhor é o nosso único Deus e que cada uma das outras divindades é falsa e termina por reduzir o homem à escravidão, levando-o a degradar a própria dignidade humana.

"Ouve, Israel... ama a Javé teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Estas palavras, que hoje te ordeno, estejam no teu coração. Ensiná-las-á aos teus filhos" (Dt 6,4-7). Estes preceitos, que o judeu piedoso repete todos os dias, ressoam também no coração de cada cristão. "Ouve! Estas palavras estejam no teu coração!". Não se pode pensar em ser fiel a Deus se não se observa a sua Lei. Além disso, ser fiel a Deus significa também ser fiel a si mesmo, à sua autêntica natureza e às suas mais profundas e insuprimíveis aspirações.

3. Estou grato ao Arcebispo Damianos, Hegúmeno do Mosteiro de Santa Catarina, e aos seus Monges pela grande cordialidade. O Arcebispo, que estava à minha espera no ingresso do Mosteiro, ilustrou-me as preciosas "relíquias bíblicas" ali conservadas: o poço de Jetro e sobretudo as raízes da "sarça ardente", ao lado das quais me ajoelhei para reflectir sobre as palavras com que Deus revelou a Moisés o mistério do seu ser: "Eu sou Aquele que sou". Além disso, pude admirar as maravilhosas obras de arte, florescidas ao longo dos séculos da contemplação e da oração dos Monges.

Antes da celebração da Palavra, o Arcebispo Damianos recordou que, precisamente acima de nós, se erguia o Monte Horeb com o cume do Sinai, o píncaro do Decálogo, o lugar em que "no fogo e na escuridão" Deus falou a Moisés. Neste contexto, desde há séculos uma comunidade de Monges persegue o ideal da perfeição cristã, numa "constante coerção da natureza e num incansável controle dos sentidos", valendo-se dos instrumentos tradicionais do diálogo espiritual e da prática ascética. No final do encontro, o Arcebispo e alguns dos seus Monges acompanharam-me gentilmente até ao aeroporto.

4. É de bom grado que aproveito esta ocasião para exprimir um renovado agradecimento ao Senhor Presidente Mubarak, às Autoridades egípcias e a quantos contribuíram para a realização da viagem. O Egipto é o berço de uma antiquíssima civilização. A ele a fé cristã chegou desde os tempos apostólicos, especialmente com São Marcos, discípulo de Pedro e Paulo e fundador da Igreja de Alexandria.

Durante a peregrinação, tive colóquios com Sua Santidade o Patriarca Shenouda III, Chefe da Igreja copto-ortodoxa, e com Mohamed Sayed Tantawi, Grão-Xeque de Al-Azhar e Chefe religioso da comunidade muçulmana. A eles dirige-se a expressão do meu reconhecimento, que se alarga também a Sua Beatitude Stéphanos II Ghattas, Patriarca dos copto-católicos e aos outros Arcebispos e Bispos ali presentes.

Renovo a minha saudação à exígua mas ardente comunidade católica, que encontrei na solene celebração da Santa Missa no Cairo, na qual participaram todas as Igrejas católicas presentes no Egipto: copta, latina, maronita, grega, arménia, síria e caldeia. Juntamente com a Missa ao Senhor, celebrámos a nossa fé comum e recomendámos a Deus o impulso de vida e de apostolado dos irmãos e irmãs egípcios que, com muito sacrifício e tanta generosidade, dão testemunho da sua fiel adesão ao Evangelho no país em que, há dois mil anos, a Sagrada Família encontrou refúgio.
Conservo uma grata recordação do significativo encontro com representantes e fiéis das Igrejas e Comunidades eclesiais não católicas presentes no Egipto. Os progressos ecuménicos que, com a graça do Espírito Santo, se realizaram durante o século XX, possam conhecer ulteriores desenvolvimentos que aproximem cada vez mais a meta da primeira unidade, pela qual o Senhor Jesus rezou ardentemente.

5. Hoje o Monte Sinai traz à minha mente outra colina à qual, se Deus quiser, terei a alegria de ir no final deste mês: o Monte das Bem-Aventuranças na Galileia. No sermão da montanha, Jesus disse que não veio para abolir a Lei antiga, mas para a aperfeiçoar (cf. Mt Mt 5,17). Efectivamente, desde quando o Verbo de Deus encarnou e morreu na cruz por nós, os Dez Mandamentos fazem-se ouvir através da sua voz. Mediante a nova vida da Graça, arraiga-os no coração de quem crê n'Ele. Por isso, o discípulo de Jesus não se sente oprimido por um grande número de prescrições mas, impelido pela força do amor, sente os Mandamentos de Deus como uma lei de liberdade: liberdade de amar, graças à acção do Espírito.

As Bem-Aventuranças constituem o cumprimento evangélico da Lei do Sinai. A Aliança então estipulada com o Povo hebreu encontra a sua perfeição na nova e eterna Aliança sancionada no sangue de Cristo. Cristo é a nova Lei, e n'Ele a salvação é oferecida a todos os povos.

Confio a Jesus Cristo a próxima etapa da minha peregrinação jubilar, que será na Terra Santa.

Peço que todos me acompanhem com a oração na preparação, sobretudo espiritual, deste importante evento.




AUDIÊNCIA

Quarta-feira 8 de Março de 2000




1. A Quaresma representa o ponto culminante daquele caminho de conversão e reconciliação que o Ano jubilar, tempo privilegiado de graça e de misericórdia, propõe a todos os crentes para renovarem a própria adesão a Cristo, único Salvador do homem. Assim eu escrevia na Mensagem para a Quaresma de 2000, e com essa convicção empreendemos neste dia, Quarta-Feira de Cinzas, o itinerário penitencial quaresmal. A liturgia hodierna convida-nos a orar para que o Pai celeste conceda ao povo cristão iniciar com o jejum o percurso de verdadeira conversão, a fim de enfrentar de maneira vitoriosa, com as armas da penitência, o combate contra o espírito do mal.
Eis a mensagem do Grande Jubileu, que na Quaresma se torna ainda mais eloquente. O homem, cada homem, é solicitado à conversão e à penitência, e impelido à amizade com Deus, para que receba como dom a vida sobrenatural, que satisfaz as mais profundas aspirações do seu coração.

2. Ao recebermos as cinzas sobre a cabeça, é-nos recordado neste dia que somos pó e pó nos havemos de tornar. Este pensamento, que é certeza humana, não é reafirmado para que crie em nós resignação passiva ao destino. Ao contrário, a liturgia enquanto ressalta que somos criaturas mortais, recorda-nos a iniciativa misericordiosa de Deus, que nos quer tornar participantes da sua própria vida eterna e feliz.

No sugestivo rito da imposição das cinzas para o crente ressoa um convite a não se deixar vincular às realidades materiais que, por mais apreciáveis que sejam, são destinadas a desaparecer. Ele deve antes deixar-se transformar pela graça da conversão e da penitência, a fim de chegar aos ápices arrojados e pacificadores da vida sobrenatural. Só em Deus o homem encontra plenamente a si mesmo e descobre o significado último da sua existência.

A porta jubilar está aberta para todos! Entre quem sabe que é oprimido pela culpa e quem se reconhece pobre de méritos; entre quem se sente como pó que o vento dispersa; venha o débil e o desanimado haurir do Coração de Cristo um vigor renovado.

3. A imposição das cinzas é acompanhada, neste dia, pela tradicional prática da abstinência e do jejum. Certamente, não se trata de meras observações externas, de cumprimentos rituais, mas de sinais eloquentes duma necessária mudança de vida. O jejum e a abstinência, antes de tudo, fortificam o cristão para a luta contra o mal e para o serviço do Evangelho.

Com o jejum e a penitência é pedido ao crente que renuncie a bens e a satisfações materiais legítimas, para adquirir uma maior liberdade interior, tornando-se disponível à atenta escuta da Palavra de Deus e à generosa ajuda dos irmãos em necessidade.

A abstinência e o jejum, portanto, devem ser acompanhados por gestos de solidariedade para com aquele que sofre e atravessa momentos difíceis. A penitência faz-se assim partilha com quem está marginalizado e necessitado. É este o espírito também do Grande Jubileu, que solicita todos a manifestarem de maneira concreta o amor de Cristo aos irmãos privados do necessário, às vítimas da fome, da violência e da injustiça. Na Mensagem para a Quaresma escrevi a respeito disso: "Como podemos pedir a graça do Jubileu, se permanecemos insensíveis às necessidades dos pobres, se não nos comprometemos a garantir a todos os meios necessários para viverem dignamente?" (n. 5).

4. "Arrependei-vos, e acreditai na Boa Nova" (Mc 1,15). Abramos o coração a estas palavras, que ressoam com frequência no tempo da Quaresma. O caminho de conversão e de adesão ao Evangelho, que hoje empreendemos, nos faça sentir todos filhos do único Pai e revigore o anélito à unidade dos crentes e à concórdia entre os povos. Oro ao Senhor para que todo o cristão sinta profundamente nesta Quaresma jubilar, o empenho em reconciliar-se com Deus, consigo mesmo e com os irmãos. É esta a estrada para que se realize a desejada comunhão plena de todos os discípulos de Cristo. Possa chegar quanto antes o tempo em que, graças à oração e ao testemunho fiel dos cristãos, o mundo reconheça Jesus como único Salvador e, crendo n'Ele, obtenha a paz.
Maria Santíssima nos guie nestes primeiros passos do caminho quaresmal, para que, ao cruzarmos a porta santa da conversão, todos nós experimentemos a graça de ser transfigurados à imagem de Cristo.

Saudações

Queridos Irmãos e Irmãs!

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa aqui presentes; a todos faço os meus votos de uma proveitosa Quaresma, na esperança da feliz ressurreição do Redentor dos homens.

De modo especial saúdo os peregrinos brasileiros que acompanharam o Senhor Cardeal Eugênio Sales na recente beatificação dos mártires do Nordeste, e os grupos de Portugal de Alcantarilha, Vila Real, Vilar de Besteiros e do Mosteiro de Fráguas, bem como uma representação da Capelania para espanhóis do Patriarcado de Lisboa.

Com a minha Bênção Apostólica.


É-me grato dar as boas-vindas aos visitantes e peregrinos de língua inglesa, de modo especial aos da Dinamarca e dos Estados Unidos. Ao orar para que a vossa visita revigore a vossa fé e amor, invoco sobre vós e as vossas famílias a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo.


Dou as minhas cordiais boas-vindas a todos os peregrinos de língua espanhola.De modo especial saúdo os Superiores e os Alunos do Seminário de Ciudad Rodrigo, acompanhados pelo seu Bispo D. Julián López, e os outros grupos provenientes da Espanha, Argentina, México e de outros países da América Latina. Que a peregrinação ao túmulo de São Pedro, no início da Quaresma do Ano Santo, vos renove o desejo de seguirdes sempre a Cristo.

Muito obrigado!


Desejaria apresentar as boas-vindas a todos os peregrinos holandeses e belgas, em particular aos fiéis da diocese de Roermond, acompanhados do Bispo diocesano e do Auxiliar.

Hoje, Quarta-Feira de Cinzas, a Igreja inicia o itinerário de conversão e reconciliação, que o Ano jubilar, ano de graça e de misericórdia, propõe a todos nós. Faço-vos votos por que esta Quaresma renove a própria adesão a Cristo, único Salvador do homem.

De coração concedo a Bênção Apostólica.

Louvado seja Jesus Cristo!

Dou as boas-vindas aos peregrinos de Kutná Hora e ao grupo de Capuchinhos provenientes da Boémia e da Morávia.

Hoje, com a imposição das sagradas cinzas entrámos na Quaresma, precioso tempo de oração e de penitência, que nos leva à conversão e ao aprofundamento do amor para com Deus e o próximo. Acolhamos com pleno proveito este tempo de graças especiais!

De bom grado abençoo todos vós. Louvado seja Jesus Cristo!


Queridos Irmãos e Irmãs croatas! Os cristãos dos nossos dias têm uma tarefa de importância vital: dar testemunho diante do mundo de que a sua fé e esperança estão em Deus (cf. 1P 1,21). Esse empenho, movido e penetrado pela caridade, deve fazer-se anúncio constante da salvação, que Deus Uno e Trino oferece a todas as pessoas e a cada comunidade social humana.

Saúdo com afecto os peregrinos croatas aqui presentes e de bom grado concedo-lhes a Bênção Apostólica.

Louvados sejam Jesus e Maria!


Dirijo cordiais boas-vindas a todos os peregrinos de língua italiana; em particular à delegação que veio para acender o tradicional "Facho beneditino" da paz, que neste ano visitará os monumentos das Congregações beneditinas presentes na Itália, guiada por D. Riccardo Fontana, Arcebispo de Espoleto-Núrsia, e por D. Silvano Montevecchi, Bispo de Áscoli Piceno. A eles, assim como às demais Autoridades e aos organizadores presentes dirijo um cordial pensamento. Faço votos por que este interessante empreendimento, animado pelo lema "pro Europa una", sirva para fortalecer o empenho de solidariedade e de paz, que brota do Evangelho e do qual São Bento foi apóstolo incansável.

Saúdo também o numeroso grupo da Federação Italiana "Mulheres, Artes, Profissões, Negócios", vinda para recordar a "Festa da Mulher". Renovo de bom grado a todas as mulheres do mundo, no dia da sua festa, os meus votos cordiais: possa a mulher, graças ao crescente reconhecimento social do seu específico contributo ao bem comum, exprimir sempre melhor a riqueza do próprio "génio", actuando assim a sua autêntica promoção.

Saúdo, depois, os participantes no Congresso Nacional dos Contabilistas e Peritos Comerciais, os membros da Universidade da Terceira Idade de Civitavecchia e o grupo dos Cavaleiros de Sobieski, assim como os Militares da Escola de Infantaria de Cesano de Roma e os da Aeronáutica Militar de Caserta.

A todos agradeço a participação.

Dirijo agora uma particular saudação aos Jovens, aos Doentes e aos jovens Casais.
No início do tempo quaresmal, quereria convidar-vos, caros jovens, a vivê-lo como um tempo de vida e de entusiasmo espiritual, esforçando-vos por crescer na amizade com Jesus.

Exorto-vos, queridos doentes, a empreender este especial itinerário espiritual com o olhar fixo em Jesus, que sofreu e ressuscitou, recebendo do seu Espírito força, mansidão e esperança.

E enfim a vós, prezados jovens esposos, que estais na primavera do vosso amor conjugal, peço que caminheis de modo ainda mais fiel, nestes dias da Quaresma, pelas pegadas de Cristo, procurando imitar a sua humildade e fidelidade à vontade divina.



AUDIÊNCIAS 2000 - AUDIÊNCIA